terça-feira, 24 de janeiro de 2012

[Castle Fic] Rise Again - Cap. 9


Nota da Autora: Gente, o cap ficou imenso e não gostei! Está praticamente a cópia do epi. Simplifiquei partes do caso também focando nas partes de Castle e Beckett. Prometo melhorar no próximo! Desculpe a demora pra postar mas a vida da meio atribulada.


Cap.9



Castle estava em seu escritório à frente do computador escrevendo, ou melhor, tentando. Fazia mais de uma hora que ele estava ali contemplando a pagina em branco. Não que faltasse a ele inspiração, pelo contrário era exatamente os momentos que passara com sua musa na noite anterior que o deixara assim. Pensativo.

Os últimos dias tinham sido bastante reveladores para ele. O caso envolvendo o atirador fez Castle passar a se preocupar bem mais com Beckett após ver suas reações às pequenas nuances do caso até se render ao pânico completo. Mesmo assim, ele respeitou seu momento. Deu a ela o espaço que precisava porém isso não diminuiu sua preocupação.

Quando decidira ir até o apartamento dela para tentar verificar como ela estava reagindo ao caso, ele não esperava encontrar uma Kate Beckett tão receptiva. Claro que ele sabia que ela queria conversar sobre algo mas nada o preparara para aquilo. Em quatro anos que ele conhecia Beckett, nunca a vira tão vulnerável. Nunca se abrira a esse nível com ele.

A surpresa porém não terminou na realização de que ela estava em terapia e precisava contar a ele o que estava em sua mente a algum tempo e sim o fato dela abertamente pedir sua ajuda e declarar que precisava dele. Essa foi a primeira vez que ele a viu tão disposta a esquecer as barreiras que ela criou ao redor de si mesma. Frágil era um adjetivo que não combinava com Beckett mas era exatamente assim que ele a descreveria naquele momento que a viu sucumbir às lágrimas.

Lógico que Castle sabia que aquele momento fora um tempo que ela se permitiu expor, não foi um lapso, ela queria aquilo mas apenas por um espaço de tempo onde pudesse fazer-se entender. Ela não destruíra todas as barreiras. Não era algo possível de acontecer de uma hora para outra, ele sabia. E respeitava.

Fato era que ajudá-la em um momento tão delicado e entender o quanto ela confiava nele, encheu-o de esperança. Ela estava disposta a deixar o passado para trás e ser feliz. Esse era um grande passo para Beckett, para eles. Sim porque mesmo não sendo clara o suficiente, ele a leu nas entrelinhas. Ele sentia-se feliz em poder confortá-la e estar ali pronto para suportá-la nesse novo desafio que ela impusera a si mesma.

Não havia pressa, nem cobrança. A seu próprio tempo, Castle veria sua musa e a mulher que amava admitir seus sentimentos por ele. Ela confiava nele e exatamente por causa disso, Castle não podia deixar de se sentir culpado. Ele escondia dela um segredo capaz de faze-la ficar muito chateada com ele, não ela ficaria com muita raiva. Tudo o que estava fazendo era protege-la. Nunca duvidara que fazia a coisa certa e depois da noite de ontem, não poderia estar mais satisfeito com a mentira que omitira por ela. Talvez, quando chegar o momento, Beckett não se sinta tão mal ao saber do segredo dele por tudo o que ela expôs, pela sua própria decisão. A menos é claro, que ela interpretasse isso como traição.

Castle não gostava dessa palavra – traição – e certamente não se sentia um traidor, tudo que fizera foi por amor. Ele jamais se perdoaria se ela morresse. O quanto precisasse, ele lutaria por ela, para mantê-la ao seu lado.

Considerava que a partir de agora, eles viveriam uma nova etapa no relacionamento deles onde a cumplicidade estaria mais evidente. Não, eles não estavam namorando. Na verdade, não tinha palavra para definir o relacionamento deles. Porém isso não importava. Eles galgaram mais um degrau na parceria e na vida deles. Castle também era inteligente o suficiente para saber que nem tudo seriam flores, haveriam muitos obstáculos no caminho. Cada caso, cada morte teria um significado diferente dependendo do estado de espírito dela.

Ele se preparava para enfrentar um caminho onde viveriam um dia de cada vez, um passo pra frente, dois para trás. Contudo ele estava preparado para ajudá-la, estar a seu lado custe o que custasse. Era uma promessa que acabara de fazer a si mesmo e a ela. No momento certo, ele esperava saber a coisa certa a se fazer para não faze-la sofrer. Foram pequenos gestos que os trouxeram até ali, pequenas rachaduras na história de vida dela que Beckett se permitiu demonstrar, e seriam exatamente esses pequenos momentos entre eles que os levariam ao algo mais.

Castle não tinha pressa. Ele a esperaria. Apenas queria que ela estivesse pronta.

Cansado, fechou o computador e foi dormir.


12th Distrito

Beckett chegara cedo naquela manhã. Aproveitando que não tinha quase movimento no local, ela reparou que Esposito estava na mesa dele verificando algo no computador. Foi até ele.

- Bom dia.

- Hey, Beckett. Tudo bem?

- Está sim. Atrapalho?

- Não, só estava dando uma olhada nos presentes de Ryan. Ainda não me decidi o que comprar.

- O casamento está próximo.

Ele sorriu para ela.

- Espo, eu queria falar com você sobre o último caso.

- Já enviei meu relatório para você. Está no seu email.

- Não, eu não vim cobrar o relatório. Vim te agradecer. Eu me deixei envolver demais com o caso e com as vítimas. Perdi o foco e não fui nem de longe a policial que deveria ser. Então, você me ajudou. Da maneira mais dolorosa e estranha mas ajudou. Me fez entender que por mais afetada que eu estivesse pelo caso, meu papel era lutar pelas vítimas. Fazer justiça. Foi por isso que consegui ir até o fim. Obrigada, Espo.

- Não tem que agradecer. Fiz pela minha amiga, por alguém que respeito muito.

- Mesmo assim, obrigada.

Ela apertou a mão dele e Esposito a envolveu num abraço. Ao se separarem, ele não pode deixar de comentar.

- Sabe Beckett, eu não era o único preocupado com você. Na verdade, foi Castle que me pediu para ajudá-la porque julgava que eu tivesse a maneira certa de fazer isso. Ele estava muito preocupado. Ele realmente gosta de você, Beckett e não estou me referindo ao lance da amizade ou parceria.

Ela esboçou um pequeno sorriso e voltou a caminhar rumo a sua mesa quando avistou Castle chegando com dois copos de café. Ofereceu um a ela.

- Bom dia, Beckett.

- Oi, Castle.

- Dormiu bem?

- É, dormi. Obrigada pelo café.

- Que isso, estou colocando na conta. O que temos hoje?

- Aparentemente nada de interessante.

- Será que todos os assassinos de Nova York resolveram tirar férias ?

- Quem sabe, Castle...quem sabe.

Ela sorvia o café com gosto quando o telefone tocou. Ela escutou com atenção e agradeceu informando que estaria logo lá.

- É Castle, parece que ainda existem homicídios por aqui. Pronto para mais uma?

- Nem precisa perguntar duas vezes.

Eles pegaram os casacos e rumaram para o elevador.


XXXXX


Em algum lugar de NY...


Beckett movia-se graciosamente sobre o colchão, confortável. Uma das mãos sobre o estômago de Castle. Relaxada. Ela estava sonhando no estado primário do sono. Era um sonho bom, com Castle. Ela sorria. Ao abrir os olhos, percebeu que estavam muito... estranhos? Ele também parecia tranqüilo. Então, a ficha caiu. Ela se levantou assustada. Olhou para ele ainda de olhos fechados. O que estava acontecendo? O que ela estava fazendo ali com Castle? Percebendo o movimento, ele falou.

- Não levante ainda. Fique na cama.

- Castle.

Ela estava assustada. Alarmada.

- Kate. Oi.

-Castle.

No minuto que ele percebeu o jeito que o nome dela deixou seus lábios e a forma que ela o chamou, a dúvida pairou na sua cabeça.

-O quê?

-Você fez isso?

-O quê?

- Pare de dizer "o quê?" e acorde.

Eu não...

Ele tentou mexer o braço e notou as algemas que prendiam aos dois.

-Estamos algemados. Pervertido.

-Castle, não é engraçado.

- Não disse "engraçado", disse "pervertido." E não nos algemei.

-Acha que eu fiz isso?

-Parecem algemas de polícia.

-Alguém fez isso conosco.

Eles sentaram-se na cama. Ambos confusos tentando lembrar como aquilo tudo aconteceu.

-Reconhece este lugar?

-Não. Mas se fosse escrever um livro, este seria o lugar onde coisas ruins aconteceriam.

- Meu relógio sumiu.

-O meu também e minha carteira.

-Meu distintivo e minha arma.

- E meu telefone. Acabei de renovar o contrato.

- Quer parar de brincar?

-Eu questiono seus mecanismos de enfrentamento?

- Qual a última coisa que se lembra?

Ela estava chateada. Não gostava de não ter o controle das coisas. Não lembrava de nada e um pensamento estranho martelava em sua mente.

- Eu...estou meio confuso.

-É, eu também.

- Acho que fomos drogados.

- É, também acho e não é do tipo bom.

O pior de ser drogado é não ter noção do que possa ter acontecido. E Beckett tinha medo que eles tivessem... bem, tivessem feito algo que não deviam.

- Muito bem. Levante minha blusa.

- Ainda pode estar sob influência, mas tudo bem.

- Castle, não desse jeito. Veja minhas costas. Algo dói.

Ele levantou a blusa dela e percebeu uma marca de agulha.

-Há uma marca de agulha.

-Fomos drogados.

Não resistiu a pele à sua frente e passou os dedos levemente sobre a parte exposta da costa dela.

- Parece trabalho de um anão com uma zarabatana.

- Pode abaixar minha blusa.

-Sim, desculpe.

Não, ele não se sentia arrependido pelo que fizera.

-Obrigada.

Ela virou-se de frente para ele falou tentando reorganizar as idéias.

- Certo, Castle, quero que pense muito bem. Qual a última coisa que lembra desta manhã?

- Eu estava com você. Fomos a um lugar decadente, um hotel que aluga quartos.

-Acabou de inventar isso? Surpresa.

-É onde estávamos. Você ligou e pediu para te encontrar lá.

-É verdade.

-Sim. E depois te levei a um quarto e nós...

Eles se olharam intrigados. Beckett matutava se era possível...não...era???

- E nós...

De repente uma memória e o alívio no rosto de Beckett não podia ser melhor.

- Um corpo. Fomos ver um corpo.

Certo. Um corpo.

E a memória voltou a mente deles.

- Sabe o que mais amo em trabalhar com você? Sempre me leva a lugares charmosos.

Ela sorriu.

- Sou uma garota simples. Vou aonde os corpos estão. Além disso, para um escritor, hotéis decadentes não é padrão?

- Sim. Na verdade, são fontes de obscenidade.

- Atrás de cada porta, um conto delicioso de desespero,de depravação...

-Ou morte.

Eles entraram no quarto e se depararam com Lanie e Esposito discutindo. Eles falavam algo sobre ser controlador.

- Desculpem. Estamos interrompendo?

Lanie fechou a cara e respondeu.

- Não. A vítima é homem branco, por volta de 30 anos.

Ela começou a descrever o que sabia e sua potencial causa mortis, o estranho era um marca de agulha nas costas. Parecia ter sufocado, apenas parecia. Isso era assassinato alguém tentara apagar a identidade dele queimando as pontas dos dedos, sem carteira, nada sobrava para identificação apenas o nome que ele se registrara no hotel. Jack Sparrow e pagou pelo quarto em dinheiro.

- O atendente disse que ele estava nervoso quando chegou.Ele ficava olhando para trás.

- Muito bem... ninguém se dá ao trabalho de apagar uma identidade, a menos que tenha uma ótima razão. Lanie, quais as chances de recuperarmos digitais?

- Depende de quão ruim as queimaduras estiverem.

-Vou levá-lo ao necrotério.

-Nesse meio tempo, vá com Ryan comparar as fotos com as dos desaparecidos e ver se algo aparece.

-Pode deixar.

Beckett tentava colocar as idéias em ordem para entender como ela e Castle foram parar ali.

- Indigente em hotel com as digitais queimadas. Como viemos parar aqui?

- Simples, simples.

Beckett tentava se levantar já meio irritada com a situação e acabou caindo. Droga! Ela esquecia que eles estavam algemados.

- Odeio dizer o óbvio, mas estamos unidos aqui.

-Certo, levante-se. Vamos lá.

Mas eles acabaram se enrolando ao tentar se mexer.

- Você é sempre assim pela manhã?

Ela não ia responder.

- Isto é...

-Isto é estranho.

-É.

- Não podiam nos algemar como em "Fuga à Meia-Noite"?

Beckett não deu atenção às palavras dele. Queria juntar os pedaços soltos de memória e arranjar um jeito de saírem dali.

- Ryan procurou nosso cara nos desaparecidos e não houve correspondente. Então o quê?

- Então... – Castle pensativo - Ryan me perguntou... se passou ação de graças com a família dele, teria que passar o Natal com a família da Jenny.

- Castle, estou falando do caso.

- Se quer reconstruir, deve ser em ordem.

- Está bem. Digitais queimadas, sufocado, marcas de agulha.

- O necrotério. Fomos ao necrotério.

E as memórias começaram a clarear novamente. Castle importunava Lanie querendo saber sobre ela e Esposito.

- Já falei, não é da sua conta.

- Claro que não é da minha conta, é por isso que quero saber.

Beckett entra nesse instante.

-Saber o quê?

-Porque ela e Esposito brigaram.

-Não é da sua conta. Beckett replicou.

-Essa é a questão.

-Como estamos?

-Ainda sem identificação. Mas as mãos têm calos, provavelmente trabalhava em algo que exigia esforço.

-E as digitais?

-A pele está muito danificada. Mas talvez eu possa amolecer o tecido, pegar da parte abaixo da camada epidermal.

-Você consegue fazer isso?

-Sim, em alguns casos. Mas levará alguns dias, enquanto isso, achei isto. Estava preso na dobra do bolso de sua calça.

Um pedaço de papel.

- Seria fácil o assassino não perceber.
"Rua 97ª, 147, Leste. 16h."

No distrito descobriram de onde era o endereço.

- É o endereço do Café Cambury, a meia quadra da Broadway.

- Às 16 ele se encontrou com alguém.

- Ou conheceu alguém.

Ela pegou a voto da vítima.

- Levem isto e vejam se alguém lembra ter visto a vítima lá. Talvez ajude a identificá-lo.

-Beleza.

- O que havia de tão especial na vítima para o assassino apagar sua identidade? Não diga "espião".

Castle abriu a boca para falar mas Beckett foi mais rápida.

- Nem "encomenda da máfia".

- Encomenda da morte de um espião? Ele tentou.

- Teorias loucas não irão ajudar, não até descobrirmos quem ele é.

Ela se levantou e pos-se a examinar o quadro à sua frente. Castle examinava o pedaço de papel em suas mãos.

-Beckett.

-O quê?

- Este é um código de barras postal. A vítima escreveu atrás de um envelope.

- Código de barras postal?

É, desses risquinhos que há em etiquetas e envelopes. É uma maneira de identificar, exatamente, um endereço, mas traduzido por máquinas. Decodificando isso, saberemos, exatamente, onde estava a vítima quando escreveu o recado.

De volta ao quarto escuro, ela elaborava a história.

- Então ligamos para o Correio e nos deram o endereço.

Os dois disseram juntos.

-A casa no Queens.

-A casa no Queens.

E relembraram mais um pedaço para o quebra-cabeça. Eles andavam rumo a casa.

- Sabe por que Lanie e Esposito estavam brigando?

- Por tudo. Ambos querem ficar juntos, mas não querem admitir.

- Por que as pessoas fazem isso com elas mesmas?

- Talvez eles não vejam.

E de repente, Beckett se pegou imaginando a situação deles dois. Não eram nada diferente de Lanie e Espo.

- Como poderiam, é tão óbvio.

E mesmo sendo óbvio, vocês ainda não conseguiram resolver o caso de vocês né Castle? Ele pensava olhando para Beckett. Tão fácil falar...

- É este o lugar?

- É o endereço.

- Não parece ter alguém em casa.

Eles entraram na casa.

- Olá! Polícia de Nova Iorque, alguém aqui?

Eles caminhavam pela casa. Beckett tinha a mão na arma.

- Olá? Tem alguém aqui?

- Bill e Nora Ranford. Talvez Bill seja o nosso indigente.

- Polícia, identifique-se.

Ela apontava a arma.

- Ajude-me.

- Senhora?

Beckett se abaixou próximo a uma gaiola onde uma senhora estava presa.

- Senhora, está bem?

Eles estavam sentados olhando um para o outro no escuro.

- Aquela senhora em uma gaiola...

- Sim, é a última coisa que eu lembro.

- Eu também.

- O que está acontecendo?

Eles ainda não tinham a mínima idéia.

De volta ao distrito, Esposito e Ryan não tinham muito o que acrescentar ao caso mas Gates estava interessada em saber de Beckett. Infelizmente, os garotos não tinham idéia do que estava acontecendo aos dois. Espósito não teve sucesso ao contatar Beckett então ele decidiu localizar o carro deles que fora encontrado abandonado em uma rua de Nova York.

Enquanto isso...

Eles andavam em círculos. Por causa das algemas acabavam esbarrando ou maltratando um ao outro.

-Castle, pode cooperar comigo?

-Que tal você cooperar comigo?

- Por que você tem sempre que comandar?

- Por que você tem sempre que se comportar mal?

- Desde de quando eu... Certo, quer saber? Me diga uma coisa... por que você tem sempre que ser a primeira?

Ela estava parada olhando pra ele começar a se movimentar fazendo o discurso com um certo ar de deboche.

- A primeira a sair do elevador, a primeira a passar pela porta.

-Sou uma policial. Sou eu quem tem a arma. Ser a primeira a passar pela porta é o meu trabalho.

Ela virou de costas para ele chateada pela conversa que acontecia. Mas Castle só queria mostrar para ela que por vezes ele gostaria de ser um cavalheiro.

- No elevador? Que tal isto: mataria deixar alguém abrir a porta para você de vez em quando?

-Percebe que se alguém abrir a porta para mim, eu serei a primeira de qualquer forma, certo?

-É, isso. Esqueci. Tem que ser a mais esperta. Tudo é uma competição.

Droga Beckett porque você não pode ceder um pouco? Só quero mostrar pra você que a gentileza é parte de qualquer relacionamento. Que teimosa que ela é.

- Isso não é verdade. Você é sempre assim de manhã?

Nossa parece que estou casada com o Castle!

- Discutiria com você, mas teria que te deixar ganhar.

- Certo, ótimo. Vá em frente. Você comanda.

- Obrigado.

Tá, mas o que eu vou fazer? Não queria realmente liderar, ah droga! Ela vai me achar um idiota e tirar sarro da minha cara agora.

- Aonde você queria ir?

A cara risonha de Beckett bastava pra ele ouvir mesmo sem que ela dissesse – eu te disse!

- Acho que há um interruptor ali. Ou você quer ficar no escuro?

Ao se encaminharem para o tal canto, Beckett não pode deixar de exprimir um sorriso de satisfação por ter provado seu ponto. Ao acenderem a luz encontraram um porta de aço.

- Gostava mais daqui no escuro.

- Esta porta é de aço. Sem chance de sair daqui.

- Estas paredes são de blocos de concreto.

- O que acha que há naquele freezer grande? Acha que é aquela senhora?

- E se estivermos na toca de um psicopata e tivermos que nos matar?

-Castle, pare de especular. Não está ajudando.

-Fala sério. Uma velha em uma gaiola, nós, algemados num quarto assustador. O que devo pensar?

-Que precisamos dar o fora daqui antes que alguém volte.

Ela já subia no tal freezer e esticava-se procurando algo que facilitasse uma fuga. Percebeu que precisaria se mexer mais facilmente. E as algemas não estavam ajudando aos dois. Não queria machucá-lo.

- Quanto tempo acha que apagamos?

-Umas duas horas.

-Como sabe?

- Porque estou com fome.

Castle remexeu no bolso e ofereceu a ela um pacotinho.

- Tenho um pouco de Beef Jerky.

Ela olhou pra ele sorrindo. Precisava de mobilidade e decidiu por isso.

- O quê?

- Segure minha mão.

Castle pareceu surpreso com o pedido.

- Para que as algemas não nos cortem.

Ela envolveu a mão dele na sua e continuou a explorar o lugar.

- Poderíamos tentar tirá-las.

-Tem um grampo de cabelo?

-O que é isso, os anos 40? Estas são as minhas algemas. Não vai abri-las com um grampo de cabelo. Aceite. Estamos presos.

Ele ficou pensativo por um momento.

- Acha que alguém sabe que sumimos?

- Martha e Alexis notarão se não for para casa, certo?

- Minha mãe levou Alexis num tour pelas universidades neste fim de semana.

-Esposito e Ryan...

Ela já descera do freezer e andava pelo quarto.

-É, provavelmente notarão, mas não significa que irão... nos encontrar aqui.

Beckett olhou para cima e percebeu algo novo.

- O que é aquilo?

-É uma escotilha.

-Se conseguirmos chegar lá, podemos conseguir sair.

-É, mas é muito alto.

- Não se subirmos naquilo.

Ela apontou para o freezer novamente. Castle já podia perceber o que ela estava tramando.

E depois de várias tentativas em falar com Beckett no celular sem sucesso. Gates ordenou que procurassem pelo carro dela e realmente a viatura foi jogada em uma rua qualquer de Nova York. Gates já estava preocupada com o que Castle podia fazer com Beckett. Enquanto discutiam foram surpreendidos por um visitante que era exatamente igual ao retrato falado que obtiveram. Era um outro policial que estava na cola da vítima por drogas.

Enquanto isso, Castle e Beckett tentavam achar um jeito de escapar do buraco onde se encontravam. Ela se apoiava e fazia força para empurrar o freezer. Os gemidos que escapavam a sua boca demonstravam o quanto ela lutava para mover aquilo de lugar.

-Não consegui um ângulo bom.

-É, tente isto.

Castle resolveu mudar de posição. Ficou atrás dela e quem visse a cena em qualquer outra circunstância podia inferir algo totalmente diferente. Ele mesmo se pegou pensando na possibilidade.

-Pronta?

-É melhor que não esteja gostando disso, Castle.

-Te direi em um minuto.

-1, 2, 3.

-Empurre.

Eles empregaram toda a força que tinham em meio aos gritos. Exaustos e sem sucesso, desistiram.

- Certo.

- O que houver aqui pesa bem mais do que uma velha senhora.

Beckett ainda recuperando o fôlego, falou.

- Parece que... está cheio de pedras.

-E se o esvaziássemos?

-Ótima ideia, Castle, só que está trancado e não tenho alicate aqui.

- Mas é cadeado com combinação.

-E daí?

-E daí... que quando escrevi "Storm Rising", estudei com um dos melhores arrombadores. Posso abri-lo, só não sei se é o que queremos.

Eles sentaram na frente do freezer e Castle esperou pela resposta dela com o cadeado na mão.

- Abra logo, Castle, antes que os seqüestradores voltem.

Por um longo período, ele continuava tentando desvendar o código para abrir o cadeado. Ela já estava cansada e a irritação começava a perturbá-la. A posição dela também era ingrata.

- Pelo amor de Deus, Castle. Por quanto tempo fará isso?

- Quase consegui.

- É, igual das últimas 100 vezes.

- Vós de pouca fé. Você seria uma péssima gêmea siamesa.

- Pode devolver minha mão?

Ela massageou o pulso e descansou o braço que já estava ficando doido.

- Tem alguma teoria para explicar tudo isso? A senhora na gaiola, o desconhecido com as digitais removidas, nós algemados, mas ainda vivos?

- Acho que é uma teoria que não quer ouvir.

- Por que não?

- Com esses elementos, não há versão que termine bem, nem que fosse uma versão da Disney.

- Era isso que eu temia.

- A boa notícia é que faz tempo que sumimos, já devem estar procurando por nós.

Ela ficou pensativa, poxa ele só estava querendo ajudar. E não tinha mesmo outra opção naquele momento. Devolvendo a mão para ele, acabou concordando sorrindo.

- 101 vezes é o número mágico?

E assim eles passaram vários minutos esperando encontrar a combinação ideal. De repente, um clique. Castle balançou o cadeado e o mesmo abriu.

-Consegui.

-Conseguiu!

Eles se levantaram e encararam o que estava na sua frente. Beckett olhou para ele.

- Não pode ser tão ruim. Já vimos cadáveres antes, não é?

- É.

Eles abriram a porta.

- Não é um cadáver.

- Não. É pior.

Eles olharam um para o outro.

- Algemas e ferramentas de tortura.

- Sua teoria de um louco, assassino, psicopata e sádico não é tão irreal, Castle.

- Não sei se fico orgulhoso ou apavorado.

-Prefiro motivado.

-Verdade. Vamos sair daqui.

E eles começaram a tirar as milhares de algemas do compartimento.

E Lanie, Esposito e Ryan continuavam atrás de alguma pista que os levassem a Beckett e Castle. Finalmente depois de muito avaliar e em parceria com Chuck Martinez eles encontraram a pista do suposto caminhão que a vítima dirigia. Uma caixa grande e vazia cheia de buracos e um farto maço de cabelo também completavam a cena.

XXXXXX

Depois de esvaziarem o baú, empurraram-no até a área abaixo da escotilha.

- Ainda está muito alto.

Ambos estavam em cima do baú.

- Não se eu subir nos seus ombros.

Castle olhou para ela intrigado.

- O que foi? Já fizemos isso antes.

- Fala como se tivesse sido agradável. E não estávamos algemados.

-Quem não tem fé agora? Vamos, Castle. Não sabemos quando voltarão ou se voltarão.

Castle observava os sapatos de Beckett. Aqueles saltos acabariam com ele.

- Na última vez, você estava de tênis.

- Tudo bem.

Ela se apoiou no braço dele e tentou se livrar do sapato sem sucesso.

- Preciso da sua ajuda.

Virou-se de costas para ele e ergueu a perna.

- "Levante minha blusa", "tire minhas botas". Em circunstâncias normais, gostaria do rumo disso.

- Pode fantasiar mais tarde, depois que sairmos daqui.

- Não é tão divertido se tenho sua permissão.

E ela se tocou do que estavam falando. Ela insinuou que ele poderia fantasiar e ele meio que deu uma alfinetada nela por querer fazer isso do jeito dele. Da última vez que tentaram isso, ele agarrara seu bumbum. Ainda tentando tirar as botas, Castle continuou instigando-a.

- Como consegue correr nessas coisas?

- Cale a boca e puxe.

Finalmente ela já estava descalça e olhou para ele procurando por apoio.

-Pronto?

-Pronto.

Ela apoiou o pé na mão dele que estava algemada a dela para dar impulso e subir nas costas dele.

- 1, 2, 3!

Ela estava toda enrolada no ombro dele sem conseguir se equilibrar e sentindo a dor no pulso.

- Jesus... Castle!

-Certo, pode me descer?

-Certo. Devagar.

- Se conseguirmos escapar, deveríamos entrar para o circo.

- Deixe-me tentar por trás, está bem?

- Tudo bem. Fique à vontade.

Ela se colocou atrás dele segurando as duas mãos dele nas suas para conseguir dar o impulso.

-Certo.

-Pronto?

-Pronto.

-1, 2...3.

Ela pegou um impulso e subiu primeiramente os joelhos e logo depois os pés ficando em sobre os ombros dele ainda de mãos dadas com ele.

- Tudo bem. Tudo bem.

- Levantarei minha mão esquerda, preparado?

- Certo.

E assim ela fez. Castle sentia a dor no próprio ombro por causa da movimentação dela tentando alcançar a escotilha.


- Não é tão divertido quanto imaginei. Estou me cansando de você ficar em cima de mim.

Kate conseguiu encostar na tampa e percebeu que podia fazer algo.

- Está aberta. Acho que posso puxar...

Mas no instante que ela ia fazer isso a tampa da escotilha se abriu e um cara mal encarado e forte os olhava. Com o susto, Beckett gritou e se desequilibrou levando Castle com ela em queda direta no colchão.

-Deixe-nos sair!

-O que quer de nós?

E sem nenhuma palavra, ele tornou a fechar a tampa.

No distrito, Gates, Esposito e Ryan andavam em círculos. Cada nova pista que achavam ao ser investigada, dava em um beco sem saída. Gates já estava irritada pois tinha certeza que Castle e Beckett sabiam de algo que estava escapando deles. Foi quando Esposito comentou que eles tinham apenas o endereço do café. Gates pegou a prova e observou não vendo nada que chamava atenção. Ao devolver a evidência para o quadro quando Ryan a impediu. Ele notou o código do envelope e encontrou o endereço. Eles revistaram o local e nada encontraram além de um alçapão. Ao abrirem, viram cadeiras panos e cordas, indicando que alguém fora mantido em cativeiro.

Castle tentava com um facão quebrar a corrente das algemas. Infelizmente não estava dando muito certo.

-Droga!

-É de metal, Castle. Não escaparemos sem as chaves.

- Há outro jeito.

-Não temos que tirar as algemas.

Ele estava sério, Beckett franzia o cenho intrigada.

-Quer dizer...

- Mad Max. 127 Horas.

- Está oferecendo para cortar sua mão?

-Não. Pensei na sua.

-A minha? Por que a minha?

É menor.

Antes dela rebater a idéia dele, Beckett ouviu passos e vozes.

- Estão vindo.

Eles se aproximaram da porta tentando escutar o que se passava.

“Diga que é um bom preço. Se gostar dela, consegui mais dois que posso vender com desconto. Só preciso movê-los agora.”

- Parece árabe. Estão indo para outra sala.

Eles seguiram para o outro lado da sala.

- Castle, há mais alguém lá.

“Ela é bem bonita. Assim como pediu.”

-Eles têm mais alguém.

-A senhora?

- Não, parece mais uma garota. Como... Como se estivessem vendendo-a.

- É tráfico humano. É isso. Estão seqüestrando e vendendo gente. Por isso estamos vivos. Não vão nos matar. Vão nos vender.

A cara de Beckett foi de total descrença.

- O quê? Sou um escritor de best-seller.

-Quanto devo valer?

-Melhor não descobrirmos, certo?

- É, mas ainda assim.

Eles esperaram um certo tempo antes de tentar um novo contato. Com uma faca na mão, Beckett batia na parede para chamar a atenção.

- Olá, pode nos ouvir? Castle, ouço alguém respirando.

-Talvez ela foi sedada.

-Olá. Pode nos ouvir?

-A parede é de estuque e tijolo.

-E?

- E as outras são de blocos de concreto. Se cavarmos, podemos sair e ajudá-la.

Ela continuava batendo na parede e viu parte dela ceder.

- Como sair de uma prisão e entrar em outra ajudará a algum de nós?

-Deixe-me te perguntar, se fosse Alexis do outro lado, o que faria?

E com essa declaração, ela o fez cavar junto com ela. Depois de alguns minutos destruindo a parede, ela ainda insistia.

- Certo, já deve dar. Troque de lugar.

-Tudo bem.

Ela tossiu.

-Pronto?

Ela apoiou o corpo nos braços dele e usou os pés para bater na parede.

-Vá.

Depois de alguns segundos, ele ordenou.

-Troque de novo.

-Certo.

Ele se pos de costas e ela apoiou-se agora no baú.

- Tudo bem.

- Juntos. Pronta?

-Pronta.

-Vá.

Ambos chutavam a parede. A força de Beckett e o salto provocavam mais efeito na quebra da parede. Castle ajudava-a com o próprio pé. Até que ela conseguiu abrir um buraco na parede.

- Sempre gostei de suas pernas, mas agora as respeito.

- As suas não são ruins também. No próximo piquenique policial, vamos na corrida de 3 pernas.

-Está combinado. Certo.

Ela se levantou e aproximou o rosto da parede.

- Olá! Pode nos ouvir?

- Suponho que queira ir primeiro.

- Não. Pode ir em frente. Beckett estava ofegante.

-Vou mesmo.

-Tudo bem.

E Castle tomou à frente. Quebrou alguns pedaços extras da parede e colocou a cara pelo buraco.

- Olá! Você está aí? Estamos aqui...

E ele deu de cara com um tigre rosnando para ele. Rapidamente ele jogou o corpo para trás mediante ao grito assustado de Beckett.

- Um tigre?

- É, um tigre. Quase mordeu o meu rosto.

- Espere. Isso explica a jaula, as correntes e as facas de açougueiro.

-Um tigre? Era o que negociavam.

-Sim, estão em extinção. O tráfico é ilegal. Flagramos a operação.

- Flagrar a operação não é o problema agora. Aquele tigre entrar aqui é nosso problema.

- Não se preocupe Castle. Ela não vai passar da parede.

Nesse momento a tigresa começou a derrubar parte da parede com as patas arrancando outro grito de Beckett.

- Volte! Volte logo!

- Sou só eu, ou ela parece um pouco faminta?

- Isso é ruim.

Castle meteu a mão no bolso a procura do pacotinho que oferecera antes para Beckett.

- O que está fazendo?

- Vou comprar um pouco de boa vontade para nós.

O rosto de Beckett demonstrava medo e apreensão.

- Não, não, Castle, não chegue perto dela.

Mas Castle aproximou-se um pouco e jogou o petisco do outro lado da parede.

- Ela foi pegar.

- E quando acabar, ela vai querer mais.

Nem bem Beckett acabara de falar, a tigresa avançou na direção dele e Kate se pos a gritar novamente.

- Meu Deus! Está vindo!

O animal continuava raspando a parede. Beckett se afastou da área procurando pelas facas. Pegou uma delas. Fechou a tampa do baú e preparou-se para empurra-lo de encontro à parede.

- Vamos.Temos que cobrir aquele buraco.

- Empurre.

E juntos eles fizeram força para arrastar o baú.

- De novo.

Enquanto isso no distrito Esposito localizou todas as casas em posse do Banco Nacional com as mesmas características do outro imóvel. A lista reduziu para 11 casas. Gates ordenou que eles mandassem viaturas a todas as casas, queria traze-los de volta vivos. Em um dos endereços, os policiais acharam o local suspeito. Os rapazes foram checar pessoalmente.

XXXXXX

Eles continuavam empurrando até Castle notar que a tigresa já arrancava parte da parede com os próprios dentes, sua cara praticamente atravessando para o outro quarto.

- Beckett.

O que faremos?

-Vamos entrar no freezer.

-Vai fechar e nos sufocar.

-Prefere ser comida?

-Estou procurando a opção 3.

O animal estava quase conseguindo liberta-se. Castle estava preocupado com a segurança deles.

- Fique atrás de mim.

Beckett obedeceu claramente com muito medo de virar comida de tigre. Então, Castle exclamou.

- Tenho um plano.

E movidos pela adrenalina, ele trabalhou com ela para virar o baú na vertical e em seguida ambos subirem nele. Já de pé, eles observavam a tigresa que rondava o local onde eles estavam.

- Este é o seu plano? Sabe a que altura tigres saltam?

Ela mal falou, a tigresa pulou tentando alcançá-los e quase conseguiu.

-Alto.

-Ainda estamos vivos, não é?

A tigresa mantinha-se sob as patas traseiras rodeando o baú na tentativa de agarra-los.

Do lado de fora da casa, Esposito e Ryan procuravam por sinais de que aquela era a casa correta.

- Esposito, venha aqui.

Ryan localizou o carro dos suspeitos.

- Chame reforço.

A tigresa continuava dando pulos para pega-los. Eles moviam-se constantemente em cima do baú procurando não serem atingidos pelas patas dela.

- Lembra o que disse sobre entrar no circo? Mudei de ideia.

Mais uma ameaça da tigresa.

- Ela está brincando conosco. Vai derrubar. – Beckett estava apreensiva - O que faremos?

Castle resolveu apelar.

- Só há uma coisa a fazer. Gritar como garotinhas.

E assim eles fizeram. O que realmente funcionou pois chamou a atenção dos rapazes.

- Socorro! Socorro!

-Tire-nos daqui.

-Escute.

- Socorro. Alguém.

-Escutou isso?

-Sim.

Os dois começaram a seguir as vozes para achar de onde elas vinham.

-Estamos aqui embaixo. Socorro. Alguém nos ajude.

- Socorro.

Ate que eles acharam o alçapão e abriram a porta.

-Beckett, Castle.

-Esposito.

-Aquilo é um tigre?

-Sim, sim. É um tigre. Que tal nos tirarem daqui?

- Certo, aguenta aí. Já resolvemos isso.

Uma arma fora engatilhada.

- Soltem as armas, garotos, ou mando vocês pelos ares.

Beckett gritava.

- Rapazes, abram o alçapão.

-Caras!

-Ryan, Espo, ajudem!

-Abram a porta!

-Socorro!

-Tirem-nos daqui!

-Abram a porta.

Mas Esposito e Ryan tinham que lidar com uma senhora armada e dois marmanjos que estavam a fim de matá-los. Para eles a situação também não era nada favorável, o animal estava disposto a atacá-los o mais rápido possível. Ela grunhia e pulava tentando alcançá-los e eles gritavam por ajuda.

- O bicho está pegando.

-Socorro!

-Ajudem-nos!

-Vamos! Rápido!

Do lado de fora, a senhora já sabia que tinha pouco tempo para agir então ela deu as opções para os rapazes, ela e os filhos fugiriam enquanto os dois esqueceriam deles e tentariam salvar seus amigos. Pareceu uma boa idéia ficar com a segunda opção. Do lado de dentro, Castle estava jogando a toalha.

- Desculpe. Não sei mais o que fazer.

- Kate...

- Não, Castle, não sobrevivi a uma bala no coração para morrer mastigada por um tigre.

E ela começou a mover-se procurando alguma saída. Nesse momento, o animal rugiu alto e pulou com toda sua força derrubando o baú onde eles estavam. Esposito tomou a decisão de deixar os bandidos irem e salvar seus amigos, saberia que lá fora eles poderiam apanhá-los já quanto a Kate e Castle o risco aumentava a cada minuto. Quando eles finalmente abriram o alçapão, não viram sinais dos dois além do baú derrubado.

- Meu Deus. Ela os comeu.

-Não nos comeu. Mas comerá se não se apressarem.

Era a voz de Kate. Ao erguer os olhos eles os viram juntos pendurados em algo no teto.

- Boa pegada.

Eles resgataram os dois para fora do alçapão e retiraram as algemas enquanto Gates fazia a prisão dos traficantes de animais.

- Algemados por esse tempo todo? Estou surpreso de não terem se matado.

-Não faltou vontade.

-Até acharmos nosso ritmo.

- Acho que iremos para Flórida de avião.

- O quê?

Gates apareceu segurando uma pequena caixa que entregou para Beckett. Sua arma e seu distintivo além de objetos pessoais estavam nela.

- Acredito que seja seu.

Esposito acrescentou as algemas a ela.

- Isto também.

-Obrigada. Como vocês...nos acharam?

- Seguimos as migalhas até aqui.

- Sorte para nós que alguns detetives ainda informam seu paradeiro. Graças a vocês, instituirei uma nova regra em nosso departamento. Ninguém vai a lugar algum...sem avisar antes.

A cara de Beckett e Castle não foram das melhores, depois de tudo que passaram ainda ter que levar um sermão e saber que estariam presos de certa forma com Gates não ajudava muito. Ryan e Esposito também não ficaram nada satisfeitos.

- Obrigado. Agradecemos por isso.

- Pelo menos não teremos tanto trabalho para tirar o de vocês da reta.

Eles saíram juntos conversando.

- Senti saudades, a propósito.

-Sério? Prove.

-Provarei.

-Como era o tigre?

-Espo, pare.

- Era grande?

O investigador Martinez cruzou todos os dados e descobriu que Ruth Spurloch e os filhos trabalhavam com tráfico de animais selvagens desde o Texas, faturaram muita grana já que vender animais exóticos lá não é crime. Porém, ao transferir o negócio para New York, o mesmo passou a ser crime federal. Como Spooner transportava a carga, Ruth tinha medo de que ele os denunciasse e por isso o apagou. O caso será agora entregue ao FBI.

Beckett e Castle receberam as ultimas informações sobre as provas do crime numa conversa com Ryan. Curioso, Castle perguntou.

-O que acontecerá com o tigre?

-Será morto. Disse Esposito. Mas Beckett o corrigiu.

- Será transferida para um abrigo.

- Ou isso.

- Deve parar no zoológico. Por quê? Quer visitá-la?

Beckett olhou para ele com ar estranho.

- Não. Não, obrigado. Estou bem.

-Vão descansar.

-Vocês também.

Ela seguiu para sua mesa. Castle atrás.

- Deve ser o encontro com a morte mais estranho que já tive.

- Eu também.

- Ia te dizer, depois dessa experiência, se eu tiver que ficar unido a alguém, seria a você.

-Unido?

A conotação no tom de voz dela deixou-o sem graça. Ele a ajudava a vestir o casaco.

-Unido? Não disse unido. Disse algemado. Algemado, não unido... nem coloquial ou outra conotação e significado.

- Certo, Castle. Entendi sua colocação. E para constar, se eu tiver que passar outra noite algemada com alguém de novo, não me importaria se fosse com você.

Ela olhou diretamente para ele. Um pensamento tomou sua mente e ela decidiu compartilhá-lo.

- Sério? Castle parecia surpreso.

- Mas, da próxima vez, faremos sem o tigre.

Ela saiu andando com um sorriso maroto nos lábios.

- Próxima vez?

Ela tornou a olhar para ele e em seguida deixou o distrito. Castle ficou pensando nas palavras dela e sentiu-se inspirado, Beckett realmente estava começando a demonstrar mais o que estava em sua mente. Isso era bom para os dois.


Continua....

Um comentário:

Eliane Lucélia disse...

Oi, demorei, mas apareci. Bom não tenho muito o que dizer já que a própria autora tem a consciência do que saiu "errado" então não tem porque ninguém falar, mas, porem, entretanto, todavia, se eu disser que não gostei, estarei mentindo pq eu gostei e não vou ser hipócrita em não falar, dei boas risadas fui lendo e vendo as imagens na minha cabeça e imaginando como poderia ter sido algumas cenas, tipo aquela que eles acordam quase que abraçados, já imaginou se eles tivessem acordado nús, kkkkk sei que tow viajando, mas viajar às vezes é tão bom, se isso tivesse acontecido no epi talvez não ficaria tão bom quanto a cena que formulei em minha cabeça enquanto estava lendo. Viu, bom escritor é assim, acerta até quando erra. bjosss ansiosa pelo próximo.