Nota da Autora: E o angst se mantem, mas dei uma aliviada porque ainda teremos alguns capítulos bem complicados a frente. A S4 sera sempre torturante... Enjoy!
Atenção NC17!
Cap.39
- Kate... o
que te faz pensar que não é real? A ameaça existe.
- Você acha
que eu não sei? Parece irracional, louco, mas eu não quero ficar perto de
qualquer coisa referente a Josh.
- Você não vê
que está agindo da forma errada? Onde está a minha detetive forte e
determinada? Beckett, preciso dessa força, dessa pessoa. E ela que vai ajudar
você a superar tudo isso. Você precisa querer para eu te ajudar. Podemos vencer
esse medo, não quero ver esse pavor em seus olhos!
- Você quer
saber o porquê do medo? Por que luto todas as noites contra esse sentimento
através de sonho? Porque é minha culpa, Castle. Tudo isso aconteceu por minha
causa e se alguma coisa acontecer com você, com a sua filha, se Josh o matar,
eu não vou me perdoar por isso – ela se aproximou dele, os olhos aflitos – não
há jeito simples de fazer isso, Castle.
- Kate...
- Não me
interrompa, Castle. Por favor... não quero viver com a culpa nem mesmo ter que
lidar com sua possível morte, sua perda. Então, o melhor a fazer é eu me
afastar da sua vida. Você pode continuar no distrito trabalhando em casos comigo
ou com os rapazes, mas isso – ela apontou para o ambiente que estavam com os
braços e em seguida para os dois – o relacionamento, nos, isso não pode continuar
ou acabaremos mortos. Eu sinto muito, Rick... eu me preocupo com você o
suficiente para sair por aquela porta.
Kate lutava
contra as lagrimas. Castle a fitava incrédulo. Isso não estava acontecendo. Ela
não podia simplesmente ir embora. Contudo era exatamente isso que ela estava
fazendo seguindo até a porta da frente. Não enquanto ele pudesse evitar. Castle
apertou o passo e agarrou-a pelo braço.
- Onde você
pensa que vai? Acha que é assim tão fácil? Joga uma bomba na minha cara e sai
pela porta? – ele a segurava pelos braços, disposto a não deixa-la sair pela
porta - Não. Você ouviu metade das coisas que disse? Você se viu naquela
estranha que falava? Porque para mim aquela Kate de um minuto atrás é uma
covarde. Não é a mulher que eu conheci, que inspirou minha Nikki. Cadê a sua
coragem para enfrentar seu medo? Você luta contra assassinos, vai deixar um
médico te destruir? Ditar o rumo da sua vida?
- Eu não sou
uma covarde. Estou te protegendo.
- Não, você
está fugindo. Vai desistir assim? Isso é uma demonstração de covardia. Estamos
protegidos pela lei, se quer lutar terá que fazer isso comigo. Juntos, Kate.
- Por que você
é tão teimoso?
- Olha quem
fala! Pelo menos dessa vez, assuma! Dê o braço a torcer! Encare isso de vez.
Josh não pode lhe fazer mal. Sua mente, no entanto é a principal responsável
por você se entregar a esse ciclo vicioso. Como pode achar que eu voltaria ao
distrito sabendo que você não está bem e não me quer em perigo? Eu não
conseguiria encara-la todo o dia sabendo que fugiu de mim. Por que não cede?
Você pode superar tudo, Kate. Não me deixe fora disso, por favor.
- Droga,
Castle! – ela bateu a porta com força. O semblante demonstrava raiva.
- Kate,
admita... pelo seu bem. Precisa de mim, de Dana. É hora de voltar a ser a verdadeira
Kate Beckett. Engula o orgulho e vamos tirar Josh e esse medo de uma vez por
todas de sua vida – ele viu Kate baixar a cabeça depois passar as mãos nos
cabelos. A linguagem corporal era confusa, mas ele sabia que ela estava
considerando a sugestão dele. Ao levantar os olhos para fita-lo, pode ver um
pouco de tristeza. Ela caminhou sentando-se na cadeira mais próxima. As pernas
estavam bambas.
- Como eu
cheguei até aqui? Por que você é tão irritante? Onde aprendeu a ler a minha
mente desse jeito? Eu não sei...
- Sim, você
sabe. Pode reverter toda a situação. O primeiro passo é admitir que precisa de
ajuda.
- Por que
estou ouvindo conselhos de você? Não pode me convencer.
- Tanto posso
como estou fazendo isso nesse exato momento. Se não aceita meus conselhos,
aceite os de Dana. A única coisa que eu peço é que não fuja e não coloque a
nossa relação em cheque por causa disso. Promete que vai dar a volta por cima?
Kate não sabia
ao certo porque estava fazendo isso. A decisão de separar-se dele fora por
causa do medo, mas o que estava prestes a dizer, não sabia explicar de onde vinham
a reação ou que sentimento a movia, apenas falou.
- Com algumas
condições. Não falamos dessa situação com ninguém no 12th e não vamos procurar
noticias de Josh. Temos um acordo? – Castle suspirou aliviado. Pelo menos o
primeiro passo estava dado. Havia ainda outras discussões para serem exploradas,
Kate não fora de todo honesta. Ele era um homem paciente e também tinha
segredos seus que não abriria mão de investigar. Se aproximou de onde ela
estava, estendeu a mão para Kate.
- Será do seu
jeito... – ele a puxou em um abraço. Kate se deixou levar pela caricia – pode
procurar Dana amanhã?
- Vou fazer
isso. Acho que tenho algumas coisas importantes para conversar com ela. Você
ficará chateado se não dormir aqui hoje? Preciso de espaço, Castle.
- Chateado não
é a melhor descrição. Preocupado, sim. Você vai enfrentar os pesadelos sozinha?
- Tenho que
recuperar minha coragem como você disse, não? Essa é uma forma de encarar e
trazer de volta a Kate Beckett que você descreveu.
- Tudo bem –
ele ficou parado observando-a pegar sua bolsa, vestir o casaco e olha-lo mais
uma vez. Não precisou dizer nada. Esboçou um sorriso e saiu pela porta. Castle
não se mexeu. Sentado na penumbra da sala, ele se recuperava daquele momento
que quase acabara com a sua felicidade. Sim, Castle era um otimista. Ele
acreditava que um dia será capaz de subir ao altar com Kate Beckett. Um dia,
ela se entregaria de corpo e alma para ele. Não ia a lugar algum, independente
do que tivesse que enfrentar.
Na manhã de
sábado, Kate tomou café e preparou-se para ver o que a conversa com Dana
renderia a ela. Dormira mal, como Castle bem previra. Acordara duas vezes na
madrugada. Ainda estava surpresa por ter concordado de maneira tão fácil com
Castle. Ela estava segura sobre terminar o envolvimento entre eles. Prometera
para si mesma que não cederia, será que faltaram argumentos? Quando ela ficara tão
ruim em negociação? Ela pretendia entender o porquê através de Dana.
A terapeuta
não se surpreendeu com o telefonema de Kate. Esperava por isso desde o momento
que Castle deixara seu consultório. Também notara a ansiedade em querer se
comunicar. Ela estava pronta para enfrentar mais um momento confuso e difícil
ao lado da sua amiga. Sabia que seria uma sessão emotiva, mesmo assim sugeriu
que se encontrassem em um restaurante bem reservado que conhecia no Soho. Ali
teriam privacidade suficiente e um ambiente informal, o que achava ser
importante para o estado de espírito de Kate.
Quando Alexis
acordou, estranhou o silêncio e a ausência de seu pai na cozinha. Já passava
das nove e mesmo sendo um sábado esperava vê-lo zanzando por ali depois da
noite anterior. Ela dormira no meio da madrugada estudando e já tinha perdido tempo,
dormira demais. Estava preparando uma omelete quando o pai surgiu ainda de cara
amassada na sua frente.
- Bom dia,
dorminhoco. Quem olha para você pensa que está de ressaca por conta da farra de
ontem a noite, apesar de sabermos que não se pode chamar a sua noitada de
farra. Quer ovos?
- Vou aceitar
depois de um café bem forte e o que você está querendo insinuar com isso?
- Me diga
você. Sei que tiveram problemas ontem. Por que estavam discutindo? – o pai
olhou-a estranhamente – ok, sei que não é da minha conta, a verdade é que se eu
não tivesse tirado o fone de ouvido por volta da meia-noite para ir ao
banheiro, não teria ouvido. Vocês não foram muito silenciosos. Tem a ver com o
lance do pânico da Kate, não?
- Tem, você
está certa.
- Pai, eu disse
para você não confronta-la se não estivesse pronta.
- E eu obedeci
o quanto pude. Mas o que você queria? Ela me aparece na porta de casa para um
jantar, tudo está bem mesmo visivelmente claro no rosto dela que não. Então, de
repente, ela confessa que teve outro pesadelo, você não iria ajuda-la? Não iria
orienta-la para fazer algo que tirasse aquela expressão aflita, o olhar de
pavor do seu rosto? Eu não poderia vê-la se entregar, se afastar. Ela quis
terminar comigo alegando que era para a minha proteção, a sua, Alexis! Eu não
conseguiria ver Kate sair por aquela porta com uma desculpa esfarrapada porque
lhe falta a coragem de se abrir com os outros e expor seus sentimentos. No
fundo, essa é a causa raiz de todo o problema. A dificuldade de Kate em entender
e aceitar seus sentimentos. Por isso ela precisa de Dana, de mim.
- Pelo menos a
discussão serviu para arrumar as coisas ou vocês agirão como dois teimosos cada
um para o lado sofrendo e evitando o que deveria ser feito?
- Não, eu
consegui convencê-la. Ela irá procurar Dana e não rompemos como ela pretendia
quando veio até aqui.
- Evolução,
então.
- Pode-se
dizer que sim – ele confirmou colocando uma garfada dos ovos na boca. Ele
estava ansioso por saber noticias do encontro dela com Dana, porém precisava
dar um certo espaço, deixa-la a vontade. Além do mais, ele também tinha alguns
assuntos a resolver assim que terminasse seu café.
Castle
aceitara a condição de Kate para que ela cedesse ao pedido dele, porém ele não
seria ele mesmo se a obedecesse. Trata-se de um caso de segurança. Beckett
ainda estava fragilizada, aprendendo a lidar com a síndrome de pânico e com a
possibilidade de topar com Josh nas ruas de Nova York. Era seu dever
certificar-se de que o risco dessa situação acontecer fosse mínima. Ele
precisava investigar junto ao hospital. Não contaria a ela, independente do
resultado. Para sua própria sanidade. Com sorte, eles não teriam o desprazer de
encontrar o médico.
Retirando-se
para o seu escritório com a missão em mente, ele se preparou para receber a
noticia, boa ou má, para definir o que faria. Pegou o telefone do chefe de
Josh, Dr. William, respirou fundo e escutou o toque se repetir quatro vezes
antes de alguém atender a ligação. Era voz de uma mulher. Ao se identificar a
procura do médico, a mulher informou que ele estava em cirurgia há três horas.
Castle pediu para que assim que pudesse o médico retornasse a ligação para ele
fornecendo seu numero. Por mais incrível que parecesse, a espera daquele
telefonema tornara-se angustiante.
XXXXXXXXX
Kate já estava
sentada tomando um suco de frutas vermelhas quando Dana sentou-se a sua frente
com um sorriso nos lábios. Pelo semblante da amiga, a terapeuta sabia que a
conversa talvez não fosse tão amigável. O que quer que tivesse acontecido nos
últimos dias, tinham afetado a detetive visivelmente. Dana podia apostar que
teria relação com sua conversa com Castle. Estava prestes a descobrir o que sua
paciente tentara aprontar.
- Olá, Kate.
Não posso dizer que fiquei surpresa com o seu telefonema, curiosa seria o termo
mais apropriado. Sou toda ouvidos!
- Não quer ao
menos pedir algo para beber?
- A conversa é
longa, pesada? Eu preciso de álcool? – a cara de irritada que Kate fez foi
suficiente para a risada de Dana aflorar – tudo bem, será do seu jeito – ela
sinalizou para o garçom – pode me trazer um gim tonica? – esperou o rapaz se
distanciar – agora, pode começar. O que você quer conversar comigo? Está
arrependida de algo, quer reclamar de Castle ou o pânico tornou a incomoda-la?
- Um pouco de
tudo. Eu não sei o que está acontecendo comigo. Desde esse ataque de pânico
como você chama, eu não pareço a mesma pessoa. Faço coisas e tenho atitudes que
nunca me passaram pela cabeça. Pior, não consigo me manter fiel a elas. Eu
voltei a ter pesadelos com Josh, diferente dos primeiros, mas igualmente
apavorantes. Então, eu tomei uma decisão. Estava certa de que era capaz de
lidar com a minha escolha e justamente quando precisei ser forte e me impor,
nada aconteceu. Ou melhor, tudo o que não podia aconteceu.
- Você está
falando do que exatamente?
- Eu estive no
apartamento de Castle ontem a noite. Ele havia me convidado para uma refeição,
para relaxar. Eu fui até lá com um
propósito. Diante de tudo o que estava vivenciando nesses últimos dias, minha
mente estava pronta para fazer o lógico. Eu fui ao loft com intenção de
terminar meu relacionamento com Castle.
- Como chegou
a essa conclusão? Que se distanciar dele era o melhor devido a síndrome de
pânico?
- Eu preciso protegê-lo.
Josh não ira pensar duas vezes antes de feri-lo por minha causa. Especialmente
sabendo que nos estamos juntos. E tem Alexis, se ele decidir fazer mal a menina
apenas para se vingar dele? Tudo é culpa minha. Terminar o relacionamento seria
a solução para evitar uma tragédia. Disse que ele poderia continuar trabalhando
com a NYPD, comigo ou os rapazes, mas juntos no loft ou no meu apartamento não
ia funcionar.
- E pelo seu
primeiro comentário, algo saiu errado.
- Errado...
totalmente! Castle reagiu como eu esperava não querendo a separação, porém ele
jogou um monte de acusações na minha cara, disse que eu era uma covarde, não a
Kate que ele conhecera e enquanto ele despejava todos os pontos e argumentos
sobre mim, eu não sabia o que pensar. Parte de mim estava louca para pular no
pescoço dele manda-lo calar a boca e sair dali cumprindo o que era a minha
missão. A outra parte lutava com as duras palavras que ele dizia, odiando me
imaginar como a tal covarde, aquela que foge. Então, ao invés de estar saindo
pela porta, eu me vi sentada de pernas bambas com raiva por ele ser tão
teimoso, por parecer me conhecer tão bem e simplesmente conseguir me convencer
sem ao menos entender porque eu cedi tão facilmente. Isso me irrita! Quando foi
que fiquei tão vulnerável aos argumentos de Castle?
- Então, vocês
não terminaram e ele a convenceu a conversar comigo?
- Sim, disse
que se eu não quisesse escutar os conselhos dele que ouvisse os seus. Por que
eu cedi, Dana? Quando foi que eu me perdi? Como não tenho a habilidade de
manter minha palavra e minhas decisões? O que aconteceu para eu amolecer tanto
assim?
- Kate, você
está sob muita pressão desde que esse ataque de pânico ocorreu. Isso não a
diminui como pessoa e ao contrario do que pensa, não está perdida. Confusa e
apreensiva devido aos efeitos da síndrome, sim. O que é completamente
aceitável. Você não amoleceu. Apenas precisa aceitar que aquela mulher durona,
determinada e focada em trabalho e na função de detetive 24 horas por dia,
continua dentro de você, ela apenas decidiu que poderia aceitar outras coisas
em sua vida. Você se abriu para uma nova oportunidade, deixou-se apaixonar.
Essa proteção que tanto frisou como um argumento para Castle, não se trata da
policial falando. Era a namorada, a pessoa que se importa. Consegue perceber
isso?
- Dana é claro
que me importo. Meu dever é protegê-lo, como policial e claro que também falo
como namorada, mas a decisão foi lógica e não sentimental.
- Isso é o que
você está querendo se convencer. A sua decisão, mesmo que causasse dor e
sofrimento a ambos, foi totalmente emocional. Pelo menos, Castle foi enfático o
bastante para convencê-la da besteira que estaria fazendo. Quando a instiga-la,
taxando-a de covarde, de uma certa forma ele estava correto. Você se entregou
ao problema ao invés de enfrenta-lo. Josh não pode fazer mal a nenhum dos dois,
se tentar, vai preso. Na minha opinião, você não tem medo de ser atacada pelo
médico, tem pavor de que ele faça mal a Castle. Esse é o x da questão, estou
errada?
Por alguns
segundos, Kate ficou calada. Dana tinha uma estratégia e a detetive estava
disposta a provar que a terapeuta estava errada.
- Claro que
não quero que nenhum mal aconteça a Castle. E também comigo. Não conseguiria
viver com outra morte de alguém que a-... – a palavra quase a traiu – gosto em
minhas costas, em minha mente. Não, tenho que lutar para mante-lo a salvo.
- E quanto ao
seu problema? Superar esse medo que continua causando episódios de pânico a
você, pesadelos quase todas as noites? Você não vai acabar com isso?
- Eu pensei
bastante. Acho que precisarei aceitar o remédio, essa é a única forma que posso
me curar.
- Sei, isso
pode ajudar – Dana sabia que essa não era a resposta certa, mas o simples fato
dela aceitar ser medicada já poderia deixa-la mais confortável com a situação e
talvez com um pouco de perseverança por parte da terapeuta, Kate finalmente
admitisse que o que estava por trás de todo o medo era simplesmente a aceitação
de seu amor por Castle – irei prescrever uma receita para você, mas tem que me
prometer que ira lutar contra esse medo idiota e nada de se afastar de Castle.
- Tudo bem,
ele não vai deixar isso acontecer de qualquer jeito.
- Ótimo. E
quanto ao seu lado de detetive? Você não irá checar se sua suspeita é real?
Josh está na cidade realmente?
- Não. Eu não
quero nem pensar em topar com Josh. Será melhor eu achar que ele está aqui e
tomar as devidas precauções.
- Se você
diz... que tal pedirmos uns tacos para degustarmos? Vamos falar de coisas mais
alegres como o jantar que Castle preparou para você antes de surtar. Qual era o
menu? – elas acabaram conversando e rindo bastante. Kate deixou o lugar bem
mais relaxada. Passou na farmácia, comprou o remédio e já tomou a primeira
dose. Sentindo-se animada, ela decidiu voltar ao loft. Castle provavelmente
ainda estaria um pouco chateado com a sua saída de ontem a noite. Sorrindo, ela
seguiu para seu apartamento. Uma muda de roupa e um fim de semana ao lado dele
certamente resolveria o problema.
XXXXXXX
Castle estava
em seu escritório. Após enrolar respondendo alguns emails atrasados, navegar na
internet olhando sites com bonecos de action figure e jogar uma partida de um
de seus joguinhos preferidos no computador, ele finalmente criou coragem para
fazer a ligação que vinha evitando a, pelo menos, duas semanas. Mesmo depois da
conversa com Dana, ele não conseguiu deixar essa parte da historia de lado.
Talvez fosse o lado de escritor falando mais alto ou simplesmente a necessidade
de saber se tudo o que estava forçando Kate enfrentar não poderia pega-los de
surpresa em um futuro breve.
Pode-se
considerar como uma forma de zelar pela saúde mental e física de Kate e sua
própria, mas no fundo era uma questão de orgulho próprio. Precisava conhecer o
terreno que estava lidando. Se a detetive preferia evitar, alguém tinha que
fazer o cheque para que a segurança permanecesse inabalada. Já que não houve um
retorno, ele tentaria de novo.
Castle pegou o
telefone e discou o numero do antigo chefe de Josh. Dr.Williams era a pessoa
mais indicada para indicar o paradeiro do médico. Três toques depois, a voz do
homem surgiu.
- Dr.
Williams, como posso ajuda-lo?
- Ola, doutor.
Não sei se você lembra de mim. Rick Castle, trabalho em parceria com a NYPD e
estive envolvido em um processo de ordem de restrição contra um de seus médicos,
Dr. Josh Davidson.
- Claro que me
lembro. Você e a detetive Beckett, certo?
- Exato.
- Em que posso
ajuda-lo, Mr.Castle?
- Isso pode
soar estranho, mas eu preciso de uma informação. Josh está na áfrica
trabalhando com o programa “Médicos sem fronteiras”, correto? Existe alguma
data prevista para a volta dele? Lembro que o senhor comentou algo sobre três
meses lá, o médico retornava ao pais para uma folga.
- Você está
correto, de acordo com o programa, Josh deveria voltar no fim desse mês. Porém,
houve uma mudança de planos. O Dr. Davidson retornou ao pais a quase um mês
atrás devido a um caso grave que ele encontrou durante seus trabalho junto aos
africanos. Uma criança com uma síndrome grave e rara autoimune que precisava de
tratamento especifico para se manter sob controle ou a criança morreria. Ele
não pensou duas vezes, após uma autorização do responsável maior na África,
Josh retornou com o doente. Desde então, ele está em Manhattan tratando esse
paciente. Assim que considerar que o garoto está curado e apto para viajar, ele
retornara para o continente africano levando o vitima e ficando por lá para
continuar seu trabalho.
- Ah,
interessante... – Castle estava um pouco surpreso. Não que achasse que Kate
estava mentindo, mas ela podia estar confusa e com outros problemas. Sabe como
nossa imaginação pode ser afetada com todas as informações.
- Mr. Castle,
por acaso está preocupado com um possível encontro com o médico? Ou já o viu?
Por isso está ligando, não? – ele sabia que não podia enganar o médico, porém
não podia expor Kate, especialmente porque ele prometera que não iam procurar
saber a verdade.
- Sim, eu tive
a impressão de tê-lo visto na rua. Por isso decidi investigar. Apenas preciso
estar preparado.
- Garanto a
você que nada irá acontecer com relação a isso. Josh sabe o que está em jogo
aqui. Além do mais, ele está morando praticamente no hospital. Com o menino,
sequer tem tempo de fazer outra coisa, sua atenção está voltada somente para o
africano que quer salvar.
- Fico mais aliviado
com as suas clarificações. Tenho somente um pedido a fazer. Você poderia, se
algum dia isso acontecer, evitar de comentar o assunto com Beckett? Quanto
menos ela souber sobre a vida de Josh, melhor para ela.
- Claro, pode
contar comigo – sorrindo, eles se despediram via fone encerando a conversa.
Agora Castle
tinha um segredo que intencionava manter para si. O milionário bobo e
deslumbrado queria apenas garantir que Kate não tivesse um encontro indesejável
e muito menos uma recaída em sua recuperação da tal síndrome de pânico. Não
esquecera que pedira a ela para não esconder nada dele, estava fazendo
exatamente o contrario. Tinha uma boa razão para isso e em se tratando de Kate,
nada seria um exagero. Castle considerou apenas uma precaução.
Se tinha uma
coisa que Castle aprendera sobre Beckett além de sua teimosia, era o fato de
possuir uma dificuldade imensa em se abrir para os outros, em confiar e se
entregar. Com ele não era diferente, claro que após esses três anos e em função
de seu relacionamento, algumas coisas mudaram, porém Castle ainda tinha duvidas
se ela seria 100% honesta em qualquer situação com ele.
Consultou o
relógio. Quase sete da noite. Será que ela desistira de voltar ao loft? Teria a
conversa com Dana sido muito pesada para que ela quisesse ficar sozinha? Talvez
imaginasse que ele ainda estava chateado por causa da briga da noite anterior.
Ele realmente deveria por conta das circunstancias. Castle odiava o fato de que
o primeiro pensamento de Kate fora excluí-lo de sua vida. Podia afirmar que
estava chateado por isso. A verdade era que apenas queria que ela voltasse para
casa. Mas podia fazer o papel do namorado irritado se isso fosse rende-lo
carinhos e pedidos de desculpas.
Ouviu a
campainha tocar seguida de algumas vozes numa conversa. Será que era sua mãe
que voltara de suas pequenas férias no SPA? Então, com uma frase, ele
reconheceu a voz de Kate. Levantou-se imediatamente indo ao encontro dela.
Alexis acabara de dizer que ele estava no escritório. Quando surgiu na sala,
ele manteve o semblante sério, como quem não estava esperando vê-la ali.
- Oi, pai.
Olha quem apareceu!
- Kate? O que
faz aqui? Não esperava vê-la por aqui. Aconteceu algum assassinato? Temos um
crime para investigar?
- Não. Eu
decidi vir conversar com você – ela parecia preocupada, apreensiva. Alexis
aproveitou a deixa para sumir.
- Vou voltar
para as minhas leituras. Boa noite, Kate – deu um beijo no pai e subiu as
escadas. Castle apontou para o sofá indicando a Kate que deveria sentar-se. Ela
seguiu o conselho dele. Ele enrolou para sentar-se ao lado dela.
- O que você
quer conversar comigo?
- Eu estive
com Dana hoje. Você tinha razão. Depois de conversar com ela, eu me senti bem
melhor. Dana disse que a síndrome do pânico pode diminuir, ate desaparecer. Eu
preciso enfrenta-la e não vou conseguir se não tiver sua ajuda. Eu apaguei quem
eu realmente sou, Castle. Deixei isso tudo me afetar mais do que deveria, eu
quase me joguei no buraco do coelho novamente. Fui uma covarde. Até agora.
- Finalmente
alguém conseguiu colocar um pouco de bom senso nessa sua cabeça teimosa. Só que
isso não diminui o fato grave que você me expos antes. Você quis sair da minha
vida ou melhor sutilmente, queria que eu saísse da sua. Você não pensou se eu
ia sofrer, se eu ficaria bem, ou se eu realmente queria isso. Você foi egoísta,
Kate.
- Eu só queria
te proteger... – ela disse com o olhar apreensivo.
- Proteger...
de que? De Josh? Ou de você?
- De Josh! Não
quero que nada aconteça a você, Castle. Porque você continua se fazendo de
desentendido? Eu somente pensei em você, não fui egoísta.
- Kate, você pensou
por mim, não comigo. Temos um relacionamento, pelo amor de Deus! Duas pessoas
tomando decisões juntas, é assim que deve ser.
- Temos? Quer
dizer, você não me expulsou da sua vida mesmo? Sei que disse para procurar
ajuda, que enfrentaríamos isso juntos, mas parte de mim achou que você não
queria me ver. Estava chateado. Pude ver no seu olhar, ainda está – ela
mordiscou os lábios. Suspirou – eu sinto muito. Acho que te devo um pedido de
desculpas – ela olhava ansiosa por uma resposta dele. Castle decidiu não
tortura-la mais.
- Eu não a
expulsei e nem pretendo fazer isso tão cedo. O problema é que me irrita vê-la
lutar com o obvio, você sabe que precisa de ajuda, que tem pessoas em que pode
confiar, se abrir, mas prefere ficar no isolamento. Sofrer sozinha. Esqueça a
sua vida de anos atrás na qual tinha que enfrentar tudo sozinha, você tem a mim
agora. Não vou a lugar algum. Tudo bem?
- Tudo bem –
ela sentiu a mão de Castle tocando a sua. Ele inclinou-se para beija-la e Kate
automaticamente respondeu ao chamado. A língua dele penetrava graciosamente sua
boca, buscando contato, mostrando que se importa. Milhares de sensações
expressas e sentidas através de um simples beijo. Ao se separarem, Kate sorria
– eu trouxe minhas coisas, sabe, para passar o fim de semana.
- Você veio
pronta para ficar e se eu não aceitasse seu pedido de desculpas?
- No fundo,
algo me dizia que você aceitaria – ela acariciou a linha da mandíbula dele,
encostou a cabeça em seu peito abraçando-se ao corpo quente e tão familiar para
ela.
- Está com
fome? Eu ainda não jantei.
- Quer comer o
que?
- Pizza?!
- Isso não é
jantar, Castle.
- Ah, mas pode
ser um excelente menu para uma noite de reconciliação – ele a fitava com um
olhar maroto.
- Vá em
frente, peça sua pizza. Vou cuidar do vinho – ela seguiu para a cozinha
enquanto ele se encarregava do telefone. Após fazer o pedido, eles tiveram meia
hora para degustar da bebida, conversar um pouco e namorar. Assim que a pizza
chegou, ambos caíram de boca na saborosa mistura ordenada por ele. Meia garrafa
de vinho já se fora quando começaram a comer e logo estava terminada. Quando
Kate fez menção de querer arrumar e lavar as louças, Castle a impediu.
- Deixe tudo
ai, temos algo mais interessante para fazer – puxando-a pela mão, levou-a até
seu quarto. Fechou a porta. Envolveu sua cintura com os braços e sorveu os
lábios disponíveis a sua frente. O contato das bocas causava arrepios ao corpo
de Kate. Não sabia explicar esse magnetismo que sentia quando estava junto de
Castle, o toque era elétrico. Já sentia os mamilos roçando o tecido da blusa
que vestia e a umidade predominar em seu centro. Ele a manteve colada ao seu
corpo enquanto a empurrava junto consigo ate a cama.
Jogou-a sobre
o colchão e pousou seu corpo sobre o dela sorvendo-lhe os lábios com
sofreguidão. Ele sentira falta do toque, do beijo, do corpo, dela por completo.
As mãos ágeis encontraram os seios por baixo da blusa que usava. Massageou-os,
apertou-os, bolinou-os com gestos precisos que fizeram Kate contorcer-se completamente
embaixo dele. Satisfeito com as reações que provocava, ele afastou-se um pouco
apenas para livrar-se da calça que ela usava levando a pequena calcinha
consigo.
Ao tentar
voltar para roubar-lhe um beijo, Castle foi surpreendido pelo rápido movimento
de Kate. Agora, trocaram de posições. Era a vez dela ficar por cima. Sentada
sobre as pernas dele, Kate desabotoou a calça dele, tirando o membro dele.
Segurando-o em suas mãos, ela começou a brincar. Massageava-o suavemente
ouvindo os pequenos gemidos emitidos pelo homem indefeso a sua frente.
Continuou seu momento aumentando gradativamente as caricias ate o ponto de
estar simulando o ato de masturbar-se. Ele estava chegando ao limite. Kate não
queria que ele gozasse ainda.
Rapidamente,
ela se posicionou para recebê-lo. O contato foi sublime. As vezes ela esquecia
o quanto esse contato era delicioso. Sentia-se plena, completa. Castle
entendendo o que acontecia, colocou-se sentado na cama, o peso de Kate sobre
seu corpo e a blusa ainda cobrindo-lhe os seios. Ele livrou-se da blusa e
começou a mover-se dentro dela.
Os movimentos
eram sincronizados e excitantes. Castle apertava-lhe os seios e Kate acabou por
jogar o corpo para trás dando-lhe mais espaço para explora-los. Ao sentir os
lábios ávidos sugando seus mamilos, ela gritou. Com maestria, ele sugava-os sem
perder o ritmo a penetrando. Uma, duas, três, as estocadas eram rápidas e
precisas. O movimento foi aumentado e Kate teve que se agarrar aos ombros de
Castle. Ela já estava no limite, todo o corpo arrepiava-se e começava a tremer.
Ela mal
percebeu quando a explosão começou. Apenas se deixou levar pela onda de prazer.
Castle a segurava para que não se desconectasse dele. Continuava a fazer todos
os movimentos para manter o prazer. Trocou de posição ficando por cima dela
novamente. Ele próprio começou a sentir os efeitos do orgasmo o consumindo e
com uma ultima estocada, ele se deixou levar pressionando seu corpo sobre o de
Kate.
Ficaram na
mesma posição por vários minutos. Castle deslizou para o lado dela com as
costas contra o colchão. Kate ainda sentia seu coração disparado. Mesmo assim,
ela decidiu que queria mais uns beijos. Virando seu corpo para ficar sobre o
dele, Kate começou com uma trilha de beijinhos no rosto dele até sorver os
lábios em um beijo intenso. Depois, ela continuou a trilha pelo pescoço, peito
e estomago.
- O que você
está fazendo?
- Carinhos, me
aproveitando do seu corpo...
- Nem um
descanso?
- Eu quero
mais – e tornou a beija-lo intensamente. Não havia outra alternativa senão dar
a ela o que queria. Castle sequer se lembra como tudo aconteceu realmente. A
tensão e o desejo acabaram dominando seus corpos outra vez e numa dança
envolvendo mãos, línguas, pele e lábios, eles experimentaram um novo orgasmo.
Os corpos clamavam por contato, toque, estavam cheios de luxuria e simplesmente
não podia parar de sentir prazer. Kate não se lembrava quantos orgasmos tivera
naquela noite, exceto que dormira como uma pedra ainda completamente nua sem
forças para pensar.
Castle ainda
conseguiu cobri-los com o edredom, apagando em seguida.
Pela manhã,
ele foi surpreendido com Kate na cozinha fazendo panquecas.
- Hum, que
cheiro delicioso! Inspirada, Kate?
- Ah, pensei
em fazer um agrado para o nosso café da manha. Você tem sido bem paciente com
as minhas neuroses ultimamente. Só mesmo uma forma de agradecer. Sabem como se
diz, panquecas são uma maneira de dizer “obrigada pela noite maravilhosa” – ela
sorriu timidamente para Castle.
- Eu aceito
seu agradecimento com prazer – ele sentou-se na frente dela já roubando um
pedaço da massa. Kate deu uma tapa na mão dele – você se lembra quando estava
sobre vigília naquele caso do seu fanático, o cara obcecado por Nikki? Espo e
Ryan passaram o dia me azucrinando por causa das panquecas. Eles queriam saber
se eu tinha dormido com você, o que era obvio, mas não podia dizer.
- Esses dois
são uns fofoqueiros.
- Nada! São
péssimos detetives! Ok, isso soou errado, estou falando de fofocas. Eles não
descobriram nada sobre nós até agora.
- Melhor que
continue assim. Já imaginou o que teríamos que enfrentar se soubessem? – ela
entregou o prato com as panquecas para ele acompanhado de um beijo de bom
dia.
Tomaram café
juntos e decidiram ficar o dia todo em casa. Para um fim de semana comum, eles
até que aproveitaram muito bem o que tinham a sua disposição. De volta ao
trabalho na segunda, Kate sentia-se mais confiante. Logo foram para as ruas
investigar um novo homicídio. Conforme havia combinado com Dana, ela fazia
sessões duas vezes por semana. Castle estava sempre lembrando-a dos
compromissos agendados.
Os encontros
com Dana e o tal remédio pareciam estar funcionando muito bem para Beckett.
Durante o intervalo de uma semana, ela apenas tivera uma noite com pesadelos.
Infelizmente, o mesmo de antes e estava sozinha em seu apartamento. Apesar da
taquicardia e do susto que a deixara tremendo, Kate conseguiu recuperar-se mais
rapidamente dessa vez. Ao comentar o ocorrido para Dana, a amiga acabou fazendo
uma pergunta que Kate recebeu com surpresa.
- Kate, a
noite do pesadelo, por que estava em seu apartamento?
- Porque eu
acabei ficando no distrito até mais tarde analisando uns relatórios financeiros
da vitima e quando dei por mim, era meia-noite. Castle tinha ido para casa bem
mais cedo. Tinha uma reunião com sua agente. Não quis simplesmente aparecer no
loft tão tarde.
- Essa foi a
única noite que dormiu em seu apartamento essa semana?
- Foi. As
demais eu estava no loft com Castle – Kate ficou em silencio por uns segundos –
espera, você não está sugerindo que eu tive o pesadelo apenas porque eu estava
sozinha? – ao ver a cara de Dana, era fácil deduzir a resposta – ah, não! Nem
comece com a essas ideias. Agora você vai sugeri que eu me mude de vez para o
apartamento de Castle porque lá não
terei pesadelos?
- Você que está
sugerindo. Eu nem abri minha boca. Na verdade, essa era a minha suspeita.
Quando você está sozinha, acaba visitando os pesadelos, lugares sombrios. Posso
dar um conselho?
- Você dará de
qualquer jeito...
- Faça um
teste. Convide Castle para dormir em seu apartamento uma noite, se você não
tiver pesadelos, o fato de estar sozinha é o ativador. Se tiver, descartamos o
lance da solidão. Teremos que explorar outros motivos.
- Isso é
completamente nonsense! Acho que você
está querendo me mostrar outra coisa através desse pesadelo.
- Mesmo? Agora
quer fazer meu trabalho? Então, me diga Kate, o que estou querendo fazer você
enxergar?
- Droga! Eu
cai na armadilha direitinho! Odeio você, Dana! – a terapeuta ria – eu não quero
falar sobre outro assunto, estamos aqui para tratar da minha síndrome de
pânico. Qualquer outro problema somente será comentado se eu o endereçar.
- Estou vendo
que não tenho vez mesmo como terapeuta. Tudo bem, como você quiser desde que
continue escrevendo em seu caderninho. Um dia tenho certeza que ele será
bastante útil – Kate revirou os olhos – pode fazer a careta que quiser, você
ainda irá me agradecer por ter mandado você iniciar esse exercício. Como está
sua adaptação com o remédio? Algum enjoo, efeito colateral?
- Não, tenho
me sentido bem. Nos primeiros dias tive dor de cabeça, mas depois desapareceu.
- Você contou
a Castle que está tomando medicamento?
- Não. E nem
você deve contar. Isso é parte do tratamento, só que não precisa tornar-se
publico. Estou fazendo terapia como ambos queriam, as coisas estão andando bem,
portanto nada de criar mais expectativas sobre isso.
- Certo.
Quando saiu da
consulta naquela tarde, Kate estava pensativa. Será que a teoria de Dana era
verdadeira? Ela realmente se acostumara a estar com Castle que o fato de estar
sozinha a tornava vulnerável e os pesadelos retornavam? Parece uma historia tão
improvável, furada. De qualquer forma, ela tinha uma forma de prova-la. Não
essa noite porque já combinara com Castle que dormiria no loft, mas na noite
seguinte seria a vez dele.
Estava
terminando o jantar quando resolveu tocar no assunto.
- Castle, você
tem algum problema em dormir na minha casa amanhã?
- Não, mas
algum motivo especial?
- Nem tanto,
mas as vezes sinto que estou passando tempo demais aqui. Sinto falta do meu
apartamento e não me importo se você ficar comigo. Estou te fazendo um convite.
- E eu estou
aceitando.
Na noite
seguinte, Castle acompanhou Kate até seu apartamento. Ela preparou um rápido
jantar para ambos e ficaram umas duas horas no sofá da sala vendo televisão. Ao
se recolherem para o quarto de Kate, ela cedeu o banheiro primeiro para ele.
Após um banho quente e devidamente em seus pijamas, ela se deitou ao lado dele.
Aconchegou-se no peito de Castle que acabou puxando-a para uma verdadeira enxurrada
de beijos. Os carinhos se intensificaram e quando ambos já estavam ofegantes,
ela sugeriu que seguissem para o próximo nível. Rapidamente perdeu seu pijama e
deixou Castle apenas de boxer.
A adrenalina e
o frenesi os dominaram e em poucos minutos, Kate já experimentava as sensações
pré-orgasmo. Castle aproveitava-se da sensibilidade que ela demonstrava com o
seu toque fazendo-a se contorcer em seus braços. Com destreza, ele a levou para
um orgasmo intenso entregando-se logo em seguida ao prazer também.
Cansados, porém
extremamente satisfeitos, adormeceram. Por incrível que pareça, ela dormiu como
um anjo a noite inteira, estando um passo para admitir que a teoria de Dana era
verdadeira. Contudo, Kate Beckett não cederia tão facilmente, era teimosa.
Em sua próxima
sessão com Dana, esse foi um dos últimos tópicos abordados.
- Como foi a
experiência de ter Castle com você no apartamento? Pesadelos?
- Não, eu
dormi muito bem – ela viu o sorriso no rosto da terapeuta – contudo isso não
quer dizer que Castle é a resposta para tudo e que não consigo ter uma boa
noite de sono sem estar ao lado dele. Não prova sua teoria porque... bem,
porque fizemos sexo antes de dormir. Uma calorosa rodada de caricias, beijos e
amassos, fizemos amor e isso me exauriu. O cansaço pode ter impedido o
pesadelo.
- Ah, Kate!
Vamos! Porque é tão difícil admitir que estou certa?
- Porque não
testamos realmente a teoria. Preciso testar de novo.
- Kate... –
Dana balançava a cabeça.
- É sério! Se
você quer que eu aceite suas teorias e métodos psicológicos, deixe-me testar a
teoria.
- Tudo bem,
isso é com você.
- Hoje mesmo
Castle irá dormir no meu apartamento – e ela realmente o convidou. Dessa vez,
ela não deixou que Castle a convencesse a fazer amor. Após algum tempo
namorando, Kate aconchegou-se para dormir de conchinha com ele. E pela segunda
noite, Kate dormiu o sono dos justos. Nem sinal de pesadelos. Teria que dar o
braço a torcer a teoria de Dana.
Na próxima
sessão, a revelação de Kate fez Dana rir e muito. Claro que a detetive ficou
com cara de poucos amigos depois disso, mas a terapeuta tratou de acalma-la.
- Kate, deixe
de bobagem. Desfaça essa tromba. Só porque eu provei minha teoria e você
percebeu que já não consegue estar sozinha, não é o fim do mundo. Isso não a
diminui em nenhum momento. Talvez o fato de estar sozinha, a faça lembrar do
seu primeiro ataque daí a facilidade em ativar o pesadelo. Não estou dizendo
que você não possa voltar a tê-los mesmo dormindo ao lado de Castle, porém de
alguma forma existe um gatilho entre solidão e o pesadelo. Caso aconteça outra
vez, eu preciso saber.
Porém, duas
semanas se passaram sem qualquer pesadelo quando dormia com Castle ao seu lado.
Ela já se sentia muito melhor, tanto que Dana diminuiu a dosagem do remédio.
Tudo estava entrando nos eixos. Vendo Kate melhorar a cada dia, Castle começou
a pensar em outro problema. Desde seu ultimo contato com o Dr. William não
procurara mais noticias de Josh. Será que ele voltara para a África?
Com toda a
melhora, Castle queria evitar qualquer possível contato entre Kate e Josh. Não
sabia como tratar o problema. Devia ligar novamente para o chefe de Josh?
Perguntar por noticias? Ele julgara que pelo tempo, o médico já estivesse de
volta a Africa. Querendo evitar uma situação melindrosa e certamente
assustadora para Kate, ele decidiu contatar o hospital como um paciente
qualquer que procura por seu médico. Ligou para a recepção, identificou-se como
outra pessoa e ao perguntar pelo Dr. Josh Davidson, a mocinha simpática lhe
respondeu.
- Oh, senhor
James, eu sinto muito. O Dr. Davidson não está mais trabalhando aqui. Ele está
na África com o programa “Médicos sem fronteira”. Se o senhor quiser, posso
indica-lo a outro médico – mas Castle agradeceu e desligou não dando chance
para mais perguntas.
Castle estava certo em querer evitar maiores
problemas para Kate. Se ao menos ele pudesse adivinhar o que estava por vir,
saberia que Josh era o menor dos problemas de Kate. Alias, a reviravolta que se
apresentaria em poucos dias mexeria com os sentimentos e a vida de ambos de uma
maneira inesperada e dolorosa. A síndrome de pânico de outrora, seria um
verdadeiro passeio no parque em face do real pesadelo que retornaria a vida de
Beckett. Numa bela manhã, o velho arquivo referente ao assassinato de Johanna
Beckett estava prestes a ser reaberto e com ele, velhas feridas e antigos
medos.
Continua....
5 comentários:
Você ainda vai nos matar do coração Karen! Como você para nessa horaaa rsrs
Adoro esta Fic. Ansiosa pelos próximos capítulos.
Muito Ansiosa...
Se têm uma coisa que você não "é pena das suas leitoras" 😩 É sofrença a cada capítulo,daqui a pouco quem vai está tomando os remédios que a Dana indicou pra Kate sou eu e não ela.Keren manera aí com o sofrimento 😭
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