Nota da Autora: Sim, o angst continua. E nem pensem que estou inspirada por conta de Veritas, isso já estava planejado. Aliás, quero deixar claro que a ideia dessa fic aconteceu muito antes de Marlowe cogitar a história similar na série. Não estou plageando ninguém. Sei que tem gente louca pra me matar, aguentem porque ainda não acabou a cota de emoções dessa fic. Enjoy!
Cap.14
Tudo aconteceu
muito rápido. A ambulância chegou cinco minutos depois da ligação mas apenas a
segurança do Capitólio estava aguardando os paramédicos bem como alguns
curiosos. Nem sinal do senador Bracken muito menos de Andrew que desapareceu
assim que derrubou sua oponente. A primeira ação foi coloca-la no oxigênio para
então imobilizar o pescoço. A poça de sangue abaixo dela demonstrava a
gravidade da situação. Ela precisaria de sangue. O trabalho de resgate durou
poucos minutos e a sirene foi ligada determinando a emergência que se tinha a
caminho do hospital. Ela continuava desacordada.
Hospital Saint
James
As portas da
emergência se abriram de supetão. Os paramédicos empurraram a maca já
encontrando uma equipe medica a espera deles. Ainda trabalhando em estado
frenético, um deles explicou o caso.
- Jovem agente
levou um tiro no lado esquerdo da lombar. Desmaiada desde o tiro, corte na
cabeça indica que exista provável traumatismo. A paciente perdeu muito sangue,
já ministramos uma bolsa. Ela está gravida.
- Tudo bem,
assumimos daqui – disse a médica – vamos leva-la direto para a cirurgia. Lisa,
reserve e prepare a sala dois. providencie bolsas de sangue. Bipe o Dr.Adams,
vou precisar da ajuda dele para monitorar o bebê – tornou a fitar o paramédico
- Ela tinha documentos? Qual o nome
dela?
- Sim, aqui
estão – ele entrega um saco para a médica – se chama Kate Beckett, tem uma
identificação, celular e a chave do carro. Ah, aqui está a arma dela – ele
mostrou um outro saco – capaz de precisar entregar a policia ou ao FBI.
- Obrigada,
vamos trabalhar. Paula veja se consegue entrar em contato com algum parente ou
contato de emergência, não avise o FBI ainda, nossa prioridade é a paciência –
ela correu empurrando a maca, ela detestava ter mulheres à beira da morte, esse
caso era ainda mais complicado porque a paciente estava grávida. Não podia
arriscar perde-la. Hoje era um daqueles dias destinados a honrar seu juramento
e fazer o impossível para salvar vidas. A médica entrou na sala de cirurgia
devidamente preparada. De frente para a paciente, ela soltou um longo suspiro.
Dr. Adams apareceu já preparado com a máscara pressionada ao rosto.
- Chamou, Dra.
Williams?
- Sim, preciso
das suas mãos. Tiro, muita perda de sangue e ainda está grávida. Vou retirar a
bala e ver o estrago interno mas quero garantir que o bebê ficará bem. A última
coisa que eu preciso é que essa criança entre em sofrimento e você tenha que
tirá-la. Faça a sua mágica, por favor.
- Tudo bem,
vamos garantir que corra tudo bem – ele se colocou próximo a barriga de Kate e
ligou os monitores para acompanhar os sinais vitais do bebê, o coração batia
normalmente.
- Prontos para
salvar duas vidas? – ela olhou para o semblante pálido de Kate – você vai
sobreviver, eu prometo. Bisturi.
E a cirurgia
começou. Ao primeiro corte para a retirada da bala, a médica já vislumbrou que
aquela cirurgia não seria nada fácil. A bala se alojara entre o rim e o pulmão,
a hemorragia ficou por conta de uma veia atingida no meio do caminho do
projétil. Era uma área muito dellicada e qualquer movimento podia danificar seu
rim ou faze-la sangrar até a morte.
- Como estão
as coisas por aí doutora? – perguntou Dr. Adams.
- Nada bem. A
bala nos deixou pouco espaço para trabalhar. Lisa, comece a repor o sangue que
ela perdeu, temos que evitar uma parada cardíaca. Vamos lá, Kate me ajude a
tirar essa bala sem problemas – concentrada, ela se dedicou a retirar a bala. A
enfermeira já colocara a segunda bolsa de sangue. O silêncio na sala de
cirurgia era sepulcral. Finalmente a pinça deixou o corpo da paciente com a
bala. A médica jogou-a no vasilhame de aluminio e pediu para a residente irrigar
a área. No mesmo instante, a enfermeira avisou.
- Pressão dela
caindo. 90 e continua... 70.... 50....
- Droga! – o
sangue jorrava dentro do corpo de Kate – aspira rápido! Como está o bebê?
- Se
segurando, sem variação.
- Aplique
adrenalina. Vamos lá garota, reaja! Não estou conseguindo conter o sangue.
Pinça!
- Piiiiiii – a
médica olhou para o monitor e gritou – parada cardíaca. Afastem-se – com o desfibrilador
nas mãos, a residente deu o primeiro choque, nada – carregue para 200, não morra.
Vamos – o novo choque restabeleceu o pulso. Aliviada, a médica se concentrou em
resolver a hemorragia – mais uma bolsa de sangue. Acho que encontrei a origem
do sangramento. Por favor.... só mais um pouco... como está o bebê?
- Estável. Por
que está tão preocupada com a criança se em um caso desses a prioridade é a
mãe? - Sem levantar a cabeça, respondeu.
- Sei que a
mãe é a escolha natural mas preciso ser realista. Não é a criança que está
impedindo-a de reagir. É a consequência do tiro. Então se eu perceber que ela
irá morrer tentaremos salvar o bebê.
- Uma missão
muito difícil, ele só tem 24 semanas, 25 no máximo.
- Não sei qual
será o resultado. Meu objetivo é salvar a ambos. Se ela resistir a cirurgia,
checaremos a cabeça o golpe não foi tão profundo mas nunca se sabe. Irrige –
ela ordenou a residente.
Seria uma
longa tarde.
Capitólio
Aos poucos o
espediente de trabalho voltara ao normal no Capitólio. Os funcionários curiosos
já voltaram para seu local de trabalho e em pouco tempo parecia que nada havia
acontecido. Quer dizer, quase nada. O senador Denver voltara ao seu gabinete
ainda muito nervoso. Sentou-se à sua mesa e tamborilava nervosamente os dedos
pensando em qual seria seu próximo passo. Ele viu a agente caída no chão.
Jurava que ela morreria naquele momento tornando sua vida mais fácil. Não
entendia porque Bracken se preocupou tanto em chamar uma ambulância, podia ter
enrolado. Com a vida da agente intrometida em perigo, ele seria obrigado a
mudar sua estratégia. Se ela morresse, haveria uma investigação pesada porém
ele poderia trabalhar com o seu bode espiatório. Se ela sobrevivesse, aí todo o
seu esquema estaria ameaçado. Ela sabia demais. Pior, ele teria que encarar seu
sócio e essa não era uma tarefa muito agradável muito menos simples. Não havia
muita complicação, na sua matemática. Kate Beckett estaria melhor morta.
Pegou o
celular e discou para a única pessoa que poderia ajuda-lo a ter o melhor
desfecho nessa história. Mal a pessoa do outro lado atendeu, o senador Denver
falou.
- Por onde
você anda?
- Escondido.
- Preciso
saber para onde levaram a agente Beckett. Quero saber se ela vai sobreviver.
Porque se isso for acontecer, você terá que consertar a besteira que começou.
Não há chances para erros agora. Você já cometeu um erro com o acidente
deixando o escritor em coma, não vou tolerar outro. Resolva isso ou tudo vai se
desmoronar e o primeiro a perder será você.
- Quer que eu
elimine a agente do FBI?
- O que você
acha? Se ela não morrer no hospital não podemos deixa-la nos destruir ou você
não percebeu que ela sabe demais? Essa mulher não brinca em serviço, se tiver a
chance ela vai mover o mundo para expor o esquema. Livre-se dela e desapareça
do mundo, haverá uma caçada a você mas lembre-se que posso precisar aciona-lo.
- Tudo bem,
considere feito.
O senador
desligou o celular e decidiu que bastava de emoções por hoje. Pegou sua pasta e
saiu do escritório. Bastou entrar no carro e dizer ao motorista para seguir
para sua casa quando seu celular voltou a tocar. Ao ler o nome no visor, Robert
Denver engoliu em seco. Era tudo o que ele gostaria de evitar, porém nem passava
pela sua cabeça ignorar o chamado.
- Denver.
- Você sabe o
motivo da minha ligação não?
- Sim, eu sei
mas eu posso explicar... e-eu tive...
- Não por
telefone. Me encontre em Martha’s Vineyard daqui a três horas. A ligação
terminou sem qualquer despedida. Isso era um mau sinal.
Ryan e
Esposito acabavam de chegar em Washington. Tentaram em vão se comunicar com
Beckett. O celular somente registrava caixa postal. Eles não tinham a mínima
ideia de onde procurar por ela. Era como procurar uma agulha no palheiro. O
fato dela vir acertar contas não ajudava pois Beckett não comentou
absolutamente nada com eles. Poderiam checar com o FBI mas sabendo que ela
estava afastada poderiam até compromete-la.
- E se
fossemos até a sede do FBI procurar pelo tal McQuinn? Não necessariamente
estaríamos procurando por ela, usariamos o caso do acidente.
- Você acha
que simplesmente chegamos lá e avisamos na portaria que queremos falar com o
cara? – disse Espo – as coisas não funcionam assim.
- Talvez Gates
possa dar uma mãozinha – o celular de Ryan tocou – falando nela. Olá Capitã.
- Encontraram
Beckett?
- Não,
senhora. Ela não atende o celular, não temos ideia de onde ela pode estar. É
uma agulha no palheiro. Estávamos pensando, a senhora conseguiria uma
autorização para falarmos com o pessoal do FBI. Talvez eles saibam o que
Beckett estaria procurando.
- Detetive
Ryan, Beckett está afastada do quadro do FBI. Se eu contata-los que desculpa ou
caso usaria para garantir um contato? Não temos um homicídio. Vocês sabem o que
a Beckett estava investigando?
- Não,
senhora.
- Então
Detetive Ryan, sugiro que revirem Washington de cabeça para baixo e encontrem a
detetive. E quanto ao carro dela? Localizaram?
- Ela desligou
o gps.
- É claro. É
da Beckett que estamos falando. Continuem as buscas. Vou ver o que posso
fazer.
- Certo,
Capitã. Obrigada – Ryan olhou para Espo – ok, por onde começaremos? Pela casa
dela e de Castle?
- Você tem o
endereço? – perguntou Esposito.
- Tenho no meu
celular.
- Vamos.
XXXXXXXXXXX
Três horas
depois, um carro parava à porta da residência de seu sócio. Uma mansão
espetacular conquistada através de poder e dinheiro durante anos assim como
outros patrimônios que ele obtivera.
Ele fizera uma
viagem rápida em seu jatinho para o aeroporto local. Ele aproveitou todos os
minutos dados pelo sócio a fim de criar um discurso que poderia justificar e
não abalar a relação comercial entre eles. Ainda não entendia porque seu
parceiro estava tão abalado na ligação que recebera. De qualquer forma, era
hora de enfrentar e resolver os pormenores que precisavam de explicação.
Somente assim, continuariam o negócio de forma tranquila. Tocou a campainha, um
dos empregados abriu a porta e informou que ele estava sendo esperado no
escritório à esquerda. A porta do local estava entreaberta. Robert bateu de
leve e ouviu a voz do sócio indicando para entrar.
O homem estava
observando o seu quintal da janela. Mesmo de costas era possivel ver a postura
perfeita de um diplomata. A elegância e o porte ajudavam na imagem dele frente
ao povo americano. Sabia da ambição maior de seu sócio. Ele queria a
presidência mas do que todo o dinheiro que tirava desse negócio. De fato, o
dinheiro era um meio para atingir seu objetivo principal. Seria o grande
financiador de sua campanha. Para Robert, ele prometera uma secretaria além da
continuidade do acordo comercial. Ainda
não se cumprimentaram ou olharam-se porém Robert sentiu a tensão no ar.
Finalmente, o
sócio o encarou.
- Sente-se
Robert. Temos muito o que conversar – ele obedeceu vendo o homem a sua frente
fazer o mesmo – mas antes de tudo, você mandou aquele seu capanga sumir ou
fazer algum serviço especificamente falando da agente que estava hoje no Capitólio?
- Sim, mandei
terminar o que ele começou. Ela não deve ser mais um problema. Fique tranquilo.
- Não ficarei
tranquilo enquanto você não ligar para ele e manda-lo parar.
- Mas ela é um
problema colocará em risco toda a nossa operação. Elimina-la é necessário. Dano
colateral.
- Aí que você
se engana. Ligue para o capanga. Você entenderá em seguida.
Meio
contrariado, Robert ligou para Andrew. No quarto toque, ele atendeu.
- Onde você
está?
- Nos
arredores do hospital. Estou aguardando a policial sair da cirurgia para
completar o serviço.
- Não é
necessário. Estou suspendendo a ordem. Pode sumir da cidade mas permaneça com
esse celular disponível. Volto a lhe contactar quando possível.
- Mas e quanto
as acusações? Quando acordar ela voltará a incomodar.
- Cuidaremos
disso mais tarde e de outra forma. Apenas suma. Cuide dos nossos outros
interesses nesse momento – Denver desligou e fitou o sócio – então William por
que essa conversa repentina? E qual a sua curiosidade na situação da policial?
-
Primeiramente, peço que me diga a verdade. Como Kate Beckett chegou até você?
Já havia lhe contatado antes?
- Sim, ela era
a agente por trás da investigação do FBI. Ela veio me visitar na minha casa
cheia de acusações envolvendo meu filho e eu. Ela tinha muitas evidências
soltas mas pensei que se chegara até ali, poderia causar danos maiores. Foi a
primeira vez que usei o poder de senador para me livrar de tê-la em meu
encalço. Porém essa mulherzinha é irritante. Ela não parou. Quando chegou até a
morte de Damien sabia que era a hora de para-la. Precisava de uma solução mais
enérgica e quem sabe definitiva.
- Então você
deu um jeito de afasta-la do FBI indefinidamente – ele passou a mão na cabeça,
sabia as consequências do que o sócio fizera – e você em nenhum momento cogitou
me consultar... – Robert permaneceu calado sabendo que ele tinha razão - de
todos os agentes, em todas as instituições policiais, você foi mexer justamente
com Kate Beckett. Quais seriam as chances? Você não a conhece. Ela não desiste
fácil de nada na vida. Em outras palavras, você está me dizendo que foi o
responsável pelo acidente do escritor?
- Deveria ter
sido morte, mas pelo menos a afastou do caso. Acabou dando certo e por isso
estávamos trabalhando tranquilamente nos últimos meses.
- Por que você
tomou essa decisão sozinho? Por que não me consultou?
- Porque sabia
que podia resolver sozinho com a minha equipe. Não tenho que perturba-lo com
problemas menores.
- Problemas
menores, há! Você simplesmente puxou o detonador de uma bomba-relógio. Você não
tem ideia do que essa mulher é capaz por justiça. E foi mexer logo com o marido
dela? Você não tinha nada que matar o escritor! Aliás, você nem conseguiu o que
é pior. Não queira ser inimigo de Beckett. Ela não mede esforços na luta, entra
com tudo, atropela. O tipo de pessoa que fica obcecada por algo que acredita.
Já topei com ela algumas vezes durante minha carreira política, muitas nada
amistosas. Chame de divergências de opiniões passadas mas uma coisa eu posso
lhe garantir: ela não irá sossegar até colocar você na cadeia. Beckett pode ser
uma só mas é inteligente e sabe usar as suas ferramentas e os recursos para
conseguir o que quer. Se ela morrer, você está em maus lençóis. Haverá uma
investigação pesada e o primeiro a dançar será esse seu capanga portanto nem
pense em sumir com ele para seu próprio bem. Mas não se iluda, você não
escapará porque não bastará o atirador. Eles procurarão pelo responsável, por
aquele que deu a ordem. E pode crer que eu irei romper totalmente qualquer
aliança com você. Nossa parceria nunca aconteceu.
- É impressão
minha ou você tem medo dela?
- Quem falou
em medo? Apenas sei reconhecer um oponente à altura. Kate Beckett não é uma
pessoa que se possa subestimar. Claro que tenho poder para esmaga-la porém as
consequências são um tanto quanto desagradáveis. Reze para que ela sobreviva,
caso contrário prepare-se para ser responsabilizado por tudo.
- Pelo que
você comentou, Wiliam é um mau négocio tê-la viva. A menos que tenha como anula-la de outra forma.
- Como eu
disse, minha história com Kate Beckett pode me permitir uma certa vantagem sobre
ela. Independente do resultado, você perde. Se preciso, assumirá a culpa como
mandante do crime de tentativa de homicídio. Revelará o esquema e eu serei
obrigado a destitui-lo do cargo de senador. Isso implica dizer que não terei
qualquer ligação ao negócio com você. Irá para a cadeia cumprir pena pelos
crimes que cometeu contra o país. Tinha falado para você rezar porém no seu
caso nada adianta, de um jeito ou de outro, você perde.
- Por que
parece que ela pode de alguma forma o destruir?
- Robert, não
seja tolo! Eu sou o senador mais votado de New York, tenho carisma, poder e
dinheiro para concorrer à presidência dos Estados Unidos e governar. Apenas
posso reconhecer um bom oponente e ao contrário de você, sei eleger e tratar
corretamente meus problemas, dominar meus potenciais inimigos – ele tocou a
face no local da cicatriz antiga – algumas lutas não devemos esquecer, sào elas
que nos fortalecem. Agora, fique de olho
nesse seu aliado porque você precisará dele se quiser adiar seu tempo em
liberdade. Pense muito bem antes de agir, qualquer deslize será fatal. Pode ir
embora.
Cabisbaixo,
ele deixou o escritório rumo ao aeroporto. A perspectiva de ver seu império e
sua mordomia se esvair pelos dedos o deixou preocupado. Maldita hora que ele
resolveu fazer justiça a sua maneira. Será crucificado por uma jogada
errada.
Hospital Saint
James – cinco horas depois
A médica
estava exausta. Foram longas horas de cirurgia, durante vários momentos fora
desafiada. Fez tudo o que estava ao seu alcance. Recostou-se no balcão e fechou
os olhos. Após um longo suspiro, ela virou-se para a atendente atrás do balcão.
O semblante revelava que não estava bem.
- Doutora, precisa
de alguma coisa? Quer uma água, um café? Parece tão pálida – a moça saiu detrás
do balcão já com um copo d’água – por que não vai se deitar no quartinho de
plantão?
- Ainda não.
Conseguiu contatar a família da moça? Kate Beckett? – ela tomou a água
calmamente.
- O celular
dela está descarregado. Apenas encontrei uma chave de carro, outra de casa provavelmente,
a identificação da polícia e um contato de emergência. Mas infelizmente o
telefone só cai na caixa postal. Os demais objetos pessoais não são relevantes
por hora. Relogio e anéis além da aliança.
- Casada e
esperando bebê. Me espere aqui, vou buscar meu carregador – em menos de cinco
minutos ela estava de volta - entregue o
celular, coloque o carregador na tomada. Vai demorar um pouquinho até pegar a
primeira carga e pudermos mexer e descobrir alguma pista. Qual é o nome do
contato?
- Um tal de
Rick Castle.
- Por que esse
nome me é familiar? Rick Castle... – a médica ficou pensativa.
- A tela
apareceu, doutora. Ao pegar o celular, ela viu a foto dos dois. Formavam um
casal lindo. Sabia que o nome era conhecido. Ela o vira no noticiário. Ele
sofrera algum tipo de acidente a algum tempo. A enfermeira aproximou-se dela.
- Estão
precisando da senhora na Trauma 1.
- Já estou
indo – a médica respondeu – vasculhe esse celular por outro contato dele ou de
alguém. Sugiro que comece pelas últimas ligações. Eu volto assim que puder.
- Mas doutora
não seria melhor descansar um pouco? A senhora acabou de sair de uma cirurgia
longa.
- Os pacientes
não esperam. Se eu descansar, a morte pode chegar em meu lugar.
A assistente
da recepção sorriu. Ela admirava a força da médica. Estava tendo um dia cheio
de desafios e sofrimentos mas sua prioridade não mudava independente do
resultado. Salvar o máximo de vidas possiveis. A perda deveria permanecer bem
longe de suas mãos, era o que sempre dizia. Analisando o celular, ela encontrou
o mesmo telefone de Rick Castle. Tentou mais uma vez, nada. Seguindo o conselho
da doutora, ela deu uma olhada nas últimas ligações. Kevin Ryan. Mesmo sem
saber quem era valia apena tentar, não?
Esposito e
Ryan vasculharam o endereço de Castle e Beckett mas pela calmaria sabiam que
ela não estava ali. Nem o carro. Hora de escolher outro lugar de Washington
para vasculhar. Rodaram pelo Washington Mall, as praças famosas, as sedes do
FBI e da própria policia e nem sinal dela ou do carro.
- Isso é uma
perda de tempo! Nunca a acharemos sem uma pista decente. – disse Esposito
frustrado.
- É bro, mesmo
eu sendo otimista admito que não teremos muita sorte. E não recebemos um
retorno da Capitã. Estou sem ideia de como dar o próximo passo – o celular dele
tocou. Ryan perceber ser um número desconhecido e mostrou a Espo – pode ser a
Beckett.
- Ou alguém
que esteja com ela. Atenda.
- Ryan.
- Kevin Ryan?
– disse a voz feminina do outro lado da linha.
- Sim, ele
mesmo. Quem fala?
- Sr. Ryan
aqui é Paula. O senhor conhece uma moça chamada Kate Beckett? – os olhos de
Ryan se arregalaram.
- Conheço sim.
Você está com ela? Onde ela está?
- Preciso que
o senhor compareça ao hospital Saint James.
- Meu Deus!
Ela está bem? – perguntou Ryan.
- Lamento
senhor, não posso dar informações. Apenas o médico. Pode anotar o endereço?
- Claro, claro
– enquanto ela recitava o endereço, ele escrevia em seu bloco de anotações
apoiado nas costas de Esposito – certo, anotei tudo. Estou indo para aí – ele
desligou e olhou meio atônito para o parceiro – Beckett, pediram para irmos ao
hospital.
- Ela está
ferida?
- Ela não pode
ou não quis revelar... Javi e se ela estiver... oh meu Deus.
- Vamos tirar
essa dúvida – e rapidamente entraram no carro e seguiram para o hospital. Chegaram
ao endereço indicado em vinte minutos. A preocupação do que poderiam encontrar
estava estampada no rosto de ambos. Esposito sempre mais metido a durão se
fazia de dono da situação. Ryan já pensava nas outras consequências. Ela podia
estar em estado grave ou mesmo morta, e quanto ao bebê? E Castle? Ele não queria
acreditar que tantos infortúitos pudessem acontecer a pessoas tão boas. Se o
pior cenário se confirmasse, seria devastador para todos. Afinal, ele tinha
esperanças de que Castle acordasse e qual seria então a reação dele ao saber
que perdera tudo? Ele suspirou e resolveu guardar aqueles pensamentos apenas
para si. Murmurou uma prece e adentrou o hospital com o parceiro. Na recepção
ele comentou.
- Com licença,
ligaram para o meu celular desde hospital a respeito de Kate Beckett. Eu sou o
Ryan.
- Sr. Ryan, eu
sou a Paula. Nos falamos ao telefone. Peço que aguarde aqui pois a médica deve
falar diretamente com vocês. Vou chama-la – eles ficaram circulando no espaço
minimo da recepção. Estavam muito nervosos para sequer pensar em sentarem e
esperar. Quando a médica chamou seu nome, Ryan fitou-a procurando entender a
expressão que via.
- Sou eu e
esse é meu parceiro Esposito. Somos da NYPD e trabalhamos com Beckett. Como ela
está? O que aconteceu? – a expressão da médica não revelava nada promissor.
- Prazer. Dra.
Williams - ela estendeu a mão cordialmente para eles cumprimentando-os - NYPD?
Pensei que eram federais.
- Beckett é.
- Venham
comigo, precisamos conversar em um local mais reservado. Eles a acompanharam
até uma sala vazia que era na verdade um consultório. Fechou a porta atrás de
si.
- Então
doutora, como ela está? – perguntou Ryan – o que aconteceu com Beckett?
- Ela deu
entrada no hospital em estado grave. Levou um tiro e perdeu muito sangue. Fomos
direto para a sala de cirurgia a fim de retirar a bala. Havia um complicador,
imagino que saibam que a paciente estava grávida. Quando abri as costas dela,
me deparei com um desafio. A bala estava alojada em um local de dificil acesso
e manuseio perdeu muito sangue pois a bala atingiu uma veia, consegui retira-la
mas não sem causar complicações. A hemorragia continuou colocando em risco a
ela e ao bebê, teve parada cardíaca. Foram cinco horas de cirurgia. Conseguimos
estabiliza-la.
Ao ouvir isso,
Ryan e Esposito respiraram aliviados.
- Está na UTI,
muito debilitada. O bebê aguentou firme. Mas a nossa luta ainda não terminou.
As próximas 48 horas são críticas e determinantes. Induzir o coma foi uma das
maneiras que considerei para fazer o organismo dela reagir e estabilizar. Em
dois dias tirarei Beckett do coma e veremos o que vai acontecer. Se ela ficar
bem, passaremos para a próxima etapa. Ela tem uma contusão na cabeça e devido a
emergência não pude fazer uma tomografia. Depois quero uma ultrasom, dosagem de
hormônios e hemograma completo para assegurar que está tudo bem com ela e o
bebê. Antes que me perguntem, não é prudente ela receber visitas agora. Deve
continuar isolada e o mais tranquila possível para recuperar-se.
- Então, ela
vai ficar bem? – perguntou Ryan.
- Como médica
não posso prever. Trabalho com números e respostas. Diante do quadro dela se
lhes desse uma chance de 90% estaria mentindo, chutando um valor qualquer.
Seria imprudente da minha parte. Ela pode se curar ou pode morrer tentando.
Sinto muito não poder ajuda-los ou mesmo aliviar o sentimento de dúvida que
persiste. Tudo se resume às 48 horas cruciais.
- Doutora, a
bala que estava no corpo dela, ainda está em seu poder? Pode nos entregar? – perguntou
Esposito
- Sim, está
comigo. Pela gravidade, eu não me preocupei em chamar a polícia. Minha
prioridade é a paciente. Eu procurei o paramédico que a trouxe para cá a fim de
obter mais respostas. Ele me disse que receberam o chamado e a encontraram já
caída na calçada. Havia um grupo de curiosos a maioria funcionários do próprio
Capitólio.
- Capitólio? –
Ryan questionou e no mesmo instante trocou um olhar significativo com o
parceiro.
- Sim, eles a
atenderam ao redor do Capitólio. Foi trazida diretamente para cá. Esperava que
vocês soubessem quem ela fora procurar por lá mas pela surpresa estampada na
cara de vocês, estão tão perdidos quanto eu.
-
Investigavamos um caso, na verdade ela não era a detetive responsável. Ela era
a representante da vítima. Beckett descobriu alguma conexão importante com
Washington. Ela estava desconfiada desde o início. O que será que ela foi fazer
ali?
- Detetives,
eu tentei contatar a pessoa de emergência dela. Rick Castle. Não obtivemos
sucesso. Após carregar o celular dela, via a foto e ele me pareceu extremamente
familiar. Sabem como encontra-lo?
- Ele é meio
famoso. Castle é escritor de best-seller – explicou Ryan - Derrick Storm? Nikki
Heat? – a médica deu de ombros – certo, ele não pode ajuda-la. Castle sofreu um
acidente cerca de cinco meses atrás. Está em coma desde então. Beckett jura que
alguém tentou matar o seu marido por caussa dela, ou melhor por causa de um
caso que investigava. Era isso que tentávamos descobrir quando ela sumiu de New
York e veio a DC. Ela descobriu algo importante, por isso estava no Capitólio.
- Meu Deus! –
exclamou a médica.
- Importante o
bastante para mata-la – concluiu Esposito – doutora, que outros pertences ela
tinha quando veio ao hospital? Arma, distintivo.
- Sim, os dois
além de objetos pessoais como celular e joias. Ah, e a chave do carro. Estão
todos comigo, deveria entregar a um parente dela.
- Preciso da
chave do carro, as pistas para descobrir o que aconteceu com ela estão no carro
de Beckett – disse Esposito.
- Me desculpem,
mas não posso entregar nenhum pertence dela para vocês. Devo entregar ao parente
mais próximo ou a policia mediante a um mandado o que vocês não tem e pelo que
me consta a jurisdição desse crime é de Washington.
- Dra.
Williams, por favor... ela é nossa amiga acima de tudo. Ela e Castle. Como pode
tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo para esses dois. Eles que sempre
apoiaram um ao outro em tantas situações de perigo, agora se veem assim
praticamente abandonados em um leito de hospital, distantes um do outro. Eu e
Esposito somos os únicos que podem correr atrás da justiça para ambos. Em meio
a tudo isso tem um bebê. É frustante saber que Castle ainda nem sabe que será
pai. E pensar que pela primeira vez em quase sete anos, eles estavam vivendo um
momento de paz.
- Desculpe,
doutora. Meu parceiro é um pouco sentimental. Mas o que ele disse é verdade. O
pai de Beckett pode ser contatado mas considerando a situação não acho ser uma
boa ideia ainda. Talvez quando ela acordar. A mãe de Castle e a enteada também
não deverão ajudar tanto mas se pudessem, elas dariam toda a autoridade a nós.
Se isso não for suficiente, teremos que acionar nossa Capitã em New York. Ela
poderá conseguir os documentos que quiser para nos apossarmos do que precisamos
porém pode ser tarde demais. Mais um bandido continuará à solta – ele olhou
para a médica intensamente – por favor, apenas a chave do carro por hora. Meu
parceiro irá contatar a nossa capitã e conseguir tudo que você precisa.
- Tudo bem.
Mas que isso fique apenas entre nós. Quero um documento nas minhas mãos o mais
rápido possível ou serei obrigada a chamar a polícia de Washington.
- Claro. Vamos
providenciar – disse Ryan. A médica se afastou para buscar a chave vendo-a
desaparecer, Ryan retomou a conversa com o parceiro – Espo, precisamos agir
rápido. Não podemos ficar investigando clandestinamente. Precisaremos do
mandado e também da autorização da polícia de DC.
- Ou do FBI.
Tudo isso está relacionado com o caso que Beckett investigava. Jurisdição
federal. Eu vou encontrar o carro dela para entender o que a fez ir até o
Capitólio. Você liga para a Capitã.Tente convencer Gates que não podemos tratar
diretamente com outro orgão a não ser o FBI. Existe uma conexão e Beckett a
encontrou. Nós teremos que fazer o mesmo, e rápido – a médica retornou e entregou
a chave na mão de Esposito – vou deixar o carro com você para o caso de
encontrar o de Beckett. Removo até aqui, com as pistas e avaliamos os próximos
passos. Assim espero.
- Tome
cuidado. Estou confiando em você. Por tudo que Beckett está sofrendo.
- Obrigado,
Dra Williams – Esposito já foi caminhando em direção a saída do hospital quando
voltou a falar – Ryan, avise também Martha e Alexis. Volto assim que puder.
- Doutora, tem
mais um detalhe. Como a senhora já pode perceber, as pessoas que fizeram esse
mal a Castle e Beckett são extremamente perigosas além de poderosas. É possível
providdenciar pelo menos dois seguranças para vigiar a porta da UTI? Quem a
tentou matar, pode querer terminar o serviço. Todo cuidado é pouco.
- Ninguém pode
entrar na nossa UTI sem permissão. É seguro, detetive Ryan.
- Acredito em
você, doutora. Mas esse pessoal é barra pesada. Não gostaria de arriscar.
- Tudo bem,
vou ver o que posso fazer. Preciso ir ver meus pacientes. Fique à vontade nessa
sala para fazer suas ligações, volto mais tarde para ver como estamos e dar
noticias dela a você.
- Obrigado –
disse Ryan vendo a médica já a porta da sala – Dra. Williams é possível pedir
para o paramédico que a escoltou vir até aqui? Gostaria de conversar com ele,
ver se não possui algum outro detalhe importante para nos dizer.
- Vou
chama-lo. Aviso quando ele estiver disponível.
Quando a
médica finalmente deixou-o sozinho, Ryan sentou-se na cadeira e por um momento,
ele se deixou apoiar a cabeça entre as mãos. Estava diante de um quadro
considerado por muitos, improvável. Em seus muitos anos como policia, ele nunca
esteve tão perto de uma vítima como estava agora. Não se tratava mais de uma
investigação de tentativa de assassinato. Era a vida de dois amigos em jogo
onde ele não possuía nenhuma ação a não ser levar os culpados para a cadeia,
faze-los pagar. Era uma corrida contra o tempo, cada minuto contava. Nesse
jogo, um segundo podia mudar toda a história. Suspirou e retomando a coragem
após esfregar os olhos, ele pegou o celular e fez a primeira ligação.
- Gates.
- Olá Capitã.
É o detetive Ryan.
- Finalmente,
detetive. Você sabe quantas ligações já recebi da mãe do Sr. Castle? Por favor,
digam que encontraram Beckett.
- Sim, Capitã.
E as noticias não são boas. Beckett levou um tiro, na verdade ela sofreu uma
tentativa de assassinato. Está internada no Saint James de Washington. A
situação dela é crítica. Ela está em coma induzido e somente saberemos de mais
informações dentro de 48 horas.
- Meu Deus!
Essa loucura não acaba nunca? Você já sabe o motivo do tiro? Alguma pista?
- Beckett
descobriu alguma ligação importante entre o acidente de Castle e o seu caso no
FBI. Isso é a única justificativa para ela ter ido ao Capitólio onde foi
baleada.
- Capitólio?
Essa história está cada vez mais complicada.
- E pode
piorar. Esposito está procurando pelo carro de Beckett a fim de acharmos
qualquer pista ou material que possa nos ajudar a identificar o assassino e o
possível mandante. O hospital se recusa a entregar os pertences de Beckett e a
bala para análise, só farão isso mediante um mandado oficial ou para um
parente. Capitã não acho prudente envolver o pai da Beckett nisso, não ainda. A
médica não nos garantiu nada com relação ao quadro de Beckett nessas 48 horas.
Tudo pode acontecer. Quando falamos na bala, a médica já deixou claro que sem a
autorização nada feito e se não conseguirmos nada até amanhã, ela chamará a
policia de Washington.
- Entendo. E
você tem alguma sugestão?
- Beckett
desde o inicio falou em uma ligação com um caso federal. Minha proposta seria
contatar o FBI pedindo ajuda num caso que aparentemente está relacionado com algum
deles. É a única forma de não envolver Beckett na situação, dessa forma ela
passaria como vítima.
- Ryan,
Beckett já está metida nisso até o pescoço. A última coisa que devemos nos
preocupar nesse instante é com a reputação dela. Se foi até o Capitólio, ela
sabia bem o que estava fazendo. Garanto que iremos encontrar o motivo que a
levou a isso. Como vou driblar a policia de Washington e chegar diretamente ao
FBI? Isso não é algo tão simples.
- Tem um meio.
A equipe que trabalhava com Beckett. Eles continuam investigando o caso porque
ela usou um deles para conseguir a foto do cara no vídeo. Ela tem o nome dele
em contatos, no celular. Mas acredito que Tori tenha também. Beckett pediu a
ela enviar um email para alguém no FBI. Com o nome dele, poderíamos fazer
contato solicitando uma consulta ou análise de um caso. Pode funcionar?
- Pode. Vou
falar com Tori e ver o que consigo adiantar. Assim que tiver mais informações
me contate. Preciso de bons argumentos detetive. Tenho outra tarefa difícil,
avisar a Martha Rodgers que a sua nora também está hospitalizada. Você acha que
ela poderá ser liberada para vir a New York quando?
- A médica não
foi clara. Tudo dependerá da reação de Beckett. Mas duvido que seja antes de
uma semana.
- Certo. E o
bebê?
- Está bem.
Estável.
- Ótimo, me
mantenha informada.
- Sim,
senhora. Ao desligar, Ryan tinha que admitir estar aliviado. Enfrentar Martha
com uma notícia dessas não era tarefa fácil.
Nos arredores
do Capitólio
Esposito pediu
para o motorista de taxi parar no quarteirão anterior ao Capitólio, optou por
fazer o restante do caminho à pé a fim de observar qualquer detalhe ao redor do
prédio imponente. Conhecia Beckett o suficiente para saber que ela não
estacionaria o carro em local evidente como na rua principal. Como não teria permissão
para estacionar na garagem do prédio, ela certamente deixou o veiculo na área.
Ele percebeu a
mancha de sangue entre o asfalto e a calçada. A médica tinha razão, ela perdera
muito sangue. O olhar de detetive começou a rastrear o lugar em busca de
pistas. Nada encontrou. Percebeu um segurança parado próximo ao prédio.
Aproximou-se dele.
- Caramba,
aquilo tudo ali na calçada é sangue? O que aconteceu aqui?
- Desculpe,
senhor. Não posso comentar nada.
- Tem certeza?
– Esposito mostrou o distintivo rapidamente sem mostrar a sigla da NYPD. Ao ver
a identificação, ele acabou falando.
- Uma
perseguição. Um cara e uma mulher, pelo comentário era agente. Ela correu
procurando alcança-lo chegou a sacar a arma para dete-lo mas ele foi mais
rápido. Atirou nela e sumiu. Acho que a situação aconteceu tão rápido que
ninguém pensou em chamar a policia. Queriam mesmo pedir o socorro para a moça.
- E quem viu
tudo acontecer além de você? – perguntou Esposito.
- Na verdade,
as pessoas surgiram depois que o tiro aconteceu. Como falei estavam preocupadas
com a moça que perdia muito sangue. Alguns funcionários do Capitolio inclusive
políticos, senadores sabe.
- Você sabe
dizer quem eram os políticos?
- Não sou bom
com nomes mas um deles era do Alabama. Depois que chamaram o socorro, muitos
dispersaram.
- Bem,
agradeço a sua atenção. Caso se lembre de mais alguma coisa, ligue para esse
número. Ele se despediu e continuou andando atrás de mais pistas e do carro
dela.
Ao virar a
outra esquina do quarteirão, ele sorriu. O carro de Beckett estava estacionado
do outro lado da rua. Rapidamente, ele chegou até lá e destravando o alarme,
abriu o carro. Sentou-se no banco do motorista e encontrou uma pasta sobre o do
carona. Ao abri-la, Esposito se deparou com a foto do suspeito do acidente de
Castle, o tal Andrew. Mas não era apenas a foto, havia notas e a transcrição de
um interrogatório. Provavelmente a informação que a levou ao Capitólio. Ele
notou que todos os papeis eram cópias, o que significava que mantinha os
originais seguros em algum lugar. Sempre esperta e detalhista, pensou Esposito
ao admirar por alto as anotações dela. A chave para descobrir o motivo do
atentado a Beckett estava ali naquelas paginas. Satisfeito por ter algo onde
começar, Esposito girou a chave do carro e dirigiu até o hospital.
Ryan enviara o
contato para a capitã. Estava aguardando Esposito. Recebera um sms dele
avisando que encontrara o carro e uma boa parte de informações que poderiam
explicar o que Beckett fazia no Capitólio. Queria sentar com ele para avaliarem
os dados e decidirem como relatar a Capitã. Ele estava esperando o parceiro
voltar quando bateram na porta.
- Com licença.
Detetive Ryan?
- Sim, sou eu.
- A doutora
pediu para procura-lo. Sou James, o paramédico que trouxe a agente para cá.
- Por favor,
entre e sente-se. Apenas quero te fazer umas perguntas – esperou ele se
acomodar na cadeira – quando você chegou ao local para resgatar a agente, você
notou algo estranho?
- As mesmas
coisas de sempre. Várias pessoas curiosas querendo entender o que aconteceu, a
maioria funcionários do lugar porque sabemos que aquela região é deserta. Não
existem muitos pedestres circulando por ali. Fiquei surpreso com a quantidade
de sangue ao encontra-la. Não prestei muita atenção ao que acontecia ao redor
do local, tinha uma prioridade. Resgatar a vítima.
- Certo, eu
agradeço por isso. Quanto tempo após a chamada de emergência você chegou ao
local?
- Estávamos
próximos. Levamos cerca de dois minutos o que foi crucial para ela.
- E sabe dizer
quem fez a chamada da emergência?
- Não, só
recebemos a sinalização do endereço e respondemos ao chamado. Eu apenas tive
curiosidade de saber o que acontecera ali e uma das funcionarias disse que
havia sido um tiro e que um dos senadores que trabalhavam lá fez a ligação para
o 911. Depois voltou para o escritório pedindo que eles se certificassem que
ela iria para o hospital.
- E você não
sabe dizer quem foi o senador?
- Não,
infelizmente.
- Tudo bem,
você já fez muito - assim que o rapaz deixou a sala, Esposito chegou com os
dados de Beckett – finalmente bro! Você trouxe o material? Já passei o contato
do FBI para Gates. Ela está correndo atrás do mandado.
- McQuinn? É
esse o contato?
- É sim. Afinal,
o que Beckett foi fazer no Capitólio?
- Ao que tudo
indica, ela foi procurar o senador do Alabama Robert Denver – Esposito mostrou
as anotações que ela fizera – segundo Beckett ele estava envolvido com o caso
da máfia chinesa que ela investigava no FBI. Andrew Smith é conhecido do
senador e de acordo com um email passado por McQuinn nosso senador é corrupto e
mantém uma folha de pagamento ilícita.
- O paramédico
falou que um senador ligou para a emergência. Se Beckett era uma inimiga por
que se importar?
- Para
despistar? – disse Esposito – conversei com um segurança do Capitólio, ele me
disse pouco mas confirmou a presença de senadores no local, reconheceu apenas
um deles, o do Alabama. Acho que temos muitas informações para montar o caso
mas precisamos organizar as ideias. Vou passar as informações a Capitã. Para
nós trata-se de uma tentativa de assassinato, para o FBI extorsão e desvio de
dinheiro público são apenas alguns dos motivos. A lista é grande. Alguma
noticia de Beckett?
- Nada. E nem
devemos esperar muitas mudanças tão rápido pelo que a médica falou.
- Ok, vamos
ver se Gates consegue o nosso mandado. Beckett deve ter os originais do caso e
outras informações importantes em sua casa. Precisamos dos pertences dela.
Esposito ligou
e relatou todas as descobertas para a capitã. Falou da preocupação em não
divulgar qualquer informação pois isso poderia tirar a chance de encurralar o
culpado. Ressaltou também a importância de envolver o FBI mas apenas se fosse
em um contato informal. Se o chefe de Beckett souber o que ela fez, pode
suspender o caso e com isso a única forma disponível de pegar o assassino dos
dois. Independente deles ainda estarem vivos, Andrew era um assassino para
todos eles. Ao desligar, ele voltou a informar Ryan.
- A capitã
disse que está trabalhando no mandado mas por estarmos em outra jurisdição a
briga está difícil. Melhor estimativa são 48 horas. Ela vai avaliar a situação
do bureau. Sabe que se contata-los oficialmente, vai expor Beckett. Pediu para
nos concentrarmos em montar um caso, quer um relatório completo até amanhã
cedo. Pode usar nossas informações para pressionar o juiz. Acredito que não
temos muito mais o que fazer aqui. Vamos pegar as coisas e arrumar um hotel.
Temos muito traballho a fazer.
- Ela já está
exposta de qualquer forma, desde quando decidiu invadir o Capitólio – disse
Ryan – é nosso dever não deixa-la sair injustiçada em toda essa sujeira.
Antes de
saírem, procuraram a médica devolveram a chave do carro de Beckett conforme
prometido e pediram que qualquer novidade ela os avisasse.
Por volta das
dez da noite, a enfermeira checou os sinais vitais de Kate. Ela estava
conseguindo se manter estável o que era um bom sinal. Ao sair da UTI, ela se
deparou com um homem no corredor. Ela fez sinal para o segurança que guardava a
área.
- Senhor,
posso lhe ajudar?
- Talvez,
estou procurando por uma mulher que deu entrada aqui hoje. Levou um tiro na
frente do Capitólio. Eu fui a pessoa que chamou a emergência. Gostaria de saber
se ela está bem ou se ela...
- Ah, o senhor
deve estar falando de Kate. Ela está na
UTI, seu quadro é grave. Ainda não sabemos como ela irá acordar. A doutora a
colocou em coma.
- Entendo. Mas
ela corre risco de vida?
- Sim, a
condição dela ainda é crítica.
- Vamos
esperar pelo melhor. Obrigado – saiu caminhando pelo corredor na direção da
saída do hospital. A enfermeira olhava intrigada. Aquele rosto não lhe era
estranho. Por que estaria interessado na paciente? Não podia segura-lo e fazer
perguntas mas decidiu que no dia seguinte comentaria o ocorrido com a médica.
Já na área externa do hospital, Denver passou um sms para a Bracken “Beckett
está viva mas corre risco”. A resposta do senador veio rapidamente “Entendo.
Vamos esperar.”. Denver deixou o hospital. Quando começou a sociedade com o
famoso senador de New York William Bracken sabia que tinha uma oportunidade de
ouro nas mãos, daquelas que acontecem apenas uma vez na vida. Porém, nunca
imaginou que chegaria a esse ponto. Prestes a perder tudo o que conseguira,
servindo de isca para assumir a responsabilidade de crimes e carimbando de vez
sua ida para a cadeia. Tudo por causa de uma mulherzinha curiosa e
encrenqueira. Maldita hora que decidiram dar liberdade a mulheres. Se estivesse
atrás de um fogão nada disso estaria acontecendo.
Ryan e
Esposito trabalharam a noite toda e logo pela manhã, Gates recebera o relatório
que esperava. Agora, era com a capitã.
12th Distrito
– dia seguinte
Martha já
imagnava que para a capitã Gates chama-la ali, algo muito importante e sério
estava acontecendo. Será que encontraram Katherine? Podia ser uma boa notícia
ou mesmo algo sobre o acidente de Richard? Era muita especulação. Restava ouvir
a capitã. Ao dizer que sairia para o distrito, Alexis quis ir com ela e a avó
não teve muitos argumentos para não aceitar, afinal seria bom estar acompanhada
nesse momento.
Elas foram
direto para a sala de Gates. A capitã estava ao telefone.
- Não sei o
que você fará, preciso continuar esse caso. Antes era algo considerado
acidente, diante das evidências coletadas estamos falando de tentativa de
assassinato. Aguardo seu retorno, não preciso lembra-lo que o tempo está
passando. Vidas estão em risco - desligou para então perceber que suas
convidadas já estavam em sua sala – Mrs. Rodgers, Alexis. Sentem-se por favor.
- Capitã
Gates, a senhora tem informações sobre onde Katherine está?
- Tenho. Peço
que me escutem primeiro. Beckett estava acompanhando a investigação nesse
distrito quando por alguma razão deixou o local sem levantar suspeitas como a
boa detetive que é. Você foi a última pessoa a falar com ela além de Ryan. Mas
foi devido ao seu telefonema que mandei os meus detetives para Washington. O
que quer que Beckett tenha visto ou descoberto era suficiente para ela se expor
em defesa de seu filho. Foi o que ela fez. Infelizmente sua impulsividade
aliada ao seu senso de justiça acabou por fazê-la pagar um preço alto pelas
suas escolhas.
- Capitã por
favor sem rodeios, diga logo o que aconteceu – Alexis pediu.
- Beckett
levou um tiro que pode ser interpretado como uma tentativa de assassinato. Tudo
indica que ela deveria estar morta – Gates observou a avó e a neta se
entreolharem, Martha já tinha lagrimas nos olhos – ela está internada em um
hospital de DC. Seu estado é muito grave. Assim como o Sr. Castle, ela está em
coma porém induzido para que possa se recuperar do atentado que sofreu.
- Meu Deus!
Pobre Katherine... eu sabia que minha intuição de mãe não se enganara. Primeiro
Richard e agora ela... quem são essas pessoas capitã? Esses monstros?
- É o que
estamos lutando para descobrir. Na verdade, Beckett fez a maior parte do
trabalho. Precisamos torna-lo oficial e manter a policia de Washington longe ou
não conseguiremos trabalhar para ligar os dois casos.
- E quanto ao
bebê? Está bem? – perguntou Alexis apreensiva, Gates pode notar apenas pelo tom
da voz.
- Está bem,
como dizem os médicos está estável. Segundo Ryan e Esposito, está melhor que a
mãe – Gates levantou-se da cadeira para buscar as palavras certas a fim de
prepara-las para o pior, aproximou-se delas e continuou – eu sei que
ultimamente vocês tem passado por muitas provações, gostaria de dizer que elas
acabaram mas não posso. Beckett corre risco de vida. A médica afirmou que ela
está sendo observada e tem 48 horas para reagir. Perdeu muito sangue e
apresentou muitas complicações na cirurgia. Ela também teve uma contusão na
cabeça que devido ao estágio frágil e a gravidez, ainda não foi checado para
ver se existem sequelas. Preciso ser honesta com vocês. Ninguém pode dizer se
ela sobreviverá nesse momento. Tudo depende apenas dela.
- Ela não
desistirá fácil – disse Alexis.
- Não, a
mulher que conheço não desiste de uma luta tão facilmente, eu prefiro acreditar
que ela está se recuperando, reunindo todas as forças que precisa para fazer
justiça da melhor maneira que somente ela conhece. Colocando os assassinos
atrás das grades. Nesse momento, aconselho ficarem com Castle. Em nada irá
adiantar irem para Washington. Mesmo que ela vença as 48 horas iniciais, a
médica já informou que a manterá lá para exames. Ryan e Esposito estão por lá
trabalhando no caso e em contato com a médica que a atendeu. Eu quis conversar
pessoalmente com vocês devido às circunstâncias.
- Vocês já
avisaram o pai dela? – perguntou Martha.
- Não, achamos
melhor ter algo mais concreto antes de dar a notícia para ele. O homem já
perdeu a esposa para bandidos se perder a filha também...
- De certa
forma, a senhora tem razão – disse Martha – Katherine teve todo o cuidado antes
de me contar sobre Richard. Se nos dá licença, capitã Gates nós iremos embora.
Quero passar no hospital. Qualquer noticia nos avise por favor.
- Avisarei.
Beckett precisa das nossas orações agora. Mas tenham certeza, eu farei de tudo
para colocar os culpados atrás das grades. Farei os desgraçados pagarem por
cada momento de dor e sofrimento que causaram. Tem minha palavra quanto a isso.
- Obrigada,
Capitã.
Abaladas,
Martha e Alexis saíram abraçadas do distrito. Foram direto para o hospital onde
Castle estava internado. Enquanto deixara a avó no quarto do pai para buscar
café para ambas, Alexis não parava de pensar um segundo sequer nas palavras de
Gates. E se Beckett realmente morresse? Sabia que o bebê também morreria. E o
que aconteceria quando seu pai acordasse? Como explicaria isso a ele, a perda
da esposa que amava, do bebê deles que nem chegou a conhecer e o peso na consciência
por ter que conviver sabendo que duvidou de Kate e a atingiu tão forte e
injustamente. Ela que acabara de dar sua vida literalmente pelo seu pai como
prometera. O que foi que eu fiz? – era a pergunta que martelava na cabeça de
Alexis e para a qual ela não sabia se teria a chance de apagar caso o pior
acontecesse.
Dois dias
depois
A Dra.
Williams chegara cedo ao hospital antes mesmo do horário de seu plantão. Estava
preocupada com sua paciente. Como médica, ela apostava seus conhecimentos na ciência,
nos números e nas técnicas que estudava todos os dias ao fazer seu trabalho. Como
pessoa, ela esperava que Deus tivesse misericórdia e estivesse do lado de Kate.
Mesmo com todas as dificuldades que descobrira estar enfrentando ela merecia
viver, criar seu bebê e lutar pela sua família quem sabe ao lado do marido? Com
a mente cheia de orações e pensamentos positivos, ela entrou na UTI.
Checou cada um
dos sinais vitais, a atividade dos rins, coração e pulmão. Ela tivera uma queda
de pressão durante a madrugada que fez a médica se preocupar com sua recuperação.
Consegui estabiliza-la com medicamentos injetáveis e torcia para que isso não dificultasse
a sua tarefa de hoje. Quando chegou ao hospital viu que os dois detetives já estavam
lá porém evitou falar com eles, precisava se preparar. Ela se dirigiu até o
telefone no canto da sala e chamou uma enfermeira e a residente que acompanhara
a cirurgia para ajuda-la.
Cinco minutos
depois, eles estavam ao redor da cama onde Kate permanecia pálida e presa a
aparelhos.
- Prontos? –
eles acenaram com a cabeça positivamente – vamos lá, Kate. Acorde – ela retirou
os equipamentos e o tubo que ajudava Kate a respirar. Checou os sinais vitais
examinando os olhos e os monitores cardíaco dela e do bebê. Aparentemente nada
aconteceu, irregular ou bom. Ela tomou o pulso dela e ascultou o coração, batia
em ritmo um pouco lento, abaixo do esperado – vamos garota... – lentamente os
batimentos tomavam forma um pouco mais firme, subiam e já estavam chegando à marcação
considerada normal. Foi então que a médica ouviu um gemido. Ela abrira os
olhos, piscando continuamente.
Sentia a mente
embaralhada, a vista embaçada e dor na lateral do corpo e nas costas. Onde estava?
- Olá, Kate. Estou
feliz em vê-la acordada. Você está no hospital, levou um tiro e está muito
fraca. Sou a Dra. Williams. Consegue falar?
- Meu...
b-bebê...
- Ele está
bem. Melhor que você inclusive. Precisa descansar. Tem muita gente contando com
sua recuperação. Você ainda não pode ter grandes emoções, querida – mas a
médica percebeu que ela queria falar algo mais.
- NYP...D
chame o ... – a médica a interrompeu.
- Eles estão aqui.
Não é hora de conversar sobre o que aconteceu. Você precisa estar menos debilitada – ela percebeu
Beckett erguendo o braço com dificuldade e viu o espanto no seu olhar – o que
foi Kate? Por que está tão assustada?
Buscando forças
onde julgara não ter ela sussurrou.
- Meu...relógio-o
eu... preciso... importante... – e os batimentos do coracao voltaram a cair,
fazendo-a desmaiar.
Rapidamente a
doutora injetou-a com adrenalina massageando a região do coração antes de
apelar para o choque. Os batimentos voltaram. Kate tornou a abrir os olhos.
- Não fale
nada, Kate. Não posso me arriscar a perder você novamente. Fique calma. Vou te
colocar a mascara de oxigênio para que respire melhor, seu coração está se
recuperando. Está instável e nada do que fizer agora será bom para você ou seu
bebê, pense nele – aplicou algo mais em suas veias e virou-se para a enfermeira
e falou - ela precisa descansar. Fique de olho nos sinais vitais e me chame se
algo parecer anormal.
A médica saiu
da UTI com um ar de preocupação maior do que entrara. Ela não estava
completamente bem. Era melhor não deixa-la ter grandes emoções por hoje. Assim que
chegou no saguão do hospital, encontrou os detetives esperando por ela.
- Como ela
está?
- Fraca, muito
fraca. Acaba de ter uma parada cardíaca. O quadro não avançou muito de ontem
para hoje. Temo que se ela tiver mais uma parada, não resistirá. Sinto muito
por dizer isso mas devemos nos preparar para o pior.
- Deveremos
ter o mandado nas próximas horas. Doutora,tem certeza que não quer nos entregar
as coisas de Beckett? A senhora acabou de ver a vida dela quase escapar-lhe
pelas mãos. Deixe-nos começar a tirar essa história a limpo, precisamos do
celular e das chaves dela – Ryan estava quase implorando.
- Desculpe, eu
não posso. Consigam o mandado e torçam para que ela esteja melhor. Não chamarei
a polícia de Washington. O que posso fazer é lutar para que ela reaja logo a
tudo isso – a médica voltou a UTI. Durante toda a tarde, ela ficou ao lado da
cama de Kate. Monitirando cada batida daquele coração. Três horas de vigília depois,
Kate tornou a abrir os olhos. A médica se levantou de supetão para falar com
ela. Ao contrário do semblante assustado, a mulher deitada a sua frente deixou
escapar apenas duas palavras.
- Reló...gio...
– as lagrimas vertiam dos olhos amendoados – Castle....
Continua.....
5 comentários:
BAAAAAAAAAH!!!!!
QUERO MATAR ESSES DESGRAÇADOS,TADINHA DA BEX ESSA DOUTORA TEM MEU RESPEITO MUITO DEDICADA...UMA BECKETT DA MEDICINA.QUERO QUE O RYAN E ESPO TOQUEM O TERROR EM MEU NOME.
ALEXIS COM DOR NA CONCIÊNCIA,BEM FEITO BITCH,FICO IMAGINANDO QUANDO JIM SOUBER <\3
Ps:Prometi ñ te ameaçar considere um presente. E ñ precisa me agradecer!
U-U
Haaaaaaaaaaaa ..... Quase morri lendo esse capítulo ... gritei ... me assutei ... tremi .... quase chorei rsrsrsrsrs .... Estou morrendo de ansiedade pelo outro capítulo ....Parabéns ....
Owwwwwwwwww..triste demais pela Becks!!! Ela precisa sair dessa bem!!
Mt turbulência na vida desses dois.. doida p que essas cenas de angústias passem logo!!
Ansiosa pelo próx
OMG! É muito sofrimento para meus bebês.
Aim, é mto sofrimento. Foi um aperto durante todo o capítulo mas a parte final final simplesmente me estraçalhou!!!!
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