Nota da Autora: Voltamos ao passado e resolvi dar um momentinho especial pra vcs mas....bem nem tudo são flores...enjoy!
Atenção! NC-17....
Cap.6
Oito horas da manhã foi a hora que Castle deixou-a na
frente do edifício J.Edgar Hoover com um copo do seu café preferido nas mãos e
um beijo caloroso nos lábios. Desejara a ela um bom dia de trabalho. Kate Beckett
sorriu para ele antes de entrar no prédio. Percebera que ele permanecera parado
por algum tempo observando-a sumir de suas vistas. Vivia um momento diferente.
No bolso, a insígnia do FBI e na mente a sensação de um primeiro dia de aula.
Exceto que fazia muito tempo que não ia ao colégio. Não, aquilo era um
recomeço. Um novo emprego, novas expectativas e desafios.
Vida nova.
Essa era o pensamento de Kate quando pisara no bureau
agora oficialmente como agente do FBI. Sua divisão era de crimes estratégicos
com dolo ou vínculo com a segurança nacional dos Estados Unidos, podendo
tratar-se de supostos ataques terroristas, crimes contra o patrimônio, rede de
corrupção e intrigas e casos envolvendo as autoridades maiores do país.
Começava a se ambientar com os sistemas e o método de trabalho ainda que se
sentisse deslocada por esse último. Aqui, o mais próximo que tinha de um
parceiro era Stack, porém o mesmo funcionava mais como um mentor, um chefe.
Jordan apesar de ser um cara técnico, era um bom colega de trabalho e como ela
já havia percebido, podia lhe ser útil na hora de precisar de ajuda com a
tecnologia ou mesmo pesquisas. Participou de sua primeira reunião do
departamento, algo que não era comum em seu dia a dia no distrito. Discutiam os
casos em andamento e Stack a destinou para acompanha-lo na investigação que estava
procedendo. Assim que saíram da reunião, um dos agentes chegou até ele e
comentou do telefonema que acabaram de receber. Alguém delatara um assassinato
e a vitima trabalhava para o supremo tribunal de justiça, suspeitava-se de
chantagem. Vendo isso como uma boa oportunidade para Beckett, ele a nomeou para
o caso.
Satisfeita por voltar a rua e à ativa, Beckett agarrou
a chance. Durante aquela semana, ela dedicou-se ao seu caso e ainda auxiliara
em outros. À noite, ela discutia aspectos da investigação com Castle e ele
sempre se metia quando ela estava analisando algo em casa.
Beckett finalmente encerrou o caso, seu primeiro caso
federal. Estava feliz. Pegou o telefone e discou para ele.
- Castle, sou eu.
- Hey, tudo bem?
- Sim, acabei de fechar meu primeiro caso. Não é
ótimo?
- Excelente! Isso merece uma comemoração. A que horas
vem para casa?
- Pretendo sair daqui às 5 horas, porque?
- Vamos fazer o seguinte: você virá para casa, tomará
um belo banho, colocará um vestido bem bonito, arrume os cabelos e vamos jantar
em um restaurante chique de Washington. Hoje a noite é da mais bela agente do
FBI que eu conheço.
- Soa maravilhoso... estarei aí às cinco.
- Ótimo, providenciarei a reserva.
Apartamento de Beckett – 5h da tarde
Castle estava terminando o seu banho quando ela
chegou. Ao entrar no quarto encontrou-o enrolado no roupão, os cabelos ainda
molhados escorrendo pelo pescoço.
- Achei que era você – ele sorriu e inclinou-se para
beija-la – o banheiro a espera. Quero vê-la estonteante como somente você sabe
ser hoje à noite. Temos reserva para às 8h.
Kate entrelaçou seus braços ao redor do pescoço dele e
sorrindo esfregou seu nariz com o dele.
- Vamos comemorar em grande estilo, Castle? Onde?
- Esses detalhes você deixa comigo. Depois do jantar,
teremos uma noite ainda melhor...
- Você não tem ideia… - e gargalhou beijando-o antes
de entrar no banheiro.
Quase uma hora depois, Castle estava sentado ao sofá
brincando com seu iphone. Estava pronto. Vestia calça social, camisa de seda
fina em um azul claro e um blazer azul marinho estava sobre o sofá. Então ela
surgiu à sua frente. Linda, uma verdadeira dama em vermelho, femme fatale como
diriam os franceses.
- WOW… - foi tudo que ele conseguiu dizer. Ela estava
deslumbrante. Usava um vestido vermelho sem alças um pouco acima dos joelhos
colado ao corpo revelando a silhueta bem definida dela. Os cabelos estavam
presos displicentes deixando alguns fios caídos sobre os ombros. A maquiagem
singela realçava os olhos com destaque para a boca incrivelmente vermelha. Ele
desejou instantaneamente aquela boca. Sentiu o aroma adocicado de um perfume
sensual.
- Que cheiro é esse?
- Sexy…
- Sim definitivamente sexy, tudo em você. Quase me fez
pensar em desistir do jantar, Beckett. Você está vestida para matar. A dama de vermelho.
- Não, o nome do perfume é Sexy 212 da Carolina
Herrera – mas ela percebeu que ele sequer prestara atenção. Estava perdido
completamente nela. Com um sorriso malicioso, ela se aproximou dele deslizando
sorrateiramente as mãos pelos seus ombros e sussurrando ao ouvido dele – vamos
nos atrasar assim – tudo para encostar seu corpo ao dele apenas para comprovar
o que já desconfiava – e Castle? – ele gemeu – não é hora do brinquedinho,
ainda – e se afastou rindo.
- Você é terrível, Kate Beckett... terrível.
Ainda em meio a risos, os dois deixaram o apartamento.
O restaurante era de classe. Fiola na Pensilvania
Avenue. O lugar era aconchegante e Kate pode notar inspirava riqueza. Foram
conduzidos a mesa reservada por Castle. O garcon aproximou-se deles já
oferecendo um pequeno aperitivo,ostras e mostrando a carta de vinhos para ele.
Sabendo que eles certamente iriam comer frutos do mar ou peixes optou por um
espumante para começar, mais tarde pretendia pedir uma garrafa de champagne.
Após olharem o menu, onde tiveram dificuldades para escolher os pratos tão
saborosas pareciam as opções, eles fizeram o pedido. Assim que lhes serviram as
bebidas e ficaram a sós, Castle puxou conversa com ela.
- Então, quem diria, eu e você, noivos, em Washington
DC celebrando seu primeiro caso federal. Alguma vez durante o tempo que
trabalhamos juntos isso passou pela sua cabeça?
- Sinceramente? Não.
- Não? Nada mesmo? – Castle perguntou surpreso – nem o
lance da federal?
- Ok, de fato o lance da federal era algo que cogitei
em algum momento na minha carreira da polícia mas era algo que não imaginava
tornar-se tão real. Ao contrário da outra parte, nossa relação. Sabia que em
algum momento você se renderia daí a me pedir em casamento...
- Lá vem você com essa ideia de que eu me apaixonei
primeiro.
- O que é verdade mas não é esse o ponto. O ponto é
que passei um tempo lutando contra o sentimento mas pensei em casamento sim.
- Hum, revelações de Katherine Beckett...
incrivelmente estimulante – ele esticou a mão para toca-la e mantinha um olhar
maroto.
- Comporte-se, Castle. Não é hora nem lugar.
- Não é de todo verdade, mas tudo bem. Estamos aqui
para comemorar seu sucesso na polícia federal. O que achou do seu primeiro
caso?
- Acredito que fui bem mas não foi um caso tão
difícil. Ainda não me senti desafiada exceto pelos métodos de trabalho que são
um pouco diferentes, terei que me acostumar.
- Você tirará de letra – ele pegou a garrafa do
espumante e percebeu que estava vazia – lá se foi nossa primeira garrafa, quer
mais uma ou prefere champagne? Lembre-se que iremos brindar a você.
- Pede outra garrafa, deixaremos o champagne para a
sobremesa.
Castle fez o que ela sugeriu e pediu a bebida. Os
pratos chegaram em seguida, o aroma era agradabilíssimo, de dar água na boca. À
primeira garfada, ela pode sentir a mistura de sabores do prato de frutos do
mar, uma mistura de ervas e um molho de morrer. Ele também gemeu ao provar sua
lagosta.
- Castle isso esta divino.
- Não é à toa que esse é um dos melhores restaurantes
de Washington, espere até você provar a sobremesa.
- Mal posso esperar.
O jantar correu muito bem. Aproveitaram a boa comida,
a bebida e a companhia um do outro. Trocavam carícias e beijinhos, nada de
exageros para não dar vexames. Conheciam um ao outro muito bem a ponto de saber
que uma provocação poderia ser um estopim para um possível descontrole e a
porta para um atentado ao pudor.
A sobremesa realmente era um capítulo à parte. As
gulodices eram diferentes e deliciosas. Ele ordenou o champagne e ao servir
seus copos, ele ergueu a taça fazendo sinal para ela fizesse o mesmo.
- A mais linda,inteligente e competente mulher que já
conheci, que você brilhe como sempre. A você, Kate Beckett.
- Obrigada, Castle. Espero tê-lo a meu lado.
Brindaram. Trocaram sorrisos. Beberam o champagne
delicioso. Kate deixou deslizar os dedos pela coxa dele, apertando o joelho.
Ela aconchegou o rosto de leve no pescoço dele, esfregando o narizinho na pele
dele, inalando o perfume amadeirado que ele usava. Abriu os lábios e deixou os
dentes roçarem levemente pela extensão do pescoço dele. Castle virou o rosto na
direção dela e os lábios se encontraram. Primeiro, o toque suave das bocas, ela
entreabriu um pouco e deixou os dentes mordiscarem o lábio inferior,
provocando, até que ele sorveu com vontade os lábios dela. Um beijo ardente,
cheio de desejo. Kate deixou a mão na nuca dele, aumentando o contato,
puxando-o contra si. Era um momento de tesão porém também de demonstração de
sentimentos. Quebrando o beijo e exibindo um sorriso maravilhoso, ela disse:
- O que acha de pedir a conta e continuar essa
comemoração lá em casa com menos roupas? Ela mordiscou a orelha dele e
afagou-lhe o membro sobre a calça. Castle suspirou segurando um gemido fazendo
Kate sorrir.
Ele chamou o garçom, pagou a conta e segurando-a pela
mão arrastou-a pelo salão do restaurante para a rua. Gritou por um taxi e pediu
que corresse dando o endereço de Beckett. Assim que o carro parou na frente do
prédio, ele pagou dizendo para ficar com o troco. Com pressa, acionou o
elevador e enquanto esperava, ele a envolveu em seus braços e voltou a
beija-la. A porta do elevador se abriu, eles entraram. E por estarem sozinhos,
o fogo deles acendeu.
Castle a empurrara contra a parede e suas mãos a
seguravam mantendo-a pressionada para que ele explorasse os lábios e o colo
exposto a sua frente. Provocando, Kate usava a perna erguida para aperta-lo
contra seu corpo. O barulho da porta se abrindo passou despercebido mas o vento
ao abri-la acabou por tira-los de seu momento caliente. Já com a pele vermelha,
ela tentou se recompor e saiu do elevador. Castle a seguiu com a boca borrada
pelo batom vermelho.
Assim que abriu a porta do apartamento, Castle a
empurrou para dentro e deixou o pé chutar a madeira fechando novamente a porta
atrás de si. Ele a segurou pela cintura e trouxe-a consigo para o sofá.
Sentando-a em seu colo, ele buscou os lábios mais uma vez. O beijo era
carinhoso e sensual. No colo dele, ela curtia o beijo e mexia seu corpo para
provoca-lo. Podia perceber que ele já estava excitado mas a brincadeira estava
apenas começando para ela. Desde o momento que Castle mencionou a comemoração,
ela já arquitetava algo em sua mente. Já sem fôlego, ela se afastou dos lábios
dele. Levantou-se e vendo-a se distanciar, ele reclamou.
- Onde você pensa que vai? Mal começamos...
- Eu sei. Na verdade, acho que podemos levar essa
brincadeira para o quarto não? Além do mais, você ainda está usando muitas
roupas – ela fez sinal para segui-la apesar de não ter esperado por ele. No
quarto, ela tirou da sua bolsa o par de algemas e o distintivo. Esperou por
ele. Quando Castle entrou no quarto com a camisa semiaberta, ela instigou.
- Hum, o que temos aqui... – aproximou-se dele e
brincou com a gola da camisa, desfez os demais botões e puxou-a em direção ao
chão. Calmamente, beijou o peito dele e deixou a mão deslizar abrindo o botão
da calça. Sem tirar os olhos dele, ela desfez o fecho e deixou a calça cair
pelas pernas. Castle a ajudou a livrar-se da peça e logo tirou os sapatos. Kate
ainda estava totalmente vestida.
- Acho que tem algo errado com essa imagem, você tem
muita roupa.
- Acontece, Sr. Castle, que estou investigando uma
denúncia anônima ao seu respeito. Você andou irritando a polícia federal... –
ela foi até a penteadeira onde estava sua bolsa e pegou a sua insígnia e as
algemas que já separara antes – pelo que averiguei, você cometeu um crime muito
grave.
- Crime? Sou inocente, pago meus impostos. Não fiz
nada de errado – Castle já entrava na brincadeira.
- Então o senhor nega as acusações? – ela pergunta
sacudindo as algemas na frente dele. Castle estava sentado na beirada da cama
observando tudo o que ela fazia. Kate rondava pelo quarto provocando,
sensualmente segurando as algemas – pode encostar-se na parede da cama. Isso é
uma ordem.
Ele se move até onde imaginava que ela queria.
Participando da historia que ela criava, disse.
- Não sei de que crime está falando moça...
- Primeiro, eu não sou moça – ela puxou a insígnia do
meio dos seios e jogou sobre ele, surpreendendo Castle – sou uma policial
federal e seu crime foi se apaixonar por uma agente federal.
- Não! Isso é uma mentira! – Kate se aproximou e pegou
uma das mãos dele e prendeu na cabeceira da cama. Em seguida, ela puxou o fecho
do vestido fazendo-o deslizar pelo corpo. Os seios ficaram à amostra e Castle
pode ver a calcinha minúscula também vermelha.
- Então, vai negar que se apaixonou por mim, Agente
Kate Beckett? Vai dizer que não me deseja? Nega?
- Não poderia...
E Kate sorveu os lábios dele com o desejo brilhando
nos olhos. Sem quebrar o beijo, ela abriu as pernas e sentou-se no colo dele.
Com os movimentos limitados pelas algemas, Castle a tocava apenas com uma das
mãos. Kate deixava os dedos deslizarem pelo peito dele apertando um dos mamilos
fazendo Castle gemer. Esfregando seu corpo no dele, os lábios passeavam pelo
pescoço, peito, abdômen até que ela chegasse ao boxer. Sem cerimônia, livrou-se
da peça e sorriu ao ver o membro já ereto, totalmente excitado por ela.
Ela segurou o membro dele com as mãos. Massageou a
cabecinha com a palma e sorriu ao ver o jeito que afetava Castle. Ele segurava
o gemido e podia ver as pupilas dele dilatando por cauda do prazer.
Inclinando-se sobre ele, ela o provou com a língua. Ele gemeu. Curtindo o que
estava acontecendo, ela tomou-o na boca e provou-o ainda mais. Com movimentos
rápidos e precisos, Kate sentia o gosto dele e via Castle se render a ela sem
reservas. Quando percebeu que ele já estava próximo ao orgasmo, ela tirou-o da
boca e acomodou-se sobre ele. Usando as mãos, Kate se apoiava nos ombros dele
para se sentir plena com ele dentro de si. Beijou-lhe com urgência e sentiu o sangue
fervilhar quando ele abocanhou um dos seus seios.
Movendo-se ritmadamente sobre ele, Kate sentia o
prazer tomar todo o corpo culminando em um tremor que a fez jogar o corpo para
trás. A umidade em seu centro chegara ao limite e o orgasmo a atingiu. Em
poucos segundos, ela pode sentir a mão de Castle na cintura bombando dentro
dela. Kate mordiscou o lábio dele no instante que outro orgasmo a atingiu e ele
também rendeu-se ao prazer.
Esgotados, permaneceram apoiados um no outro. Castle
ainda algemado estava ofegante. Kate encostara os lábios no pescoço dele e
usava-os para roçar na pele dele. Recuperando o fôlego, ela se ergueu e
beijou-o carinhosamente na boca. Um beijo longo e apaixonado.
- Você pode me soltar agora, agente Beckett? Eu já confessei
meu crime, estou apaixonado por você.
- Bem, diante da demonstração que tive, posso fazer
isso. Com uma condição: assim que soltar você, quero uma recompensa.
- Que tipo de recompensa? – Kate soltou a algema
sorrindo.
- Me diga você! Castle a pegou pela cintura e jogou-a
na cama ficando sobre ela.
- Acho que tenho algo interessante para você... e a
cobriu de beijos enquanto Kate ria e a mão dele deslizava até o centro dela
fazendo-a gemer. A noite seria longa.
XXXXXX
A rotina de ambos começou a tomar um formato diferente
da que tinham em New York apesar de algumas coisas permanecerem iguais. Todas
as manhãs, tomavam o café juntos e Castle a acompanhava até o prédio do FBI. No
caminho porém, compravam mais café. Com um beijo nos lábios, ele desejava um
bom dia a Kate e esperava-a entrar. Diferente de uma manhã a caminho do
distrito, aqui ele não poderia acompanha-la pelas belas portas de vidro. Não
era mais seu parceiro na busca por assassinos. Depois, seguia para casa onde
procurava cuidar de suas coisas, turnê, ajustes sobre entrevistas, agendas. O
trabalho que desempenhava após o termino de um livro era, em sua opinião,
chato. Definir calendários, sessões de fotos, checar o design do livro, aprovar
os materiais da turnê, trabalho administrativo que não o agradava da mesma
forma que detestava a papelada de um caso.
Outra mudança que eles tiveram que se adaptar foi à
ideia de morar juntos. Não se tratava apenas de uma ou outra noite na semana,
Castle e Beckett estavam morando como um casal de verdade. Assim, sua rotina
alterara-se. Dividir banheiro, arrumar quarto. Respeitar a individualidade de
cada um sob o mesmo teto. Cada qual reclamava de algo, roupas pela casa,
sapatos demais, espaço no armário, louças por lavar entre tantas outras. Castle
acabou por assumir a parte doméstica da relação. Providenciava faxina, levava
roupas na lavanderia, fazia o supermercado e cozinhava para ela. Gostava de
mima-la.
Kate também se adaptava a nova vida. Seja aos novos
colegas, chefes e métodos de trabalho, algumas coisas ela acabara por optar
cultivar. Sempre trazia trabalho para casa, em grande parte pelo simples fato
de querer discuti-lo com Castle. Ao contrário do distrito, no FBI não tinha um
parceiro fixo na sua divisão, trabalhavam em equipe, havia rodízio de agentes
por caso. Por isso, sentia a necessidade de conversar com ele, trocar ideias.
Dessa forma, além de conforta-la sobre a falta de um parceiro, deixava viva a
ligação que existia entre eles quando investigavam homicídios juntos. Pouco a
pouco, ela sentia-se em casa, grande parte disso devia a Castle, ele a mimava
sem problemas e Kate apreciava o que ele fazia.
O ritual continua. Seja acompanhando-a diariamente ao
trabalho, seja sugerindo programas caseiros ou saídas para jantar ou cinema,
Castle continuava mimando sua musa e amada. Um dia, ao deixa-la no trabalho,
ele conheceu Jordan. Um rapaz muito bonito, atlético, capaz de amolecer
corações de mulheres. Naturalmente, ele acendeu a luzinha do ciúme na sua
cabeça, afinal Kate trabalhava lado a lado com ele não? Ela o apresentou mas
Jordan brincou dizendo que um homem como Rick Castle não precisava de
introdução. Reconheceria o escritor em qualquer lugar.
- É um prazer conhecê-lo. Sou fã das suas histórias,
seja com Storm ou Nikki. Escreve muito bem, Sr.Castle a ponto de deixar o
leitor sem querer largar o livro.
- Obrigado, Jordan.
- Gostaria de saber se posso enviar um dos meus livros
por Kate para você autografa-lo, tudo bem?
- Claro – ele não pode deixar de notar o fato de que
Jordan a chamava pelo primeiro nome – faça isso. Kate, eu vou indo. Tenha um
bom dia – inclinou-se e beijou-a percebendo que Jordan se afastara para deixar
os dois à vontade naquele momento – tchau Jordan.
Castle voltou para a estação do metro pensativo.
Independente de ser seu fã ou não, Jordan representava perigo na visão dele
afinal estava diretamente com ela, resolvendo casos, escutando e compartilhando
ideias. Ele bem sabia o que isso podia representar, não que Kate fosse dar
maior atenção ao cara, mas ele como ninguém entendia que isso não impediria
Jordan de investir com insinuações e cantadas sobre ela. Castle já fizera isso
um dia, não? E olha onde eles chegaram. Ficaria de olho.
No dia seguinte, ao voltar para casa, Kate trouxe um
exemplar de Heat Wave e um Storm Fall ambos de Jordan para ele autografar.
Conforme prometera, ele assinou os livros e considerou essa uma boa
oportunidade para perguntar sobre Jordan.
- Então, Jordan é seu parceiro?
- Não, já disse a você que no meu departamento
trabalhamos em equipe. Jordan é o tecnico em informática e tão nerd como você.
Acho que gostaria de conversar com ele sobre tecnologia, o cara é fera. Estudou
no MIT.
- E como você sabe tudo isso sobre ele?
- Ele me disse. Um ás da informática – Castle não
gostou do que ouviu e fechou a cara jogando os livros de Jordan no balcão –
trocariam muitas figurinhas. Ela percebeu como a expressão dele mudara.
- Sei...
Kate que não era boba e conhecia bem o homem à sua
frente, tratou de cortar o suposto mal pela raiz.
- Castle, não vai me dizer que você está com ciumes?
Sério?
- Não, você entendeu errado.
- Castle…
- Tá bom, tá bom. Estou com ciúmes, sim. O cara passa
o dia com você, falando de casos, gosta de livros de mistério como você, é
nerd. Bem, nós sabemos o que aconteceu da última vez que alguém assim se
aproximou de você.
- Ah, está falando de um suposto escritor que invadiu
meu espaço de detetive dizendo ser expert em solucionar assassinatos e que por
ventura tornou-se meu noivo? Hum... – ela envolveu seus braços na cintura dele
e sorriu – não se preocupe. Eu não vou me apaixonar pelo Jordan, mesmo porque
já sou a garota do escritor, esqueceu? Deixe de ciúmes bobos!
- Você pode não se render, isso não significa que ele
não irá tentar.
- Castle…
- Tudo bem, parei – e a beija carinhosamente – que tal
dar uma demonstração do que é ser a garota do escritor? – ele a olhou
maliciosamente. Rindo, os dois seguiram para o quarto.
Nas duas semanas que se passaram, Kate sempre trazia
os casos que estava investigando para casa. Era uma forma de clarear as ideias
e também ter a percepção de outra pessoa, nesse caso, Castle. A iniciativa de
Kate fora um ótimo passatempo para ele especialmente porque com o lançamento de
seu livro totalmente nas mãos da editora, ele estava inquieto. Ter casos onde
ele podia exercitar seu tino de escritor de mistérios e brincar de detetive
como ele próprio se entitulava fazia bem a Castle além de ajuda-la a solucionar
os crimes.
Durante um caso em que estavam analisando, Castle se
pegou observando o jeito dela verificando os dados que tinha em mãos. Ele
reparou nas expressões faciais, no modo como ela mordiscava o lábio inferior ou
brincava com a caneta rodando-a sobre o papel. De repente, ela virou-se para
fita-lo.
- O que foi?
- O que?
- Porque está calado me olhando? - ele sorriu. Uma ideia
acabava de surgir na sua mente.
- Estava pensando, o que você acha de eu escrever mais
um livro da série Heat onde eu promova Nikki de detetive a agente federal?
Claro, você certamente continua sendo a inspiração, concorda? Preciso da sua
opinião.
- E você teve essa ideia agora, assim?
- Sim, por isso sou escritor. As ideias chegam
facilmente. Mas confesso que olhar a minha musa em ação ajudou. Então?
- Bem, gosto da possibilidade. Nikki como agente
federal - ela demonstrou estar pensativa e no fundo sabia ser uma ótima opção
para Castle ocupar a mente, ele precisava de um novo projeto - Castle, acho que
pode funcionar. Afinal, Nikki é de certa forma meu espelho nada mais justo que
trabalha-la no âmbito federal. Tem minha aprovação.
- Excelente! Já consigo visualizar Nikki na frente do
prédio J.Edgar Hoover, séria, decidida e linda. Oh, espere... essa é você -
piscou para ela.
- Tudo bem, se você estiver terminado seu momento
viagem, gostaria que olhasse essa foto. Me diga o que vê.
E Castle voltou sua atenção para Kate e o caso.
No dia seguinte, assim que voltou do mercado, Castle
guardou as compras e sentou-se no sofá com o notebook no colo,ao seu lado uma
garrafa de água com gás e um potinho de amêndoas. Puxou um caderno pequeno moleskini
e começou a traçar as ideias que comporiam sua nova história. Pensamentos que
surgiram antes de dormir, na sua ida ao mercado e mesmo debaixo do chuveiro.
Estava tão concentrado que não reparou o tempo passar.
Folhas e folhas de caderno rabiscadas com letras e desenhos. Para quem via de
fora, podia ser um emaranhado sem sentido, para ele uma aventura prestes a
ganhar forma. Satisfeito com o esboço inicial, ele abriu um novo documento do
editor de texto e escreveu Capítulo 1. Quando a primeira frase foi escrita, a
porta do apartamento se abriu e Kate entrou.
Percebeu que Castle nem reparou sua chegada. Estava
vidrado no notebook, os dedos deslizavam suavemente pelo teclado dando forma a
história do papel. Ele franzia o cenho e por vezes levantava a sobrancelha.
Kate resolveu interromper.
- Hey... - sem resposta- Castle... Castle?!
-Ahn , o que...
- Oi ... Não ouviu eu chamar? - ela sentou ao lado
dele, beijou o rosto dele - o que tem de tão interessante nesse notebook?
Alguma foto pornô? - ela mesmo ria batendo o ombro no dele enquanto Castle
olhava pra ela com bico - estou brincando bobo! A história evoluiu? Pela quantidade
de folhas escritas, vejo que sim.
- Já tenho o esqueleto, um início de caso e o que
pretendo usar de base para montar a personalidade de Nikki como federal. Ainda
falta o relacionamento entre ela e Rook, não decidi como irei abordar as coisas
entre eles.
- A julgar pela dedicação ao livro, você não fez o
jantar.
- Jantar?
- São mais de sete horas, eu estou faminta!
- Nossa! Nem vi o tempo passar.
- Não se preocupe, hoje é por minha conta. Vou
preparar uma refeição bem gostosa pra nós. Com uma condição: quando tudo
estiver pronto, você vai largar esse troço e jantar comigo. Combinado?
- Combinado.
Ela beijou-o na testa e se levantou do sofá. Animada
por vê-lo ter algo com que se ocupar, Kate começou a procurar na geladeira o
que fazer para eles.
Uma hora depois, o cheiro do assado espalhava-se pelo
apartamento e enchia a boca de Castle de água. Foi isso que o fez largar o
notebook e vir importunar Kate já faminto. Ela mandou-o arrumar a mesinha de
centro para comerem e logo estavam saboreando o jantar. De sobremesa, Castle
tirou um pote de sorvete da geladeira e ambos saborearam juntos na cama.
Os dias se passavam e o novo livro de Castle tomava
forma. Ele decidiu transformar a detetive em uma agente com o perfil de Beckett
e algumas pitadas de agente Shaw, a quem admirava. O caso era o já vivenciado
por ele e Beckett no ano anterior, linchpin com as devidas alterações para
excluir Sophia da história e coloca-la sob o ponto de vista de Nikki.
Empolgado, ele estava tão absorto em criar a nova
aventura que somente estranhara as mudanças nos horários de Kate quando ela
efetivamente chegava em casa. Algumas vezes, já era madrugada. No início, ele
tirava por menos, dizia a si mesmo que esse era o preço de namorar uma agente
do FBI. Porém, a ausência dela começava a ser percebida por ele à medida que o
livro avançava e seu tempo passara a ser mais bem distribuído. Por passar as
tardes sozinho, Castle começava a sentir falta dela à noite. Quando chegava em
casa, estava cansada e não queria jantar. Houve inclusive uma vez que ele a
esperou para jantar e acabou recebendo uma ligação dela avisando que estava de
tocaia para pegar um suspeito portanto não viria cedo para casa. Ele guardou o
jantar dela na geladeira e dormira sem esperar por ela.
Aquilo já causava uma certa insatisfação em Castle.
Não podia deixar que o trabalho a dominasse. O que ele temia, parecia estar
acontecendo. Kate estava tão focada no seu novo trabalho que esquecera da vida
a dois que levavam. Não querendo se contaminar com isso, ele resolveu escrever.
A última linha de raciocínio a ser abordada no seu
livro era o relacionamento das personagens. Depois de muito ponderar, ele
chegou a conclusão que poderia ser um pouco óbvia mas porque não explorar a
visão de Rook frente a mudança na vida de Nikki? Com sua namorada assumindo uma
posição federal, Rook seria posto na fogueira para decidir se seu envolvimento
com Nikki era sério ou apenas curtição.
Satisfeito com a escolha, ele se pôs a escrever.
Kate teve um período de baixa no trabalho o que
melhorou as coisas entre eles. Conseguiram fazer alguns programas juntos mas
logo ela arrumava um caso crítico. As consultas a ele diminuíram e a ouvia
mencionar mais constantemente o nome de Jordan. Quando Kate o perguntou sobre
um caso, ele se irritou ao ter sua opinião contestada.
- Não acredito que seja isso. Jordan acha que pode ser
o assistente quem transferiu o dinheiro.
- Kate porque pediu minha opinião se iria discordar e
já tomou a de Jordan como verdade?
- Castle não fale assim.
- E como quer que fale? Você só sabe comunicar o que
Jordan pensa, o que Jordan achou, Jordan isso, Jordan aquilo, cansei!
- Nossa! O que deu em você?
- Ainda pergunta? Você chega tarde quase todo dia. Mal
conversamos e namoramos. Como acha que me sinto? Ainda por cima você fica pra
cima e pra baixo com esse tal de Jordan.
- Porque você insiste nesse ciúme sem sentido?
-Sem sentido? Me responde uma coisa, Jordan tem
namorada? - ela não respondeu - você não sabe, certo? Mais um motivo para
procurar saber. Ele tem um plano de
fazer você de namorada.
- Castle você está imaginando coisas... Olhe, sei que
não tem sido fácil, reconheço. Desculpe se me deixei envolver demais pelo
trabalho - ela tomou o rosto dele nas mãos e beijou-o - desculpe.
- Tudo bem, exagerei. É o seu trabalho.
Três dias depois...
Castle teve uma noite realmente produtiva, Kate
novamente chegara tarde e ele dedicou-se a sua história. Continuou o bom
trabalho no outro dia na parte da tarde porém o conteúdo do capítulo estava lhe
deixando com outro tipo de reação, culpa da cena que estava escrevendo. Uma
cena de sexo entre Rook e Nikki. Realmente quente. Os dedos voavam pelo teclado
e ele chegava a gemer imaginando o que se passava entre ele e Kate. O desejo
parecia falar mais alto e a temperatura subia a cada palavra. Ele sentiu uma
pontada na virilha. Se não fizesse algo logo, estaria em apuros.
Mas a cena ainda não acabara e precisava continuar.
Pelos próximos quinze minutos, ele continuou a criar o clima necessário da cena
deixando escapar suspiros ou palavras de incentivo a si mesmo pelo que
escrevia. Quando finalmente terminou o capítulo, ele suspirou. Levantou-se
rapidamente rumo a geladeira e serviu-se de um copo com água bem gelada
querendo buscar um certo alívio no calor e excitação que tomaram conta do seu
corpo.
Terminou de beber ainda com a geladeira aberta a suas
costas porém a sensação de alívio não se fez presente. Fechou a porta do
eletrodoméstico e decidiu lavar o rosto. Kate chegou em casa naquele instante.
Vendo o notebook na sala, ela já sabia que ele deveria estar entretido em seu
livro. Ela foi tirando o casaco, desabotoando a blusa e livrando-se dos
sapatos.
- Castle?
- Aqui – e ao sair do banheiro deu de cara com ela já
de soutian e calçinha. Ele mordeu os lábios e gemeu ao olhar para ela.
- Estou louca por um banho. Preciso relaxar um pouco.
Você pensou em algo para jantarmos? Estou com vontade de comer pizza, podemos
pedir. O que acha? – Kate entra no chuveiro. Nem bem a água começa a tomar seu
corpo, ela é surpreendida por Castle que entrara no chuveiro completamente nu
já empurrando-a contra a parede abraçando-a por trás e devorando o pescoço
enquanto suas mãos apertavam os seios dela. Kate virou-se para ele buscando a
boca. O beijo foi ardente, o toque selvagem. Ela não sabia explicar o por que
porém ser pega de surpresa por Castle sentindo o toque quente de suas mãos era
muito bom.
Castle parecia estar louco de tesão. Ele a pressionava
contra a parede de azulejos e mordiscava o pescoço descendo para o colo e os
seios. Abocanhou um deles sugando-o e roçando os dentes no mamilo. Kate sentia
a ereção dele contra sua coxa. De repente, ela se viu suspensa pelas pernas por
ele e sentiu Castle penetra-la de uma vez. O sexo era rápido, intenso quase
selvagem. Puro e simples desejo. O modo mais primitivo e básico de uma relação
a dois. Kate entrava no jogo e agia da mesma forma que ele. Em poucos minutos,
o orgasmo os atingiu extrapolando o desejo além das veias.
A água corria molhando a ambos. Ainda ofegante, Castle
a imprensava na parede. Sentiu os dentes de Kate cravados em seu ombro. Buscou
os lábios dela e novamente envolveu-a em um beijo sedutor. Mais calmos, tomaram
banho juntos.
Uma hora depois, eles estavam na cama com a TV ligada
e uma caixa de pizza entre eles. Kate mordeu mais um pedaço da fatia e após
lamber os lábios, ela voltou a perguntar.
- Você ainda não me disse o que foi aquele fogo todo
no chuveiro... não que eu não tenha apreciado, eu gostei muito. Somente
estranhei a forma como aconteceu e não sei o motivo. Então, vai me contar?
- Culpa do seu alter ego. Estava escrevendo uma cena
quente entre Nikki e Rook à tarde, acredito que me empolguei com a cena e esse
foi o resultado. Na verdade, não foi apenas empolgação, eu realmente fui
afetado.
- Tão bom assim? Se bem que pela amostra que tive...
fiquei curiosa para ler essa cena.
- Pode se controlar. Você não vai ler antes do tempo.
- Poxa... – Kate reclamou manhosa – queria tanto....
- Querer não é poder. No momento certo, você poderá
usufruir – ele se aproximou dela e beijou os lábios com sabor de queijo e pepperoni.
Virou o resto da cerveja na boca. Terminada a refeição, eles se arrumaram para
dormir.
O tempo passava e novas complicações surgiam na vida a
dois. Enquanto Castle escrevia, Kate se envolvia em casos e mais casos do FBI. E
como não podia deixar de acontecer, Kate destina grande parte do seu tempo e
concentração aos crimes. Por conta disso, chegava tarde em casa, desmarcava
compromissos com Castle e chegara ao ponto de não aparecer para jantar algumas
noites deixando ele sozinho. Apesar de tudo isso, Castle acabava compreendendo
e cedendo para apoia-la. Claro que em um relacionamento, as ações deveriam
obedecer uma via de mão dupla e isso ele não conseguia ver. A prioridade de
Kate começava a ficar evidente para Castle, os horários e as viradas de noite
eram sinais disso. Relevava pensando na
pressão que ela poderia estar sofrendo também apesar disso não significar que
ele não notara o que acontecia. Porém, houve uma ocasião em que ele se
chateara.
Tinha preparado um jantar especial para ela. O vinho
na geladeira, as velas espalhadas na sala. Fazia dois meses que estavam morando
juntos em Washington e Castle considerou a data importante para celebrar de
maneira diferente. Ele se arrumara e esperara por ela que não apareceu.
Frustrado, ele apagou as velas, guardou as comidas e se recolheu para o quarto.
Kate voltou para casa de madrugada e não ficou sabendo o que acontecera por ele
mas desconfiou ao ver a vasilha com comida diferente na geladeira. Não
perguntou a ele. Já sabia que ela pisara na bola.
Por sua conta, esperou o domingo e na manhã acordou
bem cedinho e se dedicou a preparar um excelente café da manhã. Fez panquecas,
fritou ovos e bacon, o café começou a cheirar e ela encheu as canecas. Arrumou
tudo na bandeja e seguiu para o quarto. O cheiro já havia despertado Castle,
ela sentou-se na cama acariciou o peito dele e sorrindo beijou os lábios dele.
- Bom dia... que tal um café caprichado?
- Hum, então era esse o aroma maravilhoso que eu
senti? – ele se sentou na cama e ajeitou o cabelo dela para trás da orelha,
acariciou o rosto e passou o polegar sobre os lábios dela. Com a outra mão, ele
moldou um dos seios dela apertando o mamilo. Kate sentiu logo um arrepio
percorrer sua pele. Percebendo a intenção dele, falou.
- Se não comermos vai esfriar... e todo o meu trabalho
vai por água abaixo.
- Ah, isso não seria bom... – beijou-a carinhosamente
– vamos comer então?
Eles saborearam o café da manhã na cama, um
alimentando o outro e realmente curtindo um momento a dois. Ao terminar a
refeição, Kate o tocou por baixo da camisa, deslizando suas mãos pelo peito
dele. Segurando na ponta da camisa, ela o puxou para cima livrando-se dela,
empurrou-o na cama e deitou-se sobre ele. A boca se perdeu na extensão do peito
dele e os dentes entraram em ação provocando gemidos e incentivando ao algo
mais. Dessa forma, se perderam fazendo amor novamente.
Ficaram por um bom tempo deitados preguiçosamente
naquela manhã de domingo. Entre um programa e outro, eles trocavam carinhos.
Castle estava feliz por tê-la ao seu lado depois da decepção que tivera naquela
semana. Assim, quis estender o tempo com ela.
- O que você acha de nós sairmos para almoçar, passear
um pouco na cidade? Podemos ir ao shopping, você escolhe.
- É uma boa ideia. Podemos fazer isso. Vamos nos
arrumar e sair. Shopping é uma boa ideia depois de um bom almoço. Que tal uma
comida tailandesa?
- Gostei – ele se levantou para ir ao banheiro no meio
do caminho virou-se – hey, mova esse seu traseiro lindo. Já são onze horas se
não nos arrumarmos perderemos tempo.
- Sim, senhor – ela brincou.
Duas horas depois, eles estavam sentados em um ótimo
restaurante tailandês de Washington saboreando o melhor da culinária apimentada
e doce. Sentados um ao lado do outro, eles alternavam carinhos entre colheradas
de comida. Depois da sobremesa, ela sugeriu tomarem o café no shopping na sua
livraria favorita, a Borders.
Eles primeiro passearam de mãos dadas pelo shopping
até chegar à livraria. Antes de entrar no local, Castle olhou para ela e
provocou.
- Você sabe que está entrando no meu território então
não reclame se houverem algumas fãs interessadas no meu autógrafo, numa foto,
sabe como funciona.
- E você acha que as pessoas irão te reconhecer aqui?
Sério?
- Você sabe que isso é muito possível.
- Bem, não vou discutir só dou um recado: nem pense em
assinar nenhum peito ou vou te prender por atentado ao pudor.
- Wow... Nikki! – Castle ria enquanto entravam na
livraria.
Eles entraram na livraria e foram direto ao café. Kate
sentou em uma das mesas e Castle foi comprar a bebida para eles. Ela observava
o movimento no lugar, Kate adorava o cheiro de livros novos e café uma
combinação perfeita. Ele sentou-se de frente para ela e conversavam um pouco
sobre outras coisas até voltarem a falar do novo romance que ele escrevia.
- Quanto tempo você acredita para estar com Deadly
Heat nas livrarias? Porque do jeito que você está empolgado nesse livro da
sequência, logo vai terminar e como fica o lançamento?
- Hum, sinto o cheiro de ansiedade para ler os livros
de Nikki. Já disse isso pra você, temos ainda uns dois meses para o lançamento
e a turnê pelo menos. Tenho que avançar um pouco mais no livro para apresentar
a editora, mas quando puder você poderá ser a primeira a ler.
- Eu não quero ler antes do tempo, vou esperar – ele
acariciou a mão dela quando o seu nome foi chamado. Levantou-se e foi apanhar
os cafés. Quando retorna para a mesa com alguns muffins de blueberry para
acompanhar. Estão saboreando a bebida, uma moça se aproxima.
- Com licença... oi, boa tarde. Você é Rick Castle
não? – e mostrou um exemplar de Frozen Heat com a capa traseira onde havia a
foto dele – poderia autografar pra mim?
Ele sorriu pra moça e virou-se para Kate piscando e
fazendo cara de safado. Pegou a caneta e assinou. A moça agradeceu e saiu feliz
da vida. Sem querer perder a oportunidade de implicar com ela falou.
- Quem não ia ser reconhecido mesmo? Ah, lembrei! O
escritor de Best-seller, o mestre do macabro.
Kate ria do jeito dele, Castle não perdia uma chance
de praticar a modéstia ou melhor, perdia. Sempre querendo aparecer. O homem
vivia para os holofotes. Fora assim que o conhecera e se apaixonara. Esse lado
de celebridade dele nunca sumiria mas ela aprendera a conviver ao longo desses
cinco anos.
- Tá bom, já entendi. Que tal a gente circular pela
livraria agora escritor?
- Por mim tudo bem. Ele tomou o último gole de café
quando o celular dela tocou.
- Beckett – ela ouvia – quando? Certo, pode mandar a
localização Jordan – ao ouvir o nome, Castle começou a não gostar do tal
telefonema – a equipe já está no local? Hum, tudo bem, chego em vinte minutos –
desligou. Pela expressão de Castle, ela teria dificuldade em comunicar que
precisaria encerrar o programa deles – era o FBI. Tenho um caso, preciso ir até
a cena do crime – a seriedade no rosto dele permaneceu – olha eu sinto muito...
- É, sente muito. Pensei que hoje seria diferente, que
teríamos um tempo para nós. Me enganei, pela segunda vez em uma semana.
- Castle, eu preciso trabalhar, alguém morreu.
- Sempre alguém morrerá.
- É o meu trabalho, não posso evitar.
- Mas em pleno domingo? Poxa Kate, eu já fiz um jantar
especial pra você e fiquei literalmente sentado esperando por você. Hoje achei
que íamos recuperar esse tempo. Eu iria apagar a raiva que senti por você mas o
trabalho, sempre ele nos atrapalhando. Kate nós combinamos melhorar nossa
relação, dar mais apoio um ao outro e colocar o “nós” como prioridade. Não
estamos fazendo isso, eu cedo muitas vezes, procuro entender o seu lado, a sua
carreira porém não vejo um esforço real do seu lado. O que você fez hoje era
uma tentativa de se redimir porque sei apesar de não ter comentado que você
descobriu sobre o jantar que preparei. Queria passar o dia com você! Mas já vi
que o nosso programinha a dois terminou.
Ele se levantou e fez menção de ir embora. Kate o
segurou pela mão.
- Espere, Castle – ela a fez olhar em seus olhos – eu
sinto muito, de verdade. Você tem razão, eu errei. Não tenho sido uma boa
namorada e você tem feito tudo para me agradar. Eu adoro tudo o que você vem
fazendo mas eu preciso trabalhar, preciso conquistar meu lugar, é difícil para
mim também. Por favor, Castle não quero brigar com você. Quero que fique tudo
bem. Desculpa. Você me perdoa?
Ele via que Kate era sincera e sentia por estar
fazendo aquilo. A sua raiva diminuiu ao olhar para ela. Kate acariciou a mão
dele na sua fazendo pequenos círculos com o polegar lembrando o que seu toque
podia significar para ele. Ele sabia que ela ainda precisava demonstrar que
estava nessa tanto quanto ele, sabia que tinham um caminho a percorrer com essa
descoberta do que era viver o “nós”, por hora Castle decidira ceder.
- Tudo bem, Kate. Só gostaria que você pudesse
entender o que espero de você, de nós como casal.
- Prometo que não vou esquecer, tenho
responsabilidades porém não vou deixar isso acontecer, “nós” sempre deverá
prevalecer – ela o beijou suavemente nos lábios, saíram da livraria – você vai
ficar bem? Vai pra casa?
- Sim, daqui a pouco volto para casa.
Ela o beija novamente e acariciando o rosto dele,
falou.
- Obrigada por ser quem você é. I Love you. Sorrindo
ela caminhou sumindo de sua vista a passos apressados.
Castle suspirou e voltou para a livraria.
Nos dias seguintes, Kate realmente mostrou um esforço
para cumprir a promessa. Chegava cedo, mesmo trazendo trabalho pra casa,
conversavam antes de dormir e ela inclusive cozinhara duas noites para eles.
Ele avançara bastante e já tinha a proposta para
oferecer a sua editora do novo livro. Coincidentemente, recebeu algumas
informações adicionais sobre a turnê de Deadly Heat. As últimas datas estavam
fechadas. Após o natal, ele deveria passar duas semanas na costa oeste e
finalizar seus eventos em Las Vegas. Estaria livre ao fim de janeiro. Olhando o
calendário, começou a bolar uma ideia. Naquela noite após o jantar, ele
dividira o pensamento com ela.
- Hoje recebi as últimas datas da minha turnê.
Finalizo em janeiro do próximo ano na costa oeste. Claro que tenho a pausa do
natal. Então pensei se depois disso já deveríamos marcar a data do casamento. A
primavera sempre é uma época maravilhosa para um evento como esse.
- Já vamos marcar a data? Não acha muito cedo? Quer
dizer são meses a frente e acabamos de ficar noivos e se não der tempo?
- Kate, temos meses para nos preparar, para você
planejar a festa do jeito que você quiser. E com ajuda de Alexis e Lanie
certamente você vai ter a melhor equipe ao seu lado, tudo sob controle do jeito
que você gosta.
- Está me chamando de controladora? - Ela se aproximou dele e envolveu seus braços
ao redor do pescoço.
- Estou dizendo alguma mentira? – sorriu.
- Maio é um mês muito bonito em New York. Acho que
temos um acordo, Rick Castle – e o beijou apaixonadamente.
Mas a tentativa de dedicação a vida de casal não
conseguira se manter por muito tempo. Novamente, Kate estava atolada de trabalho
e a antiga rotina ganhara força. As noites de Castle voltaram a ser solitárias
e trouxeram de volta o sentimento de frustração que ele sentira anteriormente.
Quase toda a noite, ele jantava sozinho ou ouvia as desculpas de Kate quando
ligava para avisar que faria viradão no bureau. Ele queria acreditar que era
somente uma fase porém essa vida de casal onde apenas um se preocupava em
ceder, em buscar a vida a dois, começava a preocupar e chatear Castle.
A primeira prova do livro já estava terminada. Naquela
manhã, ele ligou para sua agente para informar que tinha algo para oferecer a
editora e pediu para ela agendar uma vídeo conferencia via skype com a editora
a fim de apresentar o trabalho. Na parte da tarde, teve sua reunião. Empolgado,
ele falava o que tinha criado a partir da nova fase da vida de Nikki, fizera a
ligação do último romance com o novo e já podia ver um bom enredo com muito
mistério e angst, algo que chamaria a atenção de seu público. A editora logo se
mostrou interessada. Queria ver uma previa da história e também discutir outras
possibilidades. Sua agente perguntou se poderia vir a New York para discutir e
assinar o termo de compromisso do que já parecia ser seu próximo livro. Também
tinha o primeiro exemplar com a capa original impressa para mostrar a ele.
Castle disse que ia pensar sobre a viagem e entraria em contato.
FBI HQ – 2 horas da tarde
Eles acabaram de seguir uma pista que parecia ter
funcionado, tudo que precisavam era esperar o sistema localizar onde o suspeito
estava escondido. Kate estava com fome. Jordan aproximou-se dela.
- Falei com a equipe. Estimam cerca de três horas para
encontrarem o cara. Pedi para nos avisarem e já deixei mais dois agentes de
sobre aviso. Fome?
- Morrendo. Vamos comer alguma coisa no self-service
da esquina.
- Por mim tudo bem.
Eles foram ao pequeno restaurante para um almoço
rápido. Conversavam amenidades até o momento que Jordan perguntou sobre o
escritor. Kate comentou que ele estava focado em uma nova história e parecia
estar indo muito bem. Jordan percebeu algo diferente no rosto dela ao falar de
Castle. Ela o amava, isso era fato porém algo estava incomodando-a.
- Não vejo a hora de ler o próximo romance de Nikki
Heat. Fiquei com gosto de quero mais desde o anterior. Ele tem muita imaginação
não?
- É, tem sim. Jordan arriscou tocando na mão
dela.
- O que foi? Você parece um pouco distante. Precisa de
um amigo, um conselho, qualquer coisa é só me pedir.
Instintivamente, ela puxou a mão debaixo da dele.
Olhou de maneira estranha pra Jordan não reconhecendo ou entendendo o porque
desse gesto. Será que Castle tinha razão? Quando estavam na sobremesa, o
celular de ambos tocou. Era o alerta. Pagaram a conta rapidamente e voltaram
para o bureau a fim de se reunir com os outros agentes e capturar o suspeito.
Eram em quatro. Ao chegarem no local, separaram-se. Beckett ficara com um dos
agentes para explorar a frente da casa e Jordan com seu par foram para os
fundos. Com todo o cuidado, ela estudou a área. Quando estava ciente do que que
poderia arriscar, ela arrombou a porta. Conseguiram encurralar o cara em um dos
cômodos da casa. Uma espécie de quarto. Ela dialogou com ele entrando no quarto.
O outro agente manteve uma certa distância dela para cerca-lo. Ela fez sinal
para o parceiro agarrar o cara. Porém, quando o agente ia surpreende-lo, os
dois foram pegos por Jordan entrando de supetão no quarto no mesmo instante que
o sujeito puxara uma faca. Mirou nas coxas de Jordan e Beckett percebendo se
jogou para derruba-lo. a faca raspou em seu braço e ela caiu sobre o homem
tentando imobiliza-lo. Ele lutou e acabou jogando Beckett contra um armário,
ela senti a dor aguda quando a ponta do armário a atingiu. Com raiva, ela o
socou e o outro agente o dominou. Voltaram para o bureau e Beckett informou a
Stack o andamento da captura e da investigação, o caso seria fechado hoje
mesmo. Jordan aproximou-se dela logo que deixou a sala de Stack.
- Beckett... espere. Quero falar com você – ela parou
na frente dele no corredor que dava acesso aos banheiros – olha, eu queria
primeiro me desculpar por ter atrapalhado a captura do suspeito. Você quase o
perdeu ou saiu ferida por minha causa. O que me leva ao segundo ponto,
agradecer por me defender e salvar minha pele. Poderia ter sido ferido
gravemente e você também.
- Jordan não é nada, apenas fiz o meu trabalho. Todos
ali eram meus parceiros e como tal precisava assegurar que ficassem livre de
perigo.
- É um pensamento estranho, não sei se todos estavam
pensando em te proteger também.
- Para mim não interessa o que estavam pensando,
aprendi sobre parceria muito cedo e isso é parte de mim, do que eu sou como
pessoa e profissional. Não precisa agradecer.
Jordan pareceu realmente surpreso. Não era à toa que
admirava aquela mulher. Ela era diferente dos outros agentes que já trabalhara.
Por impulso, ele inclinou-se na direção dela. Beckett percebeu o movimento e se
desvencilhou a tempo empurrando-o.
- O que você pensa que está fazendo? Ia me beijar? Em
pleno ambiente de trabalho? – será que Castle realmente tinha razão? Jordan
nutria uma queda por ela? pensou.
- Não, Beckett desculpa não é nada disso. Você
entendeu errado, ia te abraçar. Só agradecer mesmo – ela olhou torto para ele –
tudo bem, reconheço que você é uma mulher extraordinária e fazia muito tempo
que não conhecia alguém assim, do sexo feminino.
- Jordan você tem namorada? Porque se está
comprometido considerarei esse elogio um insulto! Não admito isso e mesmo sendo
solteiro não gostei porque eu sou comprometida.
- Beckett... eu sou gay. Quer dizer, sou bissexual.
Tenho uma relação estável com outro homem há três anos e você foi a primeira
mulher que me chamou atenção em muito tempo. Precisamente, oito anos. Mas
desculpe eu devia ter sido claro antes. Respeitarei como você merece.
- Acho bom mesmo. Jordan eu respeito muito o ambiente
de trabalho e gosto de trabalhar com você não estrague isso – ela ergueu a mão
e mostrou o anel no dedo – está vendo isso? Sou noiva e você sabe de quem. Não
quero nem pensar sobre a possibilidade de você nutrir qualquer sentimento além
do respeito e parceria de trabalho comigo.
- Novamente, Beckett desculpe! Não foi minha intenção.
Pisei na bola. Prometo que não vai acontecer outra vez e você terá seu amigo – ela
reparou que o rosto dele estava vermelho de vergonha, sentiu-se melhor por ter
esclarecido porém surpresa por não ter percebido o que Castle já enxergara.
- Ok, tudo bem. Vou acreditar na sua palavra. Agora,
com licença, preciso ir. Boa noite.
Beckett foi ao banheiro e tirou a blusa. O ombro doía
e começava a ficar roxo. Ela molhou um pedaço de papel e começou a limpar o
lugar. Então, Castle tinha razão, em partes claro. Ela mesma não imaginara que
ele era gay ou melhor bissexual! Não decidira se contaria para Castle. Terminou
de limpar o excesso de sangue do golpe e colocou uma gaze improvisada.
XXXXXXX
Kate voltara para casa por volta das nove aquela
noite. Tinha o arranhão no braço coberto com gaze. Esse era o resultado do
confronto com o suspeito. Jogou a bolsa no sofá, foi até geladeira e serviu-se
de um copo d’água. Cansada, caminhou com o copo nas mãos ao quarto. Castle
estava na cama, de pijamas com o notebook no colo. O barulho dos dedos nas
teclas era um som confortante depois do dia que tivera. Erguendo os olhos na
direção dela, ele reparou no curativo improvisado.
- Hey... escrevendo até essa hora? Já deve estar terminando
o livro.
- Está terminado pelo menos a primeira prova. Estou
acertando detalhes antes de submeter à editora. O que foi isso no seu braço?
- Não é nada. Risco do trabalho.
Castle deixou o notebook de lado e aproximou-se dela.
Tocou-lhe o braço e tirou devagar a gaze que cobria o machucado. Não era apenas
um arranhão, era grande e estava inchado perto de inflamar ele podia perceber
pelas laterais.
- Precisa ser limpo e colocar um anti-inflamatório ou
vai infeccionar.
- Não é nada – Kate tentou puxar o braço mas Castle
segurou firme – deixa pra lá,Castle.
- Porque tem que ser tão teimosa? Reconheço um simples
machucado quando vejo um, sou pai esqueceu? Esse está a ponto de inflamar. Como
isso foi feito?
- Durante a captura do suspeito. O anel dele raspou na
minha pele. Lavei e coloquei gaze já é o suficiente.
- Obviamente não, está começando a inflamar porque não
cuidou logo, o FBI não cuida dos seus agentes? – ele se levantou em direção ao
banheiro para pegar a caixa de primeiros socorros reparando no modo como Kate
revirava os olhos – e não adianta fazer essa cara de poucos amigos ou revirar
os olhos, vou cuidar desse machucado quer você queira quer não. Mas o cara
deveria ser muito escorregadio para você ter se ferido. Isso normalmente não acontece
com você.
Ele sentou-se na cama ao lado dela com a caixa. Pegou
um chumaço de algodão molhou com antisséptico e colocou levemente sobre o
machucado dela movendo com cuidado para limpar a sujeira e o sangue seco que se
acomodara ao redor do arranhão. Repetiu o processo.
- Você não me respondeu. Como isso aconteceu? Não
parece um machucado feito com um anel, parece ser mais profundo – ele agora
aplicava um anti-inflamatório em spray para também amortecer a dor.
- Eu estava encurralando o suspeito com um outro
agente, ele já ia agarra-lo como havia sinalizado mas no momento certo, mais
dois agentes entraram pela porta dos fundos e o cara se desesperou puxou a faca
antes que o agente imunizasse sua mão e ia enfiar a faca na coxa de Jordan
quando o empurrei, a faca raspou no meu braço mas consegui derruba-la e o outro
agente o segurou. Nada demais – ela começou a se distanciar dele mas Castle
puxou o seu braço e Kate gemeu.
- O que foi? – ela tentou se desvencilhar porém Castle
foi mais rápido puxando a camisa dela – você está com o braço roxo. Não foi
somente a faca que a atingiu, você lutou com o sujeito – ele tocou o lugar onde
o roxo se espalhava e viu Kate fechar os olhos tentando lutar contra a dor - Se
feriu por causa de Jordan... sei – ele colocava a gaze protetora – para protegê-lo.
- Castle é meu dever, podia ser qualquer agente. Tinha
que executar a prisão. Não venha com essa de ciúmes agora – ela pensou em falar
mas desistiu.
- Não se trata de ciúmes, Kate. Você já pensou que
poderia ter sido ferida de forma mais grave? Sei que sempre quer proteger e
bancar a heroína mas quem fará isso por você? Você sabe como me sinto cada vez
que você diz que irá chegar tarde? Fico preocupado se algo poderia acontecer.
Não estou lá para enfrentar as coisas com você, Kate. Sou um mero espectador e
temo um dia receber um telefonema dizendo que você está no hospital gravemente
ferida ou que levou uma bala, coloque-se no meu lugar. Não posso protegê-la
como antes, fico me perguntando se outros estarão tão dispostos a salvar sua
vida.
- Castle eu sei me cuidar. Não sou nenhuma novata e já
enfrentei muitos bandidos perigosos, vou tomar cuidado. E você não salvou minha
vida mais do que salvei a sua.
- Não se trata de quem salvou quem, antes tínhamos um
ao outro, nos protegíamos mutuamente. Quem fará isso agora por você? Vou buscar
um comprimido para você. Nem cuidar de um machucado quer.
Ela sabia que ele estava chateado porém não era
somente por causa desse machucado. Era por várias coisas.
- Você comeu algo? Precisa antes de tomar o remédio.
- Não, tem alguma coisa para comer?
- Tem comida chinesa na geladeira e um suco de
laranja. Vamos na cozinha – ele já ia tomar a frente quando ela o impediu.
- Deixe que eu me sirvo e esquento. Ele deu de ombros
e sentou-se em um dos bancos apoiando os cotovelos no balcão para observa-la.
Pensara bastante depois de conversar com sua agente naquela tarde. Antes achava
que a ida para New York podia esperar mas talvez fosse uma boa saída para eles.
Acalmar as coisas, esfriar a cabeça e dar um tempo para que Kate sentisse falta
dele, para a saudade apertar e assim ela entenderia o significado de “nós”.
Vendo ela começar a comer, decidiu contar antes porém, faria mais uma
tentativa.
- Hoje fiz uma vídeo conferência com a minha agente e
editora. Falei que tinha um projeto novo para apresentar a elas. Minha editora
também queria que eu fosse para New York ver algo e assinar papeis. Precisa da
minha presença.
- Que bom, Castle. Então a nova aventura de Nikki Heat
tem muita chance de ser lançada logo?
- Não tão rápido. Ainda tenho muitos acertos a fazer na história. Escrevi um único
rascunho, há muito o que acrescentar ainda. Além disso, o segredo é dar um
tempo de pelo menos seis meses a um ano depois de um lançamento. Estava
pensando, que tal você me acompanhar nessa viagem? São somente três dias,
podemos rever os amigos e matar a saudade da “Big Apple”, topa?
- Castle, eu não posso. Tenho responsabilidades,
trabalho a fazer.
- Não pode tirar uma folga de três dias? Você trabalha
tanto! Podemos ir numa sexta, aproveitar o fim de semana.
- Não posso. Sou novata não tenho regalias e além do
mais estou muito atolada de trabalho, no meio de uma investigação, não posso
abandonar isso. É uma questão de prioridade.
- Hum, certo. Prioridade – ele se levantou chateado,
não adiantava discutir - tem razão, você não pode se afastar do trabalho.
Compreendo a importância disso. Não esqueça de tomar o remédio – voltou ao
quarto.
- Espere, Castle – não adiantava, resolveu terminar de
comer para ele também se acalmar.
Ele voltara a deitar-se. Desligou o notebook. Ligou a
TV. Zapeando entre canais, ele não prestava atenção ao que passava. Ele já
sabia a resposta dela antes mesmo de fazer a proposta. Esperava por isso porém
ouvir um não dela especialmente falando de prioridades fora difícil. No fim,
essa viagem a New York teria um propósito. Viu quando ela retornou da cozinha e
foi ao banheiro.
Meia hora depois, ela já estava vestida para dormir.
Levantou o edredom do seu lado e sentou-se na cama ao lado dele. Castle
prestava atenção a um programa de entrevistas. Suspirou. Ela se aconchegou na
cama e virou-se de lado apoiando o cotovelo no colchão e sobre a mão, a cabeça
para fita-lo.
- Quando você pretende ir a New York?
- Ainda não decidi. Será logo. Tenho que focar no meu
trabalho – isso fora uma indireta para ela, usar a palavra focar tivera
exatamente esse propósito.
- Eu queria ir, Castle. De verdade. Só não posso, não
agora. Não tenho a moral que tinha no meu distrito. É diferente, tente
entender.
- Sei que é. Acredite, tudo que venho fazendo
ultimamente é entender, incompreensivo disso você não pode me acusar.
- Não, sei disso. Vou dormir – se esticou e beijou-lhe
os lábios –boa noite, Castle.
- Boa noite, Kate. Após observa-la por um tempo, ele
se virou e procurou dormir.
Na manhã seguinte, ele não a viu sair. Tomou café
sozinho e dedicou-se a preparar sua viagem. Três dias depois, ele viajaria a
New York. Estava resolvido. Informou a sua agente e também a Kate quando ela
chegou em casa.
- Daqui a três dias, certo. E quando volta?
- Na próxima terça.
- Será rápido então...
- Sim, essa é a intenção.
Conforme programado, três dias depois Castle se
despediu de Kate ainda no café da manhã pois viajaria às dez da manhã, horário
que ela estaria trabalhando.
- Preciso ir trabalhar – ela se aproximou dele já com
a bolsa no ombro – faça uma boa viagem e boa sorte com o livro. Você vai se dar
bem, Castle. Você é o mestre dos best-sellers não? – sorriu e beijou-o com
carinho – tchau.
- Tchau, até a volta e Kate, apenas tome cuidado.
Quero voltar a Washington e encontra-la inteira.
- Tudo bem, vou me cuidar. E jogou um beijo no ar para
ele.
No aeroporto de Washington, Castle embarcou
pensativo. Alguns dias em New York poderiam fazer bem a ambos. Esperava
sinceramente que Kate refletisse sobre o relacionamento deles e reconhecesse
que já não viviam como antes, o trabalho dela realmente começara a ser um
problema para eles apenas Kate não percebia.
Continua....
3 comentários:
Acho complicado Rick ficar jogando ela contra a parede. Todo mundo sabe que em certos tipos de trabalho, especialmente no início, coisas assim acontecem ... Qtas vezes isso aconteceu antes quando na série ela era da NYPD. Acho que na série o problema será parecida com o pensado por você.Mas de alguma forma, eles vão conseguir superar. E muito, muito obrigada pelas NC 17 ... foram ótimas!
Acho que tudo isso que vc vem abordando na fic, é o q realmente vai acontecer na série!! Relacionamento é uma coisa complicada, principalmente qd se divide o mesmo teto. Kate sempre foi mt profissional e dedicada ao trabalho. Por mais q Castle a acompanhe em DC, o FBI requer mt tempo e com certeza isso afetará bastante o relacionamento dos dois, pois ela n vai ter mais o tempo livre q tinha antes. Até lembro da segunda temporada, o episódio duplo qd aquela agente do FBI falou q tinha uma filha e tal, mas q mtas vezes está ausente de aniversários, rotinas familiares.. acho q teremos uma temporada bem turbulenta pra esses dois, mas no final tenho certeza q eles se ajeitam, pois o amor é mais forte!!!
Aguardando ansiosamente o próx capítulo!! :)
ah momentos Caskett amo,na minha opnião acho que a Bex esta certa em se dedicar ao trabalho e buscar reconhecimento,não é facil você sair do seu lugar no qual já sabe a rotina de cada dia e ir para um lugar novo em que todos querem o melhor de você,até mesmo " VOCÊ" se exigi isto ao focar nisto temos de abrir mão de algumas coisas no caso de Kate esta custando o relacionamento dela com o Cas.Por mais que ele entenda,tem momentos em que existe o "Eu te entendo" mais e Bex não vejo o "Também te entendo",só o " "vou tentar melhorar",a um longo caminho até o tão sonha Nos.(Acho que compliquei as coisas,né?!)
Na parte que li,quando Cas cuida do ferimento dela e todo preocupado a Kate tentando esconder na hora me veio na mente"Eve e Roarke",ai te amei em dobro.Quero ver o que vai acontecer agora que ela não tera o Rick a espera dela e ele tentando esfriar a cabeça.
Aguardando a continuação.Bjs!
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