quinta-feira, 3 de outubro de 2013

[Castle Fic] There's Always Tomorrow - Cap.2


Nota da Autora: Mais um capítulo e ainda estamos vivendo no passado, tenham paciência. Posso dizer que ainda estou boazinha. Enjoy! 

Atenção! Pitadas de NC-17...


Cap.2


Nos dias que se seguiram, Kate continuou junto a sua equipe buscando provas das possiveis ligações entre a máfia e o assassinato de um dos Quinze. A causa da morte revelava envenenamento porém as pistas para encontrar o assassino eram bastante escassas. Castle sempre avaliava detalhes do caso com ela, dava palpites e sugeria linhas de investigação para a propria Kate desafiar a equipe. Infelizmente, não conseguiam evoluir.

- Como podemos estagnar em um caso desse jeito? Não consigo achar caminhos alternativos para investigar e isso esta me irritando.

- Sei o que você está sentindo, isso é quase como um bloqueio de escritor. Aquele momento em que nenhuma das suas ideias parecem ter sentido. Você não consegue achar um momento de climax ideal ou mesmo criar uma virada que traga uma nova dinâmica para a história. Ao contrario de você, estou com sorte. Minha história está indo de vento em polpa.

- Bom pra você, a diferença é que estou falando do mundo real e nele nada parece se completar – ela suspirou frustrada – odeio esses casos que parecem não sair do lugar! Por mais que eu tente achar uma ponta, não consigo. Justo quando tenho a responsabilidade pela investigação.

- Hey, vem cá – ele a puxou pelo braço fazendo-a sentar no colo dele – também não precisa ficar assim. Talvez se você aceitasse minha sugestão de investigar alguns políticos poderia achar algo interessante, digamos alguém que esteve viajando a negócios para a China nos últimos meses considerando o tempo em que as maiores atividades aconteceram. Acho que você encontraria coisas bem interessantes.

- Você quer que eu investigue todos os políticos do país, peça acesso aos seus dados de viagem com que base, Castle? Qual a justificativa que usaria?

- Diga que você é uma agente federal e portanto tem direito de investigar como eles estão gastando o nosso dinheiro – ela entortou a boca e olhou para ele como quem diz “sério? Essa é a sua desculpa” – tudo bem, já entendi. Você pode dizer que está seguindo um palpite do seu noivo escritor, afinal não sou um qualquer, sou um escritor de best-sellers que já trabalha a alguns anos com a polícia, sei das coisas.

- Castle, você realmente não está ajudando.

- Não? Hum... e quem sabe assim – ele começou a beijar-lhe o pescoço deixando as mãos acariciando a lateral do corpo dela e suas costas – melhorou? Ou talvez pudessemos tentar isso – mordiscou a orelha dela e sugou os lábios com um beijo carinhoso – parece que começamos a nos entender – ele disse ao sentir os dedos de Kate entremeados em seus cabelos – vamos esquecer desse caso por uns instantes. Deixa-lo de lado, uma boa noite de sono pode nos dar outras ideias.

- Tudo bem... – ela sussurrou entre os lábios dele e decidiram ir para a cama.

Na madrugada de Washington porém, nem todos dormiam.

O senador de Illinois andava de um lado para o outro em seu escritório de casa. Acabara de receber um telefonema de um dos seus parceiros de “negócio”. Nunca o contatavam em casa e muito menos essa hora da madrugada. Eram quase três horas da manhã. Recebera um pequeno aviso se é que se pode chamar assim uma ameaça. Quando o braço direito do seu fornecedor chinês faz isso é porque algo muito sério estava em jogo. Uma sigla. FBI. Os federais estavam investigando os contrabandos chineses e ao que tudo indicava já tinham ideia da máfia. Se continuassem a cavar, encontrariam alguma pista que levassem a ele e ao seu parceiro? Precisava comunicar urgente ao maior interessado. Seria a primeira coisa que faria pela manhã. Chineses eram ótimos nos negócios mas uma vez desconfiados e traídos, eles partiam para o jogo pesado e assassinato era a menor artilharia deles. Chang fora claro, se percebesse a ameaça pesada dos federais, agiria do seu jeito e certamente a operação entre eles estava desfeita. Ao falar com seu parceiro, tinha um único objetivo, tirar os federais da jogada.

Dois dias se passaram e a evolução do caso não ocorria. A ideia de investigar políticos não vingaria sem alguma evidência mas ela ainda queria encontrar algo que pudesse dar a ela esperanças para desvendar o caso. Porém, naquela tarde seu chefe a chamou em sua sala. Um caso mais urgente havia aparecido. Ela preferia continuar cavando o caso da máfia pois seu instinto a dizia que havia algo de muito pesado ali, infelizmente as evidências não a ajudaram e perdera a discussão com seu chefe. O caso fora arquivado, ou melhor colocado on hold.

Ao chegar em casa, encontrou Castle na cozinha. Preparava algo com ervas porque o cheiro estava uma mistura de alecrim e manjericão com outros aromas que ela não conseguira distinguir. Ele parecia agitado. Ela jogou o casaco na cadeira junto com as pastas do trabalho. Prendeu os cabelos que estavam soltos em um coque antes de ir até onde Castle estava.

- Hey....- beijou-lhe o pescoço – o que você está aprontando? Está cheirando muito.

- Nosso jantar. Ah Kate, o dia foi escelente. Escrevi três capitulos e a cabeça está fervilhando de ideias, criei minha própria história e investigação para Nikki a partir do seu caso. Estava torcendo para você chegar com novidades para ver se estou longe da solução ou não. Ou quem sabe acertei tudo? Afinal sou quase um detetive.

Ela abraçou-o por trás e cheirou a nuca dele. beijando as costas dele sobre a camisa, ela tinha que dar a má notícia.

- Castle, eles arquivaram o caso. Disseram que não havia provas suficientes para continuar e surgiu algo mais crítico. Sinto muito, sei que estava empolgado em fazer seu próximo livro mas não poderei ser sua fonte – ele se vira para fita-la, percebeu um ar de frustração no rosto dela.

- Hey, tudo bem. Tenho muita imaginação para escrever o fim da história, não se preocupe com isso. Quero saber se está tudo bem com você? Esse caso arquivado afetou você, gorgeous?

- Não diretamente mas – ela suspirou encostando momentaneamente a cabeça no peito dele e erguendo-a novamente para fita-lo – não sei meus instintos me dizem que há algo grande ali. Algo que pode se tornar uma bomba mas não tenho evidências, apenas um sentimento estranho.

- Instinto de detetive. Posso entender – ele beijou a testa dela – olha não adianta remoer. Agora você tem um novo caso e precisa se concentrar nele porém não irei reclamar caso queira compartilhar e me ajudar a combinar seus sentimentos com a história do meu livro.

- Você está me oferendo o papel de co-autora em seu próximo livro, Castle?

- Não, fonte importante e claro a dedicatória será sua.

- Porque eu ainda pergunto... – revirou os olhos mantendo um sorriso.

- Vá tomar um banho e relaxe, o jantar sairá em meia hora.

Kate obedeceu e se deixou ser mimada naquela noite. Adorava quando ele se predispunha a fazer tudo para agrada-la. Depois de um jantar delicioso, ele preparou café e sentados juntinhos no sofá, Castle mostrou a sua linha de raciocínio para o caso da máfia e o que já havia colocado em seu livro. Ela ficou impressionada do quanto ele evoluíra na historia. Ela deu algumas dicas a ele mas pediu que escrevesse sozinho a partir dali. Queria ler o livro e ser surpreendida. Ela não deixava de ser fangirl.

Em outro lugar da cidade, o senador fazia uma ligação importante para o seu parceiro e maior investidor.

- Pois não? Espero que tenha algo interessante para me dizer – falava a voz do rígida do outro lado da linha.

- Eu tenho. Está feito. Voltamos a ter o controle e ninguém cutucando ou seguindo nossos passos. O caso dos federais foi arquivado. Você já pode acertar o novo carregamento. Não podemos tirar os olhos daquele grupo, os chineses são bem sujos quando querem.

- Ótimo. Fique de olho caso os chineses queiram botar as asinhas de fora. O mesmo vale para os federais. Desligou.

Durante a nova semana, Castle continuava escrevendo seu livro com empolgação e Kate tirava de letra o novo caso que lhe deram. Fizeram as prisões em apenas quatro dias e encerraram o caso. Ela começava a fazer no FBI o que fazia na NYPD. Adicionava a sua ficha casos e mais casos concluídos com sucesso. Sua performance ganhara destaque e seu chefe imediato apenas admirava-a mais. Ainda tinha muito a descobrir sobre os talentos e a sagacidade de Kate Beckett. E o que considerava ainda mais interessante era o fato dela não ter perdido o jeito característico de detetive policial e uma ligação pessoal com as vitimas capaz de revelar excelentes pistas e nuances dos casos. Não só ele mas outros agentes e superiores já percebiam que ela era diferente. Apesar de possuir características não tão apreciadas pela dinâmica do bureau e ser uma pessoa focada em justiça e resultados, o modo dela de enxergar algumas situações podiam ser preocupantes para seu crescimento no bureau. Era uma questão de adaptação pensara seu superior. Tudo isso apontava apenas para uma coisa muito importante. Kate Beckett poderá ser grande destaque no bureau, dependia somente dela daqui pra frente.

Semanas depois, ela já trabalhava em um outro caso quando sozinha em seu apartamento assistia ao jornal da CNN. Uma notícia chamou sua atenção. Um cara descendente de chinês foi achado morto em um beco na periferia de Washington. Não possui qualquer identificação com ele e sua morte soava como uma suposta vingança. A autopsia ainda precisaria confirmar a causa da morte. Para o jornal, esse homem podia ser um desconhecido mas para Beckett não. Havia algo naquele rosto que a lembrava alguém, já o vira antes.

Levantou-se do sofá e foi até seu pequeno escritório a procura de uma pasta. Sim, apesar do caso ter sido arquivado por tempo indeterminado, ela manteve uma copia de toda a investigação consigo. Ainda tinha esperança de poder voltar a investiga-lo e fecha-lo de acordo. De volta ao sofá com a pasta nas mãos, ela repassou todas as fotos que possuía. E conforme desconfiava, o rosto do morto estava entre os Quinze. Conhecido como Hu no grupo da máfia chinesa. Para Kate isso não era uma coincidência. Amanhã no bureau ela iria atrás da investigação desse homicídio. Se isso pudesse trazer alguma ligação com o antigo caso, ela poderia convencer o seu chefe a reabrir o caso para que ela pudesse voltar a investiga-lo.

Procurou a ajuda de um dos agentes que sempre trabalhava com ela e pediu para ele conseguir as informações do caso para poder analisar. O agente Hendricks aconselhou que ela não perdesse tempo com casos pequenos, tinham maiores peixes para pescar mas prometeu conseguir a informação já que isso parecia importante para Beckett.

Ao final do dia, ela tinha a pasta em suas mãos e levou-a consigo para casa. Estar sozinha em casa tinha suas vantagens quando ela precisava focar em alguma análise ou mesmo descansar a mente e o corpo, porém havia momentos que ela sentia falta dele especialmente quando queria trocar ideias. Esse era o caso agora. Com uma  taça de vinho nas mãos, ela folheava o relatório do legista a procura de pistas e explicações parecidas entre essa morte e a do outro membro dos Quinzes. Estava absorta nos detalhes escrevendo os pontos principais em seu bloco amarelo de anotações quando o seu celular tocou.

- Hey, gorgeous! Estava dormindo?

- Não, trabalhando e pensando em você.

- Mesmo? Já valeu o telefonema porque não tenho boas noticias para você e talvez a saudade não faça você querer me matar. Lembre-se sou apenas o mensageiro.

- O que aconteceu Castle? Você está bem? Não fez nenhuma loucura e agora quer a ajuda do FBI pra resolver certo? – ela ficou bem preocupada.

- Voltei da turnê hoje e Lanie me deu uma notícia não muito agradável. Lembra a data que escolhemos para o nosso casamento na catedral de Saint Patrick? Então, não está disponível. Isso está deixando sua amiga louca, droga! Eu mal cheguei e fui bombardeado com histórias de buffets, igreja, flores. Kate por favor, diga que não precisamos casar numa igreja realmente ou vou enlouquecer... e por favor você vai estar aqui para o Valentine’s não? Você precisa por ordem nessas duas. Martha e Lanie estão me sugando... – ele ouviu a risada dela do outro lado da linha – você está achando isso engraçado? Estou em pânico!

- Relaxa, Castle. Primeiramente, não faço questão de casar numa igreja. Podemos fazer o casamento na sua casa dos Hamptons, algum problema? Em relação ao dia dos namorados, estou fazendo o possível para estar aí. Estou com um caso sob minha supervisão e trabalhando como assistente em outro. Se até o fim da semana concluir o meu caso, chegou em New York no sábado.

- Essa é a melhor noticia que você poderia me dar. Assim podemos visitar Ryan e Jenny. O pequeno Patrick já vai fazer três meses e nem sequer o conhecemos. Estamos em dívida com nossos amigos.

- Faremos isso. Mas não se preocupe, a melhor hora para visitar um bebê é após os três meses. Estamos bem quanto a isso.

- Porque você disse que pensava em mim? Está precisando de um pouco de amor do Castle? – ela riu – uma massagem talvez? Porque se quiser podemos tentar algo por telefone... o que você está vestindo?

- Não, Cas. Não agora. Apesar de morrer de saudades – ela suspirou – é que, surgiu um assassinato na TV esses dias e acredito que pode ter ligação com aquele caso arquivado. O problema é que pode ser apenas coisa da minha cabeça é ai que você entra. Talvez seja o único capaz de dizer que não estou vendo além do que devia. Se estiver certa, talvez possa reabrir o caso. Faz algum sentido pra você?

- Na verdade, faz. Isso me diz o quanto você sente a minha falta, sente saudades de trabalharmos juntos resolvendo casos e criando teorias. Minha sugestão Kate é bem simples. Resolva o caso que está trabalhando, venha para New York e traga consigo os detalhes desse caso. Se tiver relacionado com o da máfia, nós investigaremos e chegaremos a essa conclusão juntos. Pelos velhos tempos, que tal?

- Parece bom. Assim nos distraímos e não ficaremos com vontade de cometer homicídios nós mesmos por causa de uma festa de casamento.

- Bom ponto. Durma bem, gorgeous.

- Você também, fiancé.


Quinze meses antes – Fevereiro 2014


Ela acabara de entregar o seu relatório. Mais um caso solucionado. Era hora de passar em seu apartamento, pegar a mala e rumar para o aeroporto. Não via a hora de estar em New York no loft de Castle celebrando o dia dos namorados. Ia passar apenas três dias com ele mas seria o suficiente para matar as saudades dele por enquanto. O trânsito para o Dulles estava bem engarrafado. Ela encostou o corpo no banco e fechou os olhos, pela primeira vez Kate pode descansar o corpo essa semana. Trabalhara muito duro para fechar o caso. Esse era um dos motivos pelo qual ansiara em estar com Castle esses dias. Precisava de uns instantes para relaxar e que maneira melhor de fazer isso senão fazendo amor com seu noivo e tendo um ótimo fim de semana com amigos?

Quando seu avião pousou no JFK. Ela sorriu. As portas do desembarque se abriram e ela o viu. Lindo com seus óculos escuros e um buque de lírios nas mãos. Sorria e vestia um casaco creme que o deixava ainda mais charmoso. Estava com o rosto mais fino. Apressou o passo em direção a ele e bem à sua frente, ela fingiu procurar alguém.

- Procurando alguém? – ele perguntou.

- Estava procurando meu noivo não sei se você o viu. Alto, olhos azuis penetrantes, sorriso de menino ah! Ele é muito charmoso. Tem um péssimo defeito porém, passa semanas sem me ver.

- Se eu fosse seu noivo não deixaria uma mulher tão bela dando sopa num saguão de aeroporto – tirou os óculos – olá, Kate. Bem-vinda a New York. Senti muito sua falta – ele estendeu as flores para ela que as pegou e sorriu.

- Você não tem ideia... – ela falou e sentiu o toque dos dedos dele em seu rosto puxando-a para um beijo. O contato foi tão repentino e avassalador que ela deixou as flores escaparem da mão e caírem ao chão enquanto ela abraçava-o contra seu corpo aprofundando o beijo e amenizando um pouquinho a saudade que a dominava. Quando finalmente se separaram, ela viu as flores e envergonhada mordeu o lábio inferior.

- Desculpa, acho que o buque já era.

- Não importa, o gesto é simbólico. Vamos, não vejo a hora de ficar sozinho com você – ele pegou a mala dela com uma das mãos, a outra entrelaçou seus dedos nos dela e caminharam até a saída. Pegaram um taxi e seguiram para casa. O tempo em New York parecia estar mais frio do que DC, percebeu. A diferença é que a cidade que nunca dorme é mais acolhedora e tinha alguém em quem se esquentar. Olhar a muvuca das pessoas nas grandes avenidas, o cheiro dos pretzels e hot dogs, o barulho quase ensurdecedor das buzinas de vários taxis amarelos, vestígios de neve em calçadas e o ritmo acelerados dos pedestres misturados as luzes da Times Square. Essa era a sua cidade. Ao entrar no loft de Castle, a sensação de lar voltou a anima-la.

- Katherine! Venha cá, me dá um abraço doce criança – Martha a abraçou com vontade pegando-a de supetão – vamos tire esse casaco, saltos. Fique a vontade. Richard, sirva um café para sua noiva. Está muito frio lá fora. Aceita um brandy para acompanhar?

- Não, Martha. Obrigada café está ótimo – Kate tirou o casaco e colocou no armário perto da porta. Castle já tinha levado sua mala para o quarto e estava preparando a caneca de café. Kate sentou-se em um dos bancos da cozinha americana e ficou observando-o. Martha olhava para a bela mulher de uma certa distância e se perguntava como o filho dela fora premiado na vida, ela admirava a sua futura nora como nunca admirou as demais. Além de linda, centrada e inteligente, Kate tinha um senso de realidade de alguém que batalhou muito para se reerguer na vida e alcançar seu espaço. Essas qualidades eram importantes e boas influências para Richard. Melhor deixa-los sozinhos, afinal agora quase não tinham tempo para estarem juntos e não seria ela quem os atrapalharia.

- Bem, vocês pombinhos comportem-se e não quebrem a casa toda por favor. Estou saindo. Ta ta...

Assim que ela saiu, Kate sorveu um pouco do café que ele servira a ela. Castle tirou o casaco e ela pode perceber que ele realmente estava mais magro. Seria realmente uma das razões para isso a falta dela? Castle estava particularmente mais gostoso. Ele se aproximou dela e a envolveu com os braços ao redor da cintura.

- Finalmente! Pensei que ela não iria embora e ainda quisesse beber brandy com você.... que tal aproveitarmos o tempo de uma forma bem mais interessante? Temos reservas no Le Cirque às 9h. São cinco então... – Castle a beijou apaixonadamente. Kate deixou as mãos passearem pelas costas dele ao curtir o beijo. Quanta saudade daqueles lábios! Foram quatro semanas que para ela pareciam quatro anos. Os dedos sorrateiramente desfaziam os botões da camisa revelando o peito dele. Definitivamente, ele estava mais magro. Castle a ergueu do banco e Kate enroscou suas pernas nele. Acreditava que ia leva-la para o quarto. Mas essa não era a intenção dele.

Carregando-a enroscada em seu corpo, ele caminhou até a porta de seu escritório. Ela estranhou. Fechou a porta atrás de si e pressionou o corpo de Kate contra ela. Kate deslizou suas pernas ficando de pé novamente. Castle tirou a camisa dela e jogou ao chão. Viu o colar com os dois anéis à amostra entre os seios dela. desabotoou a calça e deslizou-a pelas longas pernas. Fora inevitável passar as mãos por toda a extensão das pernas de Kate. Tornou a ficar de pé na frente dela. Seus olhares se encontraram mas Kate ainda não sabia qual era o objetivo de Castle.

- Lembra daquele dia que você entrou pela porta do meu apartamento dizendo que apenas me queria? Você apareceu quando minhas esperanças já tinham se esvaído. Desde aquele dia, eu criei uma fantasia na minha cabeça. Ter você contra a porta, não na primeira vez porque isso não seria ideal mas agora....ah, Kate...é tudo o que quero fazer.

Castle não esperou pelo aval dela. Como um homem dominado pelo desejo, ele devorou sua boca deixando as mãos vagarem pelo corpo dela. O beijo era urgente, ávido. Mordiscou o lábio inferior dela e perdeu-se no pescoço. As mãos encontraram os seios e ele os segurou apertando um pouco. Ela gemeu. Agora os lábios dele estavam entre os seios dela tocou os anéis de leve e desabotoou o fecho do soutian. Ao expor os belos seios, Kate gemeu devido ao frio do cômodo e logo seus mamilos ficaram rígidos. Ela agarrou os ombros dele cravando as unhas na pele querendo puxa-lo ainda mais para si. Mas Castle não queria dar chance a ela, queria tortura-la, deixa-la louca. Roçou a língua nos mamilos dela e abocanhou o seio sugando e provando a pele e o gosto dela. Ouviu-a dizer, ou melhor balbuciar seu nome várias vezes. Kate sentia a umidade em seu centro aumentar, estava consumida pelo desejo. E ainda nem começara a sentir prazer realmente.

Castle brincou com os dois seios dela e seguiu beijando e lambendo o corpo dela até encontrar o elástico da calcinha. Com as duas mãos, ele baixou a calcinha dela. Afastou as pernas lentamente e começou a provar o interior das coxas dela. E então, Castle beijou-a lá. A sua língua provou o clitóris dela e Kate gritou apoiando-se contra a porta com uma das mãos na maçaneta. Ele decidiu prova-la com vontade e seus lábios a provavam com maestria. Kate tentava se manter de pé segurando-se nos ombros dele. Em questão de minutos, ela sentiu a explosão a dominar e gritou. Ele não se deu por satisfeito e continuou massageando o clitóris dela até sentir que Kate estava novamente pronta para um novo orgasmo. Daí, ele se levantou e roubando-lhe um beijo por pura distração, ele a penetrou levantando uma das pernas dela para poder ter mais espaço. Ela gemeu entre os lábios dele e instintivamente subiu as pernas segurando-se no corpo de Castle.

Entrelaçados, Castle a empurrou contra a porta e movimentava-se rapidamente querendo leva-la ao máximo do prazer que conseguisse. Kate se segurava como podia sentindo a madeira fria da porta contra suas costas. Pressionava o próprio corpo contra ele e fazia dos ombros de Castle uma espécie de esteio. Sentiu o corpo estremecer aos poucos, o coração acelerado já indicava que uma nova onda de prazer a tomaria em questão de segundos. Gemendo e se equilibrando entre a porta e o corpo do homem que a segurava, ela balbuciou palavras à principio sem sentido mas que Castle foi completamente capaz de entender antes de perder-se dentro dela.

- Cas...agora...forte...mais...oh Deus...Cas...vem comigo...I lo-love... – e a explosão a atingiu como um raio. Ela o abraçou completamente colando seu corpo ao dele e gritando de prazer. Contaminado pela volúpia de te-la ali tão fragil e dependente dele, Castle deixou-se levar e entregou-se ao prazer também. Não parava de movimentar-se dentro dela, enquanto tivesse forças, ele prolongaria aquele momento. Sentiu os dentes de Kate cravarem mordidas em seus ombros. Aos poucos, ela foi se acalmando, sentindo o corpo esmoirecer diante dele. As pernas estavam bambas e precisava dele para lhe segurar por mais alguns instantes. Permaneceram na mesma posição por alguns minutos. Castle começou a sentir os lábios dela vagando por sua pele, beijando-a seguindo para o pescoço e culminando no rosto.

Kate reencostou a cabeça contra a porta e suspirou. De olhos fechados, ela se permitiu um minuto para respirar. Lentamente, ela deixou as pernas deslizarem sobre o corpo dele até sentir seus pés tocarem o chão novamente. Tão logo fez isso, percebeu que a pressão do corpo dele junto ao seu aumentou. Ele a esmagava contra a madeira. Sentiu o toque dos dedos dele em seus cabelos e abriu os olhos apenas para dar de cara com Castle a olhando. Esboçou um sorriso e Castle veio em direção aos lábios dela. Dessa vez, nada de pressa ou urgência. O toque dos lábios fora suave, quase inocente. Em seguida, Kate entreabriu a boca para deixar a lingua dele encontrar a sua e vagarosamente perderam-se naquele beijo por um bom tempo. Ao quebrar a magia do beijo, Castle passou a mão no rosto dela acariciando e sorriu satisfeito. Ela suspirou e ao abraça-lo novamente deixou a cabeça pender no ombro dele. A respiração quente ainda sugeria reações em seus corpos. Beijou-lhe a nuca e sussurrou para ele.

- Deus, como senti sua falta....- sentiu as mãos dele aterrisarem na cintura dela e a segurarem de maneira firme – quando eu fiquei tão boba...

- Você não é boba. E acho muito bom saber que sente tanto a minha falta, mostra que não sou o único. Vem, vamos para o quarto. Ainda temos um tempinho antes de nos arrumarmos para sair e festejar o dia dos namorados.

- Achei que já estávamos festejando... – ela soltou uma risada.

- Começamos ainda temos muito a comemorar.

- Porque demorou tanto a me pedir para realizar essa fantasia? Podiamos ter aproveitado tanto antes...

- Fico feliz que tenha realmente gostado, Kate.

- Gostado? Eu adorei! Por acaso você não tem outras fantasias que queira compartilhar? Talvez possamos realiza-las. 

- Ah, Kate tenho várias mas podemos discutir isso outra hora não? E a deitou na cama reiniciando outro momento íntimo entre eles, fizeram amor mais uma vez antes de efetivamente sair para jantar.

O jantar, a noite e todo o resto foi simplesmente gratificante. Toda a saudade de semanas desaparecera em poucas horas com ele. Durante a manhã, Kate acordou preguiçosa com os carinhos de Castle. Ao lado da cama, um bandeja com frutas, pães, suco e um café extremamente cheiroso a esperava. Havia uma flor, uma tulipa na bandeja e uma caixinha azul.

- Happy Valentine’s, Kate.

- Bom dia, Castle... – pegou a caneca de café e inalou um pouco do aroma antes de bebe-lo – humm delicioso esse café.

- Coloquei essência de vanilla como você gosta.

- Sim, e marece um beijo por isso – ela inclinou-se e beijou-o apaixonadamente – happy valentine’s. Isso é para mim? Eu não comprei nada para você com toda a correria e ah, Castle! É lindo! Eu não sei o que dizer. Ela ergueu o par de brincos na palma da mão.

- Achei que ainda estava em dívida com você desde o último dia dos namorados mesmo tendo lhe dado a pulseira e deixe-me dizer que adoro o fato de que você nunca a tira do braço, queria substituir os brincos que dei a Gates. Pode parecer tolo mas... a dívida está paga.

- Castle você não precisava fazer isso. Eu não queria presente, já temos tanta coisa para pensar sobre o casamento e tanto para comprar e gastar , tá eu sei que você é rico mas ainda assim... tudo que queria era passar um tempo com você. Sabe, ultimamente acredito que estou amolescendo isso pode ser bom ou ruim.  

- Kate, você está apaixonada. Esse é o motivo. E não se condene. Trabalhamos tanto e passamos por muitas coisas para estar aqui. Precisamos de um pouco de calmaria em nossas vidas também. Nem que seja por um fim de semana afinal não deve estar sendo fácil o período de adaptação em DC você já se sente parte dele, do time?

- Tem horas que sim, outras que não. Mas é tudo muito diferente da dinâmica do distrito. Ali as pessoas trabalham juntas porém não se ajudam totalmente. Você tem dúvidas se realmente pode contar com eles. Há algo maior envolvido, a segurança de um país. Não há espaço para erros de julgamento e já errei algumas vezes, coisas de novato mesmo e espero não repetir os erros ao longo do caminho. Obstáculos sempre existem. E pode anotar. Mesmo que eu seja uma policial federal agora, nada substituirá o tipo de investigação que faziamos juntos, parceiro – ela sorriu.

- Oh, isso foi um elogio? Começo a achar que você amolesceu mesmo. Eu sinto falta disso, de investigar casos com você. Ser um pouco detetive mesmo que parcialmente até você me impedir de entrar em um cena de crime ou ser deixado de lado numa emboscada. Somos uma dupla muito boa e eficiente.

- Sim, nós somos. E acho que de certa forma trouxe algo para relembrar o que faziamos bem. Considere um presente de dia de namorados então. Quero sua opinião em um caso. Pelos velhos tempos?

- Claro mas... er...só tem um problema. Minha mãe já perguntou por você hoje e tenho a ligeira impressão que querem te roubar de mim o dia todo. Você sabe porque não? – Kate arregalou os olhos – não me olhe assim, sabia que isso era possivel quando veio para cá ainda mais com apenas dois meses para o casamento.   

- Castle eu não sei se isso é uma boa ideia... – a cara de pânico de Kate fez ele sorrir. Tinha que acalmar os nervos dela.

- Boa ideia ou não, você terá que fazer isso. Gorgeous, você corre atrás de bandidos, interroga caras perigosos e usa uma arma. Você vai sobreviver a bolo, flores e outros detalhes como prova de vestido – ele riu porque a cada palavra parecia mesmo que um monstro crescia  na frente de Kate. 

- Você vai me pagar!

- Kate isso faz parte do casamento, você aceitou tudo isso quando disse sim! Pense pelo lado positivo, a cerimônia será nos Hamptons o que facilita muitas coisas. Vamos descer, eu te protejo pelo menos por alguns instantes.

- Porque fui escolher logo um escritor milionário? Podia ser tudo tão mais simples! Uma cerimônia reservada para poucas pessoas. Ah, me promete uma coisa Castle. Sem mídia por favor! Sei que você é um dos bachelors de New York e isso certamente seria um grande evento mas eu não conseguiria. Você me promete?

- Prometo. Sem imprensa e Kate, é o seu casamento. Você pode faze-lo da maneira que quiser. Se dizer para mim que quer pegar um avião hoje e casar em Vegas, eu aceito. Só tenho uma condição. Você – ela suspirou e beijou-o diante do gesto tão carinhoso e da declaração feita – hum, prometa que seu trabalho não atrapalhará nossa lua de mel em BoraBora.

- Vamos finalmente para Bora Bora? Vou fazer o possivel.

Ao descerem para a cozinha, Martha mal deixou Kate respirar. Após se cumprimentarem, a mãe de Castle simplesmente despejou um caminhão de informação no colo de Kate. Fotos, panfletos, um catálogo de flores. Tudo espalhado sobre a mesa da sala além de revistas de noivas que ela supunha já ter vários modelos de vestidos pré-selecionados. Ao ver o desespero no olhar de Kate, Castle procurou amenizar as coisas mesmo sabendo que a negociação com Martha era bem difícil.

- Mãe, sei que a senhora quer resolver e ajudar Kate em vários aspectos do casamento mas eu gostaria de dizer que você deve respeitar a opinião dela. nós conversamos e chegamos a conclusão de que não queremos uma grande celebração e sim uma cerimônia mais simples, nos Hamptons mesmo, para alguns amigos mais chegados.

- Mas Richard...

- Nada de “mas”, mãe. É o casamento de Kate não o seu. Ela deve escolher como quer tudo, desde a decoração até a sobremesa. Dê isso a ela. ah, e mais uma coisa: você pode ficar com ela até as seis, depois a roubarei novamente pois temos compromissos – ele via Martha abrir a boca para protestar - E nem tente argumentar. Ela veio me ver. É dia dos namorados, por favor! Vou estar no escritório escrevendo.

- Ok, kiddo. Entendi – ela virou-se para Kate e sorriu – Katherine querida, temos tanto a fazer em tão pouco tempo. Richard não entende a importância de uma data como essa. Não se deixe levar por esses pensamentos do meu filho, veja me diga o que você acha desses vestidos, andei fazendo uma pesquisa e escolhi alguns modelos e estilistas que combinam perfeitamente com você. Podemos sair daqui a pouco para as lojas mas antes sugiro que escolha as flores e o cardápio do casamento aí eu organizo tudo para você – Martha continuou falando ininterruptamente de suas ideias, do que gostava mais, combinações. Sabia que ela estava querendo ajudar e de certa forma fazer o papel de mãe para Kate já que sua própria mãe não podia dividir esse momento com a filha. Sentia-se grata pelo apoio de Martha porém se sentia zonza em muitos momentos com tanta informação.

Kate tentou explicar para ela que a Idea da cerimônia simples e reservada a agradava muito e que fora ela quem pedira isso a Castle. Com jeito, ela foi dobrando algumas loucuras e exageros de Martha, aceitando outras sugestões e buscando o equilíbrio entre o que a satisfazia e o que ela, a noiva, realmente queria. Mais tarde, Kate ligou para Lanie e pediu para a amiga  acompanhar ela e Martha na saga do vestido. Afinal precisava da opinião de sua madrinha além de alguém para apoia-la.

Ao contrario do que Kate pensara, a tarde foi bem divertida e proveitosa. Aproveitou para colocar em dias as novidades com Lanie. Martha revelou-se uma excelente companhia e ganhou ainda conselhos de graça. Ela se apaixonara por dois vestidos mas sua indecisão acabou atrapalhando a escolha. Ao entrarem na Saks porém, assim que chegaram a parte da loja destinada a Vivian Wang, Kate prendeu a respiração. Ali estava o vestido perfeito. E ela tinha toda a razão, caiu como uma luva nela.

- Kate, amiga você está linda.

- Meu Deus, Richard é um homem de sorte – ela viu as lágrimas escorrerem no rosto de Martha – é perfeito. Você está deslumbrante e sinceramente é a noiva mais linda que já vi. Ah, me dá um abraço Katherine. Estou tão feliz em ver você e meu filho juntos, felizes. Não poderia pedir nada diferente a você além de que seja feliz.

- Obrigada Martha. Por tudo.

- Ah, mais ainda temos muito o que fazer. E tão pouco tempo... devíamos ver as flores ou os sapatos, não melhor definir a banda...

- Hey, calma. Uma coisa de cada vez. Vamos sair daqui, tomar um café e enquanto comemos podemos definir os itens do cardápio, ai só precisamos marcar para provar pois preciso fazer isso junto com Castle.

- É verdade, tem razão. E depois podemos ver o bolo? – Kate sorriu. Não adiantava dizer não a ela.

- Tudo bem, veremos o bolo.

E assim, as três tomaram café e decidiram sobre o menu e Kate escolheu alguns recheios de bolos. De maneira pratica, Kate elencou tarefas para Martha a fim de mante-la ocupada e satisfeita com a organização de parte do casamento. O que realmente era importante e imprescindível para ela, deixou nas mãos de Lanie. Por volta das cinco e meia da tarde, elas voltaram ao loft cheias de sacolas e rindo alegremente.

Castle ouve aquele burburinho e vai até a sala. Elas continuavam sorrindo e conversando. Enfim, a tarde não fora tão perdida assim.

- Vejo que voltaram bem animadas não? Olá, Lanie!

- Hey, Castle... quanto tempo! Foi só a Kate sair da NYPD pra você esquecer os amigos não? Ryan estava reclamando outro dia, aparentemente ele sugeriu algo bem estranho como teoria e deixou Esposito bem chateado quando incorpora o Castle Jr.

- Pelo menos alguém ainda irrita o Esposito. E Lanie, não abandonei vocês, estou focado em meu novo livro. Prometo que vou ao distrito qualquer dia desses e sim, darei uma passada no necrotério para poder te ver.

- Acho bom mesmo e – o bipe de Lanie tocou – e a folga acabou. Alguém morreu. Querida, falo com você depois e não se preocupe com nada do casamento. Nós cuidaremos de tudo, certo Martha? – deu um beijo na amiga e piscou para a mãe de Castle – tchau para vocês.

- Martha, você pode guardar isso para mim, a sete chaves lembra?

- Com certeza.

- Espera, você não vai me mostrar o que comprou? É meu casamento também!

- Richard não seja curioso. Katherine, ele é todo seu. Kate se aproximou e acariciou o braço dele.          

- Pelo visto a tarde não foi de todo em vão. Acho que você se divertiu um pouco não?

- Sim, é bom ter pessoas a seu lado nesse momento e sua mãe, ela não é nem um pouco parecida com a minha mas existem certos momentos que o instinto materno fala mais alto. Isso aconteceu hoje e eu gostei muito – ele beijou a testa dela – e você? O que aprontou sozinho a tarde toda? Você pretende sair hoje? Porque eu tenho uma Ideia ótima para passar a noite.

- Mesmo? E o que seria?

- Eu, você, uma garrafa de vinho e o seu presente. Que tal relembrarmos os velhos tempos, Castle?

- Gostei. Mas com uma condição: preciso da sua opinião sobre algo no meu livro. Estou com mais da metade terminada. Para continuar a escreve-lo, está faltando um tempero, uma virada. Preciso de um plot twist para finalizar o caso e ainda tenho pelo menos uns sete capítulos pela frente. Você me ajuda?

- Hum... quem sabe ao avaliar o caso real não temos alguma ideia para ajudar sua detetive Nikki Heat... pegue o vinho que pego as pastas. Te encontro no quarto.

E em questão de minutos, a cama transformara-se em uma mini sala de investigação. Papeis com anotações, fotos, documentos e fichas criminais espalhadas pelo colchão. A TV passara a o quadro de evidências onde eles montavam sua linha do tempo e desenhavam a história. Entre suposições e teorias furadas, Castle acabou chegando a mesma conclusão de Kate de dias atrás. O assassinato que ocorrera na semana anterior tinha características muito semelhantes ao outro de meses atrás ligado à máfia chinesa. Sem querer, o mesmo caso voltara a bater à porta de Beckett mostrando que havia algo bem maior por trás daqueles contrabandos.

A garrafa de vinho já acabara e Kate manifestou estar com fome. Enquanto Castle foi à cozinha preparar alguma coisa, ela se encostou na cama e pegou os capítulos do livro de Castle para ler. A aventura de Nikki estava bem interessante, ele misturava ideias complementares e baseada no caso da máfia. Queria poder dizer que sabia como continuar a historia mas o fato era que nada lhe vinha à mente. Ele retornou ao quarto com a bandeja cheia de guloseimas e mais uma garrafa de vinho.

- Lendo meu livro, Kate? Alguma sugestão?

- Nenhuma, infelizmente.

- Tudo bem, vamos achar um jeito. Agora, que tal comermos um pouco esquecendo esse caso e assistir um pouco de televisão? Ele não esperou a resposta dela e já ligou o aparelho. O canal da CNN esboçava alguma noticia de Washington sobre a economia do país, quando Castle foi mudar de canal porém, Kate o impediu. Na tela apareceu uma cena de crime nos arredores da capital. Um corpo estendido no chão. Ela reconheceu o local.

- Castle, olha! É o mesmo beco – ela pegou uma das pastas e começou a folhear os papeis até encontrar a foto que procurava – viu? Compare – ela olhava para a tela e para a foto, não estava enganada, era o mesmo lugar. Castle pegou a foto das mãos dela e examinou, ela tinha razão – quem é ele? - ela se perguntava tentando encontrar alguma pista nas imagens da reportagem.

O rosto da vitima passou a ser exibido na tela informando que era um John Doe, sem documentos ou qualquer objeto que facilitasse a sua identificação. Além disso, seu rosto havia sido machucado e estava com vários hematomas. Mas Kate já vira aquele semblante. Mesmo deformado, ela reconhecia o rosto. Agitada, ela procurou o envelope com as fotos dos Quinze. Virava uma a uma com avidez e a sexta foto a fez parar. Kate ergueu a foto na altura da tela da TV. Não havia dúvidas, as semelhanças estavam ali. Eram a mesma pessoa.

- Castle... é mais um dos Quinze. Assassinado. Ele... é o terceiro. Victor Chan. Isso não pode ser coincidência! – ela alcançou o celular na cabeceira e já ia fazer uma ligação para o agente Hendricks mas Castle segurou seu pulso.

- Kate, não é coincidência concordo com você mas não ligue para os federais. Você está aqui comigo, são quase dez horas da noite. por favor, deixe para checar tudo isso na sua volta a DC. Conheço você e sei que não deixará isso escapar. Na verdade, concordo que há algo muito estranho nesses assassinatos, confio em seus instintos mas não vamos perder o resto da noite avaliando como tudo isso está conectado. Faça isso depois de amanhã. Nesse momento, tem algo mais interessante pra fazermos – ele beijou o ombro dela, afastou o cabelo e deslizou os lábios pela nuca fazendo-a se arrepiar – e amanhã visitaremos Ryan e Jenny, então só nos resta... – ele a beijou jogando-a na cama e colocando seu peso sobre Kate. Em questão de minutos, eles se perdiam um nos braços do outro.

No dia seguinte, Castle e Beckett foram visitar Ryan e a esposa Jenny. Kate comprara uma roupinha para dar de presente ao pequeno Patrick. Estava curiosa para ver como o amigo que segundo Espo se preparara incansavelmente para a jornada da paternidade estava se saindo. Ao entrarem no apartamento deles, os dois tiveram a visão do que um bebê pode mudar sua vida. Ryan atendeu a porta com um sorriso no rosto e estava muito feliz de ve-los mas as olheiras eram perceptiveis. Tinha os olhos fundos.

- Hey, vocês dois! Estou tão feliz de vê-los! Entrem, por favor! Ah Beckett... não te vejo a o que... dois meses? Três? Ultimamente perco a noção do tempo.

- Dois meses, Kevin e todos estamos com a vida meio atribulada não? Mas tinha que visita-los e ver o pequeno irish. Ainda não o conheço pessoalmente. Cadê a Jenny?

- Ela está amamentando. Sentem-se vou servir um café para vocês. Como vão as coisas em DC? Desde que você se mudou, Castle esqueceu os amigos raramente aparece no distrito. Acho que o único objetivo dele era colocar esse anel em seu dedo e ainda acho que demorou demais.

- O trabalho vai bem, casos muito puxados, outros complicados. A experiência está sendo muito interessante. Tenho aprendido muito mas uma coisa é certa. Trabalho em time como o nosso não existe na Federal. Ainda acredito que isso muitas vezes faça a diferença nas investigações. E como está sendo a sua nova fase? Papai... – ela riu.

- Ah, Beckett. Maravilhosa, cansativa, sem noites mas tão recompensadora. Segurar seu filho nos braços é algo indescritível, apenas quem passa por isso consegue entender. Tudo se resume a ele, você não importa nada. É um amor incondicional. E ele puxou a mim.

- Mentiroso! – era Jenny que aparecia com o bebê no colo – olá, Castle, Kate! É bom ver vocês e esse aqui é o Patrick – Kate já se levantara para olhar a criança. Realmente era muito lindo e tinha os olhos azuis de Kevin. Castle se aproximou ficando atrás de Kate tocando comodamente sua cintura.

- Jenny, ele é lindo. Tem os olhos de Ryan mas o nariz e a boca são suas. E ele é tão gordinho... – o olhar e o semblante de Kate denunciavam o quanto ela estava encantada. Castle percebeu e se ateve em sorrir.

- Parabéns aos dois. Isso é realmente um momento único e sua descrição é bem acurada. Nada se compara ao amor de um pai para um filho – Kate olhava para ele e suspirou. Sabia o quanto ele amava a filha e o que fazia por ela, já demonstrara muito bem isso.

- Quer segura-lo, Kate? Ele não se incomoda de passar de colo em colo. Vem, você está doidinha para fazer isso – Jenny estendeu o filho cuidadosamente nos braços dela.O bebê cheirava maravilhosamente, adorava a suavidade da pele, os pequenos dedinhos, a delicadeza das covinhas e pregas pelo corpo. Ela sentiu uma emoção diferente ao segurar aquela criança nos braços. Ninava-o tranquilamente sob os olhos dos amigos sem sequer perceber que estava sendo observada. Era um momento só dela e do pequeno Patrick. Castle não podia deixar de esboçar o sorriso. Ao vê-la carregar um bebê, ele sentiu uma sensação tão confortante, tão plena. Ele sabia. Kate seria uma excelente mãe. E sendo bem sincero, ele não via a hora de ser pai novamente. Queria um filho com ela, sabia disso desde que se apaixonara por Kate. Porém, nunca trouxera esse assunto à tona, para uma conversa. Em se tratando de Kate, Castle entendia que devia esperar o tempo dela. Felizmente, a julgar pela cena que se desenhara a sua frente, não estava tão longe quanto pensava.

- Kate, você nasceu para fazer isso. Patrick já dormiu. Agora com o noivado, casamento a vista... o próximo passo será a maternidade. E você já provou que entende da coisa. Castle já teve a experiência mas faz tanto tempo que deve estar enferrujado. Quantos filhos você quer Kate? – Jenny provocou.

- Um casal – e no próximo minuto ela se tocou do que dissera e tratou de corrigir - Quer dizer, se um dia tiver tempo, com o FBI, a carreira nem sei se um poderá acontecer. É muito cedo para dizer.

- Quando se quer, Kate nós encontramos tempo – disse Ryan.

- Ele tem razão. Basta você querer – Castle falou e ela o olhou surpresa. Entendera direito? Ele acabara de dizer que dependia dela?

- Parece que o papai já concordou – brincou Jenny – aproveite garota. Não vão se arrepender.

Eles continuaram conversando por uma hora, durante esse período Patrick não saiu um minuto dos braços de Kate. Depois de bons momentos entre amigos, eles se despediram e finalmente Kate devolveu o bebê a Jenny. Com um abraço apertado no amigo, ela prometeu que voltaria antes do casamento. Mais tarde, ao deixar Kate no aeroporto Castle voltou a dar recomendações a ela para a próxima investigação que ela iria desenterrar. Conhecia sua noiva muito bem para saber que era teimosa o bastante para insistir em algo.

- Prometa que ao chegar em DC, irá com calma. Usará o bom senso e terá evidencias e fatos suficientes para então sugerir a reabertura do caso.

- Castle quem tem ideias e teorias malucas aqui é você. Não estou reconhecendo tanta preocupação. É apenas uma investigação, se reaberta vou apenas soluciona-la. Não tem perigo.

- Isso não posso afirmar. Não quero que você arrisque sua carreira, sua vida. Ainda mais agora que você quer ter dois filhos meus. Não posso deixar nada acontecer a você.

- Castle...aquilo...é cedo. Ainda temos muito o que fazer. Você quer mesmo dois filhos? Você tem Alexis e sei lá...eu não...

- Kate, nada me fará mais feliz do que ter filhos com você. Estamos recomeçando nossas vidas e será como você quiser, não estou pressionando ok? Eu já estou com saudades... – ele a abraçou pela cintura e beijou-lhe a testa, Kate deixou-se abraçar e repousou a cabeça no ombro dele – se cuida, ok? – ela se distanciou dele mordiscou os lábios – prometo que vou te ver logo e se precisar de ajuda no caso, me ligue. Aliás, me ligue quando quiser mesmo que seja para não falar nada – ela abriu um lindo sorriso, daqueles que faziam o coração de Castle parar.

- As vezes me esqueço de como você pode ser tão doce e gentil, Castle. Preciso embarcar. I Love you. Ligo quando chegar – beijou-o apaixonadamente.

- Vou esperar. Love you too.

Ao chegar em casa, Castle encontra Alexis sentada no sofá da sala. Quando vai cumprimenta-la, ela o surpreende com uma recepção nada esperada.

- Olha quem decidiu aparecer. Lembrou que tem casa? Ou outras pessoas na sua vida? – ela estava irritada.

- Hey, Alexis! Não sabia que estava por aqui. Não esperava, como vão as coisas? Tudo bem na faculdade? – ele vai se aproximar para beijar-lhe a testa mas Alexis desvia dele e fica de pé mantendo distância.

- É claro que você não saberia, não parece se importar mesmo. Agora tudo se resume a ponte aérea New York e DC e ao que a detetive Beckett está fazendo ou se ela poderá vir me ver. Ah, desculpe meu erro – falou sarcástica -  é Agente Beckett. Não se interessa mais por nada nem ninguém! Há! Adivinha? Eu não dou a mínima pra o que ela faz ou deixa de fazer – ela virou-se de costas para ele e saiu pisando firme subindo as escadas, Castle gritou por ela.

- Alexis, pare com isso. Venha aqui já, vamos conversar – mas a filha não deu a mínima – Alexis, hey...filha!

- Shhh deixe pra lá, kiddo – Martha chegou e se colocou ao lado dele acariciando o ombro sabendo que o filho estava meio assustado com a reação que acabara de presenciar.

- O que deu nela? Brigou com o namorado?

- Não, Richard. É uma mistura de tudo. Hormônios, namorado, mudanças. Dê um tempo para ela. Perder um pouco dessa raiva que a domina agora. Mas no fim filho, a reação de Alexis é não de uma menina e sim de uma mulher que está sentindo que está  perdendo seu espaço.

- Como assim? Ela é minha filha e isso nunca poderá mudar.

- Eu sei querido. Mas coloque-se no lugar dela. Por muitos anos foram apenas vocês dois. Ela era o centro das atenções não se preocupava com as suas namoradas, peguetes e afins. Agora a história é diferente. Você está noivo e vai casar. Para ela, Katherine significa uma ameaça porque divide a sua atenção. Alexis vê Katherine como a competição – Castle tenta falar mas Martha o interrompe – eu sei, eu conheço a integridade de Katherine e de forma alguma ela irá competir com Alexis. Mas não é assim que a nossa menina pensa. Ela vai entender, amadurecer. Você terá que conversar com ela, disso não tenho dúvidas mas deixe ela se acalmar.

- Eu nunca pensei que fosse passar por isso com Alexis, ela sempre foi madura, responsável até mais do que eu...

- Tudo o que você diz é verdade mas no fim ela tem apenas dezoito anos e sempre foi a garotinha do papai. Dói crescer, Richard.

- Você tem razão, mãe – ele suspirou. Teria que reverter essa situação e fazer a filha entender que ninguém tomaria seu lugar na vida dele. Mas se esperava constituir uma família com Kate, isso precisaria ser resolvido.


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No dia seguinte, assim que pisou no bureau, ela pediu o caso de Victor Chan que aparecera na TV para avaliar. Como não havia outro caso para ela, debruçou-se comparando todos os dados que tinha do caso arquivado e das duas outras mortes que se seguiram a ele. Causa da morte, relatórios de pericia, evidências encontradas na cena do crime e os relatórios dos legistas. A primeira coisa que notara era a semelhança entre assassinatos. Todos envenenados. Também reparou que o legista do primeiro assassinato e do último era o mesmo. Tinha que falar com ele. Ligou para o necrotério e marcou uma hora. Com os dados que precisava em mãos, ela foi encontra-lo.

Quando voltou ao escritório do FBI quase ao fim do horário normal de trabalho, ela não descansou. Após sua conversa com o legista ela sabia como montar sua defesa para reabrir o caso. Ainda ficou umas três horas comparando dados em todos as pastas para montar sua linha de raciocínio e o relatório com as informações necessárias para justificar a continuidade da investigação. Cansada, ela recolheu suas coisas e foi para casa. Mas não se entregou, após um rápido lanche e uma caneca de café extraforte, ela continuou fazendo seu relatório. Quando olhou no relógio novamente, já passava de uma da manhã. Finalmente ela decidiu dormir, teria um longo dia.


FBI HQ


Kate Beckett chegara cedo para trabalhar. Assim que organizou sua apresentação e os dados do seu caso, ela foi até o seu chefe para agendar uma hora. Conseguira uma brecha as três da tarde. Isso era bom pois dava a ela tempo para revisar tudo o que podia para não deixar nenhum detalhe passar. Na hora combinada, ela entrou na sala dele. Ali, ela explanou o caso e cada detalhe que encontrara a fim de sustentar a necessidade da investigação e suas ligações com os outros assassinatos. Não havia o que contestar. Beckett tinha um caso sólido e o trabalho realizado por ela era exemplar.

- Agente Beckett, você me convenceu. O caso é seu e sua prioridade é desvendar os homicídios para então investigar e punir os culpados pelas ações ilícitas de contrabando.

- Sim, senhor. Obrigada.

- Você provou seu ponto, agora só posso contar que faça seu trabalho e resolva o caso.

- Pode contar com isso, senhor.

Ao chegar em casa, ela estava radiante e a primeira coisa que fez foi ligar para Castle. Precisava contar a ele o que acontecera. Após o terceiro toque, ele atendeu.

- Hey, Castle! Adivinha quem tem um caso da máfia chinesa nas mãos para investigar?

- Você conseguiu? Mas o que estou dizendo, claro que conseguiria.

- Estava tudo interligado, mesma causa da morte, particularidades na cena do crime e o nome das vitimas entre os Quinze. Construí uma defesa sem falhas. Eu tenho o caso, Castle. Vou resolver esses assassinatos e colocar o responsável atrás das grades, depois vou chegar ao mentor de todo esse contrabando e fazer a justiça – ela não continha o sorriso, ele a via através da tela na ligação via facetime – vou encerrar o caso, você vai terminar de escrever seu livro. Terá material suficiente para dar o tom da sua historia e quem sabe da próxima vez que vier me visitar podemos inclusive analisar alguns elementos do caso juntos, cavar um pouco mais, discutir teorias e achar o melhor plot twist.

- Mal posso esperar por isso, Kate.

- E depois... – ela fez uma carinha de safada.

- O que tem depois?

- Ah, acho que tem aquela onde você deveria caminhar até, hum como chama mesmo aquele negocio? – ela fazia um jeito meio inocente, desencanado – ah,lembrei altar.

- Altar? Mas para que mesmo? – ele brincou.

- O tal do casamento. Nós concordamos com isso naquele parque não? Afinal, não é por isso que colocou esse anel no meu dedo?

- Pode apostar que sim.

- Ótimo. Se dissesse outra coisa eu iria pessoalmente a New York chutar seu traseiro. Preciso dormir, ontem eu fiquei preparando o caso até tarde. Não fique vibrando tão cedo, a investigação pode se arrastar.

- Tudo bem, descanse. Talvez esteja por aí antes do que imagina.

- Gostei disso. E como está Alexis?

- Tudo bem – ele não ia contar nada ainda sobre o comportamento para ele inadequado da filha.

- Entao é isso. Boa noite, Castle.

- Boa noite, gorgeous.

Ela desligou e tratou de ir para cama. O seu momento de felicidade estava próximo de desaparecer caso ela encontre algo bem maior do que imaginara. Esse caso era uma espécie de baleia branca e se não tomasse cuidado, transformaria-se em um Ahab obstinado e à beira da loucura na caça ao seu suposto destino.  

No outro extremo de Washington, outra pessoa não estava tão feliz como Beckett. Um novo telefonema o assustara no meio da noite.

- Senador, acabei de saber que o caso do contrabando foi reaberto depois da insistência de uma detetive. Você sabe o que fazer em seguida.


- Sim, não se preocupe. Autorizarei o monitoramento dela. Saberá cada passo dela e de qualquer um ligado a ela. se ela chegar muito perto, haverá consequências. 


Continua... 

2 comentários:

Unknown disse...

Não estou gostando desse caso,algo me diz que isso ira afetar o casal,no escritorio uiiii esses dois são tão hots.A NY e amigos não existe algo melhor do que a nossa casa e matar a saudade dos amigos.Alexis,abusando dela oh guria bleh! A Martha ê tão perfeita como vó,mãe e futura sogra <3
Esperando o proximo cap.

cleotavares disse...

Ui! Esse senador me dá medo. OMG pondo a vida dos meus queridos em perigo.
Parabéns pelo capítulo.