Nota da Autora: Capítulo focado no presente e no caso, porém sempre com o lado Caskett... o próximo será melhor, prometo! Enjoy!
Cap.5
De olhos arregalados, Antonny sai do carro e olha para
o local onde estava a van sem entender exatamente o que acabara de acontecer.
No fundo, estava em negação quando finalmente gritou.
- Nãoooo Sasha!
Cadê a Sasha? Quero minha filha...não – e começou a chorar, não conseguia
manter a calma e como uma criança abandonada, ele apoiava-se na lixeira para
tentar se manter de pé – não, não...filha... – um dos policiais o segurou
ajudando-o.
O desespero do pai de Sasha comove Kate. Ela tinha
noção do que essa dor fazia com alguém. Já presenciara isso algumas vezes porém
nenhuma tão difícil e dolorida como a dor de Castle. Como ele, Antonny sofria. Beckett
foi até o seu encontro e tentou acalma-lo segurando-o pelos ombros pedindo
ajuda pois não seria capaz de conter um homem como ele sob a adrenalina que o
tomava. Quando um dos agentes se aproximou deles.
- Sr.Wilson, eu preciso que o senhor acompanhe o meu
colega agente Scott. Por favor, precisa se acalmar, em nada vai ajudar. Eu preciso
ir atrás de respostas, promete que ficará com protegido? Eu voltarei para falar
com você. Tudo bem? – ainda zonzo com tudo que acontecera, ele balançou a
cabeça deixando o agente guia-lo para um local mais calmo. Ela pode ver a
tristeza nos olhos dele. Engoliu em seco.
Afastando-se da confusão maior, Beckett reuniu mais três
agentes para seguir com ela na busca pela van através dos dispositivos
colocados nas mochilas. O aparelho que monitorava o chip estava na mão de
Jordan e mostrava claramente a van como um ponto em uma das rodovias que
cruzavam a cidade de Washington em direção ao interior da Virginia. A foto que
outro agente tirara da parte traseira da van, revelava uma placa que ela
suspeitava ser fria porém, já era alguma coisa a investigar alguém vendera
aquela placa aos sequestradores. O modelo e o ano da van também ajudariam nessa
busca já que durante o acontecido, vários equipamentos a laser foram capazes de
fotografa-la de várias direções.
- Beckett, vem aqui.
- O que foi, Jordan?
- A van parou.
- Tem as coordenadas do local?
- Sim, parece ser próximo a rodovia. Não posso
precisar se a van ainda está ali, mas o dinheiro sim já que o gps está nelas –
ele mexeu em alguns botões e uma mensagem apareceu na tela – pronto, enviei
para o seu tablet. Kate checou e o endereço com as coordenadas estavam lá.
- Obrigada, Jordan.
- Cuidado, Beckett.
Chamando os demais agentes, ela entrou no carro e foi
seguida por outra viatura. Vinte minutos depois, eles avistaram o local. Um
terreno abandonado próximo à rodovia. Nem sinal da van porém, havia um casebre
caindo aos pedaços. Pelo rádio, Beckett se comunicou com os outros agentes orientando-os
para rodearem a casa. De arma em punho, ela se esgueirou pela lateral da casa
buscando as janelas. Nenhum movimento interno. Recebeu um sinal do outro agente
indicando que estava em posição nos fundos da casa. Respirou fundo e liberou a
invasão. Ela mesma arrombou a porta da frente e entrou gritando e apontando a
arma para sua própria proteção.
- FBI! Vai, vai, vai…
Caminhando com cautela pela sala, percebeu que não
havia sinais de pessoas ali. Seguiu na direção da cozinha. Alguns restos de
comida no lixo, um copo dentro da pia. Cuidadosamente, Beckett pegou um saco de
evidências e colocou o copo dentro fechando-o. Prosseguiu.
Cômodo a cômodo, eles constataram que a casa estava
vazia. Um dos agentes encontrou uma das mochilas que continham o chip, jogada e
vazia em um dos cantos do quarto. Beckett desceu uma escada que dava acesso ao
porão. Havia claramente sinais de cativeiro ali. Pelo rádio, solicitou uma
equipe de peritos. Onde quer que Sasha tenha sido levada, as respostas estavam
ali, Em paralelo, ela ordenou a busca ao veiculo informando que o mesmo não se
encontrava na propriedade. Estiveram ali muito rapidamente, talvez apenas para
pegar a vítima. Esses caras sabiam o que faziam, não seria tão simples
agarra-los. Se suas suspeitas estivessem corretas, achando a van, as chances de
achar Sasha aumentavam consideravelmente.
Ainda ficou no local por mais meia hora supervisionando
os trabalhos da equipe de peritos. Entregou a evidência que recolhera para ser
levada ao laboratório. Dando as últimas instruções e deixando um dos agentes
encarregados, ela entrou em seu carro e rumou para o HQ.
Ao retornar ao HQ, Beckett encontra Stack e mais
alguns agentes reunidos buscando alternativas de ataque para quando
localizassem a van. O salão estava uma loucura. Jordan estava vidrado nas telas
de led enquanto os dedos voavam no teclado.
- Com licença, Stack onde está o Sr. Wilson?
- Na sala de reunião 3. Qual o status da investigação
no casebre?
- A casa estava abandonada mas claramente foi um
esconderijo para os sequestradores. Tenho certeza que Sasha estava presa
naquele porão. Deixaram alguns rastros e uma das mochilas para trás, o que nos
ajudou na localização. Deveremos ter mais informações depois que os técnicos de
laboratório analisarem as amostras que recolheram. Uma coisa é certa, a van era
seu meio de transporte, se não se livraram dela, então temos que encontra-la. Se
me der licença, vou procurar Antonny – ela já saíra da sala quando resolveu perguntar
– e a van? Progresso?
- Ainda procurando. Acredito que seja questão de horas
para acha-la.
Kate anda pelos corredores até vê-lo sentado atrás de
uma mesa. A cabeça baixa apoiada nas mãos, a expressão corporal dizia tudo o
que se passava com ele. A sensação de tristeza, estava arrasado. Ela também se
sentia assim, triste e frustrada por não ter conseguido cumprir a promessa que
fizera a ele.
- Sr. Wilson? – ela chamou por ele
cautelosamente. O homem levantou os
olhos na direção dela. Tinha os olhos vermelhos, o semblante cansado – o que
está fazendo aqui? Porque não foi para casa?
- Não saio desse lugar até que alguém me dê noticias e
mais importante me entregue a minha filha viva. Dez milhões de dólares! E cadê
a minha filha? E não agente, não é pelo dinheiro. Eu quero minha filha. Sasha
meu bebê... oh, Deus, porque isso está acontecendo? – ele tornou a levar as
mãos à cabeça, escondendo o rosto para que ela não visse as lágrimas que
voltaram a surgir nos olhos dele.
- Sr. Wilson, Antonny eu sinto muito. Sei que não é
isso que você quer ouvir agora. Não cumpri minha promessa e por enquanto, isso
é o que posso dizer: sinto muitíssimo. Acredite, vê-lo assim apenas me deixa
ainda mais determinada. Vou encontra-la. Isso não é uma promessa, é a minha palavra.
Vou acha-la.
- Agente é inútil... eles tem o dinheiro, Sasha... ela
não significa nada para eles, podem mata-la...oh meu Deus.
- Não! Isso ainda não acabou, precisa manter a
esperança. Vou encontra-la. O senhor precisa descansar. Sugiro ir para casa,
ficar com sua esposa. Ela também precisa de você – ela se aproximou dele e
tocou-lhe a mão – vá pra casa, não faça nenhuma besteira, certo? Confia em mim?
- Confio.
- Ótimo, então faça o que eu disse e espere. Vou
trazer Sasha de volta.
Beckett olhou para ele uma última vez e saiu da sala.
Respirou fundo. Olhar para esse pai sofrendo apenas servia para trazer à tona
seus próprios sentimentos quando passara por isso ao lado de Castle.
Felizmente, mesmo com a loucura de Castle, Alexis e ele voltaram sãos e salvos.
Era exatamente isso que ela pretendia para Sasha.
Voltou ao local onde Stack continuava a busca por
pistas. Ela tinha a sua própria e não importava o que precisava fazer, ela
seguiria sua linha de raciocínio. Beckett ainda não desistira de incriminar seu
suspeito, nem que precisasse agir sozinha para provar seu ponto de vista.
- Stack, tem um minuto? Preciso saber de um follow up –
ele distanciou-se dos demais para falar com ela - Porque o magnata do petróleo
não veio ao headquarters? Ele tinha uma entrevista conosco hoje pela manhã.
- Ele perdeu o avião.
- Certo, mas ainda está intimado a comparecer aqui.
Quero interroga-lo.
- Beckett, qual a relevância disso para o caso? Porque
essa insistência com o milionário? Você deveria estar caçando a van como todos
os outros ou pelo menos deveria estar fungando no pescoço dos técnicos para
apressarem as análises do suposto cativeiro.
- Posso fazer as duas coisas. Onde está o contato
dele? O documento – ao ver a cara de poucos amigos de Stack, ela desistiu –
deixa, eu me viro. Vejo com o Jordan. E saiu da sala com pressa. Antes de pedir
ajuda, checou o arquivo do caso via tablet já que as informações principais
eram enviadas a todos os envolvidos. Achou o contato da secretária dele. Ia
ligar quando percebeu a hora. 5:47 da manhã. Teria que esperar pela hora do
expediente normal. Gravou o número no seu celular. Ela não dormia a 24 horas.
Levantou-se e decidiu tomar um café antes de ir perturbar o pessoal do
laboratório. O café não fora suficiente
para mantê-la alerta por isso mesmo, no meio do caminho, comprou outro copo e
se sentiu melhor.
O trabalho no laboratório era lento. Por mais
tecnologia que tivessem aplicados ali, havia muitos pedidos de vários casos que
eram investigados pelos agentes do bureau. Beckett foi direto atrás do técnico
encarregado de seu caso. Mike era um cara muito descolado, um aficionado por
histórias em quadrinhos.
- Oi, Mike. Tem algo para mim?
- Muito cedo, Beckett. Talvez daqui a três horas.
- Três horas? Ah, você não pode estar falando sério.
Você é melhor que isso.
- Acontece que a pilha de análise somente cresce.
- Mike, nada mesmo? Nem as digitais do copo, fibras,
nada?
- Você é insistente não? – ele riu estendendo um
envelope para ela – tem digitais ai, e DNA mas sem ter outro para comparar não
é muito útil.
- Já ajudou. Valeu, superboy!
Saindo do laboratório, ela checou a hora e ligou para
o escritório do milionário. Ninguém atendeu.Volta para o local de trabalho a
fim de checar o que recebera do laboratório. As digitais do copo tinham
antecedentes. Assim que as consultou no banco de dados do FBI, ela encontrou um
dono nada santo. Amil Jarrah, 25 anos nascido no Líbano, cresceu no país até os
cinco anos, veio para os Estados Unidos com os pais. Na adolescência,ele
cometeu pequenos furtos, andava armado com facas ou estilingues e teve passagem
pelo juizado.
Depois pareceu se aquietar, concluiu o ensino médio, alistou-se
no exército e depois de um ano, inscreveu-se na faculdade e um sorriso veio ao
rosto de Beckett. Estuda Ciências políticas. Bem interessante, ela pensou.
Precisava investigar um pouco mais. Fez as devidas anotações e destacou o que
iria focar em seguida mas antes, pegou o telefone e ligou para a secretária do
magnata, dessa vez ela atendeu.
Beckett foi bastante clara e objetiva. A secretária já
sabia da primeira chamada de seu patrão para comparecer no FBI. Ela disse que
avisaria o magnata e Beckett foi enfática sobre a presença dele ainda esta
manhã no bureau. Ao desligar, ela levantou e foi tomar mais um café. Sentia o
cansaço tentando domina-la, nessas horas, o café era seu aliado pois era
exatamente em momentos como esse que sentia-se só. Não tinha um parceiro com
quem dividir suas dúvidas, pedir sugestões ou mesmo discutir ideias. Isso era
algo que a fazia lembrar sempre dos rapazes do 12th e principalmente de seu
parceiro. Castle fazia falta ali, ele certamente ouviria a teoria dela sobre
Josh e até compraria sua ideia. Não
conseguiria esquecer facilmente aqueles anos.
Suspirando, ela voltou com uma caneca cheia de café
para a sua mesa. Tinha que entrar de cabeça no passado e nas atividades de
Amil, acreditava que acharia alguma ponta solta ali. Quando ia começar a cavar
um pouco mais sobre o rapaz, fora avisada que o magnata do petróleo. John
Matthews estava no aguardo dela na sala de entrevistas 2.
Ela caminhou calmamente até onde ele estava. Beckett
tinha que manter o controle e a paciência para falar com ele devido sua posição
mesmo que tivesse vontade de pular no pescoço dele.
- Bom dia, sou a Agente Beckett – estendeu a mão para
ele que a cumprimentou.
- É um prazer agente, porém gostaria de saber o que
estou fazendo aqui. Beckett sentou-se a frente dele e abriu a pasta do caso.
Mostrou uma foto de Sasha.
- Conhece essa moça?
- É, conheço. Era namorada do meu filho, Josh. O que
tem ela?
- Sasha Wilson, filha de Antonny Wilson o subsecretário
do presidente foi sequestrada a três noites atrás. Curiosamente, sei que o
namoro de seu filho com ela não teve um final muito amistoso. Josh não aceitou
muito bem.
- E você está achando que eu sequestrei a moça para
vingar meu filho? Ela nem é a última mulher do mundo, agente. Isso lá tem
cabimento! A menos que você esteja pensando que foi meu filho e eu o dei
cobertura? É isso?
- Não disse nada, ainda. É verdade que sua empresa foi
reprovada em uma licitação pelo próprio Sr. Wilson no valor de dez milhões de
dólares?
- Sim, é verdade.
- Você não ficou muito feliz certo? Disseram foi que
você ficou bastante irritado, até jurou vingança. O mais interessante é que o
resgate era exatamente a mesma quantia. Porque não usar de um sequestro como
vingança?
- Pare, agente Beckett. Quem você pensa que é para me
acusar? Você acha que eu me disporia a sequestrar a filha do subsecretário
porque perdi uma licitação. Por dez milhões de dólares? Por favor! – nossa,
como era irritante e arrogante esse cara! – fiquei mesmo chateado, não! A
palavra é irritado, até pensei em me vingar, brigar mas eu sou superior a ele.
Ganho muito mais que isso com as minhas empresas. Desisti de tal coisa afinal
se o governo dos Estados Unidos acha que minhas empresas não estão aptas a
servi-lo, paciência, eles só tem a perder. Se bem que no caso específico acabei
acreditando que foi melhor perder a concorrência. Melhor do que ver a empresa
afundar pelas mãos do incompetente do meu filho.
- Incompetente? – talvez esteja ai a minha deixa,
pensou Beckett.
- Agente, meu filho não é o maior exemplo de
inteligência. Sempre se ligou em coisas sem sentido. Não tem tino para
negócios, infelizmente. Esperava vê-lo pelo menos como um excelente advogado ou
um empresário. A quem eu quis enganar. Ele me enfrentou quando escolheu
jornalismo. A intenção dele era me afetar com a mídia, não apoia o que eu faço,
ou não fazia antes. Confesso que não entendi o motivo porque decidiu fazer
Ciências políticas. E pareceu levar jeito. Aliás, a primeira boa escolha de
Josh, o súbito interesse na política. Talvez fosse a namorada que o estragasse.
Interessou-se pelos negócios e sugeriu que eu o deixasse à frente da nova
empresa. Ainda bem que perdi. Seria um desastre.
- E quanto ao namoro com Sasha? O senhor aprovava?
- Tenho mais com o que me preocupar. Apenas sei que
ela parece ter um futuro muito bom pela frente, quer dizer, se não acontecer
nada com ela. Onde está a mídia afinal quando um caso desses aparece?
- Não existe mídia. O FBI está tratando o caso em
sigilo e queremos que permaneça assim. Senhor, apenas mais uma pergunta: o
senhor acredita que seu filho seria capaz de sequestrar a ex-namorada?
- Aquele palerma? Ah por favor, não insulte minha
inteligência. Agora se você me der licença, agente tenho um dia cheio pela
frente. Passar bem.
E saiu da sala. Beckett ficou parada ali por uns
instantes. Apesar das declarações, ela sabia quanto um homem desses, influente,
poderia ser persuasivo quando quer. A relação pai e filho também era bem estranha,
havia um descaso, quase um certo ódio por esse filho. Não seria essa relação
errônea o estopim para Josh procurar alguma coisa, qualquer coisa para agradar
o pai? Suas suspeitas sobre o rapaz apenas aumentavam.
De volta à sala, Beckett volta a sugerir a
investigação sobre Josh mas não foi bem recebida. Isso não era motivo para
desistir. Ela foi atrás de mais um café. Quando estava saboreando o líquido
quente para dar a ela mais vigor, ela pensava sobre Amil. De volta ao
computador, ela pesquisava a vida acadêmica de Amil. Fazia Ciências políticas
na Universidade da Virginia até o último semestre então pediu transferência
para a Universidade de Washington. Coincidência cair justamente na turma de
Josh? Ela acreditava que não.
Começou a verificar os acessos de biblioteca e se
havia alguma proximidade entre ele e Josh. Checou fraternidades e não ficou
surpresa ao descobrir que ambos frequentavam a mesma. Além disso, apesar de não
estar cursando mais jornalismo, Josh continuava escrevendo para o jornal e
Beckett acabava de encontrar uma reportagem sobre petróleo onde o próprio Josh
entrevistava alguns alunos da universidade e entre eles estava Amil. Quando ia
começar a ler a reportagem, Stack a chamou.
- Beckett? Pode vir aqui um instante? – ela se ergueu
indo ao encontro dele – temos uma boa pista. Recebemos informações sobre o
paradeiro da van. Estou pedindo para chamar os agentes mas quero que você os
acompanhe e coordene a operação. Provavelmente estão lá, deve ser um segundo
esconderijo. Vá preparada, poderemos ter troca de tiros.
- Certo, vou me preparar e logo me reunir aos demais.
- Boa sorte, Beckett.
- Obrigada.
Voltou ao seu computador e salvou a pesquisa que fazia
também em seu tablet. Recebeu a informação que Stack falara em seu email. Beckett
se reuniu aos demais agentes para verificar como iriam proceder com a invasão.
No caminho, ela tentava entender a região onde se encontrava a van e quais
poderiam ser suas estratégias de ataque. Porém, estava achando estranho o que
vira no programa. O local parecia deserto. Achou melhor esperar antes de tirar
conclusões.
Em um lugar nas redondezas de Washington, o time de
agentes encontrara a van em um terreno abandonado. Beckett se juntou a eles
para averiguar in loco. Vasculhando o local indicado, havia mesmo uma van,
vazia. Repararam em manchas de sangue no chão do veiculo e começaram a recolher
amostras. Havia rastros leves de sangue na grama, alguém fora arrastado dali.
Ela e mais dois agentes seguiram a trilha cuidadosamente para não contamina-la
e ver onde ela poderia terminar. O caminho levava ao meio do nada, o terreno
era enorme e nenhum sinal de abrigo ou casa na sua redondeza.
Beckett tinha medo do que encontraria. Rezava
silenciosamente para que nada houvesse ali, aquele sangue não a deixou
confiante. De repente, um tiro foi disparado na direção deles passando de
raspão em um dos agentes. Beckett sacou a arma e começou a avaliar o perímetro.
Um novo disparo. Ela percebeu a trajetória do tiro e
saiu correndo na direção que identificara. Destemida, ela enxergou o cara,
atirou na direção dele e correu para alcança-lo. Na corrida, melhor para
Beckett. Seu porte físico e sua resistência ajudou. Derrubou o cara no chão e o
imobilizou. Livrou-se da máscara negra e olhou o seu rosto. Tinha traços do
meio-oriente parecia-lhe familiar mas não conseguia distinguir porque.
- Atenção! Vasculhem toda a área! Não deixem passar
nada – Beckett ordenou aos agentes.
Em seguida, ela algemou o suspeito e com a ajuda de
outro agente, ergueu-o do chão.
- Leve-o para a viatura. Vamos direto para a sala de
interrogatório assim que chagar no HQ. Pessoal – ela gritou – acharam algo
mais? – pelo radio, ela recebera as respostas negativas. A busca terminara sem
sucesso – recolham o máximo de evidência que puderem e levem para o
laboratório. Alguém recolha a van para análise. Qualquer novidade venham direto
a mim.
Resoluta, ela ainda rondou a área onde capturara o
suspeito em busca de algo mais porém nada detectou. Caminhava a passos largos e
firmes rumo à viatura. Beckett estava louca para interrogar o sujeito. A
adrenalina pulsava em suas veias. De volta ao HQ, ela já encontrara o suspeito
algemado e numa sala esperando por ela. Recebeu a ficha policial dele
juntamente com algumas fotos antiga e recente. O sorriso de satisfação não
podia ser maior. Agora entendera a similaridade. Entrou na sala.
- Amil Jarrah, ora ora... finalmente nos encontramos –
sentou-se de frente para ele – sou a agente Beckett. Sabe por que está aqui? –
ele permanecia calado – sei, vejo que precisa de incentivo para começar a
conversar. Que tal isso aqui? – ela estendeu o relatório das digitais e o saco
de evidência com o copo recolhido no casebre – reconhece isso, Amil? Parece que
você é um tanto relapso não? Deixando copos com digitais à disposição da polícia,
atirando contra agentes e se deixando prender. Aposto que seu patrão deve estar
louco para te matar depois de tanto erro. Sorte sua que eu te prendi.
Beckett calou-se por uns instantes sem tirar os olhos
do suspeito. Percebia que Amil estava sério, mas com medo. A tigresa nela
clamava por entrar em ação, ela queria respostas. Quebrou o contato visual com
ele apenas para fingir interesse na ficha a sua frente. O que não precisava
pois conhecia o histórico de Amil. Voltando a fita-lo, tornou a falar.
- Sabe Amil, você não é um mal sujeito. Cometeu alguns
delitos menores no passado, participou da guerra quando se alistou ao exército,
pagou pelos seus erros. Seus pais trabalharam duro para dar a você meios e
educação. Vejo que obtiveram sucesso. Você é universitário, um curso bem
interessante. Ciências políticas. Diante de tudo isso, Amil, porque participar
em algo tão vil e baixo, porque jogar uma carreira tão promissora no lixo?
Certamente, você tem uma ótima explicação para isso não?
Contou até dez. Vendo que ele não se pronunciara, ela
forçou.
- Amil, tenho sido bem paciente com você, quer saber?
Chega! O que você estava pensando ao sequestrar Sasha? Faturar uma grana fácil,
se vingar ou ser acusado de terrorista? Qual dessas você imaginou ser a ideal?
Me diga – ela gritava – o que Sasha fez para você? Isso tem a ver com ela ou
você quer apenas se vingar de uma figura política, do pai dela? É isso? Você
tem noção da roubada que se meteu? Sabe o que é pior nessa história? Na minha
interpretação, você não passa de um capacho, de um bode expiatório para Josh!
Isso tudo foi ideia dele não? O que prometeu a você? Dinheiro? Emprego? Me
responda! – ela gritou e apoiou suas mãos na mesa bem na frente de Amil.
Ele permaneceu calado, nervoso mas firme.
Comportamento digno de um mulçumano já acostumado a interrogatórios muito
piores. Baixando a voz, Beckett sentou-se na mesa ficando de frente para ele e decidiu
tocar a ferida.
- Eu digo o que você ganhou, anos de cadeia. A perda
de seu futuro na política. Sei que foi Josh que armou tudo. Você o conhece, faz
o mesmo curso, participam de um grupo na internet onde discutem política também
da mesma fraternidade. O problema é que Josh é rico, tem o pai para protegê-lo.
E a culpa? Ah, Amil a culpa será sua. Totalmente sua. São suas digitais, seu
sangue, é a sua ficha que está nas minhas mãos. As provas ligam você a van e ao
cativeiro. Se eu estivesse em seu lugar, contava o que sei. Cooperava. Você tem
duas opções: ou coopera conosco e podemos arranjar um acordo para sua pena, ou
vai ver o sol nascer quadrado por uns trinta anos. Isso se recuperarmos Sasha
com vida. Caso contrário, a prisão perpetua te espera ou talvez um corredor da
morte. Pense bem. O que vai ser,Amil?
Ela cruzou os braços e o encarou. Foram longos cinco
minutos sem qualquer manifestação por parte de Amil. Não aceitando o isolamento
e a não cooperação do suspeito, Beckett falou.
- Tudo bem, Amil. Estou de bom humor hoje e decidi lhe
dar mais uma chance. Algumas horas trancafiado atrás das grades podem ajudar a
sua decisão. Ainda não acabamos – ela abriu a porta e chamou o agente – leve o
Sr. Jarrah para a cela, ele precisa fazer uma reflexão. E Amil... – ela o fitou
com o olhar penetrante de Beckett – reze para Sasha estar viva ou terei prazer
em te jogar pessoalmente atrás das grades pro resto da sua vida.
Ela saiu bufando. Ela jogara com todas as armas que
possuía sem sucesso. Não obteve resposta a não ser o detalhe que havia passado
despercebido antes: a ligação de Amil com Josh. Ela não sabia do grupo de
bate-papo. Como gostaria de ter acesso ao notebook de Josh. Infelizmente, Amil
não trazia consigo nem um rádio ou um telefone celular. Será que estava na van?
Resolveu entrar em contato com a equipe de peritos. Os resultados ainda não
saíram apenas o do sangue na van já confirmado ser de Amil que estava ferido no
braço. O material coletado do corpo dele infelizmente ainda não tivera sua análise
concluída mas Beckett suspeitava ser de Sasha. Na opinião dela, a moça reagira.
Até aquele momento, nenhum meio de comunicação fora encontrado.
Beckett decidiu concentrar-se na vida de Amil e nessa
nova ligação com Josh. Por algumas horas, ela fuçou a rede em busca de algo que
sugerisse um suposto planejamento entre os dois a respeito de um sequestro.
Nada. Frustrada, ela não comera e não dormira já a 36 horas. As olheiras
formavam uma faixa negra abaixo de seus olhos atentos pelas doses enormes de
cafeína que ingeria durante todo o dia. Tomou mais uma dose de café e observou
o que Jordan fazia. Ele monitorava aeroportos e transferências bancárias.
Qualquer grande movimentação era suspeita. Não aguentando ficar parada a espera
de um sinal, ela tomou uma decisão.
Por sua conta e risco, Beckett foi até a mansão do
milionário John Matthews à procura do filho. Bateu à porta chamando por Josh
mostrando seu distintivo. A criada sem saber o que fazer foi avisar o patrão.
Beckett percebeu a raiva no semblante do empresário quando veio ao seu
encontro.
- Você de novo? Como ousa me perturbar aqui na minha
casa? Já não basta o tempo que me fez perder hoje?
- Preciso falar com seu filho, Sr. Matthews. Me
desculpe pela intromissão porém é importante que eu converse com Josh.
- Não. Eu a proíbo.
- Tente e acuso-o de obstrução à justiça e conivência.
Então, o que vai ser?
- Você não tem ideia do que está provocando agente. Se
quiser falar com ele, faça-o ir até o seu trabalho amanhã, oficialmente. Não
mexa em casa de marimbondo. E bateu a porta na cara dela.
A raiva de Beckett era tanta que ela correu para o
carro segurando um grito na garganta. Ao entrar no carro, ela sentia as
lágrimas de raiva escorrer pelo rosto. Esmurrou o volante. Após alguns minutos,
ela suspirou e mais calma optou por voltar ao HQ, precisava de uma intimação e
um mandato.
New York
Castle estava em seu quarto arrumando a mala para sua
viagem a DC. Deveria pegar o voo à tarde tendo tempo suficiente para descansar
ou dar uma volta na cidade. A sessão de autógrafos na Borders começava às 9
horas da manhã do dia seguinte. Tudo era feito mecanicamente. Calças, camisas, boxes,
tudo separado sem qualquer disposição. Por um instante, sentou-se na cama e
contemplou o nada.
Durante anos de
carreira, essa era talvez a primeira vez que ele estava tão aéreo. Esse
lançamento era o mais desestimulante que já tivera ou pelo menos era o que se
lembrava. Como lançar um potencial best-seller sem a presença de sua musa
inspiradora? Por mais que se esforçasse, não tinha ânimo para isso. O lançamento em New York foi muito complicado
para ele.
Dois dias antes...
O local era o salão do Plaza. Muitos convidados e
imprensa presentes. Castle chegou acompanhado da filha e da mãe. Cumprimentara
a todos mas se pudesse não estaria ali. Viu os amigos de distrito entre os
presentes. Depois de muitas fotos e entrevistas onde invariavelmente surgia uma
ou outra pergunta sobre Beckett, ele foi ao encontro dos rapazes. Ryan estava
acompanhado de Jenny que já exibia uma linda barriga de grávida, o tempo para
eles voara. Se não estava errado, deveria estar entrando no sétimo mês.
Esposito estava ao lado deles mas não via Lanie. No fundo, eles eram as únicas
pessoas capazes de perceber o real estado de espírito de Castle.
- Hey, rapazes...
- Oi, Castle – disse Ryan – bonita festa.
- É verdade, pena que falta a pérola maior – disse
Jenny.
- Jenny! – Ryan a olhou torto repreendendo o que ela
falara.
- Não, Ryan. Tudo bem, Jenny tem razão. Aliás, você
está cada dia mais bonita. A gravidez fez bem a você.
- Vocês ainda estão brigados? Não cansaram? Olha para
o seu estado, Castle. E aposto que Beckett está do mesmo jeito – disse Ryan.
- Então, vocês não tem falado com ela – ele estranhou
- Sem notícias?
- A última vez que Lanie falou com ela foi a duas
semanas. Ela não comentou mas também não
pareceu muito empolgada para dar notícias, o que só pode significar uma coisa. Ela
deve estar tão mal quanto você.
- E cadê a Lanie? Resolveu me torturar também?
- Está de serviço mas pediu para que você autografe
com todo amor para ela um exemplar – disse Espo - Castle, porque se martirizar?
- Não se trata disso. Quantas vezes vou ter que dizer
a vocês que acabou?
- Pela primeira vez, as palavras não dominam seus
atos. Incrível, você não nos convence com esse discurso, Castle.
- Bem, sinto muito por vocês. Querem meu
autógrafo?
- Claro.
Castle autografou os livros deles, dirigiu-se à mesa
principal e fez o mesmo em tantos outros exemplares. Tentava sorrir e brincar
com seus leitores e fãs mas era quase inútil. No fim, cumpriu seu papel como
prometera à editora. Era seu quinto livro da série Heat e a pessoa responsável
por ele não estava ali. Ao abrir cada livro para assina-lo, ele acabava
deparando-se com a dedicatória escrita com carinho. Simples e tão significante
para os dois, agora eram palavras impressas em papel relevantes e marcantes era
verdade, porém não mais teriam o mesmo valor já que não poderia ver a reação
dela ao lê-la. O brilho da festa era outro. Jenny tinha razão, faltava o
diamante principal.
Ele sonhara com essa festa de lançamento. Entrar
naquele salão de braços dados com Kate Beckett e gritar aos quatro ventos que
iriam se casar. Espalhar ao mundo que sua Nikki virara realidade. Infelizmente,
o plano dele de passar a madrugada celebrando fora abortado. Saíra da festa
cedo cabendo a sua editora inventar uma desculpa. A Castle, restava a solidão.
XXXXXX
As lembranças não ajudaram a melhorar o astral dele.
A volta a DC era uma incógnita quando pensava em seu
comportamento diante dessa possibilidade. Onde ela estaria? Resolvendo algum
caso importante? Cuidando de papelada? Brilhando como sempre fez? Pensava nele?
Não sabia. Às vezes, preferia se enganar cultivando a esperança de que a
resposta fosse positiva.
Mesmo distante dela, não era fácil retomar a rotina. Ele
voltou ao distrito uma vez apenas, para entregar os convites do lançamento do
livro por consideração aos amigos mas aquele lugar não era o mesmo sem ela.
Tinha sorte pelos rapazes compreenderem que a situação em que se encontrava. Por
mais que tentasse e ele fazia isso todos os dias, era difícil tomar café sem ela
todas as manhãs, não poder conversar com Kate. Não dividir esse momento com ela
principalmente por ser Kate a responsável por ele conseguir terminar o romance.
Se não tivesse ido a D.C, não saberia dizer se essa turnê existiria. Nem se
haveria um Deadly Heat.
Era estranho o sentimento de saudade que dominava seu
peito. Ao remexer em uma das gavetas à procura de uma camisa, puxou um punhado
de roupas deixando cair no chão uma blusa cor de rosa que ela usava para dormir
e uma calcinha vermelha minúscula.
Pegou as peças do chão e levou-as à altura do nariz.
Ainda podia sentir o cheiro dela. Fechou os olhos e viu a imagem de Kate
sorrindo ao seu lado na cama usando a camisa que tinha nas mãos. O sorriso que
amolecia seu coração, os olhos sinceros que brilhavam felizes. Lembrou-se da
manga deslizando pelo ombro deixando a pele de seu colo ainda mais exposta para
seu bel prazer, a sensação de beija-la era algo que sua imaginação nunca
esquecera. Cheirou mais uma vez a roupa e guardou-as cuidadosamente na gaveta.
Era a sua lembrança do tempo em que costumava tê-la ao seu lado, rindo das suas
piadas e amando-a incansavelmente.
Fechou a mala, aprontou-se em meia hora depois seguiu
para o aeroporto. Washington o veria novamente e Castle não tinha ideia de qual
seria sua reação ao estar finalmente de volta na capital.
Washington
Kate estava indo no caminho do HQ, para no sinal e
sente uma tontura, percebeu as suas mãos tremulas sobre o volante. Não comera
nada durante o dia. Checou o relógio, quase oito horas. Esgotada, decide ir
para casa teria que esperar até amanhã para interrogar Josh de qualquer forma.
Esperava na fila para comprar uma salada e uma sopa no
diner perto da sua casa, pela vitrine da lanchonete onde se sentara, ela viu o
outdoor. Lá estava Castle sorrindo, a capa de Deadly Heat e os belos olhos
azuis. Aqueles olhos pareciam devora-la, intensamente a dominando quase como se
a esquentasse naquele frio abaixo de zero de Washington. Sentia falta daquele
sorriso. A noite de autógrafos já era no dia seguinte.
Não se tocara de quanto tempo havia se passado mas a
ausência dele em sua vida estava presente. Rever mesmo que em uma foto de
outdoor o rosto de Castle era algo que trazia de volta muitas memórias e nesse
instante, seja pela carga emocional, seja pela pressão nesse caso, Kate sentia
falta dele.
Do que era a falta? Das conversas, dos debates
profissionais, das teorias malucas. Principalmente, dos carinhos, dos abraços,
dos beijos. Não podia negar, ela sentia saudades de Castle e isso apenas a
tornava mais carente, mais emotiva, intensificando a dor no peito que a
maltratava.
Kate suspirou brigando consigo mesmo. Foco. Essa era a
palavra de ordem. Não podia se distanciar da sua meta: salvar Sasha. Precisava
deixar seus problemas de lado, em segundo plano. Sua prioridade era encontrar a
filha do subsecretário com vida. Terminou a refeição e foi para casa.
Após um longo banho, ela vestia um pijama e fazia
anotações em seu tablet. Terminando, deixou o aparelho de lado e pegou o
controle remoto. Por alguns minutos, ela procurou algum programa para se
distrair,mas nada prendia sua atenção. Cansada, colocou a TV no mute. Suspirou
e abriu a gaveta da cabeceira tirando de lá uma caixinha. Dentro dela estava o
anel de noivado que Castle lhe dera. Quando se separaram, ele deixou a joia com
ela. Talvez como um lembrete do que eles abriram mão ou quem sabe na intenção
de fazê-la repensar sua decisão. Foram três meses de verdadeira lua de mel. Ela
gostava da joia em seu dedo, colocou-a. Observou a mão. Ela sempre pensava nele
mas não no noivado desfeito, não se havia alguma possibilidade de volta. Essa era
a primeira vez que pegara o anel desde o dia que ele deixou seu apartamento. Kate não queria pensar nesse assunto agora e
acabou adormecendo.
XXXXXX
Castle instalara-se no hotel.
Depois de confirmar sua agenda do dia seguinte e
acertar com a editora detalhes de sua chegada à livraria, ele analisou suas
opções. Podia ficar no hotel e pedir qualquer coisa para comer no quarto ou
encarar a cidade e sair para comer na rua. Diferente de New York,era aqui que
ele podia esbarrar nela. A pergunta que ele se fez foi simples: tinha medo de
encontra-la na rua? Mesmo não sabendo da sua reação, decidiu encarar o risco.
Após uma volta pela cidade onde passar na frente do
edifício J. Edgar Hoover fora uma das rotas, Castle decidiu jantar em um
restaurante italiano que costumavam frequentar juntos. Estivera ali na primeira
semana de Kate oficialmente como agente do FBI. Tentando se livrar da
lembrança, ele se ateve ao jantar.
Depois de deixar o restaurante, Castle pegou um taxi e
pediu que circulasse pela cidade. Num impulso informou um caminho ao motorista
que necessariamente passava na frente do apartamento de Kate. Sem maiores
explicações, ele mandou parar o carro.
Por alguns minutos, ele permaneceu ali, apenas olhando
para a janela dela, como se pudesse enxerga-la lá dentro, mesmo que fosse em
seus pensamentos. Resignado e aceitando o conformismo, ele voltou para o hotel.
HQ – 8 horas da manhã
Beckett já estava no salão ligando para conseguir um
mandato para revistar a mansão do magnata e procurar por pistas que ligassem
Josh ao sequestro. Fazendo suas pesquisas, ela algumas mensagens sobre o
capitalismo e a ganância do petróleo que assolava o mundo ditas por Amil e
comentadas como positivas por Josh. Podia usar algo para testar o rapaz. Ela
não percebeu quando pai e filho chegaram ao prédio do FBI. Calado, Josh
acompanhara o pai que fora diretamente a sala do diretor assistente. Jordan foi
quem a avisou.
Certa que o magnata iria criar confusão, ela
adiantou-se e foi até eles. Batendo de leve na porta da sala, ela praticamente
não esperou sinal de consentimento para entrar. Logo foi se comunicando com o
seu possível inimigo.
- Olá, Sr. Matthews. Chegou cedo. Gostaria em nome do
bureau agradecer por toda a sua cooperação e compreensão com a nossa
investigação desse caso. Afinal, nem todos estariam prontos para dedicar algum
tempo para a justiça. Significa muito poder conversar com Josh. Como
ex-namorado de Sasha, acredito que ele pode nos ajudar a achar pistas valiosas
para solucionar esse mistério.
Infelizmente, Beckett chegara tarde. O magnata já
tinha expressado sua indignação sem que ela soubesse e para mostrar que não
tinha nada a temer, mandou Josh falar com ela.
- Que isso, agente. Estou sempre disposto a cooperar.
Josh, porque você não acompanha a agente Beckett até a outra sala para conversarem?
Tenho certeza que você poderá ajudar em algo.
Josh se levantou e ainda quieto, manteve a cabeça
baixa e saiu da sala com Beckett atrás dele. Ela o acomodou na sala de
interrogatório.
- Aceita um café? – ele deu de ombros – vou pegar para
nós.
Kate saiu da sala. Chamando por Jordan, ela explicou
que precisaria da ajuda dele e disse o que precisava fazer assim que enviasse
uma mensagem para ele que aceitou a encenação sem problemas. Respirou fundo. A
caminho da copa, ela brincava de rodar a pulseira de ouro que trazia no braço.
Ela fazia isso sempre que estava ansiosa e nervosa, prestes a desvendar algo
importante. Dessa vez, Kate teria sua melhor chance, precisava provar sua
teoria. Séria, ela entrou novamente na sala. Sentou-se. Olhando fixamente para
Josh, ela começou.
- Olá, Josh. Pronto para começar?
Continua....
3 comentários:
Poxaa realmente foi curtinho!!! Tava empolgada pensando que veria a cena do lançamento do livro!! :(
Aguardando o próximo com emoções!!!
Uau!
kate se entregando a investigação,abatida e a base do café foi tão....Eve!
Cas em D.C. meu coração doi ve-los sofrer =(
Esperando o prox. cap.
Esperando ansiosa o proximo capítulo!!! Cadê?!
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