sexta-feira, 24 de agosto de 2012

[Castle Fic] Starting Over - Cap.12


Nota da Autora: Nada de NC... ainda em reflexões mas no próximo, quem sabe? LOL! Peço desculpas por erros no capitulo, estou publicando de outro computador :(


Cap.12



12th Distrito
8pm



Ela chegara a quinze minutos atrás. Depois de reavaliar algumas informações que estavam sobre sua mesa, Beckett escreveu alguns bilhetes para Ryan e Esposito e depois rumou para outro andar do prédio. Assim que ela entrou na sala de espera, a secretária pediu alguns minutos. Beckett sentou-se e aguardou. Ao receber o sinal de que podia entrar, ela agradeceu e rumou para o consultório. Diante do dilema que se formara nas ultimas semanas sobre seu trabalho e sua vida, Kate precisava de orientação. Nesse caso, ela pensou que seu terapeuta era a escolha certa, precisava organizar as ideias antes mesmo de conversar sobre o assunto com Castle.



Ao vê-la, o terapeuta sorriu e indicou o divã. Já com seu bloco de anotações em mãos, ele não pode deixar de comentar.



- Confesso que quando minha secretária avisou que você tinha uma hora marcada logo pela manhã eu me surpreendi. Faz exatamente quanto tempo desde a nossa ultima conversa? Uns 10 meses, creio eu. Então, o que trás Kate Beckett aqui novamente?



- Alguns questionamentos e dúvidas. Não sei por que minha vida tem que ser tão cheia de dilemas!



- Kate, não é a vida que tem dilemas, somos nós, seres humanos que tendemos a transformar qualquer escolha em um grande dilema. Mas o que está havendo? Problemas no paraíso? Estamos falando de Castle?



- Não! – a resposta dela foi tão enfática que fez o terapeuta sorrir, enquanto ela não pode evitar de sorrir – estamos bem. Castle e eu nos damos muito bem, não poderia estar melhor. Kate não conseguia disfarçar o ar de felicidade que a rondava ao falar de Castle. Sua satisfação era visível.



- Fico contente em saber. Você parece muito bem realmente, vejo no seu semblante a confirmação disso. E qual seria então seu dilema já que sua vida pessoal anda bem, você está profissionalmente onde imaginava estar... o que aflige Kate Beckett?



- Eu não voltei aqui em dez meses e sei que isso o deixou sem saber o que aconteceu comigo. Eu quase morri, deixei o distrito e finalmente me rendi ao meu sentimento por Castle. Estamos juntos e isso fez a minha demissão da NYPD ser menos dolorosa. Eu tinha em mente seguir em frente, uma mudança de carreira. Comecei a estudar para advogar, seguir um desejo antigo, virar a página. Então, o Chefe dos detetives me chamou e pediu minha volta ao distrito. Aquilo não era esperado e por isso impus algumas condições ao voltar. Não sou uma detetive do 12th, sou uma consultora... pelo menos achava que era até algumas semanas atrás.



- Você está de volta exercendo o papel de detetive temporário? Quer seguir a carreira de advogada?



- Pelo menos eu achava que queria, até ontem eu estourar com meu professor da Columbia. Eu fiz uma análise e refleti bastante sobre minha vida e minha carreira. Por mais que me atraia o oficio de advogar, não consigo me ver fazendo outra coisa se não ser detetive.



- E onde está o dilema, Kate? Para mim, está claro que você sabe bem o que quer.



- Eu sei o que quero, é verdade. Porém, eu tenho que olhar as consequências. Quando voltei fui clara com todos que não tinha qualquer pretensão de fazer carreira ou me manter na polícia por muito tempo. Sei que essa minha decisão frustrou algumas pessoas desde colegas de trabalho até o próprio chefe dos detetives. Talvez a única pessoa que tenha gostado disso tudo foi a Capitã. Por ela, eu nem voltava ao distrito.



Ela passou a mão nos cabelos, o que era um sinal de ansiedade e inquietação da própria Kate Beckett. Suspirando ela continuou.



- Assinei um contrato temporário cheio de exigências e regras. Forcei uma situação inesperada para eles. Como vou chegar agora e dizer a eles que mudei de ideia, simplesmente rasgar o contrato? Não é bem assim. Ainda há outras consequências, minha vida ainda corre risco, meu algoz está aí em algum lugar. Castle corre risco de vida também. Minhas decisões não serão mais apenas minhas, serão nossas. Tudo o que me afeta, refletirá em nós dois. Quero defender meu distintivo, quero prender culpados. Para fazer isso vou me expor novamente. Minha dúvida é como chegar a eles e dizer que meu pensamento em relação a minha carreira mudou?



- Entendo sua preocupação. Acredito que a decisão já está tomada. Você apenas precisa definir como fazer isso. Pelo que falou, eles contavam 100% com você então não deve ser tão difícil. Você comentou que a decisão é sua e de Castle, já conversou com ele sobre isso?



- Ainda não, queria ter certeza do que devo fazer.



- Você sabe exatamente o que quer fazer na minha opinião. Tenho apenas uns questionamentos: você está disposta a morrer pelo seu distintivo? Quer tanto ser detetive assim? Você se vê anos a fio na NYPD?



- Não me imagino sem o meu distintivo, sem minha arma. É parte de quem sou. Corre em meu sangue, em minhas veias. O risco sempre existirá. É uma vida perigosa, mas estou disposta a enfrentar.



- Você já disse tudo. Meu trabalho está feito. O único conselho que dou é o que seria o próximo passo natural. Converse com Castle. Depois de fazer isso, você deve encontrar um meio de chegar ao Chefe dos detetives. Quando soube da sua demissão, eu entendi perfeitamente o que a motivou. Contudo, nesse tempo em que trabalhei junto com você, conheci quem é a Kate. Sabia que era uma questão de tempo. Você precisava de um tempo, de uma pausa para cuidar de outro lado importante na sua vida, o seu lado pessoal. Agora que isso está resolvido, você está completa. Isso fará toda a diferença daqui para frente. Eu acredito em Kate Beckett, na mulher e na detetive. Vá em frente e mostre a eles o que você quer.



Kate ficou calada por alguns segundos. O terapeuta a estava elogiando?



- Eu não sei o que dizer... obrigada?!



- Não me agradeça, Kate. Essa evolução, essa vontade é mérito seu.



- Ok, mesmo assim obrigada por ouvir. Eu volto para dizer o que aconteceu. Preciso trabalhar.



E com um sorriso retribuído do terapeuta, ela deixou o consultório.



XXXXXXX



Ao voltar para o distrito, Kate encontrou Castle e Ryan em frente ao quadro discutindo teorias para um dos casos em aberto. Ela parou para observa-los de longe. Apesar de muitas vezes aparecer com teorias malucas, ela tinha de admitir que Castle daria um bom detetive. Na verdade, ele já era detetive pelo menos para ela. Sua forma de analisar sempre rendia bons caminhos durante as investigações. É claro que não diria isso a ele, ou teria que aguentar um ataque de narcisismo e ego incríveis. Nossa, quando eu fiquei tão melosa assim com Castle? Com um sorriso no rosto, ela se aproximou deles.



- Como estamos?



- Aquela pista que você pediu para eu investigar estava correta. Nossa vítima teve alguns lances no mínimo estranhos com o cara que você desconfiou. Achei uns depósitos de dinheiro dela para ele relacionados à chantagem. Estava discutindo as possibilidades com Castle.



- E a conclusão?



- Tenho que conversar novamente com a esposa, o que quer que seja ela deve saber já que a conta é conjunta.



- Em outras palavras, ela mentiu.



- Aparentemente...



- Certo, vá em frente. Sabe se o Esposito avançou na outra investigação?



- Está na cola de uma pista. Ah, e Lanie ligou sobre o caso do esportista. Tem novidades.



- Vou falar com ela, obrigada Ryan.



Quando se virou para falar com Castle percebeu que ele não estava mais a seu lado apenas para vê-lo sorrindo caminhando em sua direção com dois copos de café nas mãos. Entregou um a ela que sorriu ao se lembrar da declaração dele sobre o café.



- Está tudo bem? Ele perguntou ao ver o jeito que ela olhava para ele. Kate sorveu um pouco de café e com uma sutileza presente em cada gesto, ela piscou para ele e apertou a mão dele.



- Está.



Ela sentou-se de frente para o quadro e com a pasta do caso do esportista, ela observou suas ultimas anotações antes de resolver retornar a ligação para Lanie. Ele sentou ao seu lado e aguardou o próximo passo dela.



Beckett foi com ele ao necrotério e após adicionar as novas informações que a médica levantara, eles pegaram um suspeito e fecharam o caso. Esposito também teve sorte e conseguiu agarrar o suspeito do outro caso e ficara esperando apenas pela confirmação do DNA na arma. Certamente, na manhã seguinte eles teriam mais um caso fechado.



Apartamento de Castle
8pm



Eles haviam acabado de jantar e Castle estava sentado no sofá assistindo o noticiário. Kate sentara ao lado dele e jogara suas pernas sobre seu colo, ele acariciava de leve as pernas longas subindo e descendo a mão. Ela lia um livro porém no fundo estava esperando o momento certo de puxar o assunto que discutira no consultório do terapeuta. É claro que seguiria o conselho dele e conversaria com Castle. Ela prometeu a ele desde que ficaram juntos que não haveria segredos entre eles, tudo seria discutido em conjunto e da mesma forma que acontecera para sua volta ao distrito, aconteceria agora.



O noticiário finalmente chegara ao fim. Ela olhava por sobre o livro para ver o que ele estava fazendo. Percebendo que Castle se entediara, ela deixou o livro de lado, tirou as pernas do colo dele e aproximou seu corpo do dele deitando a cabeça em seu ombro.



- Você já quer subir?



Ele sabia que ela tinha algo para falar a ele, também entendia que deveria respeita-la e confiar como ela pedira. Ela virou o rosto e beijou o ombro dele. Colocou a mão sobre a coxa dele como gostava de fazer sempre.



- Não, quero conversar com você. Sobre hoje.



- Sou todo ouvidos.



Ele a fitava mas Kate ainda não queria encara-lo. Precisava primeiro colocar para fora o que pensava e assim ela olhava para baixo, fitando suas mãos.



- Tudo começou a ficar diferente a aproximadamente um mês atrás, durante as resoluções dos casos no distrito. Voltamos ao 12th eu e você, entramos no ritmo de investigação e mesmo sendo um trabalho temporário, de consultoria como nós mesmos denominamos, é quase impossível para mim não me deixar envolver por completo. É parte de mim e por isso... – ela pausou preparando-se para dizer as palavras que tornariam o que sentia real – cometemos um erro, eu cometi você apenas me apoiou como disse que faria.



Ela ergueu o rosto buscando pelos olhos dele. Castle viu que havia lágrimas se formando naqueles olhos verdes tão determinados. Ela engoliu em seco e tornou a falar.



- Eu não sou advogada. Sou detetive, de corpo e alma. Caçar bandidos é minha vida. Essa é minha forma de fazer justiça, Castle. Não posso fingir ser uma consultora quando o simples gesto de mostrar o meu distintivo me dá orgulho e me faz sentir poderosa. É uma sensação que não consigo explicar porém não senti-la por completo me rouba a confiança. Essa é a verdadeira Kate Beckett. Essa sou eu.



Ela mordeu os lábios tentando lutar contra as lágrimas que escapavam sorrateiramente e escorriam em seu rosto. Ele as afastou com o polegar e beijou-lhe o rosto molhado. Sorriu para ela o que a fez esboçar um minúsculo sorriso no canto dos lábios.



- Sim, essa é você. Sempre soube apenas precisava que você enxergasse por si só. Não consigo imaginar Kate Beckett de outra maneira. Posso imaginar a detetive posando de vez em quando em um interrogatório de advogada mas nunca a veria sem o distintivo. Sua alma é de detetive, seu coração está em cada gesto, em cada investigação. Foi por essa mulher que me apaixonei. Minha musa extraordinária.



Ela suspirou e o abraçou. Ele a aconchegou nos braços. Ela virou o rosto e beijou-o na bochecha.



- Obrigada... por entender.



- Estou ao seu lado, estarei sempre aqui. Mas ainda temos um problema para resolver não? Precisamos reverter essa situação. Você precisa assumir o seu distintivo completamente.



- Como?



- Uma forma é você jogar limpo, ser honesta com o Chefe dos detetives. Acredito que ele receberá a notícia muito bem, afinal ele deixou claro que a admira e a queria de volta. O mesmo digo do prefeito. Já Gates não vai gostar mesmo dessa história...



- Eu sei disso. Talvez esse seja meu maior problema. Não que eu tema a ela, mas como autoridade maior dentro do distrito, devo obedecê-la. E conhecendo Gates, assim que souber da minha decisão ela vai te expulsar do distrito. Não quero isso.



- Talvez não. Se o Chefe dos detetives a quer tanto assim de volta a NYPD, você está em condições de negociar.



- É uma forma de encarar a situação. E quanto a nós? O perigo continua a nos rondar e pelo menos por enquanto ninguém além dos rapazes sabe que estamos juntos. Tenho medo que essa omissão possa nos prejudicar no futuro, Castle.



- Não vai, mas se tivermos que assumir, faremos. Acho que você precisa marcar uma audiência com o Chefe dos detetives e deixar que ele procure a Capitã e interceda a seu favor. Não tem erro. Você é a melhor detetive daquele distrito, eles precisam de você, Kate.



- Como você pode ser tão otimista assim, tão confiante?



- Porque eu te conheço.



Ele a beijou vagarosamente. Kate cedeu aos carinhos e suas línguas fizeram um balé perfeito explorando um ao outro. Quando ele se afastou percebeu que havia no rosto dela um sorriso triste, ainda algo a incomodava. Ergueu o queixo dela para fita-la nos olhos.



- Que foi?



- Ainda sinto que estou de certa forma decepcionando minha mãe e também Alexis, ela queria tanto me ver advogada...



- Kate, onde estiver Johanna Beckett se orgulha da filha que tem. E quanto a Alexis, ela é nova, está empolgada com a carreira, a faculdade, é natural que a veja como uma incentivadora e companheira. Ela deve entender, suas decisões, sua vida. E quanto a advocacia, meu conselho é que continue estudando na medida do possível, tire sua licença. Isso pode se tornar importante para sua carreira na NYPD. Eu consigo imagina-la como Capitã, você não? Capitã Kate Beckett , hum sexy!



Ela riu. Incrível como ele conseguia mudar o humor dela. Sabia exatamente o que dizer.



- Não apressemos as coisas. Gosto de ser detetive. Ainda tenho muito o que aprender. Um dia quem sabe? Ah e não é porque vou ser detetive full time que vou deixar de opinar sobre seus livros. Ainda sou sua consultora.



- Eu já vejo esse dia, Kate. Você merece brilhar.



- E não é que o terapeuta tinha razão mais uma vez. Ele sabia que só conversando com você eu acharia uma solução. Você não existe.



- Estou bem aqui e sou de carne e osso. Seu terapeuta é um cara inteligente.



- Pare de inflar esse ego, Castle.



- Eu não disse nada, foi você. Amanhã quando chegarmos ao distrito você irá ligar para o Chefe dos detetives e agendar uma audiência com ele.



- Já?



- Não temos porque adiar ainda mais essa decisão.



- Sim, você está certo. Amanhã. Vamos subir?



E de mãos dadas, eles subiram as escadas.



Dia Seguinte



Nas primeiras horas de trabalho, Beckett se concentrou juntamente com a sua equipe em fechar dois casos permanecendo com apenas um em aberto. Efetuadas as prisões, iniciou os relatórios. Castle deu um tempo a ela, o mais importante ela já fizera. Reconhecera o que queria, o que precisava. Era uma questão de tempo para que ela desse o próximo passo.



Como ele detestava papelada e relatórios, resolveu providenciar um café para eles também como uma forma dela fazer uma pausa e ele voltar a lembra-la do compromisso que assumira ontem à noite. Voltou da copa com duas canecas de café fumegando e sentou-se no seu lugar cativo oferecendo uma das canecas a ela que aceitou com um sorriso. Ela tomou um pouco do liquido e sentiu-se revigorada. Já ia retornar a sua concentração para o relatório quando percebeu Castle a olhando intensamente.



- O que foi?



- Você não está esquecendo de algo?



- Obrigada? Pelo café?



- Não, Kate, o telefonema. Aquele assunto...



- Ah... entendi. Acabei me concentrando na papelada e esqueci.



- Agora é uma ótima hora para fazer a ligação – e ele estendeu o telefone para ela. Kate suspirou e discou. Após o terceiro toque, a secretária atendeu. Kate explicou quem era e o motivo de sua ligação. Com bastante educação, a secretária informou que o Chefe dos Detetives estava ausente de seu gabinete por duas semanas. Tinha viajado na noite anterior para Washington para tratar de assuntos importantes.



- Desculpe, Detetive se for algo urgente você pode me avisar que tento localiza-lo através do celular.



- Não é necessário, obrigada.



- Vamos fazer o seguinte, vou deixar agendado uma reunião para a volta dele no dia 18, tudo bem?



- Ótimo. Mais uma vez, agradeço. Tchau.



Ela colocou o telefone no gancho e agendou no computador a data da reunião acertada. Castle não se aguentava de curiosidade



- Então?



- Ele está em Washington por duas semanas. Marquei para o dia 18.



- Ótimo! Agora nos resta esperar por ele.



- E trabalhar.



Kate voltou sua atenção ao relatório e quinze minutos depois, Ryan trouxe uma nova pista do caso em aberto. Ela pegou o casaco e fez sinal para Castle acompanha-la nessa verificação. Três horas depois, ela voltou com um suspeito e uma provável arma do crime que pediu a Esposito para levar para análise. Ao final do dia, mais um caso foi fechado. Satisfeita com seu dia de trabalho, Beckett se espreguiçou na cadeira e sorrindo sugeriu para Castle.



- Que tal sairmos para comer alguma coisa? Japonesa?



- Não prefere pedir delivery?



- Nah... Martha está em casa e seria bom uma ida a um restaurante, ficar a sós, conversar, namorar...



- Adorei a sugestão... vamos?



Ela se levantou, despediu-se do pessoal e o acompanhou para elevador. Chegaram ao restaurante, eles sentaram-se a mesa e pediram drinks a base de saquê pois Kate queria beber algo com kiwi. Escolheram o que comer e ao ficarem sozinhos, Castle resolveu entender o porquê daquele jantar.



- Porque desse jantar, Kate?



- Nada demais, apenas uma forma de relaxar. Afinal, três casos solucionados, uma entrevista agendada com o Chefe dos detetives e meu desejo de voltar a ser detetive não são suficientes?



- Claro que sim! Só achei diferente. Posso sair para jantar com você sem motivo algum.



Ele tomou a mão dela e levou aos lábios.



- Acho que você pode fazer melhor que isso não Castle? Ela provocou e ele aceitou. Puxou-a pela nuca e colou seus lábios nos dela em um beijo profundo. Ficaram namorando até o momento que sua comida chegou à mesa. Com hashis nas mãos eles caíram de boca nos sushis e sashimis. Beckett reparou que Castle estava comendo com um olhar muito estranho, meio que fantasiando algo.



- Hey, terra para Castle...



- Ah... não pude deixar de pensar ao comer esse sushi o quanto seria melhor saborea-lo no seu corpo... diretamente sobre a pele de Kate Beckett, ah seria divino.



- Mesmo? Hum, quem sabe um dia... mas não se empolgue muito Rick Castle.



- Eu vou cobrar...



Ela riu e voltou sua atenção para o prato de rolinhos a sua frente deixando um Castle sonhando com a tal cena a ponto de gemer alto. Terminado o jantar, eles pediram a saideira e encerraram a noite com café. Antes de tomarem o caminho de casa, ela decidiu deixar as questões da policia de lado e perguntar para ele sobre o livro.



- E quanto ao seu livro? Você anda tão envolvido com as coisas do 12th que nem vejo você escrever ou mencionar sobre ele. Como está seu deadline?



- Sob controle! E voltou sua atenção para o trânsito mas não convenceu Beckett.



- Castle... fale a verdade!



- Ok, eu estou um pouco atrasado. Quatro capítulos para próxima semana....



- Oh, Castle! Porque você continuou investigando os casos se tinha seu próprio prazo para cumprir?



- Porque não ia deixar minha parceira na mão.



Ela apertou a mão dele e sorriu – Isso é o que vamos fazer: iremos direto pra casa e nos trancamos no escritório. Vou ajuda-lo a escrever esses quatro capítulos. Afinal, sou responsável e consultora desse livro. Tenho uma reputação a zelar.



E isso arrancou uma risada gostosa dele. Rumaram para casa. Trancaram-se no escritório e como prometera, Kate revisou o que ele havia escrito e usando sua experiência e imaginação, ela escreveu mais um capítulo com ele. Antes de dormir, ela estabeleceu uma nova regra: todas as noites eles iriam juntos escrever os capítulos restantes da história e enquanto isso nada de recompensa para Castle. O bico não poderia ser maior.



- Você é má, Kate Beckett, muito má...



- Só estou zelando pela sua carreira da mesma forma que você faz com a minha.



Ela piscou para ele e beijou-lhe o rosto virando em seguida para se acomodar na cama e dormir.



Uma semana depois quando eles chegaram ao distrito, Ryan veio comunica-los que Gates marcara uma reunião com todos para daqui a quinze minutos.



- Alguma ideia do que se trata?



- Não. Respondeu Ryan.



- Pergunto-me o que ela está aprontando...



- O que quer que seja, Castle, vamos descobrir em pouco tempo.



E Beckett rinha razão. A capitã reuniu o grupo para mostrar os resultados do último mês do distrito. Era quase impossível não perceber o misto de alivio e confusão na face de Gates quando ela começou a dar explicações sobre os indicadores.



- Como vocês podem ver, o índice do 12th do mês anterior para esse melhorou em 50%. Isso se deve pela quantidade de casos fechados e com prisões efetuadas. Temos muito o que galgar ainda mas a melhoria foi bastante percebida. Bom trabalho! Para o próximo mês, espero ver esse número dobrar. Alguma pergunta?



- Sim, Capitã – Ryan tomou a palavra – essa melhoria deve-se à volta da Detetive Beckett à equipe?



A pergunta de Ryan era no fundo uma afirmação para todos, aquela que todos tem vontade de fazer mas falta coragem para enfrentar a capitã. Gates engoliu em seco para poder responder a pergunta de Ryan, ela não poderia escapar da verdade, sabia que essa melhora foi mérito da detetive, então ela respirou fundo e respondeu.



- Tem sim. O retorno da Detetive Beckett ao distrito trouxe confiança e maior motivação a equipe então com certeza a participação dela influenciou nesse resultado – a capitã olhava fixamente na direção dela, Beckett sabia que era difícil para Gates dar o braço a torcer – portanto, bom trabalho detetive.



- Obrigada, mas não fiz nada sozinha.



- Tem razão. Bem, é isso. Vamos buscar a meta do próximo mês. Dispensados.



Ryan e Esposito se aproximaram deles. Espo ria sozinho.



- Bela sacada, bro!



- Viram a cara dela? Ela se sente ameaçada por você, Beckett.



- Não vejo porque, não quero o lugar dela. Pode ficar despreocupada.



- Nunca diga nunca, Kate. Você não sabe o que pode acontecer no futuro.



E Castle olhou significativamente para ela.



Naquela noite, Kate estava mais uma vez no escritório com ele. Estavam escrevendo o último capitulo faltante para o deadline com a editora. A reunião de Castle era no dia seguinte às 10 da manhã. Castle acabara de escrever a última frase do capitulo e enviou para a impressora. Ela já esperava ansiosa para ler e revisar. Enquanto ela fazia isso, ele preparava mais uma rodada de café. Ele percebia o olhar atento no seu texto, Kate devorava as páginas com uma concentração impecável. A linguagem corporal dela ao ler era algo que sempre encantava Castle. Finalmente ele viu Kate baixar as folhas de papel. Estava ansioso pela opinião dela.



- Então?



- Castle está ótimo! Você me deixou curiosa para saber o que vai escrever depois disso, o que vai acontecer. Tenho certeza que sua editora não vai reclamar! Ela vai te agradecer.



- Está bom mesmo ou você está falando isso porque está dormindo com o escritor?



- Rick Castle, você não me conhece nem um pouco?



Rindo ele recebeu a crítica dela como algo digno de Kate Beckett – Eu não podia deixar passar, queria te provocar.



- Tudo bem, não vou entrar numa discussão com você porque está mesmo muito bom e estou cansada. Vamos deitar, Castle.



Ela se aproximou dele e puxando-o pela gola da camisa, beijou-o com vontade quebrando apenas o contato quando se sentiu sem fôlego.

- Isso seria minha nota pelos capítulos.



- Estava bom desse jeito?



Ela sorriu e saiu puxando-o pelo braço.



No dia seguinte, Castle foi para sua reunião na editora e Beckett para o distrito onde um novo caso esperava já por ela. Depois de cair de cabeça no trabalho, ela se perdeu avaliando o caso que nem percebeu as horas passarem. Já passava das quatro da tarde quando a Capitã chamou por ela.



- Detetive Beckett, um minuto na minha sala.



Beckett se levantou e seguiu a capitã fechando a porta logo em seguida. Ela não sabia o que esperar da sua superior nesse momento mesmo porque na última reunião ela teve que agradecer a contragosto a Beckett.



- Pois não, Capitã.



- Detetive Beckett recebi um caso da promotoria que gostaria que desse uma olhada. Talvez com os seus conhecimentos de investigação e na área de direito possa dar alguma sugestão na montagem dessa acusação. Posso confiar em você para isso?



- Claro.



Gates estendeu a pasta do caso e reafirmou a ela.



- Preciso de uma resposta até amanhã à tarde. Consegue cumprir o prazo?



- Sim, senhora.



- Ótimo! Pode ir.



Ela estava saindo da sala de Gates quando o celular tocou. Castle.



- Oi, resolveu dar sinal de vida?



- Já terminou por aí? Pegue suas coisas e desça, vamos pra casa!



- Nossa! Que autoritário! De repente eu até...- ela não terminou a frase - estou descendo!



Ela passou em sua mesa, pegou o casaco e a bolsa além da pasta que Gates entregara a ela. Procurou Esposito com o olhar e fez sinal para ele se aproximar. Ela falou baixinho pra ele.



- Se Gates perguntar fui ao necrotério pegar uns dados com Lanie... ela piscou pra ele que retribuiu o gesto com um sorriso.



Ao descer, encontrou Castle estacionado com a Ferrari na frente do prédio da NYPD. Ela entrou no carro e sorriu para ele. Castle ia se inclinar para beijá-la quando ela fez sinal para ele que não. Duas quadras depois, foi a vez dela se inclinar para beijá-lo já sabendo que agora não teria perigo. Deixou a mão deslizar na coxa dele e ao quebrar o rápido beijo, ela sorriu e perguntou.



- O que deu em você para querer me raptar assim de uma hora pra outra? Foi tudo bem na Editora?



- Ótimo! Hora de celebrar!

- Mas você não terminou o livro!



- E daí? Ela adorou os capítulos e sempre é tempo de celebrar, Kate. Vamos pra casa, abrir um champagne, fazer amor...



- Hum, Rick Castle sua oferta fica mais interessante a cada minuto... e mordiscou o lóbulo da orelha dele.



Quando eles saíram do elevador, já estavam em um nível de pegação bem intenso. Ao destrancar a porta do apartamento, ela o puxou pela gola da camisa e empurrou a porta com o pé. Ela rumava com ele ao encontro do sofá ainda aos beijos quando Castle a empurrou. Os olhos dele estavam arregalados. Kate virou para entender o que estava acontecendo e viu Alexis e Nick se agarrando no sofá. A surpresa foi tão grande que ela deixou escapar um gemido.



- Owww....



Nesse momento Alexis percebeu que não estava sozinha e gritou ao ver o pai e Kate parados olhando para ela.



- Pai! O que você está fazendo em casa a essa hora?



- Ei! Essa pergunta é minha! Você não devia estar na faculdade? E o que você pensa que está fazendo?



Kate percebeu que ele estava vermelho e se sentiu na obrigação de acalmar as coisas. Segurou-o pelo braço apertando-o procurando acalmar os nervos dele. Percebeu que Nick estava todo errado, com vergonha. Tomando as rédeas da situação, ela cumprimentou Alexis.



- Hey, Alexis! Tudo bem? Está de folga?



- Hoje e amanhã terá um seminário na faculdade para aqueles que não conseguiram créditos suficientes e como não era meu caso, pensei em vir passar o fim de semana prolongado com vocês. Eu ...eu não sabia que estariam em casa tão cedo, queria fazer uma surpresa e....



- Certamente foi uma surpresa!



- Pai...



- Não venha com manha pro meu lado! Chego em casa e encontro minha filha se agarrando descaradamente no sofá com esse...esse....arfff



- Scusa, signore, scusa!



- Ele é meu namorado! E o nome dele é Nick! E já sou maior de idade e acredito que tenho o direito de namorar como qualquer pessoa.



- Alexis isso é ....



- Castle, chega! Alexis, leve o Nick para a cozinha preciso ter uma conversinha com seu pai.



Assim que os dois saíram da sala, ele percebeu que ela olhava para ele com o olhar matador. Isso não ia terminar bem! Kate respirou fundo e pegou a mão dele.



- O que foi isso? Pra que esse ataque de ciúmes? Castle não tinha necessidade.



- Como não? Aquele moleque estava que nem um desentupidor de pia sobre a minha filha! Sabe lá o que eles fariam se nós não tivéssemos chegado? Não admito isso!



- Castle, você está falando de Alexis, a menina mais responsável que eu conheço. Na idade dela nem queira saber o que já havia aprontado. E estou aqui, fiquei bem não? E para que esse ataque de moralidade? Não combina com você. Pelo que me lembre foi você que andou nu pelo Central Park.



- Mas Kate...



- Nada de mas Kate, você vai pedir desculpas para sua filha e para o namorado e depois nós iremos deixa-los sozinhos namorando e iremos para minha casa, fazer o que tínhamos em mente quando chegamos aqui. A menos que prefira passar a noite sozinho, porque eu vou para minha casa. E antes que você comece a falar que ela não pode ficar sozinha com ele, sua filha é uma mulher agora, fazer sexo acontecerá uma hora dessas e acredite, você não vai querer estar brigado com ela quando isso acontecer. Vá por mim, já passei por isso. Será que você pode fazer isso? – ela se aproximou dele tocando-lhe o rosto – por mim? Por ela? Mostre que você é o cara descolado que tanto gosto, o nerd moderninho, o pai que Alexis adora...



Castle suspirou. Detestava quando ela tinha razão e ainda usava o charme para convencê-lo....



- Tudo bem, vou fazer o que você pediu.



E antes que ele tentasse escapar ela o empurrou rumo a cozinha para encarar a filha que estava sentada de frente para o namorado bebendo suco.



- Alexis, seu pai quer falar com você. Fala, Castle.



- Err... Alexis, filha eu errei. Não devia ter falado daquele jeito com você... peço desculpas. Foi inapropriado.



Ele olhou para Kate que fazia sinal em direção a Nick. Ele virou-se para o rapaz.



- Você também, rapaz. Desculpe.



- No, mio problemi. Scusame



- Tudo bem, filha?



- Tá, tudo bem. Eu também errei. Vamos esquecer ok?



Ela abraça o pai e pisca pra Kate mencionando um “obrigada” com os lábios.



- Agora nós vamos deixar os pombinhos a sós e tranquilos. Estamos de saída. E não nos esperem... vamos Castle!



- Não tenho mais moral mesmo...



- Castle... estou esperando!



Alexis desatou a rir.



- Viu?! Deu um último beijo na filha e andou ligeiro para alcança-la.



Downtown NY



Kate Beckett caminhava a passos largos rumo ao prédio da Central de polícia de NY. Ao seu lado, Castle a acompanhava sem emitir um som sequer, sabia que ela estava se concentrando para a reunião que aconteceria daqui a vinte minutos. Ela estava serena porém por dentro seu estomago dava voltas como se todas as borboletas tivessem resolvido visita-lo. Ela não era uma mulher covarde, ao contrário! Era a ansiedade que estava mexendo com ela, saber que estava a minutos de se entregar novamente de corpo, cabeça e coração na profissão que amava, a ponto de comprar uma briga com sua supervisora. E ainda tinha Castle. Seu apoio incondicional, sua companhia. Ele comprara a sua cruzada e isso a deixava confiante. E feliz.



Sentou-se na sala de espera do gabinete do Chefe dos detetives e respirou fundo. Castle procurou a mão dela e apertou-a na sua dando-lhe forcas. Ela sorriu singelamente para ele. A secretária saiu da sala dele e veio ao encontro dela.



- Detetive Beckett, você já pode entrar.



- Obrigada.



Assim que fechou a porta atrás de si, ela olhou para o homem a sua frente.



- Detetive, a que devo a honra dessa audiência? Espero que não sejam más noticias.



- Isso depende do ponto de vista, senhor.

    Continua...

3 comentários:

larynhapaulista disse...

Mais um ótimo capítulo Karen.

Mas eu fiquei com uma dúvida te uma parte que você escreve um dialogo entre Kate e Rick que eles falam que ninguém além dos rapazes sabem do relacionamento deles, mas na festa de lançamento do livro do Cap. 6 da fic eles não assumiram publicamente o namoro?

Adoro quando a Kate tem poder total sobre o Castle: deadline do livro, relacionamento da filha. Ela manda completamente nele e ele morre de medo dela.

Gates tendo que assumir que os números melhoraram devido a volta da Kate ao distrito, que facada no coração hein? e depois pedindo para ela dar uma olhada em um caso da promotoria. Quero ver como ela vai reagir quando ela souber que Kate que voltar a ser detetive 'full time'.

Ryan foi bem corajoso em perguntar se os º da delegacia subiram devido a volta da Beckett. Não esperava ser ele a fazer essa pergunta, achei que seria o Esposito.

val disse...

Maravilhoso!
foi bem razão esse cap, gostei de como as coisas se encaminharam, a decisão de Kate.
ah e claro o flagra de Castle na Alex foi muito engraçado.
adoro ver como a cada dias eles se completam mais.
andei lendo um spoilers por aí e parece que eles terão um encontro romântico nos Hamptons, automaticamente lembrei de vc, pq vc bem sabe o que acontece nos Hamptons com o nosso casal favorito.
bjus e até próximo.

Eliane Lucélia disse...

Bom, vamos lá, nem preciso dizer que a parte que eu mais gostei foi a da Gates tendo que admitir que a volta da Beckett foi a causa da melhoria do desempenho no distrito, teve que colocar a rabinho entre as pernas, engolir o orgulho, é isso aí, quanto mais ela "humilhada" melhor e ainda tem mais pela frente, ah como vou amar #adoroooooo.
Sei lá, mas tow achando a Aléxis muito dependente da Kate para resolver suas coisas com Castle, ela nunca precisou de ninguém e agora ta se metendo de mais e ainda faz chantagens, hummm :( sei não, mas enfim, bom cap, mais reflexivo, gosto disso. Bjosss