Nota da Autora: Devido as circunstâncias, sei que muitas não vão querer ler o capítulo. Não vou mentir, o angst não acabou porém esse capitulo tem um tom um pouco mais leve. A fic está próxima de seus capítulos finais. Resolvi fazer algo diferente nela com as leitoras e vocês irão saber ao final da publicação para evitar spoilers...enjoy!
Cap.15
A médica
olhava para a mulher fraca deitada naquela cama. Admirava-a, apesar de tudo o
que estava acontecendo, sua beleza e sua força. A palidez dera lugar ao rosto
vermelho devido às lágrimas. Tocou-lhe a mão gentilmente e sorriu.
- Não se
esforce muito, Kate. Você ainda tem um longo caminho para se recuperar. Está
frágil e não totalmente fora de risco. Temos que ser cautelosas. Como está se
sentindo? Alguma dor no peito? Dor de cabeça?
- Doí o
corpo... cabeça pesada. E ... meu bebê?
- Está bem, é
um lutador. Você já sabe o sexo? – Kate balançou a cabeça em negação – quer
saber? – novamente a negativa – tudo bem. Respeito sua opinião. Vou
providenciar algo para comer. Terá que começar a se revigorar, será um processo
longo e você precisará ficar bem para que o seu bebê também permaneça saudável
- ela percebeu que Kate queria dizer algo. Seria melhor deixa-la falar de uma
vez – pode falar, Kate mas devagar.
- Castle...
minhas coisas. O acidente, preciso das minhas coisas.
- Eu as
guardei para você. Posso pega-las. Tem duas pessoas que querem te ver, são seus
amigos detetives. Prometo libera-los para entrar se você não ficar muito
nervosa e nem falar demais. Pode fazer isso?
- Sim. E
Castle?
- Seu marido
está no hospital em New York. Você está em DC. Entende agora porque eu quero
que se recupere logo? Precisa ir para o lado dele. Volto já com suas coisas.
A médica
deixou o quarto voltando minutos depois com os pertences de Kate em sacos
distintos. Um deles continha a identificação do FBI e a sua arma. Com certeza
não interessaria a ela. O segundo continha os pertences pessoais dela. Chaves,
celular e relógio. No último, as joias. O solitário da mãe, o cordão que usava
e a aliança. Kate escolheu esse primeiro. Colocou a aliança novamente no dedo e
beijou-a fechando os olhos por um momento. Depois, contemplou o anel da mãe
pendendo no cordão.
- Foi seu
marido que te deu esse solitário? Seu anel de noivado?
- Não, era da
minha mãe. Ela faleceu a mais de quinze anos. Assassinada.
- Sinto muito,
você sabe que quando eu precisar te levar para exames hoje à tarde terá que
tirar tudo novamente não? Kate apenas sorriu. Pegou o outro saco e removeu o
celular. Verificou as últimas ligações e o aplicativo de áudio. Sorriu ao contemplar
o tamanho da gravação: 4:47 minutos. Ao travar o iphone se deparou com a foto
dela e de Castle. Eles sorriam. Passou os dedos sobre a tela, a foto fora
tirada em DC, em frente ao Washington Mall. Suspirou. Retirou o relógio da
sacola e admirou-o por um momento até virá-lo. Mordiscou os lábios. Tivera
sorte. Estava tudo ali.
A enfermeira
trouxe uma tigela de mingau de aveia e um suco de laranja. Alertou a doutora
que os detetives estavam à porta para falar com ela.
- Kate, posso
mandar os detetives entrarem?
- Pode.
- Sem
exageros, ok? – ela fez sinal para a enfermeira. Ryan e Esposito quase se
espremeram na porta para entrar no quarto. O olhar no rosto deles caracterizava
o susto ao vê-la naquela cama. Definitivamente, não combinava com Beckett. Ryan
não pode deixar de demonstrar alívio ao ver um sorriso mesmo que fraco no rosto
dela.
- Hey,
rapazes.
- Sempre
teimosa. O que você fez Kate? – perguntou Ryan – você nos deu um baita susto.
Como está se sentindo?
- Um pouco
zonza e doída. Preciso que me ajudem. O acidente.
- Kate, não é
hora nem lugar para isso. Não estamos aqui para resolver casos, viemos para te
ver e fazer o que pudermos para que você fique bem e deixe esse hospital –
disse Espo.
- Tenho
provas. De quem fez mal a Castle. Aqui – ela estendeu o relógio a eles e o
celular – tem áudio aí.
- No celular?
– Esposito perguntou.
- E no
relógio, mais importante.
- Relógio? –
Ryan parecia intrigado – como?
- Atrás. Um
microchip. Preciso que procurem McQuinn, peçam a Gates – ela parou a fim de
respirar um instante – falar com o FBI. Ele vai ajudar.
- Genial! Isso
é uma confissão? – Kate assentiu – nossa! Castle ia adorar saber disso, você
usando dispositivos geek para resolver um caso. Se duvidasse ia querer um
desses para ele.
- Bro! – Esposito
repreendeu o amigo ao ver o olhar triste dela. Ryan ficou sem jeito mas Kate
acabou amenizando as coisas.
- Ele
adoraria. E encheria o saco para ter um – deu uma risadinha – por favor, montem
o caso. Quero pegar esse...
- Tudo bem,
Kate. Acho que isso é o suficiente por hora. Tenho certeza que os detetives
irão fazer seu trabalho. Está na hora de descansar. À tarde, quero fazer uma
tomografia e ultrasom. Precisamos checar tudo novamente. Vou ligar para seu
pai, estava esperando a sua recuperação para falar com ele. Vamos deixa-la
descansar.
- Nós
pegaremos esse filho da mãe, Beckett. Tem a nossa palavra.
Assim que
deixaram o quarto, Kate suspirou e brincou com a aliança. Fizera o que podia,
esperava que dessa vez o FBI não a decepcionasse. Estava cansada e antes de
fechar os olhos, ela buscou a imagem de Castle sorrindo em sua mente. E deixou
escapar uma única palavra...
- Always...
Do lado de
fora, a médica entrou em contato com Jim. O pai de Kate estava em Boston para
um caso específico e recebeu a notícia um tanto quanto perplexo. Disse estar na
capital à noite para ver a filha. Ryan retornou a ligação para Martha
comentando que felizmente, Kate estava acordada e se recuperando. Aliviada,
Martha agradeceu. Alexis ouviu as notícias pela vó e ficou pensativa sobre tudo
que ocorrera.
De volta ao
hotel, os detetives explicaram para a Capitã o que Beckett tinha em seu poder e
também comentaram o que descobriram na investigação que eles fizeram. Pediram a
intervenção dela no FBI ressaltando especificamente o agente que trabalhava com
ela. Precisavam trabalhar em conjunto. A Capitã pediu que eles aguardassem em
Washington suas próximas instruções mas já alertara que os queria de volta a
New York em dois dias, qualquer investigação deveria ser feita no 12th distrito
já que o acidente de Castle acontecera em New York. Jurisdição era um ponto
critico nesse caso e ela não estava nem um pouco inclinada a entregar esse caso
ao FBI, não sem Beckett no comando. Cuidaria pessoalmente disso.
Por volta das
oito da noite, Jim Beckett chega ao hospital. Já terminara o horário de visitas
porém a médica estava lá esperando por ele, fizera questão disso.
Cumprimentou-o e pediu para acompanha-la até o quarto de Kate. A filha estava
sentada na cama com a mão na barriga e o olhar fixo no nada.
- Katie?
- Dad! – o
sorriso apareceu no rosto – bom te ver.
- Filha,
quando você vai deixar de bancar a heroína e esquecer de resolver seus
problemas? Você está grávida. Está tudo bem com o bebê não doutora?
- Sim, está.
Refiz todos os exames hoje à tarde e posso garantir que a criança está
excelente. Sua filha também está progredindo, não há mais indícios de
hemorragia e o local do tiro está cicatrizando bem. Se ela se comportar, tomar
os remédios e se alimentar poderá ser liberada em dois dias para retornar a New
York. Posso indicar um colega para ela visitar e tirar os pontos na cidade
dela, afinal quanto mais próximo do marido melhor não?
- Que bom,
doutora. Então, estão competindo você e Castle para ver quem morre primeiro?
Tudo isso por causa de um bebê, filha. Você deveria dar o exemplo – ele tomou a
mão da filha e beijou-a – oh, Katie... o que foi dessa vez?
- Eu encontrei
o responsável pelo acidente, pai. Na verdade, foi um assassinato mal sucedido
por causa de um caso que eu investigava no FBI. Vingança, pai. Queriam me ver
longe do esquema de crimes ilícitos que praticavam. Não posso comentar detalhes
com você mas trata-se de alguém de peso. Espo e Ryan estão cuidando do caso
agora. Eu precisava de provas, pai. Por isso fui até lá.
- Sozinha, se
arriscando?
- Eu
precisava. Devia isso a Castle. Foram as anotações que fizera do caso em
Washington que acabou me fazendo ligar os pontos. Até nessas horas, ele me
ajuda. Engraçado, desde o primeiro caso ele tinha alguns insights que nos
levavam à solução do homicídio, além de muitas teorias malucas – novamente o
pai viu o olhar distante no rosto da filha, como se estivesse relembrando algo
importante – já passou. O importante é que a justiça será feita. Só espero que
ele volte a acordar. Sinto tanta falta dele, pai.
- Eu sei
filha, sei exatamente o que você está sentindo. Mas ao contrário de mim, Castle
não morreu. Considere que ele está viajando, como numa turnê. É melhor assim.
Você precisa se recuperar para voltar a New York, estar ao lado dele e se
dedicar ao bebê que logo está aí. Promete que não vai se envolver em mais nada
perigoso? Sua prioridade é a sua família.
- Pai, eu não
saio por aí procurando problemas, eles simplesmente me acham. É o risco da
profissão.
- Você já
pensou em como vai fazer quando o bebê nascer? Vai ficar na capital ou voltará
para New York?
- Não pensei
sobre isso ainda. Sei que ao voltar para o loft teria o apoio de Martha mas também
não quero problema com a Alexis.
- Ela ainda
não te perdoou pelo que aconteceu com o pai...
- De certa
forma, na verdade ela está digerindo tudo. Antes dessa montanha-russa de
emoções começar, ela pretendia conversar comigo mas diante do ocorrido eu nem
dei ouvidos a ela. Precisava resolver a situação de Castle. Quando voltar para
New York, vou procura-la. Já está na hora de acabarmos com o clima estranho entre
nós. A vida deveria ser muito mais do que picuinhas e mágoas. Certa vez, Castle
me questionou porque eu não parava de procurar pelo assassino de minha mãe
quando eu sabia que a única coisa que aconteceria era eu morrer. Ele me
perguntou se eu estava pronta para morrer por uma causa, uma guerra. Eu briguei
com ele e quase morri. Eu precisei estar com a vida por um fio para entender
todas as palavras que ele me dissera naquela época. E aceitar meu amor por ele.
Em todos os momentos difíceis ele estava lá. Não podia abandona-lo, não quando
podia fazer a justiça. Agora meu lugar é ao lado dele, não importa o que
aconteça. Há apenas um lugar onde devo estar.
O pai a
abraçou e limpou as lágrimas que escorriam pela face da filha. Tudo o que pedia
a Deus era que não tirasse a felicidade dela como fez com a sua. Se dependesse
dele, moveria céus e terras para trazer Castle de volta para ela. Beijou-lhe a
testa e ajeitou os cabelos dela para trás da orelha.
- Melhor eu
ir. A doutora já está se arriscando demais me deixando ficar todo esse tempo
com você. Estarei em um hotel aqui perto. Volto amanhã. Boa noite, Katie.
- Boa noite,
dad.
Dois dias
depois...
Esposito e
Ryan receberam as orientações da Capitã e foram a sede do FBI para conversar
com McQuinn. Ele ficou muito chocado ao saber o que acontecera com Beckett e como
ela se arriscara em pleno Capitólio. Com o documento em mãos, Esposito
conversou com o chefe de McQuinn e conseguiu que ele assistisse na investigação
baseado no distrito. Ao voltar, deu toda a orientação que imaginava Beckett
queria.
- É o
seguinte, Beckett arriscou a vida dela para pegar esse filho da mãe. O mínimo
que você pode fazer é conseguir todo o detalhe que exista nessa investigação do
tal senador. Eu li parte do arquivo do caso e posso te garantir que é uma
sujeirada da pior espécie. Conheço a Beckett a muito tempo e ela não se
arriscaria invadindo o capitólio sozinha por nada. Ela foi atrás do assassino
de Castle mas sabe que tem muito mais podridão aí. Então, pegue todas as
informações que tiver até mesmo o que ainda não está exposto em relatório além
de seus brinquedinhos de nerd e vamos para New York. Devemos muito a Beckett e
Castle é por isso que vamos colocar esses pilantras atrás das grades.
- Cara, não
precisa falar duas vezes. Sou fã de Castle e tenho uma admiração enorme por
Beckett, uma mulher incrível. Quando partimos?
- Esse é o
espírito! – disse Ryan – vamos passar no hospital com Beckett para dar as
noticias? Aposto que ela está louca para saber como andam as coisas.
- Sim, vamos
passar lá. Mas será rapidamente. A Capitã quer foco nessa investigação e
urgência.
Os rapazes
passaram no hospital para contar como estavam as coisas. McQuinn aproveitou
para vê-la e prometeu encontrar tudo o que podia para deixar esse senador sem
cuecas se possível. Ao saírem, eles encontraram a médica e agradeceram mais uma
vez pela dedicação dela. Agradeceu mas não fez mais do que sua obrigação, ela
afirmou. Contou a eles que na manhã seguinte, Kate teria alta e voltaria com o
pai para New York.
Kate estava no
quarto fazendo uma refeição quando ouviu batidas na porta. Ao levantar os
olhos, ela se deparou com uma visita inusitada.
- Alexis? O
que faz aqui?
- Olá, Kate.
Posso entrar?
- Claro. Você
está sozinha ou Martha está ai também?
- Não, vim sozinha.
Eu também não avisei a minha vó. Como você está? E o que foi tudo isso?
- Estou
melhor. E o que aconteceu já passou. O mais importante foi o resultado – ela
percebeu que a menina estava aprensiva e um pouco deslocada, para facilitar ela
sugeriu – chegue mais perto, sente nessa cadeira. Vamos - Alexis obedeceu e
antes de comentar qualquer coisa observou o estado dela, tinha olheiras e os
lábios pálidos. Imaginava que ela já tivera pior. Desde que ouvira Gates
comentar o que acontecera com Kate, ela sentira-se mal por estar sem falar com
ela.
- Kate, quando
Gates me contou o que aconteceu. Eu pensei o pior. Sabe a primeira coisa que
veio a minha mente? O que aconteceria quando meu pai soubesse que você... como
eu ia dizer a ele que a pessoa mais importante, o amor da vida dele não estava
mais ali. Ele nem sabe que vai ser pai ainda! Por que você fez isso? Por que
insiste nessas loucuras?
- Alexis, eu
fiz por amor. Fiz por ele. Eu já tive minha cota de loucuras na vida, enfrentei
bandidos e estive a beira da morte várias vezes, inclusive com o seu pai. Sofri
muito com a perda de alguém que amava e foi tirada de mim, não suportaria ver
isso acontecer novamente.
- Estava
disposta a morrer por isso? Esquecendo que havia um pedaço do meu pai crescendo
dentro de você.
- Às vezes as
emoções sobrepõem a nossa razão. Especialmente quando se trata de quem amamos.
Não foi exatamente o que seu pai fez quando pegou um avião rumo a Paris para
encontra-la? Sem dizer nada a ninguém? Isso fez Alexis sorrir.
- E ele nem era
policial. Apesar de sempre se achar um.
- Está no DNA
– as duas riram.
- Eu sinto
muito, Kate. Nunca deveria ter duvidado e nem acusado você. Ver meu pai deitado naquela cama, eu perdi a
razão. Eu não sei o que fazer sem ele. Meu pai... não consigo imaginar minha
vida se... – ela já lagrimejava.
- Eu sei
exatamente o que você sentiu. É terrível. Como se lhe roubassem o chão, você
cai e não tem forças para se levantar. Pura e completamente inerte, anestesiada
– Kate já deixara uma lágrima escapar-lhe pelo olho, limpou-a rapidamente e
esticou a mão para tocar a de Alexis – não acontecerá assim com seu pai. Seremos
uma família, precisamos ser. E Alexis, quando o bebê chegar eu precisarei muito
da sua ajuda.
- Posso te dar
um abraço? – Alexis mordeu os lábios e tinha lágrimas nos olhos, ergue-se da
cadeira e viu quando Kate abriu os braços para recebe-la – você foi a melhor
coisa que aconteceu na vida do meu pai. Obrigada – ela se distanciou e olhou
para a barriga de Kate – posso toca-la? – Kate assentiu com a cabeça – você
ainda não quis saber o sexo?
- Não,
gostaria de descobrir com seu pai – de repente os olhos de Alexis se
arregalaram – mexeu! Oh, Deus...
- Acho que
reconheceu a irmã. Como vai voltar a New York? Você podia esperar para vir
comigo. Meu pai leva a nós duas.
- Eu ia voltar
para a universidade. Mas me promete uma coisa? Você volta para o loft? Lá a
vovó pode te ajudar e aquela é sua casa também, hoje bem mais que minha.
- Tudo bem, eu
volto para lá só tenho que passar no meu apartamento para pegar umas roupas e o
notebook do seu pai. Amanhã ainda quero passar no hospital para vê-lo.
- Tudo bem. Eu
já vou. Qualquer notícia me avisa.
- Se quiser
conversar sobre o seu pai ou outro assunto, basta me ligar. Não tenha medo.
- Obrigada.
Bom retorno a New York e nada de perseguir bandidos por algum tempo, Kate.
Trocando sorrisos, ela deixou o quarto.
No dia
seguinte, Jim foi busca-la. A médica já assinara a alta e se despedia de Kate.
Jim estendeu a mão para ela e agradeceu.
- Muito
obrigada por cuidar da minha filha, Dra. Williams. Sei o quanto ela pode dar
trabalho, às vezes.
- Que isso.
Sua filha é um exemplo para as mulheres. Kate, apenas cuide-se e – ela entregou
um cartão com seu telefone – se precisar de qualquer coisa, consultas, remédios,
alguma ajuda ou dúvida. Na sua receita coloquei o nome e o telefone do amigo
que atende no mesmo hospital que seu marido está em New York. Pode procura-lo
para tirar os pontos e checar sua cirurgia. Não exite em me contatar. Meu
telefone pessoal também está ai. Quando o seu bebê nascer, quero ver uma foto –
ela pegou a mão da sua paciente - E Kate, seu marido vai acordar e serão uma
família como você tanto sonhou.
- Obrigada,
doutora. Posso pedir um favor? – ela assentiu – se alguém procurar saber notícias
minhas, pode dizer que estava muito mal, fui transferida para outro lugar e que
você não sabe do meu paradeiro? A ideia é gerar a dúvida sobre minha morte. Sei
que não posso pedir para mentir sobre isso.
- Considere
feito, você deve ter seus motivos para me pedir isso.
- Tenho sim e
você saberá porque se tudo der certo. Adeus Dra.Williams.
- Michelle, me chame de Michelle. Tenham um bom
retorno a New York. A enfermeira observava a conversa da médica com a paciente.
As palavras da mulher fizeram Rose se lembrar daquele homem misterioso que
rondara os corredores do hospital a procura de notícias. Diante do que acabara
de ouvir, pensou se aquele acontecimento não poderia ser considerado
importante. Talvez devesse procurar a médica ao final do seu plantão.
Três horas
depois, Kate chegava ao loft e era recebida por uma Martha desesperada. Abraçou
a nora com carinho e começou fazendo milhares de perguntas enquanto ia
conduzindo-a ao quarto dela. Disse a Jim para esperar por ela. Tomariam um café
juntos. Depois de acomoda-la, Martha tomou o notebook da mochila dela alegando
que por hora nada de tecnologia e investigação. Kate apenas riu, o exagero de
Martha era digno de uma drama Queen mas acabou aceitando a ordem dela. Ainda
não estava muito bem e a viagem de volta a deixara cansada.
Michelle
estava de saída de seu plantão para uma noite merecida de sono quando Rose
chamou por ela.
- Dra.
Williams, tem um minuto? – a enfermeira correu ao seu encontro.
- Alguém está
passando mal, Rose? Preciso voltar para o plantão?
- Não, é sobre
outro assunto. Acho que é importante. Podemos sentar um instante naquele banco?
Prometo ser rápida – Rose acompanhou a médica e assim que se sentaram, ela
começou a explicar o porque de tê-la impedido de ir embora – primeiramente peço
desculpas por detê-la um pouco mais e também porque eu... eu meio que ouvi sua
conversa com a moça que deixou o hospital hoje. Sei que é errado ficar
bisbilhotando e uma tremenda falta de educação. Eu não havia pensado nisso até
escutar ela pedindo a senhora para não falar sobre seu paradeiro. Isso me fez
lembrar de algo que aconteceu a dias atrás.
- O que
aconteceu, Rose?
- Dias atrás
eu estava saindo da área da UTI quando encontrei com um senhor distinto
rondando os corredores. Estranhei porque não é permitida a entrada de pessoas
exceto as do corpo médico naquela área, pensei que estava perdido até me pedir
informações sobre a sua paciente. Queria saber qual era o seu estado e se ela
sobreviveria.
- Ele se
identificou?
- Não. Apenas
queria notícias. Eu disse que ela provavelmente não sobreviveria – Rose
suspirou – se eu soubesse que era importante eu tinha mencionado antes, aquela
noite foi complicada no plantão e esqueci de comentar com alguém. Doutora, acha
que esse senhor misterioso pode ter alguma coisa a ver com o que aconteceu a
sua paciente?
- Tudo indica
que sim. Vamos entrar e procurar a segurança do hospital. Em alguma câmera
devemos ter a imagem dele e vou precisar de você para me ajudar a
identifica-lo.
- Mas seu
plantão terminou, devia ir descansar.
- Isso é mais
importante. Se esse homem estava querendo saber sobre Kate é sinal que de
alguma forma a vida dela ainda pode correr perigo.
Michelle expos
a situação para o chefe de segurança do hospital e para o seu diretor. Depois
de muita insistência, eles concordaram com ela. Michelle pediu para examinarem
as fitas desde o momento que Kate dera entrada no Saint James. Vários copos de
café depois continuavam sem qualquer pista. Ela estava pensando em desistir e
continuar no dia seguinte quando Rose falou.
- Pare aí.
- Viu alguma
coisa? – perguntou Michelle esperançosa.
- Talvez,
volte um pouco – o técnico obedeceu, todos os olhos da sala estavam em Rose –
bem aí. Esse foi o homem que encontrei – ela falou satisfeita olhando a imagem
congelada. - Pode aumentar?
- Não senhora.
- Grave uma cópia
dessa fita – pediu a médica, ela reconhecera a pessoa e ao julgar por quem era,
sabia que havia razão suficiente para que ele quisesse saber da vida de Kate –
vou envia-la a policia de New York – pegando o celular, ela vasculhou a bolsa
até encontrar o cartão de Ryan. Ele saberia o que fazer com a informação.
Três meses
antes...
Fazia uma
semana que Kate retornara a New York. Era sua consulta para retirar os pontos e
fazer um check geral no seu quadro pós-operatório. Visitara Castle apenas duas
vezes, proibida por ordens médicas. Ela conversara com Ryan e Esposito algumas
vezes que deram poucos detalhes da investigação alegando que essas foram as
ordens da Gates porém afirmaram que o caso estava ficando muito interessante.
Logo teriam todo o material para dar a ordem de prisão ao senador e seu
capanga. Kate agradeceu mas ainda não se considerava tão satisfeita assim.
Decidiu que ia falar pessoalmente com a Capitã, vendo-a a sua frente era mais
difícil ela dizer-lhe não.
Sua consulta
foi tranquila e todos os exames estavam em ordem. O médico era muito simpático
e elogiou bastante a médica de DC, disse que ela era uma das melhores em sua
área. Liberando-a por fim, Kate seguiu para o quarto de Castle. Ele parecia
dormir tão tranquilamente que ela já não acreditava que estava a mais de quatro
meses em coma. Ao final do próximo mês ela completaria seis meses de gravidez e
sabia que no próximo mês, havia a chance de seu bebê nascer prematuro. Deitou-se
ao lado dele, colocando uma das mãos sobre a sua barriga. Para ela era importante
manter o contato dela e do bebê com o pai.
- Hey, Cas...
estamos melhores agora. Tivemos alguns desvios pelo caminho mas estamos bem,
apenas com muita saudade de você. Diga, oi papai... – Kate sentiu o bebê mexer
sob a mão dele, será que ele sentiria? – mamãe fez descobertas importantes
sobre esses homens maus. Logo estarão presos – ela falava com voz de bebê. Ficou
aconchegada a ele por quase uma hora, fazia carinhos, beijava-o e se levantou
apenas para ir ao banheiro, coisas de grávida. Quando voltou, ela conversou com
ele sobre o livro. Queria retomar a escrita e já tinha uma ótima ideia para
conclui-lo.
Duas horas
mais tarde ela saia do hospital em direção ao 12th distrito, hoje tinha como
meta saber exatamente qual o andamento do caso e porque ainda não tinham
prendido os culpados. Ao ver as portas do elevador se abrirem no quarto andar,
teve que sorrir. O barulho de conversas paralelas, os quadros de evidência,
policiais escoltando bandidos. Esse era um dia normal naquele lugar. Não podia
evitar sentir um quê de nostalgia. O FBI não tinha o mesmo sabor de satisfação
que aquele lugar.
Viu que a
Capitã estava em sua sala mas não localizou nenhum dos rapazes. Checou o relógio
apenas para ter certeza. Não era a hora do almoço, podiam estar na rua
prendendo algum suspeito. Bateu levemente na porta da sala de Gates, ela estava
ao telefone porém fez sinal para que ela entrasse, indicando uma cadeira. Dois
minutos depois, ela desligara.
- Kate
Beckett, se não soubesse que você é humana poderia chama-la de superheroína ou
talvez uma gata. Certamente deve ter sete vidas e conseguiu escapar para viver
mais um dia. Impressionante. Sua sede de justiça e falta de noção do perigo
chega a me chocar às vezes. É bom vê-la de pé e corada. Como está se sentindo?
- Bem,
senhora. Obrigada.
- Não irei
perguntar o motivo da sua visita porque é óbvia. Você quer notícias sobre as
investigações do acidente de Castle.
- Sim, quero
saber porque estão demorando tanto para dar voz de prisão ao senador e seu
capanga. Vocês já tem provas, confissões e ainda um atentado contra a minha
pessoa que pode ser provado por câmeras de segurança e testemunhas. Desculpe
Capitã não estou duvidando da NYPD nem dos seus detetives, eu apenas estou
ansiosa para ver esse pesadelo chegar ao fim.
- Entendo
perfeitamente, Kate. Mas como deve se recordar, essa investigação tem uma
parceria com o FBI. Além disso, como agente designada do caso você sabe
exatamente o que está em jogo aqui. Um senador corrupto, milhões de dólares
desviados em impostos sem contar todo o lado ilegal do contrabando. É como
pisar em ovos para defender o país portanto temos que construir o melhor
relatório que conseguirmos, com o máximo de detalhes esperados a fim de
convencer não apenas um juiz do supremo como a câmara e certamente o
presidente. Isso tudo depois que algum daqueles almofadinhas do FBI,
posivelmente seu chefe, lerem e criticarem.
- Posso ver a
quantas anda a situação?
- Claro, venha
comigo – elas deixaram a sala de Gates rumo a uma das salas de interrogatório –
devo dizer que o rapaz que você indicou é realmente um achado. Muito bom mesmo.
Ele e Tori conseguiram faer alguns milagres nas suas gravações. Você fez um
excelente trabalho ao conseguir essas declarações, Beckett. No fim seu plano
valeu a pena – Beckett sorriu em retribuição ao elogio de Gates – transformamos
uma das salas de investigação em uma espécie de quartel-general para que os
detetives e os nerds trabalhassem mais rapidamente mantendo o sigilo que o caso
exige – Gates abriu a porta – temos visitas.
- Beckett! –
McQuinn não conteve a alegria ao vê-la e a abraçou forte – olhe para você!
Grávida e conseguindo ficar ainda mais bela que antes.
- Obrigada,
McQuinn. Oi, Tori. A outra moça cumprimentou-a cheia de sorrisos e os rapazes
também se deixaram levar pelo momento descontraído que ela acabara causando ao
entrar na sala. Ryan sempre mais ligado em emoções, fez questão de tocar a
barriga dela e brincar que Patrick estava ansioso para conhecer o amiguinho ou
futura namorada. Isso fez Beckett gargalhar.
- Bem, agora
que todos já estão mais alegres com a visita, nem preciso dizer o porquê dela
estar aqui. Vocês podem fazer um briefing de como anda o caso para ela e aproveitem
para tirar algumas dúvidas, afinal foi Beckett quem decifrou a ligação e o
crime desse caso. Vou deixa-los trabalhar. Quando terminar, venha a minha sala
agente.
- Sim, senhora
– Beckett esperou Gates sair para perguntar – certo, você sabem que não quero
ver um resumo, quero detalhes e qualquer nova informação que possam ter
conseguido.
- Não
esperávamos outra coisa de você – disse Esposito – Tori, você pode começar com
a história já descrita nos relatórios do FBI acrescentando as ligações das pesquisas
de McQuinn, depois mostramos as gravações e o documento que está sendo redigido
até agora.
- Certo, o
caso em questão envolve a máfia chinesa, contrabando, sonegação de impostos e
drogas ilegais manipuladas. Em meio a tudo isso, senador Robert Denver – ela
tocava a tela do monitor e exibia vários painéis contemplando fotos, historias,
documentos e provas seguindo a linha do tempo à medida que avançava fazendo
Beckett recobrar os detalhes de um caso que quase a tirou do FBI. Ela ficou
impressionada com a qualidade de áudio conseguida das duas gravações que
fizera. Era a primeira vez que ouvia a confissão do senador. Beckett chegou a
ranger os dentes e prender a respiração de raiva tamanho era o deboche na voz
de Denver. Cínico. Imundo. O que seus eleitores do Alabama irão pensar ao
saberem que seu eleito roubava o país tão descaradamente? Sem qualquer pudor,
pensou. Devia gargalhar ao olhar suas contas bancárias.
- Bem, o seu
garoto dos computadores conseguiu todos os links da trilha do dinheiro, firmas
falsas e contas fantamas formando um caminho que termina diretamente no
senador. Sobre seu capanga, também temos um arquivo cheio de podres dele e
claro seu nome bonito na folha de pagamento ilegal de Denver. Mostre McQuinn.
E Beckett
suspirou ao ver a escória responsável por colocar Castle naquela cama de
hospital.
- Esse cara
matou mais de quinze pessoas fora o porte de armas e drogas. Devia estar
trancafiado numa cela mofando para o resto da vida!
- E vai estar!
Precisamos apenas de mais alguns dias para colocar tudo em ordem e levar até um
juiz e o FBI para dar voz de prisão a ele – disse Ryan - mas não se preocupe,
não esperaremos até ele ser encontrado, um bandido desses está muito bem
escondido. Convocaremos o senador para uma conversa...
- E desesperado
fará o possível para trazer seu capanga até nós – completou Beckett – rapazes
eu nem preciso dizer que quero estar aqui quando o senador fizer-nos uma visita
cordial, o mesmo vale para o idiota do Smith. Quanto tempo mais?
- Dois dias
para finalizar o dossiê, mais três para convecermos o juiz e o seu chefe. Cinco
dias. Ai distribuiremos os convites, se é que me entende – disse Ryan.
- Ótimo,
enquanto isso tenho um assunto que precisa da minha atenção – os dois olharam
assustados para ela – calma, nada relacionado a crimes ou invasões. Não na vida
real pelo menos. E deixou a sala.
- Fizemos bem
em esconder dela a gravação do hospital e a história da enfermeira não? Do
jeito que ela anda era capaz de querer quebrar as nossas pernas agora.
- Tem razão,
falaremos no momento certo. Você entendeu o que ela disse? – perguntou Esposito
ao parceiro.
- Nem uma
vírgula. Deram de ombros e continuaram a trabalhar.
Durante os
cinco dias, Kate se dedicou ao livro. Tinha uma meta de termina-lo ainda esse
mês para dar tempo a editora revisar, imprimir e agendar a noite de lançamento
e autógrafos antes que ela desse a luz. Durante esses dias, ela se revesou em
escrever no hospital ao lado de Castle e terminar as revisões à noite após o
jantar por pelo menos uma ou duas horas. A pilha de folhas impressas começava a
crescer. Na sua conta, deveria terminar mais três capítulos e o livro estaria
pronto. Claro que não conseguiria esse feito no intervalo de tempo que
aguardava a ligação dos rapazes sobre a prisão do senador.
Ao voltar do
hospital no terceiro dia, viu Martha arrumando a mesa para o jantar.
- Me atrasei
hoje não? Pelo menos terminei um capítulo. Me distraí. Se não quiser me fazer
companhia, tudo bem. Como uma fruta ou faço torradas. Não gosto nada de dar trabalho
a você, Martha.
- Que isso! Como
se eu tivesse realmente feito algo para o jantar – ela parou na frente da nora
e tomando coragem falou logo o que devia – Katherine, hoje não seremos apenas
eu e você. Alexis ligou dizendo que vem dormir em casa. Se não quiser sentar-se
conosco para jantar, vou entender. Fique à vontade, ela deve chegar em quinze
minutos.
- Certo. Vou
tomar um banho. Preciso relaxar um pouco antes do segundo tempo de hoje, quero
imprimir o capitulo para Gina. Nem acredito que já faltam apenas dois.
Martha ficou
calada para não contrariar a nora mas lhe partia o coração ver essa desunião, a
animosidade entre elas. Podiam se entender para não deixa-la nessa verdadeira
guerra interna sem saber quem agradar e pensar que tudo isso estaria
acontecendo por amor. De um lado o peso de um amor fraterno refletido em uma
jovem, do outro o amor incondicional de uma vida inteira de outra bela mulher.
Ambas tinham suas justificativas e nenhuma tinha razão completamente para
continuar com aquilo. Pela primeira vez, ela ficou feliz por saber que o filho
não podia ver o que estava acontecendo.
Alexis chegara
uns cinco minutos após Kate se fechar no quarto. Com a mochila nas costas e uma
sacola da Dean & Delucca, cumprimentou a vó e tirou cuidadosamente a caixa
rosa colocando-a sobre o balcão.
- Nossa
sobremesa. O jantar já chegou? Le Cirque?
- Como você me
conhece tão bem, Alexis. Deve estar batendo a porta em poucos minutos – ao ver
o bom humor da neta, ela decidiu avisa-la que Kate estava por ali. Sabia que
podia acabar com a alegria dela mas seria pior se facilitasse o susto e uma
possível discussão – filha, eu preciso te dizer uma coisa. Não vamos jantar
sozinhas, na verdade temos uma companhia que você pode não... – Martha não teve
tempo de terminar a história. Kate saiu do quarto vestindo seus pijamas e
encontrou Alexis ajudando a vó a colocar a mesa. Martha observou o olhar das
duas e se viu na obrigação de dar o último conselho.
- Martha,
estou faminta! Desse jeito vou me transformar numa bola... o jantar... – ela
olhou para sua enteada – Alexis...
- Alexis
filha, por favor, vá com calma – disse Martha apreensiva vendo a neta se
dirigir a sua mochila, já imaginava o que ela faria. Iria embora. Alexis abriu
a mochila e tirou algo de lá. A avó estava pronta para pedir que ficasse – você
não vai embora, certo? Ainda vai jantar? – viu a neta se dirigir a Kate e
entregar o embrulho.
- Trouxe para
você – o sorriso de Kate surgiu no rosto enquanto ela largava a toalha que
secava os cabelos para pega-lo das mãos de Alexis – quer dizer, não é para
você. Para o pequeno Castle, ou a pequena Kate.
- O que eu
perdi? – disse Martha espantada ao ver Kate abraçar e beijar sua neta. Elas
caminharam até o sofá ignorando a voz da mãe de Castle. Kate rasgou o embrulho
e se deparou com um conjuntinho amarelo gracioso. Um macacão, toquinha e um
cobertor. Na altura do peito ao lado esquerdo, três cubinhos com as letras ABC.
- Ah é lindo!
Obrigada – beijou a menina mais uma vez – sabia que você é a primeira pessoa que
me dá um presente com exceção de Martha, claro. Me faz pensar que sou uma mãe
relapsa. Se seu pai estivesse aqui, essa casa já estava cheia de bugingangas,
roupinhas, brinquedos... ele fez por um bebê que nem era dele... – a lembrança
fez Kate sentir seus olhos úmidos.
- Hey, tudo
bem. Podemos fazer isso. Se você quiser, Kate. Eu me ofereço para ir às compras
com você – disse Alexis.
- Eu adoraria.
- Ok, vocês
duas podem me explicar o que está acontecendo?
- Claro, sua
neta acaba de me dar um presente e combinamos de ir às compras.
- Vocês
estavam brigadas! Eu estava preocupada como seria esse jantar, esse encontro e
vocês trocando sorrisos? Quando isso aconteceu e por que nenhuma das duas
mencionou nada?
- Fui visitar
a Kate em DC, vó. Sei que fui inconsequente em tudo que disse a ela. Quando a Capitã
Gates nos contou que Kate poderia não sobreviver, eu me senti muito mal. Ela
foi realmente a única pessoa que sempre lutou pelo meu pai e eu havia lhe
virado as costas e a magoado. Pensar que ela poderia morrer por ele mesmo sem
nunca ter tido a chance de se despedir, me fez entender o quanto estava errada.
Isso é passado agora – ela sorriu olhando para Kate.
- Oh meus dois
diamantes... meu filho amaria ouvir isso – Martha estava emocionada.
- Três – disse
Kate tocando a barriga – três diamantes. Martha sorriu e se preparava para
dizer algo quando a campainha tocou.
- Jantar! –
disse Alexis se dirigindo à porta.
- Finalmente!
Estou quase desfalecida – respondeu Kate.
Elas sentaram
à mesa e saborearam o delicioso jantar digno do Le Cirque. Martha acertara em
cheio ao pedir o prato favorito de Kate. A conversa girou em torno de bebês,
gravidez, comida. E muitas risadas. Kate não se lembrava da última vez que rira
tanto com outras pessoas que não fosse Castle. A ultima vez fora uma noite em
DC regada a muito vinho e sacanagem. Ter um momento descontraído em família era
tudo o que ela precisava depois da avalanche que passara.
Terminado o
jantar, Alexis colocou a caixa com as guloseimas sobre a mesa. Tinha certeza
que não sobraria nenhuma migalha.
- Trouxe
vários tipos mas esse aqui tenho certeza que você irá gostar. Strawberry
stravaganza – entregou o doce a Kate que já lambia os lábios. Ao vê-la tirar o
primeiro pedaço riu do jeito que revirara os olhos.
- Nossa! Isso
é um verdadeiro orgasmo gastronômico! – o comentário levou as três mulheres às
gargalhadas.
Não demoraram
nem vinte minutos para esvaziar a caixa. Kate ajudara Alexis a recolher as
louças e colocar as coisas em ordem na cozinha enquanto Martha saboreava mais
uma taça de vinho observando-as. Finalmente um momento de paz e alegria para
essa família, pensou. Falta apenas uma coisa para o seu quadro de felicidade
ficar completo e perfeito. Richard. Nunca fora muito religiosa mas sempre
acreditara no cara lá de cima. Deixando os olhos se perderem no teto, ela pediu
silenciosamente que devolvesse o seu menino para aquelas que o amavam tanto
quanto ela.
A noite estava
finalizada para elas mas Kate tinha um outro convite para fazer.
- Alexis, eu
gostaria...se você puder, claro, gostaria que me acompanhasse na consulta de
rotina na semana que vem. Aceita? Completo seis meses de gravidez.
- Eu adoraria.
Você vai finalmente ver o sexo?
- Não. Ainda
não. Espero que isso não a faça desistir de me acompanhar.
- Claro que
não. Boa noite, Kate.
- Até amanhã,
Alexis – e sorriu ao entrar no quarto ao perceber que adquirira vários hábitos
de Castle ao longo dos anos.
O jantar da
noite anterior fizera Kate deixar de lado seu trabalho de escrita. Portanto,
ela se levantou cedo por volta das seis da manhã e munida de um prato de uvas e
morangos sentou-se a frente do notebook de Castle e se entregou ao mundo de
Nikki Heat. Três horas depois, Martha a encontrou com várias folhas impressas
sobre a mesa e o som dos dedos ávidos batendo ao teclado. Por um instante, foi
invadida por uma sensação de deja vu de anos atrás com Richard exceto que Kate
era bem mais organizada que seu filho.
- Desde que
horas você está ai? O café está servido. Juro que pensei que estava dormindo.
Alexis já saiu. Disse para você ligar informando a hora da sua consulta.
- Acordei às
seis. Consegui revisar e fechar mais um capitulo – ela felhou o notebook – e
pensar que faltam apenas mais dois capítulos para concluir mais uma aventura de
Nikki. Nunca pensei que poderia fazer isso.
- Como não,
querida? – ela retrucou acompanhando Kate até a cozinha – esqueceu que ela não
é ninguém mais que você?
- Oh, Martha!
– ela riu – sabe, eu acrescentei uma cena baseada na vida real. E nem adianta
perguntar, você terá que descobrir sozinha qual é quando o livro sair.
Três dias
depois, Kate estava no hospital escrevendo quando o celular toca. Esposito.
- Hey, Espo.
Diga que você tem boas notícias.
- Sim,
acabamos de receber a resposta do seu chefe do FBI. Ele nos deu permissão para
levar o mandado ao juiz para que possamos fazer uma visitinha ao nosso estimado
senador e dar a ele o endereço de sua nova residência. Ou melhor, antes faremos
uma pequena parada no distrito, afinal precisamos prepara-lo com um tratamento
VIP antes de seguir para o novo palácio.
- Pensei que
isso não ia acontecer nunca! Essa espera foi longa demais. E quanto ao outro
bandido?
- Ryan está
providenciando a voz de prisão para ele agora mas certamente precisaremos do
senador para revelar o seu esconderijo, somente um pouco de incentivo, sabe
como é...
- Espo, eu
preciso ver isso. Eu quero estar lá, olhando para ele.
- Vai estar,
Beckett. Prometo. Não agende nenhum compromisso para amanhã.
-
Fechado. Ao desligar ela olhou para o
homem deitado ao seu lado. Levantou e beijou-lhe a testa.
- Está quase
acabando, Cas. Vou conseguir fazer justiça por você como eu prometi. Espero que
seja suficiente para que eu possa ter minha própria justiça. Nada disso valerá
a pena se você não acordar, babe. Acorde, por favor – deixou a testa tocando a
dele fechando os olhos e esquecendo por um átimo de segundo onde estavam.
Kate estava
ansiosa. A manhã passara com uma lentidão interminável. Ela não conseguira
escrever nada. O vigésimo terceiro capitulo do livro permancia uma folha em
branco à sua frente. As palavras não fluíam, tudo o que ocupava sua mente era
um simples pensamento, a forma como olhava para seu celular implorando para que
ele tocasse. Tanto estava nervosa que não sentira o bebê mexer uma única vez o dia
todo. Essa espera somente a deixava mais aflita e irritada. Levantou-se para
pegar um copo d’água quando finalmente o toque a fez voltar numa velocidade
súbita ao local de antes.
- Espo!
Finalmente. Você sabe que torturar uma grávida fazendo-a esperar pode lhe
render umas boas porradas?
- Nunca ouvi
isso mas não estou disposto a passar pela experiência.
- Bom mesmo.
Já estão com o senador?
- Kate...
temos um pequeno desvio de rota. O seu garoto não está no país. Segundo seus
assessores, Denver viajou anteontem e deve passar duas semanas na Europa.
Assuntos pessoais.
- Merda! Ele
vai fugir, Espo. Pegará o dinheiro sujo e sumirá no mundo. Não podemos deixar
isso acontecer, temos que fazer alguma coisa. O FBI precisa fazer alguma coisa.
- Será que dá para
você se acalmar? Deixe-me terminar. Ele não vai fugir. Tem uma reunião marcada
para daqui exatas duas semanas na Casa Branca, ele já aceitou o convite.
- Como sabe
que ele não fez isso apenas para cobrir seus rastros? Como uma espécie de
álibi?
- Porque a
reunião tem apenas a presença dele e mais dois senadores. Ele não se arriscaria
tanto. Deixaremos o senador ter seu momento com o presidente e no dia seguinte,
o pegaremos.
- Duas
semanas... como vou suportar esperar?
- Sinto muito,
Beckett. Não está em nossas mãos.
- Obrigada,
Espo. Mantenha-me informada.
Ela desligou o
celular e respirou fundo. Sua vida parecia ter ficado em compasso de espera.
Não tinha a menor condição de escrever hoje. Precisava espairecer. Resolveu se
dar um tempo de tanta pressão e apreciar a cidade que amava. Escreveu uma
mensagem rapidamente no celular “Vamos às compras?”. A resposta veio em poucos
segundos “Claro! Me encontre em meia hora na saída da linha C do Soho. Vou
dormir no loft ok? Bjs Alexis ”.
Zurique – três
dias depois
O senador
andava apressado pelas ruelas do centro da cidade. Tinha hora marcada num
grande banco suíço. Ele fizera um acordo com seu capanga logo depois que da sua
última conversa com o sócio. Não havia como escapar da punição e da cadeia pela
tentativa de assassinato aquele escritor portanto daria a ele um pequeno agrado
para usar após o cumprimento da sua pena. A fim de evitar suspeitas, ele
obrigou a Smith abrir uma conta em Zurique onde depositaria o dinheiro.
Recebera a ligação dele naquela manhã com o número da conta e o banco para
transferência. Ao seu ver, dois milhões de dólares era um valor razoável para
alguém cumprir um tempo na prisão.
Assim que saiu
do banco, ele parou numa carrocinha de guloseimas na praça e se deu ao luxo de
comprar uma barra do original e famoso chocolate suíço a fim de aprecia-la
antes de retornar a ligação que poderia lhe comprar alguns bons anos de
liberdade, ou assim ele pensava. Nunca mais voltara ao hospital onde a agente
estava para não correr riscos desnecessários então apenas torcia para que ela
estivesse morta. Apertando uma tecla no speed dial, ele esperou atenderem do
outro lado, começando e encerrando a ligação com uma palavra.
- Feito.
Em New York, de
frente para o notebook de Castle, Kate deixava os olhos acompanharem o
desenrolar de palavras que corriam pelo seus dedos aparecendo na tela. Letras viravam
palavras que combinadas formavam frases. E assim, ela terminava um parágrafo após
outro. Suspirando, ela parou por um momento para contemplar o que estava a
ponto de acontecer. Um sorriso apareceu nos lábios quando seus dedos tornaram a
fazer contato com as teclas.
“THE END”
Ela conseguira.
Heat Blows era finalmente uma obra acabada. Feliz pegou o celular e discou o
número de Gina.
- Gina,
acabei. Você terá o ultimo capitulo revisado em meia hora. Prepare a equipe
pois o seu trabalho começa agora.
- Excelente
notícia. Mande que o resto é por minha conta. Te ligo para contar os detalhes
da tiragem e do evento assim que tiver tudo encaminhado. Parabéns, Kate. Rick ficará
orgulhoso de você um pouco mais do que já é.
Dois meses
antes...
Alexis e Kate
saíram do consultório médico indo direto para um café que ficava no andar
térreo do prédio. A consulta fora excelente. O bebê estava com o peso ideal,
crescera bastante e a saúde da mãe também permanecia normal. A médica elogiou o
cuidado com a pele mas pegou no pé dela por estar com dois quilos a mais do que
o esperado para essa época da gravidez. Sugeriu que ela começasse a pensar em
fazer aulas de lamaze, uma ideia que deixou Kate um pouco tristonha. Nada como
uma boa xícara de chocolate quente para espantar o olhar perdido no rosto dela,
pensou Alexis.
Elas já
bebericavam o chocolate e comiam biscoitos quando Alexis resolveu puxar
conversa a fim de evitar que ela continuasse a maquinar pensamentos sozinha.
- Esse lance
da maternidade é mesmo incrível. Ciência pura para explica-la e um mistério
perfeito para cria-la. A ligação entre mãe e filho é um dos laços inexplicáveis
e mais importante de todo o mistério da vida. Coma o bolo, Kate. Você não vai
ficar se recriminado por dois quilos a mais. Nada de privação nessa fase, você
está uma grávida linda.
- Sei o que
você está tentando fazer, Alexis. Quer me animar para que eu não fique pensando
na falta que seu pai está fazendo agora. Nos momentos que deveríamos curtir
juntos. Eu a agradeço por isso. Eu não pensava muito em ser mãe, nunca tive
muito jeito com crianças e de certa forma a ideia me aterrorizava. Essa é a
palavra correta. Tudo porque eu achava que não daria conta da responsabilidade
de criar um ser humano, uma pessoa. Quando vi seu pai cuidando de Cosmo pensei,
ele é maravilhoso nisso, um dom natural que eu julgava não ter. Ele percebeu
isso e me questionou. Pela primeira vez, percebi que ele ficara incomodado e
apreensivo com a minha resposta.
- O que você
disse a ele, Kate?
- Falei do meu
medo mas apenas de olhar para Castle, eu soube. Quando tivéssemos os nossos
seria diferente. Essa foi a minha resposta. Não contei a ele que o medo era
porque não imaginava ser capaz de fazer o que minha mãe fizera comigo. Hoje
vejo o quanto estava errada. Mais do que nunca eu quero ser a melhor mãe que
uma criança pode ter. Por mim, por ele, por nós. Quero deixa-lo orgulhoso,
independente do que aconteça.
- Você será
uma mãe maravilhosa para essa criança. Seu bebê será muito amado, Kate. Só não
me conformo de não querer saber o sexo. Isso acaba nos privando de certos
excessos. Olho para certas coisas de bebê e fico morrendo de vontade de
comprar. Outro dia vi um pijaminha lindo do Batman, tive que me controlar para
não comprar porque e se for menina? Da mesma forma que quase comprei por
impulso um sapatinho pink cheio de strass ontem. Nossa! Nem podemos pensar em
nomes direito.
- Alexis, seu
pai alguma vez deixou de lhe dar coisas de menino mesmo tendo uma garota em
casa? – ao ver a cara dala riu – então dessa vez não será diferente. Eu vou
garantir que isso aconteça pessoalmente.
- Se o papai a
ouvisse falando isso, ia sorrir feito bobo. É tudo que ele gosta, estragar
criança.
- E eu não
sei? Serão duas pestinhas para tomar conta – elas riram – Alexis, eu já pensei
sobre nomes. Claro que seu pai terá a chance de opinar antes do nascimento mas
você me deu o presente perfeito. Lembra do macaquinho amarelo? Os cubinhos com
ABC?
- Sim , o que
tem ele?
- Será a roupa
que seu irmãozinho ou irmãzinha sairá da maternidade porque é perfeita. Traz as
iniciais do bebê. A. Beckett Castle.
- A? Essa é a
inicial do nome? Sempre achei que ia querer o nome de sua mãe se fosse menina.
Johanna é um lindo nome.
- Eu sei,
concordo com você mas tenho uma maneira diferente de avaliar tudo isso e cheguei
a uma outra conclusão. Mas sei que talvez essa seja uma das sugestões de seu
pai.
- E você não
vai me dizer que nomes pensou, certo?
- Não, é
surpresa. O celular tocou. Ryan.
- Hey, Ryan.
- Nosso garoto
voltou a DC. Hoje é o tão esperado compromisso na Casa Branca. Amanhã faremos
uma visita ao seu gabinete no Capitólio.
- Vão trazê-lo
para interrogatório amanhã mesmo?
- É o que
pretendemos. Te ligo quando tiver mais notícias – desligou o telefone.
- Podemos ir
Alexis? Ainda quero passar no hospital para ver seu pai.
- Era sobre
ele, não? O telefonema. Vocês pegaram o culpado.
- Amanhã,
Alexis. Tenho esperança que essa perseguição termine amanhã dentro de uma sala
da NYPD.
Ansiosa, Kate
sabia que não conseguiria dormir naquela noite. Precisava estar com alguém
capaz de entender sua aflição. Deixando o loft, ela seguiu para o hospital.
Passou a noite deitada ao lado de Castle. Conversara sobre suas descobertas na
médica, como andava a gravidez e de sua reconciliação com Alexis. Por fim,
comentou da prisão que fariam no dia seguinte, suas últimas palavras antes de
adormecer foram sobre justiça e amor para então deixar escapar um “I Love
you,babe”.
12th Distrito
Kate Beckett
se arrumara como se fosse trabalhar. Mesmo com a barriga de seis meses, ela conseguiu
vestir um tailer, arrumou os cabelos e calçou a sapatilha. O fato de não usar
seus saltos não denegriam em nada sua pose e seu jeito de demonstrar confiança
enquanto caminhava pelo salão rumo à sala de Gates. A capitã já esperava por
ela.
- Bom dia,
Kate. Ansiosa por hoje não?
- Nem posso
disfarçar. Onde estão os rapazes?
- Em
Washington. Devem estar de volta com o senador em três horas. Nem vou dizer
para você ir para casa porque não me obedeceria sendo assim porque não se junta
a Tori na sala de investigação?
- Obrigada,
farei isso.
Beckett abriu
a porta da sala e encontrou Tori em frente ao monitor. Ao vê-la sorriu.
- Bom dia,
detetive Beckett.
- Bom dia,
Tori. Mas eu e você sabemos que não faço parte desse distrito mais, portanto me
chame de Kate.
- É a força do
habito. Acho que não vou conseguir me acostumar, detet - ... Kate. Eu estou
pesquisando um código fonte para quebrar uma importante informação que McQuinn
descobriu. Sei que você deve achar tudo isso um saco, decifrar, quebrar links,
senhas, papo de técnico – sorriu.
- Não
realmente. Qual a informação que ele achou? Tem relação direta com o senador
Denver?
- Sim, segundo
ele, se conseguirmos quebrar o código, encontraremos o tal sócio que divide os
milhões com Denver. Ele vem trabalhando nisso há meses só que não pode colocar
no relatório que montamos para o FBI. A evidência não configurava nada mas ele
não desistiu. Já tivemos bem mais longe, eu e ele conseguimos quebrar várias
barreiras. O problema é que quando se trata de itens envolvendo o sistema de
proteção do governo americano, torna-se bem mais complicado burlar as camadas
de segurança. Apenas ontem nos ocorreu de tentar usar um código fonte criado
pela Nasa para servir de base aos firewall do pentágono. Se tem algo que pode nos
ajudar é isso.
- Eu lembro
quando estava investigando esse caso. Sempre achamos que o sócio do senador era
alguém poderoso, ele persegue uma pista desde então. Vou pegar um café, quer
um?
- Quero sim,
espera você está grávida não pode tomar café.
- Posso tomar
desde que a porção de leite seja generosa. Volto já.
Cinco minutos
depois, Kate voltou à sala com as duas canecas deixando uma delas ao lado do
computador onde Tori trabalhava. Ela reparava na forma como os dedos dela
pareciam devorar o teclado. Não desgrudava os olhos da tela.
- Achei o
código fonte. Agora preciso achar a melhor forma de aplicá-lo para obter os
resultados – a técnica balançava a perna constantemente ansiosa enquanto
trabalhava na solução, Kate também notou a forma como ela deixava a língua
percorrer o canto dos lábios gesto que já percebera em McQuinn, deveria ser um
tique do pessoal de informática. Ela bebericava o seu café quando Tori gritou.
- Há! Te
peguei, filho da mãe! – ela olhou para Beckett – desculpe. Pronta para conhecer
quem é o provável sócio do senador do Alabama?
- Manda! –
disse Beckett se levantando para olhar o telão enquanto Tori transferia a
imagem. Quando a tela se iluminou, Kate piscou duas vezes antes de ver Tori
clicar no link mostrando o dono da conta.
-
Desgraçado!!! – a caneca espatifou-se no chão ao ver o nome de Bracken na tela.
Continua....
PS: Agora que já leram, vou dizer qual a minha ideia. Vocês terão a chance de escolher: afinal, Beckett deve ter um menino ou uma menina? Deixe sua preferência no comentário ou via twitter. Isso se existir um bebê.... Bjks!
6 comentários:
Ahhhhhhhhhhhhhhh... não vejo a hora de ver o castle acordado!! Será q isso acontece no prox?? Poxa ele tem q participar de alguma coisa nessa gravidez..
Qt ao sexo do bebê, acho q deveria ser menino já q ele já é pai de menina.
aaa tem que ter bebe simm poxa!! ah poderia ser uma menina(cara da Beckett)… espero que o Castle acorde logo,ele é quem mais da graça na fic e para fazer o momentos fofos entre caskett
como assim se tiver bebe...OMG ta dificill...depois da SF, da uma alegria p gente aguentar ate setembro... poderia ser um menino p Castle fica tdo bobo..um nini Castle...espero q ele acorde logo p participar da gravidez neh...
Se tiver bebê? OMG! Já basta a SF. Prefiro um menino.
OBS: Se no início da 7ª temporada o Castle aparecer em coma e a Kate grávida, vou achar que o Andrew leu sua fic.
BAAAAAAAAAAAAAAH MOMENTOS ENTRE KATE E ALEXIS,AMEI!!!!!!!!!
Vamos por parte,tenho uma coisa que ñ sei explicar direito pelo Vó Jim,nossa que paizão Katie de sorte,acho bom a senhora Castle começar a tomar cuidado com o nosso mascotinho rum!
E a conversa dela com a Alexis,achei super digna e teve toque na barriga e chutes...CARACAAAAA COMO LIDAR?????!!!!!! MUITA FOFURA!!!!!
A Dra.Michelle tão prestativa,merece um prêmio...Castle ficara responsavel por isso U-U
A equipe ajudando a kate me deixa muito orgulhosa,Ryan tão lindinho.Coitada da Martha,perdida igual cego em tiroteio tadinha se eu fosse ela daria umas palmadas nas 2 isso ñ se faz,brincar com o coração da nossa diva.
AAAAAAAAAAAAAAH ALLEXIS E KATE POS CONSULTA...ALEXIS E KATE FAZENDO COMPRAS VOMITEI ARCO-IRIS QUE VENHAM MAIS MOMENTO ENTRES AS 2.
e calma que tem mais um surto....
AAAAAAAAAAAAH ELA TERMINOU O LIVRO,QUE ORGULHO IS FANS PODERAM LER UM FIM ESCRITO PELA MUSA QUE HONRRA!!!!!
e a ligação junto com a noticia de que o desgraçado ñ estava disponivel me deixou com o mesmo pensamento de Kate"Ele pode fugir!",agora com o nome do filho da mãe do Bracken a coisa vai esquentar.Aguardando o proximo cap.
Ps:Como disse a vc,a vontade de te matar passou,bom pelo menos por enquanto ;)
Até que enfim algum alívio, depois de tanto sofrimento!Capítulo fofíssimo! Já voltei a gostar da Alexis. Até a Tori tá uma fofa rsrsrsrs. Amei ver a Kate toda toda com o bebê, "três diamantes" me derreteu. E nem venha com essa de "se existir um bebê". Acho que o bebê deve ser um belíssimo MENINO, não porque ele já tem uma menina (acho que isso não tem nada a ver) ou outro motivo, mas porque a queen Stana assim o quer.
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