domingo, 5 de agosto de 2012

[Castle] Starting Over - Cap.10


Nota da Autora: Desculpem a demora em postar. Esse capitulo não ficou muito bom na minha opinião mas seus acontecimentos são necessários. E não tem NC, no próximo vcs tem minha palavra de que terão, esse contem apenas algumas menções. Enjoy! 




Cap.10


A rotina de Kate Beckett mudara radicalmente em seis meses. Três vezes por semana ela se deslocava de Manhattan para a universidade de Columbia onde estava cursando aulas de direito penal voltada à área de investigação criminal. Nos dias que não estava no campus, ela se dedicava aos estudos e aos livros. Dessa vez, ela estava participando bem mais da história de Nikki Heat. Às vezes passava horas trancada com Castle no escritório desenvolvendo cenas para o romance policial. Ainda tinha uma semana antes de voltar a NYPD e queria aproveitar ao máximo seu tempo antes que isso acontecesse.

Essa manhã, Kate estava na universidade. Já terminara a primeira parte das suas aulas e se dirigia a cantina para lanchar alguma coisa. No caminho, encontrou Alexis carregando a mochila com o computador e vários livros.

- Kate! Que bom que encontrei você. Queria mesmo conversar. Está indo para o curso?

- Estou no intervalo, vou comer alguma coisa. Quer me acompanhar?

- Ótimo!

E elas seguiram juntas até o restaurante do campus, fizeram seus pedidos e procuraram um lugar mais reservado onde pudessem conversar com uma certa privacidade. Kate deixou a menina se preparar e ter a primeira palavra da conversa, afinal fora ela quem a chamou. Na certa devia estar querendo conselhos. Assim que o café foi servido a ambas, Alexis começou a falar.

- Eu estava mesmo precisando falar com você longe do meu pai. Tenho um problema e não sei como resolver e não quero contar para meu pai. Pelo menos não ainda sem saber como irei aborda-lo.

Beckett franziu o cenho. Vindo de Alexis aquilo tudo soava muito estranho. Conhecia pouco a menina mas sabia que ela era mil vezes mais ajuizada que o pai, por outro lado, o fato dela não querer contar nada ao pai preocupava Beckett porque sabia que a menina não tinha segredos com ele e se esse fosse o caso, algo grave estava acontecendo.

- Alexis, o que aconteceu a ponto de você pedir minha ajuda e não a do seu pai? Você sempre foi ligada a ele, conta tudo a ele, não me acho a pessoa certa para ajuda-la a esconder algo dele. Castle é uma pessoa desencanada e vai encarar o que quer que você tenha para contar numa boa. Eu não devia ser colocada entre vocês dois. Ainda mais agora que sou namorada dele, não posso me envolver com assuntos que digam respeito à família de vocês.

- Kate, por favor, me escute. Estou procurando você para pedir um conselho. E ao contrario do que você pensa, você faz parte da família sim e não é porque você é namorada do meu pai agora. Se vim te procurar é porque sei que você pode me dizer o que seria melhor de se fazer nesse caso, como mulher.

- Espera...você não é mais virgem? Você quer transar pela primeira vez?

Alexis franziu a testa achando a cara espantada de Beckett algo bem estranho para a ex-detetive.

- OMG! Você está grávida?

- Não, Kate! De onde você tirou essa ideia? Não é nada disso. Tem a ver com namorado mas não nesse nível.

Kate respirou aliviada. Como ela conseguira dar um ataque desses de madrasta na frente da menina?

- OK, desculpe. O que você precisa?

- Lembra do Nick? De Roma?

- Sim, seu flerte e uma gracinha. O que tem ele?

- Ele está vindo para NY. Chega amanhã. Ele vai passar uns seis meses aqui estudando. Me procurou pra ajuda-lo a encontrar um local no campus para morar, fiz a inscrição dele e já está tudo certo.

- Isso é ótimo! Você já resolveu tudo pra ele. Aposto que ele está bem agradecido.

- Esse é o problema. Ele quer me agradecer pessoalmente e falou que gostaria muito de voltar a ficar comigo.

- Até agora não vejo o problema, você não esta com ninguém, está?

- Não, mas ele é italiano. Você sabe como eles são em matéria de namoro... eles são...

- Quentes! E Beckett abriu o sorriso – Alexis, viva um dia de cada vez, quando Nick chegar por aqui você vai saber quais as suas reais intenções, aí sim você pode começar a talvez se preocupar. Olha, você é jovem, está na idade de cometer erros e aprender. Deixe de ser tão preocupada ou certinha. E se você está preocupada com a reação de seu pai, ele é bem mais inconsequente que você. Não vejo problema em você namorar Nick, não é seu primeiro namorado.

- Sei disso e não é meu primeiro namorado mas é aquele que pode ser o da primeira vez entende?

Um sorriso maroto se formou no rosto de Beckett. Imaginava como Castle ficaria ao saber que sua filha já estava pensando em fazer sexo. E ela teria de ser a mediadora disso tudo.

- E por causa disso tudo, eu já o convidei para o Thanksgiving lá em casa. Aí que preciso da sua ajuda, pra domar a fera e evitar que ele fale ou faça besteira. Gosto muito do Nick desde Roma e não vou suportar ver meu pai querendo minar meu possível namoro.

- Hum, entendi. Você me deu uma tarefa difícil, Alexis. Evitar seu pai de fazer besteira é algo bem complicado mas eu tenho meus truques. Pode contar comigo, vou ajudar você. Posso contar para sua vó? Talvez precisemos de reforços.

- Eu contei pra ela e foi vovó que me disse para procura-la. Ela disse que você saberia exatamente como conter meu pai e por favor me poupe dos detalhes sobre isso.

Kate teve que rir do jeito da menina que ficou logo vermelha. Ela esticou a mão para tocar a de Alexis.

- Conte comigo. Nosso dia de ação de graças vai ser bem divertido. E gostei muito de você ter seguido o conselho da sua vó e me procurado. Significa muito para mim. Nick fala inglês?

- Pouco. Mas dá pra se comunicar.

- Vai ser bom praticar meu italiano.

- Você fala italiano? Alexis estava surpresa.

- Arranho. Preciso voltar para a aula. Me mantenha informada sobre Nick e se puder me ligue amanhã. Seria bom que você fosse jantar conosco essa semana. Ajudaria a preparar terreno e seu pai ia adorar te ver. Precisamos conversar.

- Vou ver o que faço e te aviso.

Dois dias depois, Alexis ligou para Kate avisando que iria para a ilha aquela noite jantar com eles. Castle recebeu a noticia muito bem e já avisou que seria ele quem prepararia o jantar. Faria sua famosa macarronada com molho carbonara. Kate lembrou que essa seria uma ótima oportunidade para contar a Alexis que eles estariam de volta a NYPD. Ele não discordou dela.

Beckett também conversou com Martha sobre a neta. E para ela estava claro que Alexis estava apaixonada pelo italianinho. Ela pode ver em seus olhos. Escondidas no quarto de Martha, elas debatiam o assunto.

- Você realmente acha que Castle pode criar um problema?

- Richard? Não! Ele vai ficar com ciúmes, intrigado. Vai implicar com o rapaz o que é natural mas daí a ser um problema para Alexis, isso não.

- Mesmo ele desconfiando do possível namoro ir para um segundo nível? Estamos falando da primeira vez de Alexis. Homens são sempre mais protetores com relação a suas filhas. Tiro pelo meu pai e Castle não será diferente.

- Sei da sua preocupação mas também confio no seu julgamento e no seu charme para domá-lo. E estou do seu lado Kate, não se preocupe – ela piscou para a mulher a sua frente, sua admiração por Kate Beckett crescia a cada dia – sabe Kate, ainda não tive tempo de agradecê-la por tudo. Vi o quanto meu filho mudou, está feliz. E a felicidade dele é a coisa mais importante para mim. Devo isso a você, Kate. Vê-la ajudando minha neta também não tem preço.   

Martha não resistiu e abraçou a mulher a sua frente. Tinha os olhos mareados. Kate aceitou o abraço e sorriu. Ao separar-se, ela percebeu que a mãe de Castle se emocionara. Beckett segurava as duas mãos de Martha nas suas. Entre sorrisos, falou.

- Martha não precisa agradecer. Seu filho mudou minha vida, fez eu acreditar que eu podia ser feliz. Ele esteve ao meu lado nos bons momentos e nos maus, arriscou a própria vida comigo. Eu amo seu filho e vou fazer tudo o que puder para faze-lo feliz. Retribuir tudo o que ele me fez. Estou muito feliz, Martha e Castle é o responsável por isso.

- Ah, doce menina! Então vamos fazer desse dia de ação de graças uma festa em família. Hora de celebrar!

 - Ótimo! Vou ver o que o Castle anda aprontando não gosto de deixa-lo sozinho... nem quero ver o estado da cozinha.

E saiu rindo.

Por volta das sete da noite, Alexis chegou ao apartamento. Depois de muitos abraços e beijos no pai e na avó, ela cumprimentou Kate também com um abraço. Em seguida, Beckett subiu com Castle para se trocarem e assim poderem jantar.

No quarto, enquanto ela já passava hidratante no corpo, Castle escovava os dentes após o banho enrolado no roupão. Ela decidiu puxar o assunto com ele.

- Você já pensou em como Alexis vai reagir quando contarmos sobre a nossa volta à polícia? Me preocupa que ela me culpe por isso, afinal fui eu que o arrastei dessa vez para o perigo. Estou colocando sua vida em risco novamente, Castle e sei que ela não aprova isso. Nunca aprovou o seu envolvimento com a NYPD.

Ele enxugou o rosto e saiu do banheiro na direção dela. Abraçando-a por trás, ele beijou o pescoço e sentiu o cheiro que tanto adorava característico dela. Virando-a para fita-lo, ele tocou o rosto dela e deixou o seu polegar brincar com o queixo e os lábios dela.

- Você não é culpada de nada. Eu aceitei suas condições e volto a passar qualquer perigo ao seu lado por minha escolha. Nós somos mais que parceiros de investigações agora, somos uma dupla completa. Unidos. Alexis nem tem esse direito. Ela deve aceitar. Ah, gorgeous, não será como antes e Alexis saberá disso. Alias, acho que minha filha confia mais em você do que em mim no quesito segurança.

- Só que ela não me perdoaria se algo acontecesse a você.

- Nem precisará pois nada vai acontecer comigo, Kate. Não quando eu tiver a melhor detetive de homicídios que já conheci ao meu lado.

E beijou-lhe os lábios rapidamente.

- Se você está fazendo isso para ganhar algo mais tarde saiba que não vai funcionar. A casa está muito agitada hoje, Castle...

- Sem graça!

Quando desceram, a mesa já estava posta por Martha e elas conversavam na cozinha sobre a faculdade de Alexis. Castle reparou no livro que era tido como a bíblia da medicina no sofá. Anatomia de Grey.

- Filha porque você anda com esse peso todo! Faz mal.

- Preciso estudar pai.

- Mas você veio aqui para jantar com sua família, não podia ter deixado o livro?

- E quando terminar o jantar, vou estudar antes de dormir e como vou pegar o ônibus para voltar a universidade, posso aproveitar e ler o conteúdo da prova.

Kate que tinha aproveitado para colocar a comida na mesa e abrir o vinho, resolveu acabar com a conversa fiada.

- Chega vocês dois. O jantar está na mesa e não vamos deixar esfriar. Tome Castle – estendeu a taça de vinho – vamos no sentar e comer.

Todos sentaram à mesa e continuaram a conversar sobre diversos assuntos. Alexis elogiou a macarronada do pai e comentou o quanto sentia falta desses momentos em família. Adorava sua turma mas as vezes sentia falta do clima de casa.

- Isso não é um problema, você pode vir aqui sempre.

- É verdade e daqui a duas semanas você estará de volta ou esqueceu que o thanksgiving se aproxima? Eu e Kate já concordamos que iremos fazer um ótimo jantar para todos – disse Martha.

- Kate vai cozinhar? Duvido!

- Castle vamos preparar o jantar como é outra coisa. E você está mais do que intimada a vir Alexis e pode trazer um convidado se quiser... – Castle olhou para ela franzindo o cenho – ou convidada, você escolhe.

- Pensei que era uma comemoração de família...

- E qual o problema em trazer alguém, Castle? Apenas pelo olhar lançado por Kate a ele, Castle sabia que não podia discordar. Kate se levantou da mesa e voltou com varias taças e colheres além de um pote grande de sorvete.

- Gosto do jeito que ela administra essa casa e você – Alexis sussurrou ao ouvido do pai e viu o bico se formar. Kate sentou-se à mesa de frente para Alexis e fazendo um sinal para Castle, ela começaria a conversa com Alexis. Respirou fundo e após colocar uma colher de sorvete na boca, ela falou.

- Alexis, temos algo a dizer para você sobre uma decisão que tomamos e que muda um pouco a minha rotina e a do seu pai. Fui chamada pela NYPD, eles só faltaram implorar para que eu voltasse. Depois de discutir muito o assunto com seu pai, eu decidi voltar por tempo determinado e com várias condições. Entre elas, a de ter seu pai como meu parceiro.

A cara de espanto de Alexis já era esperada mas não pelo motivo que a menina apresentou.

- Você vai voltar para a polícia? Vai desistir da carreira de advogada? Depois de tudo o que você passou, do perigo... achei que a NYPD fosse pagina virada na sua vida.

- E era. Continuará a ser. Depois que resolvermos alguns assuntos, olha Alexis, sei que você não gosta de ver seu pai envolvido com a policia, correndo perigo contudo eu não poderia fazer isso sem ele, não conseguiria.

- Tenho medo sim porém sei da sua competência e que fará tudo para mantê-lo seguro. Pensei que você fosse uma mulher de palavra. Achei que ia te ver advogando...

- Mas eu não desisti. Como falei não será como antes, continuarei a estudar, fiz exigências para isso. Vou ser advogada Alexis. Espera, você está mais preocupada com a minha carreira do que com a segurança do seu pai? Eu nunca pensei...

- Kate, admiro você e sei que meu pai vai estar bem ao seu lado. O que não gosto é ver você novamente como detetive, arriscando sua vida e pra que? Apenas para dar conforto aos outros? Você é bem melhor que isso. Você é bonita, inteligente...

- Hey, Alexis. Estou estudando e vou continuar. Prometo.

- Não acredito nisso! Você está mais preocupada com a Kate do que comigo? Seu pai?

- É kiddo, você não tem mais tanto prestigio assim.

- Não é nada disso. Apenas acho que voltar para a NYPD é besteira. Kate tem suas razões mas eu não gosto da ideia. Você vai continuar o curso?

- Vou. E se você encontrar mais alguns me avise.

- Combinado.

- Alexis, ouvimos sua opinião e tenho apenas uma coisa a acrescentar. Essa decisão é da Kate, ela quer voltar por suas razões, razões que eu inclusive apoio. Portanto, você pode aceitar ou não. Isso não muda em nada a escolha feita. Apenas respeite isso.

Alexis olhou para o pai um tanto surpresa pelas palavras dele. Entendia que não tinha voto nesse quesito e por alguns minutos manteve-se calada saboreando o sorvete. Quando finalmente voltou a falar, era para algo a seu favor.

- Sabe agora com a volta de vocês a policia bem que podiam me arrumar um tempo com a Dr.Parish gosto do jeito como ela ensina e sinto falta disso. Às vezes, tenho muita vontade de conversar com ela.

- Ora Alexis, tenho certeza que a Lanie adoraria falar com você. Vou te dar o celular dela. Melhor, vou ligar pra ela agora.

Kate liga para a amiga e conta o que estava acontecendo. Lanie na mesma hora pede para falar com Alexis e as duas ficam tagarelando ao telefone. Beckett vai sentar-se ao lado de Castle. Martha estava recolhendo as coisas para a cozinha. Ela se aninha ao lado dele acariciando o peito sobre a camisa.

- Acredito que foi bem simples não? Confesso que achei ser mais difícil afinal já vi Alexis com medo de perder você. Ela amadureceu.

- Também não comprei essa história. Ela teve sua resistência mas não da maneira que eu esperava.  

Quando Alexis desligou o celular e entregou-o a Kate, Castle aproveitou para coloca-la contra a parede.

- Filha, ainda não acredito que você aceitou tão bem a nossa volta a policia. Na verdade, a minha volta. Você sempre brigou comigo dizendo que eu não era tira e que tinha que parar de brincar com coisa séria e agora isso? Esperava que nós debatêssemos o assunto e no entanto...

- Pai, ainda acho que você não é tira e que estar no meio de detetives é arriscado. Isso não mudou. Também sei que não tenho forças nem direito de impedi-lo de seguir adiante. Já aprendi isso, não brigo com você porque sei o quanto você é teimoso. Não vou dizer para você que não me preocupo porém não sou a única. Você estará com a Kate e ela também se preocupa. Isso faz toda a diferença.

- Mas a Kate já estava lá antes...

- Não pai, a detetive Beckett estava lá antes, agora a Kate estará e tenho certeza que assim como eu, ela não quer que nada de mal aconteça a você. Agora mais do que nunca. Confio nela. Você promete cuidar dele não Kate?

- Tanto quanto da minha vida. Viu só Castle? Você deveria se sentir orgulhoso. Sua filha tem muito mais juízo que você.

- E estou. Me sinto orgulhoso e com sorte. Duas mulheres completamente loucas por mim.

- Castle! E Kate jogou a almofada na cara dele.

No dia seguinte, Alexis foi para a universidade de carona com Kate que roubou a Ferrari de Castle mesmo a contra-gosto. Elas ainda conversaram um pouco mais sobre o dia de ação de graças e despediram-se no fim da tarde após horas de estudo das duas na biblioteca da universidade.

XXXXX

Kate se olhava no espelho. Apesar do rosto descansado, ela estava séria. Em uma hora deveria estar no 12th distrito. Sabia que nada era como antes, ela não dependia completamente do seu trabalho como detetive. Sua dedicação pela profissão era a mesma porém, sua mente já enxergava o cenário de maneira bem diferente. Ela tocava o colar com o símbolo do infinito. Desde que ganhara de presente, ela nunca o tirava. Tinha um significado especial para ela, por tudo que passara. Vestia um de seus terninhos. Os cabelos ondulados estavam bem arrumados sobre os ombros. A maquiagem simples destacava apenas os lábios e os olhos. Ela acabava de ajeitar a camisa roxa que vestia e prender o distintivo na cintura quando ele surgiu no quarto todo vestido para o trabalho.

- Está pronta?     

- Estou.

- Está linda, Detetive Beckett. Séria e sexy como da primeira vez que a vi. Porém, na minha opinião como escritor e criador de personagens, falta algo. Ou melhor, algo destoa no conjunto.

- Você não tinha acabado de dizer que estou sexy? O que foi agora?

- Quero te dar uma coisa, não quero que pense em nenhum momento que pretendo vê-la esquecer suas lembranças, suas convicções. Apenas acho que essa nova fase merece ser tratada diferente.

- Pare de enrolar e vá direto ao ponto Castle!

- Ok, ok – ele tira uma caixa do bolso do blazer e entrega para ela – sei o quanto os símbolos são importantes para você. Entendo seu apego e seu significado. Porém, acredito já estar na hora de virar a pagina. É um presente de boas-vindas ao trabalho.

Kate abriu a caixa e viu um lindo relógio todo em prata com pedrinhas, delicado como seria qualquer coisa que Castle escolhesse para ela. Sorriu. Sabia exatamente o que ele pretendia com o gesto. Tirou o objeto da caixa e o examinou.

-É lindo, Castle. Gostei muito.

- Então, vai usa-lo? Para dar boa sorte?

- Castle, você sabe que não sou supersticiosa...

- Se não fosse, Kate, não os carregaria como símbolo.

- Tudo bem – ela tirou o antigo relógio do seu pai do braço e colocou o que ele lhe dera.

- Pronto, está perfeita. Vamos detetive?

- Vamos. Ela deu o braço a ele beijou-o nos lábios – obrigada.

12th Distrito

A porta do elevador se abriu e ela saiu pisando firme. Imponente. Por onde passava, sorria e era cumprimentada pelos colegas. Era estranho estar de volta aquela que fora durante anos sua verdadeira casa, tão estranho que Beckett sentia borboletas fazendo festa em seu estomago. Respirou fundo ao colocar sua bolsa sobre a sua antiga mesa. A cadeira pertencente ao Castle continuava no mesmo lugar. Por um momento, ao olhar ao seu redor procurou por ele e não o viu apenas para encontra-lo sorrindo ao seu lado com um copo de café na mão.

- Bom dia, Detetive Beckett.

Aquele sorriso precioso tomou conta do rosto dela. Ela sorveu o café e apertou a mão dele em sinal de gratidão. Ryan e Esposito vieram ao encontro deles, os abraçaram e deram as boas-vindas.

- Prontos para voltar a investigar casos de homicídios?

- Assim que surgir o primeiro caso – Castle disse animado.

- Antes tenho que falar com a Capitã, avisar que já estou de volta. Me deem licença.

Enquanto Beckett dirigiu-se a sala de Gates, Castle ficou conversando com os rapazes. A manhã no distrito estava bastante calma até a hora do almoço. Beckett estava sentada à frente do seu computador enquanto Castle brincava de joguinhos no seu iphone. O telefone da mesa de Beckett tocou tirando-a de um quase transe. Tirou o aparelho do gancho e sorriu. Parecia besteira mas o fato de entitular-se detetive novamente a enchia de orgulho.

- Detetive Kate Beckett, pois não? Certo... – anotou um endereço – ok, estamos indo para lá.

Desligou o telefone e sorriu para Castle – Temos um caso. Ryan, Esposito venham comigo. Homicídio.

Pegou o casaco e rumou para a cena do crime.
 
Ela caminhava a passos largos e decididos pela calçada até o local onde encontrava-se o corpo da vítima. Lanie já se mostrava ocupada fazendo o exame preliminar da cena juntamente com alguns técnicos. Seis meses tinham-se passado porém, ao agachar-se ao lado da vitima, para Kate Beckett parecia que ela nunca deixara o trabalho. Era uma espécie de volta a casa de uma maneira estranha era verdade, ainda assim, a sensação de que pertencia aquele mundo estava ali. Sorrindo para a amiga, ela perguntou o que tinham. Lanie deu suas primeiras impressões e comentou sobre a identidade e o que achara nos bolsos do cadáver. Tinha alguns testes para fazer no laboratório. Ela resolveu brincar com a amiga.

- Tem certeza que ainda sabe como fazer isso, Beckett? Liderar uma investigação de homicídio?

- Claro, é como andar de bicicleta!

A amiga riu e pediu licença para despachar o corpo. Após coletarem todas as informações e conversarem com duas testemunhas, ela decidiu voltar com Castle para o distrito. Beckett sentia-se pilhada. A adrenalina parecia correr fortemente pelas suas veias inundando-lhe o corpo com uma vibração eletrizante. O quadro branco já alimentado com todas as informações, um universo de possibilidades. Contente com o que via, ela começou a analisar o crime junto com Castle e a tarde simplesmente voou. Eles avançaram tão rapidamente na investigação que já identificaram um possível suspeito e ela pediu a Ryan para trazê-lo cedo pela manhã para ser interrogado.

Satisfeita com o dia de trabalho, ela sentou-se na cadeira e começou a redigir alguns detalhes para a entrevista e um rascunho de seu relatório até ali. Castle apareceu a seu lado com uma caneca de café. Ela agradeceu e disse que já estava terminando. Dez minutos depois, eles deixavam o distrito juntos.

No dia seguinte, Kate chegou cedo para dar prosseguimento ao caso. Todos os detalhes já haviam sido verificados pelos rapazes e ela entrava agora com Castle na sala de interrogatório. Ela precisou apenas de dez minutos com o tal suspeito para ouvir dele que não matara ninguém e revelar além do seu álibi, o nome de um inimigo da vitima. Assim que fez o check, Beckett soube que o álibi era válido e portanto seu suspeito estava livre para ir. Concentrou-se então na pessoa revelada pelo ex-suspeito. Pediu a Esposito para encontra-lo e a Ryan para checar os antecedentes do cara. Castle acabou achando outra possível ligação do investigado com a família da vitima e Beckett achou por bem investigar. Ryan voltou com informações quentes sobre o cara e ela ligou para Esposito a fim de atualiza-lo. Ele continuava tentando encontrar o tal suspeito.

Beckett escorou-se na sua mesa de frente para o quadro branco analisando suas opções. Castle a observava e como sempre a admirava. Adorava as expressões no rosto dela quando ficava pensativa. Ali, em meio ao que ele considerava seu habitat natural, ela era a mulher poderosa, a senhora da situação. Aquele ambiente combinava com ela, e tão somente com ela. Na verdade, ele sabia que seu fascínio por ela começara exatamente assim, com um processo investigativo. Era algo nato, não previsto a principio, mas que nascera com ela. O destino encarregou-se do resto. No fundo, Castle não conseguia imaginar sua musa em outro lugar se não exatamente ali onde ela se encontrava, caçando assassinos, fazendo justiça, honrando os mortos como apenas ela sabia fazer. Em meio a sua reflexão, soltou um longo suspiro que acabou por chamar a atenção dela. Kate o olhou erguendo a sobrancelha.

- Entediado, Castle?

- Não! Apenas estava pensando... e admirando você em frente a esse quadro.

Ela sorriu. Ele levantou-se e avisou que ia pegar café para eles. Beckett ficou observando-o partir rumo à pequena copa para somente ao vê-lo desaparecer da sua área de visão voltar sua atenção ao quadro. Fez uma anotação ao lado da profissão do suspeito e escreveu uma ideia de arma do crime. Ela estava inclinada escrevendo no quadro quando Gates que já estava verificando o que ela fazia se aproximou e perguntou.

- Pensei que não a veria hoje pela manhã aqui, Detetive. Não seguiu seu horário flexível?

Beckett olhou para ela e somente naquele momento lembrou-se que tinha aula. Disfarçadamente, ela fingiu ajeitar um dado no quadro e checou o relógio. Quase 11 da manhã. É claro que ela não ia dar o gostinho a Gates de dizer que se esqueceu da sua aula por conta da investigação sendo assim, improvisou.

- Na verdade, não tive curso hoje e decidi vir logo cedo ao distrito para tentar concluir esse caso.

- Certo...  o telefone da mesa de Beckett começou a tocar e ela para evitar estender a conversa com a Capitã, atendeu. Era Lanie com as ultimas descobertas da autopsia. Ela conseguira uma digital. Beckett agradeceu a informação e desligou no exato instante que Castle apareceu com seu café.

- Lanie ligou, achou uma digital e adivinha? Pegamos o cara!

- Já ligou para o Esposito?

- Vou fazer isso agora.

Uma hora depois, a detetive Kate Beckett lia os direitos do assassino e efetuava a prisão. Em menos de três dias o caso estava solucionado. Ela comunicou a Capitã que apenas disse um seco “bom” para ela. Isso não importava para Beckett. A sensação de solucionar um caso em tão pouco tempo, trouxe de volta a memória de tantos outros já solucionados. A satisfação de poder ir para casa mais leve era maravilhosa. Queria comemorar.

- Hey, rapazes! Que tal uma rodada por minha conta no Old Haunt? Uma espécie de boas vindas?

- Eu topo!

- Conte comigo!

- Então vamos. Castle... – ela fez sinal para ele – está esperando o que?

- Nada. E a seguiu.

Assim que chegaram no Old Haunt, Beckett não se conteve e tascou um beijo intenso em Castle. Ter um caso fechado em tão pouco tempo davam a ela a sensação de dever cumprido. Era muito bom sentir-se assim. Eles brindavam e conversavam animadamente. Duas horas depois, eles se despediram e rumaram para casa.

A excitação de Beckett se estendeu por varias horas. Ao chegarem em casa, ela foi logo atacando a ele com uma chuva de beijos e já se livrando da camisa sugerindo que a adrenalina que dominava o corpo dela apenas cessaria após fazer amor com ele.

- O que deu em você, gorgeous?

- Saudades, você não imagina como é difícil ficar naquele distrito sem poder te tocar, te beijar...

- Você não resiste mesmo aos meus encantos hum, Kate?

- Quer parar de falatório e me beijar logo Castle!

Ele a beijou rindo. Na sua mente, Castle não se deixara enganar pela desculpa dela. Não era apenas saudades de beija-lo o motivo daquela energia toda. Era o trabalho, o peso do cargo, a vontade de justiça. Beckett era 100% seu distintivo. Era a sigla da NYPD e seu numero de identificação que a moldavam. Ele sabia perfeitamente disso, fora por essa imagem que ele se apaixonara, pela imagem e todo o conteúdo que a formara a razão de sua admiração incondicional por aquela bela mulher. Por hora, ele apenas guardaria esse pensamento para si. Afinal, porque apressar as coisas? Elas aconteceriam no momento correto. E ao sentir a mão dela desabotoar a sua calça e tocar-lhe o membro qualquer pensamento sensato se dissipou da sua mente.

Mais tarde, Kate estava escovando o cabelo à frente do espelho já de camisola. A cada movimento, ela relembrava os seus passos dos últimos dias. Um pequeno sorriso ao mordiscar de lábios a fez pensar em Gates. Talvez nem mesmo a Capitã imaginasse uma resposta tão rápida para sua volta. Nem ela mesma considerava isso. Deixou a escova sobre a pia e saiu do banheiro. Num nicho próximo a cama, ela colocou o relógio e viu o seu distintivo. Pegou-o. Carinhosamente, ela deslizava o polegar por ele, sentindo cada detalhe. Na sua volta ao distrito, Castle falara a ela sobre símbolos. Ali, nas suas mãos, estava o seu símbolo maior. Algo que a fizera lutar por tantos anos e com tamanha sede de justiça. Kate Beckett chegou a pensar em como seria assumir o papel de detetive temporária no 12th distrito.

Na sua mente, seria algo simples, trabalharia como já fizera antes. Contudo, sua volta não tivera nada de simples. Somente ela podia descrever o que era empunhar o distintivo e ter de volta ao seu controle, o senso de justiça. Passageiro, por tempo determinado, consultoria. De alguma forma, Beckett pode sentir nas próprias veias que essas palavras eram fáceis de serem ditas mas totalmente descartáveis a partir do instante que um corpo se apresentava a ela clamando por ajuda. O peso do símbolo maior era parte dela e esse pensamento a fez estremecer. Sua jornada no 12th não seria tão fácil como ela imaginara. Um misto de sentimentos parecia querer domina-la mas por hora, Kate decidiu que seguiria com seu plano, manteria sua palavra e depois talvez voltaria a entender tudo aquilo.

Aproximou-se da cama e afastou as cobertas aninhando-se ao lado de Castle que lia concentrado. Ela desejou uma boa noite a ele e virou-se de lado. Os olhos ainda alertas encheram-se de lágrimas. Era muito bom estar de volta, bem mais do que ela gostaria de admitir a si mesma.

Duas semanas se passaram e Beckett continuava juntamente com a equipe resolvendo casos em média de 3 a 4 dias. Ainda fazia o curso e ajudava Castle a escrever, relendo alguns capítulos e dando sugestões a ele. Alexis telefonara para ela e confirmara o horário que chegaria no dia seguinte. Estavam na véspera do dia de ação de graças. Kate e Martha encarregaram-se de organizar tudo para a festa. Chamaram Esposito e Lanie bem como Ryan e Jenny que infelizmente iriam passar o feriado com os pais dela.

Thanksgiving Day

Tudo já estava arrumado. A mesa impecavelmente arrumada com oito lugares, bebidas no freezer, comida encaminhada e aperitivos prontos. Kate estava dando os últimos retoques na maquiagem e Castle já vestido, estava na sala colocando uma musica para tocar. A campainha soou e ele abriu a porta saudando Esposito e Lanie, elogiando o vestido dela. Serviu-lhes bebidas e conversavam alegremente quando Kate surgiu na sala para se juntar a eles seguida de Martha.

Eles riam de uma historia contada por Castle quando a campainha tornou a soar.

- Deve ser Alexis.

Ele seguiu apressadamente para a porta e teve uma certa surpresa ao abri-la e deparar-se com a filha de mãos dadas com um rapaz desconhecido com um brinco na orelha e cabelos na altura do ombro. Arregalou os olhos e Kate correu para recebê-los e evitar qualquer desastre.

- Oi, pai! Happy Thanksgiving Day! – ela largou a mão do rapaz e abraçou e beijou o pai – esse é Nicholas mas pode chama-lo de Nick, meu amigo italiano. Ele está passando um tempo nos USA. Esse é meu pai, Rick Castle.

- Piacere signore.

Castle olhou para Beckett como quem pede socorro mas tudo que viu foi o olhar fuzilante que ela sempre aplicava para intimida-lo. 


Continua.....


3 comentários:

larynhapaulista disse...

Capitulo muito bom, Alexis pedindo ajuda da Kate por causa do namorado italiano foi demais. Adorei que as duas estão ficando amigas.
E quando ela se preocupou mais com a carreira da Kate do que com a segurança do pai, não me aguentei e fiquei imaginando como seria a cena se isso acontecesse de verdade na série.
Kate voltando para o distrito e acreditando em símbolos (colar do infinito, relógio e distintivo), adorei essa parte, porque eu particularmente acredito nisso.

val disse...

Ai Karen foi perfeito...apaixonei,vc me faz sonhar ainda mais com caskett.
gostei do entrosamento das duas, bem maduro, sabe uma coisa que não me agrada? não é bem agradar é que eu não consigo ver a Beckett como advogada ou seja doutora Beckett.
par mim ela é detetive, detetive Kate Beckett.
vou fazer igual Castle... ela é aquele distintivo, aquele, quadro, tudo aquilo é ela, nao consigo encaixar essa imagem dela advogada na minha cabeça, mas confio no que vc escreve.
adorei as pegações foram poucas, mas deu pra contentar.
to ansiosa agora para saber o que vai rolar no jantar...e quão saidinho será esse novo namorado da Alexis.
acho que Castle vai surtar.

bjis dear até o próximo epi...

bye Val.

Eliane Lucélia disse...

Oi, gostei desse cap, bem leve, adorei o lado madrasta da Beckett surtando com o que a Aléxis poderia ter feito, ficou engraçado, já fico imaginando encrenca que vai ser quando Aléxis perder a virgindade, como contar isso para o pai? Castle vai surtar, pirar de vez, ainda bem que tem a Kate para mediar o meio de campo e esse namorado italiano tem que mostrar a que veio, aproveitar a fama que os homens de seu país tem, caliente, vai com fundo Alexis, quero ver o circo pegar fogo, se bem que não é bem o circo que vai esquentar, né?!

Beckett voltando a ativa no distrito, como é bom ver isso e de cabeça erguida, mostrando o quanto aquilo lá precisa dela, resolvendo um caso em 3 dias, dá-lhe Kate, mostre para a "capetã" quem é a dona e a mais eficiente do pedaço, ela precisa de vc e não vc dela, abaixa a crista dela. E vamos para o próximo cap :D bjosss