domingo, 5 de julho de 2015

[Castle Fic] One Night Only?! - Cap.24


Nota da Autora: Demorei, mas saiu. Outro capitulo muito bom e light, divurtam-se nesse periodo! Porque afinal, dura pouco hahahaha....



Cap.24


Kate Beckett passou a manhã trabalhando em relatórios e casos para serem arquivados. Por volta das onze, teve uma audiência no fórum como testemunha de investigação de um caso que solucionara a cerca de três meses atrás. Foi um dia diferente do seu habitual. Apesar das atividades serem perfeitamente adequadas para o cargo que exercia como detetive da NYPD, a nova situação de sua vida pessoal a fizera encara-las como entediante. Beckett não tinha vergonha de admitir agora que sentia falta de Castle no distrito, quando ele não estava investigando casos ao lado dela, realmente o resto se tornava burocracia sem qualquer graça.

Saindo do tribunal, ela pensou em ligar para Castle. Dizer que estava sentindo sua falta e perguntar como ele estava se virando com a escrita. Porém, conhecia a facilidade do escritor em dispersar sem motivo especialmente se estivesse chateado ou com bloqueio. Melhor deixar quieto. Ela optou por deixar o carro no distrito e seguiu para encontrar Dana a pé.

Ela não pensara muito em como iria contar a novidade para Dana. Podia ir direto ao ponto, podia inventar uma história e enrolar a amiga para ver se ela como boa psicóloga sacava. Iria ser bem divertido brincar com ela. Só que Kate sabia reconhecer quando alguém era inteligente e safo para perceber certas coisas. Era assim com Castle e Dana. Ambos pareciam conhecê-la muito bem, tanto que às vezes a assustavam. Vinha tão distraída pela rua que se deu conta que passara da lanchonete. Deu meia volta, seguindo na direção certa.

Dana estava sentada numa mesa no centro do salão. Tomava um dos shakes deliciosos do local. Ao avistar a amiga, a terapeuta sorriu acenando. Kate aproximou-se da mesa e Dana levantou-se para cumprimentar a amiga. Ambas já sentadas, Dana foi logo puxando conversa.

- Pensei que ia me deixar na geladeira. Já se esqueceu da amiga que tanto te ajuda?

- Não seja dramática, Dana. Você tem a obrigação de ser a pessoa prática dessa relação. Desculpe o atraso, estava no tribunal. Vamos pedir? Sou capaz de comer dois hambúrgueres com bastante bacon e queijo e milkshake, claro!

- Morango, não?

- Acertou! – ela fez sinal para o garçom que anotou os pedidos e deu um prazo de vinte minutos para estar tudo pronto. As bebidas viriam na frente. Elas conversavam animadas sobre as últimas novidades da vida de Dana e Kate aproveitou para colocar a terapeuta a par do que acontecera com o caso da mãe. Ouvindo-a atentamente, Dana reparou no semblante da amiga e paciente. Por mais que fosse um assunto difícil, Kate parecia estar encarando as novas evidências de forma diferente. Contudo, era seu papel perguntar.

- Depois de tudo isso, como você está? Sei muito bem como essa história mexe com seu psicológico, deixa-a vulnerável.

- Eu estou bem agora. Não vou negar que receber a ligação de Raglan, ter uma possibilidade de preencher lacunas de doze anos atrás era tentador e aterrorizante. Eu não enfrentei a situação sozinha. Castle estava comigo. Além de você, ele é a única pessoa que sabe toda a história do caso. Depois de arrumar uma briga com meu capitão, ser expulsa do caso e correr riscos levando Castle comigo, restou a frustração. Eu prendi o assassino de Raglan, mas minha causa continua em aberto. O que quer que tenha provocado a morte de minha mãe é grande. Não sei se um dia descobrirei, se acontecer não será da maneira mais fácil ou convencional. Talvez eu me perca no caminho, morra antes de saber. Não importa muito agora. Voltei a fechar a caixinha que diz respeito a esse assunto. Por tempo indeterminado.

- Ou até um fato novo aparecer. Se fosse em outro tempo, eu insistiria nessa conversa – Dana deu uma olhada longa para o semblante a sua frente – dessa vez percebo que além de sincera, você me parece segura quanto ao assunto. Não há perigo de recaídas. Isso é muito bom, embora não precise lembra-la que estou aqui para escuta-la quando quiser – Kate não falou nada, sorriu e sorveu um pouco mais do milkshake – sendo assim, que tal tratarmos do que realmente nos trouxe aqui? Estou cansada de ser enrolada.

- Não estou enrolando você. Tive uns certos contratempos.

- Sei, tudo por causa do Bryan Adams? Kate, esse exercício não era para ser um problema. Quero que saiba que não importa quanto tempo leve, minha nova missão é fazer sua cabeça dura entender de vez que Castle é o cara certo para você, que está apaixonada por ele. Tudo bem que os métodos não são muito convencionais, mas você não é uma paciente fácil, Kate. Afinal, você fez ou não a lição de casa?

Kate estava olhando fixamente para o milkshake. Não podia contar de imediato. Precisava enrolar a amiga. O problema era que a detetive não sabia que quando se está apaixonada, o corpo fala, não existe disfarce perfeito e somente o pensamento na pessoa que fazia seu coração bater mais forte era suficiente para fazer seu corpo a dedurar.

- Eu tentei fazer a tarefa. Mas eu me senti tão idiota...

- Kate, quantas vezes terei que repetir, apaixonar-se é idiota. Se você admitisse logo seria tão mais fácil... – de repente, Dana viu um sorrisinho maroto formar-se no canto dos lábios dela, ao dedicar um pouco mais de atenção ao semblante da amiga, Dana percebeu que Kate possuía uma aura diferente, ela estava leve, o peso do mundo sumira daqueles ombros, a dedução fora fácil, ou tivera um momento muito especial que a levaria certamente a estar mais próxima de Castle, ou ela se rendera totalmente. Para testar sua teoria que apostava na segunda hipótese, Dana optou por provocar a amiga da maneira mais direta possível – espera... você não está dizendo a verdade. Esse sorrisinho, esse olhar, a leveza, está mais radiante... Katherine Houghton Beckett, você fez sexo! Sua danada! Tenho vontade de matá-la! Se você me disser que não fez sexo com Castle, vamos brigar feio. Eu não acredito que despejou sua frustração e sua raiva de Bryan Adams em uma noite avulsa de sexo!

- Não! Eu não fiz nada disso! – Kate estava indignada com o pensamento da amiga – como pode pensar isso de mim?

- Não preciso pensar, o corpo fala. Desembucha, Kate e por favor, não me diga que por teimosia traiu Castle novamente.

- Trair Castle? Não, Dana. Eu não fiz nada disso. Acabei de comentar que não gostei nada de me ver naquela situação. Eu li a letra da canção, eu tentei. Existem algumas semelhanças entre a nossa relação e o que se descreve na música, porém como posso confiar numa música para ditar o meu futuro, definir um relacionamento? É ilógico.

- Ilógico... – Dana revirou os olhos - e lá vem você com a ideia de usar raciocínio para explicar o que não deve ser explicado. Sentimento, o nome já diz, nós sentimos. Quer saber? Pare de enrolar e me conte logo com quem você dormiu. E prepare-se para os meus xingamentos em seguida.

- Tudo bem, não há porque adiar ou enrolar. De todas as pessoas da minha vida, você é quem mais merece saber o que aconteceu. Está certa, eu fiz sexo. Está errada quanto a definição da noite, não foi uma transa de momento – sorrindo, Kate mordiscou o lábio com uma cara maliciosa – eu dormi com Castle, melhor eu fiz amor com Castle – Dana analisou as feições da amiga, continuavam boas e percebeu um leve suspiro escapar dos lábios dela. Se fosse julgar pelo sorriso, sabia muito bem como Kate poderia estar lhe enganando pagando de dissimulada, a provocação sempre fora uma arma de ambas, quase um mecanismo de autodefesa. Dana optou por não acreditar e questionou.

- Mentira! Você está falando isso apenas para eu deixa-la em paz, não pressiona-la. Adivinha? Não caio nessa! Tente outra vez.

- Estou dizendo a verdade. Eu e Castle estamos juntos. Resolvemos nossos problemas. E não por causa de Bryan Adams – entortando a boca, ela continuou – ok, talvez ele tenha contribuído um pouco, dez por cento – Dana permanecia calada – hey, não vai falar nada? Era o que você queria ouvir, não? Era a sua vontade, me fazer perceber que estava apaixonada por Castle e parar de lutar. Conseguiu. Um pouco de um jeito torto, sofrendo um pouco antes até perceber o que estava fazendo, o que perdia – ao ver que a amiga cruzara os braços e a fitava com um olhar inquisidor, ela insistiu - Ainda não acredita em mim? Vamos, Dana, fale alguma coisa.

- Se está com Castle, prove.

- Provar? – Kate parecia espantada com o pedido da amiga, mas entendia a curiosidade dela – está bem, vou ligar para ele – pegando o telefone apertou o nome dele nos favoritos acionando o facetime. Dois toques depois, ele atendeu.

- Detetive Beckett, por favor, diga que temos um morto!

- Felizmente não, o motivo da ligação é outro.

- Ah, saudades... sei que é difícil resistir a mim, Kate. Juro que se não quisesse me livrar de Gina, eu diria para você vir a minha casa e – com medo que Castle dissesse alguma besteira, ela cortou alertando.

- Castle, você está numa ligação de facetime e não estamos sozinhos.

- No distrito? – ela percebeu a preocupação na voz dele.

- Não, estou almoçando com Dana. Na verdade, eu queria que você confirmasse para ela que estamos juntos. Claramente, a minha palavra não basta.

- Quem diria! Sua palavra valer menos que a minha, detetive... isso é um progresso maravilhoso. Eu já disse que a admiro bastante Dana? Pois saiba que sim. Aliás, o que Kate diz é verdade. Ela percebeu que não conseguia resistir a mim, invadiu meu apartamento dizendo juras de amor, alegando estar apaixonada. Louca para voltar aos Hamptons e aos velhos tempos. Imagino que você saiba um pouco da nossa historia.

- Não foi assim que aconteceu! Você me faz soar desesperada! – retrucou Kate enquanto Dana ria da cena.

- Se uma pessoa invade sua casa de madrugada, é uma forma de encarar a situação.

- Ah, Kate... incrível! – Dana sorria e batia palmas adorando a notícia – o que posso dizer, Bryan Adams nunca falha!

- Bryan Adams? Você está falando do cantor pop, poderoso entre “emos” e famoso por suas canções “dor de cotovelo”? Chega a ser tão piegas, brega mesmo. O que ele tem a ver com a nossa história, Kate? 

- Nada, Castle. Bobagem da Dana. Satisfeita?

- Não é bobagem. Passei um exercício para Kate descobrir e assumir de vez que estava apaixonada por você. Disse para ela escutar ou ler uma canção especifica de Bryan Adams. Acho que surtiu efeito!

- Espera! Kate Beckett, a detetive durona da NYPD, escutou Bryan Adams para poder se declarar para mim? Quão piegas é isso? Vale ressaltar que as músicas dele podem ser consideradas “de se matar”. Agora me sinto muito importante. E Dana, deixe-me expressar minha gratidão eterna a você, minha fada madrinha.

- Castle! Olha o que você fez, Dana! Vai ficar se achando e me lembrando da história por um bom tempo.

- Ah, Kate, relaxa! É assim mesmo, faz parte de estar apaixonada. Os clichês tornam-se importantes, a vida fica mais colorida, você mais bonita. Notei desde o início, apenas queria que confirmasse. Estou feliz pelos dois. Antes tarde do que nunca não, Castle?

- O que você quer dizer com isso, Dana? – Kate perguntou já incomodada com a situação - Aí, quer saber? Já chega. Castle volte a escrever e termine logo esse livro. A última coisa que quero é ter Gina no seu pé quando formos para os Hamptons, o que dependendo da sua vontade de escrever pode ser no próximo inverno.

- Dana, como amiga e psicóloga será que você não pode dar uma ajuda quanto a esse jeito mandão dela? Podia ensinar um pouco de técnicas e carinhos, como ser gentil com seu namorado, essas coisas...acredito que você seria uma ótima professora.

- Castle, mais um elogio para Dana e eu juro que te deixo sem sexo por uma semana.

- Nossa! Deixa de ser ciumenta e vingativa. Está vendo o que tenho que aturar só por adorar essa mulher?

- Esse é um dos motivos porque você se apaixonou por ela, Castle. Ela te pegou de jeito assim, aliás homens adoram ser mandados e você não seria diferente – disse Dana – é sedutor também.

- Tenho que concordar, especialmente com a parte do sedutor. Devo obedecer minha policial, mas não reclamaria se ela quisesse aplicar uma punição contra mim. Mesmo que eu me comportasse...

- O que você nunca faz, Castle – o olhar sedutor dava esperanças a ele para esperar algo interessante no próximo encontro – vá escrever. Dana já ouviu bobagens demais por um dia.

- Dana, foi um prazer.

- Igualmente.

- Um beijo, amor – ele disse jogando um beijo através da imagem da tela do celular. Quando desligou, Kate foi surpreendida com um abraço apertado da amiga. Ao se separar, porém, notou um semblante assustado.

- O que foi?

- Ele me chamou de amor. Castle, disse amor.

- E qual é o problema nisso? Amor é um tratamento natural entre os namorados, como meu bem, babe, docinho. Relaxa, você deveria fazer o mesmo. Quando vai deixar de chama-lo de Castle e usar o primeiro nome? Deixe de ser boba e entre no ritmo da paixão.

- Entendi. Mas não chamo Castle assim por uma questão de formalidade. Para mim, é carinhoso. É íntimo. Da mesma forma que ao chamar-me de detetive ou Beckett, considero algo especial. O jeito como ele diz essas palavras é diferente. Não me importo. Eu considero que se um dia chama-lo de Rick, algo grave está acontecendo.

- Entendi. Então, agora que já admitiu estar apaixonada por Castle, quero detalhes. Pode começar, vou até pedir outro milkshake – ela sinalizou para o garçom se aproximar e minutos depois as duas envolveram-se numa conversa animada. Kate contou como chegara à derradeira conclusão de estar apaixonada e como criou coragem para encarar Castle, sem medos, sem dúvidas. Por mais uma hora, elas conversaram. Quando deixou o Remy’s, Kate tinha um belo sorriso no rosto e a sexta-feira ficara bem mais bonita durante seu retorno ao distrito.

No final de semana, Kate evitou com muita dificuldade contatar Castle. Conhecia bem o escritor, qualquer coisa servia de pretexto para deixar de lado a obrigação. Queria que ele terminasse a história, também estava curiosa. É claro que ele não resistira e acabara ligando para saber como ela estava. Entre bons momentos de ligações e trocas de carinho por meio de palavras, era sempre Kate quem pedia para ele voltar ao trabalho.

No domingo quando Kate voltava de sua corrida habitual por volta das quatro da tarde, seu celular tocou. Castle.

- Hey, gorgeous! – Kate ergueu a sobrancelha ao ouvir o novo cumprimento dele - Tenho uma excelente notícia para você. Adivinha quem já terminou de escrever seu terceiro livro de Nikki Heat e está revisando nesse exato momento? Se você pensou em Rick Castle, um bonitão irresistível, acertou. Sabe o que isso significa? – claro que ele não a deixou falar – que espero você hoje à noite para jantar, no meu loft. É a minha vez de dizer que estou com saudades.

- Você realmente terminou? Nossa! Foi rápido.

- Tudo é uma questão de prioridades. Quanto mais rápido eu escrevesse, logo terminaria e mais rápido você estaria em meus braços. O que me lembra, ainda não ouvi sua resposta. Terei a honra da sua presença para me fazer companhia no jantar?

- Eu não sei. Geralmente no domingo costumo comer pizza. Você considera isso um jantar?

- Desde que me prometa que eu devo pedir. E você trás a sobremesa, se é que me entende.

- Vou pensar no seu caso com relação à sobremesa. Você gosta de pizza de chocolate? Eu particularmente prefiro a de banana... – ele gemeu com a ênfase dada por ela à palavra - com canela, Castle. Oh, mente poluída! E antes que enverede um pouco mais na sacanagem, vou logo avisando, aceito o convite desde que seja um jantar em família. Sua mãe e Alexis estarão junto conosco.

- Você não vai dormir aqui comigo hoje? – a voz de Castle já demonstrava decepção.

- Não. Será meu primeiro jantar oficial em sua casa, Castle. Amanhã, com trabalho ou sem você está intimado a jantar no meu apartamento. Vou cozinhar para você.

- Promete? Não será apenas uma lenda então?

- Não, e se alguém morrer, prometo que darei o caso para os rapazes.

- Gosto desse tipo de promessa, Kate. Te vejo às sete?

- Conte com isso.


Apartamento de Castle


Ao ouvir a campainha, Castle estava em seu escritório. Por mais que tenha saído apressado para abrir a porta, Martha foi mais rápida. Ao abrir, deparou-se com Kate segurando uma garrafa de vinho.

- Katherine, querida. Seja bem-vinda. Entre, por favor – ela entregou a garrafa à mãe de Castle – ah, que adorável. Um gesto excelente da boa etiqueta. Richard! Sua convidada chegou. Ele está no escritório, venha. Sente-se querida – Castle já aparecia na sala caminhando em direção dela – ah, aí está ele. Vou servir esse vinho para nós – disse Martha proporcionando um pouco de privacidade para o casal.

Envolvendo a cintura de Kate com os braços fortes, seus lábios encontraram os dela. O beijo carinhoso tinha um tom saudoso. Era estranho a compreensão de seus sentimentos para Kate. Ela realmente sentia falta de estar com Castle, saudades dos beijos. Ao se afastarem, ela sorria.

- Contente por me ver, detetive?

- Muito – ela brincava com a gola da camisa, ele ainda a mantinha presa ao seu abraço – você está cansado, posso ver as olheiras sob seus olhos. E ainda queria que dormisse aqui... pelo menos eu tenho bom senso. Precisa mesmo de uma boa noite de sono, Castle. Se ficasse aqui, iria me decepcionar – implicou.

- Cuidado com o que fala, Kate. Você obviamente não conhece tão bem o meu potencial. Não há cansaço quando estou ao seu lado. Minha energia triplica.

- Mesmo assim, podemos adiar sua performance para amanhã. Se quer saber, estou com muita fome. Você já pediu a pizza?

- Não, estava esperando você chegar para saber que sabores você queria e também nos dar um tempo de conversar, beber alguma coisa, namorar...

- Acho a ideia excelente, mas estou realmente com fome.

- Aqui estão as taças – disse Martha colocando uma bandeja na mesinha de centro – vamos beber à vida!

- Ótimo! – disse Castle pegando duas taças estendendo uma a Kate – a nós, aos bons momentos – eles brindaram e provaram o liquido tinto feito de uma bela uva Shiraz – delicioso. Mãe,faça companhia a Kate enquanto chamo Alexis para decidirmos o que iremos comer. Preciso pedir as pizzas.

Martha e Kate ficaram sentadas no sofá conversando basicamente sobre vinhos. Dez minutos depois, Alexis apareceu na sala com o pai e juntos decidiram os sabores das pizzas. Meia hora depois, eles estavam sentados à mesa. As pizzas quentinhas espalhadas pela mesa. Castle se surpreendeu quando Kate optou por saborear a massa com as mãos. Alexis aprovou a ideia e fez o mesmo, o que deixou o pai bem contente vendo a interação das duas. Ele já abrira a segunda garrafa de vinho e todos à exceção de Alexis continuavam a beber.

Quando passaram para a sobremesa, Kate não conteve sua curiosidade de fã e leitora do escritor e acabou perguntando sobre o livro.

- Então, seu livro está terminado. Quando será o lançamento?

- Gina ainda tem que ler e aprovar, se não decidir encrencar com algo, a data mais provável será no outono.

- E não vai nos dar uma palhinha do que se trata o livro? – Kate insistiu.

- Hum... curiosa, Kate Beckett? Claramente, meu site não está revelando spoilers do meu próximo livro, afinal nem mesmo minha editora e agente leram. Infelizmente, não posso revelar mais do que já disse anteriormente a você, não quero estragar a história.

- Você não estragaria, além do mais, como sua musa eu deveria ser a primeira pessoa a ler a história. Tenho esse direito, não?

- Você está perguntando como musa ou namorada? – Castle perguntou obviamente implicando com ela. Dessa vez, Kate acabou caindo na lábia dele.

- Musa.

- Infelizmente, não. Uma musa é apenas uma fonte de inspiração para desenvolver a criatividade do artista, nesse caso, do escritor. Como a palavra já diz, sugere qualidades e a serem incorporadas na criação de uma personagem. Não lhe dá o direito de exigir nada da obra.

- E como namorada? – ela insistiu com Alexis já segurando o riso por entender o que o pai estava fazendo.

- Geralmente não misturo negócios e prazer.

- Mentiroso! – ela deixou escapar jogando o guardanapo na direção dele. Rindo da situação, Alexis interviu.

- Detetive Beckett, ele está implicando com você. Não ligue – a filha lança um olhar de desaprovação ao pai – quer parar? Se quer minha opinião, ela deveria ler sim.

- Obrigada, Alexis. E por favor, me chame de Kate. Sabe, de repente enjoei dessa pizza de banana – ela deu ênfase à palavra “banana” olhando desafiadoramente para Castle. Entendendo o recado, ele franziu o cenho. Tentando recuperar o momento carinhoso e não deixar Beckett chateada, ele sugeriu.

- Que tal um café especial para encerrar a noite? – não esperou ela responder já se prontificando a preparar a bebida.

- Eu passo – disse Alexis – preciso dormir porque amanhã o dia começa cedo. Foi um ótimo jantar, Kate. Apareça sempre que quiser, sem cerimônia – inclinando-se a menina beijou a detetive desejando boa noite a todos. Martha também se aproveitou da saída da neta para dar uma privacidade aos pombinhos. Cumprimentando Kate com beijos, ela sobe as escadas em seguida. Castle retorna com as duas xícaras, o cheiro de café expresso invade as narinas dela enchendo a boca d’água.

- O cheiro de café é mesmo irresistível – disse Kate provando a bebida em grandes goles.

- Como você – ele complementou já abrindo caminho na direção dela, tirando a xícara de suas mãos sorvendo os lábios com vontade. O gosto de café misturado ao vinho proporcionava um outro sabor ao beijo tão gostoso. Sedutoramente, Kate desbravava os lábios dele numa dança que levava Castle à loucura. Deixando as mãos deslizarem pela camisa dele, ela sentia o desejo aflorar por todo o corpo. Ansiava pelo toque dele. E como se lesse pensamentos, ele a deitou um pouco no sofá usando as mãos para tocar-lhe os seios sem quebrar o beijo. Os gemidos de Kate indicavam que estava na direção certa.

Foi deslizando os lábios pelo pescoço e colo de Kate até que ela criasse coragem para tentar afasta-lo antes que não respondesse mais por si. Impulsionou o corpo colocando-se de volta ao colo dele. Entre mordiscar o lóbulo da orelha, o maxilar e beijar-lhe o pescoço, Kate sussurrava palavras com o intuito de impedir que a loucura seguisse adiante.

- Castle, nós não... podemos...tenho que ir...- mordiscou a orelha – de verdade. Amanhã – sentiu os dedos de Castle apertando-lhe o mamilo fazendo-a gemer involuntariamente – não, por favor...

- Só mais um pouquinho, Kate... – ela cedeu ao sentir os lábios intensos sobre os seus. Perderam-se um no outro por quase meia hora. Quando se separaram, Castle estava ofegante e evidentemente ainda afetado pelo desejo que sentia pela bela mulher. Kate se levantou do sofá também tentando se recuperar diante do fogo que percorria suas veias. Ela ajeitou os cabelos e a roupa, a blusa estava amarrotada e desleixadamente desalinhada no corpo. Pegou o casaco e a bolsa inclinando-se para beijar rapidamente seus lábios mais uma vez.

- Boa noite, babe... sonhe comigo – ela nem se percebeu da forma carinhosa que usara - Até amanhã.

- Ah, Kate... impossível não sonhar depois de toda essa demonstração.

- Guarde essa energia para amanhã, handsome.

Kate sorria ao entrar no elevador. Sua mente vagava entre os ótimos momentos com Castle e a excitação do jantar da noite seguinte que já povoava seus pensamentos. Mal podia esperar para vê-lo em seu apartamento.

O dia seguinte passara mais depressa do que Kate esperava. É verdade que não apareceram novos casos e a detetive se revezou entre analisar os próximos processos que deveria defender no tribunal com a promotoria e os detalhes do jantar que prepararia logo mais. Ela escolhera um prato simples na sua essência e preparo, contudo especial pelo significado para Kate. Deixara o distrito em torno de quatro horas, recebera uma nova ligação de Castle falando que seu livro estava nas mãos da editora para feedback e que apostava seria aprovado com louvor.

- Então, o jantar está de pé?

- Claro que sim. Acabei de sair do trabalho. Estou indo para casa, mas antes passarei no mercado para comprar algumas coisinhas para beliscarmos. Apareça lá em casa às sete.

- Qual o menu?

- Segure sua curiosidade, Castle. Faltam poucas horas. Até mais tarde.


Apartamento de Beckett


Kate estava à vontade na sua cozinha. Vestindo um short e uma blusa de alcinhas, ela estava apoiada no balcão cortando legumes para o antepasto. As batatas estavam cozinhando para que ela pudesse preparar o nhoque. Os temperos para o molho estavam todos cortados e repousando, ela iria mistura-los mais perto de servir. O vinho já estava gelando, a carne no forno, ou melhor o polpetone. Aprendera essa receita com a mãe, apesar de não possuírem descendência italiana, Johanna era uma apaixonada pela culinária de massas e molhos perfeitos do país em forma de bota. Vivia experimentando receitas e a do nhoque ao pesto era uma das preferidas de Kate.

Gostava de cozinhar para relaxar, porém quase não o fazia porque considerava que na maioria das vezes fazer um prato para comer sozinha não era uma boa escolha, em alguns momentos era deprimente. A oportunidade de poder fazer uma refeição para ela e Castle de vez em quando animava a detetive. Dedicou-se a preparar a massa deixando-a na medida. Quando se trabalhava com massa, o segredo era deixa-la leve, daquelas que dissolve na boca. Despejando a massa no saco de confeiteiro, reservou-a.

Checou o relógio. Faltavam quinze minutos para a chegada de Castle. Tinha certeza que ele seria pontual. Dedicou-se a fazer o pesto. A mistura de manjericão, queijo e pinole criava um sabor irresistível para ser saboreado com uma massa. Terminado o trabalho, sabia que bastava cozinhar a massa e o jantar estava pronto. Hora de se arrumar.

Eram sete e quinze quando a campainha tocou. Vestindo uma calça jeans e uma blusa de botão, Kate abre a porta deparando-se com um Castle totalmente informal. Usando uma camisa polo cor de rosa e jeans, ele estava bem gostoso. Ela o recebeu com um beijo demorado.

- Seja bem-vindo, namorado. Está particularmente gostoso hoje, Castle. Sinta-se em casa – quer beber um tinto? Combina com o jantar que estou fazendo.

- Eu trouxe esse vinho também – entregou uma garrafa de Merlot para ela – precisa resfriar um pouco.

- Ótimo. Colocarei na geladeira e por enquanto saboreamos um Shiraz que já está no ponto. Sente-se, Castle. Vou levar um aperitivo para nós – ela retornou com uma bandeja com o antepasto de berinjela, fatias de pães italianos, queijo parmesão fresco e azeitonas. Voltou logo em seguida com as taças de vinho estendendo-a para Castle, sentando-se no sofá ao lado dele. Kate montou um aperitivo para Castle provar. Despejou o antepasto em uma fatia de pão e entregou para ele experimentar. O sabor era muito bom. O contraste dos pimentões e berinjelas com as passas e a castanha trazia um equilíbrio delicioso.

- Onde aprendeu a fazer isso? Está delicioso. Aliás, o que tem no cardápio?

- Esse antepasto aprendi a fazer quando morei na Europa. Uma receita grega adaptada ao estilo italiano. Adoro come-lo até como refeição principal. Bem, enquanto se diverte com as entradas e o vinho, vou terminar nosso jantar – ela inclina-se para beija-lo. A mistura do antepasto com o vinho deixou o gosto dos lábios interessantes. Ao se dirigir ao balcão, ela começou a cortar as bolinhas da massa jogando-as na água quente. A curiosidade de Castle não deu trégua e ele se levantou para ver o que ela estava cozinhando. Nesse momento, o celular de Kate tocou. Era do distrito.

- Kate, seu celular. Acho que alguém morreu. E agora?

- Não confia na minha palavra, Castle? – ela atendeu o chamado ouvindo o que Esposito dizia sobre o novo caso que acabara de pintar no distrito, dava alguns detalhes do que fora encontrado na cena do crime pedindo sua presença lá o quanto antes, mas Kate tinha outra prioridade aquela noite – Espo, infelizmente eu não posso assumir esse caso. Estou em um compromisso que não posso abandonar. Terá que se virar sem mim. Deixo-o sob sua responsabilidade. Pode avisar o capitão. Não, está tudo bem, apenas tinha o compromisso agendado há algum tempo e não posso fazer nada quanto a isso. Eu agradeço, falamos amanhã – desligando o telefone foi recebida por um sorriso de satisfação de Castle – eu prometi, não? – disse sorrindo de volta.

Checando a panela, viu que seu nhoque estava pronto. Escorreu a massa e tirou a carne do forno ordenando que Castle sentasse à mesa, pois estava na hora do jantar. Kate levou o prato de nhoque fumegando, a travessa com o polpetone e o molho pesto.

- O cheiro é bem convidativo. Dá água na boca. Estou curioso para provar dos talentos culinários de Kate Beckett. Vai recitar o cardápio agora para mim? De onde vieram as receitas?

- Esse era um dos pratos preferidos da minha mãe. Era apaixonada pela culinária italiana. Se ela fosse a um restaurante e comesse uma massa que a agradasse, ela adulava o garçom ou o Chef para contar como era seu preparo, claro que a maioria das vezes não conseguira nada. Então dedicava-se a procurar as receitas e experimentar. Ela me ensinou a fazer. Nhoque ao pesto e polpetone assado com queijo mussarela. Quer que eu lhe sirva?

- Por favor, enquanto isso vou pegar a outra garrafa de vinho.

Ambos já estavam de frente ao prato. O cheiro estava delicioso. Ao provar a massa, Castle gemeu. Ele era fã do gênero tanto que adorava fazer uma massa a carbonara, mas essa? Leve e saborosa, desfazia-se na boca e o molho era incrível.

- Nossa! Essa massa está perfeita. Que molho! Deixa eu provar a carne – colocou um primeiro pedaço na boca, não se dando por vencido, comeu mais um pouco – tem algo diferente na textura e no gosto dessa carne. Muito bom. O que é?

- Um dos segredos de dona Johanna, adicionei gergelim torrado à carne. Além de salsa e cebolinha, leva folhas de hortelã para misturar-se como tempero da carne. Tem um gosto especial, não?

- Maravilhoso. Kate Beckett, que surpresa incrível. Um dos muitos talentos escondidos, adorei. Eu já era fã da sua mãe, imagino que seria um prazer conhecê-la. Tão especial quanto a filha – ele esticou a mão trazendo-a até seus lábios. Viu o olhar sereno da bela mulher a sua frente, parecia um misto de orgulho e saudade. Inclinou-se para beijar-lhe os lábios – tenho certeza que vou querer repetir.

Ela sorriu e continuaram a refeição em silêncio. Depois de um tempo, começaram a conversar sobre outros assuntos. Riam animadamente. Castle repetiu e lambeu os lábios várias vezes, terminaram mais uma garrafa de vinho. Para sobremesa, ela separou apenas um sorvete de pistache. Não tivera tempo para fazer um doce em especial. Sabia que a verdadeira sobremesa que Castle queria estava voltada para o quarto.

Recolhendo os pratos, ela apenas guardou a comida. Não queria ficar perdendo tempo com Castle a sua disposição sentado no seu sofá. Sentando no colo dele, Kate sorveu seus lábios enquanto as mãos acariciavam o peito dele. Queria muito tê-lo em sua cama naquela noite. Sorrindo, levantou-se puxando-o pela mão.

- Vamos para o quarto, Castle... precisamos testar se meu colchão aguenta as nossas aventuras.

- Será um prazer, detetive.

Cuidadosamente, ele a deitou na cama percorrendo todo o corpo dela com os lábios, provando a pele, marcando-a com pequenas mordidas livrando-se das peças de roupa sem pressa. Kate se deixou levar pela brincadeira. Não tinham compromissos e nem pretendiam ir a lugar algum. Entre toques, carícias e descobertas de prazer, eles se permitiam sentir a paixão que aflorava de seus corpos durante o ato de fazer amor.

Quando acordou pela manhã, Kate espreguiçou-se. Reparou que o braço de Castle estava sobre sua barriga. Fazia muito tempo que não recebia um homem na sua cama. A sensação era bem prazerosa especialmente porque era Castle. Enroscando-se no corpo dele empurrando-o para vira-lo de lado, ela aconchegou-se com o nariz no pescoço dele, inalando o cheiro gostoso de suor e perfume masculino.

- Bom dia...

- Hey, gorgeous. Que horas são?

- Quase sete. Preciso ir trabalhar. Dormiu bem?

- Maravilhosamente. Sua cama é quente e confortável, Kate. Deveríamos fazer isso mais vezes.

- A porta está sempre aberta, pode vir quando quiser – ela sentou-se no colchão já se preparando para ir ao banheiro, mas não era isso que Castle tinha em mente.

- Onde você pensa que vai? Ainda não recebi um bom dia apropriado – puxando-a de volta para a cama, ele a prendeu pelos pulsos sorvendo seus lábios vagarosamente colocando todo o peso de seu corpo sobre o dela. Vendo que entendera o recado, ele soltou os braços deixando-a livre para envolve-los em seu pescoço aprofundando o contato. Minutos depois de bons beijos, eles finalmente se separaram – isso que é um bom dia, Kate.

- Concordo, mas não posso chegar atrasada. Tenho que estar no distrito às oito da manhã. Enquanto me arrumo, você podia preparar um café. Estou precisando da minha primeira dose, mas não pense que isso o exime de levar outro café especial para mim no distrito quando aparecer por lá. Temos um caso, lembra?

- Esposito tem um caso.

- Podemos ajuda-lo, é o mínimo para não levantar suspeitas e garantir nossa ida aos Hamptons.

- Certo, é por uma boa causa. Vou fazer seu café.

Meia hora depois, Kate terminava de beber sua dose de cafeína, mordiscou uma maçã e deixou o apartamento acompanhada de Castle. No saguão do prédio, trocaram mais um beijo antes de se separarem na rua. Ele iria para o loft e a encontraria mais tarde. Uma hora mais tarde, ele entregava o copo de café sentando-se na sua cadeira cativa e interando-se do quadro já montado com as evidências encontradas até aquele momento.

A semana teve um caso interessante. Numa guerra de pizzas em pleno Village, alguém estava traficando heroína. Uma lenda urbana de acordo com Beckett chamada Cavallo. Eles enveredaram pelas pizzarias italianas com muita competição e brigas entre os donos. Um deles estava fazendo do seu negocio uma porta de entrada para a venda de narcóticos. O jornalista que fora morto, fazia uma matéria de fachada sobre pizzas, no fundo, ele estava atrás do assassino da sua filha. A pessoa por trás de Cavallo e certamente descobrira por isso foi cremado no forno. A investigação tomou algumas reviravoltas, mas Castle e Beckett acabaram por desvendar quem estava por trás da identidade mitológica.

Ao fim do caso, quando Beckett recolhia as fotos do quadro, Castle recebera uma mensagem da filha dizendo que estava com fome pedindo para trazer comida. Vendo que Kate já vestia o casaco, viu a oportunidade de perguntar.

- Estou com fome. Que tal uma pizza?

- Jura que depois de todo esse caso, é isso que você quer comer?

- Ah, sempre é hora de comer pizza. Vamos, Alexis está com fome também.

- E qual vai ser? Autêntico, fantástico ou autêntico fantástico? – ela brincou.

- Nenhuma delas. Stefano. A melhor pizza que já comi. De New Jersey.

- Nunca ouvi falar. Foi de lá que comemos naquele dia?

- Não. Foi de outra pizzaria excelente de Manhattan. Mas, hoje pede Stefano. Eles tem uma pizza de manjericão e calabresa picadinha que é divina. Vamos, Kate. Um jantar rápido, umas taças de vinho e depois você pode ir para casa e sonhar comigo. Claro que preferia que dormisse no loft, só que isso está provavelmente fora de seus planos. Topa? Eles tem um ótimo cheesecake com frutas vermelhas...

- Tudo bem, você já me ganhou no manjericão... está de carro ou eu dirijo?

- Vamos numa missão especial da NYPD – ele brincou – vou ligar para adiantarem o serviço.

Ao chegarem no loft com duas pizzas grandes, Castle e Beckett encontraram Alexis e Ashley namorando no sofá.

- Oh, oi Kate – ela se levantou puxando o namorado consigo – esse é Ashley, meu namorado.

- É um prazer conhecê-lo, já ouvi falar muito de você.

- É, eu também. Espero que só coisas boas, as suas foram.

- Com certeza. Trouxemos pizza, espero que estejam com fome o bastante para devora-las – ao passar pelo balcão para ajudar Castle com a comida, Kate comentou – parece que está tudo bem entre eles, não? – sorriu e beijou o rosto dele.

- Do Stefano, pai? Poxa, estavam com vontade mesmo.

- É que estávamos trabalhando em um caso que envolvia guerra de pizzarias, fachada para venda de drogas. Acho que seu pai ficou um pouco traumatizado com os fornos de Nova York – elas riram – o cara foi achado tostado dentro de um deles.

- Nossa! Parece muito interessante – disse Ashley – por que ele morreu? – sentados à mesa para saborear a pizza, os quatro começaram uma conversa animada com Kate explicando o que acontecera e Castle trazendo dramaticidade a toda a história. Ashley parecia envolvido na conversa e pelo que Kate pode perceber, era o tipo de rapaz que encantaria a filha de Castle. Quando deram conta já passava da meia-noite, fato que notaram somente porque Martha apareceu na sala depois de uma noitada com os amigos.

- Meu Deus! Tenho que trabalhar amanhã. Preciso ir embora.

- Por que, querida? – perguntou Martha – você pode muito bem dormir aqui, você é a namorada do meu filho e saiba que é um prazer para mim e Alexis. Pode ficar o quanto quiser.

- Obrigada, Martha, mas preciso ir. Não tenho roupas. Ashley, você quer uma carona? Posso leva-lo. Vou me lembrar disso da próxima vez – Kate sorriu para a mãe de Castle. Aproximando-se dele, Kate beliscou sorrateiramente o bumbum, trocando um olhar convidativo com ele – Castle, você não tinha um arquivo para me mostrar? – o olhar dele a princípio foi de estranheza, mas ao entender o que o semblante de Kate sugeria, captou a mensagem.

- Ah, sim. Está no escritório. Vem comigo – deixaram a sala de mãos dadas. Ao estarem enfim sozinhos, um de frente para o outro, Kate mordiscou os lábios passando vagarosamente a língua sobre eles, convidativamente – então, arquivo é codinome para amasso, detetive? Você pode me beijar na frente da minha família. 

- Não do jeito que estou pretendendo – ela puxou o pescoço dele trazendo-o contra seus lábios com um beijo intenso. A outra mão deslizou para o bumbum apertando-o enquanto colava seu corpo no dele. Sedutoramente, ela o beijava usando a língua para provoca-lo. Castle a envolveu pela cintura colocando-a sobre a mesa. Automaticamente, ela abriu as pernas para da-lo melhor acesso. O clima entre os dois esquentou, mas Kate sabia que precisava parar antes que atingisse o ponto onde não daria para voltar. Empurrando Castle com jeito, ela encostou sua testa na dele – agora podemos dormir.

- Você pode. Eu certamente precisarei de um banho gelado.

- Quer ir dormir no meu apartamento? Pelo jeito sua mãe não se importa.

- O convite é tentador, mas você ofereceu carona para Ashley e não sei se me seguro o suficiente ao seu lado para não fazer uma cena complicada. Meu controle não é bom como o seu – dando-lhe mais um beijo, Kate pediu para ele se afastar. Desceu da mesa e seguiram para a sala. Deu mais um beijo em Castle e chamou o namorado de Alexis.

- Vamos, Ashley? Boa noite, Martha, Alexis.

- Boa noite, Kate.     

O resto da semana teve dias de casos simples. Na quinta-feira à tarde, Castle deixou o distrito avisando que tinha uma reunião sobre o livro com Gina dali a meia hora. Prometeu ligar para ela mais tarde. Beckett continuou redigindo o relatório do último caso.

Kate estava na cama lendo um livro quando o celular tocou. Sorriu ao ver a foto de Castle no visor.

- Oi, Castle. Como foi sua reunião?

- Ótima! Gina e a equipe adoraram o livro. Heat Rises será um sucesso. Eles farão a diagramação e os ajustes para manda-lo para impressão. O próximo passo é definir a capa.

- Boas notícias, então. Pelo menos ganhei um spoiler. Descobri o nome do livro.

- E será somente isso, por enquanto. Estou ligando para saber se iremos aos Hamptons amanhã, está tudo certo, não? Por favor, não diga que irá furar mais uma vez.

- Hey! Da outra vez foi você que cancelou. Eu estou louca para ir, Castle. Não vejo a hora de tomar um banho de mar e aproveitar aquele lugar ao seu lado. Se surgir um caso, fugimos.

- Está falando sério? Independente do caso?

- Estou. Prometo.

- Ah, Kate Beckett... estou contando as horas para continuarmos aquela nossa aventura que iniciamos no meu escritório naquele dia...

- Aquela e quem sabe outras...

- Oh! Não provoque, Kate.

- Espere e verá, Castle. Sonha comigo hoje?

- Depois disso, não tenho dúvidas. Vejo você amanhã.

A sexta-feira fora tranquila, nada mais que relatórios para fechar os casos e arquiva-los. Por volta de quatro horas, Castle se despediu dos rapazes e deixou o distrito. Meia hora depois, Kate aparecia no loft com sua valise e pegavam a estrada para o fim de semana tão esperado.


Continua....

3 comentários:

Unknown disse...

Ri muito da conversa com a Dana, principalmente do facetime. Castle sendo Castle e implicando com a Kate hahaha
Eles agindo como um verdadeiro casal, amei!
Humm, final de semana nos hamptons são sempre bons.
Beijo, até o próximo.

cleotavares disse...

Dana, melhor cupido. Aguardando esse final de semana, que pelo visto vai ser quente....... muito quente.

"Perando" o próximo.

Silma disse...

Nem preciso comentar o quanto eu amei o capítulo! Amei a conversa da Kate e da Dana 😂😂 Dana melhor ser humano 😂😂👌🏽o melhor foi a colocação da Kate" Castle,mais um elogio para Dana e eu juro que te deixo sem sexo por uma semana" 😂😂😂😂 assim já é demais miga 😏!
Foi tão bom que tenho até medo,vai que você joga uma bomba né no próximo capítulo!