domingo, 13 de outubro de 2013

[Castle Fic] There's Always Tomorrow - Cap.3


Nota da Autora: Algumas observações sobre esse cap. Acrescentei elementos investigativos que talvez não agrade a todos, também situações sobre a vida das personagens. Lembrem-se, está é uma história ficticia portanto desencanem e aproveitem! Enjoy...

Pitadas de NC-17...

Cap.3


Beckett continuava a investigação da máfia chinesa. Claro que a essa altura ela não desconfiava que estava sendo vigiada de longe por seus potenciais inimigos. Os Quinze agora viraram Doze e por conta disso, os chineses confrontam os políticos. O senador do Illinois recebeu uma visita nada agradável de Chang e mais dois capangas. A mensagem foi clara: se mais um de seus homens morressem, não apenas o negócio estava desfeito como também a vingança seria algo que eles sequer poderiam imaginar. Nada de retaliações dos americanos e a partir de agora se não jogarem conforme as regras, o FBI e o país iriam pagar. Ao saírem do gabinete do senador, ele respirou fundo. Teria que ter muito sangue frio e ficar de olho na investigação daquela agente, caso contrário, ele, seu parceiro e boa parte do país seriam vítimas do esquema de corrupção e ilegalidade que eles começaram a anos atrás. Antes mesmo do primeiro mandato do senado.


FBI


Ao analisar as informações da vida dos três mortos, ou seja as vítimas, Beckett encontra similaridades entre suas atividades e seus movimentos. Algumas supostas operações que trabalharam juntos além de palavras e números estranhos. Parecia uma espécie de código. Teria que avaliar com calma. Talvez Castle pudesse ajuda-la. Ele é bom nisso.

Investigar o caso da máfia era apenas uma das tarefas de Beckett, normalmente ela trabalhava em dois casos ao mesmo tempo. Aparentemente, esse caso do contrabando não era prioridade para o FBI nem para a procuradoria. Por isso ela tinha tempo para investigar até em casa. Para Beckett, eles ainda não tinham dimensão do que esse caso podia representar. Ela ainda confiava em seu instinto e não desistiria. Em algum lugar no meio de todas aquelas evidências, ela acharia uma pista capaz de leva-la ao outro nível da investigação.

Castle evitou conversar com Alexis sobre qualquer coisa envolvendo noivado ou Beckett durante uma semana. Bancava o simpático, perguntava da faculdade, tentava sim essa era a palavra, tentava manter uma certa harmonia e um diálogo com Py. Observava suas mudanças de humor esperando o melhor momento para aborda-la sobre seu noivado e seu futuro com Kate. Percebeu que a filha andava desfilando com o namorado a tiracolo e ainda o hospedou em sua casa. Para não criar confusão ou mais atrito com ela, Castle aceitou de bom grado a presença do jovem Py perambulando e tomando conta da sua cozinha com suas receitas naturebas e suas supostas filosofias para viver melhor. Claro que achava tudo uma baboseira só mas o rapaz parecia deixar Alexis de bom humor e ele precisava que ela estivesse bem para quando fossem conversar. Ainda não contara nada para Beckett do que estava acontecendo. Preferia ter uma primeira conversa com a filha antes de tirar conclusões, para Castle uma conversa franca entre pai e filha seria suficiente para resolverem o que considerava apenas um mal entendido. Caso isso não desse certo, ele teria que avaliar suas opções.

Na véspera de mais uma viagem para DC, ele finalmente resolve ter uma palavrinha com Alexis aproveitando que ela acabara de chegar da rua com o namorado e parecia bem alegre. Por educação, Castle perguntou se tinha se divertido e pela primeira vez em uma semana, a sua Alexis pareceu estar de volta. Ela tagarelou sobre a exposição que viram, a banda de punk rock que tocara no Central Park e o pequeno bistrô que Py descobrira na 103 W onde tinha uns sanduiches deliciosos.

- Tudo natural, Sr. C!

- Imagino, que bom que a tarde foi proveitosa.

- Sim, nada melhor que um dia bem vivido ainda mais que Alexis volta ao campus amanhã.

- É verdade tinha me esquecido. Py, você me daria uns minutos para conversar com a minha filha?

- Claro, Sr.C. vou aproveitar e preparar o suco da Grams.

- Filha podemos ir ao meu escritorio um instante? – Alexis estranhou a formalidade – é que eu preciso entender algo e prefiro estar a sós com você. Eles seguem para o escritório e sentam-se um de frente para o outro. Castle não se demorou a iniciar uma conversa – então, vai para o campus amanhã. O que te espera esse semestre?

- Várias matérias técnicas de anatomia, fisiologia e muito laboratório. Acho que vou gostar muito desse período. Prática. Mas não foi por isso que você me chamou aqui. Qual o problema, pai? Tenho uma leve ideia mas porque não fala? Não sabe disfarçar mesmo!

- Alexis, eu sinto falta de conversar com você. Entendo que a dinâmica das nossas vidas mudaram e isso de certa forma é bom. Agora você vai retornar para as aulas e mesmo sabendo que estará indo e vindo só queria que não deixasse de me contar o que acontece com você.

- Engraçado, quem deveria estar dizendo essas palavras seria eu não? Você vive em ponte aérea NY-DC e eu que não te conto mais as coisas? Quando foi que você esteve por aqui ultimamente? E quando esteve, Beckett também estava ou você escolheu solucionar casos com o pessoal do 12th. E quando estava realmente sozinho era trancado no escritório escrevendo. Então, sou eu mesma que tenho problema ou você me excluiu da sua vida?

- Alexis, excluir é uma palavra muito forte! Eu estava dando um tempo para você se acostumar, aproveitar o seu namorado. Você precisa viver sua vida também. Claro que o fato de Kate estar morando em DC é um complicador a mais porém em nenhum momento esqueci você e se passei essa impressão, desculpe.

- Você admite que sua prioridade é a Beckett? É estar em DC? Porque desde que você ficou noivo é só ela que importa!

- Ah, então é isso. Devia ter percebido antes. Ciúmes. Você está com ciúmes de Beckett porque estou dando mais atenção a ela com esse lance de casamento, DC...

- Ciúmes? Porque eu teria ciúmes da sua noiva? – mas o tom era debochado – Beckett que cuide da vida dela, do casamento, do que ela quiser. Eu tenho minha vida, se ela quiser acampar aqui ela pode.

- Você não me engana Alexis. Tudo bem, a culpa é minha. Acho que não dei a oportunidade de você ser independente, sempre teve tudo e isso é basicamente a arma que usei para suprir a ausência da sua mãe, claramente eu errei porque isso a tornou tão ligada a mim que a ideia de ter que dividir com outra pessoa é simplesmente inaceitável – Alexis abriu a boca para protestar mas Castle não deixou – mas filha, você está errada. Eu amo a Kate, ela é o amor da minha vida não nego. Mas você, Alexis, você é minha filha! Ninguém poderá substituí-la na minha vida. Você é meu tesouro, minha princesinha e pode ter 60 anos, sempre será minha garotinha. Ninguém vai tirar isso de você – ele percebeu que a filha estava mais tranquila, começava a ceder – você confia em mim não?

- Claro que confio, pai.

- Então sabe que eu não a abandonaria.

- Não se trata de abandonar, mas de se importar. Você não conversa comigo, não se aproxima de Py que dirá conversar com ele. É meu namorado, poxa. Como você quer que eu fique bem e aceite tudo isso com Beckett se você não dá atenção ao Py. Você podia fazer um esforço.

- Alexis, como você pode dizer isso? Esse rapaz está morando na minha casa a meses. Todas as manhãs tomo café com ele. Não entendo! – ele viu Alexis franzir o cenho – ok, tudo bem. Você está certa. Quando você estará de volta a New York? Podemos fazer assim, quando voltar podemos sair eu, você e Py. Vamos almoçar, conversar, passar realmente um tempo juntos. O que me diz?

- Parece bom, posso voltar no sábado e domingo à noite volto ao campus.

- Certo, sábado. Isso quer dizer que tenho que voltar de DC na sexta e...

- Pai! Você vai para DC de novo? Ah, esquece! Eu não quero seu almoço de piedade... – e saiu batendo o pé.

- Alexis, volta aqui. Alexis, filha.... droga Castle, porque foi mencionar que ia para DC? – ele esmurrou a mesa de leve se culpando pelo erro – burro!

Naquela tarde, Castle voou para DC.


Washington DC


Ao investigar as finanças de uma das vítimas, Beckett identificou um depósito de uma grande quantia de dinheiro um dia antes da morte. Verificando um pouco mais o extrato, ela constatou outra movimentação. Uma retirada um dia depois do assassinato da mesma quantia. Para ela, estava claro que não podia ser coincidência. Seria esse o motivo do assassinato? Afinal não é todo dia que alguém recebe USD 1 milhão na sua conta apenas para sumir dois dias depois. Intrigada, ela marcou os números do depósito e da retirada e foi até o técnico de informática. Pediu para ele investigar de onde vieram aqueles movimentos financeiros, queria banco, IP e se possível o dono da conta. Ali podia estar a pista que esperava para seguir com a investigação. O técnico avisou-a que esse tipo de pesquisa demoraria pelo menos uns três dias pois geralmente a primeira informação que obtinham era de contas ou IPs fantasmas, tinham que buscar a verdadeira origem camada por camada. Beckett acatou a explicação dele. Ainda tinha os códigos a decifrar. Ela checou o relógio. Já passava das sete da noite. Lembrou que o voo de Castle deveria chegar às nove.

Pegou suas coisas, o que incluía a pasta do caso e seguiu para casa. Queria pelo menos tomar um banho e relaxar antes dele chegar. Também precisava comer, sua última refeição fora uma caneca de café e uma torrada por volta das três da tarde,nem sequer almoçara. Ela foi direto para o chuveiro. Castle tinha a chave para entrar não precisava se preocupar. Com ele passando o resto da semana e o fim de semana podiam tentar encontrar algum significado naquelas codificações. Beckett estava no sofá quando ouviu o barulho de chave na porta. Ela se levantou e ao vê-lo entrar, abriu o sorriso. Ele deixou a pequena mala e o casaco num canto da sala e caminhou vagarosamente até ela apenas para provoca-la. Não aguentando mais esperar, ela avançou na direção dele jogando-se no corpo de Castle e puxando-o para si sedenta por beijar aqueles lábios. Depois de um bom momento de carícias, eles por fim se separaram.

- Wow! Você realmente sente minha falta... Quantos dias fazem mesmo? Uma semana?

- Nove dias, Cas... longos dias. Fez boa viagem? Está com fome? Porque não fiz nada. Estava pensando em comermos aqui na vizinhança mesmo. Na cantina da esquina. O que acha?

- Tudo bem, estou mesmo com fome.

- Eu estou faminta, não almocei. Deixa eu pegar meu casaco.

- Não almoçou? Kate você não pode ficar fazendo esse tipo de coisa. Vai acabar ficando doente por causa do trabalho. Será que tenho que te tratar igual uma criança? - ela já voltara de casaco e entrelaçou os dedos nos dele.

- Agora que você está aqui pode cuidar de mim, não me importo. Descobri umas possíveis pistas para o caso, no restaurante te conto.

Na cantina, já bebendo um vinho tinto delicioso, Kate perguntou de New York antes de falar do seu caso.

- Como estão as coisas por lá? Martha está suficientemente ocupada a ponto de não te incomodar com coisas do casamento?

- Sim, acho que você deu tarefas suficientes para ela.

- E Alexis? Já voltou para a faculdade? Levou o namorado com ela?

- Voltou. Py finalmente irá me dar algum sossego mas não por muito tempo.

- Castle não fale assim. Ok, ele é meio excêntrico demais e um pouco bagunceiro mas...

- Pouco? Você está sendo gentil. Ele é um desastre! O pior é aguentar as invenções dele pela minha cozinha. Acordo todo dia sobressaltado por algum barulho, quando não é a batedeira é o liquidificador ou...

- Hey - ela acariciou a mão dele sobre a mesa - isso não é relevante. Alexis gosta dele, está feliz. Isso é bom, importante. Você devia estar apoiando - ela percebeu um ar meio triste nos olhos azuis – está tudo bem mesmo? Você não parece tão convincente e seu semblante não é de alguém apenas chateado porque Py dominou sua cozinha. Tem algo que queira me contar?

- Não, Kate. Nada mesmo só essa sensação estranha ao ver minha filha crescer. Só isso. Mas você disse que tem novidades sobre o caso. Estou mesmo precisando de elementos novos para o livro. O que descobriu?

A três mesas depois da deles, um cara jantava sozinho mas seus olhos estavam fixos na mesa do casal que sequer imaginava que estavam sendo vigiados.

Kate tomou mais um pouco do vinho e começou a contar a ele o que encontrara nas fichas de cada um dos assassinatos. O CSU encontrou evidências de números e letras com cada uma das vítimas. Apesar de diferentes, apresentavam similaridades e seria estranho todos eles possuírem um código consigo. Ela explicou para ele que podia ser relacionado à missão que cada um teria que cumprir para a máfia e de alguma forma falharam, talvez por isso tenham sido mortos. Também disse a ele que por mais que tentasse, não conseguiu chegar a nenhuma conclusão sobre a lógica por trás dos códigos.

- Então, você quer minha ajuda? Minha inteligência em desvendar mistérios, minha sagacidade – ele se aproximava dela implicando e com uma cara safada aquela que sempre usava quando queria se vangloriar - ora, veja só a agente esperta quer minhas técnicas de criptografia para desvendar uma pista e salvar seu caso...- ela revirou os olhos.

- Menos Castle mas sim, quero sua ajuda.

- O que eu ganho em troca?

- Minha admiração por seus serviços prestados como bom cidadão ao país? - a cara que ele fez de decepção foi impagável que fez Kate gargalhar.

- Você pode fazer melhor que isso e por favor não diga que você já incorporou esse besteirol dos federais. Não combina com você.

- Estava curtindo com sua cara e funcionou. Posso pensar em algo para retribuir esse favor... talvez possamos experimentar minhas novas algemas de federal ou um banho demorado com direito a uma rapidinha no chuveiro...

- Estou gostando das opções, continue.

- Repetir a dose da nossa primeira vez?

- Quatro é um bom número se pararmos para pensar... - ele olhou para ela de repente e viu que ela o provocava ao abrir sem ele perceber três botões da blusa que usava, estava sem soutian - por Deus! O que ainda estamos fazendo aqui? Garçon, a conta por favor! - Kate desatou a rir e aproximou-se dele para roubar um beijo. Assim que Castle pagou a conta, eles saíram apressados rumo ao apartamento. Mal trancaram a porta e Castle já foi puxando a blusa de Kate jogando-a no chão. Ela avançou sobre ele mordendo-lhe os lábios enquanto os dedos encarregavam-se de desabotoar a calça puxando a peça para baixo exibindo não só o boxer que usava como também o membro já excitado. Kate puxou a camisa dele com força e os botões foram atirados aí chão longe dos olhos dos dois. Em questão de minutos, estavam nus. Castle a ergueu do chão e a colocou sobre a mesa de jantar da sala.

A altura era perfeita para que ele a tomasse ali mesmo, afastou as pernas dela e penetrou-a sem qualquer cerimônia. Em questão de segundos, a dança estava em seu ápice e os dois perderam-se entre prazer, gozo e gemidos. Repetiram a dose no momento em que Castle saboreava os seios dela e a forçava implorar por mais. Kate experimentou a sensação de paraíso mais uma vez. Terminado o ato de amor, ela procurou pelos lábios dele e beijou-o como se fosse a última vez que o veria. Doce e intenso, o beijo se prolongou apenas para deixa-los sem fôlego novamente. Por fim, ela apoiou a cabeça no peito dele e ficaram imóveis ainda na mesa por alguns minutos. Castle a ergueu com cuidado e a colocou de pé ao seu lado. Seguiram para o quarto e depois de uma chuveirada, eles deitaram-se na cama enroscados um ao outro, braços, pernas. O rosto do Castle perdendo-se no cabelo dela. Percebeu pelo tom da respiração que ele adormecera e Kate ficou pensativa sobre o que vira hoje nos olhos dele. Castle estava preocupado com alguma coisa em New York e ela podia apostar que era Alexis. Ele não a enganava mais, não insistira porém ia ficar de olho nele esses dias. 

Na manhã seguinte, Kate foi para o bureau e Castle já com todas as informações do caso, começou sua própria investigação. Entre novas pistas e suposições, ele se dividia entre seu livro e o código. Embaralhou as letras, arrumou as sequências pelas datas das mortes, procurou anagramas porém nada fazia sentido pra ele. Tentou procurar alguma similaridade com os dados via Google. Achará desde identidades até jogos de sudoku. O sentido daquilo continuava desconhecido. Decidiu espairecer a mente, quem sabe isso não o ajudava a achar uma conexão? Pegou o casaco e saiu.

Uma caminhada na vizinhança de Beckett e uma ida ao mercado podiam lhe fazer bem. Enquanto caminhava, não pode deixar de pensar em Alexis. Não gostara da forma como eles conduziram aquela última conversa. Saíra tudo errado e vê-la ou melhor nem vê-la sair para o Campus no dia seguinte apenas mostrava como as coisas ainda estavam mal resolvidas entre eles. E havia Beckett. Apenas de olhar para ele, Kate percebeu a mudança nele. Não demoraria muito para que ela voltasse a questionar sobre o assunto, ele a conhecia o bastante para saber que ela apenas colocara a conversa em espera por um tempo mas não se convencera da resposta dele.
Com o pensamento longe na filha, Castle não percebeu que estava sendo fotografado e seguido.Entrou no mercado disposto a comprar algumas coisas para o jantar.

Quando Kate voltou do trabalho, encontrou a mesa posta impecavelmente. Havia inclusive um vaso com flores. Castle estava sentado no sofá com o notebook no colo escrevendo. Ela podia ver a concentração dos olhos azuis na tela a sua frente. O franzido na testa indicava que escrevia uma cena tensa, difícil, provavelmente uma cena de ação. E viu um dos trejeitos que mais amava nele, a ponta da língua exposta no canto da boca. Sinal de que estava com a imaginação a mil. Ela não queria atrapalhar pois verdade seja dita, ele sequer a notaria enquanto os dedos voassem daquela forma sobre o teclado. Ela tirou o casaco e sentou-se na cadeira de frente para ele. Esperou. Assim que o viu levantar as sobrancelhas e tocar com mais força usando o indicador a tecla que ela sabia se tratar do enter, soube que acabara. Ele ergueu os olhos da tela e sorriu.

- Hey... a quanto tempo você está aí?

- Não muito. O suficiente para te admirar escrevendo um pouquinho. Ele se levantou deixando o notebook sobre o sofá e foi na direção dela, Kate esticou a cabeça e ele se inclinou beijando a testa dela e em seguida os lábios - fez o jantar?

- Sim, carbonara. Uma forma de me redimir com você já que não consegui nada com a minha investigação ainda.

- Nada? Nenhuma ideia?

- Zero. Niente. Mas posso te mostrar depois para ver se você encontra alguma lógica nas minhas combinações.

E após o jantar, os dois sentaram-se lado a lado na cama para analisar até onde Castle conseguira ir. Kate sugeriu outras abordagens mas por mais que tentassem não obtinham algo coerente capaz de ser conectado ao caso. Cansados, eles deixaram os rabiscos de lado e deitaram-se para dormir abraçados como sempre faziam.

No meio da noite, Kate ouviu vozes e tentando vencer o estado letárgico do sono, ela virou-se para ver se Castle dormia ou ouvira o mesmo que ela. Teve uma surpresa. A voz era de Castle. Ele balbuciava algumas palavras e frases. Aquilo não era novidade para Kate mas fazia um bom tempo que não ouvia-o falar durante o sono. Geralmente isso acontecia quando ele estava preocupado com algo. Dedicou-se a prestar atenção nas frases.

- Não, filha... você entendeu errado. Eu amo vocês duas.... Alexis ninguém tomou seu lugar, Kate...Kate está longe... Eu sinto falta... DC é perto, não Alexis.... por favor, é a Kate...

Bem que ela desconfiara da conversa no restaurante, Castle estava com problemas com Alexis e era por causa dela e do casamento com certeza. Ele podia ter escapado dela uma vez mas agora ela já sabia e teriam que conversar sobre isso. Kate sabia o quanto a filha era importante para ele e não seria ela o motivo dele quebrar a ligação e a relação tão linda de pai e filha que tinha com Alexis.

Três dias se passaram e Beckett resolveu cobrar a análise da conta que pedira. A resposta não a agradou nem um pouco. Devido a demandas de outros casos, ele não passara da primeira fase da análise e apenas pode confirmar para ela que encontrara uma conta fantasma. Chateada, ela voltou a pedir um novo prazo para ele e que dessa vez fosse viável. Para sua decepção, ele pediu duas semanas. Sem poder argumentar já que esse caso não era prioridade para os federais, ela teve que aceitar. Naquele dia, Kate saiu do trabalho mais cedo. Castle voltava para New York no dia seguinte e ela queria conversar com ele sobre Alexis. Adiara porque queria deixá-lo pensar um pouco sobre o que diria quando estivesse sozinho. Chegou em casa e o encontrou todo arrumado, no mínimo ele a levaria para jantar.

- Nossa, quem é esse homem charmoso? - ela se aproximou dele e brincou com a gola da camisa - alguma ocasião especial que eu não saiba?

- Não preciso de ocasião especial para querer levar minha fiancé para jantar,certo? - deu um selinho rápido nela - temos reserva para daqui a meia hora. Vamos?

- Me troco em um instante. Só tenho uma condição. Você tem que me prometer o seguinte: quando voltarmos você irá me dar uns minutos para conversarmos. Tem um assunto que gostaria de falar com você e não posso deixar você viajar sem ter esse momento.

- Você me deixou preocupado agora.

- Não fique é para ajudá-lo, volto já.

Na hora marcada, eles estavam no restaurante. Jantaram, namoraram, fizeram da noite um momento agradável, a dois. Beckett notou que Castle estava tentando embebeda-la será que estava tentando deixá-la alegrinha para evitar a conversa mais tarde. Não é algo que aceitaria facilmente. Voltaram quase três horas depois, animados com o fim de noite. Beckett conhecia bem Castle para evitar que ele se esquivasse da conversa mas a vontade de fazer amor com ele uma vez mais falou mais alto.

Deitados na cama após se satisfazerem, ela tinha a cabeça escorada no corpo dele. Castle acariciava seus cabelos. Kate deixava suas mãos acariciarem o peito dele, alternando os toques a pequenos beijos. Sentindo-o relaxado, Kate ergueu-se do peito dele agora apoiando seu queixo nele para fita-lo.

- Castle você precisa me contar o que está te preocupando. E não adianta dizer nada.

- Não estou entendendo aonde você quer chegar.

- Castle você não esqueceu que fala quando dorme e se está preocupado, fala em seu sono.

- Falei? Quando? - ele começou a ficar preocupado por não saber o que tinha falado.

- A dois dias atrás. Apenas deixei para conversar com você na véspera de viajar porque o que eu disser aqui não quero que leve para o lado pessoal. Quero que reflita - Kate ergue o corpo e sentou-se na cama - é sobre Alexis.

- O que tem Alexis?

- Você está preocupado com ela. Sei que está e não adianta negar. Preciso que me conte, prometemos não esconder nada um do outro e nem quero especialmente após a entrevista de DC.

- Tudo bem. Você está certa. Estou preocupado com Alexis sim, pois desde que ela voltou da Costa Rica com aquele namorado estranho metido a natureba, ela não parece a mesma. Mas não é apenas o novo namorado, o comportamento dela está ligado a nós, ao casamento e as minhas idas e vindas a Washington. Eu acho que ela está com ciúmes de você, Kate.

- Eu não acho,tenho certeza. E o namorado não tem nada a ver com o jeito como está agindo. Ele na verdade está ajudando Alexis. Eu consigo entender Alexis. Eu me coloco no lugar dela. Imagine só, a vida dela toda Alexis teve toda a sua atenção mesmo com seus relacionamentos anteriores ela detinha o poder sobre você, seu amor incondicional. De repente, ela vê o pai começar um novo relacionamento, dessa vez algo mais duradouro e então vem um pedido de casamento e com ele a certeza de que não era apenas mais um passatempo. Não bastando tudo isso, a sua noiva está trabalhando em outra cidade o que o faz viajar várias vezes para encontrá-la e isso Castle, nada mais é do que dividir sua atenção com outra pessoa. Mais que isso, eu sou a competição. Nesse momento a rival que ela não teve por dezoito anos. Daí o comportamento diferente, trata-se do mecanismo que encontrou para chamar sua atenção mas aparentemente não está funcionando. Posso entender como ela se sente.

- Você fez essa análise toda apenas porque eu disse algumas palavras enquanto dormia? Nossa!

- Na verdade, não é tão difícil e também essa não é a parte importante. Acho que o que direi a seguir é o que te deixará pensativo e sei que talvez você não goste mas preciso dizer - ela acariciou o rosto dele que aparentava um ar de tensão por medo do que Kate poderia dizer - nem por um segundo me passou pela cabeça ser um problema para vocês e nem destruir a relação tão linda que existe entre vocês, de pai e filha. Porém, existe algo que você precisa considerar. Mesmo demonstrando responsabilidade e uma certa independência em fazer as coisas, Alexis sempre teve o seu apoio e o de Martha em tudo. Teve dinheiro, excelentes escolas, recursos. Ela não teve que batalhar por algo que quis muito e mesmo inteligente, ela sentiu-se traída quando Stanford a recusou,era quase um insulto. Eu também entendo o seu papel de pai diante da situação, o fato de Meredith não estar presente e não agregar muito a vida da filha o tornou extremamente protetor. O que eu admiro em você, esse amor e preocupação com a sua filha, mas falta algo. Alexis precisa experimentar a vida. Criar asas e fazer seu próprio caminho.

- Espera, você quer que a expulse de casa?

- Não é nada disso, Castle. O que estou dizendo e que ela precisa ter opções. Aos dezesseis anos, eu fiz um intercâmbio na Europa, fui mochileira e tive que batalhar pra ter meu dinheiro, trabalhar para comer, isso me ajudou a crescer, ver o mundo de outra forma, experimentar outras culturas. Isso pode ser bom para ela. Foi excelente para mim.

- Mas e a faculdade?

- Castle, por favor, ela só tem dezoito anos e a vida toda pela frente! Aliás, falando em faculdade, quando passei e comecei meu curso de pre-law, eu me mudei para o campus, cortei o cordão com os meus pais porque queria muito viver minha vida. Claro que se eu imaginasse o que aconteceria a minha mãe eu jamais teria me afastado tanto no campus. Daria tudo para ter mais tempo com ela - de repente ela se calou pensando na mãe, balançou a cabeça e deixou um leve sorriso formar-se no seu rosto - mas isso não importa. Novamente, quero que fique claro não estou expulsando Alexis de casa ou da sua vida mas um semestre fora, morar em outro país pode ser uma experiência excelente para ela. Costa Rica foi apenas o começo.

- Eu não sei, Kate. E se ela interpretar isso de outra forma?

- Não vai porque não será você quem vai plantar a sementinha na cabeça dela, será eu através de Py. Tem algo que você não pode negar a mim. Eu preciso conversar com a Alexis. Uma conversa de mulher para mulher. Eu já passei pelo que ela está passando, a mudança para a fase adulta, as dúvidas e essa conversa vai fazer bem a ela. Alexis precisa entender que não sou alguém competindo com ela por seu amor, sou mais uma pessoa que o ama. Não posso ser a competição e nunca seria uma madrasta má. Quero ser uma amiga mas para isso precisamos estar cara a cara para que ela entenda.

- Ainda não consigo entender a relevância de manda-la para fora... – ele estava relutante demais, Kate percebeu. Tinha medo.

- Olha amor, não quero que fique mal pela sugestão, se a viagem for algo demais para você posso sugerir que ela se mude para o campus. Por favor, não quero te ver triste ou longe de sua filha. Quero ajudar e sinto que Alexis precisa crescer, ganhar experiência de vida. Py pode ajuda-la com isso. Não quero tira-la da sua vida, nunca faria isso. Deixe ela experimentar a vida com as próprias pernas.

- Você tem certeza que quer conversar com ela? Isso será bom mesmo? E se ela te odiar ou me odiar ainda mais?

- Então ela não é a menina que aprendi a admirar. Ela não agirá assim, no máximo poderá erguer a voz, falar várias bobagens para me xingar e tentar me afetar. Não irá. Eu preciso dessa conversa, nós duas precisamos. Quando eu for a New York, antes do casamento falarei com Alexis.

- Sei que não posso te convencer do contrário mesmo...

- E nem deve – ela voltou a se aproximar dele acariciou os cabelos e o rosto, beijou-lhe a bochecha – não se preocupe, sei o que Alexis significa para você e farei tudo o que puder para consertar isso. Por você. Não gosto dessa ruga na sua testa – ela tocou o meio das sobrancelhas dele com a ponta do dedo indicador. Beijou o lugar – sorria pra mim, Cas – ele obedeceu – bem melhor – e puxou-o de volta para a cama a fim de dormirem.

De manhã cedo, eles saíram para tomar café na cafeteria próxima ao bureau. Após a refeição, ele já sairia dali direto para o aeroporto. Despediram-se com um longo beijo no meio da rua. As pessoas passavam e sorriam, outras comentavam. Em Washington, essa não era uma cena tão comum de se ver. Ao quebrar o beijo, ela ajeitou o casaco dele e tirou a marca de batom do queixo dele. Ao se afastar para pegar o taxi, ela enfiou a mão nos bolsos e ficou observando-o. Abriu a porta do carro e antes de entrar virou-se para olha-la uma última vez. Kate beijou a palma da mão e soprou o beijo para ele sorrindo. Castle fingiu apanhar o beijo no ar com a mão e levou-a até o coração. Os lábios silenciosos formavam as três palavrinhas mágicas . I love you. Ela sorriu e apontou para si antes de mostrar o número dois com a mão querendo dizer “me too” e só após vê-lo entrar no taxi, ela seguiu para o bureau.      


Treze meses antes...


A agente Kate Beckett estava correndo a caça de um bandido. Pelas ruas de Arlington, ela imprimia ritmo a suas passadas de arma em punho. Já estava no terceiro quarteirão quando decidiu mudar de tática e cortou caminho por uma pequena pracinha. Ela ouviu a sirene de um carro de polícia e o parou mostrando o distintivo e a foto do cara, ordenou que eles fechassem a rua e continuou a perseguição. Ela não sabia se tinha tomado a decisão correta ao mudar o caminho mas arriscara e se perdesse o suspeito certamente renderia uma punição para ela. O FBI não deixava barato. Ao entrar na rua seguinte, ela obteve sua resposta. Deu de cara com o sujeito e partiu para cima dele derrubando-o no chão. Lutou com ele e acabou levando um soco no rosto mas revidou batendo a arma na cabeça dele. O golpe foi suficiente para imobiliza-lo. Quando o reforço chegou, o suspeito já estava amarrado.

Kate tinha um pequeno filete de sangue na mandíbula e seu colete fora atingido do lado esquerdo rasgando sua camisa e fazendo um pequeno corte no ombro, superficial e ela sequer reparara que o cara tinha usado um canivete suíço para isso. Foi atendida pelos paramédicos e liberada. No bureau, foi chamada ao gabinete do seu chefe e apesar de receber os elogios pela captura do sujeito, ela também fora repreendida por se afastar da rota determinada e enfrentar o suspeito sem reforços.

Beckett saiu da sala indignada. Estava muito estressada com essa situação. Porque mesmo quando fazia algo certo era repreendida naquele lugar? Sem muita paciência, ela lembrou ao chegar na sua mesa que o prazo do carinha da informática já se esgotara. Resolveu fazer uma visitinha a sala dele. Para surpresa de Beckett, ele já tinha ido embora.

- Droga! – ao checar o relógio percebeu que passava das sete – ah, não! Lanie!

Ela saiu correndo para seu apartamento. Tinha marcado com a amiga uma conversa via skype para tratarem de algumas coisas do casamento e se esquecera completamente da hora. Assim que chegou em casa, largou as coisas no sofá e mandou uma mensagem a Lanie que já falava com ela.Tirou a roupa de trabalho, deu uma olhada no rosto e checou o curativo. Sabia que a amiga ia perguntar sobre isso. Vestiu uma blusa que escondesse o outro curativo para evitar mais falatório da amiga.

Sentada na cama e com o seu ipad na mão, ela chamou Lanie no skype.

- Hey, Lanie!

- Kate, tudo bem por aí?

- Sim, de certa forma.

- Temos muito o que conversar mas preciso saber se você está vindo por New York esse período porque se você não vier por aqui, sinceramente não conseguiremos realizar esse casamento em maio. Você e Castle precisam definir o menu e também temos a... – Lanie ficou tagarelando a frente dela e todo o stress do dia mais esses compromissos com datas, as investigações do FBI que pareciam estar sempre atrasadas, a última conversa sobre a lua de mel... aquilo a deixou sem fôlego e em segundos, Kate surtou.

- Para Lanie, para! Eu não posso... não consigo fazer tudo isso. Tem o trabalho, Alexis, a lua de mel não posso decepcionar Castle, ele quer tanto ir a Bora-Bora, eu também quero. E a pressão do FBI eu simplesmente não posso! Esse casamento tem que ser adiado! Precisa ser adiado! Eu não consigo eu não... – as lágrimas começavam a rolar pelo rosto – sei que você espera mais de mim, mas eu não sei ser essa noiva desencanada que pode resolver tudo. Não é minha vida eu não...

- Shhhh Kate... respire. Olhe para mim! Kate! – ela via a amiga passar as mãos pelos cabelos denunciando o nervosismo característico, ela estava muito tensa – Kate, olhe para a tela – ela obedeceu – agora respire calmamente. Foque no meu olhar. Respire longamente, inspire o ar, feche os olhos e expire novamente – Lanie a via fazendo o que mandava – isso, mais uma vez. Inspire e expire. Pronto. Agora abra os olhos. Sente-se melhor?

- Um pouco, desculpe.

- Não precisa pedir desculpas. Você não está sob tensão. Não em relação ao seu casamento pelo menos, desculpe se eu pareci um pouco exigente e elétrica demais. Esse é o seu casamento, Kate e tudo será resolvido a seu tempo, querida. Se tivermos que adiar a data, faremos. É você quem decide. Não quero pressiona-la. Tudo bem?

- Acho que sim, mas é tudo tão intenso, tão excitante e agoniante, você me entende? São detalhes a acertar, tem a distância que não ajuda, o trabalho não ajuda. Nem sei mais o que é prioridade.

- Você é a prioridade sempre e não falo apenas por mim. Se você pedir o que quiser, sei que Castle irá te apoiar. Se está com problemas no trabalho, converse conosco. Você pode ser uma agente excelente mas você não é uma super mulher, Kate. Desacelere. Comece me explicando o que é isso no seu queixo. Depois você fala qual o problema da lua de mel.

E Kate contou sobre a perseguição, a advertência talvez aí estivesse o motivo de seu stress e de sua crise de pânico. Falou da possibilidade de não poder curtir sua lua de mel e o quanto isso a preocupava e a chateava. Lanie ouviu tudo e se colocou no lugar dela. Não era fácil enfrentar tudo isso ainda mais sozinha. Fez o que estava ao seu alcance para a amiga.

- Olha eu não posso resolver muita coisa sobre o FBI, mas o que eu puder adiantar apenas para ter seu ok do casamento eu farei. Quando você puder vir a New York, fechamos o que pudermos. Mas você precisa conversar com Castle sobre a lua de mel e também sobre a pressão do FBI. Ele será seu companheiro de vida, é a ele que você deve recorrer. Como você acha que ele vai reagir ao saber que você anda se machucando em campo ou não poderá viajar com ele? Converse com seu noivo. Tenho certeza que ele terá alguma ideia para reverter a situação ou mesmo aceitará se você quiser adiar o casamento. Afinal, de que adianta uma festa sem noiva? – viu que a amiga sorria. Finalmente, pensou.

- Eu sei que devo conversar com ele, farei isso. Espero ir a New York esse fim de semana, se der tudo certo.

- Vai dar, você conseguirá.

Elas ficaram conversando sobre alguns assuntos do casamento agora que Kate estava mais calma. Meia hora depois, elas desligaram. Kate estava louca de dor de cabeça, resultado da briga de hoje e do soco que levara. Após um banho tomou um analgésico e caiu na cama. Dormiu quase instantaneamente e sequer ouviu seu celular tocando. Nem a mensagem na caixa postal que Castle deixara em seguida.

O que acontecera era que após desligar a ligação em skype com Kate, Lanie se sentiu na obrigação de ligar para Castle e relatar o que se passara durante sua conversa com a noiva dele. Lanie se mostrou bastante preocupada com a amiga. Disse que estava nervosa e estressada. Ela pediu que ele não comentasse nada com Kate mas que quando ela o procurasse, ouvisse seus pedidos e tentasse compreender o que ela estava sentindo. Nervosismo antes do casamento era algo perfeitamente normal para a noiva, ter dúvidas também mas quando se tem problemas no trabalho que afetam sua vida pessoal, sendo esse trabalho algo pesado como o FBI, a crise de nervosismo podia ser ainda maior. Não comentou nada sobre os problemas, apenas sobre como a amiga estava. Castle agradeceu e ficou imaginando o quanto tudo isso era complicado. Era um momento de alegria e não precisava ser um fardo pesado para ela. Estava na hora de mima-la mais um pouco. Infelizmente não conseguiu falar com ela. Como uma espécie de dívida, ele se dedicou novamente a decifrar o código.

Na manhã seguinte, Kate acordou um pouco melhor da dor de cabeça mas seu corpo pediu por café. Levantou-se e rapidamente se arrumou para o trabalho. Hoje ela tinha objetivos: arrancar os resultados daquela transferência do técnico de informática e marcar sua passagem para sexta à noite. Com caso ou sem caso, ela iria para New York vê-lo.

Chegando ao FBI após o seu segundo copo de café, Beckett foi direto para a sala do técnico. Duas batidas na porta e abriu sem maiores cerimônias. Ele estava debruçado sobre o teclado e no telão pode ver vários números em loop indicando uma busca por algo específico.

- Olá Tim! Imagino que saiba porque estou aqui. Seu prazo estourou a três dias. Então, onde está minha pesquisa?

- Agente Beckett, que bom vê-la! Soube que me procurou ontem. Tive que sair cedo, tinha uma consulta médica. Aqui – ele puxou uma cadeira a seu lado indicando para Beckett sentar, entregou a ela uma pasta – deixa eu te mostrar o que encontrei. Esse é o numero da conta que você me passou. Na primeira busca, a conta fantasma. Como eu sei disso? Por esses dois dígitos aqui. Todas as contas de bancos americanos tem uma peculiaridade, aceitam números até oito dígitos e o banco disponibiliza uma combinação de três letras ou caracteres que confirmam a legitimidade da conta, essa é uma forma de segurança. Quando a conta é fantasma apresenta quatro letras. Porém, isso não quer dizer que seja falsa. Na segunda análise, encontrei a origem do deposito. Uma conta no exterior, vinda de Shenzen.

- China... isso está ficando interessante. Continue.

- Fica ainda melhor, agente Beckett. A transferência da conta da vítima foi feita para uma conta em um paraíso fiscal. Ilhas Cayman. O mais interessante é o IP que fez essa transação. Procurando sua fonte, eu me deparei com um código de proteção de rede. Tive que perder uns três dias para decifrar a tal senha. Somente depois disso eu entrei no sistema.

- E de onde era o IP? – perguntou Beckett.

- Eu chequei e rechequei para ter certeza que não me equivocara mas o IP em questão vem de um lugar inesperado. Esse IP é do Capitólio, agente Beckett.

A revelação a fez arregalar os olhos.

- Você tem certeza disso, Tim?

- Sim, agente. Veja por si mesma. Também demorei a acreditar, mas está tudo aí. Já salvei a pesquisa em um SD card para você – ele abriu a gaveta e tirou o microcard de lá – aqui. Sabe, o que quer que esteja investigando agente, é grande. Eu teria cuidado ao remexer nisso tudo.

- Tem razão, Tim. E algo me diz que vou precisar dos seus serviços novamente. Tomarei cuidado, obrigada.

- Sem problemas, Beckett.

Ao sair da sala de informática, Beckett tinha um novo brilho no olhar. Em suas mãos tinham a pista que precisava para provar que não estivera errada sobre esse caso. Ele era grande. Sentou em sua mesa e após avaliar pela terceira vez os números que recebera de Tim, ela teve um insight. E se as demais vítimas também receberam dinheiro? Ela puxou o arquivo dos outros e suas finanças. Depois de exame rápido, ela contatou depósitos com a mesma característica do anterior porém em quantias menores e números de contas diferentes. Uma esperança ainda maior que a de antes tomou conta dela, se aquelas retiradas viessem do mesmo lugar, significaria que alguém do alto escalão tinha envolvimento direto com a máfia chinesa e o contrabando era uma forma de trazer drogas e encher os bolsos de alguns milionários do país.

Ela pegou as informações que precisava e já ia voltar à sala de Tim para pedir uma nova pesquisa quando seu celular tocou. Castle.

- Hey...

- Finalmente! Poxa Kate pensei o pior depois de ligar três vezes para você, deixar mensagem e não receber nenhum retorno. Pelo menos agora sei que está viva.

- Você me ligou? Eu não vi – ela foi checar as ligações e viu que o que Castle dizia procedia – desculpe, você tem razão. Acho que o remédio me derrubou.

- Remédio? Você está doente, Kate? Se machucou? – a voz denotava preocupação.

- Não, foi uma dor de cabeça forte. Está tudo bem. Desculpe por preocupa-lo. Estava tão absorta no trabalho que mesmo o celular ficou em segundo plano. Finalmente acho que encontrei minha baleia branca, Castle.

- Ok, Ahab. Encontrar uma baleia branca não é para todos. O caso da máfia?

- Sim, vou confirmar apenas mais uma informação e terei por onde investigar e provar que esse caso é muito importante. Mas, porque você me ligou ontem? Aconteceu alguma coisa?

- Não, um noivo não pode sentir saudades da noiva? – ela sorriu ao telefone, aqueles risinhos característicos de felicidade que funcionavam como uma massagem ao ego de qualquer pessoa – queria saber como você está.

- Estou bem – a resposta padrão de sempre, ele pensou – e tenho uma novidade para você, Castle. Trate de arrumar a casa e o seu quarto. Chego em New York na sexta à noite. Nada de lençóis sujos e certifique-se que a casa será nossa.

- Ah, isso sim é uma ótima noticia que pode se tornar algo excelente até a noite...

- Mesmo? Porque? – ela perguntou.

- Não seja tão curiosa, Kate... é muito feio. Se tudo der certo, te conto à noite.

- Odeio quando você faz isso!

- Odeia nada! Se cuida e por favor quando te ligar à noite, atende!

- Prometo. Um beijo, te amo.

- Também te amo.

Com a sua energia revigorada após a descoberta e o telefonema de Castle, Beckett procurou Tim e explicou o que encontrara. Pediu novamente a investigação dessas novas retiradas para saber se vieram da mesma fonte. Como já havia feito uma vez, Tim disse a ela que talvez até o fim da semana teria alguma coisa, no máximo inicio da semana seguinte. Beckett concordou especialmente porque não pretendia trabalhar no fim de semana. Era hora de cuidar de sua vida pessoal.

A sua viagem a New York tinha alguns propósitos. O primeiro, claro, ficar com Castle e matar as saudades. Também resolveria o que pudesse do casamento e discutiria com Castle a possibilidade de adiarem a data. Depois, ela gostaria de ter a conversa com Alexis e esperava que ela estivesse na cidade esse período. E por último, ela contaria o que seu chefe falou sobre a folga da lua de mel. Sinceramente, Kate esperava que ao fim de tudo isso ainda pudesse curtir o tempo ao lado de Castle e que não tivessem nenhum momento estranho ou complicado entre eles. O que mais lhe preocupava era Alexis. A conversa com ela seria a mais difícil.
Depois de comer algo, ela pegou o ipad e chamou Castle pelo skype. Além de querer se redimir pela noite anterior, ela estava curiosa por aquilo que ele falara mais cedo. Ao terceiro sinal, ele aceitou a chamada. Kate viu que ele tinha uma caneca de café nas mãos e umas tiras de bacon ao lado num prato.

- Hey... jantando essa porcaria, Castle? Era melhor um daqueles sanduiches naturais de Py – ela implicou.

- Você está com vontade de comer esse bacon, isso sim. Olá, fiancé. Como foi o seu dia?

- Bem proveitoso. O seu?

- Excelente. Depois que você me deu a notícia de que vinha passar o final de semana comigo, o universo conspirou a meu favor e acabei conseguindo encontrar a parte que faltava para desvendar o mistério. Então, meu dia como disse foi quase perfeito. Faltou você ao meu lado para comemorar.

- Castle, será que pode deixar de mistério e contar logo o que aconteceu? Desde de manhã você está falando de forma enigmática.

- Desvendei seu código, Kate. Sou ou não sou o melhor parceiro que você poderia ter? Ahab, sua baleia branca acaba de ficar mais próxima a você.

- Sério? Você conseguiu? Pode me mostrar?

- Claro mas será melhor para você ver in loco, aqui em New York comigo mas posso explicar o raciocínio por trás. Vou mostrar a minha tela – ele virou a tela do notebook para onde estava a TV, Kate ficou impressionada com a quantidade de informação que havia na tela, ele realmente se dedicara a desvendar o mistério – começando pela similaridade que existe entre os códigos encontrados com as vítimas. Vê a sequencia de letras e números? No início pensei que fosse algo relacionado a placas de carro, números de cofres mas não havia coerência. De repente, após escrever um capítulo do meu livro, lembrei de algo que havia escrito em uma das minhas histórias de Derrick Storm. Certa vez, criei um código que representava localização. Era um emaranhado de letras e números significavam...

- Latitude e longitude. Gathering Storm. Lembro disso. Você está me dizendo que os códigos marcam lugares? Você identificou os lugares?

- Por acaso sim. Tenho duas localizações. Uma no porto de Washington, uma no de New York e a terceira é a mais estranha. Fica na vizinhança de “Bethesda” no meio do nada.

- Seriam galpões?

- Só saberemos investigando, Kate.

- Pode mandar esses dados para mim?

- Com uma condição. Se enviar para você, terá que me esperar para visitar esses lugares em DC e podemos ver juntos o daqui quando você chegar. Não quero você sozinha nisso e além disso tenho um pouco de crédito nessa descoberta portanto quero estar presente. Falando em crédito, você está em débito comigo agora. Lembra do que me prometeu? Da recompensa? Vou cobrar quando você chegar aqui.

- Castle, eu não posso andar com você nas investigações de Washington. Você é um civil.

- Deixe-me lembrar que você não tem um caso oficial apesar de ter sido reaberto, o FBI não tem qualquer interesse nesse caso. Seria uma investigação própria nossa. Então, não me venha com desculpas. Especialmente no que se refere à última parte.

- Isso eu posso fazer. Mas o resto...

- Kate, por favor.

- Tudo bem, mas você vai obedecer tudo o que eu dizer durante essa investigação. Ou faz isso ou nada feito.

- Ok, temos um acordo. Quando você chega?

- Sexta por volta das sete da noite.

- Ótimo! Teremos a noite para nós antes da nossa casa ser invadida por Alexis e o namorado com suas ervas e afins.

- Não fale assim, Castle. Lembre-se da nossa conversa. Me envia o material hoje à noite ainda?

- Tudo bem. Envio mas não vá perder sua noite de sono com isso, gorgeous. Ah, ia me esquecendo. Você comentou que encontrou a sua baleia branca? O que foi?

- Quando tiver mais informações eu te conto. Provavelmente quando estiver por aí.

- Ok, boa noite Kate.

- Boa noite, Castle. Sonhe comigo – e beijou a tela do ipad.

Ela cumpriu o que Castle lhe pediu. Após receber as informações dele, ela passou a vista rapidamente mas decidiu verificar detalhes apenas amanhã. Foi exatamente o que fez usando as localizações de latitude e longitude para checar através de um programa do FBI o que havia nesses lugares. O primeiro código, levava para um galpão enfileirado no porto de DC. O segundo também apontava para um armazém com vários galpões no porto à beira do Hudson. Tudo indicava a ela que esses galpões seriam excelentes lugares para desovar ou esconder mercadorias ilegais. Porém, ao colocar a próxima coordenada, Kate viu o algo estranho surgir na tela. Era também um galpão mas no meio do nada e aparentemente a única forma de chegar ali era por uma estrada de terra. Porque apenas esse galpão estava perdido no meio do nada? Ao checar o código, ela começou a ver outra ligação. O terceiro código era justamente o encontrado com a vítima que teve USD 1 milhão depositados na conta. Tinha que ter ligação com o que estava dentro do galpão. Ela precisava visitar esses lugares.

Quando pretendia verificar mais algum detalhe do caso, foi chamada pelo seu superior para uma reunião, tinham um novo caso. Nos dias que se seguiram, Beckett ficou presa dando suporte a outro caso e impedida de continuar sua própria investigação. Apenas por volta das quatro na sexta, Beckett finalmente saiu da sala de reunião onde traçavam a estratégia dos casos e foi direto falar com Tim. Ela precisava saber se ele tinha as informações sobre as outras contas.

Felizmente, Tim trabalhara mais ágil dessa vez. Rapidamente, ele explicou o que encontrara quando vasculhou os números que Beckett entregara a ele. Novamente, os depósitos vieram da China, mesma cidade de antes. Shenzen. E para a informação ficar ainda melhor, ele confirmou a origem do saque direto para as ilhas Cayman.

- Agente Beckett, a única diferença que encontrei foi na conta de destino. O número é diferente daquela que recebeu o primeiro valor.

- E quanto ao IP?

- Apesar de possuir um número diferente, o IP está ligado ao mesmo local de antes. O capitólio. Não sei o que você está investigando Beckett mas a coisa é grande mesmo. Aqui estão os arquivos – entregou novo SD card para ela – tome cuidado.

- Obrigada, Tim. Se encontrar o que estou procurando e prender os responsáveis farei questão de lembra-lo como peça fundamental da investigação.

- Boa sorte, agente Beckett.

De posse dos dois SD Cards, de seu tablet e da pasta do caso ela vestiu o casaco, pegou a bolsa e deixou o trabalho. Passou em casa para pegar a pequena mala e rumou para o aeroporto. Não via a hora de encontrar Castle, matar as saudades dele e investigar com ele mais um caso intrigante. Com tudo isso na cabeça, ela não esquecera a segunda coisa mais importante dessa viagem. Alexis. Antes de embarcar, enviou um what’s app para ele avisando que já estava no aeroporto. Disse a ele que não precisava busca-la pois iria direto para o loft.

O voo para New York foi bem rápido, não que isso já não fosse certo mas Kate sentiu que o tempo foi melhor com ela dessa vez. Pegou um taxi e em quinze minutos estava na porta do loft dele. Tocou a campainha. Ao abrir a porta, Castle se surpreendeu ao vê-la com os cabelos soltos, scarpan e as mãos indo diretamente para o cordão do casaco. Ela o puxou e abriu o sobretudo revelando que não usava uma única peça debaixo dele.

- Feliz aniversário adiantado Castle.

- Wow... bem-vinda Kate... seja muito bem-vinda. E puxou em sua direção abraçando-a e beijando-lhe os lábios. Sem perder tempo, ele a levou para o quarto deixando todas as coisas dela pela sala. Fizeram amor e mataram a saudade. O aniversario dele era somente dali a quatro dias mas ele adorara a surpresa.

Deitados na cama, ela se encontrava com os olhos fechados, a cabeça sobre o peito dele. Sentia os dedos dele nos seus cabelos. Gostava demais de sentir seus carinhos. No fundo sentia muita falta de ficar assim sem nada para fazer, apenas aconchegada ao corpo dele, sentindo o contato da pele.

- Cas...

- Hum...

- Se precisássemos mudar a data do casamento, você ficaria chateado? – ele ficou surpreso com a pergunta, mesmo Lanie tendo alertado sobre a possibilidade, ouvi-la dizer era estranho.

- Porque está falando isso agora?

- Porque existe uma chance de eu não poder me ausentar para nossa lua de mel – ela falou visivelmente chateada olhando para ele – desculpe, Castle. Eu fui falar com meu superior e ele não me deu certeza se eu poderia me ausentar por duas semanas. Isso me abalou. Eu quero muito a nossa lua de mel. Quero um tempo só com você.

- Kate, não precisamos adiar o casamento porque não poderemos viajar logo em seguida para nossa lua de mel, a menos que seu motivo seja outro, podemos casar e depois fazemos nossa viagem. O que você decidir estará bom para mim, desde que não desista de casar – ela sorriu.

- Essa possibilidade nem passou pela minha cabeça. Isso me deixou tão preocupada, não sabia como te contar e muito menos como você iria reagir. Casamos em maio então e viajamos depois. Posso lidar com isso, tenho o noivo mais compreensivo do mundo mas vou logo avisando que não abrirei mão de Bora-Bora, entendido?

- Claro como cristal.      

Na manhã seguinte, ela se levantou antes de Castle. Vestiu um roupão dele e foi até a cozinha. Ficou surpresa de encontrar Py lá. Sinal de que Alexis já estava em casa. Sentada em um dos bancos estava Martha e Alexis, somente depois ela reparou, estava no sofá.

- Bom dia.                

- Olá Katherine! – disse Martha e Py rapidamente ajeitou a postura e bateu continência para ela.

- Bom dia, Agente Beckett.

- Bom dia e Py, não precisa bater continência para mim, sou uma agente do FBI não alguém do exército.

- Tudo bem mas não deixa de ser autoridade. Está com fome? Que tal um dos especiais do Py? Esse aqui tem couve, abacaxi, laranja, goiaba e um toque de hortelã. Um dos preferidos da Grams. Vai por mim, rejuvenesce e mantém a pele ainda mais limpa e macia, não que a sua precise. Já é maravilhosa mas sempre é bom mantê-la não?

- É uma mistura interessante, acho que vou provar.

- É assim que se fala – Py estendeu o copo para ela e Kate virou para tomar o primeiro gole, surpreendentemente era bom.

- Olha, está gostoso. A mistura funcionou.

- Que tal umas fatias de pão de soja com sementes de girassol para acompanhar?

- Ótimo – com o canto do olho, Kate já tinha percebido que Alexis prestava atenção na sua conversa com o seu namorado. Como Py era simpático, Kate continuou conversando com ele para ver até onde a menina ficaria distante. O anonimato não durou nem dez minutos. Logo ela apareceu ao lado de Kate que fingindo não saber que ela estava a observando a algum tempo, a cumprimentou.

- Bom dia, Alexis. Como foi sua noite? Dormiu bem?

- Não dormimos aqui, chegamos cedo pela manhã. Ao contrario de você não?

- Ah, madrugadores. Cheguei ontem à noite. Quer um pouco do suco que Py preparou? Está delicioso. Seu namorado leva jeito para cozinha, o que aqui entre nós acho excelente. Se tivesse que cozinhar todos os dias ia ser um problema sério com a minha rotina. Acho que o mesmo deve acontecer com você quando se tornar uma médica atarefada.

- Cadê meu pai?

- Dormindo – Kate viu Py entregar o copo a ela e lhe dar um beijo carinhoso, sorriu. Isso era bom para Alexis. Enquanto a menina se perdia tomando seu café da manhã, Kate conversava animadamente com Py sobre cidades e costumes culturais. Percebeu que o interesse mudara, Alexis prestara muita atenção no jeito como Kate interagia com Py, ela parecia gostar dele e conversava sobre os mais diversos assuntos, agora falara da Europa. Nesse instante, Castle apareceu.

- Bom dia. Oi, filha! Chegou cedo? – ele deu um beijo na bochecha da menina – Py, já preparando o café?

- Está quase pronto,Sr. C. Eu me distrai conversando com a agente Beckett – Castle olha pra ela intrigado e também lhe dá um beijo na bochecha.

- Py, pode me chamar de Kate, nada de formalidades.  

- Mas achei que por respeito devia acha-la assim porque Alexis...

- Nada disso, é apenas Kate. Castle, depois do café precisamos resolver aquele assunto com Lanie, você não esqueceu certo?

- Não. Vamos resolver isso de uma vez.

- Ótimo, sabe o que estava pensando? Hoje à noite podemos jantar todos juntos. Nada de cozinhar, podemos pedir do Le Cirque. O que acha Castle?

- Excelente ideia, Katherine. Pode deixar que eu cuido disso.

- Certo, Martha. Agora vou me vestir. Obrigada pelo café e pela conversa, Py.

- Beleza! – ele esperou Kate desaparecer para completar – ela é muito inteligente e simpática, não é à toa que virou agente do FBI. Gosto dela, Mr.C acertou em cheio – ele percebeu o olhar de Alexis para si – o que foi ruivinha? Você gosta dela que eu sei, só está fazendo esse joguinho bobo para chamar a atenção. E nem precisa. Seu pai é louco por você.

- Por que você fala isso?

- Porque vi a forma como olhou para ela. Não tem porque ser ríspida com ela, ruivinha. Ela gosta de você.

Kate surgiu na sala já pronta e Castle veio logo atrás. Kate se despediu de todos e se aproximou de Alexis.

- Hoje à noite quero falar sobre um assunto com você. Acho que temos muito a conversar – Alexis olhou fixamente para Kate.

- Conversar comigo?

- Sim, e acredito que você imagine qual será o assunto.

Ela se afastou deixando Alexis um pouco intrigada. É claro que Kate deveria querer falar do casamento, de seu pai mas porque isso agora? Será que seu pai falara algo? Pedira para Kate conversar com ela? Não estava gostando disso e se essa era a oportunidade de dizer o que sentia, que seja. Essa conversa não seria fácil.


Kate sabia que deixaria Alexis pensativa mas nem por um segundo ela pensou em ter essa conversa ali no loft. Não com todos as escutando ou especulando. Não, Kate tinha outros planos. 

Continua...

2 comentários:

cleotavares disse...

Adorei o capítulo. E não é que estou começando a gostar de Py.kkkkk

Unknown disse...

Kate sendo vigiada esta começando a me deixar nervosa,Castle um fofo quero ele pra mim serio.E o Py tratando KBex bem tem meu tem meu respeito Lanie uma super amiga e a Alexis merece uns tapas,pena que Kate tem classe por que se fosse eu....Já teria colocado essa peste no lugar dela...
Esperando o proximo cap.