domingo, 25 de agosto de 2013

[Castle Fic] Searching For the Meaning of "Us" - Cap.11


Nota da Autora: Esse era para ser o último capítulo mas ficou tão grande que decidi colocar o final da história em um epílogo. No fim, combinará bem mais com a história. Sei que gostarão deste especialmente a primeira parte porém leiam tudo até o final porque há outras partes bacanas. Até achei que devo ter exagerado ao falar do Presidente, mas é por isso que se chama ficção! Enjoy!

Atenção! NC-17... Be aware


Cap.11

Ao chegarem no hotel, Kate esperou ele fechar a porta e pediu para Castle sentar na cama. Ela ficou de frente pra ele no primeiro momento apenas observando o jeito dele. Podia perceber que estava ansioso e curioso pela situação, sem entender qual era seu real propósito ao vir para Memphis e tira-lo do seu evento. Kate manteve-se em silêncio por mais uns segundos o que atiçou a impaciência de Castle.

- Então Kate, vai me contar o porque de vir até aqui?

- Vou mas antes quero te pedir uma coisa. Independente de sua vontade em questionar ou criticar até mesmo de falar. Promete que vai me ouvir calado por alguns instantes para que eu possa ter a chance de me explicar. Tudo bem?

Ele meneou a cabeça aceitando o que ela propusera. Kate se preparara para colocar tudo o que sentira para fora. Era a hora de apostar na mão de um jogo de pôquer, ela partiria para o tudo ou nada. Suspirando e passando as mãos nos cabelos, ela começou a falar.

- Castle vou voltar cerca de três meses atrás. Você lembra muito bem desse dia, talvez não tanto quanto eu. Ainda sinto meu coração apertar apenas de visualizar a porta se fechando e você sumindo da minha vida. Não sei dizer quanto chorei naquele dia e nem nos dias que se seguiram. O único sentimento que fazia parte de mim era a raiva. Castle minhas lágrimas refletiam cada sintoma desse sentimento que me dominou, eu maldizia cada passo seu depois que saiu porta afora. Você parecia não me entender, me pressionou pedindo para tomar decisões sobre nós dois que eu não... Eu não estava pronta para definir. Você não queria me compreender, esquecera completamente o fato de eu estar em um novo emprego, de estar sendo testada - Castle erguia a sobrancelha e fechara a cara diante das palavras de Kate, ela estava sendo injusta. Ele a interrompeu.

- Kate não acho que foi... – nesse instante ela colocou o indicador sobre os lábios impedindo-o de continuar.

- Shhh... eu pedi para você me ouvir sem interrupções – ela ordenou os pensamentos e continuou.

- Ou era o que minha mente conseguia assimilar antes de você analisar com calma a figura completa. Durante dias eu não consegui fazer nada. Não comia, não dormia, passei horas que se transformaram em dias trabalhando, focando em algo que pudesse me tirar o pensamento em você. Quando você deixou aquele anel comigo, foi uma afronta.

Kate virou de costas para ele tentando segurar as lágrimas. Não podia fraquejar, chorar na frente dele agora não ia ajuda-la. Ainda tinha muito o que dizer a ele. Virou-se e devagar ela aproximou-se da cama sentando ao lado dele. Mordeu os lábios, suspirou e Castle pode ver a luta que ela travava consigo mesma e sabia que ainda tinha algo mais para falar, ele esperava ouvir muito algumas declarações de Kate.

- Nos dias que se seguiram, a raiva foi se dissipando e fui tomada por outro sentimento, a negação. Tentei enganar a mim e ao meu coração. Pensei ser capaz de superar tudo e esquecer você, meu trabalho assumiu o primeiro posto na minha escala de prioridades. Porém, cada dia que voltava para o meu apartamento após o trabalho eu percebia que estava me enganando. A solidão me consumia a cada madrugada. Não ter você em casa esperando por mim, deitado ao meu lado na cama, não sentir seus braços ao meu redor. Tudo me fazia esquecer minha própria vida, meus objetivos. Não comia direito porque não conseguia sentir prazer em fazer isso sozinha, lembrava do quanto você costumava fazer quitutes para nós.Você poderia até me perguntar porque não te procurei, porque não resolvi a nossa situação de vez - ela tomou fôlego para continuar - quando Lanie veio me visitar, ela me xingou e fez exatamente essa pergunta, mais que isso, ela me perguntou porque eu lhe dei um ultimato e o deixei ir embora. A resposta a isso era apenas magoa, raiva e teimosia. Não quis voltar atrás, não quis reviver a montanha russa que seria enfrentar você porque não podia assumir as consequências de meus atos. Também não podia deixar o meu emprego em Washington, arriscar tudo. E a minha carreira? Não foi por isso que o expulsei da minha vida? Infelizmente, você conhece muito bem minha teimosia. Eu queria provar a mim mesma que era capaz de reconstruir a minha vida. Não consegui. O caso de Sasha trouxe à tona emoções fortes. Ao ver o desespero do Sr.Wilson, meus pensamentos se voltaram a você e Alexis. Fiquei me perguntando o quão difícil deveria ter sido para você e o quanto precisou de mim e eu não o ajudei. Foi então que eu percebi que por impulso e talvez cegueira profissional cometi um grande erro. O FBI se mostrou uma escola árdua, exigente e fria. A experiência apenas me confirmou algo que eu já sabia mas até ali, me negava a aceitar.

Ela passou o dedo no canto dos olhos afastando umas lágrimas prestes a cair. Passou a língua vagarosamente sobre os lábios e fez o que deveria ser feito. Pegou a mão dele na sua, acariciou a pele com o polegar e abriu completamente seu coração.

- Castle, eu descobri que depois de cinco anos trabalhando e resolvendo casos comigo, eu não funciono sem você ao meu lado. Não estou dizendo isso profissionalmente afinal ainda sou a mesma detetive que você conheceu talvez mais amadurecida. Estou falando de complemento.Nesses três meses que tivemos separados eu evitava minha casa porque você não estava aqui. Só o que existia era um vazio imenso, silêncio e solidão. Era frustrante chegar no apartamento e não ter alguém para dividir uma comida chinesa, escutar como que foi seu dia, trocar ideias. Alguém para abraçar, pedir conselhos ou implicar. Faltava alguém para amar. Eu tive que errar feio para finalmente entender o quanto a vida a dois é importante. Sofri muito para compreender o verdadeiro significado de "nós" - ela já não segurava as lágrimas, a emoção invadira seu espaço e Kate não se importava mais com isso - eu quero alguém com quem dividir os sonhos, uma pessoa que me conheça, me ame e aceite meus defeitos e minhas qualidades. Alguém para dividir uma vida que goste de desafios e tenha ambição. Não quero perfeição afinal somos todos humanos e errar será necessário em alguns momentos da vida, é isso que nos faz crescer e enxergar o que por medo procuramos negar. Eu errei e assumo meu erro. Por minha culpa, por um momento inconsequente, quase joguei minha felicidade no lixo.

Kate precisava de coragem para fazer o certo, bastou olhar para ele que a certeza a dominou.

- Hoje, eu vim aqui para resgata-la, lutar por ela com todas as minhas forças e sinceramente acredito não ser tarde demais para isso porque eu aprendi que quando se ama, não há tempo nem distância que vença esse sentimento. Não quero um príncipe encantado que venha me salvar em seu cavalo branco, quero apenas você. Sempre foi você. Always... - Kate entrelaçou a mão esquerda dele a sua e com a outra despejou o conteúdo do saquinho de veludo na palma da mão de Castle. O olhar dela encontrou o dele e fechando devagar a mão dele sobre o anel, Kate deslizou da cama ao chão ficando de joelhos na frente dele. Castle prendeu a respiração com o gesto dela. Com um sorriso no rosto, Kate falou.

- Eu sinto muito, Castle. Pelo que causei a nós dois, eu preciso que você saiba o quanto me arrependo e quero te pedir perdão – a lágrima deslizava pela bochecha deixando um caminho que mais parecia um rio marcando o rosto - I love You. Quero viver uma vida a dois com você porque nós somos perfeitos juntos. Espero que não seja muito tarde para recomeçar. Richard Alexander Rodgers, você ainda quer casar comigo?

Ela pode ver o brilho nos olhos dele consequência das lágrimas que haviam se formado. Um sorriso lindo e maroto despontou naquele rosto que ela tanto amava realçando ainda mais os belos olhos azuis. Ele a ergueu do chão ao levantar-se também da cama. Segurou o anel entre os dedos e buscando a mão dela, o colocou devagarzinho. Ao fita-la, disse apenas uma palavra.

- Always...

Ele segurou-a pela nuca e tomou-lhe os lábios intensamente. O beijo ansiosamente desejado fora a consumação do amor que guardaram tão cuidadosamente durante esses três meses. Todo o sofrimento, as noites mal dormidas, as frustrações e as lágrimas vertidas foram esquecidas e deixadas no passado ao mero toque dos lábios.

Kate não pode evitar o gemido que saiu de sua boca. As mãos foram deslizando pelo corpo dele, tocando e buscando sentir os ombros largos, os braços musculosos, tudo isso apenas fazia crescer nela a vontade de toca-lo, de estarem pele sobre pele. O beijo fora demorado como se pudesse ser o último quando na verdade era o primeiro de muitos após a reconciliação. Ela não queria esperar nem mais um segundo. Queria sentir seu corpo junto ao dela, o desejo começava a aflorar pelo seu corpo provocando as sensações tão familiares de outrora.

Ao quebrarem o beijo, Kate manteve as mãos ao redor dos braços dele como se caso o soltasse ele iria embora de vez. Não queria correr o risco. O sofrimento que enfrentara era algo que não conseguiria viver novamente. As testas estavam coladas e por fim, ela tornou a falar.

- Eu esperei por esse momento desde o dia que te vi na livraria. Porém, logo após a nossa conversa eu tive receio, cheguei a pensar que destruíra tudo. Duvidei que você não fosse capaz de me perdoar e com isso também não conseguiria perdoar a mim mesma. Podia ter jogado tudo fora. Naquela noite quando você apareceu no meu apartamento, ou melhor, no nosso apartamento, eu não sabia o que esperar. Fiquei surpresa mas você realmente acalmou meu coração e me surpreendeu.

- Você realmente pensou que eu havia te esquecido? Considerou isso possível?

- Ah, Castle! Eu sei lá, acho que sim. Eu estava magoada, nervosa e muito, muito confusa. Você deve entender que não agimos, eu não agi corretamente na última vez que nos vimos. Não é fácil sofrer pressão e estar com raiva ao mesmo tempo. Porém, no fundo, quando eu consegui me acalmar e voltar a pensar na nossa história, em tudo que já passamos juntos, sabia que ambos continuávamos apaixonados, o amor era nossa ligação mesmo com a distância. O sentimento e o companheirismo, a necessidade de estar juntos, lutar juntos. Quando o vi justificando o porquê de bater em minha porta e ajudar no caso, eu soube o que o trouxera ali. Então pude me dedicar como deveria ao caso de Sasha.

- Agora o caso está resolvido, fechado.

- Tecnicamente. Eu não voltei ao FBI. Ainda preciso fechar o caso oficialmente. Tinha outras prioridades – ela o beijou suavemente nos lábios e acariciou o peito com as mãos – ainda tenho.

- Prioridades? – ele ergueu a sobrancelha exibindo um sorriso maroto – que tipo de prioridades?

- Agora – ela roçou os lábios nos dele provocando com os olhos fechados - nesse exato momento... – ela mordiscou o queixo dele e abriu os olhos fixando-os nos belos olhos azuis de Castle – eu só quero você...só você, Rick.

E Kate beijou-o novamente. Dessa vez, ele não esperou pela iniciativa dela. Colocou as mãos na cintura dela e a puxou contra seu próprio corpo. Não queria um milímetro de distância entre seus corpos. Os dedos ágeis de Kate foram tirando o blazer que vestia e já trabalhavam nos botões da camisa. Castle apenas se concentrava em mantê-la perto dele e beijar aqueles lábios tão doces, tão ansiados. Três meses era tempo demais para ficar longe dela. Sentiu a camisa cair ao chão. Ela tinha pressa, diferente dele. Castle queria todo tempo do mundo com ela para recuperar aqueles três meses, deixa-los totalmente para trás. Quebrou o beijo, dando um passo para trás a fim de admira-la. Dizer que ela estava linda era algo quase retórico. Ela sempre será linda, independente da ocasião mas não custava nada repetir  o que achava a ela quantas vezes pudesse não?

- Não canso de me surpreender com a sua beleza. Linda, estonteante. O roxo cai muito bem em você,Kate.

- Como em Nikki, lembrei da cena do livro. Parecia apropriado – ela já seguiu na direção dele para retomar o contato de onde pararam quando Castle a interrompeu.

- Espere, deixe-me admira-la um pouco mais. Não temos pressa, Kate... podemos levar a noite toda, entrar pela manhã... não precisamos ir a lugar algum. Esse deve ser um tempo para nós.

- Eu sei...eu te quero tanto, faça amor comigo Castle. Eu não consigo suportar nem mais um segundo sem sentir seu toque na minha pele. Por favor, eu preciso sentir você inteiro. Corpo, alma e coração.

E assim ela o teria. As palavras de Kate eram como música aos ouvidos de Castle. Aproximando-se dela, ele deslizou a mão pelo contorno do vestido brincando com o decote na altura dos seios. Sobre o tecido, ele moldou um dos seios e apertou-o fazendo Kate gemer. Devagar, ele passou os lábios do lóbulo da orelha contornando pela mandíbula, queixo e pescoço até alcançar o colo exposto pelo decote beijando o meio dos seios dela como já fizera outras vezes. Agilmente, deslizou o fecho do vestido por toda a distância e ajudou a deixar os ombros dela nus. A pele clara continuava sedosa, macia. O toque quente das mãos de Castle a fizera fechar os olhos apreciando o momento. Aquilo era bom demais. Kate podia sentir os labios dele vagarosamente saboreando sua pele, seu corpo e começava a sofrer as reações perfeitamente normais ao toque seguro e estimulante dele.

O calor começava a domina-la. Seu centro formigava e já reagia a tudo despertando o desejo e a umidade, ansiando por ser tocada lá em baixo, por ser dominada e se deixar entregar totalmente ao homem a sua frente. Seu homem. Castle a surpreendeu ao deslizar ambas as mãos pelo corpo dela agarrando a calcinha com os dedos e puxando-a de uma só vez. Estava de joelhos de frente para ela. Afastou as pernas com uma das mãos, beijou a pele entre o umbigo dela e o paraíso. Somente após isso, ele introduziu dois dedos em seu centro. Kate arqueou a cabeça para trás e gemeu. Ela sentiu o polegar dele iniciar uma espécie de balé excitando o seu clitóris. Ela teve que se apoiar nos ombros de Castle para conseguir manter-se de pé quando sentiu a língua dele brincar com o mesmo pedaço proibido alternando entre dedos, lábios e língua. Castle beijava seu centro e sugava o que podia explorando a região com a língua.

Kate se viu completamente perdida diante de tudo aquilo, não tinha qualquer controle sobre seu corpo, não era mais seu. Era dele. Exclusivamente dele. As forças começava a esvair-se de suas pernas à medida que o formigamento subia e descia suas pernas, pele e corpo causando fraqueza e preparando cada centímetro para o ápice do desejo que estava prestes a toma-la em forma de orgasmo. Castle sabia, pressentia e foi exatamente por isso que ele aumentou os movimentos e pediu.

- Está aqui, não lute apenas deixe-o dominar Kate...entregue-se...

E a explosão aconteceu. Kate obedeceu o que Castle pediu e experimentou as sensações de tempos atrás porém com uma intensidade ainda maior. Ela fincou as mãos nos ombros dele por não ser capaz de comandar as próprias pernas. Castle não parou o que estava fazendo, massageava o clitóris dela ainda com o polegar além de repetir os movimentos de seus dedos, indo e vindo no centro dela.
Percebendo que o corpo dela voltava a se acalmar aos poucos, Castle a envolveu em seus braços já se erguendo do chão, procurou novamente os lábios dela e dessa vez, ele segurou os cabelos dela expondo a boca linda para seu bel-prazer. Beijou-a intensamente fazendo Kate se derreter para ele. Com carinho, ele arrumou as mechas do cabelo dela para trás da orelha e deitou-a na cama. Ao pé da cama, Castle se livrou das calças e do boxer que ainda vestia deixando finalmente livre a ereção que o incomodava tanto apenas por olhar para ela.

Apoiando um dos joelhos na cama, Castle ergueu uma das pernas dela e iniciou um verdadeiro momento de sedução para ela. Como um exímio amante, ele percorria cada centímetro das longas pernas de Kate, seduzindo, acariciando sem pressa dando a ela toda a atenção devida. Em seguida, ele desviou sua concentração para o estomago liso dela. Beijou-lhe o umbigo, as costelas roçando seus dentes levemente sobre elas chegando ao local ansiado.

Castle passou a língua sobre o mamilo de um dos seios, instigando. Roçando os dentes na pele macia, ele abocanhou-o por inteiro, sugando enquanto uma das mãos apertava o outro seio. Aquilo fez Kate delirar e não segurar o efeito que Castle provocava nela.

- Oh, Castleee....OMG...

Ela por impulso segurou os lençóis quando sentiu os lábios dele cobrirem os seus mais uma vez. Kate se entregou ao beijo sentindo a língua de Castle devorar sua boca enquanto sentia o peso do corpo dele sobre o seu, pele contra pele. Deus! Ela sentira tanta falta disso. Deslizou suas mãos sobre as costas dele, cravando suas unhas levemente na pele de Castle aproveitando para enroscar suas pernas na cintura dele e com isso pode sentir o membro rijo contra sua coxa muito próximo ao seu centro. Precisava senti-lo dentro dela. Não podia segurar mais.

Castle afastou os lábios dos dela por alguns segundos apenas para beija-la repetitivamente dando vários selinhos nos lábios dela aos quais ela correspondia buscando morder o lábio inferior dele. Ele beijou o nariz afilado fazendo Kate abrir um sorriso. Ela sentia o corpo pulsar desejando-o.

- Castle, por favor, quero você dentro de mim... preciso agora.

Ele sorriu para ela. tinha razão também precisava disso e não havia motivo para adiarem isso. O desejo consumia a ambos. Ele afastou-se um pouco do corpo dela, a distância causou um arrepio imediato na pele de Kate mas logo esqueceu disso ao sentir os dedos de Castle apertarem seu mamilo. Gemeu baixinho e quando ia pedir mais, percebeu que ele a tomava por completo.

Kate sentiu que Castle a penetrou de uma única vez. E no instante seguinte, ela atingira a plenitude. Estava mais uma vez completa. Por alguns segundos, ele permaneceu completamente dentro dela sem se mexer. Então, começou a movimentar-se imprimindo um ritmo compassado. Ela se entregou a ele nos movimentos remexendo o corpo junto em busca do prazer.

A ligação entre os dois era tão intensa que em poucos segundos, eles estavam em um ritmo bastante acelerado. O toque era extremo, eletricidade e emoção pura. Castle estocava rapidamente dentro dela sentindo Kate apertar-lhe o membro com a musculatura interior também levando-o à loucura. Ele estava em seu limite mas precisava se segurar para primeiramente dar prazer por completo a ela. O coração de Kate disparara ao perceber que seu corpo já estava pronto para uma nova viagem ao paraíso. Ele percebeu e por isso provocou-a arrebatando um dos seios sugando-o como sabia ser possível de tira-la do sério. E o resultado não poderia ser diferente. Com um grito, ela foi dominada pelo efeito do desejo arqueando o corpo na direção dele. Castle continuava a possuí-la para prolongar ao máximo o momento de êxtase e não conseguindo manter mais a compostura, ele se deixou levar agarrando-se ao corpo dela beijando-lhe o pescoço.

Por alguns minutos eles se permitiram apenas sentir envolvidos por um orgasmo tão poderoso que sequer conseguiam controlar. Tudo era intenso, quase louco entre os dois. Era amor.

Mal conseguiam respirar direito, os corpos suados, corações descompassados, pernas emaranhadas. Aos poucos, eles iam se acalmando. Castle ainda não tinha forças para sair de cima dela nem de dentro do centro aquecido e úmido. Beijou-lhe o ombro e finalmente rolou para o lado. Kate após recuperar um pouco da sua respiração, aconchegou-se ao peito dele alternando uns beijinhos no peito e no rosto dele. Ainda mantinha as pernas enroladas nas dele. Sentiu o braço de Castle envolve-la. Ficaram calados por um tempo até que Castle decidiu falar primeiro.

- Isso foi... – disse Castle sem poder continuar.

- Incrível! – completou Kate.   

- Acho que você realmente está curada, quer dizer, isso... essa atividade física não fará mal para sua recuperação, certo?

- Não, eu me certifiquei disso com o Dr. Thomas antes de tudo.

- Como assim?

- Eu já tinha decidido que precisava reverter nossa situação. Quando você saiu do apartamento dizendo que ia viajar, eu pressenti que se não fizesse nada, se não tomasse a frente e desse o primeiro passo, podia perde-lo para sempre. Tomara minha decisão. Foi quando recebi um telefonema do meu médico. Ele queria saber como eu estava, se sentia dores ou qualquer outro efeito colateral. Tudo porque o FBI estava pressionando-o para saber se eu já podia voltar ao trabalho. Pedi então para o doutor me receber cedo na manhã seguinte porque tinha dúvidas me incomodando. Fiz isso e minha pergunta era se eu poderia pegar um avião para vir encontra-lo. Depois da cirurgia era natural ter receio. Castle, o que você disse a ele porque tive a sensação de que tanto ele quanto uns dois assistentes pareciam muito interessados no que eu queria fazer. Torciam para que eu fosse te ver.

- Apenas disse a verdade. Você era uma agente do FBI que salvara a vida de uma garota e prendera bandidos e que precisava de assistência o quanto antes para eu poder te salvar. Acredito que ele percebeu meu desespero. Perguntou se eu era seu parceiro, disse que sim mas não no FBI, na vida. Falei que você era minha noiva.

- Disse isso ao Dr.Thomas? – Castle notou que ela parecia surpresa – agora entendo alguns comentários da nossa conversa.

- Que mal há nisso, eu te chamar de minha noiva? Você parece surpresa.

- Não é isso, até fico feliz ao saber que ainda tecnicamente separados, você continuava me chamando assim.

- Kate, você nunca deixou de ser... – ela sorriu.

- Pensando bem, acredito que até eu passei por uma desesperada. Expliquei que tínhamos assuntos pendentes, inacabados, que precisava lutar, precisava dar o primeiro passo e trazê-lo de uma vez por todas para minha vida. Acho que ele se comoveu e até apostou que daria certo se eu fizesse tudo da maneira correta.

- E você fez.              

- Acho que sim ou não estaríamos aqui agora – ela fazia pequenos círculos com a ponta dos dedos no peito dele – cheguei a pensar que não haveria chance de reconciliação. Muito menos casamento.

- Isso tudo é passado agora – ele acariciava os cabelos dela – recomeçamos de onde paramos, antes daquele momento no qual saí pela sua porta. Passou. Nós sofremos, nos ferimos mas aqui estamos juntos novamente e pronto para darmos mais um passo. Minha noiva – percebeu que ela franziu o cenho ao ouvir as palavras – o que foi? Não gosta de minha noiva? – olhava profundamente nos olhos dela.

- Acho isso tudo ainda surreal. Gosto de ser sua noiva, fiancé, amante, futura esposa. A ficha ainda não tinha caído. Mudanças, vida nova. Temos muito no que pensar, nos adequar à situação.

- É verdade mas por hora precisamos dormir. Amanhã meu voo sai às 10 horas da manhã. Você vem comigo?

- Claro. Na verdade não comprei passagem de volta para Washington. Nem pensei nisso. Queria apenas encontra-lo.

- Nossa! Ouvir isso é bom. Muito bom. Fico lisonjeado. Não se preocupe, voltaremos juntos para D.C.

Ela se aconchegou no peito dele e fechou os olhos quase adormecendo instantaneamente mas não antes de sussurrar.

- Boa noite, Castle. I Love you. Ele apenas sorriu ao escuta-la.

Aos primeiros raios de sol da manhã, Kate espreguiça-se sem abrir os olhos. Percebeu que ele dormia na mesma posição, as pernas de ambos continuavam enroscadas. Gemendo baixinho, ela se aninhava como uma gata junto dele, abraçando-o e roçando seu corpo no dele, beijando a pele do peito e encaminhando-se para o pescoço colocando o próprio corpo completamente sobre o de Castle. Ele já percebera os movimentos dela. Kate chegou onde queria. Com sua boca na mesma altura da dele, ela mordiscou o queixo para somente depois provar-lhe os lábios. Sentiu as mãos de Castle a envolvendo explorando suas costas, apertando seu bumbum e de um envolvimento preguiçoso, o beijo entre os dois tornou-se quente. Ela pode sentir a ereção dele se formando contra sua perna. Não conseguia desgrudar dele, acordara querendo fazer amor com ele. Querendo senti-lo dentro dela.

Quebrando o beijo, ela impulsionou seu corpo e sentou sobre o estomago dele. Tirou a camisola e jogou-a no chão. Castle se animou e tomou os seios dela em suas mãos acariciando-os vagarosamente até segurar os mamilos com a ponta dos dedos e puxa-los instigando. Ela gemeu e fechou os olhos. Ao voltar a abri-los, Kate fitou os olhos azuis de Castle e foi então que ele viu o desejo presente neles, enevoando o verde escuro quase sumindo pelo dilatar das pupilas.

- Quero fazer amor com você... – ela disse e já se esfregando no corpo dele, Kate acomodou-se sobre o membro rijo sentindo-o domina-la completamente. Juntos, eles se perderam em mais um momento de puro amor e prazer.

Mais tarde de mãos dadas, eles embarcavam de volta a Washington.

Dois dias depois, já orientada pelo médico ela deveria voltar hoje ao trabalho. Sentada à mesa tomando café junto com Castle, Kate estava nervosa e demonstrou sua preocupação para ele ao pensar em enfrentar o pessoal do FBI especialmente Stack.

- Eu não sei se estou realmente preparada para encontrar Stack. Ainda lembro claramente das palavras que ele me disse, do quanto me magoou e me fez sentir impotente. Não que duvidasse da minha competência mas porque temia por Sasha.

- Entendo como tudo isso mexeu com você mas já passou, Sasha está livre e salva. Você prendeu os responsáveis e esteve certa todo tempo. Mas para deixa-la mais tranquila ligarei para o Sr.Wilson. Ele irá até o FBI para provar que você é a razão pela qual a filha dele está viva hoje.

- Não, Castle. Não acho isso justo. Não preciso do Sr. Wilson me defendendo.

- Não se trata de defende-la e sim ter certeza que a justiça será feita da maneira correta. Além disso, prometi a ele ainda quando você estava internada no hospital. De qualquer forma, você terá que entrevistar a Sasha e a ele novamente para fechar o caso.

Após uma conversa franca com Castle, Kate voltou a colocar os pés no prédio do FBI.


FBI HQ


Kate caminhava receosa pelos corredores do bureau por não saber exatamente como seria recebida pelos colegas. Seria a primeira vez desde o afastamento imposto por Stack que ela ficaria frente a frente com seu chefe imediato. No fundo, ela estava um pouco decepcionada com ele. Ao entrar no salão da divisão de crimes especiais, ela recebeu uma mensagem de Castle dizendo que Antonny estava a caminho com Sasha. Suspirou buscando coragem para enfrentar o que estava por vir.

Sorrindo, cumprimentou as pessoas no salão. Todos pareciam felizes ao vê-la retornar ao trabalho e bem. Depois de beijos e abraços, Jordan a levou até a sala onde todo o caso estava sendo avaliado. No telão da parede, Beckett percebeu as atualizações conforme as provas encontradas in loco.

- Adicionamos todas as evidências coletadas, o exame de corpo delito de Sasha, as fichas dos suspeitos e todas as informações pertinentes ao caso para que você fechasse o caso que desvendou sozinha. Ninguém na equipe quis interrogar Josh. Você efetuou a prisão e resolveu esse sequestro sozinha, nada mais justo que você seja a primeira pessoa a colher o depoimento dele. Além disso, você causou um certo desconforto ao chefe Stack. O Sr. Wilson ligou diretamente para o diretor assistente e em seguida para o presidente contando tudo o que você fizera e reclamando da postura do seu superior. Acho que Stack se arrependeu do que fez a você, Beckett.

- Eu temo pelo meu encontro com ele hoje. Não quero brigar mas se puder evitar o contato será melhor para nós dois, pelo menos por enquanto. Talvez seja melhor focar na conclusão do sequestro, fechar o meu relatório e garantir a justiça. Haverá tempo para abordar o assunto com Stack – olhando para o emaranhado de informações, ela sorriu - então, vamos trabalhar?

Diante do quadro eletrônico de evidências, Beckett começou a trabalhar elaborando a linha do tempo que ela definira desde o primeiro momento. Ela provou estar certa desde o principio indo de encontro a toda a investigação do bureau. Satisfeita com as análises forenses e laboratoriais, ela preparou seu interrogatório para Josh. Porém, antes dele Beckett recebeu Sasha e a questionou sobre o antes, o durante e o depois do sequestro. Perguntou se ela desconfiara de Josh e mesmo se ele chegou a machuca-la. Gravou toda a entrevista e rabiscou os pontos mais importantes no seu bloco de anotações. Em seguida, conversou um pouco com o pai de Sasha e a partir de suas anotações, ela descrevia em voz alta detalhes da investigação para que Jordan escrevesse nos arquivos do caso.

Nesse momento, Stack apareceu na porta da sala de reuniões onde estavam trabalhando. Cumprimentou-a com um gesto leve de cabeça e ficou por alguns minutos observando-a trabalhar e comandar a equipe composta excepcionalmente por homens. Visivelmente desconfortável com a situação e percebendo o olhar torto do Sr. Wilson para ele, Stack resolveu se retirar.

Beckett pediu para trazer Josh à sala de interrogatório. Resolvida, ela entrou na sala com um ar imponente, senhora de si, a postura da detetive firme e decidida que prezava pela justiça e lutava para colocar bandidos atrás das grades. O diálogo com Josh começara brando, Beckett optou por uma linha de entendimento, a busca pelo motivo real de todo aquele cenário. Apelando para a psicologia, ela instigou Josh pouco a pouco como alguém que come o prato pela beirada. Ela o espremeu tanto que fez Josh chorar copiosamente confessando tudo o que fizera. E exatamente como Castle e ela previram, o motivo de tudo isso era um só. Josh buscava desesperadamente a atenção do pai. A ferro e fogo, apostara todas as fichas em recuperar o dinheiro buscando sua aceitação e provar que podia ser um cara esperto, um homem de negócios. Ele explicou todo o esquema do sequestro e como envolvera Amil e Mark, seu cúmplice no cativeiro. No fim, Beckett tivera pena dele mas cumpriu seu papel e o transferiu para a prisão estadual sem regalias. Claro que ela sabia que logo ele estaria respondendo o processo em liberdade pois era réu primário além de possuir um pai influente mas umas noites atrás das grades poderia ajudar a colocar um pouco de juízo e responsabilidade na cabeça de Josh.

Depois, Beckett despediu-se de Sasha e Antonny agradecendo por terem confiado nela. Sorrindo, ele nada disse além de obrigado. Assim que os dois deixaram o bureau Beckett sentou-se a sua mesa e perdeu-se na frente do computador escrevendo o relatório final do caso. Por duas horas ininterruptas, ela trabalho em cada detalhe. Imprimiu o relatório e levou até a sala de Stack. Bateu na porta de leve e recebeu a permissão para entrar.

- Boa tarde, agente Stack. Vim entregar o relatório do caso Sasha - ela colocou o documento sobre a mesa dele - a prisão de Josh já foi efetuada mas será apenas uma questão de horas para o pai dele mexer os pauzinhos junto a algum juiz amigo da família para conseguir um habeas corpus. Bem, é isso. Beckett já ia se retirando quando Stack a chamou.

- Um minuto agente Beckett - ela percebeu que ele folheava o relatório avaliando seu conteúdo, estava sério e ela não sabia o que esperar porém não demorou muito para descobrir. Após um silêncio incômodo de quase cinco minutos, ele tornou a falar.

- Muito bom o relatório, bem detalhado. Agente Beckett, obrigado por não desistir e também pelo trabalho arriscando sua vida. Não fui justo com você. Eu devo me desculpar por ter desconfiado da sua competência e lhe afastado do caso. Foi errado. Espero que não haja ressentimentos da sua parte.

- Não senhor - Beckett respondeu sendo o mais profissional possível pois no fundo, sua vontade era dizer umas verdades para ele - mais alguma coisa?

- Não, e só isso. Obrigado pelo relatório. Pode ir.

Beckett saiu da sala e respirou fundo. Estava aliviada por não ter que passar nenhum minuto mais olhando para ele. Precisava manter distancia até que estivesse pronta para encara-lo sem sentir vontade de estrangula-lo.

Mais tarde, Beckett foi chamada a sala do Diretor Assistente. Não tinha ideia do motivo. Ao entrar, o seu superior pediu para sentar-se. Beckett obedeceu e esperou.

- Agente Beckett, creio que não saiba por que a chamei aqui apesar de achar que pode imaginar. Fui procurado pessoalmente pelo Sr. Wilson a fim de me contar o que acontecera no desfecho do sequestro da filha dele. Como seu superior, devo-lhe agradecer pelo empenho dedicado nesse caso. Apesar de usar um método diferente do nosso, você foi capaz de enxergar o que nenhum agente conseguiu, incluindo seu chefe imediato. Você é uma agente valiosa para o nosso bureau.

- Obrigada, senhor. Apenas fiz meu trabalho como sempre, da maneira que aprendi.

- Você se destacou perante ao bureau e ao alto escalão agente, tanto que recebi um telefonema hoje diretamente da Casa Branca e dessa vez não foi o Sr. Wilson e sim a secretaria do presidente Obama. Ele me comentou que estava bastante satisfeito com o término do caso. Porém o motivo principal do contato foi para fazer um convite exclusivamente para você. O presidente espera você e seu acompanhante para um jantar reservado na Casa Branca em uma semana para poucos convidados. Uma espécie de cerimônia reservada. Um convite formal será enviado a sua residência.

- Senhor, eu.... Eu não sei o que dizer, e tão inesperado e...

- Agente, não se preocupe. Você merece essas honras, a homenagem. Aceite de bom grado e represente ao bureau por nós. Parabéns.

- Farei isso, senhor. E obrigada mais uma vez.

Beckett saiu da sala mal conseguindo digerir essa notícia. Ao chegar em casa por volta das sete da noite, Kate encontra Castle sentado no sofá com uma taça de vinho. O apartamento cheirava a assado. Ela sorriu. Era bom estar em casa novamente. Kate se aproxima dele mordendo o lábio inferior como alguém que estava com vontade de aprontar. Deixou o casaco e a bolsa no meio do caminho e sentou-se ao lado dele no sofá, pegou a taça e jogou as pernas sobre as dele. Tomou o primeiro gole da bebida e viu Castle tirar os sapatos dela e começar a massagear-lhe os pés. Ela suspirou ao sentir o toque dele.

- Hey... que delícia! Hum... é bom estar em casa, sabe? O que você está preparando para o jantar?

- Nada demais. Uma carne assada com batatas.

- Pelo cheiro deve estar muito bom, está me dando água na boca. Senti muita falta desses mimos, Castle.

- Eu sei - ele beijou levemente os lábios dela e pegou o copo de vinho das mãos de Kate - Como foi seu dia? A volta para o bureau?

- Não posso dizer que foi maravilhoso. Foi tenso, estranho. Encontrar Stack e manter a calma foi o momento mais difícil. Evitei encontra-lo ao máximo. Mas precisei entregar a ele meu relatório. Parecia estar pisando em ovos. Mantive a postura profissional mesmo querendo socar a cara dele e dizer-lhe umas verdades. Felizmente, o meu trabalho prevaleceu assim como a justiça. Josh está preso. Hoje percebi que a experiência no FBI foi reveladora. Aprendi muito, coisas certas e outras que é preferível esquecer. Mas o que mais me decepcionou foi a mudança no comportamento de Stack. Ele não é nem de longe o homem que me abordou no 12th e me disse estar impressionado com o meu perfil e meu trabalho. Não sei o que pode ter acontecido com ele...

- Talvez não tenha acontecido nada. Você conheceu o agente Stack brevemente atuando em um caso. Não pode afirmar que ele está diferente. Por um pequeno período de tempo trabalharam juntos em New York e você deve se lembrar do jeito meio boçal dele, querendo mostrar-se superior a você e importante. Acredito que ele já era assim, Kate, você apenas não teve tempo de avalia-lo. Atrelado a isso, aposto que ficou muito incomodado de perder para uma mulher. Tem muito homem machista por aí, você caracteriza uma ameaça para Stack, Kate. Se nunca parou para analisar a situação por essa ótica, fazendo agora verá que tenho razão.

- Faz sentido.

Ele afastou as pernas dela e levantou-se para checar o jantar. Dez minutos depois, estavam saboreando o assado. Vendo que ambos estavam descontraídos durante a refeição, Kate decidiu dar a outra notícia.

- Nem toda novidade é ruim. Ainda não consegui assimilar o que o diretor assistente me disse. Ele me chamou em sua sala para comunicar um convite.

- Hum... Festa? - brincou Castle.

- Não qualquer comemoração. Eu fui convidada para um jantar especial e reservado na Casa Branca! Pelo presidente dos Estados Unidos... Isso e tão...

- Incrível! - ele abriu o sorriso - estou orgulhoso de você, Kate. Quando será?

- Na próxima semana e quero você como meu acompanhante.

- Será um prazer, agente Kate Beckett. E acariciou a mão dela sobre a mesa.

Terminado o jantar, eles recolheram as comidas e organizaram a cozinha juntos. Depois, retornaram ao sofá com um pote de sorvete e duas colheres. Aninhada ao corpo dele, Kate apoiava sua cabeça no ombro de Castle enquanto lambia displicente a colher cheia de sorvete. Calada por algum tempo, Castle estranhou e resolveu questionar o motivo do silêncio.

- Porque está quieta?

- Estava pensando sobre os últimos meses, sobre nós, tudo. Como nos deixamos levar por sentimentos vagos e mesquinhos, raiva, medo, teimosia. Eu quase pus tudo a perder ao expulsá-lo da minha casa a três meses. Fui estúpida e cruel mas talvez eu devesse mesmo passar por isso para reconhecer o que era importante. Senti tanto a sua falta, Castle...

- Tudo bem. Eu entendo e sei que esse processo foi importante para o seu crescimento. Sabe qual a ironia disso tudo? É que a solução para evitar esse problema era tão simples. Tudo o que você tinha que fazer era me pedir para ficar. Bastava isso e eu seria todo seu, sem qualquer duvida ou cobrança. Eu teria ficado simplesmente porque te amo.

Ele virou o rosto para ela e ergueu o queixo para beija-la. Ansiando, desejando e demonstrando todo seu amor através de um beijo. Kate se deixou levar e jogou-se no colo dele. Em poucos minutos, eles se perdiam novamente na busca pelo prazer.

Na semana seguinte, Castle recebeu a notícia que precisava viajar a trabalho de novo, dessa vez seu destino era Chicago, Pensilvânia e New Haven em Connecticut. Novos eventos de noite de autógrafos. Kate já havia tirado um pouco de sua dedicação à turnê de Deadly Heat com o caso e o acidente que culminou em sua cirurgia. Aceitou de bom grado o afastamento dele por três dias. Havia apenas uma condição.

A volta de Castle a Washington. O jantar com o presidente estava agendado para o mesmo dia que ele retornava a cidade e não sabia se conseguiria chegar a tempo de comparecer ao evento. Isso estava mexendo com Kate. Queria Castle ao sei lado quando fosse encontrar o presidente.

Ela estava observando-o fechar a mala preparando-se para ir ao aeroporto. Ao perceber que estava sendo quase que vigiados por aqueles olhos sagazes, ele virou-se para encara-la. Automaticamente, Kate envolveu seus braços na cintura dele deixando as mãos deslizarem em um movimento constante pelas costas dele. Com um pequeno sorriso, ela pedia manhosa a ele.

- Promete que não vai demorar? Vou sentir saudades.

- Serei o mais breve possível.

- Promete que não me deixará sozinha naquele jantar? Você sabe que eu não sou muito boa nessas coisas. Quem gosta de brilho, glamour e holofotes é você. Não sei como me portar nesses lugares. Nunca sei que tipos de assuntos comentar. Preciso de você ao meu lado - ela engoliu em seco e arregalou os olhos - meu Deus, Castle! É o presidente dos Estados Unidos! Estou nervosa desde já.

- Kate não há o que temer. Ao contrário do que você pensa não é um evento aberto com a presença da imprensa. É um jantar íntimo e reservado para poucas pessoas. A única diferença é que uma delas é o presidente mas a estrela principal será você.

- Castle você não está ajudando. Está me deixando mais nervosa!

- Não precisa ficar. Olha, Antonny e a família estarão lá. Você não ficara deslocada. Mostre quem é Kate Beckett, apenas isso. Tenho certeza que todos vão adora-la - ele segurou o rosto dela com as duas mãos e beijou-a com carinho - tudo dará certo. Prometo que vou fazer o possível para ir ao jantar. Posso chegar atrasado, mas não perderia a chance de ver Obama te agradecer por nada mesmo. Nem que eu venha na asa do avião. Quero registrar esse momento. Ligo quando chegar em Chicago.

Ele pegou a mala, segurou o iPad e deixou o apartamento. Os olhos de Kate caíram sobre o convite de gala preso à porta da geladeira por magnéticos. Sabia que seria uma noite especial, principalmente se tivesse Castle ao seu lado.


XXXXXXXXXX


Era o dia do jantar. Kate estava se arrumando para a festa. Fazia a maquiagem quando o celular tocou. Castle.

- Hey...

- Hey. Como está a bela da noite? Ansiosa?

- Como não poderia? E Chicago, correu tudo bem?

- Sim. foi excelente. Estou no evento de Connecticut prestes a ler um pedaço de Deadly Heat mas não aquele capítulo que li quando você surgiu linda daquele jeito no salão em Memphis. Não consigo lê-lo sem pensar em você.

- Gostei de ouvir isso.

- O que você está usando Kate?

- Castle... não começa porque depois fica difícil de controlar... estou apenas de calcinha. Meu vestido não pede soutian – ela provocou.

- Oh, Deus...

- Como eu disse, melhor não avançarmos nisso ou você terá problemas quando for ler o livro para suas leitoras. Vão achar bem estranho ao ver sua “alegria”.

- Ah Kate...agora você me deixou com mais vontade ainda.

- Segure essa vontade para quando tiver em casa. Considere um estímulo para voltar a Washington o mais rápido possível.

- Como você é maldosa e implicante Kate Beckett...

- Que horas você estará no jantar? Vou te esperar para conversar com Obama.

- Acho que o evento termina em meia hora. Meu voo sai às sete. Espero estar às nove na Casa Branca. Paula está me chamando. Tenho que ir. 

- Te espero. Beijo.

- Um beijo.

Desligando o telefone, Kate concentrou-se em se arrumar mas a ideia de provoca-lo via celular dera um novo ânimo nela, adorava fazer isso com ele desde que se conheceram. De qualquer forma, agora precisa se arrumar para a festa.


Casa Branca – 7:30 pm


Kate pedira ao taxi para estacionar na frente da Casa Branca. Pagou a corrida e desceu do carro. Sentiu um arrepio ao para em frente ao portão da imponente mansão. Um dos símbolos do poder de seu país e ela estava prestes a conhecer e jantar com o presidente. Sim, estava nervosa e também empolgada. Aproximou-se do guarda e se apresentou.

- Kate Beckett. Vim para um jantar com o presidente – no momento em que o guarda checara a sua lista, um carro parou no portão e os faróis piscaram. O vidro desceu e Kate reconheceu o Sr. Wilson e sua família.

- Olá, Agente Beckett. Boa noite, Charlie. Pode nos liberar? E inclusive a essa bela jovem a sua frente.

- Sim, senhor sub-secretário já encontrei seu nome na lista senhorita. Pode entrar.

- Venha, Beckett. Entre ao lado de Sasha – ela obedeceu – vamos entrar pela lateral. Usaremos um dos salões da esquerda próprios para pequenos jantares. Onde está seu acompanhante? Pensei que vinha com o seu noivo, Sr. Castle.

- Ele virá. Está a caminho de Washington. Viagem a trabalho.

- Entendo – Sr.Wilson estacionou o carro – vamos?

Elas desceram do carro e Kate ainda estava um pouco maravilhada com a beleza e suntuosidade do local. Ao entrarem no salão, ela pode perceber as sutilezas na decoração simples mas havia um ar diferente ali, um aroma histórico. Cerca de cinco mesas de seis lugares estavam espalhadas com flores e jogos de porcelana finos. O que ela não percebera a principio foram os olhares vidrados nela, também não era para menos. Kate vestia um longo azul royal sem alças e com uma fenda lateral até a altura da coxa. Drapeado no peito e colado no corpo curvilíneo dela. Usava um colar cheio de ouro branco com vários formatos triangulares. Os brincos eram da mesma forma. No dedo, o anel de noivado que ganhara de Castle. Os cabelos estavam presos em um coque realçando o colo e o rosto dela, apenas pequenas mechas caiam à altura da orelha. A maquiagem impecável. Como não admirar tal beldade? Antonny acomodou a família em uma mesa e pediu licença da esposa para levar Beckett até os seus amigos e companheiros de trabalho. Queria apresenta-la a eles.

- Então agente Beckett, você irá conhecer algumas pessoas do governo. Por enquanto, o presidente ainda não está por aqui mas não se preocupe, ele logo aparecerá. Aceita champagne?

- Obrigada. Mas posso pedir um favor. Me chame de Kate, nós já passamos por maus bocados e podemos perder essa formalidade.

- Tudo bem – ele sorriu.

Ela foi apresentada a várias pessoas e mantivera conversas interessantes com elas. Antonny estava sendo muito paciente e um belo anfitrião, ele perguntou a ela se gostaria de fazer um pequeno tour pelo lugar. Como uma boa americana e curiosa, Kate aceitou. Quando estavam no salão oval e ela admirava cada detalhe do lugar, um barulho de mensagem surgiu. Checou o celular e sorriu. Era Castle avisando que chegara.

- Pode verificar se podem liberar a entrada de Castle no prédio?

- Claro que sim vamos andando que já falo com a segurança – um dos homens de terno preto e escuta no ouvido aproximou-se deles – ótimo! Com licença, você poderia avisar à guarita de entrada que há um senhor Richard Castle que deve ser liberado para o nosso jantar? Ah, e peça para alguém acompanha-lo até o salão.

- Sim, senhor. Irei providenciar isso. E Sr. Wilson, o presidente está a sua procura. Ele já se encontra no salão do jantar.

- Excelente, obrigado. Vamos Kate, é hora de conhecer o Obama.

Ao retornar ao salão, ela viu de longe a esposa do presidente e ao lado dela, de costas estava ele. O próprio presidente. Tinha uma taça na mão. Antonny a levava pelo meio do salão quando o celular voltou a emitir um sinal de mensagem. Castle novamente e agora a mensagem dizia.

“Olhe para trás.”

E ela virou-se esperando por vê-lo em algum lugar. Na porta, com um smoking impecável e os braços para trás, ele sorria. Quando percebeu o quão linda ela estava, ele falou silenciosamente para ela “wow”. Kate abriu o sorriso e viu-o caminhar em sua direção. Antonny percebeu que havia sido deixado falando sozinho mas ao ver o motivo teve que sorrir. Quando chegou próximo a ele, Kate inclinou a cabeça para o lado para admira-lo um pouco mais. Castle tirou uma das mãos de trás das costas revelando um buque de tulipas brancas.

- Para você. A ideia era lhe dar as flores como se isso fosse uma espécie de encontro, trazer um pouco de beleza para sua noite mas vejo que as flores agora parecem tão insignificantes diante da sua beleza. Está maravilhosa, Kate.

- Você também. Azul definitivamente é sua cor – ela disse ajeitando a gravata borboleta dessa cor, beijou-lhe suavemente os lábios – estou feliz que tenha chegado a tempo de me acompanhar. Estava indo conhecer o presidente.

- Ponto para mim pela excelente noção de tempo. Ele segurou a mão dela e caminharam até onde Wilson estava. Ao vê-lo, Antonny o cumprimentou e pediu para segui-lo.

- Com licença, senhor presidente? – Obama se virou para fita-lo.

- Ah, Antonny estava mesmo a sua procura. Gostaria de conhecer a jovem corajosa que salvou sua filha. Ela já chegou?

- Sim – ele fez sinal para Kate que ficara com Castle a uma certa distância – ela está logo ali. Ah, venha – Kate percebeu que a primeira dama se juntara a ele – aqui está, Obama conheça a Agente Kate Beckett a mulher corajosa que salvou a vida da minha filha – Obama estendeu a mão para cumprimenta-la e ela fez o mesmo.

- Mr. Presidente é uma honra conhecê-lo.

- Não, agente. É um prazer para mim conhecê-la – e beijou sua mão – está é Michele, minha esposa mas você já sabe disso – ele piscou para ela – quem é o cavalheiro?

- Este é Richard Castle, escritor e meu noivo. Ele também me ajudou no caso para achar Sasha.

- Estou honrado senhor Presidente – estendeu a mão para Obama.

- Espera, Rick Castle? De Derrick Storm e Heat? – perguntou Michelle – adoro seus livros.

Kate olhou surpresa para Castle e viu que ele também estava. Antonny sorriu e sugeriu que todos sentassem. Kate e Castle sentaram na mesa de frente para Obama e Michelle enquanto Antonny também juntou-se a eles. Apesar de estarem ainda um pouco em choque diante do que estava acontecendo com eles, ambos procuravam se conter diante de alguém tão ilustre. Foi Obama quem puxou a conversa sobre os feitos de Kate.

- Quando Antonny me procurou contando que Sasha desaparecera, fiquei devastado. Somos amigos a muito tempo e vi a menina crescer. Preocupado com meu amigo, resolvi pedir uma atenção redobrada do FBI. Acredito que temos os melhores detetives nas nossas polícias especiais. Contei com isso para recuperarmos Sasha. Infelizmente não foi tão simples ou fácil como eu imaginara. A investigação tomou tempo demais e eu via a angústia do meu amigo aumentar. Vi Antonny perder a cabeça e quase entrar em desespero. Agente Beckett, você foi a única pessoa que trouxe conforto ao meu amigo desde o inicio. E mesmo afastada, não desistiu. Não que isso tenha sido algo correto ou esperto mas você acreditou. Graças a você, Sasha está conosco hoje sã e salva e a justiça foi feita. Apenas posso agradecer, agente Beckett, por arriscar sua vida pela filha do meu amigo. Obrigado de verdade.

- Senhor, eu apenas fiz o meu trabalho. Sentia que Sasha ainda estava viva e queria encontra-la. Não fiz tudo sozinha – ela colocou a mão sobre a de Castle olhando para ele – tive ajuda. Na verdade, se não tivesse encontrado Castle na noite que decidi continuar trabalhando para achar Sasha, eu nem sei o que poderia... não vem ao caso agora.

- Kate não diga isso, foi você que tirou Sasha daquela casa em chamas. Não eu, você arriscou a própria vida – Castle interveio.

- Poucos fariam o que você fez agente Beckett. Sei disso por experiência própria. Quando lhe agradeço, não estou falando como presidente ou seu empregador,estou falando como pai. O pesadelo que Antonny viveu não desejo a ninguém. Tenho duas filhas e não consigo imaginar tudo o que passou pela mente do meu amigo.

- Sei muito bem o que o Sr. Wilson passou e sou solidário a sua dor – Castle olhou para Antonny sorrindo de modo compreensivo – ano passado minha filha foi vitima de sequestro e não desejo isso ao meu pior inimigo.

- Ah, a agente Beckett estava com você na época? – perguntou Michelle.

- Sim, mas o caso de Alexis foi bem diferente de Sasha e com todo o respeito senhor, o FBI não ajudou em nada no meu caso também. São burocráticos demais, cheios de regras como se seguissem um livro de instruções – ele sentiu um beliscão na perna e olha para ela – ai! – Antonny riu da reação dos dois.

- Tudo bem, agente Beckett. Aprecio a sinceridade de seu namorado. Foi ela quem o ajudou, Sr. Castle?

- Indiretamente sim, mas como disse eram circunstâncias diferentes. Ela já me salvou várias vezes de situações de perigo e também de ser preso injustamente por armação de um criminoso que conhecemos no passado. Tivemos muitas aventuras em New York.

- New York? Não vivem em Washington? – Antonny intercedeu para responder ao presidente.

- A agente Beckett trabalhava como detetive na NYPD onde Castle era seu parceiro ajudando a resolver crimes em nome da pesquisa para seus livros até uns sete meses atrás quando Stack a convidou a concorrer a uma vaga na Federal. Ambos são de New York e moram em DC agora. 

- Ah, entendo. Há quanto tempo estão juntos? – perguntou o presidente.

- Mais de cinco anos, quase seis – Castle respondeu olhando para ela – é isso.

- E quanto tempo de noivado? – era Michelle que perguntava. Um olhou para o outro antes de responder.

- Seis meses.

- Nossa! Cinco anos pra noivar? Só espero que não leve o mesmo tempo para casar.

A mesa toda riu. E Castle respondeu.

- Não, apesar de saber o que me fez demorar tanto pra pedi-la em casamento. Kate sempre foi louca por mim, mas tivemos apartamentos explodindo, tiros, uns percalços com a CIA, ex-namoradas e ex-namorados.

- Castle! – ela chamou a atenção dele. 

- De qualquer forma, casamos em maio.

- Que bom – disse Michelle quando uma das organizadoras se aproximou dela e disse algo – Obama, acabo de ser informada. O jantar está servido.

- Ótimo, hora de dizer algumas palavras – ele se levantou e pegou sua taça de bebida pediu silêncio e começou a falar – Caros amigos presentes, serei breve com as palavras. Este é um jantar de agradecimento ao trabalho excelente de uma agente que não mediu esforços para salvar nossa Sasha, filha do nosso amigo Antonny. São pessoas como Kate Beckett que me fazem ter orgulho do nosso país. Por favor, Agente Beckett venha até aqui.

Kate se levantou e foi até o presidente ficando ao lado dele. Estava sem jeito. Obama virou-se para ela e tirou uma caixinha do bolso. Abriu-a e seguiu falando.

- Gostaria de lhe entregar essa medalha de honra ao mérito como um gesto de agradecimento pelo seu trabalho e dedicação no caso de Sasha. O que você fez é admirável e hoje não falo como presidente e sim como pai. Obrigado – estendeu a caixinha com a medalha para ela e Kate recebeu uma salva de palmas do salão. Castle levantou-se e tirou varias fotos do presidente cumprimentando-a – agora aproveitem a noite, o jantar está servido.

O jantar correu muito bem. Boa comida, bebida, conversas interessantes, uma noite realmente agradável. Algumas pessoas vieram até ela conversar e agradecer além de parabeniza-la. Kate também conseguiu aproveitar um pouco do tempo para se dedicar apenas a Castle e disfarçadamente ela dava carinhos a ele. Estavam tomando o café com licor quando Antonny a abordou e pediu para que o seguisse até um outro lugar reservado. Kate obedeceu trocando olhares intrigados com Castle que deu de ombros. Antonny a levou ao salão oval.

- O que estou fazendo aqui? – ela perguntou ao ver o presidente de costas observando a águia que é o símbolo do país. Virou-se para ela.

- Agente Beckett, eu pedi para o Antonny trazer você aqui para termos uma conversa a sós e profissional. Eu examinei seu currículo e sei de toda a sua trajetória na polícia e como chegou ao FBI. É uma profissional admirável como poucas que já vi. Em seu campo é bem difícil se destacar especialmente por ser mulher. Isso também foi algo que fez seu chefe imediato trata-la de maneira inapropriada. Diante disso, imagino que será complicado para você voltar a trabalhar na divisão que ele chefia. Eu estaria mentindo se dissesse que não gostaria de vê-la em nosso time em Washington mas nossas vidas são feitas de escolhas e prioridades. O que fez merece uma recompensa muito maior que uma medalha. Então, tenho uma pergunta para você. Se pudesse pedir uma coisa, qualquer coisa para você ao presidente o que seria? Estou disposto a aceitar qualquer sugestão.

A pergunta pegou-a de surpresa. Era isso mesmo? O presidente dos Estados Unidos acabara de dizer a ela para pedir algo a ele? Era meio louco acreditar, surreal. Respirou profundamente e mergulhou no passado. Imagens dos momentos de tristeza que passara há quinze anos ao lado de seu pai, as fotos do corpo de sua mãe naquele beco, suas lutas, sangue derramado, pequenas vitórias. Quinze anos procurando por justiça que poderiam ser solucionados em menos de um minuto. Tudo o que devia fazer era dizer o nome de seu maior inimigo. Kate Beckett tinha a chance de pedir a cabeça do senador Bracken e vingar a morte de sua mãe. Acabar com uma injustiça e seu sofrimento desde que entrara para a polícia. Então, ela se lembrou de outro desejo ainda mais importante que não afetava apenas a sua vida, uma decisão que faria de seu futuro algo mais certo e perfeito. Prioridades, pensou.

- Senhor, eu poderia pedir algo que almejo desde que entrei para a polícia mas essa seria uma decisão egoísta. De certa forma, eu ainda tenho controle sobre ela. Seria um ato de justiça porém isolado. A experiência no FBI foi excelente, apesar do problema de adaptação e dos desentendimentos com o agente Stack, eu aprendi muito e sei que posso contribuir muito para o meu país trabalhando para a Federal.

Viu que o presidente olhava atento para ela enquanto falava. Ela tomou coragem e disse o que seu coração queria.

- Mas Washington não é o meu lugar. Sou nova-iorquina de alma e coração, Castle também. Crescemos lá, temos amigos e nossas vidas estiveram sempre naquela cidade cosmopolita. Em breve iniciaremos oficialmente nossa vida a dois e não posso exigir que ele fique vivendo de avião em avião. Meu casamento não pode ser baseado na ponte aérea. Preciso viver cada momento ao lado dele, como vi minha mãe fazer com meu pai. Decidi que a partir de agora, somente o “nós” importa. O que gostaria de lhe pedir era um lugar no FBI, mas em New York. Esse é o meu desejo.

- Agente Beckett, sou um amante dos Estados Unidos e todos os dias busco os melhores para servir esse país. Você está entre os melhores. Também sou um homem de família, de raízes. Entendo seu ponto ao dizer que DC não é seu lugar. Será um prazer tê-la trabalhando em qualquer lugar do país porque saberei que você estará lutando por justiça. Amanhã mesmo o Antonny cuidará da sua transferência para o escritório de New York e vou recomenda-la a um grande amigo meu que é um dos diretores de lá.

Beckett estava lutando para segurar as lágrimas. Voltar para New York era muito bom mas poder viver junto de Castle e seus amigos era melhor ainda.

- Senhor, eu não sei como agradecer. Não tenho palavras...

- Apenas continue buscando justiça para aqueles que precisam. Considere isso como um presente de casamento e seja feliz.

- Pode contar com isso, Mr.Presidente – só assim ela relaxou, estendeu a mão para cumprimenta-lo, Obama fez o mesmo sorrindo.

- Agora vamos voltar para a festa pois tenho certeza que devem estar estranhando nossa ausência, especialmente seu noivo ele é muito curioso e algo me diz bastante ciumento. Com razão, eu reconheço.

Ela riu e deixaram o salão oval da Casa Branca. Ali naquele lugar, o destino de muitos foram decididos. Essa noite, Kate Beckett podia dizer que o seu e o de Castle também entrariam nessa estatística mas para ela, eles não seriam apenas um número. Era o inicio de uma nova fase de suas vidas. Assim que pisou no salão, Castle veio ao seu encontro para saber o que o presidente dos Estados Unidos queria com ela.

- Nada Castle, assuntos federais. Vem, quero comer mais sobremesa.

A noite seguiu seu curso e apesar da insistência de Castle, Kate conseguiu domina-lo e esconder a novidade dele. Queria ter certeza de tudo para então dar a notícia a ele. Juntos, procuraram o presidente e a primeira dama para se despedirem.

- Foi uma noite adorável, Mr.Presidente.

- Concordo, sempre é bom conhecer americanos honrados como vocês dois e quanto aquele assunto, cumprirei minha palavra e você a sua, agente Beckett.

- Sim, senhor.

- Espere um minuto – disse Michelle fazendo sinal para uma de suas assessoras – Sr. Castle, poderia assinar a minha cópia de Deadly Heat? – entregou o livro a ele. Castle trocou um olhar com Kate e ela apenas balançou a cabeça e sorriu. Sempre a estrela, pensou.

- Com prazer. Após assinar, eles tiraram uma foto juntos e deixaram a Casa Branca.    

Os dias corriam normalmente para os dois. Castle negociava sua ida a Califórnia para completar sua turnê, Kate continuava indo ao FBI mas para resolver sua transferência. Ela conhecera o Diretor Assistente do escritório que trabalharia e fez uma entrevista prévia através de via vídeo conferência. Estava quase tudo acertado. Faltava apenas a data para que ela se apresentasse lá já que deveria fazer uma nova mudança. Tinha uma nova reunião na parte da tarde e estaria tudo fechado.

Quando chegou em casa, por volta das seis da noite Kate encontrou Castle trabalhando avidamente no teclado de seu notebook. Concentrado ao extremo com uma caneca de café quentinho sobre a mesa de centro. Sem qualquer cerimônia, ela pegou a caneca bebeu o líquido e deixou-a novamente sobre a mesa.

- Hey! O que tem de tão interessante nesse notebook que você sequer me cumprimentou quando cheguei? Cadê meu beijo?                        
- Oi, estou revisando o texto da primeira HQ de Nikki, está ficando ótima – ele não tirou os olhos da tela empolgado – espere até eu mostrar o primeiro protótipo a você, Kate.

- Isso terá que esperar, Castle – ela fechou o notebook, tirou-o do colo dele e colocou sobre a mesinha. Ele a encarava sem entender. Kate firmou o joelho no sofá e fez o mesmo com o outro encaixando seu corpo ao dele, sentando no colo. Ela colocou uma das mãos sobre o peito dele, na outra um envelope pardo, sacudiu-o na frente de Castle – isso é para você, na verdade para nós. Abra.

- Surpresas Kate? Sabe que eu adoro surpresas.

- Tenho certeza que vai amar essa. Nós dois iremos – ele tirou duas folhas com o logo da American Airlines com números de confirmações de voo.

- São duas passagens para New York. Vamos visitar os rapazes? Espere...são somente de ida, Kate – ele mexeu o envelope a procura de outra folha e olhou para ela intrigado.

- Arrume suas malas, Castle. Estamos voltando a nossa cidade, a big Apple. De vez.

- Mas e o seu emprego na federal?

- Você está falando com a mais nova agente do escritório de New York. Agradeça ao presidente. Ele disse que era seu presente de casamento para nós.

- Mas eu pensei que você quisesse ficar em DC, especialmente depois do seu prestígio e...

- Aqui nunca foi meu lugar, Castle. O presidente disse que poderia escolher algo e eu o fiz. Escolhi você, escolhi a nós. Meu lugar é na cidade que eu amo ao lado do homem que eu amo. Vamos para casa, Rick.

Emocionado, ele a beijou apaixonadamente.


Continua....

4 comentários:

Unknown disse...

Aiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii que lindoooooooooooo!!!! Tô eufórica, com vontade de gritar!!! kkkkkkkkkkkkkk
Perfeitooooooooo, AMEI!!!
Que bom que ainda teremos mais um capítulo, pois agora tô doida p ver esses dois em NY, junto dos amigos!!!
Será q tb veremos a festa de casamento?? Espero que sim..
Parabéns pela estória!! Como sempre vc consegue prender minha atenção do início ao fim!! Sou fã das suas fics!!!

Unknown disse...

O que fala de um cap. tão perfeito como este???
Serio,fiquei sem ar em varios momentos. Kate foi perfeita as palavras dela meu coração falhou algumas batidas,chorei junto com ela pelo simples fato de que foi encontrado o verdadeiro significado da palavra"Nós",foi melhor do que eu imaginei muito,muito melhor.
E o momento hot,muito digno de ler eles são lindos juntos,Kate sambou na cara daquele idiota amei...E o jantar com o presidente? Que chique foi incrivel,meu amor por Bex cresceu quando ela optou por Castle e não por destruir o desgraçado do senador...Devolta a NY <3

cleotavares disse...

Uauuuuuuuuu! Adorei.Perfeito! Perfeito!

Unknown disse...

Uauu,isso foi incrível.a forma como a Kate pede desculpa e o que significa o verdadeiro "nós" foi perfeito. A melhor fic.Esperando o 12° capítulo.