quarta-feira, 12 de julho de 2017

[Stanathan] Kiss and Don't Tell - Cap.116


Nota da Autora: E finalmente eles voltaram... esse capitulo está interessante e vou logo avisando, a previsão do tempo é fechado com tempestades bravas de verão. Está na hora da turbulência. Prometo que será interessante e não se trata de um angst super pesado, a situação é voltada para relacionamentos. Enjoy! 


Cap.116 

Três dias depois, Stana acabara de dar um banho após Katherine saborear sua sopa. Ela estava quase adormecendo em seus braços com o ritmo da poltrona e os pequenos zumbidos que a mãe fazia. Estava pensando no que deveria fazer quando a menina dormisse. Agora que tinha os dias livres, ela precisava se organizar e ocupar. Claro que Kate tomava grande parte de seu tempo, mas não queria ficar em compasso de espera. 
Estava considerando retomar a série que estava escrevendo. Tinha pelo menos dois roteiros novos escritos por Dara. Talvez devesse começar por ai. Também precisava de livros que sempre a ajudavam a descobrir novos trabalhos e algo para a diversão. Vendo que a filha cochilara por fim, ela levantou-se e colocou-a gentilmente no berço. Pegou a babá eletrônica e se dirigiu para a sala de video. O seu notebook estava lá. 
Sentando-se confortavelmente no sofá, ela colocou o aparelho sobre as pernas e ligou-o acessando seu email para baixar todos os arquivos que Dara a enviara. Organizando-os na pasta designada para o material da série que escrevia abriu o primeiro roteiro e começou a ler. Na metade dele, Stana sentiu uma grande vontade de tomar café. Deixou o computador de lado e usou a maquina de expresso que Nate tinha colocado na sala. O cheiro maravilhoso adentrou suas narinas. Era bom demais. Voltou sua atenção para o texto com a caneca na mão. 
Ao terminar a leitura, ela estava inspirada. Fez algumas anotações de ideias que poderia usar para os próximos roteiros, redefiniu ordens e fechou o notebook. Pegou o controle remoto e ligou a tv. Foi direto para o menu onde podia ver os aplicativos que Nathan usava para jogar, viu também o aplicativo da Netflix. Escolheu clicar. Ficou impressionada com a quantidade de programas. Ao checar a lista de Nathan, não ficou surpresa ao ver Firefly, vários filmes de super-heróis, tão geek quanto seu marido. Então, ela se lembrou do que a irmã dissera. 
Por um ato de pura curiosidade, Stana buscou Outlander. Clicou no programa e escorou-se no sofá para ver o que a série tinha de tão especial para conquistar sua irmã. Bastou o primeiro episódio para ela ser fisgada. Apenas parou de assistir quando o chorinho da filha surgiu pela baba eletrônica. Definitivamente tinha encontrado uma forma de se manter ocupada. Gigi ia gostar de saber disso em seu próximo almoço. 
XXXXXXXXXXX 
Em Vancouver, Nathan encerrara seu dia de trabalho. Aproveitando que Michelle ainda ficaria no Canadá por pelo menos mais dois dias antes de voltar para Portland, ele decidiu convida-la para jantar e então revelar o que acontecia em sua vida pessoal. 
— Hey, Michelle. Quais são seus planos para hoje à noite? 
— Nada demais, ia para o hotel, comer alguma coisa e me deleitar com séries. Caramba! Sua companhia é má influência para mim, Nate. Pensando bem, você também devia se dedicar a ler os livros e assistir Desventuras em Serie. Estão quase fechando o cast para o segundo ano e você, meu caro, está em alta conta para conseguir um papel. E não esqueça que vai ter a dublagem de Cars 3 logo depois de voltar para LA. 
— Cars 3 não será um problema. Eu ainda não aceitei e nem ouvi o convite oficial da serie, Michelle. Além disso, não sei se será tão fácil fechar o acordo. 
— Claro que sim, não tem nada que o impeça. 
— Eu tenho algumas cláusulas para o contrato. Não sei se os executivos da Netflix vão ficar felizes. 
— Ok, eu me perdi em qualquer que seja a ideia que você está tentando me passar. 
— Michelle, podemos sair para jantar e conversar? O que você acha de uma boa porção de frutos do mar? Vamos ao Joe Fortes, um dos melhores da cidade. 
— Tudo bem, mas não pense que vai se livrar do seu contrato tão fácil e vai penar para me convencer que não deve aceitar esse trabalho. 
Eles saíram do set de filmagens indo primeiramente para o hotel. Após um banho, uma troca de roupa, encontraram-se no lobby e saíram caminhando. O restaurante ficava a poucos quarteirões de onde estavam. Nathan arquitetava em sua mente como iria endereçar o que precisava. A verdade era que não sabia qual a visão de Michelle nisso tudo e como ela iria encarar o fato dele manter a sua vida pessoal escondida. E Stana tinha razão, a aprovação dela importava. Claro que ele entendia que a amiga não tinha nada contra a esposa, contudo a situação não era simples, ele arriscara sua amizade pelo segredo. 
— Está calado. 
— É o cansaço. Tudo bem. 
— Se estava cansado deveria ter ficado no hotel, dormir. 
— Eu preciso de uma boa refeição, um drink e uma conversa com uma velha amiga. 
— Ah, você está com problemas. Eu bem que desconfiei. Nate, você não sai mais, não namora. O que está acontecendo com você? Amor não correspondido? 
— Mi, vamos jantar. Prometo que iremos conversar - eles sentaram em uma mesa em uma área reservada. Nathan escolheu beber Ceasars. Michelle preferiu vinho branco. Eles pediram o jantar, uma variedade de frutos do mar. Deixando a conversa mais voltada para um terreno neutro, Nathan escolheu falar das experiências no set com Ryan e Carly. Também comentou como era bom filmar em Vancouver e ter uma mudança de ares. 
— Bom saber que você gosta da cidade. Se você ficar com o papel em Desventuras, as filmagens acontecem aqui - Nathan percebeu que não adiantava ficar adiando a conversa, ela iria pressiona-lo de qualquer forma para conseguir uma resposta para a nova oferta de emprego. Suspirou para ganhar tempo e decidir como iniciaria a conversa. 
— Tudo bem, Mi. Eu ia esperar até o fim do jantar para falar, mas você não está me dando muita chance. Podemos não falar desse papel antes que eu termine de explicar tudo o que preciso? - ela olhou intrigada para o amigo. 
— Você está com problemas. Eu sabia! Quando você vai entender que não consegue me enganar, Nate? Nada que você faz passa despercebido por mim - ele teve que rir, quase gargalhou - desembucha logo, quem é a mulher que está virando sua cabeça? Por favor, me diga que é um novo amor. Não estou preparada para ouvir que se trata de uma ex. 
— Quem disse que é uma mulher? - ela entortou a boca e revirou os olhos - de certa forma é um amor antigo. 
— Por favor, não me diga que é a Christina outra vez! A Morena está às vésperas de casar então eu… - ele tocou a mão dela - certo, vá em frente. 
— Como ia dizendo, é um amor antigo. Na verdade, a primeira vez que a conheci eu já pensava que a possibilidade de me apaixonar existia só que isso não aconteceu tão rápido havia alguns percalços no caminho. Meu e dela. 
— Oh! É alguém do ensino médio? Ou da faculdade? Amor antigo que você reencontrou… nossa! Estou curiosa. 
— A nossa historia não foi simples. Demoramos para aceitar que podíamos ficar juntos. Havia uma pressão muito grande da mídia, um certo receio pelos nossos trabalhos, mas o sentimento acabou sendo maior. Ela é uma mulher incrível. Linda, educada, culta. Com um senso de humor ótimo, uma gargalhada que deixa meu coração leve e sexy, extremamente sexy. Eu sou perdidamente apaixonado por ela. Tenho sido por vários anos. E lá se vão quase cinco anos… wow! Amo tudo o que ela faz. 
— Cinco anos? Não estou entendendo. Estamos falando da época que você ainda fazia Castle. 
— De fato, o sentimento existia antes disso. Devido a natureza de nosso trabalho, tivemos que manter a nossa relação em sigilo. Não apenas para você, poucas pessoas sabem. Minha mãe foi a ultima pessoa a saber. Eu cheguei a pensar em lhe contar antes ou até esperei que você descobrisse invadindo minha casa como aconteceu com Jeff. 
— Quer parar de enrolar e me dizer quem é essa mulher misteriosa? Eu a conheço? 
— Sim, você a conhece e para ser sincero, sua aprovação importa muito para mim embora tenha que dizer que se não acontecer não mudará em nada a minha vida. Mi, você é a irmã que não tive, minha melhor amiga. Eu confio em você da mesma forma que confio no Jeff.  Espero que você se comporte e não faça um escândalo quando disser o nome dela - Nathan suspirou - estou falando da Stana. Ela é a mulher que eu amo - a cara de Michelle não era de surpresa, muito pelo contrario, ela parecia ligeiramente irritada. 
— Nate, não tem graça. Eu sei que você sempre se sentiu atraído por ela, nutriu sentimentos por alguns meses, droga! Eu o vi todo chateado, quase deprimido por amor, mas tirar sarro da minha cara com essa historia maravilhosa é sacanagem! Eu aqui toda empolgada, imaginando as possibilidades, ligando os pontos e você vem com uma brincadeira usando o nome da Stana? Faça-me o favor! Não tem graça! 
— Não é para ter mesmo e não é uma brincadeira, Michelle. Estou falando muito sério. 
— Não, você está… - ela não conseguiu completar o pensamento. Precisou de alguns instantes para assimilar o que ele falava. Todas as palavras - isso é… verdade… você e Stana? Stana Katic? 
— Sim, estamos juntos por quase cinco anos. 
— Mas, vocês… ainda estavam filmando a série e como? - completamente atônita com a descoberta. 
— Aconteceu? Não conseguíamos esconder o que sentimos um pelo outro e tivemos ajuda para contornar as situações complicadas. Dara e Chad foram ótimos aliados. 
— Marlowe sabia? Terri? 
— Eles souberam quando deixaram a série. Nós contamos. 
— Stana… - ela desviara o olhar - Meu Deus! Eu preciso de outra bebida - ela já ia fazer sinal para o garçom quando Nathan a impediu. 
— Não. Vamos para o hotel. Eu preciso de uma certa privacidade para contar o resto - ele pagou a conta e puxando-a pela mão caminharam de volta ao hotel. Devidamente seguros no quarto de Nathan, ele providenciou uma garrafa de vinho para a amiga. Estava claro para ele que Michelle não processara tudo o que ele dissera e ainda ouviria muito mais. 
Ela sentou-se na cama. Tirou os sapatos. Os olhos moviam-se junto com as mãos. Sabia que ela estava tentando entender como tudo funcionara através da linha do tempo. 
— Está abalada. Eu sei o que você está pensando. Como - entregou o copo com a bebida. 
— Isso é praticamente impossível! Você seguiu sua vida normal, suas viagens, as convenções. Como podem ter sustentado um relacionamento assim por todos esses anos? 
— Quando se ama, para tudo tem jeito. Algumas das viagens foram fachadas. Outras, como Nova York fomos juntos. Hawaii, algumas vinícolas, já tivemos no Caribe, Dalmatia. Sempre planejamos nossos passos com cuidado. Aprendemos a conviver com as poucas oportunidades que tivemos. Mesmo com toda a carga de trabalho minha e dela especialmente com Absentia. Faz parte de qualquer relacionamento, de qualquer casamento. Adaptação, respeitar o outro. 
— Espera… você disse casamento? Nathan, você não…
— Não acredito em casamentos? É, foi apenas mais uma mentira para nos proteger. Estamos casados há anos. Trocamos alianças no mesmo dia que filmamos o casamento de Castle e Beckett. As alianças que usávamos eram as nossas. Idênticas aos promps. 
— Por que não me contou? - ela parecia chateada. 
— Queríamos sigilo. Escondemos das nossas famílias por muito tempo. Se não fosse Gigi, a irmã da Stana, e Jeff praticamente nos pressionarem, eles também não saberiam. Aliás, eu tive que contar para minha mãe por causa de um outro segredo. 
— Outro? Quantos segredos você vai despejar na minha cara hoje? Estou ficando zonza! - ele precisava deixar claro sua posição. Não estava preparado para ouvir Michelle o tachando de louco ou inconsequente. Pior, a ultima coisa que esperava ouvir dela era que não aprovava suas escolhas, sua esposa. 
— Uns dois, talvez três. Mi, eu preciso que entenda. Tudo o que eu fiz até hoje, minha carreira, meu crescimento, os caminhos que percorri, ter você ao meu lado. Tudo foi importante. Mas Stana é a pessoa mais importante da minha vida. Tudo fez sentido após ela. Eu a amo perdidamente. Ela é a mulher da minha vida e se um dia alguém me pedir para escolher entre ela e o resto. Minha resposta será mil vezes Stana - Michelle percebeu o olhar apaixonado que existia nos olhos azuis. Nesse momento, ela se sentia em uma serie de tv com a revelação de um cliffhanger de inicio de temporada. 
— Você a ama. Acho que sempre amou. Desde o primeiro ano, não? 
— Talvez. Começou com atração, não nego. Evoluiu e hoje somos um casal, mais que isso, Stana me deu amor, carinho, alegria e - ele engoliu em seco contendo as emoções - ela me deu uma filha. Eu sou pai, Mi. Tenho uma familia - os olhos arregalados de Michelle não passaram desapercebidos para Nathan. Ele pegou o celular e mostrou o video que a esposa mandara para ele de Kate engatinhando. Depois, as fotos dele com a menina e Stana. Michelle não podia negar. Havia muito amor ali - essa é a minha pequena princesa, Katie. Katherine. 
— Meu Deus! Quantos meses? 
— Oito, quase nove. Ela fará um ano em março. Nasceu no dia do meu aniversario. Meu maior presente. 
— Você mudou o seu mundo em 180 graus e o fez de uma maneira que ninguém percebeu. Nate, e-eu não sei o que dizer… não estava preparada para ouvir isso - ela o fitou longamente - você esta feliz. 
— Muito. Eu não consigo expressar a minha felicidade. 
— De todas as pessoas… Stana… - ela esfregava os olhos. Será que esse último comentário era exatamente o que a sua esposa temia? Michelle não aprovaria o seu relacionamento? 
— Eu não acabei de contar as novidades, ainda tem mais uma. Jeff, meu irmão, casou-se com Gigi, a irmã de Stana. 
— Melhor eu parar de beber. É muita informação, Nathan! Jeff casou? Nossa! - ele percebeu uma mudança no semblante de Michelle. 
— O que? Você tinha esperança de se casar com ele? Sempre teve uma queda pelo meu irmão , nós dois sabíamos. Ou pretendia casar comigo? - ele riu. Ela deu uma tapinha nele. 
— Não, seu convencido. Deixa de ser bobo. Eu pensei que, bem depois daquele lance com o noivado e… eu não tenho uma queda pelo Jeff. A-acho que era meio platônico e… ah, deixa para lá. Não posso perder o foco. Você e Stana, casados. E com uma filha… a-acho que nunca imaginei essa possibilidade. E Castle serviu de pano de fundo. Espera… e quando ela foi despedida? Vocês não brigaram? 
— Foi um período complicado. Ela entrou em depressão. E-eu não gosto de falar sobre isso. 
— Acho que consigo entender. Por que está me contando isso agora? Vocês estão pensando em divulgar a relação de vocês? 
— Não, eu e Stana conversamos antes de eu vir para Vancouver sobre isso. Não queremos. Estamos protegendo Katherine. Ela é um bebê e você sabe como são os papparrazzi, a imprensa. Esperaremos para decidir sobre isso após o lançamento oficial de Absentia. Na verdade, eu conversei com Stana e falei que estava me sentindo mal por não ter contado sobre nós a você. Primeiro porque é minha amiga e segundo porque não é justo discutir minha carreira profissional quando você está no escuro quanto aos meus desejos para o futuro. Minha esposa compreende isso. 
— Minha esposa. Nunca esperei ouvir você dizendo isso. Vou demorar para me acostumar. 
— Michelle, eu preciso saber. O que você tem para falar sobre isso? Sobre minha relação, sobre Stana? - ela baixou a cabeça por um instante, deu um longo suspiro. 
— Nate, eu não vou mentir. Estou surpresa com todas as novidades, com as mudanças drásticas e sim, com a pessoa que é o centro de tudo. Por favor, não me entenda mal. Eu via você suspirando pelos corredores, quantas conversas tivemos onde você era somente elogios para ela? Quantas vezes choramingou que gostava dela e não queria esconder isso? Que detestava aquele namorado de Stana? Por varias vezes achei que ela lhe fazia mais mal do que bem. Eu reparei quando você parou de falar dela, pensei que tinha superado. Nem comentei nada porque achei que seria melhor para você esquecer mesmo… na verdade era o contrario, estava com ela. Todo esse tempo… talvez possamos dizer que é uma verdadeira historia de amor, aos moldes de Castle. 
— É a nossa historia, está longe de ser um conto de fadas, mas eu não mudaria nada. Quer dizer, quase nada. 
— O lance do segredo? 
— Não. Um pouco mais de Castle, encerrar de maneira justa. Sem o stress da demissão - Michelle sorriu. 
— Nossa! E-eu ainda estou um pouco zonza. Sabe, você é meu irmão. Sua felicidade é importante. Confesso que saber que me escondeu isso, é… qual a palavra… frustrante? Parece que você não confia em mim como eu imaginava ou Stana não confia. Então… eu olho para você. O sorriso. Acho que tiveram seus motivos… e não estava sozinho, tinha Jeff. 
— Mi, Stana aprovou de imediato quando disse que queria contar - por segundos eles ficaram se olhando. 
— Vem cá me dar um abraço! - ele sentiu Michelle agarrando o pescoço dele, beijando sua bochecha - Nathan Fillion casado! E com familia! Quando vou poder conhecer sua filha e ver oficialmente a sua esposa?
— Estava pensando no natal… 
— Uma ceia de natal na residência dos Fillions. Mal posso esperar…  
— Michelle, está tudo bem mesmo? Quer dizer, eu percebi o jeito que falou da Stana. Ela também tem um certo receio quanto a sua aprovação. Ela entende o quão importante é a sua opinião. Stana disse que você é minha irmã, quase um anjo da guarda. 
— Oh, Nate! Não fala assim. Eu não tenho nada contra a Stana, ela é uma pessoa ótima. Mulher de muitas qualidades. Talvez não tenha me expressado direito. Não gostava do que ela provocava em você. A paixão não correspondida. Agora não tenho mais que me preocupar, certo? Você a conquistou. 
— Sim, e ela a mim e a minha familia. Não tanto quanto Gigi. Aquela sim roubou até minha mãe - vendo a cara intrigada de Michelle, ele complementou - isso é historia para outro dia, deixo para que veja com os próprios olhos. Tenho mais um assunto pendente. Sobre carreira. Sei que ficará mais fácil para entender as minhas escolhas daqui para frente. Vir para Vancouver exigiu sacrifícios. Esse novo papel também será em uma serie gravada aqui. Não posso tomar essa decisão sozinho. Você me entende? 
— Claro. Acha que consegue decidir até o natal? Não teremos muito tempo. 
— Sim, daremos uma resposta até lá. Preciso dormir, amanhã filmo cedo - Michelle se levantou da cama, abraçou-o outra vez. Ele sorria - parece que tirei um peso das minhas costas. 
— Não pense que acabou. Eu quero maiores detalhes. Você joga varias bombas em mim, preciso me recuperar. Porém, vou logo avisando. Quero explicações longas e picantes. 
— Você falou igual a Gigi. Acho que ela vai gostar de você desde que não mexa com o homem dela. Ah, Jeff tem uma esposa muito possessiva. Vá com calma. 
— Pare de dizer que eu gostava do Jeff. Não me arrume problemas e você está perdendo o foco. Não estava brincando com as explicações. Devem ser altas revelações. 
— Quer parar? É assunto intimo. 
— Meu amor, com uma mulher como Stana Katic ao seu lado, depois do que vi naquele beijo de Always, picante é o mínimo! E sim, quero entender essa loucura de familia com o Jeff… boa noite, captain - beijou o rosto dele - te vejo amanhã. Não volto para Portland sem essa historia. 
— Boa noite, Mi. 

XXXXXXXX 

Após a última conversa que tivera sobre o assunto ciúmes, Jeff decidiu que estava na hora de tirar a sua desconfiança a limpo e resolver de vez esse assunto inacabado que estava na sua mente por algum tempo. Ele checou sua agenda naquela quarta-feira e escolheu a parte da tarde para aparecer de surpresa na loja.  
No fundo, ele esperava encontrar a esposa trabalhando sem maiores problemas, contudo uma parte de seu cérebro não descartara a possibilidade de presenciar algo estranho com o tal empresário. E ele se odiava por isso!  
Por volta das três da tarde, Jeff entra na loja de decoração.  
Ele encontrou a esposa conversando com uma moça que tinha uma peça de cristal nas mãos. Gigi orientava sobre onde colocar o item, aparentemente nem sinal do Steve.  
— Com licença, senhor. Precisa de ajuda? - uma das moças da recepção se aproximou.  
— Eu estou procurando por ela - apontou na direção de Gigi.  
— Oh, claro! O senhor é fornecedor? - ele caminhava ao lado da moça, em sua mente respondia a pergunta dela com um "de certa forma", sorrindo ele falou.  
— Não, eu sou o... - nesse instante, Gigi vira-se e ao vê-lo faz logo a festa.  
— Jeff! Que surpresa boa, amor! - ela já estava na frente dele beijando-lhe os lábios - Carol, Joan, esse é meu marido Jeff. Ele não é lindo? Podem confirmar só não olhem muito porque ele é meu - Jeff riu, o rubor em seu rosto logo apareceu - o que faz aqui?  
— Eu prometi que vinha te visitar um dia na loja, não?  
— Ah! Isso é ótimo. Quer o tour especial? Podemos aproveitar bastante já que o Steve não está aqui - o jeito levado que ela olhava para ele fez Jeff relaxar um pouco.  
— Tudo bem, vamos fazer o tour - claro que ele estava um pouco decepcionado, queria ver como era a relação dela com o tal Steve. Mesmo assim, adorou ver a motivação da esposa ao mostrar-lhe tudo o que trabalhava, suas ideias, o que já concluíra em tão pouco tempo. Era incrível quanto esforço e energia ela colocara naquele lugar. Também ficava orgulhoso ao ver a forma como ela se dirigia as pessoas, as pequenas brincadeiras. Um dos rapazes parou-os para perguntar sobre o lugar de uma peça, ela prontamente deu as instruções necessárias. Todos pareciam gostar muito do ambiente de trabalho onde estavam inseridos. Algumas pessoas mais despachadas teciam elogios a Gigi porque queriam que Jeff ouvisse o quanto gostavam de trabalhar para ela. 
Satisfeita com o fim do tour, ela foi até um canto da loja onde estavam seu computador, suas plantas e a maioria de seu material de trabalho e obrigou Jeff a sentar-se. A recepcionista e também secretária de Steve se aproximou perguntando se eles precisavam de algo. Gigi pediu café e água para os dois. Acariciando a mão dele, perguntou. 
— Então, você está de folga? 
— Eu sai para visitar um cliente, almoçamos juntos discutindo um evento e decidi vir até aqui ao invés de dirigir de volta para o escritório. Pretendo ir para casa em seguida. Posso trabalhar de lá. Você almoçou? 
— Sim, comprei uma salada no caminho para cá. Tive que ir ao escritório primeiro, estou aqui desde às dez e Steve não apareceu. Eu precisava discutir alguns pontos com ele. Não estava muito a fim de voltar amanhã. Estou vindo aqui apenas duas vezes essas últimas semanas. Na próxima eu devo ficar mais aqui. Ir apenas na sexta para o escritório. Menos de um mês para acabar. 
— Você está indo muito bem. Todos gostam de você, Gi. Devo acrescentar que gerencia seu time muito bem. 
— Eles são bem fáceis de lidar. São competentes e escutam, na maioria das vezes. Gostaria de dizer que sempre tenho equipes assim, não é verdade - ela sorveu um pouco de café. Um dos rapazes se aproximou. 
— Com licença, dona Gigi. A peça amarela que a senhora estava esperando chegou. Onde devo coloca-la? 
— Pode trazer para a caixa para o meio da loja. Colocarei no alto da prateleira da exposição living colours. Traga a escada também - virou-se para Jeff - desculpa, amor. Eu realmente preciso supervisionar isso. 
— Que isso, Gi. Eu estou atrapalhando seu horário de trabalho. Sem problemas - ele recebeu um beijo estalado. 
— Você não atrapalha nada. Pode me observar trabalhando - foi o que ele fez, virou a cadeira para vê-la em ação. 
O rapaz subiu na escada levando consigo a peça. Guiado pelas orientações de Gigi, ele se esforçava para entender o que ela queria. Ao receber o sinal da arquiteta concordando, ele desceu as escadas. Gigi se dedicou a observar o conjunto como um todo. Não parecia satisfeita.  
— Hum, não acho que esteja bom ainda - sem pensar duas vezes, ela subiu os degraus da escada mexendo outra vez no local onde a peça amarela estava posicionada. Trocando-a de lugar, ela se afastou um pouco segurando na lateral da escada - preciso ver como um todo...- quando descia, um homem grisalho que Jeff automaticamente identificou como Steve surgiu amparando Gigi pela cintura.  
— Hey... cuidado ai, Gigi. Não quero que nada aconteça a você - assim que ela fincou os pés no chão, ele beijou a bochecha dela.  
— Obrigada, Steve. Prometo não causar um acidente. Estou tentando criar uma harmonia nesse display. Acho que preciso de tons de vermelho.  
— Gigi querida, você é a expert! - Jeff estava de cara amarrada, literalmente bufando. Que intimidade é essa? Gigi não percebera. Estava tão concentrada na tarefa que por breves minutos esquecera-se da presença do marido. Com um outro objeto de decoração vermelho, ela subiu a escada.  
— Deixe-me ajudá-la - disse Steve segurando firme as laterais da escada para ela. A posição era estranha, parecia que ele estava com o rosto quase no traseiro de Gigi. Jeff não gostou nada da forma com que o cara olhava para sua esposa. Ele tinha razão! Esse filho da mãe tinha segundas intenções! Jeff apertava os punhos tentando controlar a raiva. Se explodisse ali iria fazer papel de idiota, mas o pior seria arriscar o emprego e a carreira de sua esposa. Respirava fundo para não fazer uma besteira, o que era uma tarefa muito difícil.  
Gigi desceu e contemplou o que fizera. Sorriu satisfeita.  
— Bem melhor! - foi quando ela lembrou-se que o marido estava ali - o que acha, amor? - Steve abriu a boca para responder, Jeff percebeu e se antecipou.  
— Ficou perfeito, Gi! - ela virou-se para fita-lo sorrindo, percebeu o jeito estranho que Steve demonstrara.  
— Não vai falar nada, Steve? - ela disse se encaminhando na direção do marido.  
— Está... está ótimo. Como sempre.  
— A propósito, deixe-me apresentar meu marido - ela entrelaça os dedos nos de Jeff - Steve Mackenzie, esse é Jeff Fillion. Ele veio me visitar. Estava curioso para ver a loja. Finalmente o conhece, devo dizer que ansiava por esse encontro. Ele não é lindo? Dá para perceber porque eu sou louca por ele, não?  
— Oh, claro! - ele estendeu a mão - é um prazer finalmente conhece-lo. Não para de falar de você sempre que pode. Sua esposa é incrível. Uma profissional dedicada, atenta aos detalhes e muito divertida. Eu estou muito satisfeito em trabalhar com ela e ficarei imensamente feliz em recomenda-la para meus próximos projetos. 
— Aposto que sim - disse Jeff com um tom estranho apertando firmemente a mão do seu suposto inimigo - ela é excelente no que faz. Tenho certeza que não vão negar a sociedade para ela assim que terminar esse projeto.  
— Eu ficarei mais do que feliz em sugerir isso ao chefe dela e recomenda-la. Pode contar comigo. 
— Steve, eu estava esperando você aparecer para discutir um detalhe sobre o segundo piso. Preciso da sua opinião e aval para encomendar o material necessário. Alguns eu tenho provavelmente no depósito, mas outros terei que comprar - ela andou até a mesa onde seu material de trabalho estava. Steve a seguiu. Jeff ficou mais atrás observando a interação entre eles. Gigi se debruçou sobre a planta explicando o que pretendia fazer com o material que tinha e porque precisava de mais. Steve escutava atento as recomendações da design enquanto Jeff tentava manter a calma. 
Então Steve fez algo que quase tirou o chão de Jeff. Ele se inclinou ficando muito próximo de Gigi, porém isso não foi o pior. Jeff percebeu que o cara parecia estar cheirando o cabelo de Gigi? Era isso mesmo? Ele estava… ficou vermelho na mesma hora. Sua vontade era se meter no meio dos dois, socar a cara do sujeito e sair puxando a esposa para longe dali. Precisou de uma força sobre-humana para não perder o controle. 
Gigi não percebia, estava focada em descrever o que precisava. Após terminar sua explicação, ela virou para o empresário sorrindo. 
— O que acha? 
— Perfeito como sempre. Claro que está aprovado! Pode implementar. 
— Ah! Você é ótimo, Steve. Facilita e muito a minha vida - inconscientemente e sem qualquer  má intenção, ela toca o braço do empresário acariciando um pouco o local. Ele sorri. Jeff começa a se aproximar, a raiva presente nos olhos azuis. Nesse instante, Steve completa o pensamento. 
— Por que não encerra por hoje, Gigi? Vá para casa, curta seu descanso com o seu marido. Vejo você na sexta - ele virou-se para Jeff estendendo a mão - foi um prazer conhecer você, Jeff. É um cara de sorte - sentiu a fúria nos olhos e a força no aperto de mão. 
— Ah, que maravilha! Isso é ótimo. Vamos poder chegar cedo em casa, amor. Aposto que teremos um ótimo jantar nos esperando. Vou dispensar a equipe. Já volto - ela se distanciou dando a oportunidade dos homens ficarem frente a frente. Não se aguentando, Jeff falou. 
— Muito cuidado com o que você faz. Nem se atreva a cruzar a linha. Estou dizendo isso na sua cara para que fique ciente e juro que só não quebro seus dentes em respeito a minha mulher. Entendeu? 
— Ciúmes… o ingrediente que pode acabar com qualquer casamento. 
— Não pedi sua opinião, perguntei se você entendeu o que falei. 
— Entendi e vou lhe dar um conselho. Esqueça o ciúme. Você não precisa disso, sua mulher é louca por você. Ninguém tem chance. Aliás, belo aperto de mão, provou bem o seu ponto. Talvez devesse repensar sua estratégia antes que o tiro saia pela culatra. Possessão é um problema. Ela pode não parecer tão difícil se continuar com esse discurso, sabia? - Gigi apareceu ao lado de Jeff outra vez. Percebeu um clima estranho. Ela fechou o notebook, pegou a bolsa e atracou o braço no do marido.
— Vamos logo, Jeff… estou louca para chegar em casa, tomar um banho e uma taça de vinho - puxou o marido em direção a porta - tchau, Steve - do lado de fora, ela voltou a perguntar do marido - nos encontraremos em casa, certo? Você está de carro. 
— Não. Hoje eu fui de carona para o escritório. Peguei um Uber para vir aqui. 
— Ah, isso é ótimo. Vai voltar do meu ladinho para casa. Quer dirigir? 
— Não - ele entrou do lado do passageiro. Gigi sabia que tinha algo o perturbando. Tudo bem, ela não era cega. Jeff estava chateado por causa de Steve. Ela era capaz de apostar que continuaria insistindo na ideia de que o empresário queria algo mais com ela. Tudo o que queria evitar era uma discussão, mas não parecia ser essa a vontade do marido. 
— Está cedo. Que tal a gente ir para algum lugar antes? Vamos ver o por do sol em Santa Monica que acha? 
— Não, Gigi. Vamos para casa - ela suspirou e concentrou-se em dirigir. Não queria perder a paciência ainda. Ao chagar em casa, ele entrou primeiro embora a esposa viesse logo em seu encalço. 
Dona Cookie viu o filho entrar em casa se dirigindo as escadas.  
— Vocês chegaram cedo hoje, Ainda nem comecei a fazer o jantar e... Jeff? Filho…? - tarde demais Jeff subia os degraus com pressa sem olhar para trás. Ao ver a nora entrar em casa, ela perguntou apenas por conveniência, pois a resposta estava clara - o que aconteceu, Gigi?  
— O que a senhora acha? O emburrado do seu filho aconteceu. Ele e o ciúme ridículo dele! - ela suspirou - preciso me preparar para dizer umas verdades para o meu marido - começou a subir a escada, Cookie tinha uma ideia do que a nora estava falando. Jeff deixara o passado o dominar e podia apostar que estava relacionado ao trabalho de Gigi.  
Jeff estava de costas para a porta do quarto, já desabotoava a camisa. Os movimentos bruscos indicavam a sua raiva. Gigi fez questão de ficar de frente para o marido, cruzou os braços.  
— Vai me contar o motivo dessa cara amarrada? Você vai ao meu local de trabalho supostamente me visitar, de repente fecha a cara porque algo aconteceu, vale ressaltar, somente na sua cabeça e passou o caminho todo calado, me ignorando como se eu fosse invisível. Apesar de ter uma ideia do que se trata, acho que mereço uma explicação portanto vou perguntar: qual é o problema, Jeff? - ele permaneceu calado por alguns segundos - Jeff? Eu estou esperando.  
— Não acredito que você não saiba.  
— Eu quero ouvir de você! - elevou a voz fitando-o com uma certa apreensão no olhar. 
— Como pode não perceber o que aquele cara quer com você? Não pode ser tão cega! Ele deseja você.  
— Steve... quer insistir nesse assunto? Meu Deus, Jeff! Você vai até meu trabalho para supostamente me visitar e por um instante eu fiquei feliz de vê-lo, então Steve chegou e tudo mudou. Você se calou, ficou sério e emburrado. Achava que eu não tinha percebido? Não sou idiota. Bastou Steve chegar para tudo mudar. Eu tive que disfarçar que estava tudo bem porque meu marido simplesmente estava considerando a possibilidade de fazer uma cena no meu local de trabalho, arriscar todo o esforço e energia que coloquei nesse projeto e por que? Ciúmes bobos e injustificáveis. 
— Injustificáveis? Ah, por favor! Aquele cara baba em você! Primeiro foi a “ajuda” na escada, aquela posição, você não viu a expressão no rosto dele enquanto colocava a peça na prateleira. Ele tinha a cara praticamente no seu traseiro! Só que ficou pior. Quando você foi para a mesa. Ele se debruçou ao seu lado e cheirou seu cabelo, estava quase fungando em seu pescoço. Como pode achar esse comportamento normal? Ele quer dormir com você, Kristina! Tive que fazer um esforço imenso para não voar até onde vocês estavam e socar a cara dele. Minha vontade era enche-lo de porrada! E não me diga que é ciúme bobo, não pode ser tao desligada para não perceber as investidas dele, Kristina. 
— Ah, claro! Porque socar a cara de Steve ia de fato resolver seus problemas. Adivinha? Não vai! Você apenas irá liberar sua testosterona e agir como um homem das cavernas! Eu não sou uma princesa indefesa que precisa de um macho para defende-la e pensar em sair na porrada com alguém por minha causa chega a me ofender - ela suspirou andando de um lado para o outro criando coragem para continuar. 
— Droga, Jeff! Eu não quero brigar por causa disso! - ela passou a mão nos cabelos - ótimo! Já vi que não tenho alternativa. Se quer falar sobre Steve, excelente! Vamos falar sobre Steve. Sim, eu sei que ele se sente atraído por mim. Não sou ingênua. A diferença entre eu e você é que não me deixo afetar por isso. Precisa-se de dois para dançar o tango, não é o que dizem? Steve está sozinho nisso. A única razão porque não queria discutir esse assunto, que não admiti o que você tanto queria é simples: eu não tenho qualquer interesse nele. Não há razão para você suspeitar de mim. Eu queria que esquecesse essa ideia insana, Jeff. 
— Esquecer? Mesmo sabendo que o cara está te cercando, esperando por uma oportunidade para cruzar a linha? 
— Eu não acabei de falar. Se ele, em algum momento, cruzasse a linha, eu ia me defender. Eu posso impor minha vontade. Não entendo porque você insiste que algo pode acontecer. Isso não é suficiente? - ela quase esfregou a aliança na cara do marido - eu sou casada! Eu amo meu marido, meu Jeff. Como pode ter dúvidas disso? Você, de todas as pessoas? - a mão foi involuntariamente para o pingente de gota em seu pescoço.  
— Você não entende… mesmo que não seja sua intenção o flerte é natural. Você sequer percebe. Isso lhe dá esperança. Uma noite trabalhando até tarde, talvez jantando na loja, ele pode dar a ideia de beber um vinho, você aceita e uma coisa leva a outra e… já aconteceu uma vez e… 
— Oh, meu Deus! Você realmente montou um cenário na sua cabeça? E-eu não acredito… você… está… não confia em mim, Jeff? 
— Eu confio! Não confio em Steve! Seria tão errado assumir que isso poderia acontecer? Ele faz seu tipo… 
— Meu tipo? Como você pode… - então a ficha de Gigi caiu e a realização do fato apenas serviu para deixa-la mais furiosa com a insinuação e triste com o rumo que a discussão tomou - Jeff, de todas as coisas que você poderia me acusar ou brigar a meu respeito essa é definitivamente a pior. Você está me comparando a ela! Está inferindo que eu agiria como Julie? - a mão segurava a gota com força, os olhos ardiam por conta das lágrimas. 
— É você que está concluindo o pensamento, não eu. 
— Você pensou! Posso ler em seus olhos. Não me engana, Jeff. 
— O cara não vai ceder! - o ato seguinte o pegou desprevenido. Gigi ergueu a mão acertando o rosto dele em cheio. 
— Eu não sou Julie. Vá para o inferno, Jeff! - virou as costas e desceu as escadas em disparada. 
— Gigi, querida, você está… 
— Agora não, dona Cookie. Estou de saída. 
— Filha, o que aconteceu?
— Seu filho aconteceu! Homens e suas mentes idiotas, acham que tudo se resume a eles e a maldita testosterona - saiu batendo a porta sem qualquer chance de dona Cookie tentar acalma-la. A sogra suspirou. Tinha uma leve ideia do que acontecera entre os dois. Ciúmes sim, mas conhecia seu filho o suficiente para desconfiar que a razão estava atrelada ao passado. Subiu as escadas. Encontrou Jeff sentado na cama com o olhar perdido, visivelmente abatido. 
— Jeff… - ele a fitou vagarosamente, o semblante arrasado, ela sentou-se ao lado dele - por que insistiu em trazer o passado à tona, filho? Por que colocou-o entre você e Gigi? Eu pedi para não fazer isso. 
— Porque eu sou um idiota que claramente não sabe dar valor a mulher que tem. Eu a ofendi, mãe. Não era minha intenção, mas eu estraguei tudo. Ela tem todo o direito de me odiar, eu mereci a tapa que recebi - ele tocou o rosto ainda vermelho - eu preciso consertar o que fiz ou ela não voltará para casa, nem sei se ela vai me perdoar… - a mãe o abraçou. 
— Sabe, eu poderia usar a máxima do “eu te avisei”, porém você mesmo reconhece que errou. E continua errado, filho. Gigi vai voltar, ela somente precisa de um tempo para se acalmar. Ela o ama, Jeff. 
— Ela insinuou que eu a comparei a Julie. E-eu acho que inconscientemente eu fiz isso e estou me odiando por ter cogitado algo assim da minha esposa. Ela não é Julie, mãe. Ela é a mulher mais incrível que eu já conheci. Deus! A ideia de perde-la para outro homem é… 
— Boba, idiota e completamente fora de questão. E você sabe disso, mas palavras e emoções podem nos trair. Foi exatamente o que aconteceu com vocês. Precisa esfriar a cabeça e se preparar. Pelo que conheço de Gigi, a conversa que vocês terão não será fácil, está longe de terminar. Ela ainda tem muito a dizer, Jeff. 

— Eu sei… - Cookie aconchegou a cabeça do filho em seu colo e acariciou seus cabelos enquanto ele fechava os olhos e pensava em como se redimir com a esposa.


Continua....

5 comentários:

Gessica Nascimento disse...

Perfeito Karen! Adorei a conversa do Nathan com a Michelle. Uma verdadeira conversa de irmãos, muito linda a interação dia dois. Louçã para que o três se encontrem e se entendam!!!
E o Jeff, o que dizer? Complicado! !
Adorei o capítulo 😍😍😍

rita disse...

Excelente capítulo!! Espero que o Jeff saiba como contornar a situação e que eles façam as pazes. Gosto muito do casal. Em relação ao Nathan também gostei muito da conversa que ele teve com a Mi. Esperando que ele volte logo e tudo continue bem entre ele e a Stana. Saudades de CASTLE!! Abraços da amiga.

cleotavares disse...

Fiquei imaginando a cara de espanto da Michelle. São muitas informações para uma pessoa só. Quero muito o encontro da Michelle com a Stana e Kate.
Quanto ao nosso segundo casal, que bafafá gente! O Jeff pegou pesado com a Gigi e agora a treta está armada. E se a Michelle aparecer nessa situação e o Nathan soltar uma brincadeira.......quero nem pensar.

Unknown disse...

Nossa espetacular e a palavra parabéns Karen pois você conseguiu de novo nós transporta para o momento; conseguir visualizar a cara da Michelle na hora que o Nathan conta toda a verdade a ela ,como também senti a dor nós olhos da Gigi nossa foi cruel mas acredito que eles vão superar tudo isso.
Morrendo de ansiedade para o próximo, louca de vontade de vê o encontro da Michelle com a Staninha e a princesinha Kate, esperando que Jeff consente a bagunça que ele fez pois só ele pode faze-lo .
Antes de termina gostaria de vê dona Rada de novo e a pequena Anne pois ambas faz falta, gostaria de saber também ser vai de a renovação dos votos pois eles merece te uma cerimônia com todos os familiares, creio que vai ser sensacional.
Agora eu queria de parabenizar de novo, você não faz idéia como suas fins estão me ajudando a superar perdas ,com elas posso esquecer um pouco do sofrimento dos últimos cinco meses ,quando perdi meu irmão e agora no último dia 01 pedir minha mãe é difícil, e nunca será como antes.
Então eu agradeço a você e lhe parabenizo pois com suas fins tenho certeza que não só me distrair como as demais pessoas que lê elas ,obrigada e obrigada espero que não demorem muito a postar outras.
Desculpem pelo desabafo; só falei pois significa muito para mim ❤❤❤❤❤❤

Vanessa disse...

Gosto desse lado mãe de Stana se dedicando a filha, mas sem esquecer da parte profissional.
E tb gostei da forma que vc está desenhando os projetos profissionais dela.
Stana se rendendo a Netflix e a uma serie especifica.
Não queria ser Michelle para receber tantas bombas assim de uma vez.
Achei engraçado ela achar que ele estava zoando ela ao falar que a mulher misteriosa era Stana. Adorei com conversa de Nathan com Michelle, estou ansiosa para o natal.
Eu fiquei grilada com esse lance da nova série. Ate achei legal ele falar que não pode decidir sozinho. Mas como já li os próximos capítulos, estamos em dezembro (perto do natal- prazo que Michelle pediu para ele dar uma resposta, e ele ainda não falou com a Stana sobre isso. Até entendo ele querer estar perto para falar, porque se falar com ele estando longe, seria complicado. Mas tb está bem em cima né? Só pensando...
Vamos a Giff... Ja não tinha gostado das flores, quanto mais da atitude desse Steve na frente do marido dela.
Entendo Jeff ter quase partido a cara desse sujeito. Achei bem bacana ele pensar no trabalho dela e não fazer isso.
Jeff estava nervoso, e ai juntou o trauma, o medo, e etc. Enfim, "deu ruim".
Nunca vi Jeff tão bravo assim. Pausa para dizer que gostei de ver ele perder a linha. Ele é sempre tão tranquilo.
O ciumes de Jeff não é ridiculo, é humano. Ele sempre frizou que confiava nela e não no cliente.
Não estou defendendo Jeff, acho que estou fazendo o papel de advogado do Diabo hahaha
Gigi queria evitar a discussão a todo custo, mas tem coisas que precisam ser faladas. Mas acho que Jeff estava nervoso demais para ter essa conversa, talvez tenha se tivesse esperado ele se acalmar um pouco...
Adoro minha bichinha, mas ela foi meio injusta com ele desmerecendo o que ele estava sentindo, classificando como bobo.
Sei que ela pode considerar bobo porque ela ama ele e jamais o trairia. Mas aparentemente ela esteve do outro lado (cap 97) e deveria saber melhor como essas coisas funcionam.
Atirar na cara de Jeff que ela sabia que o cliente se sente atraido por ela tb não ajudou. Mas gostei da parte do tango.
Alem do mais ela não deu crédito ao marido por ele não ter feito nada no trabalho dela. Do jeito que ele estava, isso conta muito. Não que ele mereça um premio por isso, mas gostei da atitude dele.
Tem outro fator, não é facil Jeff imaginar que eles tem muito contato no trabalho e que o cara vai continuar investindo. Não sou team Jeff, ok? hahaha
Gigi foi bem enfática dizendo que ela reagiria se o cliente fizesse algo. Afinal como Bob diz: "ela não leva desaforo para casa"
Ela está certa em se chatear com as duvidas que Jeff parece ter.
Agora que a coisa desanda ao Jeff mostrar o cenário que ele deixou criar em sua mente.
Mas piorou porque ao inferir que poderia acontecer e que o cara é o tipo dela, ele demonstrou não confiar nela como disse. E pior, ele a comparou com a ex que o traiu.
Isso magoou e irritou demais minha bichinha. Posso dizer que Jeff mereceu o tapa.
Eu fiquei com pena de dona Cookie que não pôde fazer muito ao ver a filha sair correndo daquele jeito.
Então ela foi até filho. Até quando ela fala que o alertou sobre não fazer isso, ela é amorosa, não é como se tacasse na cara dele.
Como não ser a fã #1 dessa mulher?
Jeff percebe a besteira que fez, e achei legal ele não ir atrás da esposa. Todos sabem para onde Gigi vai.
Conversar irritado não da certo. Acho que o tapa despertou Jeff para a merda que ele fez.
Nunca vi meu bichinho tão inseguro assim. Dona Cookie sendo maravilhosa e ja prevenindo outra DR. Pausa pra dizer que achei fofinho ela conhecer tão bem a filha. ?
Vamos para o capitulo mais difícil...