Nota da Autora: A partir desse capitulo vcs verão uma abordagem sobre a SF e a proximidade do hiatus. Imagino que ao todo serão pelo menos 3 capitulos para colocar a reação de tudo em fic, fora algumas outras coisinhas... este está um pouco light, afinal ainda me recupero do choque. O próximo deve estar mais angst... enfim, enjoy!
Cap.24
O clima do set não podia estar
melhor. Havia um misto de alegria contagiante pelo clima descontraído do
episódio contrabalanceado com a ansiedade de mais uma season finale. A jornada
de trabalho de mais uma temporada estava chegando ao fim. Para Stana, essas
duas semanas tinham alguns sentimentos diferente dos seus colegas de elenco e
produção. De todos na equipe, ela foi quem sempre torceu pela união de Castle e
Beckett. Entrar nesse clima definitivamente mexia com ela. Aliado a isso, ela
começava a sentir falta dessa dinâmica. Férias eram sempre bem-vindas porém
pela primeira vez em muito tempo, ela não estava tão animada assim e o motivo
tinha nome e sobrenome. Nathan Fillion.
Não chegaram a conversar sobre
como lidaria com seu relacionamento durante o recesso. Ela sabia que ele tinha
vários compromissos agendados nos Estados Unidos após o fechamento das
gravações. Assim como ela pretendia viajar para ver a família.
As gravações durante a semana
foram acontecendo de forma aleatória. Ela gravara com o pessoal cenas no
distrito, na prefeitura com Nathan para tirar a licença e várias cenas com
Eddie quando Beckett decide resolver a situação de seu divórcio com a
personagem dele. Eddie era tão brincalhão quanto Nathan e ter os dois
aprontando no estúdio transformou momentos exaustivos em algo mais brando.
A medida que as filmagens
avançavam, Stana se sentia mais emotiva. Seja pelo clima do episódio, seja por
ver seu tempo ao lado de Nathan se esgotar. Em meio a tudo isso, havia seu
aniversário. Dessa vez, não seria comemorado no set e ela temia não poder passa-lo
com ele. Ela estava tomando um café pensativa na mini copa quando ele chegou.
Nathan já havia reparado que naquela quarta ela estava mais introspectiva.
Conhecia aquele olhar muito bem para saber que ela estava preocupada com o que
se aproximava. O momento da separação. Tentando tirar um pouco do peso nos
ombros dela, ele decidiu propor algo que a faria relaxar um pouco.
- Hey... você está muito calada
hoje. Cansada com certeza mas o dia está longe de terminar.
- Eu sei, por isso vim atrás de
café para recobrar minhas forças.
- Sei que tem mais que cansaço
aí. Tenho algo para te propor. Como iremos ter uma semana e tanto de gravações
o que você acha de fazermos uma farra no fim de semana. Eu, você e Anne.
Comemoramos o aniversário dela e os nossos. Vai ficar difícil arranjar outra
hora e não gosto de falhar com as minhas promessas.
- Nesse sábado?
- Por que não? Ou você tem
alguma supertição em comemorar o aniversário antes da data?
- Você está me dizendo que irá
comemorar meu aniversário com a minha sobrinha, é isso?
- Sim, mas isso não significa
que será a única comemoração – ele se aproximou um pouco mais dela
aproveitando-se do fato de estarem sozinhos – anime-se, Staninha. Cadê aquela
alegria da segunda-feira? Estamos ainda no meio da semana. A nossa tarde
promete ser muito divertida. Vamos filmar com as strippers! Ela o olhou
entortando a boca e deu um soco no braço dele – ouch!
- Deixe de assanhamento.
- Hum, começou a melhorar.
Quanto aos nossos outros assuntos, conversaremos depois. Vem, logo. Não podemos
começar sem você.
- Você não tem ideia do quanto
isso está mexendo comigo não Nathan?
- Au contrair. Ma cherrie.
Tanto sei que estou aqui querendo te animar e ver um sorriso nesse rosto lindo.
Vamos com calma, experimentando o dia e rindo das situações que eles nos
trazem. Bom humor, Staninha. Nada de sofrer por antecipação. Se precisarmos
chorar, choraremos por algo que realmente mereça.
- Eu queria tanto te beijar
agora....
- Aparentemente, você está.
Pelo menos na minha imaginação – ele tirou a caneca das mãos dela e colocando
as duas mãos em seus ombros a conduziu para fora da mini copa e rumo ao set da
boate de strip. Ao chegar lá, viu que Dara conversava com duas moças. Uma delas
certamente faria o papel de stripper. Ao vê-los, Dara foi logo reclamando.
- Finalmente! Onde vocês
estavam? Nathan eu te dei uma unica missão. Trazer Stana para o set em cinco
minutos. Por que demoraram tanto?
- Adivinha quem eu encontrei se
afogando no café? – ele ficou ao lado dela e apontou brincando para Stana –
você sabe o quanto é dificil persuadir um viciado não Dara? Ah, isso não
importa. Missão cumprida. Podemos ensaiar a cena?
- Claro mas antes conheçam
Sarah. Ela fará o papel de Saphire, a stripper do pastor. Espero que vocês se
comprotem porque Eddie já tocou o terror por aqui hoje.
- E você está pedindo pro
Nathan se comportar? Ai, Dara é a mesma coisa que dizer para uma criança não
enfiar o dedo na tomada – Stana falou e Sarah gargalhou.
- Stana! O que a convidada vai
pensar de mim?
- Que você é incorrigivel.
Somente a verdade. E fique de olho porque ele pode aprontar com você, Sarah.
Muito prazer – ela estendeu a mão para a moça que a cumprimentou sorrindo –
pronta para deixar esses marmanjos babando não?
- Até parece, quem rouba a cena
aqui é você. É um prazer conhece-la. Acho Beckett uma personagem incrivel. Um
exemplo de mulher e ela se torna ainda melhor por causa de você. Oh meu Deus!
Olhe pra mim, pareço uma fã idiota. Nem acredito que estou aqui...
- Sarah, não se sinta boba. E
não me coloque num pedestal. Beckett é criação de Marlowe, meu trabalho é dar
vida a ela.
- É exatamente isso que a torna
tão especial – disse Sarah.
- E quanto ao Castle? Você não
gosta dele? Ele é um cara charmoso, amoroso... – Stana olhou para ele e revirou
os olhos.
- Sério? Competição? Ah,
homens!
- Que ego não? – disse Sarah
rindo – Estou brincando! Adoro você também Nathan, é uma honra de verdade.
- Sarah acho que vamos nos
divertir muito nesses dias – disse Stana abraçando a atriz e olhando para ele
provocando. Nathan aproximou-se dela e cochichou.
- Para onde foi aquela nuvem
negra que pairava na sua cabeça?
- Alguém me disse para ficar de
bom humor...
- Não disse nada sobre alfinetadas
– resmungou o que fez Stana rir.
E se divertiram mesmo. Deram
altas risadas e gravaram por longas horas. Apesar de cansados, eles acabaram
ficando pelo menos mais uma hora no set fazendo um pequeno lanche encomendado
por Dara. Em meio a descontração, Sarah não resistiu. Seu lado de fangirl a dominou
e com o celular na mão, ela começou a tirar várias fotos dela com o pessoal da
tecnica, com os cameras, no set e claro com o elenco. Eddie, Stana e Nathan não
poderiam escapar. O proprio Eddie quis registrar os momentos. As fotos foram
espontaneas, cheias de sorrisos e brincadeiras. Sarah ficara impressionada ao
ver a interação de todos em especial de Nathan e Stana. Muitas vezes, bastava
um olhar para que entendessem como deveria proceder em cena. Eles se conheciam
demais, sabiam os limites um do outro.
Uma das cenas mais engraçadas
que gravaram foi o momento da polidance. Foi impossível para ela controlar o
riso ao ver a própria Stana acabar com a cena ao dar uma cotovelada em Nathan
dizendo “Fecha a boca, Nathan!” não deixando outra alternativa ao diretor despois
das risadas descontroladas, senão dizer “corta”.
No dia seguinte, eles ainda
filmariam mais duas cenas e Sarah colocou em sua cabeça que não iria embora
daquele set sem conseguir uma foto com aqueles dois. Ela estava aguardando ao
lado de Dara para gravar sua próxima cena ao lado de Dara enquanto observava os
dois em plena gravação.
- Como podem ser tão perfeitos?
Eles se entendem por gestos, olhares.
- Dá gosto de ver não? –
perguntou Dara.
- Sim, ainda por cima formam um
casal lindo. Não posso sair daqui sem uma foto com esses dois.
- Boa sorte com isso.
- Por que? Eles não tiram fotos
juntos? – Sarah parecia surpresa.
- Não é isso. Só espero que
você consiga pegar os dois ao mesmo tempo, do jeito que está o ritmo aqui, se
piscar vai perde-los de vista.
- Não mesmo! Ao ouvir o corta,
Sarah já correu para perto do diretor. Sabia que entraria em cena em seguida e
fez questão de estar próximo a eles. Mas como a própria Dara previra, nem
tivera tempo de conversar com eles. O auxiliar de direção a puxou para assumir
seu lugar e logo gravarem a cena. Sarah, porém, não desistira. Assim que ouviu
o “corta”, agarrou o braço de Stana e chamou por Nathan que estava tomando água
no canto do set. Ao vê-lo se aproximar, ela fez a cara mais apropriada para
implorar por uma foto com os dois.
- O que foi, Sarah? – ele
perguntou.
- É meu último dia aqui. Gostaria
muito de tirar uma foto com vocês... por favor... – Nathan se fez de
desentendido afinal ele e Stana tinham um acordo quanto a fotos juntos. Era
mais um dos vários cuidados que os dois mantinham para evitar comentários e
especulações. Seja de fãs ou da imprensa.
- Você já não fez isso ontem?
- Fiz com cada um de vocês,
quero os dois na mesma foto – Nathan olhou para Stana disfarçadamente – tenho
que registrar um momento tão especial como esse.
- Sendo assim, você vai ter que
pedir para o Nathan bater ou não estaremos todos na mesma foto.
- Ah que ótimo! Aqui está meu
celular – ela o entregou para Nathan que estava um pouco surpreso com a rapidez
que Stana tinha concordado com a foto, ela era sempre reservada e relutante a
essas coisas. A chance de cair nas redes sociais era enorme.
- Stana fique bem juntinha de Sarah
para que eu pegue a todos nós – ela obedeceu – atenção... sorriam! E ele bateu
a foto. Assim que entregou o celular para a dona sorriu ao ver a cara de
felicidade dela e não pode deixar de notar que sua namorada também estava
feliz. Bem diferente do olhar perdido que vira naquela manhã. Isso era muito
bom.
- Ah, ficou linda. Obrigada,
obrigada! E abraçou cada um deles com muita força – não vou esquecer essa
experiência com vocês. Juro. E não se preocupem, meus lábios não revelarão nada
desse episódio antes de ir ao ar. Sarah seguiu saltitando pelo set olhando a
foto em seu celular. Nathan e Stana se entreolharam e riram do jeito da atriz
que mais parecia uma adolescente fanatica naquele momento.
A próxima gravação eram cenas
internas de Stana e Eddie. Sendo assim, Nathan acabou indo ao seu camarim
descansar um pouco. Também aproveitou o pouco tempo livre que tinha para ligar
para sua assistente Michele e rever alguns compromissos que precisava avaliar
se aceitava ou não, além é claro de reservar algumas datas específicas em sua
agenda pessoal.
Ao final daquele dia de
gravações, Rob os reuniu e explicou que entre as gravações de sexta estava a
cena no celeiro. Era uma externa que seria filmada à noite com Nathan, Stana e
Eddie. Durante o dia, focariam nas cenas internas na casa de Rogan. Frizou a
importância de estarem preparados para varar a madrugada portanto o melhor que
tinha a fazer agora era ter uma boa noite de sono. Eddie se despediu de todos e
Stana fez o mesmo mas no estacionamento foi surpreendida por Nathan.
- Já confirmei o nosso
compromisso sábado – ela deu um pulo sentindo o coração disparar.
- Nathan! Quer me matar de
susto?
- Desculpe. Preciso ligar para
Anne. Convida-la apropriadamente.
- Por que não liga?
- Preciso de você, esqueceu?
- Ah, é verdade. Me segue e
ligamos lá de casa.
- Tudo bem assm posso dar aquele
beijo que você estava desejando mais cedo – ela roçou a lingua nos próprios
lábios e sorriu entrando no carro.
Apartamento de Stana
Ela chegou e foi logo para o
banheiro. Queria tomar ao menos um banho antes dele chegar. Conhecia Nathan o
suficiente para saber que não chegaria logo atrás dela. Por certo pararia em
algum lugar para pegar comida. Ela gostaria de estar à vontade quando ele
chegasse. Conforme previra, quinze minutos depois que saiu do banheiro já de
pijamas, a campainha tocou. Lá estava ele com uma sacola de papel. Comida
chinesa.
- Ah, namorado perfeito...
estava mesmo com fome. Entre.
Ele deixou a sacola sobre a
mesa de jantar ao ver Stana já pegando os pratos e copos. Ela abriu a geladeira
e tirou duas cervejas de lá. Ao colocar tudo sobre a mesa e oferecer uma
longneck a ele, foi puxada pela cintura e teve seus labios esmagados pelos
dele. Suspirando, ela se entregou ao beijo.
- Melhor agora? – ele perguntou
ao afastar seus lábios do dela.
- Bem melhor – abriu a cerveja
e bateu com a garrafa na dele antes de tomar o primeiro gole. Sentaram-se à
mesa e apreciaram o pequeno banquete que ele trouxera. Estava tudo ali, todos
os seus pratos chineses preferidos incluindo a sobremesa, banana caramelada.
Enquanto faziam a refeição, ele aproveitou para questiona-la sobre a atitude no
set.
- Fiquei surpreso por aceitar
tirar a foto com Sarah numa boa... aliás com a sua mudança de humor também.
- Decidi seguir seu conselho e
encarar tudo com bom humor. E Sarah é realmente uma graça. Gostei dela. Quando
ela perguntou sobre a foto eu pensei, ah que mal pode ter? Estamos em clima de
final de temporada. De certa forma, tudo é festa pelo menos até agora.
- Gosto bem mais de te ver
assim do que com aquele olhar perdido embora saiba que ele está escondido aí em
algum lugar – roubando um pedaço de camarão do prato dela, ele continuou –
falei com Michele hoje. Tive que confirmar alguns compromissos. Pelo menos três
comiccons para participar.
- Nerd! – ela tentou brincar
mas tinha medo de que ele desse uma notícia ruim depois disso.
- Recebi um convite para o Late
Show, David Letterman. Vai ao ar em maio. Devo ir a New York por volta do dia
sete, estou esperando a confirmação da passagem. O que acha de passear pela big
apple comigo?
- New York? Mas Nathan eu disse
que vou para Sérvia ver minha familia, meus amigos.
- Você não precisa ir logo após
o fim das gravações. E o seu aniversário?
- Pretendia passar lá – ela
falou sem fita-lo não percebendo dessa forma a decepção no rosto dele. Na
verdade, ela não estava preparada para encara-lo. Esse era um dos seus planos
mas sinceramente esperava que ele propusesse algo melhor. Por um momento achou
que estava sugerindo New York para comemorarem. Ao ouvir maio, ela se
desencantou.
- Olhe para mim, Stana – ele ficou
esperando até que ela visse a cara de decepção dele – vai realmente passar seu
aniversário longe de mim? Do outro lado do oceano? Pensei que...
- Ainda não tem nada resolvido
mas não tenho muitas opções não acha? – ela não suportou ver o semblante dele
daquele jeito e decidiu por dar a Nathan o benefício da dúvida – você está
cheio de compromissos, não tem como desistir deles.
- Já desisti de alguns e posso
muito bem encaixar alguns dias para a minha namorada entre eles. Basta ela
querer. No dia 26 por exemplo minha agenda está bloqueada – ele sorriu ao vê-la
arregalar os olhos - Vamos fazer assim, vou propor uma espécie de agenda, uma
sugestão de férias para nós dois. Esse ano é diferente dos demais, Staninha.
Não somos apenas companheiros de cena, temos um relacionamento e mesmo tendo
que manter segredo ainda quero passar parte desse hiatus com você. Nós
encontraremos tempo, o melhor para nós dois.
Ela suspirou. Nem em um milhão
de anos ela esperava um dia ouvir isso de Nathan. A sensação era incrivel, como
se um fogo brando aquecesse seu coração. Sorriu.
- Tudo bem, proponha. Agora
temos outro compromisso a agendar. Vamos ligar para Anne?
- Não vai comer sua sobremesa
primeiro?
- Já passa das nove, ela deve
estar na cama pronta para dormir.
- Tem razão, ligue. Ela pegou o
celular e discou o numero da cunhada. Optou por ligar para o celular dessa
forma Anne não precisava deixar seu quarto para falar com eles. Privacidade era
importante para que pudessem conversar. Assim que a cunhada atendeu, Stana
perguntou como estavam as coisas e disse que queria falar com Anne.
Antecipadamente, pediu desculpas por estar ligando aquela hora mas estava
saindo muito tarde do trabalho e os próximos dias não seriam diferentes, até
piorariam. Não houve reclamação do outro lado. A vozinha da sobrinha veio logo
em seguida.
- Alô? Tia?
- Hey, docinho. Tudo bem com
você? Estava com saudades.
- Anne também tá com saudades
da tia. Anne pensou que a tia não queria mais falar com ela... já disse
desculpa, tia Stana – a ligação estava no viva-voz e Nathan perguntou porque
dela e Stana fez sinal para não se incomodar.
- Não, eu já desculpei você.
Tenho trabalhado muito. Você está sozinha em seu quarto? Sua mãe está por
perto?
- Não, Anne tá sozinha. A porta
está encostada.
- Tem alguém querendo falar com
você...
- Olá, princesa...
- Tio Nathan! Anne tá com
saudade.
- Sim, estamos todos com
saudades de você por isso ligamos. Tenho um convite para você. Lembra do que
prometi sobre a nossa festa de aniversário? O que acha de comemorarmos no
sábado?
- Mas não é meu aniversário, só
dia 20. E o da tia dia 26!
- Sabemos disso, docinho mas eu
e Nathan estaremos muito enrolados no trabalho e com vários compromissos.
Podemos comemorar antes sem problemas. Você não quer ir para a casa dele no fim
de semana?
- Vai ter bigadeio, tio?
- Claro que sim, tudo o que
você quiser. Bolo, sorvete, hot dog, balões está bom?
- E presentes? Não vai ter
presentes?
- Não sei, o que você acha
Stana? Ela me prometeu um beijo e um abraço. Posso dar o mesmo de presente para
ela não? – a menina não deixou Stana responder.
- Nãooooo, isso não vale. Anne
é criança, tem que ganhar presente. E brinquedo! Os dois não aguentaram e
começaram a rir.
- Então a regra não funciona
para você. Espertinha hein? Mas tudo bem, vamos pensar no seu caso. Sua tia
pode avisar sua mãe então?
- Pode. Mas tio, são dois
presentes. Um seu e um da tia.
- Olha só! Estou bem arranjado
com essas mulheres da familia Katic... te espero no sábado, princesa. Chame sua
mãe para falar com Stana. Um beijo.
- Outro tio. Manheeeeeee.... Stana
tirou o telefone do viva-voz e conversou com a cunhada. Ela disse que tudo bem
porém queria que Stana levasse a menina de volta na tarde do domingo pois à
noite ela tinha um compromisso e Anne iria com ela. Stana não se importou,
disse que passaria por lá umas dez da manhã.
- Pronto. Só teremos que
encurtar o tempo da festa e comprar presentes. Como faremos isso? Estamos com
as gravações a todo o vapor. Nem sei o que irei comprar para ela.
- Se decidirmos o que queremos,
posso pedir para Michele comprar. E não se preocupe com as coisnhas de comida,
tenho tudo sob controle. Tinha pensado em comprar um lasertag para ela.
- Mas isso é presente de
menino. Como vou explicar que dei esse presente para ela? Teria que ser algo de menina,
- Diz que ela escolheu isso
porque brincou com uma coleguinha quando estava no seu apartamento. Mas você
tem razão temos que encontrar algo de menina para ela. Uma boneca talvez? Tipo
aquelas Barbies?
- Não, Anne não se liga em
Barbies. Talvez uma boneca de colo, estilo bebê. Tinha umas lindas na Toys ‘r’’
Us pareciam bebês de verdade.
- Se você escolher, mando
comprar. Pegue o seu ipad e veja logo na internet. Vou buscar a sobremesa para
você.
Stana fez o que ele sugeriu e
teve um trabalho difícil em escolher apenas uma. Todos os bebês eram lindos sem
exceção. Reduziu sua escolha para dois e acabou optando por um com olhos azuis.
Nathan salvou a figura e a referência e enviou por email para Michele
juntamente com a solicitação de um lasertag. Ela terminou a sobremesa e
recolheu os recipientes deixando o espaço limpo. Ao terminar, puxou-o pela mão
direto para o quarto. Já foi entrando e beijando-o, queria tirar a sensação de
tempo perdido e retribuir com gestos as palavras doces que ouvira dele durante
os últimos dias. Jogaram-se na cama e continuaram o amasso até que Nathan
livrou-se das roupas que ela vestia. Foi o convite para fazer amor que ela
esperava.
Meia hora depois, ela estava
deitada ao lado dele. Nathan brincava com os dedos dela. Stana se virou usou o
nariz para mexer com ele inspirando o perfume do pescoço, um cheiro amadeirado
misturado a suor. Deixou os dentes roçarem no maxilar e acabou por apoiar a
cabeça no peito dele. deslizando as pontas dos dedos para cima e para baixo,
ela respirava tranquila ouvindo as batidas do coração dele. Na sua mente porém,
pensamentos estranhos se formavam mesclando sua vida pessoal e a profissional.
De repente, ela criou coragem e perguntou para o homem que parecia ter
adormecido.
- Nate, você acha que Marlowe
pode decidir por não casar Castle e Beckett? – ele não respondeu – Nate, hey
está dormindo? – ela levantou o rosto para fita-lo, tinha os olhos fechados.
Ela o beliscou de leve fazendo-o abrir os olhos.
- O que foi?
- Estava pensando acha que
Marlowe pode não querer casamento nesse episódio?
- Por que essa ideia agora?
- Não sei, uma sensação que
tive. Ele seria capaz disso depois de tudo o que já aconteceu a eles?
- Depende, o casamento é um
evento muito esperado pelos fãs e por eles. Podia ser um bom modo de acabar a
temporada já que não se tem a renovação da série ainda. Seria uma espécie de
final feliz. Por outro lado, o que faria o telespectador querer voltar a
assistir a série em setembro?
- O fato deles estarem casados
para mim é uma excelente justificativa. E nem comece com essa história que a
série não será renovada. Sei que vai. Os números mostram isso.
- Mas todo o final de temporada
precisa de um cliffhanger, algo emocionante que cause suspense. Você sabe bem
disso. E Marlowe também. Por que não deixa isso de lado? Temos excelentes
escritores para pensar nisso. Você devia estar pensando em descansar ou em me
fazer carinhos – ele percebeu que ela não se convencera ao ouvir o longo
suspiro que dera – hey – ele ergueu o queixo dela fazendo-a fita-lo – o que
está te incomodando? Não é só a série, certo?
- Deixa pra lá, você tem razão.
Deviamos estar dormindo. O dia amanhã será pesado – Stana virou-se para o lado
puxando um dos braços dele consigo indicando que gostaria de ser abraçada. Ele
a envolveu como gostaria e cheirou seus cabelos, ela virou-se para beija-lo e
disse – boa noite, babe.
- Boa noite, amor – Nathan
sabia que aquela conversa ainda não terminara. Tinha uma vaga ideia do que
poderia estar preocupando e talvez ela nem imaginasse o que estava rondando a
mente dele também. Iria devagar com ela, faria com que aceitasse a viagem a New
York mas antes precisava convence-la a passar o dia 26 com ele.
Apesar de fechar os olhos,
Stana demorou-se a dormir. Estava ansiosa para vestir-se de noiva, ao mesmo
tempo que tinha medo do que poderia sentir ao se ver dessa forma. Havia um
conflito de sentimentos internados nela que mexia com a vontade de ter o seu
conto de fadas pelo menos na ficção. Não sabia onde sua relação com Nathan os
levaria, nem se duraria muito tempo que dirá “para sempre”. Acreditava no amor
que existia entre eles mas resistiria ao tempo? Ao fim da série? Portanto,
independente do que aconteceria no futuro, ela esperava poder ao menos na pele
de Kate Beckett se ver casada com o amor da sua vida, na tela e fora dela.
Casar-se com Castle era realizar uma fantasia de menina. Para ela, ele era o
seu exemplo de príncipe encantado.
A sexta-feira foi um dia muito
corrido no set. Receberam mais uma parte do script que deveriam filmar até a
madrugada. Estavam em uma fazenda ao norte de Los Angeles, a noite começara
agradável numa temperatura por volta dos vinte graus. Com muitas risadas e
momento de descontração entre eles, ensaiaram por diversas vezes as cenas onde
Kate e Castle encontram Rogan amarrado e também a cena onde os três tornam-se
prisioneiros. Eddie, Nathan e Stana pareciam estar bem à vontade durante todo o
tempo que estavam realizando as filmagens externas, mesmo enquanto esperavam a
equipe arrumar e aferir os equipamentos buscando as melhores posições e
checando a luminosidade do local.
Isso tudo até atingirem a
madrugada. Por volta das duas da manhã, a temperatura caiu para a faixa dos
quinze graus e a sensação termica era de doze devido ao lugar descampado e ao
vento. Stana se recriminou por não trazer um dos sobretudos de Beckett, as mãos
estavam geladas e sentia o corpo tremer. Ela se enroscava da melhor maneira
possível com as roupas do corpo. Nathan também tinha frio mas trouxera um
casaco além do blazer que usava. Ele tirou a peça de roupa e colocou sobre os
ombros dela.
Sentindo a mudança instantanea
da temperatura, ela virou-se para fita-lo e sorriu.
- Obrigada, mas você não ficará
com frio?
- Sou um homem previnido – ele
mostrou o casaco de couro que havia deixado sobre uma das cadeiras do set
improvisado, vestiu-o – melhor agora?
- Muito melhor, exceto pelas
mãos. Parecem que vão congelar.
- Aqui, coloque-as junto com as
minhas. O couro e o contato com outras mãos ajuda a esquenta-las.
Stana fez o que ele sugeriu. Foi
extremamente delicioso sentir a pele dele junto a sua. Nathan envolveu as mãos
dela nas suas e manteve o calor do corpo colado ao dela. Aqueciam-se mutuamente.
Ela relaxou a tal ponto que recostou-se no peito dele fechando os olhos. O cansaço
começava a domina-la a ponto de não se importar com o que as pessoas ao seu
redor iriam pensar. Na verdade, elas nem perceberam exceto por Eddie.
O gesto de cavalheirismo de
Nathan não passou desapercebido ao amigo. Porém, Eddie não considerou a cena
que presenciava como algo estranho. Sabia que ele era elegante e educado como
todo bom canadense, não deixaria uma bela dama como Stana passar frio sendo
egoista a ponto de negar-lhe o casaco para se aquecer. Mais do que isso, ele
percebeu o quanto ela parecia confortável e relaxada junto dele. Esse momento
de companheirismo e cumplicidade não fora o primeiro que ele notara entre os
dois. Durante as filmagens no próprio estúdio, já demonstraram uma ligação
maior que extrapolava suas personagens. Um vínculo de amizade e conhecimento
percebidos em pequenos gestos. Eddie considerava o comportamento do amigo com
Stana algo totalmente natural. Afinal, eles trabalhavam juntos a mais de cinco
anos. Era fácil compreender o tratamento de um com o outro.
Stana suspirou quando Nathan
inspirou os seus cabelos e sussurrou.
- Eu podia ficar assim para
sempre.
- Eu também. Mas abriu os olhos
lembrando que eles não estavam totalmente sozinhos. Eddie estava bem próximo a
eles.
- Tudo bem aí, Eddie?
Sobrevivendo ao frio? – ela perguntou sorrindo.
- Sou um homem de corpo quente,
eu me viro com esse casaco mas confesso que meu amigo encontra-se em posição
mais favorável que eu nesse instante, KitKat.
Stana riu ao ouvi-lo chama-la
pelo apelido do script.
- Eddie não dê ideias, daqui a
pouco Nathan vai ficar me enchendo com esse apelido e acredite, você não tem
noção do quanto ele pode ser implicante.
- Ah, tenho sim. Esqueceu que
ele é meu amigo? Eles riram.
- Todos me amam. Não conseguem
ficar um minuto sem falar de mim – ela repetiu um gesto que já havia feito no
passado com ele, usou a cabeça para bater nele – ouch! Deixa de ser violenta.
- Se você deixar de ser
convencido... – e os três riram juntos. Nathan ouviu a voz de Andrew, o câmera,
chamando por eles.
- Chegou a nossa vez de
trabalhar. Vamos terminar isso logo, o cansaço está me matando.
- Disso não posso discordar –
ela disse e Eddie reparou que eles mantiveram as mãos dadas a caminho do celeiro.
Por volta de quatro e meia da
manhã, uma Stana caindo de sono chegava finalmente em casa e desabava na cama
sem ao menos trocar de roupa.
Por volta das dez e meia da
manhã, Stana parava o carro na esquina da casa de Nathan. Já tomara dois copos
de café e brigava com o resto do cansaço da noite perdida que sentia em seu
corpo. Anne a enchera de beijos e falava como um papagaio durante o caminho. Ao
tocar a campainha, Stana pode perceber a alegria e a excitação da sobrinha.
Quando Nathan abriu a porta, sentiu apenas o empurrão pelo choque de Anne ao se
jogar nas pernas dele.
- Tio Nathan!!! – ele a
suspendeu nos braços abrindo o caminho para Stana entrar. Olhou para ela e
sorrindo beijou-a.
- Bom dia, gorgeous. Café?
- Por favor! – se jogou no
sofá. Nathan ainda com a pequena nos braços, beijou-a e sentiu os bracinhos
agarrarem-se ao pescoço dele. Colocando-a sentada ao lado da tia, dirigiu-se
para a cozinha e acionou a máquina de espresso – nossa, já tomei dois copos de
café e ainda estou sonolenta. Aquela gravação de ontem acabou comigo. Não sei
se essa moleza é apenas cansaço ou posso estar adoecendo.
- Espero que seja o primeiro.
Não é bom você adoecer com esse ritmo frenético que estamos vivendo. E eu te
protegi do frio.
- Ainda bem. Eddie comentou
alguma coisa para você de ontem? Estava tão tranquila que nem pensei em
disfarçar ao estar encostada em seu peito – enquanto conversava ela acariciava
o cabelo da sobrinha que a enchia de beijinhos – não me arrependo porque eu me senti
muito bem ao esquentar meu corpo no seu ontem – ele se aproximou com a caneca
quente e entregou a ela, tomando o primeiro gole, fechou os olhos e suspirou –
eu poderia casar com essa sua máquina de expresso.
Ao ouvir o comentário da tia,
Anne a encarou e repreendeu-a quase imediatamente.
- Tia! Não se casa com uma
máquina. A forma certa é uma menina grande se casar com um menino também grande.
Se a tia quer casar tem que escolher um menino que nem o tio Nathan.
Ele não aguentou e gargalhou
puxando a menina para seu colo.
- Ah, Anne... estava com
saudades dessas suas frases de efeito – a menina franziu o cenho sem entender
nada do que ele falava, o que fez Nathan corrigir o que dissera – estou dizendo
que gosto de ouvir você explicar as coisas para sua tia. Você é muito
inteligente, sabia?
- Eu sei, mas a tia é mais
inteligente que Anne porque ela gosta do tio.
- Excelente ponto! – ele riu ao
ver Stana revirando os olhos.
- Anne, você devia me defender
– reclamou para a menina – em vez de ficar puxando o saco do Nathan.
- Eu sei, por isso disse que a
tia é inteligente se não gostasse do tio era burra e Anne não gosta de gente
burra – ela balançava a cabeça de um lado para outro reforçando seu ponto – não
mesmo. Nathan beijou-lhe a bochecha e provocando disse a mulher ao seu lado.
- Dois a zero, Staninha –
recebeu um soco no braço em retorno – vamos mudar de assunto antes que sua tia
fique irritada. Deixe ela terminar o café e vai ficar bem alegrinha – a menina
riu – agora me diga: por que você veio hoje aqui mesmo?
- Vim para o “anivesaio” do
tio, da tia e da Anne – ela falava tocando os dedinhos gordos como se contasse.
- Hum, mas você não trouxe
nenhum presente. Não é meu aniversário? – a menina revirou os olhos e com as
duas mãozinhas segurou o rosto dele entre elas.
- Tio, criança não compra
presente. Eu disse pro tio que dava beijo e abraço.
- E o que você está esperando? –
a menina apertou as bochechas dele com as pequenas mãozinhas e depois de um
carinho envolveu o pescoço dele com os bracinhos fechando os olhos em um abraço
apertado. Depois encheu o rosto dele de beijinhos, queixo, nariz, testa e
bochechas. Stana observava a cena com um sorriso nos lábios. A forma como
Nathan lidava com sua sobrinha a encantava e despertava nela um desejo que nos
últimos meses tornava-se cada vez mais constante, a vontade de ser mãe, de ter
a sua família. Mas não era por isso que estava ali. Brincalhona, foi sua vez de
implicar com a sobrinha.
- Hey... dá pra parar de beijar
meu namorado? Estou ficando com ciúmes.
- Mas é “anivesaio” dele, tia.
- Errado. Que eu saiba o
aniversário é meu, dele e seu. Por que só ele que recebe beijos de presente? A
menos que você não queira receber os seus – a menina arregalou os olhos – se
quiser seu presente terá que me beijar também.
- Essa sua tia é muito
ciumenta. Vá logo dar algum carinho a ela antes que fique com raiva de mim.
- E quem disse que quero beijos
apenas de Anne? Quero dos dois! – olhando para a menina, Nathan sussurrou
alguma coisa sem que Stana percebesse. Anne entendeu.
- Preparada? Um, dois e – ele
não chegou a dizer três ambos cairam sobre Stana, Anne beijava a tia e fazia
cócegas ao mesmo tempo, ele a torturava nos locais do corpo que ela não
resistia ao toque fazendo-a se contorcer no sofá, entre risos ela gritava.
- Nathan eu... vou... vou te
matar! E os risos encheram a sala. Foi preciso ela ficar vermelha e pedir
treguá para os dois a deixarem respirar depois do ataque. Mais calma, ela
recebeu um beijo estalado da sobrinha e um afago dele.
- O que nós vamos comer? A
festa de aniversário com bolo e brigadeiro só será a tarde.
- Ah, hoje é um dia especial.
Nosso almoço será lasanha.
- Vai cozinhar tio?
- No meu aniversário? Sem
chance! Vou ligar para um restaurante italiano que conheço que faz a melhor
lasanha da cidade.
- Oba, lasanha! Anne adora
lasanha aquela com carninha, como é mesmo o nome tia? “Bolomesa”?
- Bolognesa, princesa. É essa
mesma. Minha preferida. Vou já pedir. Quer algo diferente, amor?
- Não, lasanha está excelente.
Nathan pediu a comida e depois
do almoço, eles procuraram entreter a menina com diversas brincadeiras
diferentes dentre elas o famoso videogame. Dessa vez, Stana desafiou a Nathan e
teve a torcida de Anne para ajuda-la. Perdeu uma, ganhou outras duas. Em
seguida, foi a vez de Anne jogar com ele que gentilmente deixou a menina
ganhar. Ficaram nessa algazarra até umas quatro da tarde quando Nathan
cochichou ao ouvido de Stana para levar a sobrinha ao andar de cima para tomar
banho e arruma-la para a tal festa de aniversário “fique enrolando pelo menos
uma hora, isso me dará tempo suficiente para preparar o que preciso.” Esperando
a última partida terminar onde morreu de propósito, Stana levantou-se do sofá
oferecendo a mão para a sobrinha.
- Vamos subir para tomar um
banho, Anne? Está muito quente.
- Ah tia... quero jogar de
novo!
- Anne, você terá tempo
suficiente para brincar amanhã. Pensei que queria comemorar seu aniversário...
- Eu quero!
- Então vamos nos arrumar. Não
admito ninguém sujo e desarrumado na minha festa de aniversário. Nem você certo
Nate?
- Isso mesmo. Devia ouvir sua
tia. Quer ou não o seu presente? – ao ouvir a palavrinha mágica seus olhos se
iluminaram e largou imediatamente o controle sobre o sofá pulando ao lado da
tia e dando a mão para ela. Subiram as escadas conversando, a menina ia
saltitando feliz ao lado dela.
Stana não tinha pressa. Por
esse motivo, permitiu a menina tomar um banho especial. Encheu a banheira e
derramou uma espuma sabor morango. Deixou a sobrinha brincar o tempo que queria
com a espuma, deu o sabonete a ela e o shampoo. Pediu para ela brincar mas não
esquecer de lavar o cabelo. Aproveitou para tomar uma ducha bem gelada a fim de
espantar o resto do cansaço. Essa era a vantagem da mania de megalomaniaco de
Nathan, em um único comodo havia uma banheira de hidro, um chuveiro além de
todos os demais itens esperados em um ambiente como aquele. Ela enxugou o corpo
e enrolou-se numa toalha. Conseguira enrolar a menina por meia hora.
- Terminou Anne? Lavou o cabelo
direitinho? – a menina baixou os olhos desconfiada – ah! não fez certo? Perdeu
noção do tempo na brincadeira... tudo bem, que tal fazer isso agora? Quero ver
se você sabe se virar. Vai fazer seis anos e deve se comportar como uma garota responsável
e independente.
- Anne sabe lavar o cabelo .
Vou mostrar para a tia.
Encheu a mão com o shampoo
infantil e espalhou pelo cabelo. Da mesma forma usou o sabonete liquido
exageradamente mas Stana não ia brigar por isso. Finalmente a menina terminou o
banho e ela a enrolou numa toalha colocando-a em seu colo para secar os cabelos
tirando o excesso de água. Em seguida, foram para o quarto onde Stana ajudou-a
a se vestir. Escovou-lhe o cabelo e disse para ela se vestir enquanto secava o
próprio cabelo com o secador. Escolheu um vestido estampado de verão e calçou
uma sandália com um salto médio. A roupa de Anne era um lindo vestido vermelho
dado por ela semanas atrás. Ao ver os lábios da tia pintados de vermelho,
sorriu.
- Nossa! A tia está tão linda. Anne
gosta do batom. Por que a tia pode pintar a boca e Anne não? – Stana se agachou
para ficar a altura da sobrinha e penteando-a com a sua escova. Satisfeita,
falou.
- Você está linda, Anne. Vamos
fazer o seguinte, se você prometer que não conta para sua mãe, vou colocar
batom em você. Como um presente de aniversário. Que tal?
- Vermelho? – perguntou a
menina esperançosa.
- Sim, vermelho sabor morango –
Stana sentiu os lábios da menina pressionados na sua face.
- Obrigada tia. E pegando um
brilho simples que carregava em sua necessarie de maquiagem, pintou os lábios
dela usando as pontas dos dedos e mostrou o resultado no espelho – ficou tão
“boito”,tia... – ela consultou o relógio, já se passara uma hora e vinte
minutos.
- Pronta para sua festa de
aniversário? Vamos descer? – a tia deu a mão para a sobrinha e desceram as
escadas. Ela chamou por Nathan e o viu arrumado com uma calça jeans e uma blusa
polo cor de rosa. Estava lindo fazendo Stana suspirar.
- Vocês estão lindas. Prontas
para festejar? Me sigam até a área da piscina. Nem Stana sabia o que esperar e
como Anne tivera uma surpresa. Próximo a área de churrasqueira, havia uma mesa
comprida com uma toalha colorida repetindo os dizeres de Happy Birthday
espalhados em grandes letras. Sobre a mesa, um bolo enorme com três velas. Além
disso, pratos de brigadeiros, hot dog, pipoca e chocolates espalhados pela mesa
bem como refrigerantes e copos. A parede de trás estava repleta de balões
coloridos e uma enorme faixa com a frase “Happy Birthday, Princess Anne” com as
letras em cor de rosa. Ao lado da mesa, havia duas caixas de presentes.
A menina não sabia o que fazer,
olhava tudo boquaberta. Os olhos brilhavam ao contemplar tudo que via a sua
frente. Virou-se para olhar para Nathan e a tia. Eles sorriam. Fazendo a única
coisa que podia, Anne foi até eles e ficou por um longo tempo na visão de uma
criança admirando os dois.
- Isso tudo é pra Anne? É tia?
Tio? – Nathan se agachou na frente dela.
- É sim, Anne especialmente
para você, princesa. A menina o abraçou dando um beijo estalado na bochecha.
- Eu te amo, tio Nathan –
virou-se para a tia e repetiu o gesto fazendo-a se abaixar para ganhar o beijo
– também te amo, tia Stana.
- Amamos você, lindinha – ela
respondeu tentando segurar as lágrimas que enchiam seus olhos – vai lá,
aproveite. Coma quantos brigadeiros quiser – a menina saiu correndo até a mesa,
o que deu a chance dela virar-se para Nathan dessa vez sem se preocupar com as
emoções deixando uma lágrima escorrer pelo rosto – eu não sei o que dizer,
Nate. Eu não esperava, nada disso. I love you, babe – Nathan limpou o rosto
dela e recebeu um beijo doce nos lábios, beijo que se transformou em um carinho
apaixonado intenso, ao se distanciarem ela murmurrou – obrigada.
- Não precisa agradecer, fiz
porque gosto dela e de você. Nada substitui aquele olhar brilhante e feliz. O
seu e o dela. Mas a festa está só começando. Vamos aos presentes? – enroscando
os dedos dele aos seus, ele a puxou em direção à mesa. Stana pegou um
brigadeiro e enfiou na boca repetindo o mesmo gesto colocando o doce na boca de
Nathan. Anne estava saboreando um hot dog enquanto a tia a servia de
refrigerante. Ele chegou perto do bolo e pegando um isqueiro que tinha deixado
ao lado, acendeu as velas e chamou a criança para cantar parabéns. Eles
repetiram a canção três vezes, uma para cada aniversariante. Ao final da vez de
Stana, apagaram as velas juntos. Ele registrou o momento com o celular tirando
fotos. Depois, pegou o embrulho e sentou-se no chão da área forçando a namorada
e a menina a fazerem o mesmo.
- Anne, chegou a hora de abrir
seus presentes. Eles são meus e da sua tia para você. Escolhemos juntos. Tomara
que goste. Abra o primeiro – ele entregou a caixa retangular do brinquedo,
Stana sentara ao lado dele e apoiando a cabeça em seu ombro, observava o jeito
da menina rasgar a linda embalagem do presente. Ao perceber o que era, ela
abriu a boca espantada e sorriu para Nathan – um lasertag! Igual do tio?
Adorei! Podemos brincar? Por favor!
- Calma, Anne ainda tem outro
presente. Nem sei o que vou dizer para justificar a sua mãe a compra desse
brinquedo – ela colocou a caixa grande e quadrada na frente da menina – abra o
outro. Avidamente, o papel ia sendo destruído pelas mãos gorduchas desafiando a
curiosidade da pequena. A caixa era cheia de desenhos de bebê mas não deixava a
amostra do que se tratava. Era preciso abri-la. Stana ajudou a sobrinha e pode
ver, com satisfação, a reação inusitada da menina.
- Um bebê! É lindo, tia – viu a
criança virar a cabeça em diagonal observando os detalhes da boneca – é de
verdade, tia?
- Não, lindinha. É uma boneca
mas é tão bonita que parece de verdade. Vá em frente, pegue-a no colo. Com cuidado
e zelo, a menina pegou a bebê e segurou no colo como se fosse uma criança. Cheirou
o rosto do brinquedo e percebeu ficando ainda mais maravilhada que tinha
cheirinho de bebê. Anne acariciava os braços e as perninhas dela como uma mãezinha.
Deu um beijo na testa da boneca e voltou a olhar para a tia.
- Ela é linda, tia Stana. Uma menina.
- Sim, é uma menininha. Já sabe
como vai chama-la? - sem relutar, Anne respondeu imediatamente.
- Kate, o nome dela é Kate
igual a policial da tia – segurando a boneca, ela abraçou a tia beijando-a e
fez o mesmo com Nathan para em seguida falar – obrigada, tia. Anne está muito
feliz.
- Já que você está tão feliz,
que tal uma partida de lasertag? Deixe sua tia cuidando de Kate porque Anne
nesse momento eu te desafio a ganhar do campeão! Soltando um gritinho, a menina
entregou a boneca a tia e saiu saltitando pelo gramado atrás de Nathan. Eles perderam
a noção do tempo jogando. Stana separou para os dois generosas fatias de bolo
que eles comeram mais tarde depois de devorarem praticamente todos os hotdogs e
o balde de pipoca que existia sobre a mesa. Ela percebeu que a menina estava
exausta e depois de muito insistir, ela conseguiu convence-la que devia ir para
a cama.
Stana a despiu colocando a
camisola vendo o quanto Anne já estava sonolenta. Arrumou as cobertas e
beijou-a. A menina insistiu em dormir abraçada com a boneca. Antes da tia
apagar a luz, ela virou-se e repetiu o que já havia dito antes com um comentário
a mais.
- Foi a melhor festa para Anne.
Obrigada tia, te amo muitão e o tio Nathan também.
- Também te amo docinho mas
diga você mesmo isso a ele – Stana fez sinal para o namorado que estava na
suite ao lado, Nathan veio atende-la. Ao ver a menina já deitada, entrou no
quarto e debruçou-se na cama para desejar uma boa noite a ela. Beijou-lhe a
bochecha.
- Bons sonhos, princesa.
- Tio, dá boa noite pra Kate.
- Boa noite, Kate – beijou a
boneca e ergue-se sentindo os braços de Stana ao redor da sua cintura.
- Eu te amo, tio. Adorei a
festa. Melhor do mundo.
- Que bom, fico feliz. Agora feche
os olhos. Stana apagou as luzes e sairam de mãos dadas rumo à suite deles. Era a
vez de Stana demonstrar sua gratidão para ele. Jogou-o na cama e sorveu seus
lábios num beijo de tirar o fôlego. Ela estava sentada sobre as pernas dele, abriu
o ziper da calça tendo em suas mãos o membro que começava a se animar. Não se
importou com o fato da sobrinha estar dormindo no quarto ao lado. Tinha uma
única missão. Retribuir todo o carinho que proporcionara para ela nesses gestos
de hoje.
Na manhã seguinte, Anne os
acordou jogando-se entre os dois na cama do casal. Um festival de beijos foi
distribuido até conseguir arrastar a tia da cama para o banheiro. Seu objetivo
era leva-la para a piscina. Fazendo as vontades da menina, Stana a acompanhou
naquela manhã de domingo ensolarada. Sentara a beira da piscina vendo a menina
se divertir. Nathan apareceu em seus pijamas trazendo uma caneca de café para
ela.
- Começou cedo o dia não? –
entregou a caneca e beijou-a carinhosamente – bom dia, gorgeous. Como está a
nossa ilustre convidada?
- Se divertindo o máximo que
pode. Tenho que leva-la para casa às três. Vai sair com a mãe.
- Mas você volta para cá,
certo? Quero conversar com você sobre a proposta que comentei no meio da semana
e também temos que aproveitar ao máximo nossos tempo livre, a partir da segunda
vamos viver dias cheios. Aposto que Marlowe guardou as cenas mais intensas para
essa semana. Precisamos estar descansados.
- Tudo bem, eu volto – ele roubou
a caneca das mãos dela tomou um pouco do café sentindo os lábios dela roçando
no pescoço dele – ela vai já nos interromper.
- Não se eu mexer com ela
primeiro. Hey, Anne! Quer perder para mim numa guerra de água? Vou buscar as
nossas armas. Acordei com vontade de te dar uma surra hoje.
- Duvido! Anne ganha do tio
fácil fácil – ela subiu os degraus da escada da piscina numa rapidez que
surpreendeu Nathan. Ele foi até um armário próximo a churrasqueira onde havia
deixado as armas de brinquedo. A menina já estava ao lado dele preparando-se
para encher de água o equipamento e começar a diversão.
Eles brincaram correndo pelo
quintal jogando umas três partidas, exausto Nathan nem pensou duas vezes ao se
jogar de cabeça na piscina para se refrescar. Stana vendo que ele dava conta da
sobrinha, foi preparar o almoço. Duas horas depois, chamava a menina para tomar
banho. Na parte da tarde após saborear um almoço bem simples onde Anne devorava
as almondegas da tia, comeram bolo e brigadeiro do dia anterior. Logo após a
refeição, ela se sentou ao lado de Nathan no sofá com a sobrinha deitada em seu
colo segurando a boneca. Assistiam um filme na tv. Como toda criança, Anne não
era diferente e não conseguia ficar parada na mesma posição por muito tempo. Anne
sentou ao lado da tia e acariciava a boneca, beijando-a e ajeitando o vestido. De
repente, soltou mais uma de suas pérolas.
- A Kate é tão “boita”... tem
os olhos azuis igual aos do tio Nathan. Anne está treinando para ajudar a tia
Stana quando tiver seu bebê. Anne quer muito uma bebezinha, a tia podia ter
logo uma não? – ela olhou para a mulher ao seu lado – também acho que ela podia
se chamar Kate. Por que “demoia” tanto tia? Anne já é grande para carregar a
filha da tia Stana.
- Mas Anne eu nem casada sou.
- E tá esperando o que, hein
tio? – Nathan olhou para Stana como quem diz “e agora?”
- Já falamos sobre isso,
docinho. Eu e seu tio temos algumas outras coisas para resolver antes de tudo
isso acontecer.
- Como escolher um vestido e o
anel? – a garota perguntou o que fez Stana rir.
- Entre outras coisas, sim –
Nathan respondeu – mas gostei da sugestão do nome, Anne.
- Tia, promete que vai ter uma
neném antes do próximo aniversário da Anne? Por favor?
- Sua tia não pode prometer
isso, Anne. Mas quem sabe? – a resposta de Nathan para a menina fez Stana
virar-se para ele de olhos arregalados.
- Nate, não prometa o que você
não pode cumprir a ela... – ele apenas sorriu e o resultado daquele sorriso
arrepiou a pele de Stana da ponta dos pés até a nuca. Não querendo se ver no
meio daquele tiroteio incrivelmente complicado, ela chamou Anne para se
arrumar, já estava na hora de ir embora e não via a hora de se livrar dessa
saia justa.
Como combinara com Nathan. Ela deixara
a menina na casa da mãe e voltara para ficar com ele. Nathan a recebeu com um
beijo levando-a para o seu quarto. Sentados na cama, ele acariciou o rosto dela
e começou com o assunto ao seu entender mais simples, a comemoração do
aniversário dela.
- Depois de um ótimo fim de
semana, está na hora de programarmos nosso próximo evento não? Sua verdadeira
festa de aniversário, amor. Será nossa primeira vez comemorando essa data
juntos, somente nós dois.
- Nate, eu já te falei que
pretendo viajar.
- Stana, falamos que iriamos
procurar adequar nossas agendas durante o intervalo do trabalho para passarmos
um tempo maior juntos. Minha proposta é que você viaje em meados de maio ou
junho. Ficamos juntos no seu aniversário e depois você vem comigo para New
York. Podemos relaxar e aproveitar o melhor da big apple. Seria tão bom...
imagina, consegue nos ver?
- Parece que você já decidiu
tudo por mim ,não? – ela interpretou as palavras dele como uma ordem.
- Não, gorgeous é uma sugestão.
Não estou dizendo que você não pode viajar. Apenas acho que poderia adiar um
pouco mais a menos que tenha algum motivo muito importante por trás disso. Tem?
Há alguma coisa ou alguém que esteja necessitando da sua presença na Servia? Sua
mãe por exemplo estará lá?
- Não é isso. Você parece estar
me pressionando. Insinuando coisas – ele percebeu que ela estava nervosa, com
os ânimos alterados.
- Eu apenas fiz uma pergunta. Não
estou pressionando você, eu apenas gostaria de achar uma forma de nos ver, é o
nosso relacionamento poxa! A menos que exista algo que eu não saiba. Mudou alguma
coisa entre nós?
- É só que... – afinal ela não
sabia o que esperar – eu tenho medo! É essa a questão, tenho medo do que pode
acontecer se continuarmos esse contato tão próximo e ao mesmo tempo que temo a
distância entre nós, temo que tudo mude e seu interesse desapareça. Eu preciso
pensar.
- Stana você está me dizendo
que por medo prefere fugir? É por isso que você quer sumir? Viajar? – ela desviou
o rosto tentando disfarçar as lágrimas que já ardiam nos olhos mas Nathan não
perderia o foco. Se tinha algo errado, eles deveriam conversar sobre isso. Segurando
o rosto dela pelo queixo, ele a forçou para encara-lo. As lágrimas já desciam
pelo rosto – Stana, por favor, o que está acontecendo?
- E-eu não sei... eu não...
sinto muito, Nate... – e desatou a chorar.
Continua....