Nota da Autora: Nossa! Faz tempo! Leitoras, não me odeiem mas tive alguns percalços ruins e bons nesse período e nào consegui postar para vcs #ashamed... de qq forma está aí um capitulo emotivo. Não sei quando virá o próximo pois estou viajando na sexta mas prometo que farei o possível para adiantar mais um capitulo dessa fic. Certo mesmo só após o dia 21... enjoy!
PS.: Estava com saudades de escrever.... #winkwink
Cap.25
Ele deixou-a receber o impacto
das lágrimas e o sentimento que as acompanhava. Precisava que Stana
estravasasse o que a aflingia seja por palavras ou choro. Enquanto ela mantinha
o rosto entre as próprias mãos, ele acariciava de leve seu ombro demonstrando que
mesmo diante da suposta angústia que a tomava, não a abandonaria. Respirava
profundamente pensando na melhor forma de aborda-la uma vez que se sentisse
apta para isso. Não a forçaria a nada, seriam suas escolhas não dele. em algum
momento, ela teria a necessidade de falar ou de carinho. Não importava,
continuaria ali, esperando.
Nathan tinha razão. Tão logo o
arrepio e a emoção causados pelo misto de medo e aceitação começaram a
diminuir, Stana aproximou seu corpo do dele, buscando conforto, carinho e ao
seu modo, o perdão. Detestava parecer fraca diante dele como se fosse uma
menina indefesa e dependente. Mesmo sabendo que ele não a veria dessa forma,
vulnerabilidade era uma carapuça que não combinava com a sua personalidade. A
culpa era do sentimento avassalador que a dominava por dentro provocando
reações fisicas e emocionais que a faziam perder o controle. Assim como o
coração batia descompassado no peito sempre que ele a beijava ou tomava-a nos
braços, o sangue corria firme e quente através das veias sob a pele que
arrepiava instantaneamente após o toque. Sua mente entrava num conflito entre
racionalizar ou apagar de vez. Seu sentimento por Nathan fazia a mente parecer
dopada, como se a habilidade de pensar lhe fosse tirada e o que restara era
apenas uma sensação de leveza que a fazia flutuar em meio a um único
pensamento. O amor que a inundava e sua vontade de se entregar completamente.
Por isso o medo a atacara.
Quando o viu decidindo e fazendo planos pelos dois, sua mente interpretou como
se fosse a rendição. Não havia mais o que pensar, o que ponderar. Tudo parecia
acontecer muito depressa. E se a rapidez a levasse ao extremo fazendo com que a
relação perdesse o sentido? Ou pior, fazendo-o perder o interesse por estarem
juntos? Não, não e não! – ela gritava mentalmente para seu cerebro diante de
tanta besteira. Não poderia sabotar o que construiram até ali, não era justo.
Ainda com o rosto molhado das lágrimas, fitou-o e não conseguiu decifrar o que
se passava nos olhos azuis tão profundos. Será que o magoara? Isso a quebraria
por dentro pois era a última coisa que pretendia fazer com Nathan.
- Hey... Nate...e-eu sinto
muito. Desculpe.
- Você já disse isso e não há
nada que precise de desculpas – acariciou o rosto dela limpando parte das
lagrimas – melhor?
- Sim, eu não devia ter
desabado na sua frente. Não podia. Tem ideia do quão importante tudo isso é
para mim? Do quanto pode me cegar? Nós demoramos tanto tempo para chegar até
aqui, pensar que alguns meses longe um do outro pode destruir a nossa historia
me apavora. A ideia de você, por aí, solto no mundo em meio a fãs, amigos e
outras oportunidades me deixa insegura. Detesto admitir isso, mas estar com você
me causa esse sentimento. Não me arrisco em relaçòes, não me entrego
facilmente. Talvez seja o fato de estar tão apaixonada por você que me assusta
dessa maneira. Muitas vezes me sinto sufocada por esse sentimento, Nate. Ele
parece ser maior do que eu posso suportar... – percebeu a serenidade do rosto
dele ser transformada em aflição – de uma forma boa, devo dizer, mas ainda
assim capaz de me tirar o chão, de me puxar para uma espécie de penhasco onde a
minha vida está por um fio entre o medo e o amor. Isso faz o mínimo de sentido
para você? É claro que não, parece o devaneio de uma louca.
- Não diga isso. Você nem de
longe poderia ser considerada louca. Como disse antes, não existe motivo para
desculpas. Por que acha que suas preocupações são diferentes das minhas? Por
que assume que nada dessa insegurança me afeta? Pois para seu governo, me
consome. Não é fácil para mim estar com você. Uma mulher deslumbrante que chama
a atenção por onde passa. Você some no mundo e como fico? Já pensou nisso? Eu
não estou pressionando e muito menos desistindo de nós. Por trás do cara com um
monte de amigos está o mesmo garoto tímido e geek da escola, sabe o que é auto
defesa, Stana? É o meu nome do meio. Se você é insegura, o que dizer de mim? –
ao segurar o rosto dela com ambas as mãos, ele beijou-lhe os lábios
delicadamente – adoro sentir essas misturas de sentimentos, elas oscilam entre
a felicidade extrema e o medo avassalador. Tudo por causa de você. Desde que
começamos esse relacionamento eu posso afirmar que vivo em uma montanha-russa.
Dúvidas, paixão, futuro, amor. São palavras que definem um pouco do que se
passa pela minha mente todos os dias. Você transformou minha vida de farras e
futilidades em algo bom, real e possivel. Em meio a tudo isso, você me mantém apaixonado,
vivo. Sabe uma palavra que não faz parte do meu vocabulário depois que
começamos a nossa relação? Arrependimento. Eu ficaria bastante chocado se você
ao menos considerasse isso quando o medo a atinge.
Ela já se distanciara dele,
mantinha-se de costas como se o fato de não encara-lo a fizesse digerir melhor
a tensão existente naquele ambiente. Nathan queria respostas, no fundo as
tinham, porém esperava ouvir diretamente dela, sem qualquer sombra de dúvida ou
defesa aparente. Para isso, ele a instigaria até o fim.
- É isso que você quer dizer ao
expor a sensação conflitante que a domina? Por que apenas você deve sentir
medo? Aliás, por que você insiste em fazer papel da vítima? Odeio essa ideia
constante que você tem de querer se sabotar. Isso em psicologia refere-se ao
perfil do “coitadinho de mim”. Eu sei que essa não é você, não é a mulher que
eu amo. Pelo menos não poderia ser tão cego a ponto de me deixar ludibriar por
uma pessoa assim. O que mais eu preciso provar? Quem te feriu tanto a ponto de
fazer com que enxergue sempre o lado ruim das coisas? – ele começara a andar de
um lado a outro, o nervosismo aflorava nesse momento. Não podia deixar-se
vencer por ele, pela timidez – Olhe para mim, Stana e me diga. Seja sincera.
Stana sabia que isso era uma
pergunta apesar de não ser direta. Ele estava pedindo um resposta. Continuariam
ou não esse relacionamento. Ou era assim que interpretava tudo o que ele
dissera nos últimos minutos. Por mais chocante que parecesse, agora ela não
sentia a força do medo dentro de si. Não haviam sentimentos conflitantes.
Sentia um pouco de raiva por deixar com que ele a cutucasse tão profundamente
com suas afirmações. Sabia o que queria. Antes, contudo, precisava mostrar não
através de gestos, toques ou ação. Para que ele acreditasse nela, teria que ver
a sinceridade em seu olhar. Virou-se novamene para fita-lo. Ao fazê-lo, engoliu
em seco. Mantinha os olhos fechados por mais alguns instantes, tempo suficiente
para organizar seus pensamentos.
- Nate... – abriu os olhos – eu
te amo. Ser vítima, agir por impulso ou tentar sabotar a minha felicidade são
atitudes erradas, mecanismos de defesa. Você mais do que ninguém sabe a quanto
tempo estou sozinha. Fui magoada no passado, sofri. Isso é natural, afinal
somos seres humanos. Meu passado não deveria ser referencia para meu futuro,
não negativamente quero dizer. Mesmo assim, meu cerebro parece querer sobrepor
o meu coração. É exatamente nessas horas que o medo aparece, quando a minha
razão luta pra vencer a emoção de te amar. Isso não deveria me afetar, porém
aqui estamos nós. Em meio a uma briga sem sentido pleo simples fato da minha
mente permanecer raciocinando sobre algo que não tem lógica ou explicação.
Bastava sentir. Não existe amor com lógica. Amor é amor. Fim de papo.
Ele percebia a verdade daquelas
palavras assim que ela as começou a dizer. Era capaz de sentir a ansiedade
presente na voz, nos gestos inquietos que fazia. Era quase como se implorasse
para que acreditasse nela. No fundo, ele não precisava ouvir nada mais. Aquele
“eu te amo” já continha toda a sinceridade que ele pretendia ouvir dela.
Caminhou lentamente até estarem frente a frente, separados por menos de um
palmo de distância. Stana pode perceber a intensidade daqueles olhos azuis que
pareciam despi-la numa sensação estranhamente boa como se lesse sua alma.
- Amor. Somos duas pessoas bem
estranhas quanto a esse sentimento,não? Um é fútil o bastante para se esconder
atrás do papel de palhaço da turma para driblar a timidez até o ponto em que
finalmente aceite a rendição ao sentimento. O outro, prende-se a sentimentos
passados que em nada ajudam a construir o futuro. Dois teimosos, isso é o que
somos. Quanto a isso não há dúvidas.
- Sim, dois teimosos
apaixonados – ela completou sorrindo – será que agora podemos tratar realmente
do que nos interessa?
- Claro, mas continuo
insistindo na viagem para Nova York.
- Pensei que meu aniversário
fosse prioridade...
- E é, minha agenda está
bloqueada para você, Staninha.
Eles conversaram um pouco mais
sobre compromissos e agendas naquela noite antes de dormir. Havia pouca coisa a
acertar. Stana confidenciou a ele que estava avaliando um projeto de um filme
independente que deveria ser filmado na Italia durante o mês de junho, se
realmente fechasse o contrato, ficariam distantes um do outro de qualquer
forma. Nathan também estava cheio de compromissos, a maioria eventos de ficção
– comic cons – ela não se importava com isso. Já se acostumara com o jeito geek
do namorado por apreciar o gênero. Continuariam os acertos depois, ele estava
feliz por saber que Stana estava prestes a se render a Nova York.
O dia seguinte no estúdo
prometia manter a vibe romantica e em clima de festa da semana anterior, ou era
assim que Stana pensava sem saber que Marlowe estava prestes a provar-lhe o
contrário. Tinham algumas cenas com Eddie e Kate deveria se dedicar a prova do
vestidos para ajustes. Deveria passar a tarde toda com Luke. Pelo script e
também por uma breve explicação de Terri, ela soube que usaria algo novo e não
a roupa do episódio “Dressed to kill”. Stana não poderia estar mais satisfeita
com a troca mesmo sem conhecer o seu novo vestido. Diante da reação positiva,
Terri achou por bem revelar o que vinha pela frente apenas ao final do dia.
Após o almoço, Luke a recebeu em seu estudio para a primeira prova de um
Alberta Ferretti. Estava empolgada.
- Ok, Stana. Parece que os
escritores realmente concordaram com você ao decidirem queimar o vestido. Acredito
que você vai amar o modelo de Alberta que escolhi para sua personagem usar. É
clássico, belo e digno de Kate Beckett e porque não dizer, digno de Stana.
Preparada?
- Mostra logo isso, Luke! Para
que tanto suspense? Estou ansiosa!
- Tudo bem, cherrie. Vou
busca-lo – Luke desapareceu por uma porta voltando em dois minutos com um
daqueles sacos de proteção especial. Pendurou-o no cabide acessório e abriu o
fecho. Assim que o vestido armou, ela arregalou os olhos. Era lindo demais.
- Oh, Luke... é tão mais bonito
que o outro. Não, é lindo, um arraso – não sabia explicar mas seus olhos
começavam a encher de lágrimas.
- É maravilhoso e não aguento
mais esperar para vê-la vestida. Vamos, Stana mate minha curiosidade. Tenho
certeza que será a noiva mais linda que já vi.
Ela pegou o vestido e se
dirigiu a uma pequena área destinada a trocas na sala. Luke esperava
ansiosamente para desfrutar desse momento. Sabia que ela ficaria linda, Alberta
parecia ter desenhado esse modelo exclusivamente para Stana de tão perfeito que
ficara. Ele tinha razão. Ao sair do trocador, ela caminhava lentamente com uma
graça que apenas uma mulher da estirpe dela possuía. Luke suspirou e percebeu o
quanto ela estava encantada por ser uma noiva. Estendeu a mão para ela se
aproximar do espelho.
- Divina.... veja você mesma –
e apontou o espelho a sua frente. Stana se imaginava vestida de noiva algumas
vezes na vida, especialmente quando ainda namorava o seu ex. Chegou a sonhar
com o casamento. Porém, nada lhe preparara para aquele momento singular. Esse
era o segundo vestido que provava no set de Castle, gostava do primeiro mas nem
de longe ele provocou o que sentia nesse instante. De repente, ao ver sua
imagem refletida no espelho, não se sentiu uma atriz ou a personagem. A
projeção era de si mesma. A emoção aflorara na pele fazendo-a arrepiar-se. Um
calor reconfortante envolvia seu coração trazendo lágrimas aos olhos. Estava
feliz por poder ao menos representar na tela algo que não tinha certeza de
conseguir na sua vida real. Seus pensamentos se voltaram para Nathan. O
simbolismo nisso tudo chegava a ser um tanto assustador. Através da pequena
lente de uma camêra, ela se casaria com seu namorado na vida real de modo
fictício. Em que ponto sua vida alcançara o mesmo rumo de sua personagem? Como
Nate reagiria ao vê-la de noiva a sua frente?
De uma coisa, Stana tinha
certeza. Ela jamais esqueceria o dia do casamento de Kate Beckett pois ele
seria o seu, pelo menos em sua imaginação. Engoliu em seco e olhou para Luke
prestes a chorar.
- Pode chorar, querida. Não
conheço uma noiva que não se emocione diante do espelho ainda mais com um
vestido deslumbrante de Alberta. Você nasceu para esse vestido. Vou chamar Dara
para ver. Espere um minuto – sumiu pela porta sem dar a ela a chance de
protestar. Não reclamou, seria bom ficar sozinha por alguns minutos.
As mãos tocavam os detalhes
preciosos da frente do vestido seguindo pela cintura contemplando a saia fofa.
Balançava o corpo de uma lado a outro como se fosse uma menina quando colocava
um daqueles vestidos de princesa. Exceto que não era princesa alguma, ela era a
rainha do Castelo. Gostava do título, pensou sorrindo. A futura Mrs. Castle
intimamente se perguntava por que não a Mrs. Fillion? Definitivamente, esse
clima de casamento estava subindo-lhe à cabeça, fazendo-a misturar seus dois
mundos mesmo que nào pudesse negar o fato de que ambos colidiram em certo ponto
do caminho. Suspirou. Limpou em seguida as lágrimas que escaparam-lhe aos olhos
exatamente no momento que Dara chegara na sala.
- Wow! – foi a primeira reação
da amiga – você está extraordinária, divina! Oh, Stana... – aproximou-se e
percebeu que os olhos ainda tinha resquicios de lágrimas, ela se emocionara.
Quem poderia culpa-la? Dara sabia exatamente o que deveria estar passando na
cabeça dela diante daquele espelho ou ao menos tinha uma ideia – nem sei o que
dizer, ficou melhor do que imaginei. O que faremos no cabelo?
- Prenderemos em um penteado,
assim evitamos os apliques. E como acessório, teremos a mesma pulseira que
Beckett usou no aniversário de Castle. Para todos os efeitos, na minha cabeça
foi ele quem lhe deu a jóia. Você já tem a cena do vestido?
- Não – Dara respondeu antes
dela – vai receber hoje à tarde, amanhã iremos filma-la. Resolvemos colocar um
espaço no cronograma de gravações para pequenos ajustes, pelo que estou vendo
nem precisava. Vou ter quer falar para Marlowe liberar logo essas cenas – vendo
que Luke estava distraido com outras coisas, Dara cochichou ao ouvido da amiga
– daria tudo para ver a cara de Nathan quando a visse nesse vestido.... – as
duas riram, Stana também estava curiosa.
Saindo do pequeno espaço
entitulado de atelier por Luke, Dara foi direto a sala dos escritores em busca
de Marlowe e Terri. De alguma forma, eles deviam mudar seus planos de hoje.
Pelo que presenciara naquela sala, era melhor preparar o espírito de Stana para
receber o novo script com as próximas cenas.
- Hey, acredito que temos um
problema. Acabei de vir do atelier de Luke onde Stana provou o vestido.
- Alguma coisa errada com ele?
Precisa de mais tempo para ajustes? – perguntou Terri – tinha certeza que
ficaria bom para Stana.
- Não, o vestido está perfeito.
Caiu como uma luva, lembra até a história do sapatinho de cristal da
Cinderella.O problema é outro. Quando entrei na sala, ela estava a frente do
espelho contemplando a própria imagem. Percebi que estava emotiva, tenho
certeza que chorou. O ponto é que se você pretendia contar qual o final desse
episódio para eles hoje, sugiro mudar seus planos. Devemos aproveitar a emoção
dela para a cena com Susan.
- Dara se mudar o cronograma
teremos problemas, lembre-se que devemos filmar na fazenda para ideia dos
Hamptons. E está esquecendo outro ponto importante. E quanto ao book que
prometemos fazer da Stana vestida de noiva na própria fazenda para Alberta
Ferretti? Você ao menos contou que contatamos Mark para produzi-lo?
- Não, quis falar primeiramente
com vocês diante do que presenciei.
- Stana é uma atriz, muito
competente por sinal. Tenho certeza que ela conseguirá reproduzir as emoções
necessárias às cenas quando chegar a hora – Marlowe afirmou e ainda retrucou –
não entendo essa sua preocupação exagerada com a ordem das coisas. Dara olhava
desesperadamente para Terri em busca de apoio.
- Acredito que entendo a
preocupação da Dara. Você sabe o quanto a Stana é shipper, o quanto ela sonhou
com a união de suas personagens, o casamento. Convenhamos, acredito que não
apenas os fãs mas todos nós queríamos esse momento. Claro que Stana é uma
profissional porém, isso não a impedirá de pensar diferente de você. A emoção
de agora, com a prova do vestido, certamente não será a mesma de quando formos
filmar as passagens dos Hamptons. É apenas uma questão de timing.
- É Marlowe, mas a decisão
final é sua – disse Dara.
- Não podemos alterar nossa
programação, lembra que temos a agenda de Mark fechada para nós no periodo.
Essa é uma notícia que Stana irá adorar. Sendo assim, por precaução, estarei
usando-a para comunicar juntamente com a outra notícia de hoje. Ainda acho que
vocês estão exagerando.
- Bem, veremos. Eu penso que
você a está subestimando.
Por volta das sete da noite,
Nathan a encontra já saindo de seu camarim pronta para ir para casa.
- Onde pensa que vai?
- Para casa oras! Amanhã tem
mais – disse Stana.
- Não tão rápido. Marlowe está
nos chamando na sala deles.
- Ah, deve ser a entrega dos
scripts.
Quando chegaram na sala, estavam
Marlowe, Terri, Dara e Rob aguardando-os.
- Sentem-se e fiquem à vontade.
Preferi chama-los aqui depois das filmagens para que mantivessemos nosso
cronograma em linha. Estamos apertados nas gravações se quisermos fechar tudo
dia 11 – Stana reparou que ele tinha blocos de papel na mão, os prováveis
scripts. Viu quando se levantou aproximando-se do quadro onde estava plotado
toda a ação do episódio de uma forma macro. Um magnético de cor vermelha
sinalizava a entrega dos scripts como em atraso, enquanto que as filmagens das
cenas estava em amarelo. Em verde, apenas os figurinos – como podem ver, acabei
atrasando o texto, porém há uma explicação plausível. Preciso conversar com
vocês sobre as cenas finais dessa season finale, o nosso cliffhanger. Soube por
Dara que você gostou e aprovou o novo vestido, Stana.
- Sim, é lindo. Nem se compara
ao anterior, esse tem mais a cara de Beckett.
- Concordo. E tenho mais uma
surpresa para você...
- Vamos mostrar a lua de mel? –
ela já parecia empolgada.
- Não, tão rápido – ele sorriu
– estou falando do vestido ainda. Quando Alberta cedeu o vestido sabendo que
era para você, exigiu que fizessemos uma sessão de fotos com o mesmo para
divulgar o trabalho. Claro que aceitamos. Depois de conversar com Terri e Dara
chegamos a conclusão de quem deveria ser o fotógrafo. Na quarta partiremos para
as filmagens na fazenda e Mark nos acompanhará.
- Mark? – foi Nathan quem
perguntou.
- Sim, Mark Polish, amigo de
Stana e fotógrafo maravilhoso. Tenho certeza que Alberta gostará do resultado –
Marlowe percebeu o sorriso de alegria no rosto da atriz, realmente a pegara de
surpresa.
- Nossa! Mark! Que notícia
excelente! Adorei Marlowe – ela não conseguia conter o sorriso – Kate Beckett
será a noiva mais linda do ano. Mas, de que fazenda você está falando?
- Ops! Soltei um spoiler antes
do tempo. Vocês não poderão usar a igreja. O casamento será transferido para os
Hamptons conforme o roteiro que irei entrega-los agora.
- Isso está ficando muito bom.
Sempre quis o casamento deles nos Hamptons – afirmou Stana trocando um olhar
significativo com Nathan que sorriu retribuindo a visivel alegria da mulher ao
seu lado. O momento era tão bom que ela não percebeu a troca de olhares entre
Marlowe e Terri que sinalizava exatamente o problema que estava se desenhando à
frente deles, quase uma espécie de “eu te disse”.
- Parece que iremos ter uma
season finale em grande estilo mesmo – disse Nathan.
- Então, sobre esse assunto...
– ele viu o semblante de Marlowe mudar ao dizer essas palavras – preciso que
vocês entendam sobre o que conversaremos agora. O cliffhanger da série deve
ficar em segredo absoluto apenas entre nós. Se vazarmos, o impacto e a
repercussão podem ser catastróficos para a audiência. As personagens de vocês
vão passar por outro momento complicado.
- E quando que a relação de
Castle e Beckett foi simples? – retrucou Nathan.
- É verdade, mas será uma mudança
grande. Seu alterego, Nathan, irá sofrer um acidente deixando dúvidas de
sobrevivência. E será Kate a primeira pessoa contatada – ele pode ver a mudança
no semblante de Stana, o sorriso desaparecera e o rosto sério juntamente com a
típica mordiscada nos lábios já antecipava que ela não estava certa do que
aquilo poderia representar.
- Quando acontecerá isso? Logo
após a lua de mel ou após o casamento? Não que eu concorde em trazer mais
sofrimento para esses dois, mas precisamos de um incentivo para trazer os
nossos telespectadores de volta, certo? – ela disse e complementou – se bem que
são tão viciados que voltam de qualquer forma. Marlowe viu nas palavras dela a
oportunidade de vender sua ideia sem maiores problemas.
- Stana, não haverá casamento.
Um silêncio mortal caiu sobre a
sala. O escritor pode vivenciar a reação que a notícia causara nela. Stana
arregalara os olhos e abriu a boca em choque. Nada a preparara para ouvir essa
frase. Diante daquelas palavras, teve certeza que entendera errado a colocação
de Marlowe. Sentiu o estomago embrulhar. Dara observava a cena e já tinha ideia
do que aconteceria a seguir. Nathan segurou a mão dela por impulso.
- Não o que? Não... – ela
repetia com o olhar fixo em Marlowe. Precisava ter certeza de que não estava
delirando.
- Não haverá casamento, Stana.
Kate receberá a noticia do acidente quando estiver esperando Castle para a
cerimônia. Não tem casamento Caskett, pelo menos nessa season – ele respirou
fundo – olha, eu sei que essa talvez não fosse a noticia que você esperava, mas
a continuação da série precisa de uma nova storyline para substituir a de
Johanna e, puxa! Nathan mesmo já falou que as coisas são dificeis para eles,
uma possivel morte de Castle gera um novo angulo para a sétima temporada. Eu
sei que você queria o casamento, sei como se sente e....
- Sabe? Tem certeza? – ela se
levantou de supetão apontando o dedo na cara de seu chefe – não! Você não sabe!
Depois de tudo o que eles enfrentaram nesse episódio? Toda a preparação e todo
o sofrimento que foi enterrado com a prisão de Bracken? Agora quando finalmente
Kate iria aproveitar a felicidade por completo... como você pode fazer isso com
ela? Comigo? – os olhos de Stana já estavam mareados e seu rosto vermelho.
Marlowe foi pego de surpresa pela reação da atriz. Nathan a puxava pelo braço
tentando acalma-la, dessa vez sem efeito. Ela desvencilhou-se do toque e
continuou fitando Marlowe – como você acha que os fãs irão reagir? Isso vai...
isso... – não conseguiu completar a frase. Tornou a sentar respirando fundo. Não
sabia o que pensar, era como se tirassem algo dela. Uma sensação de derrota.
Sentiu quando a mão de Nathan tocou-lhe o ombro massageando-o procurando assim
diminuir a tensão que era visível, tinha os musculos duros como pedra.
- Stana eu sei que você como
nossa shipper queen reagiria assim. Nossos fãs também distribuirão ofensas a
mim, não duvido. O que não entendo é essa raiva súbita parece algo pessoal.
Kate é uma personagem, querida e você, uma atriz.
- Pra que um vestido tão lindo?
Toda a preparação... desculpa, Andrew. É pessoal sim. São seis anos esperando.
Uma ova que não é pessoal! – ela respirou fundo, engoliu a seco. Precisava colocar
a cabeça no lugar. Deixou completamente a emoção domina-la, um sentimento que
saiu pelos seus poros sem explicação para aqueles que estavam à sua frente.
Fechou os olhos por uns segundos tornando a abri-los em seguida – desculpe,
Marlowe. Eu não devia ter me excedido, agi mal. Você tem razão, sou uma atriz e
desempenho um papel, nada mais – o tom era seco e frio - O que você espera de
nós para esse episódio afinal?
Nathan sabia que o nervosismo
ainda persistia, quando saíssem dali, ele seria o responsável por coloca-la
novamente nos eixos. Centrada e pronta para o restante das filmagens. Seria uma
missão árdua mas faria por ela. Andrew seguiu explicando o que deveria
acontecer de acordo com o cronograma existente. As cenas foram distribuidas nos
números de dias ainda disponiveis naquela semana. Terminada as explicações, ele
perguntou se havia alguma dúvida. Ambos disseram que não. Dara se manifestou
alertando-os sobre a presença deles amanhã no estúdio para as últimas gravações
em L.A. antes de irem para a fazenda. Antes
de dispensa-los, Marlowe agradeceu.
- Obrigado aos dois pela
dedicação nessa reta final. E Stana, sua paixão pelo trabalho é incrível. Bom
descanso e vejo vocês amanhã cedo.
Assim que os dois saíram pela
porta, Marlowe virou-se para as escritoras um pouco constrangido. De qualquer
forma, tinha que perguntar.
- O que deu nela?
- Para um cara que escreve uma
história de amor tão linda, você às vezes é bem perdido, não? – disse Terri –
Stana é passional, especialmente quando se trata de Beckett e Castle. Esse
casamento é importante para ela, Andrew.
- Tudo bem, sei da devoção por
isso a elogiei mas Kate Beckett é uma personagem. Do jeito que ela falou
comigo, cheguei a pensar que o casamento era dela.
- E quem disse que não era, de
certa forma? – retrucou Dara – não se preocupe, Stana dará o seu melhor. Não se
trata de profissionalismo e sim de coração. Você terá o que deseja da atuação
dela – pegou a bolsa e despediu-se – vou nessa, até amanhã. Saiu jogando
beijinhos aos companheiros de escrita.
Nathan sequer perguntou se ela
queria carona. Automaticamente a conduziu até seu carro e rumou para casa. Permanecendo
calada por todo o trajeto, recostou sua cabeça no encosto do banco e fechou os
olhos. Estava com a mente a mil, depositara muita expectativa nesse casamento
da ficção. Para ela era a chance de sentir o gostinho de passar por uma
situação tão desejada com o homem que amava. Quantas vezes na vida teria uma
oportunidade assim? Depositava no casamento Caskett suas próprias esperanças e
seu real sentimento. Ansiava por observar o comportamento de Nathan, suas
reações e percepções. Iria além, esperava que a sensação de protagonizar o
matrimônio entre duas personagens apaixonadas provocasse nele a vontade de fazer
o mesmo na vida real. A quem você está enganando, Stana? – dizia a si mesma
mentalmente – ele não está pronto, mal se abalara com a proposta de Marlowe.
Sentiu a cabeça latejar, o
estomago embrulhar. Como poderia se deixar atingir tanto por algo ficcional?
Exceto que não era, ao menos para ela. Viu que Nathan já estacionara o carro na
garagem, sequer notara que estava na casa dele. Devagar, saiu do carro e ele a
conduziu até a porta guiando-a com a mão sobre a parte inferior das costas.
Subiu as escadas sem dizer uma única palavra, observando que ele ia atrás dela.
Tirou os sapatos, desabotoou a blusa para finalmente se pronunciar.
- Preciso de um banho, minha
cabeça está explodindo.
- Tudo bem, fique à vontade.
Ele a viu entrando no banheiro. Aproveitou para deitar na cama. Ela precisava
de espaço e estava disposto a dar um tempo para que se acalmasse. Arrancaria o
que rondava sua mente no tempo certo, a conhecia o suficiente para saber que
cederia a essa pressão que comprimia sua mente e o peito. Ainda não terminara
de expor seus sentimentos pois não o faria na frente de Marlowe. Decidiu descer
e preparar leve algo para o jantar, estaria com fome logo que deixasse o
banheiro.
A água morna descia pela pele,
as gotas atingiam os musculos como pequenas agulhas numa dança capaz de afastar
a dor que tomava conta da região do pescoço e ombros. A dor de cabeça era tanta
que precisava da batida constante do jato para tentar afasta-la. Após relaxar,
tinha consciência de que teria que encarar Nathan. Não que ele já não
desconfiasse dos motivos daquele pequeno show. Mesmo assim, devia-lhe uma
explicação. Enxugou parcialmente o corpo vestindo o robe de seda preta retirado
do armário sob a pia. Arrumou os cabelos com os dedos rapidamente e calçou um
chinelo. Ao não vê-lo no quarto, deduziu que estaria pela cozinha comendo. De
repente, percebeu que estava com fome.
Assim que desceu as escadas o
viu mexendo em algumas vasilhas. O cheiro do alho e azeite encheu sua boca
d’água. Sorrindo pela primeira vez desde a cena com Marlowe, ela caminhou até
onde ele estava e abraçou-o por trás beijando-lhe o ombro.
- O que você está fazendo?
- Um creme leve de aspargos –
ele a fitou – é bom ver um sorriso no seu rosto novamente. Sente-se, estou
quase terminando. Melhor, coloque a mesa para jantarmos. Se quiser, tem um
vinho branco na geladeira. Sirva para nós.
Ela obedeceu enchendo as taças
para ambos. Com a sua nas mãos, ela dirigiu-se a mesa e começou a arrumar o
jogo americano seguido de pratos e talheres. Nathan se concentrava em dar sabor
ao creme. Viu quando pegou a peça de queijo parmesão e a ralou em grandes
filetes, depois foi a vez das cebolinhas e coentro. Satisfeito, desligou o
fogão e despejou o creme numa tigela de vidro própria para sopa. Trouxe para
mesa enquanto Stana se preocupou em pegar o vinho e a taça dele. Com tudo
devidamente em seu lugar, ele sentou-se na cabeceira.
- Vamos lá, pode se servir. Stana
fez o que ele pediu e também quis servi-lo. espalhando um pouco do queijo
ralado sobre o creme, ela pegou a colher e provou – e então? Dá pra comer?
- Está uma delicia. Pode
provar.
- Hum, eu sou bom mesmo – disse
apenas para implicar e ver o sorriso no rosto dela. Levantou-se rapidamente da
mesa e correu até a cozinha voltando em um minuto com o pacote de pão italiano e
uma faca. Cortou varias fatias – tinha esquecido. Quer azeite? – não esperou
ela responder e despejou uma boa quantidade em um prato de sobremesa. Em
resposta, ela pegou uma das fatias de pão e molhou-a no liquido levando aos
lábios.
- Está perfeito – ela disse.
Por alguns minutos apenas saborearam o jantar sem qualquer conversa. Terminaram
de comer e estavam saboreando o vinho. De repente, ele se deu conta de que
Stana não deveria estar bebendo se estava com dores de cabeça. Levantou-se da
cadeira e foi até um armario da cozinha. Pegou um comprimido de
anti-inflamatório.
- Você não deveria estar
bebendo. Como está a dor de cabeça? – estendeu o comprimido na palma da mão.
Serivu um copo com água para que tomasse o remédio. Virando a pilula na boca e
bebendo o liquido, sequer contestou a observação dele respondendo em seguida.
- Melhorou mas ainda não passou
totalmente. Obrigada – afastou a taça de vinho da sua frente. Segurou sua mão e
a levou para a sala. Sentados no sofá, deixou-a apoiar no ombro dele fechando
os olhos. A palma da mão deslizava sobre o peito dele acariciando-o de leve e
sentiu o nariz dela inspirar seu cheiro.
Julgando que havia dado
bastante tempo a ela para recompor as ideias, decidiu puxar o assunto que
ficara suspenso desde a saída da sala dos escritores – creio que podemos
conversar sobre a cena de discussão durante a reunião de hoje. Olha Stana, eu
sei que você não gostou, entendo parte de sua frustração e da raiva pelo
simples fato de conhecer seu lado shipper muito bem. Fui pego de surpresa tal
como você e posso dizer que fiquei sem ação diante da notícia. Puxa! Castle vai
“morrer” no dia do casamento? Também sei que haverá um burburinho muito grande
na nossa base de fãs porém, alguma coisa me diz que não foi só o impacto da
notícia que mexeu com você. Pode falar.
- Nate, eu estourei com
Marlowe, reconheço. Como não poderia? Me senti enganada. Seis anos esperando.
Seis anos querendo isso. Kate não merecia isso, sofreu demais. Ela está pronta
para abraçar sua felicidade, uma nova etapa da sua vida com você como Castle a
seu lado. Não consigo esconder minha frustração. Nem comemorei o fato de ter um
photoshop para fazer com o Mark. Para mim é mais que umas cenas, mais que
ficção. Eu... – suspirou – eu me via nela. Na minha cabeça, essa festa, o
casamento é meu também. Sempre imaginei que ao me casar como Kate, estaria
realizando um sonho também mesmo pela personagem. Era um momento meu, íntimo e
pessoal – ele percebeu as lágrimas nos olhos, a emoção voltou a domina-la.
Stana se afastou um pouco dele para fita-lo nos olhos, ainda segurava a mão
dele mantendo os dedos entrelaçados – você talvez não entenda por completo. Não
sabe o quanto eu fantasiei sobre isso.
- Eu entendo mais do que você
imagina. Como havia comentado antes, sua reação foi além do que gostaria para a
personagem. Por que tenho a impressão de que quando fala de Kate, está no fundo
falando de você? É exatamente esse o sentimento que toma sua mente e seu
coração, não Staninha? Vejo isso nos seus olhos – ela pensou em abrir a boca
para contesta-lo porém sabia ser em vão – infelizmente, quando menos esperamos
somos surpreendidos pela vida. Esse é um desses momentos. Precisamos nos
adaptar a essa nova realidade e fazer nosso trabalho. Estar borbulhando emoções
pode ajudar apenas tenha cuidado para não transparecer aquilo que não gostaria.
E quer um conselho? Peça desculpas a Marlowe. Assim, ele não chega a desconfiar
do que há entre nós.
- Você acredita realmente que
ele não saiba? – perguntou enquanto deslizava a ponta dos dedos no maxilar
dele.
- Pela expressão que vi hoje em
seu rosto quando você estourou? Não. Ele não sabe, pode desconfiar sem a real
certeza – levou a mão dela até os lábios beijando-a e mordiscando as juntas dos
dedos – suba, vá deitar a fim de descansar para as gravações amanhã. Vamos
precisar, especialmente você.
- Por que não vem comigo?
- Vou arrumar as coisas aqui na
cozinha. Subo em dez minutos. Ela beijou-o nos lábios. Não era um beijo
qualquer de namorados que podia significar “te vejo daqui a pouco. Não, era um
pedido de agradecimento, um misto de emoções e gratidão, diferente e tão igual
a ela. Nathan não pode evitar o sorriso.
Dez minutos depois, encontrou-a
deitada na cama com o script em mãos. Estava concentrada lendo suas falas. Após
ir ao banheiro, deitou-se ao lado dela. Stana permanecia com os olhos fixos no
papel, provavelmente analisando diálogos e decorando suas falas. Escorou-se em
seu cotovelo, beijou-lhe a cabeça e permaneceu contemplando-a por uns segundos
antes de falar.
- Como está sua dor de cabeça?
- Bem melhor. Você já leu o
roteiro? Teremos poucas cenas para filmar ainda, uma bem emotiva. Não vi mais
cenas com você na fazenda, será que vão dispensa-lo? – Nathan percebeu no olhar
a preocupação dela, se estivesse certa, significaria que despediriam-se mais
cedo.
- Não, vi amor. Independente de
precisarmos gravar juntos ou não na fazenda, irei com você. Deixe-me pegar o
meu texto – ele se ergueu da cama e voltou com o bloco de papel que recebera
mais cedo, folheou alcançando direto as últimas paginas. Havia a sequencia da
cena do acidente e realmente não mencionava a participação dela – pelo que
posso ver aqui, nossa última cena juntos é a do telefonema.
- Seu script não tem todas as
cenas? – ela perguntou surpresa.
- Tem sim, porém está
sinalizado o que devo gravar. Pelo menos é o que imagino por conta do nome de
Castle estar em negrito. Novamente, não se preocupe. Estarei com você – folheou
as páginas e encontrou a cena deles que Stana considerou emotiva, ao lê-la
comentou – hum, teremos uma cena bonita... Castle e suas palavras ou seriam
minhas? – sorriu e pode constatar o mesmo sorriso transbordando de amor no
rosto dela – sei que temos trabalho pela frente, decorar falas especialmente
você mas precisamos descansar, Staninha – retirou das suas mãos o script
colocando-o sobre a mesa de cabeceira, acariciou seu rosto ajeitando os cabelos
desalinhados - E quer saber? Acho que conheço um remédio perfeito para acabar
de vez com essa sua dor de cabeça.
Nathan colocou o corpo sobre o
dela e tomou-lhe os lábios com avidez. O beijo apaixonado era sedutor, as mãos
desciam pela lateral do corpo provocando sensações que deixavam em alerta todos
os sentidos de Stana. Os poros arrepiavam-se fazendo o desejo escapar até a
superficie. Stana afagou os cabelos negros com os dedos trazendo-o para ainda
mais perto dela, se é que isso fosse possível, buscando por fôlego, ele quebrou
o beijo.
Em questão de segundos, passou
a viajar pelo corpo dela. Colo, seios, pele. Beijava-lhe suavemente o estomago
e as mãos massageavam os seios arrancando suspiros e gemidos. Stana fechara os
olhos entregando-se a uma onda de caricias e prazer que a tomava de maneira
sorrateira e crescia aceleradamente desanuviando-lhe a mente, relaxando-a por
completo. Cabeça, corpo e coração. Foi de maneira delicada que Nathan a
penetrou e a preencheu cobrindo-lhe o corpo de carinhos até leva-la ao climax
total. Queria afastar todo o aborrecimento que sofrera através do afeto.
Satisfeito, se acomodou junto ao corpo dela ainda quente e suado pelo efeito do
sexo, beijou-lhe o rosto e adormeceu em seguida.
Ela demorou-se um pouco mais.
Refletia sobre os acontecimentos do dia. Deixara transparecer a irritação
frente a Marlowe, um sentimento pessoal simplesmente porque era exatamente
assim que encarava o momento. Até ali, não demontrara abertamente para Nathan a
sua necessidade com relação a casamento, ainda tinha dúvidas se ele percebera. O
fato de afirmar que estaria com ela durante as cenas era um sinal de
compreensão, o que não explicava seu real entendimento da situação. Não seriam
como um passeio no parque esses últimos dias de gravação e a presença dele a
confortava. A emoção que julgara estar presente existiria porém de maneira
diferente. As cenas finais seriam marcadas por sentimentos complementares onde
a dor se sobressairia. Claro que independente de gostar ou não do resultado,
agiria como profissional, certa de que o seu lado pessoal atravessaria a linha
e se misturaria mesmo assim, caso contrário estaria negando a importância de
Kate Beckett na sua vida.
Raleigh Studios
9am
Stana já refizera alguns
diálogos por solicitação do diretor quando Dara se aproximou dela para avisar
que a van de transporte para a cena externa sairia dali a meia hora. Fariam uma
cena com os motoqueiros e outra somente dele e Nathan, logo soube que se
tratava da cena que lera ontem. Depois das tratativas formais, Dara se permitiu
fazer um comentário sobre o comportamento de Stana no dia anterior.
- Você está mais calma? Eu
tinha certeza que os rumos do episódio não a agradariam, disse isso a Marlowe. Acredito
que ele não entendeu.
- Não se trata de agradar
afinal, ele é o escritor e criador da história. O problema foi acreditar que
finalmente iria ver o que gostaria desde a primeira temporada. Não sou a única
a pensar assim. Talvez ele não compreenda a implicação ou a importância disso na
minha vida. Não se preocupe, Dara. Vou entregar o melhor de Kate Beckett.
- Nunca duvidei disso – sorriu
apertando de leve o braço da amiga em sinal de compreensão.
As externas correram bem.
Faltava apenas a cena entre ela e Nathan sobre o desabafo e os sinais sobre o
casamento. Ensaiaram umas duas vezes antes de gravar a cena final discutindo o
melhor angulo, luz e principalmente seu posicionamento e o modo como poderiam
atuar juntos. Sentindo-se preparada, Stana sinalizou estar pronta para filmar.
E o resultado saiu melhor que o esperado, foram as palavras do diretor. De fato,
não podia ser diferente. No entanto, durante a cena, Stana envolveu-se de
maneira tão intensa que seus próprios sentimentos afloraram, não houve como não
se emocionar ao ouvir Nathan recitar as palavras de Castle para ela e
repreender o que sentia. Naquele momento, a frase dele entrava pelos seus
ouvidos e tocava seu coração. Em sua mente, era Nathan quem falava para Stana.
Precisou respirar fundo, tomar
uma garrafinha d’água para acalmar o coração que tamborilava dentro do peito.
Ele percebeu como ficara mexida e constatou o quão difícil seria vê-la se
entregar para as cenas finais onde teria que encarar a suposta morte de seu
noivo na ficção. Acariciou a parte inferior das suas costas, sussurrando aos ouvidos
dela assim que percebeu estarem sozinhos.
- Eu realmente disse. Cada uma
daquelas palavras para você. Eram minhas, não do Castle. Lembre-se disso – pode
sentir o suspiro de satisfação expirado por ela.
Eram seis da tarde quando
retornaram ao estúdio. Foram recebidos por Terri que já os conduziu a sala dos
escritores para falarem rapidamente das filmagens do dia seguinte. Ao lado de
Marlowe, estava Mark escrevia alguns detalhes no quadro branco ao lado de fotos
que Nathan deduziu serem da fazenda. Conversavam animados sem dar atenção ao
que acontecia em volta deles. Ao vê-lo, Nathan não pode deixar de sentir uma
fisgada no estomago. A relação de amizade de Stana com o fotógrafo era forte e
do ponto de vista dele, íntima. Precisaria de auto-controle para não imaginar
ou enxergar algo que não existia. Obviamente fora bem transparente pois logo em
seguida, ela bateu de leve o cotovelo no braço dele como quem diz “relaxa, eu
amo você” e piscou com um pequeno sorriso formado nos lábios.
- Esse é o moço da confeitaria
francesa da esquina? – brincou para chamar a atenção do amigo. Mark virou-se
sorrindo ao ouvir a voz dela.
- Ma Petit! Não reconhece mais
um velho amigo? – ele aproximou-se dela e abraçou-a. Em seguida, beijou-lhe o
rosto segurando a mão dela na sua – pronta para trabalhar comigo mais uma vez?
Tenho certeza que você ficará linda de noiva – percebeu o jeito embaraçado de
Nathan e se antecipou estendendo a mão – como vai Nathan? – perguntou em um
arrastado sotaque francês.
- Muito bem, obrigado. Seja
bem-vindo ao set de Castle – Stana soltou a mão de Mark ficando ao lado de
Nathan para não criar qualquer ideia errada. Marlowe tomou a frente da conversa
para falarem de trabalho porém, foi interrompido antes mesmo de trocar a
primeira sugestão de horários com seu elenco.
- Marlowe, será que você
poderia vir aqui comigo um instante? – era Rob – preciso te mostrar uma
filmagem. Sua aprovação é importante.
- Claro – virou-se um instante
para os demais – volto já. Prometo que serei breve. Saiu da sala o que
proporcionou a chance de Nathan pegar café a fim de deixar Stana e seu amigo
mais à vontade e de certa forma, tirar um pouco da sensação estranha que se
instalou no local com a chegada deles. Educadamente perguntou.
- Aceita café, Mark? Nem vou
perguntar para você, Stana. Já sei a resposta.
- Não, obrigado. Se puder me
trazer uma garrafa d’água...
- Tudo bem – saiu em direção à
mini copa. Retornou antes mesmo de Marlowe com dois copos de café e a água. As
coisas pareciam melhores agora. Quando pensou em puxar conversa, o chefe entrou
na sala.
- Muito bem, vamos discutir a
programação de amanhã. Conforme a avaliação de Mark quanto a luminosidade e a
previsão do tempo... – continuou falando e apresentando as propostas sobre as
gravações na fazenda. Tanto Nathan quanto Stana deram suas contribuições e
sugestões. A tomada referente ao acidente deveria acontecer durante uma tarde
toda, o diretor ainda cogitava a possibilidade de dedicar uma manhã para
ajustes se necessário pois queria filmar de vários angulos e Nathan seria
primordial para refazer qualquer take. Nesse intervalo, Stana faria o
photoshoot com Mark além das cenas com Susan, Tamala e Molly. Apenas na quinta,
eles filmariam a cena do telefonema entre ela e Nathan para então na sexta
finalizarem as cenas com Stana. Após uma hora, Marlowe terminou a reunião e
dispensou a todos.
- Que tal um happy hour? –
sugeriu Rob.
- Para você cobrar da gente
amanhã quando estivermos caindo de sono? Sem chance – disse Stana arrancando
risadas de todos.
- Eu concordo com Stana – disse
Mark – preciso de uma boa noite de sono. Cheguei da Europa hoje de manhã e
ainda estou na onda do jetlag, para fazer as fotos tenho que estar de mente
limpa. Melhor descansar.
Despediram-se informalmente e
combinaram de estar no estúdio às sete da manhã. Como viera de carona com
Nathan até a esquina pela manhã, Stana tinha em mente pegar o metro para casa.
Nathan já estava no estacionamento. Entraria no carro e dirigiria até o cruzamento.
Enviou uma mensagem a ela avisando que a esperava. Enrolou o quanto pode para
que Mark deixa-se o estúdio antes dela. Queria falar com Marlowe sozinha.
- Marlowe, tem um minuto? –
perguntou.
- Pode falar, Stana – ela olhou
para Terri, a única pessoa na sala além deles, que compreendeu. Dando uma
desculpa, saiu da sala.
- Eu gostaria de pedir
desculpas pelo meu comportamento de ontem. Despejei minha frustração e raiva
sobre você. Não estava raciocinando porque fiquei extremamente irritada mesmo
que isso não justifique. Acima de tudo, você é meu chefe e a última palavra
deve ser sua. É o seu show e merecia respeito. Darei o melhor de mim.
- Nossa! Quanta formalidade!
Está tudo bem. Você me deu uma amostra do que devo enfrentar nos próximos dias
após o episódio ir ao ar. Apenas uma correção, o show é nosso. Sem você ou
Nathan, Castle não seria o sucesso que é. Vem aqui, minha shipper queen, dá um
abraço – agarrou a sua pupila pelo braço beijou-a na face – você é muito
especial. Vá pra casa que hoje seu descanso é importante. Está quase
terminando. Você terá suas merecidas férias e quanto a sua atuação, nunca tive
dúvidas, a filmagem de hoje prova isso. Maravilhosa como sempre. Minha detetive
favorita – beijou-lhe a testa.
- Também você a criou – rindo
com ele – vou nessa! Amanhã?
- Amanhã. Em dez minutos, ela
entrava no carro de Nathan.
Já preparados para dormir, eles
passaram o texto e namoraram um pouco. Aproveitando o momento de relaxamento,
ele resolveu puxar um assunto que estava esquecido por eles. O que fariam no
hiatus. Nathan tinha um plano e estava determinado a cumpri-lo.
- Hey, gorgeous... já parou
para pensar que temos apenas dois dias de filmagens pela frente? Por acaso já
pensou no que faremos nesse período de férias? Minha agenda está lotada, voou
sexta de madrigada para Utah, percorrerei algumas cidades em eventos de comic
con porém, não abro mão de uma coisa. O dia 26 está bloqueado na minha agenda.
Estarei em L.A. para ficar com você. Já lhe disse isso antes.Não abro mão disso
– acariciou os cabelos dela esparramados sobre o seu peito – vai realmente
viajar?
- Tenho que ir, quero passar um
tempo com a minha familia.
- Então viaje depois do seu
aniversário. Melhor ainda, viaje após passar uns dias em New York comigo. Será
difícil aguentar estar longe de você até julho. Eu irei para o Canada fazer
eventos e rever familia também. Não vou te pressionar quanto a isso. Fechou
aquele trabalho na Italia?
- Estou analisando a proposta. Acho
que aceitarei.
- Você ainda não me respondeu –
beijou-lhe as pontas dos dedos – vai para New York comigo? Façamos dessa
maneira: vou pedir apenas para você me esperar no dia 26 em sua casa. Passo por
volta das dez da manhã. Esteja pronta com pelo menos uma valise de mão,
vista-se casualmente e ponha pelo menos um vestido de noite para jantarmos. Não
direi onde iremos. Quando nos encontrarmos novamente, você me dá a resposta de
New York.
- Hum... surpresa? Você está
querendo ser misterioso... tudo bem. Promete que vai se comportar nessas
festinhas de geek?
- Não são festinhas, são
eventos importantes. E por que não me comportaria? Só tenho olhos para você,
Staninha.
- E pensa que me convence com
esse seu charme? Não sou tão fácil assim de ser dobrada, exijo o mínimo de
esforço – ela já olhava com uma cara sapeca e um sorriso malicioso.
- É mesmo? – puxou-a em direção
de seus lábios – que tal ser convencida assim? – beijou-a intensamente enquanto
suas mãos vagavam pelas costas dela até lhe apertar o bumbum. Em menos de dez
segundos perdera o short que usava. Gemeu entre seus lábios antes de provoca-lo
mordiscando como adorava fazer. Ergueu-se ficando sobre a cintura dele,
voltando a beija-lo para seguir provando todo o corpo dele. As mãos se
desfizeram do boxer com agilidade e sorriu ao constatar que ele já estava mais
que pronto para satisfaze-la. Movendo o próprio corpo com a destreza de sempre,
deslizou sobre o membro permitindo desfrutar de todo a sensação de prazer que o
contato lhe proporcionava. Ele gemeu ao sentir-se pressionado pelos movimentos
que ela fazia. Juntos, passaram a realizar um balé pessoal. Inundada por desejo
e libido, sabia que não era capaz de sentir o que sentia com ele com ninguém
mais.
Novamente procurou os lábios
deliciosos e sentiu Nathan aprofundar-se ainda mais dentro dela. Os corpos falavam
a mesma linguagem, instintivamente diziam o que almejavam. Minutos depois,
perdiam-se na explosão do orgasmo sem reservas.
XXXXXXXXX
No caminho para a fazenda,
todos se mostravam animados. Nathan inclusive conversava naturalmente com Mark,
o que pegou Stana de surpresa. Dara estava bem falante também e quando deram
por si, já chegavam no local. Durante as checagens e preparação de
equipamentos, Stana batia o texto com Tamala e Susan. Luke a chamara para a
maquiagem. A preparação para as próximas cenas e as fotos exigiriam muito dele
e da equipe. Uma vez que ela colocasse o vestido de noiva permaneceria com ele
pelo menos o resto do dia. Nathan aproximou-se dela chamando-a para um canto
antes de Luke a roubar de vez.
- Preciso filmar os angulos do
acidente antes de contracenar com você. Nada de gracinhas com aquele cara
metido a francês.
- Ele não é francês, Nate.
- Não importa. Acho que não
verei você com o vestido, dá azar ver a noiva antes do casamento – disse
sorrindo.
- A mesma regra vale para ficção?
– ela brincou.
- Acho que a pergunta é: quanto
de ficção há nisso? – piscou para ela – bom trabalho. Caminhou sorrateiramente
sobre o olhar dela de encontro a Rob. Ao ouvir seu nome, Stana suspirou e
seguiu Luke até a casa da fazenda onde se vestiria.
Transformar Kate Beckett em uma
noiva levou cerca de duas horas. Maquiagem, cabelo, provas de joias. Stana teve
que passar produtos de hidratação no corpo e protetor solar já que fotografaria
em ambientes externos. Finalmente pronta, pode se olhar no espelho. Ver sua
imagem transformada a vez engolir em seco. O estomago agitado, borboletas.
Suspirou profundamente. Por mais que tentasse manter a calma e agir
profissionalmente, a imagem a sua frente a traia. Não tinha como ficar alheia
ao significado daquilo. Era a emoção de Kate que ultrapassava a barreira da
ficção provocando respostas antes não experimentadas por Stana.
Susan foi a primeira pessoa a
vê-la após Luke. A reação no semblante dela comprovou que não seria apenas
Stana quem se maravilharia com o clima do set. Por decisão do diretor, ela
filmaria com Tamala e depois com Susan. As cenas ocorreram de forma tão natural
que mais parecia momentos da vida real. Quando Stana colocou os brincos dados
por Martha à sua personagem, não pode deixar de imaginar a delicadeza do
momento. Ao fitar-se no espelho e ver o reflexo de Martha, no papel de Kate
sabia estar vendo a falecida mãe, Johanna. Ali, a atriz enxergava Rada. Teria um
momento desses com sua mãe? Foi difícil segurar as lágrimas, fizera um esforço
quase sobre-humano. Assim que o tefefone tocou em cena e Stana recitou sua
fala, o diretor gritou “corta”. Recebeu a chuva de elogios. Pediu licença para
ir ao banheiro.
Sozinha, sentiu-se mais segura
para lidar com as emoções. Fechou os olhos e respirou profundamente. Com o
corpo tremendo, ela cedeu às emoções ao lembrar-se que o belo momento seria adiado
um pouco mais. Ela sonhou com o momento de cruzar seus olhares com os de Nathan
enquanto caminhava rumo ao altar. Muitos considerariam esse pensamento uma
loucura. Stana não se importava com o que outros pensariam, desde que conhecera
Nathan naquele teste onde pediu a ele sem nenhuma cerimônia para cortar a blusa
que vestia, depois de always sonhara em viver na tela, com ele, o casamento de
Kate e Castle. Antes de estarem juntos, ela acreditava que ao menos na série
teria a chance de se ver ao lado dele, como casal.
Recompondo-se, ela limpou a
marca das lágrimas do rosto. Voltou a área de maquiagem para retoca-la e
preparar-se para a sessão de fotos com Mark. O fotógrafo já esperava para
discutir com ela sobre algumas paisagens que julgou interessante para compor o
ensaio.
- Quero muito sua opinião sobre
esses possíveis takes. Não sei se já teve a oportunidade de andar pela fazenda.
Há locais muito interessantes, paisagens belas com o mar por trás. Inclusive
caminhos verdes preciosos. Tirei algumas fotos para você ver – estendeu as
fotos para Stana que concordou, a fazenda era muito bonita.
- Gostei de todos os lugares
que você selecionou. Não tenho nada a acrescentar. Quando começamos?
- Por que não agora?
Eles sairam caminhando até o
carrinho de golfe que os levaria para dar uma volta na propriedade parando em
cada um dos locais que lhes fossem convenientes e propícios para fotografar.
Conversavam sobre muitos assuntos que tinham em comum pelo percurso e mesmo
antes de tirar as fotos. Mark, porém, notou que ela estava um pouco reservada,
introspectiva. Ficou pensando se devia perguntar o porque de estar agindo
assim, acabou por deduzir que se tratava apenas de concentração por causa das
gravações do dia.
Durante as próximas horas, os
dois fizeram cerca de vinte fotos diferentes, além de momentos onde ele
capturou sem que ela percebesse, provavelmente algumas das melhores fotos por
serem espontaneas. Quando o sol já começava a se por no horizonte, ele a
fotografou de frente para o oceano registrando o brilho do sol refletido em seu
vestido. Para sua própria apreciação, tirou várias fotos do por do sol naquele
belo lugar. Satisfeitos, retornaram para onde o resto da equipe de filmagem
estava.
Passava das sete da noite
quando reuniram toda a equipe para retornar ao estúdio em Los Angeles.Stana
vestia a mesma roupa da manhã e logo avistou Nathan vinfo em sua direção.
Também estava à vontade, nada de terno de casamento. Sentiu um quê de
desapontamento porque tinha um desejo íntimo de vê-lo arrumado como noivo. Não
seria dessa vez. Sorrindo, ela perguntou - Como foi seu dia?
- Muito puxado. Morrer dar
trabalho – respondeu fazendo caretas cheio de graça como somente ele sabia
fazer.
- Assim como ficar pendurada em
telhados... – riram juntos. Dara logo avisou-os que precisavam ir. Retornaram
ao estúdio quando já eram quase nove da noite. Repassaram rapidamente o
cronograma do dia seguinte que parecia estender-se além do horário de hoje.
Para sexta, a cena mais importante era a de Stana de encontro ao carro
explodido de Castle. Filmariam a última cena deles amanhã também. Despediram-se
dos demais e confirmaram a presença no estúdio às sete da manhã a fim de
seguirem para a fazendo logo em seguida. Devido ao dia puxado, Stana optou por
ir para sua casa. Estava cansada e precisava se preparar para a cena final que
exigiria muito dela. Nathan não contestou. Ficou zanzando pelo estúdio com a
equipe técnica aguardando um momento
para falar com Dara. Finalmente ao vê-la sozinha se aproximando da sala de
edição, a interceptou.
- Hey, Dara... tem um minuto
para mim?
- Nathan pensei que já tivesse
ido faz tempo. Pode falar.
- Sexta é o nosso último dia de
trabalho e como ainda faltam dias para o aniversário de Stana sei que não
desconfiará se fizermos ao menos um bolo. Trago o champagne. Será que pode me
ajudar a organizar assim tão rápido?
- Você achava que iamos deixar
passar em branco? Sem chance! Já encomendei um bolo e alguns sanduiches. Adoro
a ideia do champagne, ela precisará dele.
- Excelente, Dara. Pode contar
comigo.
Na quinta gravaram a última
cena entre eles apesar de estarem em lugares diferentes da fazenda. O dialogo
combinou perfeitamente com o momento que eles viviam, o que parecia ser um
exemplo de boa atuação para o diretor, para Stana e Nathan era real
especialmente o “eu te amo”. Nathan filmou novamente a sequencia do acidente, já
tinham sido seis tomadas quando ele parou de contar. Encerraram por volta das
seis da tarde quando o sol já se escondia. Conforme acordara com Rob, estaria
na sexta no set da fazenda caso precisasse refazer alguma gravação. Isso era
apenas a desculpa para observar e apoiar Stana.
Sexta-feira
Stana chegara muito cedo na
fazenda indo direto para a maquiagem. Teria o mesmo processo do dia anterior
até se tornar a noiva Kate Beckett. Nathan viera com ela e a equipe para o set
onde participava de algumas verificações de cena com os cameras e Rob. Mark
também os acompanhara. Apesar de já ter apresentado o trabalho para Marlowe,
garantindo sua aprovação, quis voltar a fazenda para aproveitar a luz do dia e
fazer mais fotos das paisagens.
Completamente pronta, Stana
esperava o ambiente ser ajustado para a última cena onde chegaria de carro e
constataria a inesperada tragedia. Sentada na cadeira de cabeça baixa com o
texto no colo, ela concentrava-se relendo sua cena. A visão de Rob era capturar
duas cenas em uma. Tudo começaria com o telefonema sendo filmado em sequencia
sem parada até que Kate chegasse ao local onde supostamente o carro de Castle
estaria destruído. Após a ligação recebida, não havia falas, seria apenas
interpretação e emoção. Não percebeu que Mark estava próximo clicando na
direção dela.
A alguns metros dali, Nathan
terminava oficialmente a sua participação na temporada. Agradecendo os rapazes
da equipe técnica, rumou para o local onde Stana deveria estar. No caminho foi
interceptado por Dara que tinha novidades sobre a pequena surpresa que fariam
para sua colega de trabalho e amiga logo mais. Ao chegar onde as câmeras já
estavam dispostas próximo ao carro acidentado, estranhou a ausência dela.
Perguntou a um dos assistentes de cena e foi informado que ela acabava de
entrar na casa da fazenda pois as gravações iniciariam internamente. A uns três
metros, avistou Mark ainda com sua máquina nas mãos. Aproximou-se perguntando.
- Mark, você já terminou os
trabalhos para o photoshoot?
- Bem, com Stana sim. Estou coletando
algumas paisagens desse local para inserir no trabalho ou mesmo para levar a minha
vida profissional. Não terei outra oportunidade,
- Entendo. Mark vendo o olhar
de Nathan dirigir-se até a casa por várias vezes em sinal de ansiedade, falou.
- Está linda. De noiva. Vi você
olhando para a casa. Ainda não teve a oportunidade de ver Stana arrumada. Deslumbrante.
Parece outra pessoa, notei quando
fotografei. Acho que é aquilo que vocês atores dizem sobre vestir a personagem.
Já devem estar filmando – ele olhou para Nathan deixando a camera de lado – se fosse
você, ia até lá só para dar uma olhadinha. Garanto que não irá se arrepender –
vendo o jeito relutante dele, insistiu – vamos, cara. Não é todo dia que se tem
a chance de ver alguem como ela em um belo vestido de noiva. O que você está
esperando?
Nathan sorriu acatando a
sugestão e dirigiu-se a casa da fazenda. Torcia muito para que ela não estivesse
filmando ainda, assim teria como lhe desejar sorte. Ao passar pela porta
principal, ouviu vozes no salão anexo. Susan e Tamala conversavam animadamente,
sorriam ao vê-lo.
- Olá, noivo. Wow Nathan! Como você
pode ficar ainda mais charmoso? – disse Tamala – normalmente eu te expulsaria
daqui pois nenhum noivo deve ver a noiva antes do casamento mas devido as
circunstâncias que estão por vir... ela está no quarto se preparando. Segunda
porta à direira no corredor, será que é uma boa ideia você atrapalha-la agora? Ah
quem sou eu!
Nesse instante, uma das
maquiadoras entre na sala, seu rosto denotava preocupação. Logo em seguida,
Dara aparece, a cara também não era das melhores.
- O que foi que aconteceu,
Cindy? Você parece nervosa – disse Tamala.
- É a Stana. Ela teve uma crise
de choro incontrolável. Me tirou do quarto, e-eu não sei o que fazer. Chamei a
Dara e...
- Ela não quer falar comigo. Bem
que eu avisei Marlowe sobre isso... Nathan! Que bom você estar aqui. Talvez você
seja o único que ela realmente escute. Achei que ela estava se concentrando mas
de repente começou a chorar copiosamente, segundo Cindy sequer me deixou entrar
no quarto. Nathan...
- Já entendi. Vou tentar
acalma-la – ele beijou Susan e Tamala no rosto antes de seguir adiante. Já de
frente para a porta, respirou fundo. Bateu – Stana? Sou eu, gorgeous. Posso entrar?
– nenhuma resposta – Staninha... por favor.
- Entra... – ouviu-a dizer
entre soluços. Nathan fechou a porta atrás de si. A primeira visão que teve
dela foi de costas,suficiente para causar-lhe palpitações ao vê-la vestida de
noiva. Respirou fundo antes de dar o próximo passo. Então, ela virou-se para
fita-lo e Nathan mal teve tempo de assimilar o que acontecera recebendo o peso
do corpo dela sobre o seu e vendo-a desabar em lágrimas abraçada a ele.
Continua....
3 comentários:
ADOREI, como sempre mais um capitulo maravilhoso, as suas fics são surpreendentes.....
NÃOOOOOOOOOO CREIO NO QUE LI!!!!!!
Vai ser dificil achar palavras certas para descrever o que senti,existe mais da Beckett na Stana do que imaginamos,as duvidas os medos nossa!
O que dizer do modo com que o Nathan lida com isso,sempre mostrando a ela que também tem seus medos mas que juntos podem achar uma saida para os obstaculos.
Mark..super desnecessario na minha vida,mas até que na fic eu consegui suportar ele.Ah ñ esquecendo que a reação da Stana fui igual a minha"COMO ASSIM SEM CASAMENTO???COMO ASSIM O CARRO DELE EXPLODE????"
E por fim o ataque de choro dela e a chegada dele,nossa que lindo!
Aguardo por mais!!!!
Devidos aos últimos acontecimentos estava ansiosa por este capítulo. Capítulo lindo. OMG! o que há com a nossa diva, por que chora tanto?
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