sexta-feira, 19 de abril de 2013

Reflexões de uma Escritora - Dois anos e lembranças


Dia 19 de abril. 

Hoje exatos dois anos que Vó Dinah nos deixou para subir um degrau a mais na escada da evolução humana. 
Dois anos atrás tinhamos dúvidas se suportariamos, ou se a dor passaria. 
Posso dizer que sim, a dor na verdade se dilui com a máxima de que o tempo cura tudo. Essa mesma dor da partida se transforma em algo ainda melhor: lembranças. 

E ao contrário do que as pessoas possam pensar sobre mim, tenho o prazer de lembrar da minha vó em momentos inesperados como uma simples conversa sobre culinária. Os quitutes da vovó ninguém faz igual e nem ela fazia porque além de não gostar de comer a comida não adiantava pedir a receita porque ela não tinha - dizia: "eu misturei umas coisas, acrescentei uma pitada disso, um pouco daquilo e pronto. Não sei fazer de novo".

Lembro da minha vó cada vez que terminou um bom livro porque ela era apaixonada por leitura, ou quando vejo uma palavra difícil a qual não sei o significado porque ela saberia. 

E pra quem não sabe vovó era seriadora! Assistia os episódios de LOST que baixava na internet! como não lembrar dela a cada post saudoso que vejo da série? 

Outro dia, em uma conversa com amigas (o qual o contexto aqui é irrelevante) mencionamos algo sobre cerejas. De repente, eu tive um momento deja vú....eu me vi numa das últimas viagens aos States na estrada e ela comentando que não via a hora de chegar no hotel para ir direto ao supermercado comprar um saquinho de cerejas... a imagem nítida do dia veio à tona, ela segurando o saco com cerejas e saboreando com vontade aquelas frutinhas. 

Como amante da leitura e da escrita afirmo: é exatamente as histórias que me bastam, os momentos na memória que me visitam tão espontaneamente a ponto de me surpreender... surpresa gostosa essa! 

Portanto se ainda alguém se pergunta "fizemos tudo?", a resposta meus caros é bem simples: Sim, fizemos e vivemos o que era necessário em sua presença para cultivar na memória o prazer da companhia de Vó Dinah, as lembranças disso ninguém nos privará, o tempo não apagará. 

Portanto, a vida segue, os anos passam, o futuro virá presente e volta logo a ser futuro, guarde as lembranças como algo feliz jamais como amarras que te impeçam de escrever novos capítulos, novas histórias. 

Vivam! 

Vó Dinah certamente está fazendo isso. Agora mesmo ela está sentada em um sofá confortável feito de nuvens, um ótimo livro em mãos e um saquinho de cerejas ao lado, posso até escuta-la dizendo "essa história é "pai d'égua", Kaka!" 

Carpe Diem !!!

Bjo no cuore....


PS: Às leitoras desse blog, isso é apenas um momento de reflexão e não estou triste, essa foi a forma que encontrei através da escrita, minha paixão, de tocar aqueles que ainda não conseguiram seguir em frente...

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