quinta-feira, 18 de julho de 2013

[Castle Fic] Searching for the Meaning of "Us" - Cap.6


Nota da Autora: Voltamos ao passado e resolvi dar um momentinho especial pra vcs mas....bem nem tudo são flores...enjoy! 

Atenção! NC-17....

Cap.6


Oito horas da manhã foi a hora que Castle deixou-a na frente do edifício J.Edgar Hoover com um copo do seu café preferido nas mãos e um beijo caloroso nos lábios. Desejara a ela um bom dia de trabalho. Kate Beckett sorriu para ele antes de entrar no prédio. Percebera que ele permanecera parado por algum tempo observando-a sumir de suas vistas. Vivia um momento diferente. No bolso, a insígnia do FBI e na mente a sensação de um primeiro dia de aula. Exceto que fazia muito tempo que não ia ao colégio. Não, aquilo era um recomeço. Um novo emprego, novas expectativas e desafios.   

Vida nova.

Essa era o pensamento de Kate quando pisara no bureau agora oficialmente como agente do FBI. Sua divisão era de crimes estratégicos com dolo ou vínculo com a segurança nacional dos Estados Unidos, podendo tratar-se de supostos ataques terroristas, crimes contra o patrimônio, rede de corrupção e intrigas e casos envolvendo as autoridades maiores do país. Começava a se ambientar com os sistemas e o método de trabalho ainda que se sentisse deslocada por esse último. Aqui, o mais próximo que tinha de um parceiro era Stack, porém o mesmo funcionava mais como um mentor, um chefe. Jordan apesar de ser um cara técnico, era um bom colega de trabalho e como ela já havia percebido, podia lhe ser útil na hora de precisar de ajuda com a tecnologia ou mesmo pesquisas. Participou de sua primeira reunião do departamento, algo que não era comum em seu dia a dia no distrito. Discutiam os casos em andamento e Stack a destinou para acompanha-lo na investigação que estava procedendo. Assim que saíram da reunião, um dos agentes chegou até ele e comentou do telefonema que acabaram de receber. Alguém delatara um assassinato e a vitima trabalhava para o supremo tribunal de justiça, suspeitava-se de chantagem. Vendo isso como uma boa oportunidade para Beckett, ele a nomeou para o caso.

Satisfeita por voltar a rua e à ativa, Beckett agarrou a chance. Durante aquela semana, ela dedicou-se ao seu caso e ainda auxiliara em outros. À noite, ela discutia aspectos da investigação com Castle e ele sempre se metia quando ela estava analisando algo em casa.

Beckett finalmente encerrou o caso, seu primeiro caso federal. Estava feliz. Pegou o telefone e discou para ele.

- Castle, sou eu.   

- Hey, tudo bem?

- Sim, acabei de fechar meu primeiro caso. Não é ótimo?

- Excelente! Isso merece uma comemoração. A que horas vem para casa?

- Pretendo sair daqui às 5 horas, porque?

- Vamos fazer o seguinte: você virá para casa, tomará um belo banho, colocará um vestido bem bonito, arrume os cabelos e vamos jantar em um restaurante chique de Washington. Hoje a noite é da mais bela agente do FBI que eu conheço.

- Soa maravilhoso... estarei aí às cinco.

- Ótimo, providenciarei a reserva.


Apartamento de Beckett – 5h da tarde


Castle estava terminando o seu banho quando ela chegou. Ao entrar no quarto encontrou-o enrolado no roupão, os cabelos ainda molhados escorrendo pelo pescoço.

- Achei que era você – ele sorriu e inclinou-se para beija-la – o banheiro a espera. Quero vê-la estonteante como somente você sabe ser hoje à noite. Temos reserva para às 8h.

Kate entrelaçou seus braços ao redor do pescoço dele e sorrindo esfregou seu nariz com o dele.

- Vamos comemorar em grande estilo, Castle? Onde?

- Esses detalhes você deixa comigo. Depois do jantar, teremos uma noite ainda melhor...

- Você não tem ideia… - e gargalhou beijando-o antes de entrar no banheiro.

Quase uma hora depois, Castle estava sentado ao sofá brincando com seu iphone. Estava pronto. Vestia calça social, camisa de seda fina em um azul claro e um blazer azul marinho estava sobre o sofá. Então ela surgiu à sua frente. Linda, uma verdadeira dama em vermelho, femme fatale como diriam os franceses.

- WOW… - foi tudo que ele conseguiu dizer. Ela estava deslumbrante. Usava um vestido vermelho sem alças um pouco acima dos joelhos colado ao corpo revelando a silhueta bem definida dela. Os cabelos estavam presos displicentes deixando alguns fios caídos sobre os ombros. A maquiagem singela realçava os olhos com destaque para a boca incrivelmente vermelha. Ele desejou instantaneamente aquela boca. Sentiu o aroma adocicado de um perfume sensual.

- Que cheiro é esse?

- Sexy…

- Sim definitivamente sexy, tudo em você. Quase me fez pensar em desistir do jantar, Beckett. Você está vestida para matar. A dama de vermelho.

- Não, o nome do perfume é Sexy 212 da Carolina Herrera – mas ela percebeu que ele sequer prestara atenção. Estava perdido completamente nela. Com um sorriso malicioso, ela se aproximou dele deslizando sorrateiramente as mãos pelos seus ombros e sussurrando ao ouvido dele – vamos nos atrasar assim – tudo para encostar seu corpo ao dele apenas para comprovar o que já desconfiava – e Castle? – ele gemeu – não é hora do brinquedinho, ainda – e se afastou rindo.

- Você é terrível, Kate Beckett... terrível.

Ainda em meio a risos, os dois deixaram o apartamento.

O restaurante era de classe. Fiola na Pensilvania Avenue. O lugar era aconchegante e Kate pode notar inspirava riqueza. Foram conduzidos a mesa reservada por Castle. O garcon aproximou-se deles já oferecendo um pequeno aperitivo,ostras e mostrando a carta de vinhos para ele. Sabendo que eles certamente iriam comer frutos do mar ou peixes optou por um espumante para começar, mais tarde pretendia pedir uma garrafa de champagne. Após olharem o menu, onde tiveram dificuldades para escolher os pratos tão saborosas pareciam as opções, eles fizeram o pedido. Assim que lhes serviram as bebidas e ficaram a sós, Castle puxou conversa com ela.

- Então, quem diria, eu e você, noivos, em Washington DC celebrando seu primeiro caso federal. Alguma vez durante o tempo que trabalhamos juntos isso passou pela sua cabeça?

- Sinceramente? Não.

- Não? Nada mesmo? – Castle perguntou surpreso – nem o lance da federal?

- Ok, de fato o lance da federal era algo que cogitei em algum momento na minha carreira da polícia mas era algo que não imaginava tornar-se tão real. Ao contrário da outra parte, nossa relação. Sabia que em algum momento você se renderia daí a me pedir em casamento...

- Lá vem você com essa ideia de que eu me apaixonei primeiro.

- O que é verdade mas não é esse o ponto. O ponto é que passei um tempo lutando contra o sentimento mas pensei em casamento sim.

- Hum, revelações de Katherine Beckett... incrivelmente estimulante – ele esticou a mão para toca-la e mantinha um olhar maroto.

- Comporte-se, Castle. Não é hora nem lugar.

- Não é de todo verdade, mas tudo bem. Estamos aqui para comemorar seu sucesso na polícia federal. O que achou do seu primeiro caso?

- Acredito que fui bem mas não foi um caso tão difícil. Ainda não me senti desafiada exceto pelos métodos de trabalho que são um pouco diferentes, terei que me acostumar.

- Você tirará de letra – ele pegou a garrafa do espumante e percebeu que estava vazia – lá se foi nossa primeira garrafa, quer mais uma ou prefere champagne? Lembre-se que iremos brindar a você.

- Pede outra garrafa, deixaremos o champagne para a sobremesa.

Castle fez o que ela sugeriu e pediu a bebida. Os pratos chegaram em seguida, o aroma era agradabilíssimo, de dar água na boca. À primeira garfada, ela pode sentir a mistura de sabores do prato de frutos do mar, uma mistura de ervas e um molho de morrer. Ele também gemeu ao provar sua lagosta.

- Castle isso esta divino.

- Não é à toa que esse é um dos melhores restaurantes de Washington, espere até você provar a sobremesa.

- Mal posso esperar.

O jantar correu muito bem. Aproveitaram a boa comida, a bebida e a companhia um do outro. Trocavam carícias e beijinhos, nada de exageros para não dar vexames. Conheciam um ao outro muito bem a ponto de saber que uma provocação poderia ser um estopim para um possível descontrole e a porta para um atentado ao pudor.

A sobremesa realmente era um capítulo à parte. As gulodices eram diferentes e deliciosas. Ele ordenou o champagne e ao servir seus copos, ele ergueu a taça fazendo sinal para ela fizesse o mesmo.

- A mais linda,inteligente e competente mulher que já conheci, que você brilhe como sempre. A você, Kate Beckett.

- Obrigada, Castle. Espero tê-lo a meu lado.

Brindaram. Trocaram sorrisos. Beberam o champagne delicioso. Kate deixou deslizar os dedos pela coxa dele, apertando o joelho. Ela aconchegou o rosto de leve no pescoço dele, esfregando o narizinho na pele dele, inalando o perfume amadeirado que ele usava. Abriu os lábios e deixou os dentes roçarem levemente pela extensão do pescoço dele. Castle virou o rosto na direção dela e os lábios se encontraram. Primeiro, o toque suave das bocas, ela entreabriu um pouco e deixou os dentes mordiscarem o lábio inferior, provocando, até que ele sorveu com vontade os lábios dela. Um beijo ardente, cheio de desejo. Kate deixou a mão na nuca dele, aumentando o contato, puxando-o contra si. Era um momento de tesão porém também de demonstração de sentimentos. Quebrando o beijo e exibindo um sorriso maravilhoso, ela disse:

- O que acha de pedir a conta e continuar essa comemoração lá em casa com menos roupas? Ela mordiscou a orelha dele e afagou-lhe o membro sobre a calça. Castle suspirou segurando um gemido fazendo Kate sorrir.

Ele chamou o garçom, pagou a conta e segurando-a pela mão arrastou-a pelo salão do restaurante para a rua. Gritou por um taxi e pediu que corresse dando o endereço de Beckett. Assim que o carro parou na frente do prédio, ele pagou dizendo para ficar com o troco. Com pressa, acionou o elevador e enquanto esperava, ele a envolveu em seus braços e voltou a beija-la. A porta do elevador se abriu, eles entraram. E por estarem sozinhos, o fogo deles acendeu.

Castle a empurrara contra a parede e suas mãos a seguravam mantendo-a pressionada para que ele explorasse os lábios e o colo exposto a sua frente. Provocando, Kate usava a perna erguida para aperta-lo contra seu corpo. O barulho da porta se abrindo passou despercebido mas o vento ao abri-la acabou por tira-los de seu momento caliente. Já com a pele vermelha, ela tentou se recompor e saiu do elevador. Castle a seguiu com a boca borrada pelo batom vermelho.

Assim que abriu a porta do apartamento, Castle a empurrou para dentro e deixou o pé chutar a madeira fechando novamente a porta atrás de si. Ele a segurou pela cintura e trouxe-a consigo para o sofá. Sentando-a em seu colo, ele buscou os lábios mais uma vez. O beijo era carinhoso e sensual. No colo dele, ela curtia o beijo e mexia seu corpo para provoca-lo. Podia perceber que ele já estava excitado mas a brincadeira estava apenas começando para ela. Desde o momento que Castle mencionou a comemoração, ela já arquitetava algo em sua mente. Já sem fôlego, ela se afastou dos lábios dele. Levantou-se e vendo-a se distanciar, ele reclamou.

- Onde você pensa que vai? Mal começamos...

- Eu sei. Na verdade, acho que podemos levar essa brincadeira para o quarto não? Além do mais, você ainda está usando muitas roupas – ela fez sinal para segui-la apesar de não ter esperado por ele. No quarto, ela tirou da sua bolsa o par de algemas e o distintivo. Esperou por ele. Quando Castle entrou no quarto com a camisa semiaberta, ela instigou.

- Hum, o que temos aqui... – aproximou-se dele e brincou com a gola da camisa, desfez os demais botões e puxou-a em direção ao chão. Calmamente, beijou o peito dele e deixou a mão deslizar abrindo o botão da calça. Sem tirar os olhos dele, ela desfez o fecho e deixou a calça cair pelas pernas. Castle a ajudou a livrar-se da peça e logo tirou os sapatos. Kate ainda estava totalmente vestida.

- Acho que tem algo errado com essa imagem, você tem muita roupa.

- Acontece, Sr. Castle, que estou investigando uma denúncia anônima ao seu respeito. Você andou irritando a polícia federal... – ela foi até a penteadeira onde estava sua bolsa e pegou a sua insígnia e as algemas que já separara antes – pelo que averiguei, você cometeu um crime muito grave.

- Crime? Sou inocente, pago meus impostos. Não fiz nada de errado – Castle já entrava na brincadeira.

- Então o senhor nega as acusações? – ela pergunta sacudindo as algemas na frente dele. Castle estava sentado na beirada da cama observando tudo o que ela fazia. Kate rondava pelo quarto provocando, sensualmente segurando as algemas – pode encostar-se na parede da cama. Isso é uma ordem.

Ele se move até onde imaginava que ela queria. Participando da historia que ela criava, disse.

- Não sei de que crime está falando moça...

- Primeiro, eu não sou moça – ela puxou a insígnia do meio dos seios e jogou sobre ele, surpreendendo Castle – sou uma policial federal e seu crime foi se apaixonar por uma agente federal.

- Não! Isso é uma mentira! – Kate se aproximou e pegou uma das mãos dele e prendeu na cabeceira da cama. Em seguida, ela puxou o fecho do vestido fazendo-o deslizar pelo corpo. Os seios ficaram à amostra e Castle pode ver a calcinha minúscula também vermelha.

- Então, vai negar que se apaixonou por mim, Agente Kate Beckett? Vai dizer que não me deseja? Nega?

- Não poderia...

E Kate sorveu os lábios dele com o desejo brilhando nos olhos. Sem quebrar o beijo, ela abriu as pernas e sentou-se no colo dele. Com os movimentos limitados pelas algemas, Castle a tocava apenas com uma das mãos. Kate deixava os dedos deslizarem pelo peito dele apertando um dos mamilos fazendo Castle gemer. Esfregando seu corpo no dele, os lábios passeavam pelo pescoço, peito, abdômen até que ela chegasse ao boxer. Sem cerimônia, livrou-se da peça e sorriu ao ver o membro já ereto, totalmente excitado por ela.

Ela segurou o membro dele com as mãos. Massageou a cabecinha com a palma e sorriu ao ver o jeito que afetava Castle. Ele segurava o gemido e podia ver as pupilas dele dilatando por cauda do prazer. Inclinando-se sobre ele, ela o provou com a língua. Ele gemeu. Curtindo o que estava acontecendo, ela tomou-o na boca e provou-o ainda mais. Com movimentos rápidos e precisos, Kate sentia o gosto dele e via Castle se render a ela sem reservas. Quando percebeu que ele já estava próximo ao orgasmo, ela tirou-o da boca e acomodou-se sobre ele. Usando as mãos, Kate se apoiava nos ombros dele para se sentir plena com ele dentro de si. Beijou-lhe com urgência e sentiu o sangue fervilhar quando ele abocanhou um dos seus seios.

Movendo-se ritmadamente sobre ele, Kate sentia o prazer tomar todo o corpo culminando em um tremor que a fez jogar o corpo para trás. A umidade em seu centro chegara ao limite e o orgasmo a atingiu. Em poucos segundos, ela pode sentir a mão de Castle na cintura bombando dentro dela. Kate mordiscou o lábio dele no instante que outro orgasmo a atingiu e ele também rendeu-se ao prazer.

Esgotados, permaneceram apoiados um no outro. Castle ainda algemado estava ofegante. Kate encostara os lábios no pescoço dele e usava-os para roçar na pele dele. Recuperando o fôlego, ela se ergueu e beijou-o carinhosamente na boca. Um beijo longo e apaixonado.

- Você pode me soltar agora, agente Beckett? Eu já confessei meu crime, estou apaixonado por você.

- Bem, diante da demonstração que tive, posso fazer isso. Com uma condição: assim que soltar você, quero uma recompensa.

- Que tipo de recompensa? – Kate soltou a algema sorrindo.

- Me diga você! Castle a pegou pela cintura e jogou-a na cama ficando sobre ela.

- Acho que tenho algo interessante para você... e a cobriu de beijos enquanto Kate ria e a mão dele deslizava até o centro dela fazendo-a gemer. A noite seria longa.       


XXXXXX


A rotina de ambos começou a tomar um formato diferente da que tinham em New York apesar de algumas coisas permanecerem iguais. Todas as manhãs, tomavam o café juntos e Castle a acompanhava até o prédio do FBI. No caminho porém, compravam mais café. Com um beijo nos lábios, ele desejava um bom dia a Kate e esperava-a entrar. Diferente de uma manhã a caminho do distrito, aqui ele não poderia acompanha-la pelas belas portas de vidro. Não era mais seu parceiro na busca por assassinos. Depois, seguia para casa onde procurava cuidar de suas coisas, turnê, ajustes sobre entrevistas, agendas. O trabalho que desempenhava após o termino de um livro era, em sua opinião, chato. Definir calendários, sessões de fotos, checar o design do livro, aprovar os materiais da turnê, trabalho administrativo que não o agradava da mesma forma que detestava a papelada de um caso.

Outra mudança que eles tiveram que se adaptar foi à ideia de morar juntos. Não se tratava apenas de uma ou outra noite na semana, Castle e Beckett estavam morando como um casal de verdade. Assim, sua rotina alterara-se. Dividir banheiro, arrumar quarto. Respeitar a individualidade de cada um sob o mesmo teto. Cada qual reclamava de algo, roupas pela casa, sapatos demais, espaço no armário, louças por lavar entre tantas outras. Castle acabou por assumir a parte doméstica da relação. Providenciava faxina, levava roupas na lavanderia, fazia o supermercado e cozinhava para ela. Gostava de mima-la.

Kate também se adaptava a nova vida. Seja aos novos colegas, chefes e métodos de trabalho, algumas coisas ela acabara por optar cultivar. Sempre trazia trabalho para casa, em grande parte pelo simples fato de querer discuti-lo com Castle. Ao contrário do distrito, no FBI não tinha um parceiro fixo na sua divisão, trabalhavam em equipe, havia rodízio de agentes por caso. Por isso, sentia a necessidade de conversar com ele, trocar ideias. Dessa forma, além de conforta-la sobre a falta de um parceiro, deixava viva a ligação que existia entre eles quando investigavam homicídios juntos. Pouco a pouco, ela sentia-se em casa, grande parte disso devia a Castle, ele a mimava sem problemas e Kate apreciava o que ele fazia.

O ritual continua. Seja acompanhando-a diariamente ao trabalho, seja sugerindo programas caseiros ou saídas para jantar ou cinema, Castle continuava mimando sua musa e amada. Um dia, ao deixa-la no trabalho, ele conheceu Jordan. Um rapaz muito bonito, atlético, capaz de amolecer corações de mulheres. Naturalmente, ele acendeu a luzinha do ciúme na sua cabeça, afinal Kate trabalhava lado a lado com ele não? Ela o apresentou mas Jordan brincou dizendo que um homem como Rick Castle não precisava de introdução. Reconheceria o escritor em qualquer lugar.

- É um prazer conhecê-lo. Sou fã das suas histórias, seja com Storm ou Nikki. Escreve muito bem, Sr.Castle a ponto de deixar o leitor sem querer largar o livro.

- Obrigado, Jordan.

- Gostaria de saber se posso enviar um dos meus livros por Kate para você autografa-lo, tudo bem?

- Claro – ele não pode deixar de notar o fato de que Jordan a chamava pelo primeiro nome – faça isso. Kate, eu vou indo. Tenha um bom dia – inclinou-se e beijou-a percebendo que Jordan se afastara para deixar os dois à vontade naquele momento – tchau Jordan.

Castle voltou para a estação do metro pensativo. Independente de ser seu fã ou não, Jordan representava perigo na visão dele afinal estava diretamente com ela, resolvendo casos, escutando e compartilhando ideias. Ele bem sabia o que isso podia representar, não que Kate fosse dar maior atenção ao cara, mas ele como ninguém entendia que isso não impediria Jordan de investir com insinuações e cantadas sobre ela. Castle já fizera isso um dia, não? E olha onde eles chegaram. Ficaria de olho.

No dia seguinte, ao voltar para casa, Kate trouxe um exemplar de Heat Wave e um Storm Fall ambos de Jordan para ele autografar. Conforme prometera, ele assinou os livros e considerou essa uma boa oportunidade para perguntar sobre Jordan.

- Então, Jordan é seu parceiro?

- Não, já disse a você que no meu departamento trabalhamos em equipe. Jordan é o tecnico em informática e tão nerd como você. Acho que gostaria de conversar com ele sobre tecnologia, o cara é fera. Estudou no MIT.

- E como você sabe tudo isso sobre ele?

- Ele me disse. Um ás da informática – Castle não gostou do que ouviu e fechou a cara jogando os livros de Jordan no balcão – trocariam muitas figurinhas. Ela percebeu como a expressão dele mudara.

- Sei...

Kate que não era boba e conhecia bem o homem à sua frente, tratou de cortar o suposto mal pela raiz.

- Castle, não vai me dizer que você está com ciumes? Sério?

- Não, você entendeu errado.

- Castle…

- Tá bom, tá bom. Estou com ciúmes, sim. O cara passa o dia com você, falando de casos, gosta de livros de mistério como você, é nerd. Bem, nós sabemos o que aconteceu da última vez que alguém assim se aproximou de você.

- Ah, está falando de um suposto escritor que invadiu meu espaço de detetive dizendo ser expert em solucionar assassinatos e que por ventura tornou-se meu noivo? Hum... – ela envolveu seus braços na cintura dele e sorriu – não se preocupe. Eu não vou me apaixonar pelo Jordan, mesmo porque já sou a garota do escritor, esqueceu? Deixe de ciúmes bobos!

- Você pode não se render, isso não significa que ele não irá tentar.

- Castle…

- Tudo bem, parei – e a beija carinhosamente – que tal dar uma demonstração do que é ser a garota do escritor? – ele a olhou maliciosamente. Rindo, os dois seguiram para o quarto.

Nas duas semanas que se passaram, Kate sempre trazia os casos que estava investigando para casa. Era uma forma de clarear as ideias e também ter a percepção de outra pessoa, nesse caso, Castle. A iniciativa de Kate fora um ótimo passatempo para ele especialmente porque com o lançamento de seu livro totalmente nas mãos da editora, ele estava inquieto. Ter casos onde ele podia exercitar seu tino de escritor de mistérios e brincar de detetive como ele próprio se entitulava fazia bem a Castle além de ajuda-la a solucionar os crimes.

Durante um caso em que estavam analisando, Castle se pegou observando o jeito dela verificando os dados que tinha em mãos. Ele reparou nas expressões faciais, no modo como ela mordiscava o lábio inferior ou brincava com a caneta rodando-a sobre o papel. De repente, ela virou-se para fita-lo.

- O que foi?

- O que?

- Porque está calado me olhando? - ele sorriu. Uma ideia acabava de surgir na sua mente.

- Estava pensando, o que você acha de eu escrever mais um livro da série Heat onde eu promova Nikki de detetive a agente federal? Claro, você certamente continua sendo a inspiração, concorda? Preciso da sua opinião.

- E você teve essa ideia agora, assim?

- Sim, por isso sou escritor. As ideias chegam facilmente. Mas confesso que olhar a minha musa em ação ajudou. Então?

- Bem, gosto da possibilidade. Nikki como agente federal - ela demonstrou estar pensativa e no fundo sabia ser uma ótima opção para Castle ocupar a mente, ele precisava de um novo projeto - Castle, acho que pode funcionar. Afinal, Nikki é de certa forma meu espelho nada mais justo que trabalha-la no âmbito federal. Tem minha aprovação.

- Excelente! Já consigo visualizar Nikki na frente do prédio J.Edgar Hoover, séria, decidida e linda. Oh, espere... essa é você - piscou para ela.

- Tudo bem, se você estiver terminado seu momento viagem, gostaria que olhasse essa foto. Me diga o que vê.

E Castle voltou sua atenção para Kate e o caso.

No dia seguinte, assim que voltou do mercado, Castle guardou as compras e sentou-se no sofá com o notebook no colo,ao seu lado uma garrafa de água com gás e um potinho de amêndoas. Puxou um caderno pequeno moleskini e começou a traçar as ideias que comporiam sua nova história. Pensamentos que surgiram antes de dormir, na sua ida ao mercado e mesmo debaixo do chuveiro.

Estava tão concentrado que não reparou o tempo passar. Folhas e folhas de caderno rabiscadas com letras e desenhos. Para quem via de fora, podia ser um emaranhado sem sentido, para ele uma aventura prestes a ganhar forma. Satisfeito com o esboço inicial, ele abriu um novo documento do editor de texto e escreveu Capítulo 1. Quando a primeira frase foi escrita, a porta do apartamento se abriu e Kate entrou.

Percebeu que Castle nem reparou sua chegada. Estava vidrado no notebook, os dedos deslizavam suavemente pelo teclado dando forma a história do papel. Ele franzia o cenho e por vezes levantava a sobrancelha. Kate resolveu interromper.

- Hey... - sem resposta- Castle... Castle?!

-Ahn , o que...

- Oi ... Não ouviu eu chamar? - ela sentou ao lado dele, beijou o rosto dele - o que tem de tão interessante nesse notebook? Alguma foto pornô? - ela mesmo ria batendo o ombro no dele enquanto Castle olhava pra ela com bico - estou brincando bobo! A história evoluiu? Pela quantidade de folhas escritas, vejo que sim.

- Já tenho o esqueleto, um início de caso e o que pretendo usar de base para montar a personalidade de Nikki como federal. Ainda falta o relacionamento entre ela e Rook, não decidi como irei abordar as coisas entre eles.

- A julgar pela dedicação ao livro, você não fez o jantar.

- Jantar?

- São mais de sete horas, eu estou faminta!

- Nossa! Nem vi o tempo passar.

- Não se preocupe, hoje é por minha conta. Vou preparar uma refeição bem gostosa pra nós. Com uma condição: quando tudo estiver pronto, você vai largar esse troço e jantar comigo. Combinado?

- Combinado.

Ela beijou-o na testa e se levantou do sofá. Animada por vê-lo ter algo com que se ocupar, Kate começou a procurar na geladeira o que fazer para eles.

Uma hora depois, o cheiro do assado espalhava-se pelo apartamento e enchia a boca de Castle de água. Foi isso que o fez largar o notebook e vir importunar Kate já faminto. Ela mandou-o arrumar a mesinha de centro para comerem e logo estavam saboreando o jantar. De sobremesa, Castle tirou um pote de sorvete da geladeira e ambos saborearam juntos na cama.

Os dias se passavam e o novo livro de Castle tomava forma. Ele decidiu transformar a detetive em uma agente com o perfil de Beckett e algumas pitadas de agente Shaw, a quem admirava. O caso era o já vivenciado por ele e Beckett no ano anterior, linchpin com as devidas alterações para excluir Sophia da história e coloca-la sob o ponto de vista de Nikki.

Empolgado, ele estava tão absorto em criar a nova aventura que somente estranhara as mudanças nos horários de Kate quando ela efetivamente chegava em casa. Algumas vezes, já era madrugada. No início, ele tirava por menos, dizia a si mesmo que esse era o preço de namorar uma agente do FBI. Porém, a ausência dela começava a ser percebida por ele à medida que o livro avançava e seu tempo passara a ser mais bem distribuído. Por passar as tardes sozinho, Castle começava a sentir falta dela à noite. Quando chegava em casa, estava cansada e não queria jantar. Houve inclusive uma vez que ele a esperou para jantar e acabou recebendo uma ligação dela avisando que estava de tocaia para pegar um suspeito portanto não viria cedo para casa. Ele guardou o jantar dela na geladeira e dormira sem esperar por ela.

Aquilo já causava uma certa insatisfação em Castle. Não podia deixar que o trabalho a dominasse. O que ele temia, parecia estar acontecendo. Kate estava tão focada no seu novo trabalho que esquecera da vida a dois que levavam. Não querendo se contaminar com isso, ele resolveu escrever.

A última linha de raciocínio a ser abordada no seu livro era o relacionamento das personagens. Depois de muito ponderar, ele chegou a conclusão que poderia ser um pouco óbvia mas porque não explorar a visão de Rook frente a mudança na vida de Nikki? Com sua namorada assumindo uma posição federal, Rook seria posto na fogueira para decidir se seu envolvimento com  Nikki era sério ou apenas curtição. Satisfeito com a escolha, ele se pôs a escrever.

Kate teve um período de baixa no trabalho o que melhorou as coisas entre eles. Conseguiram fazer alguns programas juntos mas logo ela arrumava um caso crítico. As consultas a ele diminuíram e a ouvia mencionar mais constantemente o nome de Jordan. Quando Kate o perguntou sobre um caso, ele se irritou ao ter sua opinião contestada.

- Não acredito que seja isso. Jordan acha que pode ser o assistente quem transferiu o dinheiro.

- Kate porque pediu minha opinião se iria discordar e já tomou a de Jordan como verdade?

- Castle não fale assim.

- E como quer que fale? Você só sabe comunicar o que Jordan pensa, o que Jordan achou, Jordan isso, Jordan aquilo, cansei!

- Nossa! O que deu em você?

- Ainda pergunta? Você chega tarde quase todo dia. Mal conversamos e namoramos. Como acha que me sinto? Ainda por cima você fica pra cima e pra baixo com esse tal de Jordan.

- Porque você insiste nesse ciúme sem sentido?

-Sem sentido? Me responde uma coisa, Jordan tem namorada? - ela não respondeu - você não sabe, certo? Mais um motivo para procurar saber.  Ele tem um plano de fazer você de namorada.

- Castle você está imaginando coisas... Olhe, sei que não tem sido fácil, reconheço. Desculpe se me deixei envolver demais pelo trabalho - ela tomou o rosto dele nas mãos e beijou-o - desculpe.

- Tudo bem, exagerei. É o seu trabalho.


Três dias depois...


Castle teve uma noite realmente produtiva, Kate novamente chegara tarde e ele dedicou-se a sua história. Continuou o bom trabalho no outro dia na parte da tarde porém o conteúdo do capítulo estava lhe deixando com outro tipo de reação, culpa da cena que estava escrevendo. Uma cena de sexo entre Rook e Nikki. Realmente quente. Os dedos voavam pelo teclado e ele chegava a gemer imaginando o que se passava entre ele e Kate. O desejo parecia falar mais alto e a temperatura subia a cada palavra. Ele sentiu uma pontada na virilha. Se não fizesse algo logo, estaria em apuros.

Mas a cena ainda não acabara e precisava continuar. Pelos próximos quinze minutos, ele continuou a criar o clima necessário da cena deixando escapar suspiros ou palavras de incentivo a si mesmo pelo que escrevia. Quando finalmente terminou o capítulo, ele suspirou. Levantou-se rapidamente rumo a geladeira e serviu-se de um copo com água bem gelada querendo buscar um certo alívio no calor e excitação que tomaram conta do seu corpo.

Terminou de beber ainda com a geladeira aberta a suas costas porém a sensação de alívio não se fez presente. Fechou a porta do eletrodoméstico e decidiu lavar o rosto. Kate chegou em casa naquele instante. Vendo o notebook na sala, ela já sabia que ele deveria estar entretido em seu livro. Ela foi tirando o casaco, desabotoando a blusa e livrando-se dos sapatos.

- Castle?

- Aqui – e ao sair do banheiro deu de cara com ela já de soutian e calçinha. Ele mordeu os lábios e gemeu ao olhar para ela.

- Estou louca por um banho. Preciso relaxar um pouco. Você pensou em algo para jantarmos? Estou com vontade de comer pizza, podemos pedir. O que acha? – Kate entra no chuveiro. Nem bem a água começa a tomar seu corpo, ela é surpreendida por Castle que entrara no chuveiro completamente nu já empurrando-a contra a parede abraçando-a por trás e devorando o pescoço enquanto suas mãos apertavam os seios dela. Kate virou-se para ele buscando a boca. O beijo foi ardente, o toque selvagem. Ela não sabia explicar o por que porém ser pega de surpresa por Castle sentindo o toque quente de suas mãos era muito bom.

Castle parecia estar louco de tesão. Ele a pressionava contra a parede de azulejos e mordiscava o pescoço descendo para o colo e os seios. Abocanhou um deles sugando-o e roçando os dentes no mamilo. Kate sentia a ereção dele contra sua coxa. De repente, ela se viu suspensa pelas pernas por ele e sentiu Castle penetra-la de uma vez. O sexo era rápido, intenso quase selvagem. Puro e simples desejo. O modo mais primitivo e básico de uma relação a dois. Kate entrava no jogo e agia da mesma forma que ele. Em poucos minutos, o orgasmo os atingiu extrapolando o desejo além das veias.

A água corria molhando a ambos. Ainda ofegante, Castle a imprensava na parede. Sentiu os dentes de Kate cravados em seu ombro. Buscou os lábios dela e novamente envolveu-a em um beijo sedutor. Mais calmos, tomaram banho juntos.

Uma hora depois, eles estavam na cama com a TV ligada e uma caixa de pizza entre eles. Kate mordeu mais um pedaço da fatia e após lamber os lábios, ela voltou a perguntar.

- Você ainda não me disse o que foi aquele fogo todo no chuveiro... não que eu não tenha apreciado, eu gostei muito. Somente estranhei a forma como aconteceu e não sei o motivo. Então, vai me contar?

- Culpa do seu alter ego. Estava escrevendo uma cena quente entre Nikki e Rook à tarde, acredito que me empolguei com a cena e esse foi o resultado. Na verdade, não foi apenas empolgação, eu realmente fui afetado.

- Tão bom assim? Se bem que pela amostra que tive... fiquei curiosa para ler essa cena.

- Pode se controlar. Você não vai ler antes do tempo.

- Poxa... – Kate reclamou manhosa – queria tanto....

- Querer não é poder. No momento certo, você poderá usufruir – ele se aproximou dela e beijou os lábios com sabor de queijo e pepperoni. Virou o resto da cerveja na boca. Terminada a refeição, eles se arrumaram para dormir.

O tempo passava e novas complicações surgiam na vida a dois. Enquanto Castle escrevia, Kate se envolvia em casos e mais casos do FBI. E como não podia deixar de acontecer, Kate destina grande parte do seu tempo e concentração aos crimes. Por conta disso, chegava tarde em casa, desmarcava compromissos com Castle e chegara ao ponto de não aparecer para jantar algumas noites deixando ele sozinho. Apesar de tudo isso, Castle acabava compreendendo e cedendo para apoia-la. Claro que em um relacionamento, as ações deveriam obedecer uma via de mão dupla e isso ele não conseguia ver. A prioridade de Kate começava a ficar evidente para Castle, os horários e as viradas de noite eram sinais disso.  Relevava pensando na pressão que ela poderia estar sofrendo também apesar disso não significar que ele não notara o que acontecia. Porém, houve uma ocasião em que ele se chateara.

Tinha preparado um jantar especial para ela. O vinho na geladeira, as velas espalhadas na sala. Fazia dois meses que estavam morando juntos em Washington e Castle considerou a data importante para celebrar de maneira diferente. Ele se arrumara e esperara por ela que não apareceu. Frustrado, ele apagou as velas, guardou as comidas e se recolheu para o quarto. Kate voltou para casa de madrugada e não ficou sabendo o que acontecera por ele mas desconfiou ao ver a vasilha com comida diferente na geladeira. Não perguntou a ele. Já sabia que ela pisara na bola.

Por sua conta, esperou o domingo e na manhã acordou bem cedinho e se dedicou a preparar um excelente café da manhã. Fez panquecas, fritou ovos e bacon, o café começou a cheirar e ela encheu as canecas. Arrumou tudo na bandeja e seguiu para o quarto. O cheiro já havia despertado Castle, ela sentou-se na cama acariciou o peito dele e sorrindo beijou os lábios dele.

- Bom dia... que tal um café caprichado?

- Hum, então era esse o aroma maravilhoso que eu senti? – ele se sentou na cama e ajeitou o cabelo dela para trás da orelha, acariciou o rosto e passou o polegar sobre os lábios dela. Com a outra mão, ele moldou um dos seios dela apertando o mamilo. Kate sentiu logo um arrepio percorrer sua pele. Percebendo a intenção dele, falou.

- Se não comermos vai esfriar... e todo o meu trabalho vai por água abaixo.

- Ah, isso não seria bom... – beijou-a carinhosamente – vamos comer então?

Eles saborearam o café da manhã na cama, um alimentando o outro e realmente curtindo um momento a dois. Ao terminar a refeição, Kate o tocou por baixo da camisa, deslizando suas mãos pelo peito dele. Segurando na ponta da camisa, ela o puxou para cima livrando-se dela, empurrou-o na cama e deitou-se sobre ele. A boca se perdeu na extensão do peito dele e os dentes entraram em ação provocando gemidos e incentivando ao algo mais. Dessa forma, se perderam fazendo amor novamente.

Ficaram por um bom tempo deitados preguiçosamente naquela manhã de domingo. Entre um programa e outro, eles trocavam carinhos. Castle estava feliz por tê-la ao seu lado depois da decepção que tivera naquela semana. Assim, quis estender o tempo com ela.

- O que você acha de nós sairmos para almoçar, passear um pouco na cidade? Podemos ir ao shopping, você escolhe.

- É uma boa ideia. Podemos fazer isso. Vamos nos arrumar e sair. Shopping é uma boa ideia depois de um bom almoço. Que tal uma comida tailandesa?

- Gostei – ele se levantou para ir ao banheiro no meio do caminho virou-se – hey, mova esse seu traseiro lindo. Já são onze horas se não nos arrumarmos perderemos tempo.

- Sim, senhor – ela brincou.  

Duas horas depois, eles estavam sentados em um ótimo restaurante tailandês de Washington saboreando o melhor da culinária apimentada e doce. Sentados um ao lado do outro, eles alternavam carinhos entre colheradas de comida. Depois da sobremesa, ela sugeriu tomarem o café no shopping na sua livraria favorita, a Borders.

Eles primeiro passearam de mãos dadas pelo shopping até chegar à livraria. Antes de entrar no local, Castle olhou para ela e provocou.

- Você sabe que está entrando no meu território então não reclame se houverem algumas fãs interessadas no meu autógrafo, numa foto, sabe como funciona.

- E você acha que as pessoas irão te reconhecer aqui? Sério?

- Você sabe que isso é muito possível.

- Bem, não vou discutir só dou um recado: nem pense em assinar nenhum peito ou vou te prender por atentado ao pudor.

- Wow... Nikki! – Castle ria enquanto entravam na livraria.

Eles entraram na livraria e foram direto ao café. Kate sentou em uma das mesas e Castle foi comprar a bebida para eles. Ela observava o movimento no lugar, Kate adorava o cheiro de livros novos e café uma combinação perfeita. Ele sentou-se de frente para ela e conversavam um pouco sobre outras coisas até voltarem a falar do novo romance que ele escrevia.

- Quanto tempo você acredita para estar com Deadly Heat nas livrarias? Porque do jeito que você está empolgado nesse livro da sequência, logo vai terminar e como fica o lançamento?

- Hum, sinto o cheiro de ansiedade para ler os livros de Nikki. Já disse isso pra você, temos ainda uns dois meses para o lançamento e a turnê pelo menos. Tenho que avançar um pouco mais no livro para apresentar a editora, mas quando puder você poderá ser a primeira a ler.

- Eu não quero ler antes do tempo, vou esperar – ele acariciou a mão dela quando o seu nome foi chamado. Levantou-se e foi apanhar os cafés. Quando retorna para a mesa com alguns muffins de blueberry para acompanhar. Estão saboreando a bebida, uma moça se aproxima.

- Com licença... oi, boa tarde. Você é Rick Castle não? – e mostrou um exemplar de Frozen Heat com a capa traseira onde havia a foto dele – poderia autografar pra mim?

Ele sorriu pra moça e virou-se para Kate piscando e fazendo cara de safado. Pegou a caneta e assinou. A moça agradeceu e saiu feliz da vida. Sem querer perder a oportunidade de implicar com ela falou.

- Quem não ia ser reconhecido mesmo? Ah, lembrei! O escritor de Best-seller, o mestre do macabro.

Kate ria do jeito dele, Castle não perdia uma chance de praticar a modéstia ou melhor, perdia. Sempre querendo aparecer. O homem vivia para os holofotes. Fora assim que o conhecera e se apaixonara. Esse lado de celebridade dele nunca sumiria mas ela aprendera a conviver ao longo desses cinco anos.

- Tá bom, já entendi. Que tal a gente circular pela livraria agora escritor?

- Por mim tudo bem. Ele tomou o último gole de café quando o celular dela tocou.

- Beckett – ela ouvia – quando? Certo, pode mandar a localização Jordan – ao ouvir o nome, Castle começou a não gostar do tal telefonema – a equipe já está no local? Hum, tudo bem, chego em vinte minutos – desligou. Pela expressão de Castle, ela teria dificuldade em comunicar que precisaria encerrar o programa deles – era o FBI. Tenho um caso, preciso ir até a cena do crime – a seriedade no rosto dele permaneceu – olha eu sinto muito...

- É, sente muito. Pensei que hoje seria diferente, que teríamos um tempo para nós. Me enganei, pela segunda vez em uma semana.

- Castle, eu preciso trabalhar, alguém morreu.

- Sempre alguém morrerá.

- É o meu trabalho, não posso evitar.

- Mas em pleno domingo? Poxa Kate, eu já fiz um jantar especial pra você e fiquei literalmente sentado esperando por você. Hoje achei que íamos recuperar esse tempo. Eu iria apagar a raiva que senti por você mas o trabalho, sempre ele nos atrapalhando. Kate nós combinamos melhorar nossa relação, dar mais apoio um ao outro e colocar o “nós” como prioridade. Não estamos fazendo isso, eu cedo muitas vezes, procuro entender o seu lado, a sua carreira porém não vejo um esforço real do seu lado. O que você fez hoje era uma tentativa de se redimir porque sei apesar de não ter comentado que você descobriu sobre o jantar que preparei. Queria passar o dia com você! Mas já vi que o nosso programinha a dois terminou.

Ele se levantou e fez menção de ir embora. Kate o segurou pela mão.

- Espere, Castle – ela a fez olhar em seus olhos – eu sinto muito, de verdade. Você tem razão, eu errei. Não tenho sido uma boa namorada e você tem feito tudo para me agradar. Eu adoro tudo o que você vem fazendo mas eu preciso trabalhar, preciso conquistar meu lugar, é difícil para mim também. Por favor, Castle não quero brigar com você. Quero que fique tudo bem. Desculpa. Você me perdoa?

Ele via que Kate era sincera e sentia por estar fazendo aquilo. A sua raiva diminuiu ao olhar para ela. Kate acariciou a mão dele na sua fazendo pequenos círculos com o polegar lembrando o que seu toque podia significar para ele. Ele sabia que ela ainda precisava demonstrar que estava nessa tanto quanto ele, sabia que tinham um caminho a percorrer com essa descoberta do que era viver o “nós”, por hora Castle decidira ceder.

- Tudo bem, Kate. Só gostaria que você pudesse entender o que espero de você, de nós como casal.

- Prometo que não vou esquecer, tenho responsabilidades porém não vou deixar isso acontecer, “nós” sempre deverá prevalecer – ela o beijou suavemente nos lábios, saíram da livraria – você vai ficar bem? Vai pra casa?

- Sim, daqui a pouco volto para casa.

Ela o beija novamente e acariciando o rosto dele, falou.

- Obrigada por ser quem você é. I Love you. Sorrindo ela caminhou sumindo de sua vista a passos apressados.

Castle suspirou e voltou para a livraria.

Nos dias seguintes, Kate realmente mostrou um esforço para cumprir a promessa. Chegava cedo, mesmo trazendo trabalho pra casa, conversavam antes de dormir e ela inclusive cozinhara duas noites para eles.

Ele avançara bastante e já tinha a proposta para oferecer a sua editora do novo livro. Coincidentemente, recebeu algumas informações adicionais sobre a turnê de Deadly Heat. As últimas datas estavam fechadas. Após o natal, ele deveria passar duas semanas na costa oeste e finalizar seus eventos em Las Vegas. Estaria livre ao fim de janeiro. Olhando o calendário, começou a bolar uma ideia. Naquela noite após o jantar, ele dividira o pensamento com ela.

- Hoje recebi as últimas datas da minha turnê. Finalizo em janeiro do próximo ano na costa oeste. Claro que tenho a pausa do natal. Então pensei se depois disso já deveríamos marcar a data do casamento. A primavera sempre é uma época maravilhosa para um evento como esse.

- Já vamos marcar a data? Não acha muito cedo? Quer dizer são meses a frente e acabamos de ficar noivos e se não der tempo?

- Kate, temos meses para nos preparar, para você planejar a festa do jeito que você quiser. E com ajuda de Alexis e Lanie certamente você vai ter a melhor equipe ao seu lado, tudo sob controle do jeito que você gosta.

- Está me chamando de controladora?  - Ela se aproximou dele e envolveu seus braços ao redor do pescoço.

- Estou dizendo alguma mentira? – sorriu.

- Maio é um mês muito bonito em New York. Acho que temos um acordo, Rick Castle – e o beijou apaixonadamente.

Mas a tentativa de dedicação a vida de casal não conseguira se manter por muito tempo. Novamente, Kate estava atolada de trabalho e a antiga rotina ganhara força. As noites de Castle voltaram a ser solitárias e trouxeram de volta o sentimento de frustração que ele sentira anteriormente. Quase toda a noite, ele jantava sozinho ou ouvia as desculpas de Kate quando ligava para avisar que faria viradão no bureau. Ele queria acreditar que era somente uma fase porém essa vida de casal onde apenas um se preocupava em ceder, em buscar a vida a dois, começava a preocupar e chatear Castle.

A primeira prova do livro já estava terminada. Naquela manhã, ele ligou para sua agente para informar que tinha algo para oferecer a editora e pediu para ela agendar uma vídeo conferencia via skype com a editora a fim de apresentar o trabalho. Na parte da tarde, teve sua reunião. Empolgado, ele falava o que tinha criado a partir da nova fase da vida de Nikki, fizera a ligação do último romance com o novo e já podia ver um bom enredo com muito mistério e angst, algo que chamaria a atenção de seu público. A editora logo se mostrou interessada. Queria ver uma previa da história e também discutir outras possibilidades. Sua agente perguntou se poderia vir a New York para discutir e assinar o termo de compromisso do que já parecia ser seu próximo livro. Também tinha o primeiro exemplar com a capa original impressa para mostrar a ele. Castle disse que ia pensar sobre a viagem e entraria em contato.


FBI HQ – 2 horas da tarde


Eles acabaram de seguir uma pista que parecia ter funcionado, tudo que precisavam era esperar o sistema localizar onde o suspeito estava escondido. Kate estava com fome. Jordan aproximou-se dela.

- Falei com a equipe. Estimam cerca de três horas para encontrarem o cara. Pedi para nos avisarem e já deixei mais dois agentes de sobre aviso. Fome?

- Morrendo. Vamos comer alguma coisa no self-service da esquina.

- Por mim tudo bem.

Eles foram ao pequeno restaurante para um almoço rápido. Conversavam amenidades até o momento que Jordan perguntou sobre o escritor. Kate comentou que ele estava focado em uma nova história e parecia estar indo muito bem. Jordan percebeu algo diferente no rosto dela ao falar de Castle. Ela o amava, isso era fato porém algo estava incomodando-a.

- Não vejo a hora de ler o próximo romance de Nikki Heat. Fiquei com gosto de quero mais desde o anterior. Ele tem muita imaginação não?

- É, tem sim. Jordan arriscou tocando na mão dela. 

- O que foi? Você parece um pouco distante. Precisa de um amigo, um conselho, qualquer coisa é só me pedir. 

Instintivamente, ela puxou a mão debaixo da dele. Olhou de maneira estranha pra Jordan não reconhecendo ou entendendo o porque desse gesto. Será que Castle tinha razão? Quando estavam na sobremesa, o celular de ambos tocou. Era o alerta. Pagaram a conta rapidamente e voltaram para o bureau a fim de se reunir com os outros agentes e capturar o suspeito. Eram em quatro. Ao chegarem no local, separaram-se. Beckett ficara com um dos agentes para explorar a frente da casa e Jordan com seu par foram para os fundos. Com todo o cuidado, ela estudou a área. Quando estava ciente do que que poderia arriscar, ela arrombou a porta. Conseguiram encurralar o cara em um dos cômodos da casa. Uma espécie de quarto. Ela dialogou com ele entrando no quarto. O outro agente manteve uma certa distância dela para cerca-lo. Ela fez sinal para o parceiro agarrar o cara. Porém, quando o agente ia surpreende-lo, os dois foram pegos por Jordan entrando de supetão no quarto no mesmo instante que o sujeito puxara uma faca. Mirou nas coxas de Jordan e Beckett percebendo se jogou para derruba-lo. a faca raspou em seu braço e ela caiu sobre o homem tentando imobiliza-lo. Ele lutou e acabou jogando Beckett contra um armário, ela senti a dor aguda quando a ponta do armário a atingiu. Com raiva, ela o socou e o outro agente o dominou. Voltaram para o bureau e Beckett informou a Stack o andamento da captura e da investigação, o caso seria fechado hoje mesmo. Jordan aproximou-se dela logo que deixou a sala de Stack.

- Beckett... espere. Quero falar com você – ela parou na frente dele no corredor que dava acesso aos banheiros – olha, eu queria primeiro me desculpar por ter atrapalhado a captura do suspeito. Você quase o perdeu ou saiu ferida por minha causa. O que me leva ao segundo ponto, agradecer por me defender e salvar minha pele. Poderia ter sido ferido gravemente e você também.

- Jordan não é nada, apenas fiz o meu trabalho. Todos ali eram meus parceiros e como tal precisava assegurar que ficassem livre de perigo.

- É um pensamento estranho, não sei se todos estavam pensando em te proteger também.

- Para mim não interessa o que estavam pensando, aprendi sobre parceria muito cedo e isso é parte de mim, do que eu sou como pessoa e profissional. Não precisa agradecer.

Jordan pareceu realmente surpreso. Não era à toa que admirava aquela mulher. Ela era diferente dos outros agentes que já trabalhara. Por impulso, ele inclinou-se na direção dela. Beckett percebeu o movimento e se desvencilhou a tempo empurrando-o.

- O que você pensa que está fazendo? Ia me beijar? Em pleno ambiente de trabalho? – será que Castle realmente tinha razão? Jordan nutria uma queda por ela? pensou.

- Não, Beckett desculpa não é nada disso. Você entendeu errado, ia te abraçar. Só agradecer mesmo – ela olhou torto para ele – tudo bem, reconheço que você é uma mulher extraordinária e fazia muito tempo que não conhecia alguém assim, do sexo feminino.

- Jordan você tem namorada? Porque se está comprometido considerarei esse elogio um insulto! Não admito isso e mesmo sendo solteiro não gostei porque eu sou comprometida.

- Beckett... eu sou gay. Quer dizer, sou bissexual. Tenho uma relação estável com outro homem há três anos e você foi a primeira mulher que me chamou atenção em muito tempo. Precisamente, oito anos. Mas desculpe eu devia ter sido claro antes. Respeitarei como você merece. 

- Acho bom mesmo. Jordan eu respeito muito o ambiente de trabalho e gosto de trabalhar com você não estrague isso – ela ergueu a mão e mostrou o anel no dedo – está vendo isso? Sou noiva e você sabe de quem. Não quero nem pensar sobre a possibilidade de você nutrir qualquer sentimento além do respeito e parceria de trabalho comigo.

- Novamente, Beckett desculpe! Não foi minha intenção. Pisei na bola. Prometo que não vai acontecer outra vez e você terá seu amigo – ela reparou que o rosto dele estava vermelho de vergonha, sentiu-se melhor por ter esclarecido porém surpresa por não ter percebido o que Castle já enxergara.

- Ok, tudo bem. Vou acreditar na sua palavra. Agora, com licença, preciso ir. Boa noite.       

Beckett foi ao banheiro e tirou a blusa. O ombro doía e começava a ficar roxo. Ela molhou um pedaço de papel e começou a limpar o lugar. Então, Castle tinha razão, em partes claro. Ela mesma não imaginara que ele era gay ou melhor bissexual! Não decidira se contaria para Castle. Terminou de limpar o excesso de sangue do golpe e colocou uma gaze improvisada.


XXXXXXX       


Kate voltara para casa por volta das nove aquela noite. Tinha o arranhão no braço coberto com gaze. Esse era o resultado do confronto com o suspeito. Jogou a bolsa no sofá, foi até geladeira e serviu-se de um copo d’água. Cansada, caminhou com o copo nas mãos ao quarto. Castle estava na cama, de pijamas com o notebook no colo. O barulho dos dedos nas teclas era um som confortante depois do dia que tivera. Erguendo os olhos na direção dela, ele reparou no curativo improvisado.

- Hey... escrevendo até essa hora? Já deve estar terminando o livro.

- Está terminado pelo menos a primeira prova. Estou acertando detalhes antes de submeter à editora. O que foi isso no seu braço?

- Não é nada. Risco do trabalho.

Castle deixou o notebook de lado e aproximou-se dela. Tocou-lhe o braço e tirou devagar a gaze que cobria o machucado. Não era apenas um arranhão, era grande e estava inchado perto de inflamar ele podia perceber pelas laterais.

- Precisa ser limpo e colocar um anti-inflamatório ou vai infeccionar.

- Não é nada – Kate tentou puxar o braço mas Castle segurou firme – deixa pra lá,Castle.

- Porque tem que ser tão teimosa? Reconheço um simples machucado quando vejo um, sou pai esqueceu? Esse está a ponto de inflamar. Como isso foi feito?

- Durante a captura do suspeito. O anel dele raspou na minha pele. Lavei e coloquei gaze já é o suficiente.

- Obviamente não, está começando a inflamar porque não cuidou logo, o FBI não cuida dos seus agentes? – ele se levantou em direção ao banheiro para pegar a caixa de primeiros socorros reparando no modo como Kate revirava os olhos – e não adianta fazer essa cara de poucos amigos ou revirar os olhos, vou cuidar desse machucado quer você queira quer não. Mas o cara deveria ser muito escorregadio para você ter se ferido. Isso normalmente não acontece com você.     

Ele sentou-se na cama ao lado dela com a caixa. Pegou um chumaço de algodão molhou com antisséptico e colocou levemente sobre o machucado dela movendo com cuidado para limpar a sujeira e o sangue seco que se acomodara ao redor do arranhão. Repetiu o processo.

- Você não me respondeu. Como isso aconteceu? Não parece um machucado feito com um anel, parece ser mais profundo – ele agora aplicava um anti-inflamatório em spray para também amortecer a dor.

- Eu estava encurralando o suspeito com um outro agente, ele já ia agarra-lo como havia sinalizado mas no momento certo, mais dois agentes entraram pela porta dos fundos e o cara se desesperou puxou a faca antes que o agente imunizasse sua mão e ia enfiar a faca na coxa de Jordan quando o empurrei, a faca raspou no meu braço mas consegui derruba-la e o outro agente o segurou. Nada demais – ela começou a se distanciar dele mas Castle puxou o seu braço e Kate gemeu.  

- O que foi? – ela tentou se desvencilhar porém Castle foi mais rápido puxando a camisa dela – você está com o braço roxo. Não foi somente a faca que a atingiu, você lutou com o sujeito – ele tocou o lugar onde o roxo se espalhava e viu Kate fechar os olhos tentando lutar contra a dor - Se feriu por causa de Jordan... sei – ele colocava a gaze protetora – para protegê-lo.

- Castle é meu dever, podia ser qualquer agente. Tinha que executar a prisão. Não venha com essa de ciúmes agora – ela pensou em falar mas desistiu.

- Não se trata de ciúmes, Kate. Você já pensou que poderia ter sido ferida de forma mais grave? Sei que sempre quer proteger e bancar a heroína mas quem fará isso por você? Você sabe como me sinto cada vez que você diz que irá chegar tarde? Fico preocupado se algo poderia acontecer. Não estou lá para enfrentar as coisas com você, Kate. Sou um mero espectador e temo um dia receber um telefonema dizendo que você está no hospital gravemente ferida ou que levou uma bala, coloque-se no meu lugar. Não posso protegê-la como antes, fico me perguntando se outros estarão tão dispostos a salvar sua vida.

- Castle eu sei me cuidar. Não sou nenhuma novata e já enfrentei muitos bandidos perigosos, vou tomar cuidado. E você não salvou minha vida mais do que salvei a sua.

- Não se trata de quem salvou quem, antes tínhamos um ao outro, nos protegíamos mutuamente. Quem fará isso agora por você? Vou buscar um comprimido para você. Nem cuidar de um machucado quer.

Ela sabia que ele estava chateado porém não era somente por causa desse machucado. Era por várias coisas.

- Você comeu algo? Precisa antes de tomar o remédio.

- Não, tem alguma coisa para comer?

- Tem comida chinesa na geladeira e um suco de laranja. Vamos na cozinha – ele já ia tomar a frente quando ela o impediu.

- Deixe que eu me sirvo e esquento. Ele deu de ombros e sentou-se em um dos bancos apoiando os cotovelos no balcão para observa-la. Pensara bastante depois de conversar com sua agente naquela tarde. Antes achava que a ida para New York podia esperar mas talvez fosse uma boa saída para eles. Acalmar as coisas, esfriar a cabeça e dar um tempo para que Kate sentisse falta dele, para a saudade apertar e assim ela entenderia o significado de “nós”. Vendo ela começar a comer, decidiu contar antes porém, faria mais uma tentativa.

- Hoje fiz uma vídeo conferência com a minha agente e editora. Falei que tinha um projeto novo para apresentar a elas. Minha editora também queria que eu fosse para New York ver algo e assinar papeis. Precisa da minha presença.

- Que bom, Castle. Então a nova aventura de Nikki Heat tem muita chance de ser lançada logo?

- Não tão rápido. Ainda tenho muitos  acertos a fazer na história. Escrevi um único rascunho, há muito o que acrescentar ainda. Além disso, o segredo é dar um tempo de pelo menos seis meses a um ano depois de um lançamento. Estava pensando, que tal você me acompanhar nessa viagem? São somente três dias, podemos rever os amigos e matar a saudade da “Big Apple”, topa?

- Castle, eu não posso. Tenho responsabilidades, trabalho a fazer.

- Não pode tirar uma folga de três dias? Você trabalha tanto! Podemos ir numa sexta, aproveitar o fim de semana.

- Não posso. Sou novata não tenho regalias e além do mais estou muito atolada de trabalho, no meio de uma investigação, não posso abandonar isso. É uma questão de prioridade.

- Hum, certo. Prioridade – ele se levantou chateado, não adiantava discutir - tem razão, você não pode se afastar do trabalho. Compreendo a importância disso. Não esqueça de tomar o remédio – voltou ao quarto.

- Espere, Castle – não adiantava, resolveu terminar de comer para ele também se acalmar.

Ele voltara a deitar-se. Desligou o notebook. Ligou a TV. Zapeando entre canais, ele não prestava atenção ao que passava. Ele já sabia a resposta dela antes mesmo de fazer a proposta. Esperava por isso porém ouvir um não dela especialmente falando de prioridades fora difícil. No fim, essa viagem a New York teria um propósito. Viu quando ela retornou da cozinha e foi ao banheiro.

Meia hora depois, ela já estava vestida para dormir. Levantou o edredom do seu lado e sentou-se na cama ao lado dele. Castle prestava atenção a um programa de entrevistas. Suspirou. Ela se aconchegou na cama e virou-se de lado apoiando o cotovelo no colchão e sobre a mão, a cabeça para fita-lo.     

- Quando você pretende ir a New York?

- Ainda não decidi. Será logo. Tenho que focar no meu trabalho – isso fora uma indireta para ela, usar a palavra focar tivera exatamente esse propósito.

- Eu queria ir, Castle. De verdade. Só não posso, não agora. Não tenho a moral que tinha no meu distrito. É diferente, tente entender.

- Sei que é. Acredite, tudo que venho fazendo ultimamente é entender, incompreensivo disso você não pode me acusar.

- Não, sei disso. Vou dormir – se esticou e beijou-lhe os lábios –boa noite, Castle.

- Boa noite, Kate. Após observa-la por um tempo, ele se virou e procurou dormir.

Na manhã seguinte, ele não a viu sair. Tomou café sozinho e dedicou-se a preparar sua viagem. Três dias depois, ele viajaria a New York. Estava resolvido. Informou a sua agente e também a Kate quando ela chegou em casa.

- Daqui a três dias, certo. E quando volta?

- Na próxima terça.

- Será rápido então...

- Sim, essa é a intenção.

Conforme programado, três dias depois Castle se despediu de Kate ainda no café da manhã pois viajaria às dez da manhã, horário que ela estaria trabalhando.

- Preciso ir trabalhar – ela se aproximou dele já com a bolsa no ombro – faça uma boa viagem e boa sorte com o livro. Você vai se dar bem, Castle. Você é o mestre dos best-sellers não? – sorriu e beijou-o com carinho – tchau.

- Tchau, até a volta e Kate, apenas tome cuidado. Quero voltar a Washington e encontra-la inteira.

- Tudo bem, vou me cuidar. E jogou um beijo no ar para ele.

No aeroporto de Washington, Castle embarcou pensativo. Alguns dias em New York poderiam fazer bem a ambos. Esperava sinceramente que Kate refletisse sobre o relacionamento deles e reconhecesse que já não viviam como antes, o trabalho dela realmente começara a ser um problema para eles apenas Kate não percebia. 


Continua....

3 comentários:

Paula Teixeira disse...

Acho complicado Rick ficar jogando ela contra a parede. Todo mundo sabe que em certos tipos de trabalho, especialmente no início, coisas assim acontecem ... Qtas vezes isso aconteceu antes quando na série ela era da NYPD. Acho que na série o problema será parecida com o pensado por você.Mas de alguma forma, eles vão conseguir superar. E muito, muito obrigada pelas NC 17 ... foram ótimas!

Unknown disse...

Acho que tudo isso que vc vem abordando na fic, é o q realmente vai acontecer na série!! Relacionamento é uma coisa complicada, principalmente qd se divide o mesmo teto. Kate sempre foi mt profissional e dedicada ao trabalho. Por mais q Castle a acompanhe em DC, o FBI requer mt tempo e com certeza isso afetará bastante o relacionamento dos dois, pois ela n vai ter mais o tempo livre q tinha antes. Até lembro da segunda temporada, o episódio duplo qd aquela agente do FBI falou q tinha uma filha e tal, mas q mtas vezes está ausente de aniversários, rotinas familiares.. acho q teremos uma temporada bem turbulenta pra esses dois, mas no final tenho certeza q eles se ajeitam, pois o amor é mais forte!!!
Aguardando ansiosamente o próx capítulo!! :)

Unknown disse...

ah momentos Caskett amo,na minha opnião acho que a Bex esta certa em se dedicar ao trabalho e buscar reconhecimento,não é facil você sair do seu lugar no qual já sabe a rotina de cada dia e ir para um lugar novo em que todos querem o melhor de você,até mesmo " VOCÊ" se exigi isto ao focar nisto temos de abrir mão de algumas coisas no caso de Kate esta custando o relacionamento dela com o Cas.Por mais que ele entenda,tem momentos em que existe o "Eu te entendo" mais e Bex não vejo o "Também te entendo",só o " "vou tentar melhorar",a um longo caminho até o tão sonha Nos.(Acho que compliquei as coisas,né?!)
Na parte que li,quando Cas cuida do ferimento dela e todo preocupado a Kate tentando esconder na hora me veio na mente"Eve e Roarke",ai te amei em dobro.Quero ver o que vai acontecer agora que ela não tera o Rick a espera dela e ele tentando esfriar a cabeça.
Aguardando a continuação.Bjs!