sábado, 18 de julho de 2015

[Castle Fic] One Night Only?! - Cap.27


Nota da Autora: Mais um capitulo das aventuras de Caskett. Perigo à vista! Momentos tensos e outros nem tanto, espero que gostem. Vocês irão perceber que acrescentei cenas não existentes no episódio, mudei outras, tudo para adequar a história. O angst está bem moderado, quase de férias hahaha - enjoy! 


Pitadas de NC17....


Cap.27


Ela continuava de pé na frente dele. O semblante sério demonstrava o quanto estava afetada com aquela situação. Por que isso estava acontecendo? Beckett pensava estar vivendo o melhor momento da sua vida em muitos anos. Uma ameaça terrorista logo agora colocava tudo em risco. Sua vida, a de Castle, a filha que poderia ficar órfã, a dor de Martha, de seu pai. Eram muitos pensamentos ruins para lidar de uma única vez.

Nem sabia quanto tempo ainda tinham juntos. Horas, minutos, dias? Certamente não chegaria a tanto. Sentia-se impotente, mas agradecida por não estar sozinha, por ter Castle a seu lado. Ele percebia que Kate estava fazendo sua própria divagação sobre a situação. Quando permanecia calada por muito tempo, era sinal de que o medo começava a aflorar e não sabia como lidar com ele. Era aí que eles se completavam, pensava o escritor. Apesar de também estar temendo por sua vida, se Beckett estava vulnerável, ele precisava protegê-la, assegurar que juntos enfrentariam as dificuldades. No fundo, ele gostava desse instante no qual podia ser o esteio para ela.

- Kate, me escute. Nós vamos sair dessa. Eu prometo, eu sei. Esses caras lá fora são bons. Sabem o que estão fazendo.

- Como pode ser tão otimista? Era radiação, Castle.

- Sou uma pessoa de extremos. Posso ser otimista ou torcer pela catástrofe. O pior cenário. Nesse momento, eu escolhi ser a pessoa que vê a saída, a luz no fim do túnel porque é disso que você precisa. Está nervosa, com medo de que esse momento aqui seja a última vez que estaremos juntos. O caso final – ele se levanta aproximando-se dela colocando suas mãos em seus braços acariciando de leve – adivinha? Não será. Eu ainda quero te levar a Roma, quero escrever mais livros da Nikki inspirados em você. Quero fazer amor com a minha detetive em tantos lugares... – a cara de safado fez Kate esboçar um sorriso.

- É só nisso que você pensa? – ela acariciou o rosto dele. Castle a puxou pela mão para sentarem novamente nos bancos. Kate o fitava em um misto de admiração e análise – por que a coisa que mais você admira numa pessoa é aquela que também te deixa louca?

- Está falando do meu charme, da minha beleza ou da forma como eu te irrito, detetive? – ela riu diante do comentário narcisista e egocêntrico.

- Talvez um pouco dos três ou nenhum deles. Essa sua ideia de que tudo pode dar certo, ou essa mania de sempre procurar a pior teoria, a mais louca para justificar coisas simples, sua imaginação. Eu não sei. Só consigo dizer que é irritante.

- É irritante de um jeito bom que me torna extremamente sensual e irresistível.

- Sério? Nós podemos morrer e você está se autoelogiando?

- Tudo para tirar sua mente daquele abismo negro no qual pretendia se jogar. Funcionou, não? Você está até sorrindo – calada, ela apertou a mão dele em sinal de reconhecimento – confie em mim. Ainda investigaremos mais de cem casos juntos.

- É engraçado essa história de relacionamento. Tempos atrás talvez eu jamais cogitasse que precisaria de alguém ao meu lado que entendesse o que faço, me apoiasse e confiasse que poderíamos juntos fazer a diferença.

- É exatamente por isso que estou aqui.

- Eu também não me veria fazendo o que estou prestes a fazer – ela inclinou o corpo e beijou-o carinhosamente.

- Isso foi muito bom – nesse instante, a porta do local onde se encontravam abriu e um dos técnicos já sem a sua proteção total anunciou que podiam sair. Estavam livres da radiação por se tratar de quantidades mínimas que não foram adulteradas. Em seguida, seu capitão entra abordando-os sobre o que viram. Beckett explica que não apenas materiais estavam naquele armazém como também uma bomba.

- Se havia uma bomba, ela sumiu. Essa hora deve estar em qualquer canto da cidade. Encontramos apenas resíduos de cobalto e fios. A cidade precisará de nossos serviços antes que o caos seja instalado. Não tenho boas notícias, detetive. Amir estava metido em algo perigoso e há um agente federal no meu distrito querendo participar da operação o que você sabe muito bem que significa comandar, especialmente agora que há uma bomba envolvida.

- Droga!

- Preciso da sua ajuda, Beckett.

- Tudo bem, senhor. Eu vou para casa trocar de roupa e lhe encontro daqui a uma hora no 12th.

- Eu também – Castle foi ao loft bem a tempo de convencer Alexis a acompanhar sua vó numa espécie de retiro de beleza fazendo-as deixar a cidade ficando longe do perigo. Ao voltar para o distrito, encontrou os detetives reunidos para ouvir o agente federal. Beckett estava separada deles ouvindo tudo de longe. O semblante demonstrava sua insatisfação com a situação. O recado era simples. Sigilo absoluto sobre a bomba, nada de espalhar pânico. Deviam vasculhar o passado de Amir e seus amigos e parceiros para chegar ate o dispositivo. Quando a maioria se dispersou, Castle conseguiu chegar até ela, porém mal conseguiu dizer uma palavra e o agente veio lhe cumprimentar. Elogiou o seu trabalho e pediu para que se afastasse agora por segurança. Castle não admitiria isso, portanto ameaçou usar o governador. Funcionou.

Enquanto Castle trabalhava com os rapazes buscando pistas sobre Amir, Beckett e o agente Fallon entrevistavam novamente a esposa dele. De uma maneira bem pesada e sob ameaças de tira-la a filha, o agente instigou a mulher até vê-la entrar em desespero, até perceber que ela falara a verdade. Beckett não gostou nada da forma como tratara a testemunha, porém guardou sua opinião para si já que nesse instante, o agente considerava seu trabalho correto. A investigação dos rapazes gerou frutos, seis horas antes de Castle e Beckett chegarem ao armazém, alguém removera a bomba deixando apenas seus rastros e resíduos. Era Jamal, o primo de Amir.  

Levaram a informação para Fallon. Rapidamente, ele reuniu todos numa caçada a Jamal. Tomou a frente da investigação o que deixou Beckett como uma simples consultora diante de tudo. Não o recriminava totalmente por isso já que a vida dos cidadãos de Nova York estava em risco. Fizera certo em focar todo o contingente de pessoas em acha-lo. Castle, porém, começava a desenvolver outras ideias.

- Posso falar a sós com você?

- Claro! – eles se distanciaram dos demais e fecharam-se numa sala.

- O que acha do agente Fallon?

- Policial esperto, orientado, instinto assassino. Como pessoa, um babaca.

- Babaca mente aberta? – perguntou Castle.

- Não, por que?

- A chave de uma boa história é a autenticidade. Faz com que pareça real para o leitor. É por isso que os escritores trabalham tanto para fazer os detalhes soarem certos. Jamal e Amir, terroristas? Não, os detalhes não mostram isso.

- É mas as evidências, sim. Temos um vídeo de Jamal levando a bomba radioativa – disse Beckett, mas ele insistiu.

- Por que ele não transpirava cada vez que colidia? Jamal tinha uma empresa de mudanças e se ele não soubesse o que tinha na caixa, se alguém apenas o contratara para pega-la? – Beckett continuou falando do banco, da chave de Amir insistindo que as evidências falavam por si só. Castle continuava a desenvolver sua própria teoria.

- Todas as pistas que temos levam a Jamal e Amir e se plantaram lá para que as encontrássemos?

- Castle...

- Há algo errado aqui e eu sei com quem falar, apenas preciso da sua ajuda – é claro que Beckett cedeu. Para não levantar suspeitas, ela continuou se dedicando a investigação e acabou identificando um possível caminhão desaparecido da firma de Jamal. Enquanto isso, Castle conversava com o agente do consulado da Síria que conhecia Amir e descobriu que ele não sabia de onde vinha o dinheiro depositado em sua conta. Assim que voltara ao distrito e contara a novidade para Beckett, os dois foram chamados à sala de Montgomery pelo agente Fallon. Infelizmente, eram más noticias. Ele sabia da conversa de Castle com Fariq.

Após discussões com Castle afirmando que Amir não era um terrorista, gritos a parte, Beckett se colocou ao lado do escritor confirmando que sabia o que Castle estava fazendo o que fez o agente ficar ainda mais irritado, sentiu-se traído. Diante disso, não lhe restava outra alternativa senão afasta-los do caso. Quando disse isso, Montgomery pulou.

- Fallon, Beckett é a minha melhor detetive. E Castle, ele pode ser um pé no saco, mas pensa além dos padrões.

- Mas não é mais sua festa, capitão. Quero os dois fora daqui. Vou mandar um dos meus homens escolta-los.

Frustrados, Castle e Beckett deixam o distrito. Logicamente, ele não desistiria fácil da investigação e sabia que a detetive era tão teimosa quanto ele. No loft, ele setou um projetor e mostrou a foto que tirara do quadro de evidências. Eles precisavam resolver o assassinato de Amir para desvendar quem estava atrás da bomba. Avaliando o trajeto dos motoristas, Castle identificou que Kevin McCann, o outro taxista fizera o caminho para os dois endereços suspeitos, o do armazém e o próximo ao local onde Amir tinha sido assassinato onde também haviam outros armazéns. Decidiram averiguar.

Enquanto isso, o agente federal e a equipe do 12th distrito seguiam a pista do caminhão abandonado. Para desespero de Fallon, nada de bomba. A investigação estava parada, estaca zero novamente.

XXXXXXX

O local parecia uma garagem. Cheia de caminhões e containers. De arma em punho, Beckett liderava o caminho. Provavelmente havia algo ali que os levaria ao responsável pela bomba. Identificaram um caminhão. Ao abri-lo, Castle e Beckett depararam-se com a bomba já disparada indicando um total de treze horas para ser detonada. Eles trocaram um olhar assim que o dispositivo de radiação apitou antes de ouvir o primeiro tiro. Armada, Beckett revidou atirando na direção do desconhecido. Ambos correram em busca de proteção. A troca de tiros permanecia sem ela conseguir identificar quem era o atirador. Ela sabia que sua melhor chance era sair dali o quanto antes e ficar de tocaia para ver onde o caminhão seria levado.

Avistando uma porta, Beckett informou a Castle que deveriam correr. Ele iria primeiro para que tivesse cobertura. Passando pela tal porta, Beckett ainda escapou de novas balas disparadas quanto ao alumínio. Nem percebeu que a temperatura caíra no novo ambiente. De repente, o barulho de tiros cessou e ouviu-se um trinco ser fechado. Silêncio. Castle que estava um pouco mais distante dela, olhou preocupado chamando.

- Beckett? – ele tocou no corpo morto e começando a congelar – é o Jamal – Beckett virou-se para fita-lo. O perigo tornara a rondar suas vidas.

Pela primeira vez, Beckett se deu conta que estavam em um ambiente refrigerado. O frio começava a ser percebido. Ela examinava a porta procurando um meio de abri-la. Castle analisava o corpo de Jamal. Fallon não sabia, mas estava perseguindo um homem morto. Ele insistia que talvez os caras voltassem, afinal porque manteriam o corpo dele congelado? Sua teoria era que pretendiam colocar Jamal no caminhão com a bomba assim quando essa explodisse, o DNA dele estaria na cena incriminando-o e safando os verdadeiros culpados. Beckett checou por sinal em seu celular. Nada. Castle também já inspecionara em busca de um termostato ou uma caixa de controle. Na verdade, nenhum dos dois percebera que estavam dentro de um container até aquele momento.  

- Quão frio você acha que está aqui dentro?

- Julgando pelas roupas e nossas reações? Abaixo de zero – ela fechava a jaqueta e puxava o capuz para proteger a cabeça e as orelhas jogando o cabelo para frente. Via que Castle começava a tremer também.

- Quanto tempo você acha que aguentamos?

- Com essas roupas? Algumas horas, no máximo – de repente, Beckett começou a jogar o corpo contra a porta. O barulho era alto, porém a tentativa era inútil. Nunca iam derrubar a porta.

- Hey! O que você pensa que está fazendo? Isso é aço, não vai ceder.

- Castle, ninguém sabe que estamos aqui. Precisamos nos fazer notar – sem melhores ideias, ele concordou em ajuda-la – certo, no três. Um, dois, três – ambos jogaram o corpo contra porta – de novo – repetiram a contagem e o movimento por várias vezes, inútil era verdade, mas além de os manterem ocupados e fazer barulho, servia para deixa-los aquecidos por um tempo. O frio começava a incomodar mais a cada minuto.

Quando finalmente cansaram de esmagar a porta com o ombro, Beckett passou a mão na testa com intenção de limpar o suor. Sua surpresa não podia ser maior, ao invés de gotas de água na ponta dos dedos, havia pedacinhos de gelo.

- Isso não é bom – ela tremia muito e Castle não estava tão melhor. Sem qualquer esperança, ela apelou para o ato quase insano – se afaste – sacando a arma, disparou três tiros contra a porta que ricochetearam na direção deles. Protegendo-se como pode, ele gritou.

- Whoa! Whoa, whoa! Está tentando nos matar mais cedo? Pelo menos guarde algumas balas para o caso deles voltarem.

- Eu não sei mais o que fazer, eu preciso de uma luz no fim do túnel – ela olhava ansiosa para Castle querendo uma resposta que a fizesse acreditar que tinham o mínimo de chance. Ele aproximou-se dela, havia pesar em seus belos olhos azuis. Tremia muito.

- Sinto muito. Eu gostaria de poder lhe dar uma. Vem aqui, precisamos nos manter aquecidos – ele segurou a mão dela e a puxou para a lateral do container. Sentou-se no chão obrigando Kate a fazer o mesmo, envolveu os braços ao redor do corpo apoiando sua cabeça no topo da dela. Fechou os olhos por uns segundos rezando para que alguém desconfiasse do desaparecimento deles. Não tinha certeza, porém pelos seus cálculos, eles deviam estar a umas horas ali. Já deveria ser manhã em Nova York.

As investigações no 12th distrito estavam empacadas. De mal a pior. Fallon não sabia que passo dar, todas as pistas eram becos sem saída. Montgomery não tinha ideias também. Martha e Alexis acabaram voltando do retiro antes mesmo de chegar ao local, encontraram o loft vazio. Um projetor ligado e nem sinal de Castle. A filha ficou preocupada, mas a vó acalmou-a dizendo que o pai devia ter saído à noite, pois estava sozinho. Na manhã seguinte, ao não encontrar o pai no loft, Alexis decidiu entrar em contato com os rapazes.

Ryan já estava desconfiado de tudo. Acreditava na teoria de Castle, infelizmente Esposito não comprava sua ideia. Ao receber um telefonema inesperado, ele tirou suas próprias conclusões temendo pelo pior. Antes de falar qualquer coisa para seu capitão ou mesmo o parceiro, Ryan tentou em vão contatar o escritor. Foram várias tentativas sem resposta. O próximo passo era checar o paradeiro de Beckett. Novamente, obteve a mesma resposta. Com receio de que os dois tivessem aprontado algo juntos, ele chamou Esposito em um canto e confidenciou o que acontecera.

Ainda com certa descrença, Esposito tentou ligar para a detetive. Nada aconteceu. Talvez Ryan tivesse razão. Do jeito que esses dois gostavam de investigar por conta própria, poderiam ter se aventurado e estarem encrencados. Precisariam falar com o capitão longe da presença de Fallon.

Infelizmente o capitão não fora tão receptivo como imaginaram. Eles tinham um alerta de bomba e a última coisa que estava em sua mente era convocar uma busca por Castle e Beckett. Já bastava ter que lidar com esse caso sem sua melhor detetive, não iria tolerar interrupções desnecessárias. Esse era o pensamento de Montgomery, porém Ryan e Esposito não compartilhavam da mesma linha do seu capitão. Algo os dizia que seus amigos podiam estar em perigo ou pior. Para não contrariar o capitão, eles combinaram em tratar o problema paralelamente.

Enquanto isso, em um container com temperatura abaixo de zero, ela sentia os dedos congelarem enroscados no tecido do casaco de Castle. Estavam calados por algum tempo. Ela lembrou de tudo que acontecera desde que Castle entrara em sua vida. Um único pensamento martelava em sua mente. Como fora idiota! Por que se enganara tanto?

- Castle... estou c-congelando. Você está acordado?

- Sim, estou – sentiu o aperto mais forte em seus braços. Virou-se para fita-lo. Havia gelo na ponta dos cabelos que teimavam em cair em sua testa.

- Quanto tempo mais resistiremos? Estou com tanto frio...

- Duas horas, talvez.

- Desculpe. Eu fui tão burra. Se não tivéssemos brigado, podíamos ter aproveitado...mais juntos. Eu não esqueço a primeira vez, Castle. Se soubesse que morreríamos congelados, eu... ficaria mais noites no loft. Eu f-faria tantas coisas com você. Por que assim? No melhor momento? Queria mais tempo... nós podíamos... meu corpo...gelado...

- Hey, nós não iremos morrer. Eu irei leva-la a Roma. Desfilarei com minha N-Nikki.

- Do jeito que o capitão me expulsou, não vejo isso acontecendo. E nós... precisamos de calor. Corpos nus esquentam melhor, movimentos também, não?

- Katherine Beckett, está sugerindo que tiremos nossas roupas e façamos amor aqui congelando?

- N-não... – mesmo com a dificuldade, ela lançou um olhar cínico e fuzilador.

- Apesar de que ia ser interessante...não podemos ficar nus, mas isso não impede que nos exercitemos um pouco – ela aproximou os lábios dos dele sentindo como estavam gelados, apertando o corpo contra o dele em busca de calor, o contato foi vagaroso. Aos poucos começavam a perder a força – não podia terminar assim – encolhida no corpo dele, ela percebeu que os cílios dele já tinham gotículas congeladas. Imaginava que o mesmo acontecia com ela – q-queria ter aproveitado mais, v-você...

- Shh... nada de arrependimentos, Kate...

Aproximadamente meia hora se passara sem que eles trocassem uma palavra. Embora calado, Castle tentava manter a cabeça funcionando, o pensamento positivo de que podiam sair dessa situação perigosa, não iriam morrer, ainda havia muito para viverem juntos. Não podia acabar dessa maneira.

- C-Castle... você está aí?

- S-sim, sim...e-estou bem aqui... – apertou o braço dela com o pouco de força que lhe restava. Cada vez mais estava difícil de resistir ao frio.

- Não sinto nada. Eu sempre pensei...que sendo uma policial, eu levaria um tiro. Nunca pensei que congelaria até a morte.

- Hey...n-nós não estamos mortos ainda.

- Eu só gostaria que esse fosse um dos seus livros então você poderia reescrever o final – a boca tremia, Kate estava quase sem forças. Castle não estava tão melhor. Os dentes batiam.

- Me...me desculpe...

- Pelo que? – Kate perguntou, mal conseguia raciocinar direito.

- Por ser um idiota e meter você... nisso. Se não tivéssemos vindo por conta própria...

- Oh, shh. Shh Castle, não. Ok? Você estava certo, nós encontramos a bomba. Só achamos tarde demais. Ok? – vagarosamente ela virou para encara-lo. Aconchegando seu rosto muito próximo ao dele. Os lábios roçaram o queixo congelado numa tentativa de beijo. Ergueu a mão, tentando acaricia-lo – Castle. Obrigada por me apoiar – ela ainda mantinha os dedos em seu rosto, fez um esforço enorme para aproximar seus lábios dos dele novamente. Castle abriu-os levemente para sentir outra vez o gosto dela. Em seguida, respondeu.

- Always...

- Eu só quero que você saiba o quanto eu... – de repente, ela não conseguia completar a frase. Suas forças se esvaíram com a velocidade do relâmpago. A mão deslizou e ela desfaleceu.

- Kate...fique comigo... – ele a abraçou ainda mais próximo ao corpo, também perdia as forças muito rapidamente. Não podia, não queria. Esse não era o final que esperava para sua história com Beckett – Kate... – acariciou uma última vez o rosto dela fechando os olhos em seguida, tão exausto quanto ela, sem qualquer ação com o corpo. Tremiam sem parar. O ar gélido crescia começando a tomar grande parte do container. A temperatura à beira do insuportável para o corpo humano. A pele exposta estava cheia de partículas de gelo, o mesmo se via no cabelo e mãos. Vagarosamente, Castle abriu um dos olhos fazendo uma força enorme para completar o movimento. Pensara ouvir vozes, contudo perdeu a luta contra o seu corpo, desmaiando.

Nenhum dos dois soube o que se passara a partir daquele ponto. Desacordados e alheios aos acontecimentos das últimas horas. Castle acordou numa cama de hospital, assustado ele tentou em vão se levantar, mas foi impedido pela fraqueza e pela enfermeira.

- Cadê a Beckett? Kate? – ele forçou se levantar para então perceber que havia um cobertor térmico sobre si – o que aconteceu? Ela está bem? – a enfermeira segurava seu braço, com as costas das mãos checava sua temperatura antes de pegar o termômetro.

- Vá com calma, Sr. Castle. Ela está bem, se encontra na enfermaria do outro lado do corredor. Os dois irão ficar bem, porém o senhor precisa me deixar fazer meu trabalho. Tenho que monitorar seus sinais vitais para assegurar que poderá ser liberado.

- O que nós tivemos? Quanto tempo passamos desacordados?

- Umas duas horas, ambos tiveram hipotermia moderada e muita sorte. Não sei se resistiriam a mais duas horas ali.

- Preciso vê-la. Por favor... – a enfermeira sorriu. Aproximou-se da cama e ajudando-o, fez Castle descer da cama devagar. Esperou que ele firmasse os pés no chão para dar os primeiros passos. Afoito, ele caminhou quatro passos rapidamente. Sentiu tudo rodar tendo que segurar-se na cama. A moça pegou um copo com água e um comprimido.

- Tome isso. O senhor tem que fazer isso devagar. Um passo de cada vez, ainda está um pouco fraco. Ela deve estar com o médico agora. Fique de pé por uns cinco minutos, acostumando as pernas e os músculos. Eles estiveram congelados por um tempo, precisa se acostumar aos movimentos. Garanto que poderá vê-la depois disso – Castle se conformou com as palavras da enfermeira percebendo que era melhor obedecê-la.

Na outra enfermaria, Kate despertou vagarosamente com um ar perdido sobre onde estava. Ao ver o tubo de soro, virou-se a procura de Castle e tomou um susto ao se deparar com ninguém menos que Josh a sua frente sorrindo. Sentou-se abruptamente na cama o que a fez sentir uma leve tonteira.

- O que aconteceu? Castle...onde ele está? Cadê o Castle, Josh?

- Você teve hipotermia. Vai ficar bem – ele se aproximou de Kate, tocou-lhe o rosto – ele sobrevive – Josh continuou acariciando o rosto, Kate virou-se desviando do toque das mãos dele – de todos os hospitais, você veio para o meu, Kate. Isso não pode ser por acaso – ela arrancou o soro do braço e pulou da cama falando.

- Se afaste de mim, eu quero ver o Castle – nem bem pisou no chão, a tontura apareceu devido ao movimento brusco. Para evitar de cair procurou qualquer superfície que pudesse se segurar, porém Josh foi mais rápido que ela. Apertando-a em seus braços mantendo-a presa contra seu corpo – me larga! Preciso ver Castle...

- Ah, Kate... eu senti sua falta – avançou para os lábios dela enquanto Kate lutava em vão com a pouca força que tinha para livrar-se dele. Nesse instante, a porta da enfermaria se abre.

- Que diabos você pensa que está fazendo? – Castle gritou andando rapidamente na direção dela. Puxou o médico pelo braço com toda a força afastando-o de Kate. Em seguida, enfiou um soco na cara do sujeito – tire as mãos dela! – quando Josh ia avançar para revidar o murro que levara, Kate intercedeu puxando-o pela mão.

- Castle... por favor... – a preocupação nos olhos dela – você está bem?

- Sim, você? – um pequeno sorriso apareceu no canto dos lábios quando um outro médico entrou na enfermaria.

- O que significa isso? Josh? Esse paciente agrediu você?

- Só porque ele tentou me agarrar à força, além de ser errado na conduta médico-paciente, pode ficar pior. Sou policial e posso prestar queixa e prende-lo por assédio – Kate pode ver a cara de espanto do médico ao olhar para cada um dos rostos ali presentes um pouco surpreso. Obviamente era uma situação completamente nova para eles.

- Desculpe, senhorita...- checou o prontuário – Beckett. Tem algo que possa fazer por vocês? O hospital não precisa de um processo nesse momento.

- Dr.Jones, eu fui agredido! Não pode deixar esse homem sair impune.

- Cala a boca, Josh e saia daqui. Você já se meteu em grande confusão hoje desde o momento que essa moça entrou no hospital. Pelo que posso constatar foi legítima defesa e será sua palavra contra a deles. Não quero instalar um inquérito para investigar sua conduta. Você é um ótimo medico e não quero que arrisque perder sua licença. Deixe-me a sós com os pacientes.

- Mas... – bastou um olhar do colega para que Josh desistisse. Caminhou até a porta e antes de sair, olhou para Kate mais uma vez. Inconscientemente, ela apertou a mão de Castle como se procurasse apoio. Assim que a porta se fechou, ambos se entreolharam, não resistindo ela jogou os braços ao redor dele.

- Obrigada... estou feliz que esteja bem.

- Eu também – virando-se para o médico, Castle perguntou - Doutor, é possível nos dar alta? Estamos no meio de um caso crítico motivo por termos nos envolvido nesse problema - o médico analisou a ficha de Kate e pediu a de Castle também. Eles pareciam bem. Principalmente ele para já estar socando os outros.

- Tudo bem. Acredito que estão em condições de receber alta, porém evitem maiores esforços. O corpo de vocês ainda está se restabelecendo. Sugeria irem para casa, ter um bom descanso e amanhã voltam ao trabalho – eles se entreolharam, sabiam que não podiam se dar a esse luxo, havia uma bomba em algum lugar de Nova York – tem um pessoal da NYPD esperando por notícias suas no saguão. Peguem suas coisas, estão liberados.

- Obrigado, doutor. E apenas mantenha seu médico metido a garanhão longe de nós. Assim todos saem ganhando – disse Castle – não gostaríamos de enfrentar a justiça com relação a isso.

- Claro, senhor Castle. Entendo perfeitamente – eles deixaram a área da enfermaria juntos e de mãos dadas. Ao chegarem no saguão de espera separaram-se ao ver os rapazes, Montgomery e Fallon aguardando.

- Não foi dessa vez, bro. Como se sentem? – perguntou Espo.

- Agora bem melhor. Como nos acharam?

- Alexis ligou preocupada porque você não tinha dormido em casa, não conseguimos contata-los por telefone e imaginamos que vocês estavam juntos fazendo alguma besteira – disse Ryan – achamos o notebook. Você foi bem previsível, Castle.

- Que bom. Pelo menos vocês nos acharam.

- Agente Fallon, a bomba estava numa van branca. Está programada para explodir às quatro horas – disse Beckett vendo-o consultar o relógio.

- Isso nos dá menos de dez horas. Procurar uma van branca em Nova York é como procurar uma agulha no palheiro.

- Senhor... – Beckett começou – dada as novas circunstâncias, gostaria de ser restabelecida na investigação. Castle também.

- Isso não depende de mim. É com seu médico.

- Ele nos deu alta – Kate mostrou os papéis para o agente. Vendo que não teriam problemas, completou – preciso de uma hora para trocar de roupa, encontro vocês no distrito. Acredito que meu carro deve ter sido levado pelo CSU. Castle, quer dividir um taxi? – juntos eles deixaram o hospital a caminho do loft. Fizeram uma pequena parada no prédio de Kate para que ela pegasse uma pequena mala, depois do ocorrido ela decidira dormir o resto da semana com ele. Assim que entraram no loft, encontraram Alexis e Martha esperando.

- O que aconteceu? Já é tarde e você não dá notícias desde ontem, pai.

- É somente uma investigação complicada. Viemos trocar de roupa e voltaremos – beijou a testa da filha e sorriu – escutem, quero que façam um favor para mim. Quero que vão passar esses dias e o fim de semana nos Hamptons. Não aceito negociação, por favor.

- Pai, o que foi?

- Nada. Precaução. Apenas façam sem perguntas, ok?

- Pai, você está me assustando...

- Castle, seja mais especifico – disse Beckett – dentro de algumas horas poderá acontecer um evento na cidade, seu pai apenas está sendo cauteloso com vocês. Façam o que ele disse, vão para os Hamptons. É só o que podemos dizer. Vou me trocar, não podemos nos atrasar – ela sumiu pelo escritório rumo ao quarto de Castle. Minutos depois, ele apareceu no quarto, Kate estava apenas de calcinha e sutiã. De repente, só viu a maçaroca de cabelos e braços invadindo o seu espaço, os lábios ávidos sugando os seus com urgência. Separou-se mordiscando-lhe o queixo.

- Tive tanto medo de morrer ali. Pensei que era o nosso fim.

- Eu disse que não íamos morrer, Kate. Vamos para Roma juntos – ela sorriu.

- Queria fazer isso desde o momento que vi você socar a cara de Josh. O que deu em você, escritor para dar uma de machão? Meu príncipe encantado...

- Ele estava agarrando você à força. Não podia deixar isso acontecer e sabe-se lá o que ele poderia...

- Shhh... tudo bem. Já passou. Eu gostei de vê-lo me defender. Foi sexy.

- Acho que você precisa fazer uma ordem de restrição, Kate. Esse médico pode se tornar perigoso.

- Não, deixe para lá. Quero resolver esse caso. Você não percebeu que acabei de te elogiar dizendo que foi sexy? Só preciso de mais um beijo... – sentiu os braços dele envolvendo sua cintura, acariciou o rosto dele e rendeu-se ao beijo. O toque dos lábios bem diferente daqueles quando estavam presos e congelados. Kate sentiu o calor emanar por sua pele, trazendo a sensação prazerosa de tê-lo em seus braços. Se tivesse tempo, ela correria o risco de fazer amor com ele.

A mente pensativa era contrariada pelo corpo desejoso. As mãos desfaziam os botões da camisa dele, ao afastar-se percebeu o brilho de desejo nos olhos azuis, agora escuros como se tomados pelo sentimento da luxuria. Ele a jogou sobre a cama. Desfez o botão da calça e puxou a calcinha que ela vestia.

- Cinco minutos, detetive... – um sorriso malicioso surgiu nos lábios enquanto ele inclinava-se para prova-la arrancando um primeiro gemido de vários que se seguiriam rumo a um orgasmo em um intervalo de cinco que se transformaram em vinte minutos. Ainda cansada e embalada pelo ato, ela deitou-se sobre ele querendo mais um beijo.

- Que bom que seu cérebro consegue interpretar o que o meu quer, mas perde tempo analisando.

- Sua linguagem corporal não me engana, amor. Queria tanto quanto eu. Porém, é hora de salvarmos Nova York ou você ainda duvida que esse caso será solucionado por nós em vez daquele almofadinha federal?

- E seu otimismo está de volta. Ainda tem uma bomba lá fora, Castle. Vamos nos ater aos fatos. Obrigada pelo sexo matinal – ela disse mordiscando o peito dele e levantando-se da cama – mexa-se, Castle. Estamos atrasados.

- Ia dizer que estava feliz em ajudar, mas a detetive mandona está de volta pronta para chutar meu traseiro. Melhor obedecer.

- Bom saber que você entende as minhas prioridades – disse Kate jogando um olhar malicioso em sua direção.

Eles chegaram ao distrito prontos para serem atualizados no caso. Estavam virando a vida de Amir de cabeça para baixo em busca de qualquer ligação com terroristas, também investigavam Kevin McCann. Descobriram que ele era herói de guerra, servira no Afeganistão onde sofrera ferimentos e morrera em Arlington. A identidade dele fora roubada e como especulou Castle por alguém que precisava ser McCann. Amir recebeu dinheiro do Afeganistão, devia ter alguma ligação por trás disso. Ao visitarem a irmã de McCann descobriram que o homem da foto era Radford Haynes, amigo que servira com ele no exército. Pela conversa certamente tinha intenção de fazer algo contra o país, como explodir uma bomba. Conseguiram o celular dele.

O tempo tornava-se inimigo. A história muito bem arquitetada faria com que as pessoas acreditassem ter sido mais uma tentativa da AlQaeda em atingir a America. Iriam querer vingança. Castle via no semblante de Beckett que estava preocupada. Estavam a menos de quatro horas da explosão e não podiam avisar para as pessoas se protegerem sem criar o caos. Situação bem desagradável para qualquer um deles. Fallon conseguiu um endereço através do celular. Talvez fosse a última chance que tinham de parar essa loucura.

Capturaram o suspeito, mas não conseguiram fazê-lo falar. Na verdade, Beckett quase foi ao extremo de atirar em Fallon por ele ter puxado sua arma e ameaçado atirar em Hayes. O evento criou uma certa comoção entre os dois. Preocupado, Castle encontrou-a na minicopa tentado servisse de café. A mão tremia. Ele se ofereceu para servi-la.

- Tudo bem? – como ela não respondeu, continuou – eu sei que não é fácil. Esse cara, ele é um grosso. Precisa se acalmar, Kate. Temos que estar bem para decifrar o mistério dessa bomba. Concordo com você, ele é um babaca – nesse instante Ryan entrou na copa e contou a razão para Fallon ser tão paranoico com terrorismo. A esposa morreu no 11/9.

De volta à investigação após uma breve conversa com o agente, eles voltaram a procurar possíveis comparsas de Amir e Jamal. Beckett fora designada para conversar com Nazira e tentar conseguir algo mais. Porém, ao chegarem na casa dela, nem sinal da mulher e do bebê, encontraram um bilhete indicando que ela era a nova terrorista. Não importava para onde olhassem, não conseguiriam localizar a bomba a tempo. Usariam Nazira e seria o fim da história. Então, Castle sugeriu contatar Fariq, mesmo a contragosto, Fallon aceitou por falta de opção.

Apesar do começo tenso, especialmente causado por Fallon, no fim Fariq deu a NYPD um endereço onde provavelmente os terroristas estavam e quem sabe até mesmo a bomba. Ao invadir o prédio, encontraram e feriram os responsáveis, assim como o bebê de Nazira, porém nada da bomba. Uma conversa contra o tempo lhes deu a informação da van e possível localização. Beckett e Castle correram para o carro, estavam literalmente trabalhando contra o relógio, menos de vinte minutos para a explosão acontecer.

O transito na Broadway certamente atrapalhava a perseguição. Em meio a uma discussão, Castle insistiu para Beckett virar o carro escapando pelas ruas laterais. Em um palpite que deu certo, eles emparelharam o carro com a van de Nazira. Numa corrida, Beckett gritava para ela parar a van. Em um movimento rápido, Beckett bloqueou a rua obrigando a van a parar. Disse a ela que a bebê estava salva quando Castle a chamou. Lá estava a bomba no compartimento traseiro. O relógio ativo e próximo do fim. Menos de dois minutos.

- 1 Lincoln 40. Achamos a van. 55th com 11th.

- Copiado. Esquadrão de bombas a caminho. Tempo de chegada. Três minutos – ao olhar para o contador, Beckett arregalou os olhos. Um minuto e trinta e cinco segundos.         

- Isso é cerca de dois minutos atrasados.

- Aguarde – foi a resposta que recebera pelo radio. O pânico estava presente no rosto de ambos. Kate não podia ficar de braços cruzados. Ligou para Fallon.

- Você tem alguma ideia de como desarmar uma bomba?

- Eu não sei, precisava vê-la. Pode me mandar uma foto?

- Sim, sim. Espere na linha.

- Um minuto! – Castle gritou.

- Está carregando... – disse Beckett.

- 45 segundos! – gritou Castle novamente desesperado. 

- Foi!

- Sim, está abrindo... não consigo ver – Kate estava em desespero aguardando a resposta, Castle olhava o emaranhado de fios como se procurasse uma forma de desvendar como se safar. Tinha que ter um jeito – não consigo ver nada! Sinto muito.

Kate olhava perplexa para a bomba e para Castle. Quinze segundos. Tudo iria pelos ares, não havia nada que pudesse fazer. O contador entrava em regressiva. Os olhares se encontraram, não sabia o que dizer. Tudo acabaria em dez segundos.

- Castle... – a voz embargada ao sentir que ele segurava sua mão, tanto para dizer, tanto para viver e mesmo assim estavam mudos de frente para o outro. Segundos de pesadelo que pareciam uma eternidade. De repente, sem quebrar o contato do olhar com Kate, ele num impulso puxou um emaranhado de fios. O contador zerara e nada acontecera. Ainda em choque com o que se vislumbrava diante de seus olhos, Kate parecia não acreditar. Estavam vivos! Jogou-se abraçando o escritor aliviada – Castle! Comemoraram o momento com gargalhadas, um sorriso lindo despontou no rosto tenso há várias horas. Não resistindo ao momento, Kate tascou um beijo intenso em seus lábios. O encontro de suas testas, a respiração ainda forte, o coração aos poucos entrando no ritmo – estamos vivos, babe... – foi a vez de Castle abrir o sorriso diante da forma carinhosa que ela o chamara. Ele tornou a apertar sua mão. O pesadelo acabara.

De repente, tudo escureceu. Castle titubeou sentindo as pernas falharem. Segurou-se nela para manter-se de pé. Kate reparou que estava pálido. Sentou-o na calçada.

- Castle? Fale comigo, o que está sentindo? Castle, por favor... – ele parecia desfalecer na calçada. As mãos estavam geladas. Rapidamente, ela pegou o radio e solicitou uma ambulância no local. Estava deitado em seu colo, onde Kate acariciava os cabelos, preocupada – não agora, Castle. Fique comigo... – os olhos azuis tentavam reagir em vão. O medo tornou a aparecer no rosto dela – babe, fique comigo...

Os paramédicos se aproximaram perguntando o que acontecera. Ela contou que desmaiara, provavelmente uma queda de pressão. Contou que estiveram sob hipotermia e isso podia ter influenciado, podia estar fraco.

- Vou checar a pressão. Talvez um pouco de soro ajude – nesse instante, Castle abriu os olhos tentando se levantar ficando sentado ao lado de Kate.

- Castle, está bem?

- Eu adoraria um copo de café – segurando a mão dela – estou melhor, foi a adrenalina da situação. A cafeína resolve isso rapidinho.

- Não saia daí – levantou-se – deve ter uma cafeteira em alguma dessas esquinas. Cuide dele, pode ser bem teimoso – cinco minutos depois, ela retornara com dois copos de café e um muffin de chocolate. Castle tomou a bebida em grandes goles. O paramédico confirmou que a pressão dele estava normal e já conseguia andar normalmente. Após comer o doce, ele agradeceu ao paramédico e Beckett o liberou. Novamente sós, ela terminou o café e entrelaçou os dedos nos dele – você me deu um susto. Depois de tudo que já passamos hoje...

- Desculpe. Estou bem, garanto. Quero voltar ao distrito. Precisamos encerrar o caso, não? – de mãos dadas, caminharam até o carro e antes de entrar, ela deu um selinho nele – meu herói – sorrindo, sentou-se ao volante.   

De volta ao distrito, eles se deram ao luxo de tirar o resto da tarde de folga. Reunidos à mesa, brindavam e tomavam cerveja celebrando o feito de Castle enquanto Beckett contava exatamente como acontecera.

- Não, vocês deveriam ter visto a cara dele, porque ele parou, olhou para mim, agarrou todos os fios e simplesmente os arrancou – as gargalhadas encheram o local.

- Todos eles? – perguntou Ryan.

- Eu imaginei que um deles tinha que ser o certo.

- Sabe, o prefeito quer dar a vocês uma medalha – disse Montgomery – não tive coragem de dizer a ele ainda que vocês não tinham a mínima ideia do que estavam fazendo.

- O capitão está certo. Vocês não tem ideia de quão sortudos são – disse Esposito.

- Na verdade – disse Castle olhando para Beckett e recebendo em retorno um belo sorriso – eu sei – o agente Fallon abriu a porta chamando pelos dois. Sozinhos, ele falou que os bandidos serão processados por conspiração contra os Estados Unidos e terrorismo.

- Graças a vocês dois não teremos que acrescentar a queixa o assassinato de nova iorquinos inocentes. 

- Nós só estávamos fazendo nosso trabalho. Na verdade, eu estava fazendo meu trabalho eu não tenho ideia do que diabos ele estava fazendo...

- Ei, mas é verdade – concordou Castle.

- O que eu faço não é quem eu sou e sim quem eu preciso ser – disse Fallon.

- Vamos dizer que foi um prazer e que esperamos nunca ter que fazer novamente? – disse Beckett. 

- Está certo – Fallon desapareceu pelo corredor deixando-os sozinhos.

- Dia infernal, não? – ele disse.

- Dia infernal – ela retribuiu com um sorriso.

- Sabe – suspirou - Estava pensado que talvez devêssemos ir para casa, descansar um pouco. Um banho quente e relaxante na banheira. Que tal?

- Parece muito bom... na verdade, estava lembrando que depois dessa aventura de hoje, será que tenho chance de conseguir aqueles dias com o Montgomery?

- Eu diria que temos uma boa chance após salvar a cidade de Nova York. Então, aceita meu convite detetive? 

- É tentador. Pode me dar uns minutos? Preciso me liberar com o capitão. Melhor, me espere no loft. Você vai adiantando, coloque o vinho no gelo, compre o jantar, ah! passe na Dean & Delucca compre aquela torta de cheesecake com frutas vermelhas... estou desejando comer doce.

- Está bem. Não demore muito – com mais um sorriso, ela piscou para Castle entrando na sala pedindo para falar com o capitão.

- Cadê o Castle? – perguntou Ryan – não foi preso pelo federal, foi?

- Não, ele foi para casa. O dia foi bem puxado para nós. Eu também gostaria de ir para casa, capitão. Não vejo a hora de deitar na minha cama – Montgomery se levantou ficando na frente dela estendendo a mão, Beckett apertou-a.

- Obrigado, detetive. Independente de sorte, você e Castle provaram que são melhores investigadores que esse distrito inteiro e mais um agente federal. Se não fosse a teimosia de vocês, não inocentaríamos Amir e não chegaríamos à bomba. Vou me lembrar disso.

- Obrigada, capitão. Estava fazendo o que sei, o meu trabalho e Castle ajudou muito. Vejo vocês amanhã. Boa noite. 


Apartamento de Castle


Ao tocar a campainha, ela já começava a tirar o casaco. Não via a hora de livrar-se dessa roupa, tomar um banho, beber um bom vinho e fazer amor com Castle novamente. Ele sorriu ao vê-la diante dele. Inclinou-se para beija-la.

- É bom estar em casa, viva. Preciso de uns minutos para tomar um banho, o que temos para o jantar?

- Trouxe um consume, um lombo de porco no molho barbecue, salada ceasar e sua torta. Vou esquentar enquanto você se cuida – Kate mordiscou os lábios.

- Você ficaria chateado se eu dissesse que gostaria de comer uma pizza? Acho que não há nada que sinalize melhor a cidade de Nova York do que uma bela fatia com muito queijo.

- É claro que não vou ficar chateado. Você merece o que quiser, Kate. Vou providenciar.

- Ótimo! Vou tomar meu banho - desapareceu pelo escritório. Despindo-se, ela se meteu debaixo do chuveiro. Meia hora depois, ela apareceu na sala vestindo um pijama com os cabelos molhados soltos sobre os ombros. O cheiro de cerejas invadira a cozinha se misturando com o da comida.

- Quer beber? – ela abria a geladeira em busca de um tinto. Retirou a garrafa servindo duas taças. Entregou um delas para Castle abraçando-o por trás. Beijou-lhe as costas, roçou o nariz no pescoço dele, aliviada pelos dois estarem bem, salvos e um nos braços do outro. Vagarosamente, ela bebeu o líquido gelado e saboroso – é tão bom ficar assim com você.

- Acha mesmo?

- Humhum – Castle virou-se para fita-la. Colocou o cabelo para trás da orelha acariciando o rosto com o polegar. Inclinou-se sorvendo os lábios nos seus em um beijo apaixonado. O forno apitou avisando que o jantar estava pronto. Quebrando o beijo, ele se dedicou a arrumar a mesa enquanto ela curtia o vinho. Sentados à mesa, eles jantaram e terminaram a garrafa da bebida. Castle buscou o tão desejado cheesecake para servir a ela, contudo Kate queria deixar o doce para depois. Levantou-se puxando-o pela mão.

- Sabe o que eu quero agora? – ela começou a desfazer os botões da camisa deslizando suas mãos pelo peito dele, mordiscando o queixo até chegar ao ouvido – fazer amor com você, devagar e bem gostoso. Temos que comemorar por estarmos vivos, Castle. Vem! – Kate saiu puxando o escritor pela casa até chegarem no quarto dele. Rapidamente, jogou a camisa dele ao chão. Tirou a sua também e a calça do pijama perdeu-se no canto da cama.

Castle a tomou nos braços sorvendo os lábios deslizando-os pelo pescoço, colo, brincando com os cabelos dela e sentindo o sabor de cereja em toda a pele. Deitou-a sobre o colchão colocando seu corpo sobre o de Kate. Fitando-a, admirava o rosto da bela mulher antes de provar-lhe os lábios novamente.

Lentamente, ele explorou cada centímetro daquele corpo. Beijava-lhe os seios, sugava os mamilos, apertava-os. Kate contorcia-se de prazer com o toque firme, delicado e quente de Castle. Em questão de minutos, ele a surpreendeu penetrando-a com cuidado, como se fosse a primeira vez deles. Não tinha pressa. Os movimentos do corpo aconteciam juntos, fazendo o prazer crescer gradativamente a cada estocada. Trocavam carícias, mordidas e beijos. Kate sentiu o corpo reagir entrando em estado de êxtase, os pelos do corpo arrepiaram-se e começou a tremer por baixo do corpo de Castle anunciando a chegada de um orgasmo poderoso. Quando a viu entregar-se, fez o mesmo debruçando-se sobre o corpo dela.

Após o ato de fazer amor, continuaram deitados por vários minutos. Kate aproveitou-se do seu poder sobre Castle para pedir a torta. Ele buscou a sobremesa com dois garfos. Sentados na cama, provaram o doce saciando ainda mais o desejo ainda vivo em seus poros.

- Estou achando que seu otimismo venceu, Castle. Acredito que se eu insistir com o capitão, ele me libera para viajarmos. Pronto para me levar a Roma?

- Mesmo? Pode acontecer de verdade? – ela sorria – terei o maior prazer, detetive.

- Cas, eu sei que falei o quanto gostei de ver você socando a cara do Josh, mas não tive tempo de agradecer apropriadamente pelo que você fez com Josh. Eu não sei se conseguiria me defender estando fraca de um homem como ele. Você foi meu herói duas vezes em um mesmo dia. E nem pense em ficar bobo ou exibido por causa disso. É um elogio não um motivo adicional para aumentar seu ego.

- Ah, Kate... adoro você... faria tudo de novo e estava falando sério quando disse que deveria pedir uma ordem de restrição para aquele médico playboy.

- Vamos esquecer isso... estamos vivos, bem. Vencemos mais uma batalha, isso é o mais importante. Agora quero saber como é o sabor de Castle com frutas vermelhas – ela empurrou-o na cama deixando um pedaço de cheesecake sobre o peito dele - se podemos comer chantilly, isso também deve ficar muito bom – lambeu o peito dele levando um pedaço do bolo – hum... delicioso, com gostinho de quero mais.


- Louca – e ele a puxou esmagando a torta com o corpo dela enquanto perdiam-se entre gargalhadas e beijos.


Continua.... 

2 comentários:

cleotavares disse...

Capítulo tenso e emocionante. E um final, digamos assim..... delicioso.

Silma disse...

"Cinco minutos,detetive" 😏"Sabe o que eu quero agora?Fazer amor com você,devagar e bem gostoso.Temos que comemorar por estarmos vivos,Castle.Vem". 😏 Não tenho mentalidade pra isso 😍👌🏽