sábado, 7 de abril de 2012

[Castle Fic] Rise Again - Cap. 17


Nota da Autora: Esse é o último capítulo light antes da tempestade, tentei colocar algumas coisinhas shippers para tirar a tensão que nós, Casketters, estamos vivendo. Espero que gostem! E desculpem se não ficou legal, a inspiração me abandonou durante o capítulo. E se preparem, porque a tempestade vem aí.


Cap.17


Hoje era noite de reality show – “Night of Dance” apresentado por Brad Melville. Na noite de dança latina, a competição está cada vez mais acirrada porém, ao chamar os dois primeiros competidores apenas Santino aparece e nem sinal de Odette. O motivo? Ela estava morta em seu camarim.



Na casa de Richard Castle...


- Adivinhe quem encontrei no salão de beleza hoje?

- Mãe, estou em um momento crítico...

- Oona Marconi.

- Oona Marconi, a crítica de teatro?

- Pensei se poderia convidá-la para o jantar e pedir para mencionar minha escola de atuação em uma de suas colunas. Seria uma publicidade inestimável.

- Sim, mas dependerá do tipo de menção. Está esquecendo a crítica dela sobre sua interpretação de Maggie em "Gata em Teto de Zinco Quente"?

- Isso foi em 1983. Acho que já superei.

- "Martha Rodgers como Maggie, a gata, é mais uma gatinha indefesa, miando e sacudindo as mãos quando não nem era o momento".

-Você decorou?

-Não pude evitar. Você andava pelo apartamento repetindo por meses. Mãe, só estou dizendo, talvez não seja uma boa ideia pedir um favor desses a alguém que foi tão... indelicado com você no passado.

- A palavra-chave aqui é "passado". Acho que posso ascender. Além disso, minha escola de atuação é mais importante para mim que um velho rancor.

-Muito maduro de sua parte, mãe.

-Obrigada.

- "Se Tennessee Williams soubesse os crimes que Martha Rodgers cometeu contra esse público, em seu nome, ele teria sido preso por agressão."

- Ascender. Martha repetiu.

Ao caminhar para outra cena de crime com Beckett, ele contava a mais nova invenção da mãe. Conversar com ela sobre seus assuntos domésticos era quase uma rotina. Se alguém de fora os visse conversando assumiria que eles era casados.

- Qual é, Castle. Quão ruim essa crítica pode ser?

- Só tenho medo que ela vá se decepcionar. Você conhece a minha mãe. Por fora, um osso duro de roer. Mas por baixo daquela falsa bravura... uma manteiga derretida.

- Olá, Lanie.

-Quem é nossa vítima?

-Odette Morton. Causa da morte: um único tiro no coração. Provavelmente uma 9mm. Ela morreu na hora. A bala atravessou-a.

A menos que o assassino tenha usado silenciador, alguém deve ter ouvido o disparo.

- Não necessariamente. De acordo com o gerente de palco, esta área fica vazia assim que a gravação começa. E a abertura pirotécnica poderia encobrir o tiro.

- Supondo que ela foi baleada quando o programa começou.

- E parece que ela foi.

A maquiadora terminou com Odette às 14h45, a gravação começa às 15h, e ela foi encontrada às 15h04.

- 19 minutos. Não é uma grande janela.

- Veja se os funcionários viram alguém por aqui essa hora.

- Pode deixar.

- Pode conseguir a lista de convidados que vieram à gravação hoje e que passaram pela segurança?

- Já temos, mas essa não é a única forma de entrar aqui. Há uma porta com saída para o beco. O pessoal gosta de deixá-la aberta para sair e fumar.

- Então nosso assassino teve a sorte de achá-la aberta.

-Ou foi alguém de dentro.

-É o meu palpite. Odette estava a um passo de ganhar o programa. Acho que um dos concorrentes fez isso. O quê? Eu assisto o programa. Odette era minha participante favorita. Ela era um herdeira criada pelo avô rico, uma riquinha seguindo o caminho errado, então um encontro com a morte a fez mudar de atitude.

-É uma ótima história.

-Exceto pelo fim.

- Preciso dizer, dra. Parish. Nunca te imaginei como uma fã do "Night of Dance".

- Não sou. É só que... quando eu era jovem, mais do que tudo, eu sonhava ser bailarina. Se não estava dançando, estava pensando em dançar.

- E o que aconteceu?

- As meninas "aconteceram" quando tinha 13 anos – ela apontou os seios - Não há muitas bailarinas "cheinhas" por aí.

-Eu acho que deveria ter. Castle falou e Beckett rebateu.

- Claro que acha.

- Não é o que eu quis dizer. Embora...

- Odette tinha algum parente próximo?

-Paul Morton, seu irmão.

-Ótimo, tragam-no aqui. E fale com os outros competidores. Quero ver se alguém estava levando esta competição a sério demais.

Ryan e Esposito foram entrevistar os outros concorrentes. E descobriram que Odette deu uma saída mais cedo no dia da gravação, o que sugeria algo importante já que os produtores não gostavam muito quando os competidores saiam nesse dia. Também descobriram outra coisa.

- A Polícia de NY agradece por sua colaboração.

- A você também.

- Que droga! Você viu isso? Ela agiu como se eu não existisse.

Ryan estava frustrado.

- E não existe desde que colocou essa aliança no dedo. Costuma se tornar invisível para mulheres solteiras.

Ryan não pareceu convencido com as palavras de Esposito.

No distrito, Beckett entrevistava o irmão.

- Nunca a vi tão feliz como nos últimos meses. Não acredito que minha irmã esteja morta.

- Soubemos que ela teve... alguns problemas no passado.

- Há alguns anos, nosso avô morreu e Odette não aceitou bem. Largou a escola, terminou o namoro com um cara legal, começou a sair com gente ruim.

- Que tipo de gente ruim?

- Festeiros e drogados. Foi presa várias vezes. Mas depois do - acidente, ela deixou tudo para trás.

- Como foi esse encontro com a morte?

- Descarrilamento de trem no ano passado. Odette estava a bordo. Ela sobreviveu, mas a assustou demais. Mudou sua vida. 6 meses fazendo dança e logo depois soube que fez audição para "Night of Dance" e foi aceita. Finalmente achou um caminho na vida. Estava tão perto de realizar seu sonho.

- Há alguém da antiga vida de Odette que poderia ter voltado para causar problemas?

- Não que eu saiba.

- E no show? Alguém com quem não se dava bem?

- Ela mencionou alguém, outro competidor. Acho que disse que o nome era Eddie.

Beckett voltou ao estúdio do programa com Castle. Queria falar com os produtores.

- Detetive Beckett, estão esperando por você.

- Obrigada.

- Detetive Beckett, como coautor e produtor executivo de "Night of Dance", Instrui meu pessoal a fornecer tudo que precisar para ajudar a solucionar este assassinato.

-Qualquer coisa.

-Absolutamente.

- Obrigada. Odette disse ao irmão que havia alguém no show com quem não se dava bem.

- Eddie Gordon, mas ele não está mais aqui. Semana passada, Eddie e Odette apresentaram um número inspirado em Bob Fosse para a eliminação. Nós votamos e mandamos Eddie para casa. Ele ficou furioso.

-Quão furioso?

-Precisa entender que todos os competidores estão neste show para contar suas próprias histórias familiares. Odette era a pobre menina rica e Eddie era o menino do lado errado da trilha. Nós escolhemos Eddie para trazer o drama. Eddie trouxe o drama e não apenas para as câmeras. Estava furioso quando o mandamos embora. E todos lhe demos um sermão.

-Ele foi muito grosso.

-Tive que chamar o segurança.

- Ele os ameaçou?

- Digamos que fiquei aliviado quando ele foi embora. Irônico, na verdade.

-Como assim?

- Pelas regras, se um competidor não pode continuar, o último dançarino eliminado volta no seu lugar.

- E esse dançarino é Eddie Gordon. Castle olhou para Beckett que anuiu com a cabeça. O produtor mandou o vídeo gravado na saída de Eddie para o distrito.Eles não exageraram, ele estava com muita raiva e de certa forma pareceu ameaçador.

- Essa foi a entrevista de saída de Eddie. Os competidores são encorajados a falar abertamente. Foi o comentário de Esposito.

- Certamente ele entendeu o recado.

- Eddie tem um registro de volta para casa e um dos assistentes de "Night of Dance" disse lembrar de vê-lo no estúdio na tarde da morte.

- Certo, então Eddie foi eliminado, mas sabia que se Odette ficasse fora, voltaria e pegaria seu lugar.

- Então ele voltou e eliminou Odette... permanentemente. Foi o último comentário de Castle.

Beckett entrou na sala de interrogatório com Castle.

- Invasão, roubo... esteve bastante ocupado em Rochester, Eddie.

- É, mas foi há muito tempo. Quando comecei a dançar, desisti da vida bandida.

- Mas não te deteve de se exceder com os juízes quando eliminado.

- Mandar-me embora estava errado e eu disse isso. Talvez tenha dito alto, mas não sou assassino.

- Já que Odette não pode terminar a competição, o último competidor irá voltar. E é você, Eddie.

- Como meu pai diz: o universo trabalha de maneiras misteriosas.

- E talvez tenha dado ao universo uma ajudinha. O que fazia no estúdio no dia do show?

- Cheguei cedo para ver meu garoto Santino. Dar apoio nesse grande dia.

- Tem resposta para tudo. E sabe o que mais tem? Tem motivo e oportunidade.

- Estava do outro lado da cidade com meu agente quando aconteceu. Semana passada, algo aconteceu com Odette... Algo que não tinha nada a ver com a dança.

-O que quer dizer?

-Ela estava dispersa. Errando passos simples. Dizia que ia ao banheiro e sumia por meia hora.

-O que acha que fazia?

-Eu sei o que ela fazia.

- Eu a vi saindo pela porta dos fundos e se encontrar com um cara no beco. Falaram sério por um minuto, depois lhe deu um bolo de notas. Tinha uns US$ 3 mil fácil.

- Deu uma boa olhada no cara? Acha que pode nos dar uma descrição?

- Sim, eu posso.

- Eddie Gordon disse a verdade. Reunia-se com o agente quando Odette morreu.

- Talvez seja verdade que Odette estivesse com um cara no beco.

- Ele nos passou a descrição. Só que é muito genérica. Bonito, caucasiano, moreno.

- A meia hora que Odette ficou fora do ensaio, no dia que foi morta... talvez estivesse com ele.

Castle continuava a buscar uma explicação enquanto caminhava com Ryan até a mesa de Beckett, ela avaliava as finanças.


- Policiais estão mostrando o desenho no estúdio para ver se alguém o reconhece.

- Se Odette entrou no eixo depois do acidente de trem, o que fazia passando bolos de dinheiro para um estranho?

- Comprando drogas. De volta aos velhos hábitos. Algum saque recente em seu extrato? Ryan perguntou a ela.

- Não desse tanto de dinheiro, mas repare... esses pagamentos com cartão de crédito. Nos últimos 6 meses, os gastos de Odette no cartão foram estáveis e, há um mês, cresceu de repente.

Castle pegou o extrato.

- Fala sério! Estava no limite. Mais de US$ 100 mil de cobrança? Em que gastava tanto dinheiro?

Beckett chamou o inventariante da família para tentar descobrir.

- Obrigada por vir, sr. Lynchberg. Era o gerente de negócios de Odette e inventariante do espólio do avô dela?

- E agora tenho a infeliz tarefa de também cuidar do espólio de Odette.

- E quem herda a parte dela na herança da família?

- Pela vontade de Odette, a Fundação Graham Morton. É uma organização de caridade.

- Notei um elevado aumento nos gastos dela no último mês. Sabe por qual motivo?

- Deve saber que depois da morte do avô, há 3 anos, ela passou por uma má fase.

-O irmão dela nos contou. Festas, drogas.

- Minha particular preocupação naquela época, eram os gastos dela. Odette ficava bêbada e, do nada, comprava um carro. Ou fazia oferta em um apartamento. Pagou a plástica de uma amiga... O que desse na cabeça dela. Mas depois do acidente de trem ano passado, tudo parou. Foi... aliviador para nós que gostávamos dela. Fiquei preocupado que a fatura do mês passado indicasse que ela estivesse caindo em tentação.

- O que ela estava comprando?

- Roupas, principalmente. A maior parte dos gastos foi feita há dois dias em uma loja de departamento na 5ª Avenida.

-Quero ver os recibos originais.

-Claro.

Já na sua mesa e com os recibos nas mãos, ela não conseguia entender.

- São os gastos mais estranhos que já vi. Odette gastou milhares de dólares em roupas, mas nada é do tamanho dela, pelos recibos. Tudo é tamanho 40.

Castle aproximou-se trazendo café para ela.

- Fui ao apartamento dela. Não vi tantas roupas novas. Talvez ela as escondeu.

- Parece o velho esquema do vale combustível.

Ao terminar de beber um gole do seu café, Beckett perguntou intrigada.

- Como assim?

-Seus pais diminuem sua mesada, mas te dão um cartão para abastecer. Abastece o carro dos amigos e eles te dão dinheiro. Meus amigos do internato dobravam suas mesadas. Eu não, é claro.

- Haha... Beckett debochou dele o provocando.

- Isso...Não contem para minha mãe.

Beckett não conseguiu segurar o riso.

- Se Odette precisava de dinheiro rápido, para pagar um cara no beco...

- Mas a retirada mensal da renda da família não era suficiente.

- Ela compra roupas, vende para uma amiga, dinheiro na hora.

-Não é suficiente. Atinge o limite, não há mais dinheiro rápido e ela não pode mais pagar para quem está devendo. Acaba morta.

- Mas acham que Odette tinha uma amiga tamanho 40 disposta a pagar US$ 100 mil por umas calças e uma bolsa sintética de coelho?

- Disse "coelho"? Castle perguntou.

Eles então voltaram à produtora.

- Jasmine. Precisamos conversar. Onde comprou esta bolsa?

-Uma amiga me deu.

- Sua amiga Odett Morton? Conversamos com a vendedora. Disse que estava com Odette quando ela gastou US$ 100 mil em roupas para você.

- Odette era bastante generosa.

- E está bastante morta, percebo chantagem quando há uma.

- Talvez estivesse passando por algo que queria manter em segredo. Você descobriu e lhe disse que o preço por seu silêncio era uma armário cheio.

- Mas por que eu a mataria?

- Talvez ela não te deu mais, você se frustrou e a matou.

- Talvez ela deu a cara a tapa, acusou você de chantagem e a matou. Só o que vem à minha cabeça.

- Terminemos a conversa na delegacia.

- Esperem. Mês passado, fiquei trabalhando até tarde e Odette passou por minha mesa muito rápido, como se estivesse chateada. Depois Brad Melville apareceu, procurando por ela.

- O apresentador do programa?

- Por que o apresentador procuraria uma candidata?

-Não são proibidos de interagir?

-Por isso que o segui. Brad e Odette estavam na escada brigando.

-Sobre o quê?

-Não tenho certeza. Mas quando a ameacei de contar a Max sobre ela e Brad, ela ficou muito nervosa. Ofereceu me comprar coisas para eu ficar calada. E achei um bom negócio. Foi só isso. Nunca machucaria Odette.

- Tem que me perdoar por não acreditar em sua história.

- Se alguém tinha motivo para matar Odette, era Brad. Escutem. Gravei a conversa dos dois. “ Tínhamos um acordo. E pretendo cumpri-lo, se o cumprir. Trabalhei duro para chegar até aqui. Se alguém descobrir, Odette, juro, mato você.”


- Se Max Renfro descobrisse que Brad Melviile se relacionava com candidatas, o que aconteceria?

- Ela seria expulsa do programa e ele, demitido.

- Motivo para matar. Alguém? E Castle trocou olhares com Beckett.

Ela o intimou a comparecer ao distrito e tocou a gravação para ele.

- Não é o que parece.

- Parece, Brad, que está ameaçando a vida de Odette semanas antes de ela ser morta.

-Mas eu tentava protegê-la.

-Protegê-la como?

- Sabia do passado de Odette... as drogas, dirigir bêbada, mas eu acreditava nela quando dizia que estava limpa e que só se importava com a dança.

- Está tentando dizer que não era verdade?

- O que estou tentando dizer é que há 2 meses fui para a maquiagem cedo e encontrei Odette se drogando.

-Tem certeza disso?

-100% de certeza. Se Max soubesse que estava usando, ela seria eliminada na hora.

-Mas não contou ao Max.

- Odette prometeu que pararia. Dei a ela uma segunda chance, mas fiquei de olho. E há um mês, a peguei de novo. Disse a ela que falaria com Max, que ela estava sozinha.

-E você contou?

-Não, porque Odette me ameaçou. Disse que se eu contasse ao Max o que havia visto, ela contaria que fui eu quem a acobertou na primeira vez. Max me despediria por guardar um segredo desses. Eu estaria fora do programa. Eu seria Brian Dunkleman.

-Quem é Brian Dunkleman?

-Exatamente.

- Então... se Odette se desse mal, ela te levaria com ela.

Depois de dispensar Brad, Beckett continuava procurando pontas soltas no caso quando Ryan a abordou.


- Brad estava certo sobre ela se drogar. Encontrei isto num fundo falso na caixa de joias. Por isso os peritos não viram no apartamento.

-Pode ser anfetamina.

-É, mas acabo de falar com Lanie e os resultados preliminares mostram que Odette não usava drogas, não as mais usadas. Então o que há nesta ampola?

Castle estava em casa para apoiar a mãe no seu jantar com Oona. Ele tinha medo do que poderia acontecer. E não estava errado. A conversa começara bem mas a mágoa do pasado veio à tona com um comentário maldoso da crítica. A discussão começou deixando Castle e Alexis em maus lençóis. Eles tentavam controlar as duas em vão. O convite para visitar a escola foi logo retirado. Castle sussurrava para a mãe.

-Ascender, ascender.

-Sabe do que mais, Oona? Retiro meu convite. Nunca aceitaria sua recomendação da minha escola, mesmo se implorasse.

- De jeito nenhum. Apenas lembre-se, Martha, que quem não sabe fazer, ensina.

- E quem não sabe ensinar, torna-se crítico de teatro.

E Oona deixou o apartamento batendo a porta. Martha estava desolada.

- Vó...

- Poderia ter sido pior.

No dia seguinte, Castle comentava o acontecido para Beckett.

- Não poderia ter sido pior. Minha mãe soltou seu lado manteiga derretida e Oona Marconi cravou uma estaca nele.

-Diga a ela que lamento.

-Obrigado. Direi. Novidades?

- Sim, peritos encontraram o café onde Odette foi às 11h. No dia em que foi morta.

- Pegar drogas com o homem misterioso?

Mais para conseguir um latte desnatado. Ela se encontrou com uma amiga para tomar café. Suzanne Steiner.

-Uma amiga? Sair durante as gravações foi péssima ideia. O que era tão importante assim?

- Segundo Suzanne, relembrar os velhos tempos.

- Chegou fax do laboratório. Aquela ampola que encontramos no apartamento de Odette? Não eram drogas ilegais. É insulina.

-Odette era diabética?

- Não segundo o médico dela. Disse que não a via há mais de um ano.

-Talvez desenvolveu há pouco ou ido a outro médico.

- Por que não contou isso a Brad Melville, que não eram drogas, mas insulina? E por que comprar meia 5ª Avenida para Jasmine só para calá-la?

- Acho que posso ajudar com isso. O relatório da perícia do apartamento chegou. Só acharam um conjunto de impressões e não eram da Odette. Pertencem a uma mulher chamada Barbra Landau.

- Quem é Barbra Landau?

- Não era alguém do ambiente de Odette. Foi criada em orfanato, largou a escola.

- Ela estava morando com Odette?

-Precisamos falar com ela.

-Será difícil.

- Oficialmente, Barbra Landau morreu há mais de um ano. Aqui está o atestado de óbito.

Esposito entrega o papel a Beckett.

- Morreu devido a contusões sofridas em uma colisão de trem.

- Isso mesmo. A mesma colisão de trem da qual Odette sobreviveu. Mas será mesmo? Veem essa foto de Odette? – ele aponta para o quadro e se dirige a ele colocando outra foto lá - Bom, esta... é Barbra.

-São idênticas.

-É impossível.

- Impossível ou a explicação para tudo? A mudança dramática em Odette após o acidente, ela esconder ser diabética. Odette não era diabética.

- Odette Morton não sobreviveu ao acidente. Foi Barbra. Beckett entendeu o raciocínio de Castle e ele continuou a teorizar.

- E como uma Fênix renascendo das cinzas, Barbra Landau saiu dos destroços do trem e roubou a vida de Odette Morton. Gêmeas nascem e são colocadas para adoção. Odette vai para uma família rica, amorosa. Barbra... não tem a mesma sorte. Vai de um orfanato para outro, sabendo, lá no fundo, que estava destinada a algo melhor. Certo dia, as duas se encontram em um trem rumo a Miami. A conexão é instantânea. Em dois dias, aprendem tudo sobre a outra e Barbra não para de pensar: "Se eu tivesse ido parar em um lugar de luxo como Odette, eu poderia ter sido o que eu quisesse".

Beckett o ouvira até aquele momento de certa forma acreditando que a teoria pudesse ter um fundamento em algum momento. Ela o provocou para ver até onde ia a viagem dele.

- Está sugerindo que Barbra causou o descarrilamento para assumir a vida de Odette? Como? Com os poderes wicca dela?

- Seria uma reviravolta incrível, mas não. Não.

Ela deixa um sorrisinho debochado aparecer no rosto apenas por vê-lo considerar a ideia absurda, afinal estava falando de Castle e pra ele absurdos não existem.

- O acidente acontece. Odette morre. Barbra sobrevive. E no meio do caos e dos escombros, ela vê a oportunidade. Ela troca de identidade com Odette e muda seu destino. Uma jogada e Barbra constrói para si um futuro melhor, uma vida perfeita.

Deus! Ela realmente comprara a teoria dele? A julgar pelo jeito que ela não o criticara...

- Até ser assassinada um ano depois.

- Histórias de gêmeos separados nunca terminam bem. Só em "Operação Cupido".

Mas os rapazes acabaram ajudando-a nesse ponto.

-Aqui os exames de sangue. Odette e Barbra não eram biologicamente ligadas. E não encontramos parentes vivos de Barbra.

- Se não eram parentes, como Barbra se parece tanto com Odette?

- Não sei. Mas temos o endereço do antigo emprego dela, um boate de strip.

- Temos seguido a teoria de que "Odette" foi morta porque era Odette. Mas e se ela foi morta por ser Barbra?

- Descubram tudo que puderem sobre Barbra. Enquanto isso, interrogarei de novo o irmão de Odette, Paul.

- Ele é suspeito agora?

- Acho difícil acreditar que Barbra conseguiu enganar o próprio irmão de Odette por mais de um ano. Ele precisará me convencer de que não sabia.

- Soa como algo que é melhor se fizer sozinha. Quero ir com os rapazes checar o boate de strip.

- Foi mal, Castle. Dois é o bastante. Ryan o excluiu.

- O que foi? Por que o excluiu assim?

- Quero fazer um experimento. Se Castle viesse, não daria certo. Aqui. Coloque minha aliança.

Ryan tira a aliança e entrega a Esposito.

- Tire essa coisa de perto de mim, cara. É brochante.

-Só use-o na boate.

-Por quê?

-Falei com meus amigos casados e disseram que sua teoria está errada. Usar aliança os faz atrair mais as mulheres, não menos.

-E daí?

-Use a aliança. Quero ver se as mulheres flertarão com você e me ignorarão. E não trouxe Castle porque... todas flertariam com ele.


-Todas flertariam com ele.

- Quero saber se é a aliança que está repelindo as mulheres.

- Não é a aliança, mano. É você. Quando estiver casado por um tempo e se sentir entediado e insatisfeito, a aliança te conseguirá o amor das mulheres. Irão querer te ajudar, para você ficar entediado e insatisfeito com elas.

- Mas por que não agora?

- Porque agora você está todo feliz com sua esposa e tudo mais. Tem esse cheiro da fase da lua de mel em você. Mulher nenhuma quer ficar perto disso.

- Quanto tempo dura?

- É difícil dizer. Mas conhecendo você e Jenny, provavelmente para sempre.

Eles conversaram com uma das dançarinas que disse que Barbra tinha um sonho, ser dançarina na Broadway. Descobriram também que ela fez varias plásticas, mudança de visual e tinha medo de um namorado Jason Bagwell que batia com o retrato falado que Esposito tinha e aparentemente o rapaz era um golpista. Além disso, Ryan não conseguiu demonstrar sua teoria já que a stripper acabou dando em cima de Esposito mesmo com a aliança.

- Qual o seu problema? Por que melar meu jogo?

-Não pode sair atirando, usando o símbolo do meu compromisso com Jenny. Disse isso alto? Por isso que as mulheres não flertam comigo. Sou uma causa perdida, um apaixonado pela esposa.

- Aproveite. Muitos trocariam de lugar com você. Não eu. Outros homens. Solteiros infelizes.

-Certo, devolva meu anel e pode ir pegar o número de Shantell.

Esposito tentava tirar o anel do dedo sem sucesso.

- O quê?

- Está preso.

No distrito, Castle continuava sua própria investigação que agora dividia com Beckett.

- Enquanto procuram o ex-namorado de Barbra, aproveitei para me inteirar do que encontraram na boate. Começando pela fato que Barbra fez cirurgia plástica, esta é uma foto antiga da CNH dela.

Ele mostra a foto antiga para ela.

-Ela é bonita.

-Exatamente.

- A cirurgia não a fez mais bonita. Só a deixou mais parecida com Odette Morton. Lembra que Samuel Lynchberg disse que Odette pagou pela cirurgia da amiga?

-E Barbra é a amiga?

-Acha que se conhecem?

-Sei que sim. A assistente confirma que ela pagou por toda a cirurgia.

- E imagino que tenha uma teoria do porquê.

E Beckett realmente queria ouvi-la, a ponto de não só prestar atenção mas considrra-la como plausível. No seu rosto, era possível ver o quanto ela prestava atenção nas palavras dele, as expressões e pequenos sorrisos mostravam como ela apreciava ouvir as divagações dele, era como se fosse um momento intimo do relacionamento deles. Sim, era isso mas havia outra maneira de descrever o que aquelas expressões significavam.

- Sabe que Odette ama ir a festas. Falando por experiência própria, posso dizer que essa conduta gera consequências, como prisões, horas de serviço comunitário, acordar na cama de uma estranha com uma calcinha na cabeça.

Ele viu o olhar de Beckett totalmente desaprovando o que dissera nesse momento.

- Isso... Esqueça isso – ele mostra as fotos a ela - Aqui está Odette cumprindo horas comunitárias pelo seu segundo delito em 2010. E aqui está ela em uma festa com as amigas.

-Então?

-De acordo com a data, estas fotos foram tiradas no mesmo dia com uma diferença de 20 minutos.


- Então era Barbra quem estava na cozinha. Odette cometia crimes e não queria cumprir as penas. Então ela criou uma sósia para fazer o trabalho sujo. Um trabalho que deve pagar muito bem.

- Talvez uma noite de loucura levou Odette para a boate de strip, onde ela vê Barbra, toda a Barbra... e percebe que, com algum esforço, Barbra poderia ser sua sósia perfeita, cumprindo os afazeres desagradáveis que Odette estaria entediada para cumprir, como serviços comunitários, exames.


É talvez a palavra correta para descrever que tipo de expresões eram aquelas de Beckett ao ouvir Castle era simples. Apaixonada. Sim, as atitudes, sorrisos e olhares não negavam mais tanto que se via compelida a concordar e divagar com ele.

- E com prática e truques cirúrgicos, Barbra poderia fazer mais, como encontros com o gerente ou almoços entediantes com a tia Margaret.

- Ninguém, nem os mais chegados, saberia da troca, quando o trem bateu, Barbra viu que podia passar para o papel principal...

- Isso explica a troca, mas ainda não sabemos quem a matou.

- Talvez sim. Deve haver alguém que sabia que Odette era Barbra quando a viu na TV, alguém que tentava entrar na sua nova vida...

- Alguém como o namorado de Barbra, Jason.

E com a ajuda dos rapazes, Beckett começou a interrogar Jason.

- Estou dizendo, é loucura. Não matei ninguém.

- O que acho que aconteceu foi... Você percebeu que Barbra não morreu naquele acidente de trem. Estava viva.

- E vivendo como Odette Morton, que é rica.

- Sabia o segredo dela e queria ser rico também.

- Mas Barbra não era do tipo de ser dar bem e depois se deixar enganar por alguém como você.

- Foi rejeitado e a matou.

-Este é o motivo pelo qual não me apresentei, sabia que era suspeito.

- Suspeitamos de qualquer um com motivo, Jason.

- Entenderam errado. Barbra me procurou. Há duas semanas, apareceu lá em casa e contou a história.

- Barbra tinha tudo que queria, uma vida perfeita. Por que arriscar tudo fazendo contato com você?

- Porque sentia minha falta. A vida de Odette não era tão perfeita quanto Barbra pensou. Barbra se sentia sozinha e queria voltar comigo. Disse que descobriu coisas sobre Odette, segredos do passado.

-Que tipo de segredos?

-Não sei. Mas disse que se descobrissem, acabaria tudo.

- Acha que esse segredo a matou?

- Disse que poderia usá-lo como vantagem. Que apenas precisava de mais informação. Que seria uma vantagem que a protegeria, mas que deveria ser rápida.

- E não foi o suficiente.

- Barbra dançava desde criança, tudo que sempre quis foi ser estrela na Broadway. E estava perto disso.

- Então não foi algo do próprio passado que matou Barbra. Foi algo sobre o passado de Odette.

De frente para o quadro de evidências, Beckett tentava encontrar uma pista do que seria o segredo de Odette.

- Uma semana antes da morte, Barbra, como Odette, estava estranha, perdia os ensaios...

-Procura o ex, diz que a vida de Odette não é tão perfeita e que há algo no passado de Odette que está errado.

-Certo. Precisava de informações. Para onde iria?

Castle achou o caminho.

- Suzanne Steiner. Barbra a encontrou no dia em que morreu. Queria conversar sobre o passado.

Beckett trocou um olhar com Castle, admirando-o mais uma vez e chamou Suzanne para conversar.

- Não sei como posso ajudar. Odette parecia bem quando a encontrei. Continuo esquecendo que não era Odette. A semelhança era notável.

-Disse que queria se recordar. Quão próximas vocês eram?

- Meu pai foi o mordomo na casa do avô dela por 20 anos, então... praticamente crescemos juntas.

- Do que ela queria conversar?

- Perguntou sobre o avô dela. Quer dizer, o avô de Odette. Falou sobre o quão próximos eles eram. E perguntou do dia em que ele morreu.

-Morreu dormindo, não foi?

-Foi. Ele tinha 98 anos. A pergunta foi estranha porque eu não estava lá, mas ela estava... Odette estava... junto com meu pai. E quando a lembrei disso, ela perguntou sobre meu pai. Disse que queria... conversar com ele.

-Sabe se os dois se falaram?

-Eu dei o número dele, mas não sei ao certo o que aconteceu.

Esposito continuava a luta para livrar-se da aliança de Ryan sem sucesso.

- Não está saindo. É como se estivesse soldada na minha mão. Talvez esteja possuída, como um objeto amaldiçoado dos livros de Stephen King.

-Como digo para Jenny que não estou com a aliança porque a emprestei para Esposito para saber se strippers flertariam comigo? Talvez ela ache engraçado.

-Sem chances.

-Você está morto.

Beckett interrompeu-os com novas informações.

- Charles Carson, antigo mordomo do avô de Odette. Sem antecedentes, mas ouçam isto... O nome pareceu familiar, então procurei na lista de convidados de quarta e ele estava nela. Odette reservou de última hora um bilhete para o Sr. Carson.

-Então ele estava no programa.

-A segurança o viu às 14h15, mas depois disso, ninguém lembra de vê-lo.

- Certo, então Suzanne disse que a "Falsodette" queria falar sobre o dia que o avô morreu. E se esse era o segredo que Barbra estava atrás? E se Graham Morton não morreu naturalmente e achou que Charles Carson tinha algo a ver com isso?

- Precisamos ver o relatório da autópsia de Graham Morton.

No necrotério, Beckett e Castle ouviam o que Lanie tinha a dizer mas foi Alexis quem contou o que descobriram.

- Baseada na minha leitura do relatório, pude ver por que a morte dele foi relatada como natural. No entanto...

- Há um "no entanto". Castle já estava empolgado com a informação da filha, trocou olhares com Beckett que limitou-se a sorrir em cumplicidade. Lanie enfatizou a importância do fato.

- Um "no entanto" muito grande. Conte.

- Havia algumas anomalias que achei suspeitas. Evidências de petéquias nos dois olhos, machucados no lado direito do nariz do sr. Morton, que poderiam ser causados se alguém segurasse um travesseiro no rosto dele. No geral, acho que há amplas evidências de que o sr. Morton foi assassinado.

- "Amplas". "Assassinado" – ele puxou Alexis para si e a abraçou, fazendo Beckett sorrir - Estou tão orgulhoso.

-Pai, trabalho. Limites.

-Certo.

- Mais uma coisa. Quando pedi que o arquivo fosse enviado, disseram que era a segunda pessoa a pedir isso nesta semana. Odette Morton foi lá na terça.

- Ela percebeu que o avô de Odette foi morto e pensou que o mordomo teve algo a ver com isso.

- E quando ele descobriu que Barbra sabia, matou-a. Amanhã de manhã o traremos para cá.

- E o prenderemos por homicídio duplo.

Até Lanie estava orgulhosa de Alexis e trocaram sorrisos além de um gesto de aprovação com uma pasta de evidência.

Pela manhã, Castle encontrou sua mãe ainda arrasada por causa de Oona e após alguns conselhos, ele disse que se ela precisasse podia contar com ele. Antes de chegar ao distrito, Castle pensou em surpreender Beckett hoje. Entrou numa cafeteria,sorrindo pela ideia que tivera. Chegando no distrito, ele a encontrou à sua mesa esperando por Sr.Carson chegar.

- Bom dia, Beckett!

Sorrindo, ele estendeu a ela um dos copos que trazia na mão. Estranhamente, haviam 3 hoje ela notou.

- Ainda bem,Castle. Estou morrendo de sede!

Ao pegar o copo da mão dele percebeu que estava gelado. Café gelado?!

- Castle, acho que seu café está gelado...

- Prove.

Relutante, ela levou o copo aos lábios. Ao sentir o gosto gelado e azedinho dos morangos, teve que sorrir.

- Strawberry shake, Castle?

Ele estendeu um canudo a ela.

- Eu presto atenção... e não se preocupe. Trouxe café também, exatamente do jeito que você gosta.

- Ah, obrigada Castle. De verdade.

Um sorriso lindo se formou no rosto dela. Em seus pensamentos, tudo que poderia pensar era como ele ainda podia surpreendê-la? Como aquilo era um gesto adorável e capaz de deixa-la ainda mais boba e apaixonada. Ela mantinha o olhar nele por vairos segundos enquanto saboreava o shake mas o momento foi de certa forma interrompido pela chegada do mordomo. Na sala de interrogatórios, estava na hora de descobrir a verdade.

- Sr. Carson, trabalhou para Graham Morton por 25 anos. Sei que era bem próximo aos netos dele.

- Tão próximo como alguém pode ser enquanto ainda mantém a relação patrão-empregado.

- Então quando a vítima ligou e o convidou para a "Night of Dance" na quarta, você aceitou.

-Fiquei encantado. Ela me pediu para encontrá-la mais tarde e disse que tinha uma pergunta, mas, como sabem, cancelaram o programa, só descobri o que aconteceu no dia seguinte. Não tinha ideia de que aquela mulher não era Odette e do porquê de ela querer falar comigo.

- Ela queria falar sobre o dia que Graham Morton morreu.

- Por que ela se importaria com isso?

- Parece que ela tinha evidências de que o sr. Morton não morreu de causas naturais.

O senhor parecia espantado.

- Não entendo. Está dizendo que ele foi assassinado?

- Você estava na casa naquele dia, não é?

- Meu Deus. Não acha que eu...

- Era a pessoa mais próxima a ele. Teve várias oportunidades.

-Vimos a herança. Ele deixou para você um legado generoso.

- Nunca machucaria o sr. Morton. Mas aquela mulher, a mulher que fingia ser Odette, pode estar certa sobre a morte dele. De fato, é possível que achasse que eu sabia de algo. Contem-me, como o sr. Morton morreu? Ele foi sufocado?

Beckett e Castle trocaram um olhar e ela perguntou.

- Por que pergunta isso?

- No mês que ele faleceu, havia tensão na família. Odette estava saindo com alguém que o Sr. Morton não aprovava.

-Sabe quem?

-Não, mas ele mandou terminarem, naquele dia Odette estava chorando, passou a maior parte da manhã no quarto. 13h, o sr. Morton disse que queria tirar uma soneca, então tirei todos os travesseiros da cama. Ele preferia uma superfície lisa. Um pouco depois, houve agitação na cozinha. Odette tinha colocado um lanche na torradeira por muito tempo e isso causou um pequeno incêndio. Apagamos o fogo e voltei para ver o sr. Morton, ele estava morto. Foi nesse momento que notei.

- Notou o quê?

- Um travesseiro em cima da cama. Tinha certeza que tinha tirado todos. Então contei para Odette, ela disse que minha mente estava me enganando, então esqueci.

- Sr Carson, quando estava na cozinha teve algum momento que perdeu Odette de vista?

- Não. Eu sei que ela era inocente.

- Ela não era inocente. Era uma distração. Odette te levou à cozinha enquanto o cúmplice matou o avô.

Beckett anuiu com a cabeça a colocação de Castle e completou já sabendo quem provavelmente seria o cúmplice.

- E quando Barbra Landau descobriu a verdade, o cúmplice também a matou.

XXXXXX

- Obrigada por vir, Sr. Lynchberg.

Castle comentou.

- Sr. Lynchberg. Sendo o consultor financeiro da família Morton, deve saber bastante da vida pessoal deles, não?

- Vendo no que as pessoas gastam o dinheiro, faz você conhecê-las bem.

- O quanto você conhecia Odette?

- Tanto quanto todos os meus clientes. Pelas broncas por seu estilo de vida, um pouco mais.

- Sabemos que na época que seu avô morreu, Odette estava namorando, alguém que seu avô não aprovava.

- Não fico surpreso, eles raramente se entendiam.

Beckett foi direto ao ponto.

- Esse namorado, lembra quem era?

- Não, por quê?

- Porque achamos que ele se aliou a Odette para matar seu avô, e matou Barbra quando ela estava perto de descobrir tudo.

-Tem certeza que não lembra?

-Não.

- Falamos com o irmão de Odette, e ele se lembra. Na verdade, ele lembra de ser você. Disse que vocês queriam se casar, mas o avô de Odette ameaçou deserdá-la.

- Uma garota como Odette nunca seria feliz vivendo com um salário de 6 dígitos, como o seu. Ela precisava da herança. Aquele velho se recusava a morrer.

Beckett continuou a ideia.

- Ela te convenceu a subir e o sufocar com um travesseiro, enquanto criava uma distração na cozinha, problema resolvido.

- Mas quando recebeu o dinheiro, ela te largou, voltou para sua vida de festas.

- Ela te usou, mas não podia fazer nada, não sem admitir o assassinato.

- Não podem provar, a morte dele não foi considerada homicídio.

- Não, mas a de Barbra Landau foi.

Beckett se levantou e dirigiu-se a porta. Pegou uma arma ensacada como evidência.

- Policiais encontraram esta 9mm em uma lixeira atrás do seu escritório. Balística confirma, esta é arma usada para matar Barbra Landau e está coberta com suas digitais.

- Mês passado, quando as contas do cartão foram tão altas, achei que estava voltando aos velhos hábitos. Eu disse: "Não arriscamos tudo para ter esse dinheiro para você arruinar a sua vida." Ela olhou para mim e... Ela não tinha ideia do que eu estava falando. Naquele momento, soube que não era minha Odette.

- Assim ela começou a desconfiar.

- Essa Barbra disse que se mantivesse seu segredo, ela manteria o meu. Ela achou que estávamos quites. Achou que poderia tomar o lugar de Odette. O que eu deveria fazer? Deixar uma stripper suja viver em nossa casa, usar as roupas dela e me chantagear? Odette merecia mais.

E com a confissão, o caso chegou ao fim.

Castle e Beckett estavam desmontando o quadro. Castle parou por um momento para olhar a foto de Barbra. Ela percebeu que ele estava pensando em algo.

- O que foi?

- Estava pensando como dependemos de sonhos para nos fazer ir para frente na vida e como é triste quando eles são o que nos destrói.

- Esse pode ser o caso de Barbra Landau, mas não é o de todos com sonhos que não se realizaram. Veja Lanie, por exemplo. Ela queria ser dançarina e virou médica. Não é tão ruim, não é?

- E você? Sei que é policial pelo assassinato de sua mãe, mas deve ter tido algo antes disso. O que a pequena Kate Beckett queria ser quando crescesse?

Sorrindo ela respondeu.

- Em Stanford, eu escolhi Direito.

- Seu sonho, era defender um caso na Suprema Corte.

A ideia não eliminava o sorriso do rosto e Beckett soou um pouco mais empolgada ao falar do sonho.

- Sim, eu estava a caminho de ser a primeira mulher presidente do Supremo.

Castle realmense se surpreendeu com a declaração dela.

- WOW! Nada mau.

Enquanto isso Esposito ainda brigava com a aliança de Ryan que teimava me não deixar o dedo dele.

- Preciso de mais... Quer saber? Estou atrasado para o encontro.

- Não, não. Não posso ir para casa sem a aliança no dedo. O sofá não é bom, minhas costas...

Ao ver aquilo, Beckett perguntou.

-Tentaram sabonete?

-Sim, foi a primeira coisa.

-Óleo de cozinha? Castle sugeriu.

-Não pensei nisso.

- Aqui.

Beckett espirrou um creme hidratante na mão dele.

- Sedoso. Pode funcionar. Acho que está saindo.

E a aliança voou pelo chão do distrito.

- Pelo menos não está no meu dedo.

Quando chegou em casa, Castle se deparou com a mãe se despedindo de Oona. Acohu aquilo estranho demais. Ainda mais quando ouviu Oona dizendo que ia mencionar a escola de teatro na sua coluna.

- Richard, bem a tempo de se despedir de Oona.

-Bom te ver novamente.

-Bom te ver também. Aguardo um contato seu.

-Contato meu?

-Bom... Sei que está com pressa, ligo para você, almoçaremos.

-Tchau.

Martha praticamente expulsou a mulher da casa. Quando a confrontou, ele descobriu que sua mãe arrumara um jeito de agradar Oona o usando. Simplesmente ele teria que ler o livro dela e ainda indicar a sua editora.

- Ser delicado. Por você, mãe, posso ser delicado.

Voltar do distrito e acabar acatando o favor para sua mãe de ler o livro de Oona, somente restava a ele concentrar-se um pouco em sua própria vida. Castle resolveu tomar uma ducha e dedicar sua noite a escrever. No seu escritório, ele apreciava a tela branca do notebook enquanto organizava seus pensamentos. Um pequeno sorriso se formou no canto dos lábios. Kate lhe dera a idéia perfeita para uma nova cena quente entre Rook e Nikki. Seria bem interessante escreve-la já que ele mesmo esteve de certa forma na situação insinuada por ela.

- Algemas... ainda era capaz de rever a cena e sentir o sussurro em sua orelha. Ah, Detetive Beckett você gosta de provocar a imaginação alheia. Ele lembrou também da conversa que tiveram ainda essa noite sobre sonhos. Ela queria ser a primeira mulher presidente do Supremo e ele não tinha dúvidas que ela conseguiria. Castle podia imaginar Kate Beckett muito bem vestida em um tailer clássico e saltos agulha andando de um lado a outro do tribunal embriagando o júri e seus oponentes com um discurso brilhante e coerente. Tirando o fôlego da platéia que a ouviria atenta sem piscar.

- Foco, Castle, foco! O assunto é Nikki Heat!

Então ele se pos a escrever.

“Rook estava cansado. O caso que ele acompanhava estava enrolado demais e cheios de becos sem saída. Precisava relaxar. Poderia muito bem ir a um bar e encher a cara mas essa não era sua primeira opção. Ele a queria. Sentia falta dela. Tudo bem que estavam juntos investigando o assassinato em questào, era uma espécie de consolo estar ao lado dela. Só que não era isso o que ele queria. Consolo. Fazia uns três meses que eles estiveram separados. Rook teve que viajar a serviço e isso não agradou Nikki nem um pouco. Quando voltou a NY, teve que procurá-la pois ela teimosa como era não o procuraria. E foi assim que acabaram nesse caso. Nikki agia extritamente como uma profissional mas Rook sentia a tensão e a vontade do algo mais crescer entre eles. A atração era inegável. Pensando nisso, Jameson tocou a campainha do apartamento dela com uma garrafa de vinho tinto nas mãos. Vinho era mais seguro que tequila sabe lá qual seria o humor dela naquela noite? Ao abrir a porta, ela revirou os olhos e entortou a boca.

- O que faz aqui, Rook? Estou cansada.

- Exatamente. Por isso trouxe um vinho para você relaxar, esquecer esse dia fatídico sem qualquer evolução.

Ela deixou-o entrar. – É frustrante! Esse caso está me irritando.

Ele serviu o vinho e entregou a taça para ela. Ao primeiro gole, Nikki sentiu-se bem melhor. Rook sentou-se no sofá ao lado dela. Deixou a mão deslizar pela coxa dela e o toque provocou logo um comichão em seu corpo. Porque era tão dependente desse toque? Ela queria ficar com ele, bastava ceder. Ele se aproximou dela e...

De repente, as personagens mudaram. Castle se viu sentado no sofá e ao seu lado estava Kate fitando-o intensamente com seus lindos olhos verdes. Inclinou-se para beijá-la e Kate não fizera objeção. Ao senti-lo se aproximar apenas fechou os olhos e sentiu os lábios dele roçarem sobre os seus e abriu-os para recebê-lo. O toque das linguas fez o corpo dela estremecer. Esperara tanto por essa sensação novamente, o gosto daquele beijo que a perseguia em sonhos e pensamentos. As mãos dele deslizavam pela lateral do corpo dela, acariciando a pele sobre a camiseta. Kate inclinou o próprio corpo sobre o dele erguendo-se um pouco do sofá sem quebrar o contato das bocas. As mãos dela passeavam pelo peito dele e quando Castle fez menção de erguer a camiseta dela, Kate segurou o punho dele.

- Não tão rápido, Castle.

Ela levou o pulso dele até a altura da cabeça. Com toda a habilidade do mundo, Beckett pegou um par de algemas e prendeu o punho dele. O outro aro da algema, ela mantinha enroscada entre seus dedos. Sorria maliciosamente.

- Acho que precisamos encontrar um lugar mais adequado para prender o outro lado não?

Ela fez sinal para ele com o dedo indicador pedindo para ele segui-la. Beckett o guiou até seu quarto fazendo-o sentar na cama. Prendeu o lado faltante numa das colunas da cama. Ele ainda estava sentado quando ela se apoiou na cama de joelhos e desabotoou a camisa dele, jogando a peça no chão. Ainda de joelhos entre as pernas dele, ela começou a beijar o pescoço dele e descendo os lábios depositando vários beijinhos sobre a pele dele. Algumas vezes, ela usava os dentes para provocá-lo. Castle aproveitava para acariciar o corpo dela, seios, bumbum, coxas usando a mão livre. Ela parou a exploração que fazia para obrigá-lo a deitar-se na cama. Dessa forma, a possibilidade de movimentos dele era mínimo, sabia que estava nas mãos dela. Sentia sua ereção se formando e apertando com força sua calça. Como se adivinhasse, ela desabotoou a calça e puxou-a sem cerimônia pelas pernas dele. Deixou-o apenas de boxer. Abriu as pernas e se colocou entre as pernas dele sentando entre a cinturae as coxas, uma posição estratégica para provocá-lo. Tirou a camiseta revelando que estava sem soutian. Inclinou-se sobreele e roubou-lhe mais um beijo. Ela explorava cada centímetro da boca com a língua, o contato era urgente, sedento.


Com a mão livre, ele puxava-a pela nuca acariciando de leve os cabelos longos que caiam sobre os ombros. Deixou a mão deslizar até o seio dela e o apertou arrancando gemidos entre os lábios dela. Ela movia-se propositalmente sobre o membro dele, instigando e aumentando ainda mais a excitação de Castle que já estava à beira da loucura.

- Oh, Kate... isso é tortura!

Ela apenas sorria ergueu-se um pouco para tirar o boxer dele. Também aproveitou para se livrar da calça de moleton que usa e da calcinha. O membro dele estava ereto, pronto para satisfaze-la. Kate o tomou nas mãos e o acariciou por toda a extensão. Olhava para ele com malícia, apesar de estar quase em seu limite, Castle podia ver o desejo expresso no olhar dela. Então, ela acomodou-se e moveu-se para encaixar devagar nele. Quando sentiu que estava completamente dentro dela, gemeu. Isso era tão gostoso, tão pleno, tão certo. Devagar, ela começou a mover-se com ele. A cada movimento, ela arqueava o corpo e se tocava. Horas deixava as mãos espalmadas pelo peito dele, ou apertava os próprios seios gemendo e sentindo o prazer lhe tomar o corpo. Ela é linda e fica ainda mais assim. Ele or vezes tentava tocá-la e esquecia que tinha uma das mãos presas às algemas. Murmurava um palavrão baixinho.

Ela não podia mais esperar, o tremor seguido do orgasmo lhe percorria o corpo e ela gritou ao ser dominada pelo prazer. Ele ainda movimentava-se dentro dela tentando prolongar o momento. Não aguenta mais essa tortura...

Como se adivinhasse seus pensamentos, ela ainda ofegante, joga o corpo sobre ele e rouba mais um beijo. Habilmente, ela abre as algemas e beija o pulso dele antes de coloca-lo ao redor de seu corpo. Num movimento rápido, ele troca de posição ficando por cima dela. ele a beija enquanto as mãos agora trabalhando juntos passeiam pelo corpo esbelto.

- Oh, Kate... I Love you...

E acariciando os seios dela com as mãos e com a boca alternadamente, ele reiniciou os movimentos a caminho do orgasmo.

- Você é tão linda, Kate...linda....Kate... Kateee....owwww

O corpo dele movia-se aproveitando o momento. Ao longe, ele podia ouvir um apito irritante.

PIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII

Um barulho oco, o fez sobressaltar. O apito vinha do computador. Uma das mãos apertava o teclado e o seu suposto capitulo era agora uma página cheia de letras initeligíveis com o número dois aparecendo repetidamente por várias linhas.

Droga! Um sonho, Castle?! Droga!

O rosto marcado pela posição na mesa, a camisa encharcada de suor e seu membro excitado comprimido nas calças. Suspirou profundamente e fechou o computador. Precisava urgentemente de um banho gelado.



Continua....

2 comentários:

Eliane Lucélia disse...

Oi, gêmea, tenho que começar esse comentário com um NOSSA, gostei muito desse cap, a parde do epi foi normal até pq não foi um super epi, apesar de que tenho que tirar o chapéu pra Martha ultimamente, na verdade vamos ser justa ela sempre foi engraçada, só fez uma burrada até agora que deu vontade de matá-la, mas já passou. Agora vamos falar da parte pós termino do caso, não vou negar que amei a cena HOT, até pq não tem como negar o mundo todo sabe que eu adoroooo essa parte, mas dessa vez AMEI MUITOOO mais a forma que vc usou pra introduzir essa cena, muito interessante, foi quase uma "Metalinguagem", não sei o nome desse recurso que vc usou, se tem um nome não me lembro, então vamos chamá-lo de recurso Criatividade da Escritora, realizar o desejo "real" de um personagem colocando-o como personagem imaginário de sua própria obra através de um sonho, não tenho outra palavra pra isso a não ser MAGNIFICO, Caraca Karen, vc tem recursos que eu acho que vc mesma desconhece, vc ultrapassa camadas, vc pode pensar "ah mais eu já vi isso antes, já li texto assim" vc pode ter lido vários ou nenhum, da no mesmo, entre ler e o fazer existe um oceano índico e um Pacífico, mas tenho um reclamação a fazer, pq cargas d'água aquele note foi apitar? poxa vida, oh maquininha abelhuda, estraga prazer, não dava pra ficar em silencio? eeee daí que ele tava apertando a tecla? pra ele, ele tava apertando a Beckett uai, magoei com o note, enfim mais uma vez PARABÉNS minha irmã, cada dia te admiro mais e tenho mais orgulho de vc. bjossssss

val disse...

#$$$%%8!
muito bom foi um cap normal, mas no final vc deu aquela virada que só vc sabe, quase morri...coitado dias desse vc mata o coitado do Castle,kkkk concordando com Lucélia realmente vc está cada vez melhor parabens!

e até o próximo.