Nota da Autora: Eu disse quando publiquei o último capítulo que estava a fim de causar, então é isso que vou fazer. Não fiquem nervosos mas devagar ao ler as proximas cenas... ainda tem muito para acontecer nessa fic, aliás quem diria que rendesse tanto. Divirtam-se!
Atenção! NC17....
Cap.16
- Stana por favor... você está
me matando – ela olhou para ele e engoliu em seco. A voz saiu como um sussurro.
- Negativo, eu sinto muito Nate
– ela fazia um esforço sobrehumano para não chorar. Podia ver a decepção no
rosto dele – eu preciso sair daqui, e-eu não posso gravar mais hoje – o olhar
de súplica que ela deu a ele partiu seu coração. Tinha que inventar algo para
Dara.
- Espere aqui, vou procurar a
Dara. Tenho certeza que ela vai entender. Mantenha a calma, Staninha. Eu já
volto.
Cinco minutos depois, ele volta
com a Dara ao seu lado. Stana sentara-se e apoiara os cotovelos à mesa para segurar
a cabeça que parecia latejar. Ela não esperava por esse impacto diante do
resultado. Realmente, a possibilidade de estar esperando um bebê de Nathan era
quase a realização de um sonho que acabara de se esvair pelas suas mãos. Não se
permitira chorar, não ali.
- Stana, hey... querida Nathan
já falou comigo. Se está se sentindo mal melhor ir para casa descansar. Não
quero ninguém enfraquecendo por aqui. Ainda mais que amanhã você tem que estar
divina para brilhar no PCA. Como veio trabalhar hoje? Quer que eu chame um taxi
ou... mas o que estou dizendo, Nathan leve a Stana para casa.
- Obrigada Dara.
- Não precisa agradecer, fique
bem logo. Agora vão logo. Vê se leva Stana para um hospital se ela piorar.
Nathan segurou na mão dela e
esperou ela se levantar. Juntos foram até o carro dele. Seguiram direto para a
casa dele. Se iria cuidar dela, melhor que você em seu ambiente lá saberia como
agir. Claro que se preocupou em perguntar se ela precisava de algo mais, se
queria algum remédio ou algo para comer em especial. A resposta dela foi uma
só.
- Eu apenas quero me deitar ao
seu lado, tudo bem?
- Tudo bem.
Na casa foram direto ao quarto
de Nathan. Ele não ousaria fazer nada que ela não quisesse. Estava surpreso com
a reação que ela apresentara diante do resultado do teste. Isso mandava um
alerta importante para Nathan, ela queriam muito ser mãe, assim como ele
ansiava ser pai. Mas o relógio começava a pesar contra eles talvez por isso o
baque tão forte contra ela. Stana tinha imaginado um outro desfecho para essa
historia.
Ela sentou-se na cama e
carinhosamente vendo que ela não se mexia, Nathan tirou os sapatos dela, o
blazer e afrouxou a calça dela. Deitou-se na cama e a puxou para si. Stana se
aconchegou nos braços dele fechando os olhos. Nathan permaneceu em silêncio,
procurava apenas dar conforto a ela acariciando seus braços e seu cabelo.
Alguns beijinhos e as mãos entrelaçadas. Ouvia que ela estava chorando e partia
seu coração presenciar isso, era tão impotente diante disso.
Stana permaneceu em silêncio
somente dando espaço ao choro. Nathan não soube dizer por quanto tempo eles
ficaram ali deitados e calados. Finalmente ela se virou para fita-lo. os olhos
amendoados estavam vermelhos, o rosto molhado pelas lágrimas. Ela passou a mão
no rosto dele e um sussurro saiu de seus lábios.
- Eu sinto muito, de verdade
Nate.... sinto mesmo. E-eu queria tanto... vi o seu olhar de decepção....
- Shhhh – ele a impediu de
falar – não é sua culpa. Você não precisa se desculpar. Essas coisas acontecem.
Além do mais, eu nem sequer cogitava a possibilidade de ser pai. Foi tudo uma
surpresa, uma espécie de furacão que chega faz uma revolução na sua vida e vai
embora tão rapidamente te deixando perdido, algumas vezes sem chão.
- Eu pensei que, quando eu vi a
possibilidade de estar esperando um filho seu eu... outro dia eu estava em um
Seven eleven e vi uma moça com um bebê carequinha, ele tinha dois grandes olhos
azuis. Eu pensei que seria... seria muito bom ter um filho seu. Fiquei
empolgada com a ideia e agora...
- Staninha, eu entendo o que
está acontecendo. Não é de hoje. Desde daquele episodio com o bebê, o pequeno
Aiden vi o quanto você está ligada a bebês, seu relógio biológico está mandando
mensagens.
- Nate mas você não parece tão
triste com a notícia. Ontem você estava mais envolvido....hoje você parece
aliviado?
- Não! – ele se sentou na cama
e ela o acompanhou – nem pense em algo assim. Acredite. Stana, ter um filho é
um dos sonhos que ainda quero realizar. A ideia de vê-la grávida com uma criança
minha era tão linda e especial. Estou tão arrasado quanto você. Mas nesse
momento, isso não é sobre mim, é sobre você. Ter um filho com você seria a
melhor coisa que podia acontecer, eu quero muito isso. Mas...
- Mas? – ela estava intrigada
depois de toda essa demonstração de amor porque havia um “mas”?
- Mas você não está preparada.
Olhe o que apenas essa experiência fez a você? Te arrasou. Saiba que se
decidirmos tentar novamente isso não implicará em uma gravidez na primeira
tentativa. Poderão existir outros resultados negativos em nossa vida e se cada
vez que isso acontecer você sofrer desse jeito... – ele acariciou os cabelos
dela e apertou-lhe a mão na sua – Stana, eu quero tentar de verdade ter um bebê
com você mas apenas quando você sentir que está realmente pronta. O processo de
engravidar é para ser uma coisa boa. Quase devastou você. Talvez o que
aconteceu serviu apenas para mostrar que ambos queremos a mesma coisa, esse porém
não é o momento.
- Como você pode ter certeza?
- Não tenho. Independente
disso, esse é um assunto que não se pode pensar demais, estressar. Você tem que
deixar tudo acontecer naturalmente. Por isso você ficou tão devastada. Porque
você estava pensando demais, já imaginando tudo. Você precisa relaxar para o
melhor acontecer. Você não está totalmente pronta, estamos bem juntos e o mesmo
acontece com as nossas personagens. Você vai receber um prêmio pelo seu
trabalho. Está em evidência. Daremos tempo ao tempo e quem sabe quando Castle e
Beckett tiverem seus bebês, possamos ter o nosso.
- Castle e Beckett?
- É, de alguma forma acho que
nossa história se confunde com a deles – ele tocou o queixo e sorriu – vamos
fazer o seguinte: agora você vai tomar um banho, lavar o rosto e fazer aquelas
coisas com cremes que só vocês mulheres saber fazer. relaxar, ficar ainda mais
linda do que você já é. Amanhã você brilhará e então voltaremos a vida normal.
E Stana, quando você estiver pronta, você me dirá e nós tentaremos novamente. E
quando estiver grávida, poderá dizer que seu bebê será tão charmoso como o pai.
Afinal eu sou muito charmoso e bonito.
Stana sorriu.
- Ah, finalmente um sorriso.
Agora, vá se cuidar para brilhar na frente das câmeras.
- Como você pode ser tão
maravilhoso?
- Não consigo evitar, sou mesmo
especial. Ele piscou para ela,sorria. Stana segurou os ombros dele e suspirou.
- I Love you... – e se levantou
da cama rumo ao banheiro. Sozinho, Nathan suspirou. O pensamento sobre tudo o
que acontecera naqueles últimos minutos o fez estremecer. Um bebê. E Nathan
deixou uma lágrima escapar longe do olhar dela. Recuperado, ele se levantou da
cama. Stana foi encontra-lo na cozinha onde ele preparava sanduiches para os
dois. Ela precisava se alimentar, reparara que perdera peso nas últimas
semanas. Ao vê-la, reparou que estava com uma aparência melhor, mais tranquila.
- Sente-se e coma seu
sanduiche. Quer café?
- Quero. Ele a serviu e fizeram
a refeição quase em silêncio exceto por algumas pequenas frases. Não podiam
negar, ambos estavam mexidos com os acontecimentos. Mesmo tentando conforta-la,
Stana sabia que ele estava triste com o que se passara e fazia o possível para
não demonstrar a ela, para poupa-la, protege-la. Ele tinha razão, precisava
estar pronta. Ela queria ser mãe, queria um filho dele mas não era a hora. Ouviu
o toque de seu celular, ela se levantou e procurou pela sua bolsa. Era sua
agente. Falaram por quinze minutos ao telefone. Ao desligar, chamou-o para
dormir.
- Era minha agente. Disse que vai
deixar o vestido no estúdio. Para o PCA. Vou sair direto do trabalho para lá,
temos um dia cheio de gravações amanhã. E uma festa. Você disse que eu ganharia
o prêmio, por que?
- Porque você é a melhor e
porque a sua legião de fãs votou muito por você. Eles seriam idiotas se não te
dessem esse prêmio.
- Queria que fosse comigo...
- Eu também – ele esticou a mão
e acariciou a dela - Adoraria estar ao seu lado vendo sua ascensão. Mas...
tenho que me contentar com uma comemoração intima e especial depois. Estarei
esperando em sua casa.
- Isso eu posso concordar.
Quanto à vitória, não vamos nos precipitar. Vem, vamos para cama.
- Em um minuto, vou terminar de
arrumar a cozinha. Já estarei lá.
Assim que ela sumiu, Nathan foi
ao balcão e serviu-se de uma dose de whisky. Ele precisava de algo forte para
fechar o dia. Sob o efeito de apenas um copo de bebida, ele cedeu a emoção e
chorou sobre a perda que ele não sabia existir até 24 horas atrás. Minutos
depois, ele se juntou a ela na cama.
No estúdio na manhã seguinte
eles entraram em um ritmo de trabalho bem pesado. Terminaram as cenas que
ficaram do dia anterior e continuaram o cronograma de gravações. Por volta da
hora do almoço, Dara perguntou se Stana melhorara e estava pronta para sua
grande noite. Ela disse sim às duas perguntas e agradeceu a preocupação. Por
volta das três da tarde, uma caixa chegou ao local aos cuidados de Stana. Era o
vestido da noite. Luke tratou de tomar a frente de tudo e preparar as coisas
para que ela fosse maquiada e estivesse linda à noite. A previsão de terminarem
as gravações era por volta das sete. Apenas ela e Nathan iam ficar até o final.
Para não levantar qualquer suspeitas sobre os dois, Nathan declinou o convite
do PCA.
Mais tarde, Stana deixou o
estúdio vestindo vermelho e com os cabelos arrumados em um coque e a maquiagem
delicada. Estava linda como sempre e dessa vez Nathan não conseguiu disfarçar e
ficou suspirando à imagem a sua frente. Por sorte, apenas Terri e Dara estavam
no local.
- Arrase, garota! – foi o que
Dara disse a ela antes de sair numa limosine. Vendo Nathan pensativo, a
produtora se aproximou dele e dando de ombro sorriu e perguntou – sonhando com
a sua garota, Nate? Ela está incrível nesse vestido. Espero que ela ganhe –
Nathan sorri de volta e suspira.
- Isso também mas estava
pensando em algumas coisas relevantes da vida. Além do amor sabe?
- Sentindo-se filosófico
Nathan? O que deu em você? Cadê o palhaço de sempre?
- Acho que ele não veio
trabalhar hoje, talvez amanhã.
- Nossa! Isso tem a ver com o
fato de você não estar concorrendo ao PCA? Com a possível premiação de Stana?
Ciúmes profissionais?
- Não! Dara, não! É a noite
dela, Stana precisa disso. Bem mais do que possa parecer – ele se levantou –
vou pra casa, escolher uma boa garrafa de vinho e acompanhar a premiação pela
internet. Boa noite, Dara.
- Boa noite e Nathan? Não pense
demais. A vida acontece um dia após o outro. Espero te ver amanhã com um grande
sorriso no rosto, prefiro você assim.
- Obrigado, Dara.
Apartamento de Stana
Nathan usou a chave extra que
ela escondia num vaso para entrar. Trazia uma sacola de papel com bebidas,
vinho e champagne. A escolha seria dela. Claro que ele sabia que o humor dela
ainda não estava pedindo grandes celebrações mas ele talvez pudesse fazê-la
aproveitar o resto da noite caso a premiação somente não a animasse.
Ele tomou um banho, vestiu uma
calça de moleton e uma camisa polo que havia deixado por lá uma outra vez e
ligou a TV deitando-se na cama dela. Ele não sabia que Stana ia apresentar algo
no palco por isso o choque ao ve-la aparecer. Ficou tão atônito que quase
perdeu o que o apresentador disse. Ela ganhou! Um sorriso enorme apareceu em
seu rosto. Ela está feliz, muito feliz. E nervosa. Será que ela não esperava
ganhar?
Ele pegou o celular e começou a
vasculhar o twitter assim que ela terminou de apresentar Sara Bairelles.
Precisava de entrevistas, saber o que ela achara de tudo e mais do que isso ele
queria comemorar com ela. Não demorou e achou um link de entrevista, as redes
sociais estavam uma loucura. Stanatics surtando... ah! ela vai amar isso,
pensou. Como ela está linda.... e emocionada. Ele assistiu a entrevista onde
ela agradecia os fãs e sinceramente não podia ouvir isso de outra pessoa.
Aquelas palavras diziam Stana em cada uma delas.
E ele perdeu o interesse na
premiação, a internet estava bem mais interessante. Não via a hora dela chegar
em casa para começar sua festa particular. Só esperava que ela não demorasse
muito. Ele sentiu fome e foi a cozinha voltando com um pacote de batatas chips.
Percebeu que tinha umas mensagens para ele. Era ela. Três para ser mais exato.
“OMG! Não estou acreditando....
é demais. E tudo por causa de você. ILY. X S” , a segunda era para avisar de
que horas estaria em casa logo.
“Estarei em casa daqui a meia
hora....sdds. S” e a última mensagem veio com um agradecimento a mais.
“Esse prêmio é nosso, era o que
eu precisava agora. Obrigada, babe. XS”
Depois de tanto choro, ele
estava aliviado que ela estivesse bem e feliz.
Nathan estava quase cochilando
quando ouviu o barulho da chave na porta. Ela chegara. Ele correu para o
banheiro e tratou de bochechar um pouco de listerine. Jogou água no rosto e
sentou-se na cama esperando ela aparecer no quarto. Ela entrou tirando o
sapato. Sorriu ao vê-lo.
- Está tão silencioso que
pensei que estava dormindo.
- Quase, é muito chato assistir
esses eventos pela TV sem ninguém ao lado para comentar – ele se levantou e
puxou-a pela mão – vem cá, quero dar os parabéns de forma apropriada – ele a
segurou pela cintura e beijou-a intensamente. Stana deixou o braço envolver os
ombros dele enquanto uma das mãos foi direto ao traseiro dele – humm – ele
gemeu nos lábios dela – já chegou animada Staninha?
Ela sorriu e encostou a testa
na dele.
- Sabe, eu queria falar de
você, agradecer, gritar seu nome ali naquele palco.
- Não, eu li suas mensagens.
Não tem que agradecer a mim, Stana. O mérito é seu, por ter tornado Castle um
hit junto comigo. Marlowe pode ter escrito a personagem mas foi você que a
tornou um sucesso. Você trouxe Kate Beckett à vida e a fez ser admirada fazendo
de você e dela um exemplo. Vi que estava emocionada.
- Depois de tudo o que
aconteceu nesses dias, esse prêmio foi como um bálsamo. Eu fiquei chocada de
verdade.
- Foi mais do que merecido. E cotando seu alter ego: “Even in the worst days,
there’s a possibility of joy”.
-Você tem prestado atenção…
- Apenas no que é importante. Espere
aqui, vou buscar o champagne para brindarmos – ele não demorou muito mas ao
voltar para o quarto, ela já soltara os cabelos e abrira parte do fecho do
vestido. Ele já abrira a garrafa e trazia duas taças nas mãos que serviu logo
em seguida. Entregou a ela.
- A mulher, a atriz, a pessoa,
a você Stana!
- Obrigada, babe...
Ele virou a taça de champagne e
continuou a tirar o vestido dela abrindo o zíper completamente. Ela não usava
soutian e assim que os seios ficaram à amostra, ele percebeu que estavam duros
parte pelo frio parte pelo desejo que já começava a aflorar pela pele dela. Ainda
não tinham recuperado o tempo que passaram separados e os corpos ansiavam pelo
toque um do outro. Ela terminou de beber e deixou a taça próximo a garrafa.
Enfiou suas mãos por baixo da camisa dele. Sentiu o contraste da pele quente
com suas mãos frias. Ele estremeceu ao primeiro contato, mas seus lábios logo
voltaram a ação e devoravam vagarosamente os ombros dela, subindo para o
pescoço e chegando a boca maravilhosa.
O beijo foi delicado à
principio e caminhou para uma espécie de dança sensual. Ele apoiou o rosto dela
com ambas as mãos para aprofundar o contato. Ela já baixara a calça com boxer
que ele vestia, o mesmo jazia no chão assim como o seu vestido em um
emaranhado. Sentiu o membro dele contra suas coxas e gemeu entre o beijo.
Nathan deslizou as mãos até os seios dela e os apertou, ela jogou a cabeça para
trás quase sem fôlego ao sentir a língua dele em seu mamilo seguido dos lábios.
Ele a ergueu do chão e a deitou na cama. Tirou a própria camisa que foi se juntar
com as demais peças de roupa e pousando seu corpo sobre o dela, tornou a
beija-la. Não tinha pressa. Cada segundo era importante.
Uma das mãos deslizou pela
lateral do corpo dela e se erguendo um pouco, acariciou a calcinha dela por
cima do pano instigando. Os dedos brincavam com o elástico enquanto a boca
continuava saboreando-a com longos beijos. Ela reagia abrindo as pernas para
dar ainda mais acesso a ele. Era tão fácil se entregar a ele. o toque de Nathan
sobre seu corpo tinha o efeito de uma corrente elétrica que percorria cada
centímetro do seu corpo, elevando os pelos, eriçando-os até atingir seu ápice
como um curto-circuito que explodia em orgasmos múltiplos. Ao sentir que ele
retirara a peça de lingerie, ela gemeu pois sabia o que estava por vir.
Finalmente quebrando o beijo,
ele a penetrou com dois dedos ao mesmo tempo que sorvia um de seus seios com os
lábios. Ali começou a perdição de Stana. Ela se remexia debaixo dele e o
estimulava massageando seus cabelos ou empurrando seus ombros mandando a
simples mensagem para ele prova-la. Ele sabia muito bem o que ela queria. E
para Nathan, seu desejo era uma ordem. Vagarosamente, ele escorregava pelo
corpo dela lambendo-o até chegar ao lugar tão desejado. Assim que seus lábios
encostaram no centro dela, ela clamou por ele.
- Nate.... por favor...
E não preciso de mais nada o
grito dela ecoou pelo quarto quando ele a tomou com a língua, as mãos dele
estavam agora sobre o estomago dela e por vezes escapavam para apertar um ou
outro seio alternadamente. Ela não podia mais segurar e gritando o nome dele
sentiu o choque a transportar em orgasmos múltiplos. A consciência desaparecera,
nada de pensamento. Ela queria apenas sentir. O calor do desejo a envolvia.
Nathan abandonou o que estava fazendo e voltou a buscar os lábios dela. Ela se
colocou sobre ele mas não foi rápida o bastante.
Nathan a colocou semi sentada
apoiada nos travesseiros e ergueu uma de suas pernas colocando-a sobre seu
ombro. Roubando-lhe mais um beijo, ele a penetrou de uma vez. Nesse instante, o
desejo foi triplicado e ambos pareciam estar energizados e loucos para saciar
um ao outro. O sincronismo era perfeito, os movimentos atiçavam todos os
sentidos. Ele estava à beira do êxtase mas não podia sucumbir antes dela. e não
foi preciso.
Stana o empurrou para cama e
ainda com o membro dentro de si estava sentado sobre ele. apoiava-se no peito
dele e movia-se como ninguém. Usavam os músculos para apertar e provocar
fazendo o membro dele latejar dentro dela e foi assim que eles se entregaram de
vez ao prazer.
Ele ergueu-se da cama, tornou a
abraça-la e beija-la mas não estavam prontos para parar. Queriam mais. Rolaram
pela cama e alguns minutos depois gozaram outra vez. Somente assim, eles
deixaram os corpos cansados e suados caírem sobre o colchão. Ficaram buscando o
ar que escapara deles em meio ao clímax. Ela sentia que seu coração estava
prestes a sair pela boca. Fechou os olhos e procurou se acalmar.
Durante alguns minutos não
falaram nada. Então, Nathan se apoiou no cotovelo e ficou de lado fitando-a. A
pele vermelha ainda suada pelo esforço do sexo. Os olhos amendoados o olhavam
com ternura e sorriso singelo formou-se nos lábios praticamente convidando-o a
beija-la novamente. A urgência deu lugar a sutileza e os lábios se exploravam
em um encontro preguiçoso. Ao quebrar o beijo, ela acariciou o rosto dele e
deixou escapar o que seu coração implorava para dizer.
- I Love you, Nate....
Ele aconchegou a cabeça sobre o
estomago dela e Stana ficou brincando com os dedos dele. Levou a mão até os
lábios e beijou cada um dos dedos. Nathan a fitava sorrindo.
- Obrigada por tornar esse dia
melhor. Hoje passei por uma montanha-russa de emoções. Ainda bem que você
estava lá quando eu precisei.
- Só quero te ver feliz – e foi
a vez dele beijar a palma da mão dela, suspirou – amor, promete uma coisa para
mim?
- O que?
- Promete que vai procurar um
médico, apenas para saber se está tudo bem mesmo e se de repente... – ele parou
por um segundo – se por acaso decidirmos tentar ter um bebê, quero saber se
está tudo bem com você. Só isso.
- Sabe, eu não sei explicar ao
certo mas desde que comecei a ter enjoos e tonturas me senti grávida. Talvez
seja besteira da minha cabeça ou mesmo ansiedade por algo tão inesperado, o
fato é que quando minha mãe levantou a suspeita, apesar de ter descartado-a tão
prontamente pelo fato de não ter um namorado – ele riu do jeito dela de falar -
aquilo ficou na minha mente. Você quer mesmo voltar a tentar? – ela parecia
surpresa e Nathan acenou com a cabeça concordando – tudo bem, prometo que
ligarei ainda essa semana para a minha ginecologista.
- Ótimo, e quando você tiver
pronta, tentaremos outra vez. Mas será porque ambos queremos isso – ele beijou
o meio dos seios dela e mudou de posição puxando-a para acomoda-la em seu
corpo. Em menos de dez minutos, adormeceram.
No dia seguinte, Nathan saiu
antes dela. Não queria suspeitas e estar no estúdio antes dela lhe dava tempo
para preparar a surpresa que queria e hoje ela era esperada um pouco mais tarde
devido a premiação de ontem. Dara tinha organizado junto com Terri algumas
guloseimas para eles tomarem com café a fim de festejar não apenas o sucesso de
Stana mas o fato de que Castle ganhara pela terceira vez seguida o título de
melhor procedural do PCA.
Quando Stana chegou ao estúdio
não dava dois passos sem que alguém viesse lhe cumprimentar pela vitoria.
Beijos, abraços e gritinhos, estes por conta de Dara, eram algumas das
comemorações do dia. Todos pareciam ter decidido que hoje era o dia dela. Os
rapazes também brincaram com ela e no primeiro cenário onde deviam gravar, o
salão do distrito, ela viu uma buque de flores sobre a mesa de Beckett. Viu o
cartão sobre as flores com o seu nome e não precisava ser gênio para saber quem
as mandara. Retirou o cartão e cheiros as flores apreciando-as. Tulipas brancas
e lírios.
Ela queria ler o cartão mas
Seamus e Jon estavam por perto e preferiu colocar em seu bolso para depois. Ele
aparecera no salão com duas canecas de café e sorrindo estendeu uma para ela.
- Bom dia, favorite dramatic
actress!
- Lindas flores, obrigada
Nathan – ele se aproximou dela e beijou-lhe o rosto.
- Você merece. David apareceu e
já avisou que precisavam começar a gravar pois teriam um lanche em meia hora.
Pediu a Stana que fosse fazer o cabelo o que ela agradeceu pois queria muito
ler o cartão dele. Chegando ao seu camarim, ela pediu cinco minutos das meninas
da maquiagem e sentou-se na cadeira abrindo o cartão. Numa letra firme e
bonita, a mensagem dele enfeitava o papel de
cor parda.
“Staninha,
Your
glow ofuscate a thousand stars every night but yesterday, only you deserved to
shine. Congratulations, gorgeous. ILY.
Nathan.
PS.:
I told you’re going to win but you’re too stubborn to believe me…. Wink”
Um suspiro encheu seu coração
de amor. Pegou o celular e enviou uma mensagem para ele “U always surprise me,
lov u. XS”
Mais tarde, depos da maquiagem,
cabelo e uma cena gravada, eles se reuniram na sala dos escritores onde Stana
entregou o PCA de melhor série para Marlowe. Eles brindaram com café e comeram varias
guloseimas enquanto conversavam sobre os prêmios, a beleza de Stana no palco, o
nervosismo. Meia hora depois, Marlowe agradeceu a todos por mais uma conquista
e eles voltaram a trabalhar. Deixaram o estúdio depois das sete da noite e em
casa ela constatou que finalmente seu período chegara. Por causa disso, ela não
pode marcar a consulta. Precisaria estar novamente bem.
Conseguiram estar juntos pelo
menos algumas horas do final de semana. Stana tinha algumas coisas para
resolver e Nathan tinha compromissos. Mesmo assim, as horas que passaram na
companhia um do outro foram suficientes para recuperar as energias para a
próxima semana que segundo o aviso de Terri, seria da pesada. Pela primeira
vez, eles estavam atrasados no cronograma de filmagens naquela temporada. Ela
estava deitada no colo dele que acariciava os seus cabelos recostado no
encosto. A tv passava comerciais e ao ver uma garotinha muito parecida com
Annie ela riu. Curioso, Nathan perguntou.
- O que foi?
- Estava me recordando da minha
sobrinha. Estávamos na casa da minha mãe e inventei de assistir tv. Adivinha o
que passava? Castle. Um episódio da terceira temporada, aquele do strip. Sabe o
que descobri? Você tem uma fã. Mais que isso, ela gosta de você e teima em
dizer que você gosta de mim. Te chama de moço “boito” na linguagem dela.
- Sua sobrinha é bem
inteligente. Como ela se chama?
- Annie. Ela me perguntou
porque você não me beijava. Sério, me deixou em maus lençóis porque eu estava
sentindo tanto a sua falta e recordar qualquer coisa sobre você era muito
complicado. Eu adoro aquela menina... ela é linda e tão meiga.
- Uma verdadeira Katic então.
Gostaria de conhece-la.
- Tenho certeza que ela também.
Um dia desses,quem sabe?
Quando se despediram naquele
sábado e Stana chegou em casa notando que já não sangrava mais algo que já
percebera cedo pela manhã, achou estranho. Seu período durara apenas dois dias
e fora muito escasso. Não ligou. Possivelmente era uma consequencia do
anticoncepcional. Não comentou nada com ele e fez uma anotação mental para
marcar a consulta para depois da semana pesada de trabalho.
O ritmo das gravações apertaram
e passaram a semana seguinte chegando às seis da manhã e saindo por volta da
meia-noite. De vez em quando para descontrair, algum deles aprontava alguma.
Seja Jon com Nathan, Stana com Seamus ou mesmo dois deles com os escritores,
havia sempre risos no ambiente de trabalho. Nathan estava doido para pregar uma
peça em Stana então resolveu pega-la pelo vício. Eles estavam prestes a filmar
uma cena no distrito onde eles discutiam o caso na frente do quadro branco.
Após Beckett expressar sua opinião, ela pegava o copo de café sobre sua mesa e
bebia enquanto Castle divagava em uma das suas teorias malucas que a faziam
revirar os olhos. Nathan aproveitou sabendo que o café do copo seria de verdade
e que Stana viria com vontade para vira-lo em seus lábios, ele colou o copo na
mesa para ver o que acontecia.
Estavam todos a postos para
gravar e ao sinal de ação do diretor, eles começaram o diálogo. Conforme
previsto, ela terminou sua fala e se dirigiu ávida para pegar o copo sobre a
mesa. Ao agarra-lo, por estar colado acabou apertando o copo e derramando o
café na mesa molhando um pouco sua mão. Ele não aguentou e caiu na gargalhada.
- Nathan! Ela virou-se para ele
com um olhar irritado mas ao vê-lo gargalhando, ela desatou a rir também – já é
a segunda vez que você faz isso comigo. Seu bobo! Você me paga, pode aguardar.
Ele não conseguia parar de rir e ela não resistiu e deu um soco no peito dele
ainda rindo. Após se acalmarem e a produção limpar e arrumar o cenário, eles
voltaram a gravar.
Por volta do dia 16, ela estava
muito cansada. O ritmo intensivo continuava por conta do atraso causado na primeira
semana devido aos eventos ocorridos. Era por volta de cinco da tarde quando ela
arrumou um tempo para respirar e tinha que filmar até às dez da noite.
aproveitou o intervalo para ir ao banheiro. Nem bem tirou a calça, percebeu o
filete de sangue descer pela sua perna. Apavorada, ela mandou uma mensagem para
Nathan pedindo ajuda, repetiu a mensagem três vezes sem retorno então resolveu
apelar para Dara. Discou o numero dela. Ela mal atendeu e Stana já foi falando.
- Dara... por favor, acha o
Nathan. Preciso de ajuda... no banheiro logo.
Desligou e sentiu o corpo
gelar, a pressão caira e ela sentou no vaso e colocou a cabeça entre as pernas
para melhorar. Dara foi achar Nathan no set do loft onde gravava uma cena com
Molly por isso não vira as mensagens. Ela interrompeu a gravação e disse que
precisava muito falar com Nathan. David não gostou muito da interrupção mas
Dara não se importou e saiu puxando o ator rumo aos banheiros. Sem entender
nada, ele perguntou.
- Espera Dara, o que aconteceu?
Onde está me levando?
- Ela precisa de você, não sei
porque. No banheiro... – ela invadiu o local com Nathan atrás dela e encontrou
Stana pálida sentada, o sangue escorrendo pelas pernas.
- Meu Deus! Você está
sangrando! O que aconteceu? – Dara perguntou. Nathan sentiu as pernas bambearem
ao ver a cena.
- Eu não sei... sinto uma dor
fina no meu ventre.
- Nathan, temos que leva-la para
o hospital. Precisamos ver o que está acontecendo.
- Não hospital, não – e gemeu
de dor – a clínica... da ginecologista.
- Ok, vou ligar para Terri e
pedir para continuarem as gravações sem vocês, Nathan segure-a firme e a
coloque em seu carro. Vou com vocês mesmo porque imagino que não seria nada bom
alguém ver vocês dois entrando juntos numa clínica ginecológica – ela percebeu
que ele continuava estático e de boca aberta – Nathan, mexa-se!
Saindo do transe, ele a apoiou
nos ombros perguntando antes se conseguia andar. Do estacionamento até a
clínica fora relativamente rápido. Nathan pisou o quanto pode e ao parar o
carro na frente da entrada, Dara saltou com ela deixando-o para estacionar.
- Fica no carro, te mando
mensagem pra informar o que está acontecendo.
- Tudo bem. Mas não estava.
Nathan estava muito nervoso, com o coração apertado. O que estava acontecendo
com ela? Estaria doente? Ele não queria pensar no pior. Mantinha os vidros
fechados e o ar condicionado ligado mas suava. A ansiedade o fazia mexer-se
constantemente na cadeira do motorista e olhar intensamente para o celular como
se pudesse faze-lo tocar com notícias dela.
Na clínica, Dara acompanhava a
entrada de Stana numa maca para a sala de pequenas cirurgias, a médica que
sempre a atende estava presente e já examinava procurando entender o que
acontecera. Fazia algumas perguntas para ela e após a enfermeira limpar a area
e coletar uma nova amostra de sangue dela para um exame, a médica começou a
fazer uma ultrasom transvaginal e suas suspeitas se confirmaram ao analisar o
monitor. Em silêncio, ela trabalhava fazendo anotações para logo em seguida
instruir a enfermeira a ministrar um antibióticio na veia. Ela executou todo o
procedimento sem dizer uma palavra, o que deixou Dara ainda mais preocupada.
Ao terminar, a médica pediu
para Stana se vestir e se juntar a ela e a Dara na sala ao lado. Porém, deixou
Dara sozinha para checar os resultados do laboratório. Quando se juntou a
produtora, ela olhou enigmatica para ela buscando alguma resposta. Infelizmente
ambas estavam no escuro. Stana checou o celular e viu mais de cinco mensagens
de Nathan perguntando o que estava acontecendo e se ela estava bem.
- Nossa, o Nathan está
desesperado e eu não sei o que falar para ele.
- Teremos que esperar a médica
– apertou a mão dela em sinal de conforto – vai dar tudo certo.
A doutora voltou e sorriu pela
primeira vez para elas.
- Olá, Stana. Fazia um tempinho
que você não aparecia por aqui. Como você está se sentindo?
- Um pouco melhor. Eu ia ligar
para visita-la esta semana mas como tive meu período, não podia e o trabalho
está muito acelerado e...
- E você optou pelo trabalho ao
invés da sua saúde? Entendo. Você descreveria seu período como regular, um
relógio?
- Na verdade eu suspendi o
anticoncepcional no meio de novembro e na quinta passada eu finalmente vi o
resultado mas fazia tempo que estava tomando o remédio portanto acho que como
durou apenas dois dias imagino que não dá pra eu dizer que está normal.
- Certo, Stana você teve um
sangramento, um princípio de hemorragia que se iniciou mesmo na quinta-feira
como você mencionou. Você teve um aborto espontâneo – a cara de choque e os
olhos arregalados serviram de resposta para a médica, o coração dela estava
acelerado – pela sua reação presumo que não sabia. Eu sinto muito.
- E-eu não entendo. Eu fiz
teste de farmácia, dois com resultados controversos mas o exame de sangue deu
negativo. Como pode?
- Sua gravidez foi tubária e
por isso não resistiu e também não foi detectada no exame por ser apenas de
quatro semanas. Seu sistema imunologico está com os hormônios desregulados. Me
diga, a quanto tempo tem vida sexual ativa? Um parceiro fixo ou essa gravidez
poderia ter sido um acidente?
- Já tenho um parceiro fixo a
quase um ano mas a gravidez não era esperada.
- Tudo bem, vou passar alguns
exames e você terá que fazer uma reposição hormonal. Devido ao procedimento que
fiz com você quero que fique esses dois dias e o final de semana em repouso.
Nada de trabalho, entendido? E nada de sexo – a médica receitou o que devia, já
agendou a nova consulta e entregou a ela – só mais uma pergunta. Você pretende
engravidar logo ou posso descartar essa possibilidade?
- Não pretendo engravidar tão
cedo, doutora – Dara olhou para ela com cara de quem não acreditava no que ela
dizia.
- Tudo bem, pode ir e se cuide.
Vejo você para seu preventivo semana que vem.
As duas deixaram o consultório
e na recepção Dara a parou antes de seguir para o carro.
- Stana, eu sinto muito. Vá pra
casa com o Nathan, descanse. Pego um taxi e volto para o estúdio. Tenho que
negociar algo com o Marlowe e a ABC. Se cuida, te vejo na segunda e preocupe-se
em se recuperar – ela abraçou Stana e ao se separar sorriu para ela. Seguiu
para o carro devagar e somente então a ficha do que descobrira caíra. Ela
realmente estivera grávida. Quando Nathan a viu chegar ao lado do carro,
respirou aliviado. Ela entrou no carro e ele foi logo falando.
- Amor, você demorou. Estava
aflito, o que aconteceu? Você está bem? Cadê a Dara?
- Dara voltou para o estúdio,
me leva pra casa e apenas dirija. Lá eu conto pra você. E Nathan obedeceu. Em
silêncio, viu quando ela não segurou mais o choro e as lágrimas invadiram o
rosto. Era muito difícil manter-se calado ao vê-la chorar. Doía-lhe o coração.
Chegando em casa, ela foi diretamente para o quarto e ele a seguiu.
- Vai me contar o que
aconteceu? – sentou-se ao lado dela na cama.
- Nate, eu tive uma hemorragia.
Um aborto espontâneo, estava grávida mesmo. Tubária, o que justifica o resultado
negativo do exame. Eu estava certa, me sentia grávida – ele a abraçou forte e
acariciou os cabelos – e-eu não sei o que pensar...
- Não fique assim, Staninha.
Procure não pensar, precisa descansar e vou cuidar de você, fazer o que mais
gosto, te mimar. Vem, deita na cama – deitou ao lado dela e a aconchegou em seu
corpo – feche os olhos e se lembre que no dia que resolvermos ter um bebê, será
um momento feliz para os dois. Você ficará bem, nós ficaremos. Procure dormir
eu estarei aqui quando você acordar.
E ele ficou ali até ela pegar
no sono. Queria poder tirar essa tristeza do coração dela, fingir que isso não
acontecera. Eles podiam estar comemorando ou talvez nem cogitando a ideia de um
bebê. Um dia eles fariam da maneira correta, por decisão dos dois. Tendo
certeza que ela já estava no sono pesado, Nathan levantou da cama e resolveu
preparar uma refeição leve para ela. Mal se alimentara hoje e não podia ficar
sem comer nada. Faria uma sopa e torradas com alho.
Duas horas depois ela acordou.
Esticou o braço e encontrou Nathan ao seu lado escorado na cama e velando o
sono dela. Sorriu e apertou a mão dele. Sorrindo de volta, ele beijou-lhe os
dedos e ficou admirando-a por um tempo.
- Está se sentindo melhor?
- Sim, fisicamente.
Emocionalmente ainda tenho que entender, estou confusa. Por um lado a
descoberta da gravidez foi uma surpresa mas nem tanto, eu ainda me sentia
estranha como se entendesse que estava diferente. Acho que não tinha percebido
o quanto desejo uma criança em minha vida até esse acontecimento.
- Entendo, mas daremos um passo
de cada vez. Você precisa estar bem fisica e emocionalmente para voltarmos a
pensar nisso. Agora precisa se cuidar. Deixa eu mimar você um pouquinho.
Levante-se vá até o banheiro, tome um banho, troque de roupa enquanto vou
buscar seu jantar. Quero que se alimente direito e se sentir alguma coisa,
qualquer dor você precisa me dizer o quanto antes. Tudo bem? – ela balançou a cabeça
em sinal de concordância – ótimo, agora vá se cuidar – e beijando a testa dela
a viu caminhar vagarosamente até o banheiro. Satisfeito, ele se levantou e foi
buscar o jantar.
Stana conseguiu comer toda a sopa
e adorou as torradas dele. O restante da noite foi tranquila. Nathan não deixar
de dar a atenção a ela nem por um segundo e a paparicava de todas as maneiras
que podia. Acabaram dormindo relativamente cedo. O cuidado e o tratamento dele
não se alterou no dia seguinte, sempre atencioso com ela, Nathan se desdobrava
para agrada-la e ela estava adorando ser mimada dessa forma por ele.
Nos estúdios da ABC após Dara
conversar com Marlowe e Terri, explicou o que acontecera sem mencionar a
gravidez e a ausência de Stana pelos dois próximos dias sob ordens médicas e o
final de semana. Sugeriu que propusessem à rede de televisão o postergamento do
próximo episódio em uma semana além de mexer no calendário de exibição para o
seu episódio também. Eles estavam com apenas 25% do 616 filmado e precisariam
intensificar o ritmo das gravações para voltarem ao cronograma previsto.
Marlowe concordou com ela e juntos foram negociar com o chefe da programação da
ABC. Depois de algumas discussões que envolviam audiência, spoilers e exibição
do episódio para a imprensa, eles chegaram a um consenso. Agora restava lidar
com os fãs que certamente ficariam bem chateados com o adiamento de Dressed to
Kill já que o episódio era bastante esperado por eles. Para isso, escolheram
por soltar algumas informações do episódio sabendo que os jornalistas
divulgariam algo em redes sociais e blogs.
No fim, tudo poderia se
acertar, ter uma pausa na exibição com retorno logo após o superbowl tinha
chance de favorecer a audiência da série. Voltando ao estúdio, Dara tratou de
comunicar a equipe técnica e os atores. Em seguida, ligou para Nathan e avisou do
que ocorrera. Também mencionou que não falara nada sobre a gravidez e quis
saber como ela estava. Após conversarem por cerca de dez minutos, ele desligou.
Stana assistia TV deitada no sofá. Ele se sentou e colocou as pernas dela sobre
as dele. Começou a fazer uma massagem nos pés dela.
- Era a Dara. Seu cartaz é bom,
Staninha. Ela e Marlowe conversaram com a ABC e acertaram o adiamento de
Dressed to Kill para três de fevereiro com isso suspenderam as gravações até
segunda para você estar bem. Ah, ela também não contou o real motivo do seu
afastamento, quis deixar o assunto apenas entre nós por privacidade.
- Ela é um amor, não? Dara
realmente torce pelo nosso relacionamento. Mas e como ficam os outros
episódios? Acho que temos atrasos nas gravações não?
- Sim, um pouco mas ela também
negociou o episódio escrito por ela e Chad para dezessete de fevereiro. Assim
ganhamos algum tempo para gravar.
- Os fãs não vão gostar nada
dessas novidades especialmente quanto ao episódio com o vestido da Kate.
- Relaxe, amor eles vão
reclamar talvez xingar a ABC e no fim esperarão para assistir ainda mais
ansiosos.
- É, tem razão. Quer assistir
um filme ou quer nos ver na TV?
- Um filme...
- Você devia fazer minhas
vontades... não disse que me mimaria? Quero nos ver. Que tal a segunda
temporada? Adoro as provocações entre Castle e Beckett.
- Ah, você não tem jeito mesmo.
Uma shipper incorrigível. Vamos lá, eu prometi.
- E a pipoca? – ela fez cara de
manhosa e Nathan revirou os olhos brincando com ela.
- Seu desejo é uma ordem minha
rainha. E ele se mandou para a cozinha ao som das risadas dela.
E o mimo continuou pela
sexta-feira toda. Comidinhas, beijinhos, um bom banho a dois e algumas
conversas animadas entre eles. Stana tinha razão, os fãs reclamavam direto no
twitter sobre o adiamento do episódio. Por outro lado, a chuva de spoilers
mantinha a ansiedade a toda. Na manhã de sábado, ela acordou com o celular
tocando incessantemente. No display, viu as horas. Não eram nem oito da manhã
mas era a sua cunhada que ligava.
- Oi... tudo bem?
- Oi, Stana. Desculpe te ligar
tão cedo mas não sei o que fazer. Desde ontem de madrugada, Annie acordou
chorando do que eu imagino ter sido um pesadelo e ficou pedindo repetidamente
que eu ligasse para você. Eu tentei acalma-la falando que era tarde mas ela não
dormiu mais. Choramingou até agora e murmurava seu nome muitas e muitas vezes.
Eu não sabia mais o que fazer e ela não quis me contar o sonho.
- Tudo bem, você não atrapalhou
nada e sinceramente estou preocupada com o que pode estar acontecendo com
Annie. Me deixe falar com ela – Nathan acordou e após beijar o ombro dela
sussurrou.
- Quem é?
- Shhh... depois de conto – ela
ouviu a voz chorosa da menina do outro lado.
- Tia Stana?
- Oi, meu amor. Tudo bem com
você?
- Sonhei com você. Tinha
sangue. A tia tava sangrando... você está dodói tia? Onde fez o dodói do
sangue? – Stana estava boquiaberta com as palavras da menina.
- Eu estou bem, querida. Titia
não está dodói, está tudo bem.
- É feio mentir, Annie sabe que
tia tá dodói. Foi um bandido com “volver”? O moço “boito” salvou a tia Stana?
- Não amor, ninguém atirou em
mim. Vamos fazer o seguinte, vou falar com sua mãe e pedir para ela leva-la no
meu trabalho segunda-feira para você ver que estou ótima e não tem sangue. Tudo
bem?
- Tá, Annie não gostou do
sonho. Não quer tia Stana dodói. Tem medo, tia Stana não pode morrer, Annie ama
muito a tia.
- Eu amo você também, docinho.
Agora deixa eu falar com sua mãe. Oi, nossa ela teve um pesadelo mesmo. Prometi
a ela que podia me ver na segunda. Pode leva-la ao estúdio? E antes que você me
pergunte, ela não vai atrapalhar.
- Tudo bem. Se não puder levar,
Marko leva. Achei bem estranho essa historia de sangue. Ela deve ter visto algo
na TV e imaginou essas coisas. Obrigada, Stana. Só de olhar para ela sei que
relaxou um pouco falando com você.
- Que isso, é meu dever de tia.
A gente se vê na segunda. Após desligar, Stana fitou Nathan ainda um pouco
surpresa com o que ouvira de Annie – minha sobrinha. Acredita que ela sonhou
comigo sangrando? Ela afirmou que eu estava doente. Desde ontem chora e pede
para a mãe para falar comigo. Isso é tão estranho. Até me arrepio falando disso
– mostrando o braço e os pelos eriçados.
- Crianças são muito
sensitivas. A julgar pelo que você havia me contado antes, sua sobrinha gosta
muito de você e essa ligação pode ser ainda maior do que você acredita. Mas a
pergunta é pertinente, você realmente está bem? Não existe nada além do
sangramento provocado pelo aborto espontâneo? Também fico preocupado.
- Sim, ela disse que após me
recuperar do procedimento que ela fez preciso fazer mais um exame que é
referente a hormônios. Estão desregulados por causa do anticoncepcional. Uma
vez medicada e estando eles normalizados, posso engravidar novamente se quiser.
- Hum, e você falou de nós? –
perguntou ele com um certo receio – sei que é difícil a nossa situação e esse
lance de não poder te acompanhar nesses processos.
- Apenas disse que tinha um
parceiro fixo a quase um ano. Não revelei quem era.
- E o que você estava falando
sobre segunda com a sua sobrinha? Ela irá ao set de filmagens?
- É melhor que ela me veja
trabalhando para ter certeza de que estou bem do que ir até minha casa e não me
encontrar ou mesmo termos que nos separar a fim de que ela possa me visitar.
Não se preocupe, não atrapalhará em nada e será por pouco tempo.
- Sim, tudo bem – e beijou a
testa dela. O fim de semana foi tranquilo para os dois. Stana se queixou de
cólicas mas nada que um analgesico não resolvesse. Recuperada quase que
completamente, Nathan a deixou na noite de domingo e voltou para sua casa não
antes de fazer mil recomendações inclusive a de não ir de bicicleta ou a pé
para o trabalho no dia seguinte. Insistiu em busca-la para irem juntos ao estúdio
mas Stana foi irredutível apesar dos protestos de Nathan.
Na segunda, ela chegou cedo e
Dara foi a primeira pessoa que a questionou sobre seu estado de saúde. Ela
atualizou a produtora e agradeceu por todo o apoio inclusive pela discrição.
Dara sorriu e lembrou que precisaria da dedicação dela quase que redobrada essa
semana e Stana garantiu que a teria.
Tão logo Nathan chegou, eles
rumaram para o estúdio e continuaram a gravar de onde haviam parado. Estavam
próximos ensaiando uma nova cena quando uma das assistentes do elenco veio
procura-la.
- Com licença. Tem uma moça e
uma menina procurando por você Stana. Deixo entrar no estúdio, levo pro seu
camarim?
- Ah, deve ser a Annie. Se
importa de pararmos um instante para eu falar com ela? – perguntou a Nathan.
- Claro que não! Na verdade,
estou bastante curioso para conhece-la também.
- Cuidado com o que você
deseja... – ela sorriu e avisou a assistente que já estava indo encontra-las.
No momento que Stana as avistou na entrada do estúdio, um pequeno furacão
correu em sua direção e agarrou em suas pernas. A pequena de pele alva, olhos
verdes e cabelos castanhos amendoados longos e cheios de cachinhos na ponta,
ergueu o rosto chorosa para olhar a tia, as pequenas lágrimas relutavam em
cair.
- Tia Stana.... Annie tava com
saudades – Stana se agachou e abraçou a menina para em seguida beija-la. Annie
segurou o rosto da tia com as duas mãos como se a examinasse procurando saber
se estava tudo bem com a tia. Ela não ficara satisfeita com a resposta que
recebera ao telefone. Enquanto as mãozinhas acariciavam o rosto dela e os
olhinhos se concentravam em reafirmar que estava tudo bem, Nathan se aproximou
de Stana sorrindo e perguntando.
- Nossa, quem é essa menina tão
bonita? Annie desviou os olhos da tia e percebeu o homem que se encontrava ao
seu lado. Num gesto tipicamente infantil, ela largou da tia e abriu a boca
arregalando os olhos. A resposta fora involuntária.
- Wow... o moço boito é
gigante... – Stana riu da reação da menina que não conseguia tirar os olhos de
Nathan. Parecia hipnotizada por ele.
- Nathan, esta é a Annie uma
menina linda e inteligente. A sobrinha mais linda que alguém pode ter. Annie,
esse é o Nathan, meu amigo.
- Olá, Annie – ele se agachou
para falar com ela e estendeu a mão – você é linda que nem sua tia. Prazer em
conhece-la – mas Nathan certamente não estava preparado para a resposta da
pequena. Annie ainda em transe conseguiu fita-lo e foi direta.
- Quando você moço boito val
casar com a tia Stana?
Continua.....