domingo, 27 de dezembro de 2015

[Stanathan] Kiss and Don´t Tell - Cap.59


Nota da Autora: E mais um capitulo da SN! Mesmo em hiatus, eu estou atrasada com algumas historias que quero contar, portanto aqui vai umas boas cenas, espero que deem risadas e tambem sintam o calor da emoção existente em alguns momentos! Divirtam-se! Não esqueci de natal e ano novo, somente não tive tempo pra escrever ainda. Enjoy! 


Cap.59

Stana ainda tinha três horas de viagem pela frente. A vantagem da diferença do fuso em LA era que conseguiria chegar em Milão ainda ao final da tarde. Entediada, deixou a mente vagar até a última aventura com Nathan no set de Castle há alguns dias atrás. O sorriso apareceu imediatamente em seu rosto. Como era difícil ficar longe dele! Relembrando a bagunça, ela não podia deixar de pensar no quanto foram irresponsáveis. Isso é o que acontece quando se deixa os hormônios e o desejo falar por você.

Com um risinho, ela decidiu que era hora de se gabar do seu feito para Dara. Pegou o telefone e escreveu a seguinte mensagem: “Uma pista de CLUE: Stana segurando o “castiçal” na sala da capitã Beckett. Não pode ficar mais quente que isso. Ou pode?” e acrescentou um smiley safado.

Sabia que na hora que a amiga visse a mensagem, telefonaria no ato. Não deu outra, Dara foi a primeira pessoa com quem Stana falou ao chegar em seu quarto de hotel. A ligação começou já em tom de repreensão.

- Sua safada! Você não tem vergonha? Como fizeram isso? Poderiam ser pegos! Preciso saber detalhes!

- Só estávamos no estúdio, a oportunidade apareceu e seu marido ajudou.

- O que? Por que Chad não me disse nada?

- Sei lá! Pergunta para ele! Enfim, mais uma fantasia realizada. Sabe, estou começando a ficar sem ideias... talvez tenha que apelar para a princesa Leia no biquíni dourado... – Stana falava somente para provocar a amiga.

- Você não ousaria...

- Por que não? Nathan gosta muito de Star Wars quem sabe não estaria interessado em um joguinho de role play... garanto que seria melhor que aqueles videogames que ele joga com garotos na internet.

- E quando eu penso que você não pode se superar, você vem com outra ideia ainda mais maluca.

- Bem, agora que já compartilhei com você, eu vou...

- Você não compartilhou nada. Só faz provocar. Desembucha logo!

- Dara, não vou contar detalhes da minha vida intima para você. O que eu posso dizer é que a explosão deixou o escritório da capitã bem bagunçado, afinal o “castiçal” foi bem eficiente, é um excelente castiçal.

- Oh, meu Deus! Vocês arrumaram tudo? Não deixaram pistas, certo? O que eu faço com você, Stana?

- Relaxa, ninguém imagina o que aconteceu ali. As paredes não falam. Agora, eu preciso dormir. Tenho trabalho cedo.

- Stana são três da tarde!

- Em Los Angeles. Em Milão, onde eu estou, são meia-noite.

- Milão? O que você está fazendo aí? Segunda lua de mel?

- Trabalho, Dara. Minha agente me obrigou a vir para um desfile de Salvatore Ferragamo e depois irei a Paris fazer umas fotos.

- Vida difícil essa sua! Nathan está com você?

- Não – e a amiga percebeu a tristeza no tom de voz – está em LA trabalhando e nem falei com ele depois que cheguei.

- Entendi. Essa é a minha deixa. Pode ligar para o seu maridinho.

- Obrigada, até a volta assim que desligou o telefone, ela mandou uma mensagem para Nathan a fim de saber se ele estava ocupado. “Está trabalhando? Já estou em Milão. Quero falar com você. XS”. Enquanto aguardava uma resposta, ela tirou a roupa de viagem, separou o pijama e suas coisas pessoais para tomar um banho. Cinco minutos depois, veio a resposta. “Irei filmar uma cena agora. Te ligo em 30 minutos.NF”. Diante da mensagem, ela optou por tomar um banho. Assim quando Nathan ligasse teria sua completa atenção.

Vinte minutos depois, Stana já estava deitada na cama com o celular sobre o peito apenas esperando a ligação dele. O telefone vibrou indicando que havia uma nova mensagem. Ela verificou o que ele escrevera: “indo para o meu camarim, ligo já”. E o celular tocou quase que em seguida. A foto e o nome do marido apareceram na tela. Automaticamente após atender, ela mudou a ligação para facetime.

- Hey, babe...

- Oi, Staninha! Como foi seu voo? Cansada?

- Um pouco. Ainda estou meio perdida devido ao fuso horário. Queria mesmo era te ver. O trabalho está puxado?

- Não ainda. Tende a ficar mais pesado nos próximos dias. Como será sua agenda aí em Milão?

- Na verdade, estarei os próximos dias acompanhando os desfiles de Salvatore Ferragamo, tenho uma festa no sábado para comemorar a nova coleção, irei visitar algumas lojas e o centro de criação e na terça viajo para Paris a fim de fazer as fotos. Na verdade, eu consegui encurtar a minha estada aqui. Se tudo correr bem volto em dez dias, no máximo.     

- Isso é uma ótima notícia. Quanto menos tempo eu ficar longe de você, melhor! Hum, percebi que está de pijama, já vai dormir Staninha?

- Pretendia, tenho que acordar cedo amanhã... alguma outra sugestão? – ela tinha um olhar malicioso, aproveitando a deixa, Nathan falou.

- Sabe, você me disse que quando estivesse aí, iria me compensar com vídeo sex... é para isso que serve o Facetime.

- Você não presta, Nate... – mas começou a despir a blusa do pijama. Meia hora depois, ela desligava o celular prometendo voltar a fazer isso outro dia.

Stana realmente tinha bastante trabalho de divulgação para fazer com a grife Ferragamo. Atendeu aos desfiles, foi a jantares, serviu de modelo para testar algumas das criações e manteve-se ocupada durante a semana de moda. Tanto que não conseguira falar com Nathan adequadamente. Trocavam várias mensagens durante o dia, porém ainda era pouco para matar as saudades como gostaria.

Ao final da primeira semana, Stana começou a realmente sentir falta de tê-lo ao seu lado. Passou todo o dia pensando nele tanto que sonhara com Nathan. No dia seguinte, ela aproveitara para dormir um pouco mais já que não tinha compromissos pela parte de manhã. Enquanto tomava seu brunch no hotel, a primeira coisa que fez foi ligar para ele. A vontade de ouvir sua voz era tanta que ela sequer lembrou da diferença de fuso.  Quando ele atendeu com uma voz sonolenta, ela não se tocou.

- Nate? Está tudo bem?

- Stana são duas da manhã – ele respondeu com um resmungo. Só então ela checou o relógio.

- Oh, babe! Sinto muito! Não tinha visto a hora. Eu só queria ouvir sua voz, estou com muita saudade. Não queria te acordar – ela ouviu outro resmungo. Definitivamente ele não estava prestando atenção – você devia dormir, acho que não tem chance da gente conversar um pouco, certo? – outro resmungo – estou indo para Paris amanhã. Fique bem. Eu te amo.

- Também, amo... sono, muito ... tchau... – um novo resmungo – boa viagem... – sorrindo, ela desligou com pena de tê-lo acordado. Em Paris, ela passou boa parte do tempo em estúdio fotografando para o catalogo da grife de Salvatore e para uma revista de moda e entretenimento de Paris. Stana esperava que tivesse alguma entrevista pela frente e realmente aconteceu.

Durante uma das noites de desfiles, uma repórter a abordou para uma entrevista sobre moda, mas ela teria que fazer ao menos uma pergunta sobre o que estava por vir em Castle. Ela concordou desde que soubesse sobre o que iam falar da série para que estivesse preparada. A repórter comentou que perguntaria sobre o rumo da oitava temporada e o porquê da separação de Castle e Beckett. Claro que Stana já imaginava esse tipo de pergunta, então alertou a entrevistadora que não poderia revelar muito. A entrevista correu bem até a última pergunta que era a mais complicada.  Antes que pudesse evitar, ela já fora surpreendida pela colocação da moça.

- Então, Castle está de volta para sua oitava temporada e podemos dizer que foi um início inesperado para os fãs. Castle e Beckett separados. Como isso foi acontecer? O que está por trás disso?

- Parece que não estamos deixando nossos fãs satisfeitos, não? Primeiro, não é uma separação, Beckett como vimos no segundo episódio descobriu que seus colegas do FBI foram mortos, Bracken seu inimigo é morto na prisão e o senso de justiça dela fala mais alto. A obsessão que tem por saber a verdade a faz investigar o caso. Para isso, ela decide sair de casa para proteger Castle. O caso é perigoso.

- Mas por que não investigar juntos como todas as outras vezes?

- Com o número de mortos envolvidos, Beckett teme pela vida de Castle, ele não é mais um civil atuando como consultor, ele é o homem que ela ama, seu marido. Não quer arriscar perde-lo.

- Quanto tempo isso vai durar? Você é produtora agora, algumas dessas decisões são suas também, correto?

- Ser produtora não é o mesmo que ser escritora. Algumas ideias são discutidas conosco, mas quem decide é Alexi e Terence. E não vamos estender muito esse período. Não posso dizer quando termina porque eu ainda não recebi os scripts. Diria para os fãs aguardarem porque logo Kate voltará para o marido.

A repórter agradeceu e encerrou a entrevista. Stana ficou aliviada, mas com um peso na consciência já que não estava nada confortável com essa situação.

O resto do período em Paris passou bem depressa. Após terminar suas fotos, Stana remarcou seu voo de volta. Não via a hora de estar em Los Angeles, mais precisamente nos braços de Nathan. Os desencontros dos últimos dias apenas fizeram sua saudade aumentar. Ela chegara em casa por volta de cinco da tarde, ele ainda estava trabalhando no estúdio. Desfez o que podia das malas e arrumou-se para recebe-lo.

Quando Nathan chegou em casa, foi recebido com uma verdadeira avalanche de beijos. Era bom tê-la em casa novamente. Agarrando-a pela cintura, ele sequer deu tempo para conversas. Puxou-a em direção ao quarto onde fizeram amor por várias vezes seguidas. Após saciarem o desejo reprimido de duas semanas, Nathan contou a Stana como estavam as coisas no estúdio, sobre o episódio que se encerraria nos próximos dois dias e apenas aguardavam sua volta para filmar o próximo.

Em um fim de semana, cinco dias depois, Nathan se encarregava do café da manhã. Preparou ovos com bacon acrescentando queijo, presunto, salsa, transformando-os em uma omelete. Enquanto esperava, Stana comia uma banana. Ele colocara o prato na frente dela e serve-a. O cheiro, ela constata, está delicioso.

- Parece bem apetitoso – disse ela ouvindo o estomago reclamar com fome. Pegando uma boa garfada, experimentou. Sim, estava bom. Ela poderia comer todo aquele prato. Na terceira colherada, porém algo aconteceu. De repente, toda a vontade de devorar os ovos desapareceu dando lugar a uma pontada na barriga. Sentiu o estomago embrulhar. Sem coragem de dizer a ele que não conseguiria comer a omelete, ela tentou engolir. Isso somente fez piorar a sensação.

Nathan logo percebeu que havia algo errado. Provou a omelete para ver se estava tão ruim como a cara dela indicava. Não, estava bem saborosa. Então, o que era?

- Stana, o que houve?

- Sinto muito – e saiu correndo para o banheiro. Colocou tudo para fora e por não ter muito no estomago, sobrou apenas o liquido misturado ao suco gástrico. Sentindo-se melhor, ela lavou a boca, o rosto e voltou para a cozinha onde encontrou-o sentado à mesa com um olhar preocupado.

- Acho que não posso mais comer ovos pela manhã. É a segunda vez que isso me acontece. Um embrulho terrível no estomago, semana passada foi a mesma coisa. Não é nada com a sua omelete, estava mesmo deliciosa. Meu estomago é que está temperamental.

- Quer tomar algum remédio? Posso fazer um chá para você.

- Não, quero café.

- Amor, você acabou de dizer que seu estomago está ruim. Nada de café.

- Mas, Nate o problema é com ovos. Tenho tomado café como sempre e nada aconteceu. Por favor, preciso do meu café – ela se aproximou dele apertando o bumbum já que não podia beija-lo para convence-lo.

- Detesto essa sua teimosia. Se passar mal, está sozinha.

- Vai ficar tudo bem... – ele entregou a caneca de café para ela.
Naquele mesmo dia mais tarde, quando Stana retornava para casa em sua bicicleta, o celular tocou. Gigi. Isso era uma surpresa. Elas haviam se falado logo depois que Stana voltara de Milão.

- Hey, sis!

- Oi, maluquinha! Tudo bem? – Gigi ria ao perguntar.

- Sim, tudo dentro da normalidade. Você sabe, trabalho, trabalho...

- É a vida, se bem que não me incomodaria de fazer viagens para a semana da moda. Você não pode reclamar.

- É verdade – Gigi começou a conversar sobre outro assunto e Stana estranhou ela não ter perguntado de Nathan, logo soube porquê.

- Tem alguém aqui interessada em saber sobre Milão. Espere um instante.

- Oi, filha! Como foi sua viagem? Como você está? Diz que arranjou um italiano, por favor!

- Oi, mãe! Nossa, percebi um certo desespero nessa última colocação.

- Eu quero netos, pode me culpar? – as duas riram. Stana contou os detalhes que sabia que a mãe queria ouvir. Falou de Paris, das lojas e recebeu elogios pelas fotos e roupas que vestira. Então, o assunto voltou para a vida pessoal.

- Filha, você não arrumou mesmo um italiano? Dizem que eles são apaixonantes! Não gosto da ideia de você estar sozinha todo esse tempo e nem comece com o tal discurso “estou bem assim”, precisa de alguém. Desde que terminou o seu relacionamento com Kris - graças a Deus! ela ouviu a mãe dizer em croata – não namorou mais ninguém. Os homens fariam fila por você, Stana.

- Você fala como se fosse aceitar qualquer um. Olha como fala do meu ex...

- Nem é assim, só quero que seja feliz contanto que não seja com o Kris.

- Mãe...

- Ah! Eu quero mesmo lhe perguntar algo. Estava assistindo sua série esses dias e vi seu companheiro de elenco, Nathan. O que aconteceu com ele? Casou-se?

- Por que pergunta, mãe? – já intrigada com a observação da mãe.

- Está na cara que ele tem alguém. Está ainda mais bonito, simpático, mais magro e tenho certeza que existe alguém, o que é uma pena, pois definitivamente poderia ser você. Não sei como você não se interessou por ele. Aposto que a culpa é do encosto que não deixava você socializar com ele.

- Desde quando você é fã do Nathan? – ela estava feliz por não ser uma ligação de facetime, porque sua mãe provavelmente veria como seu rosto estava vermelho. Mais do que isso, talvez até percebesse pelo seu tom de voz.

- Como não ser? Ele é um bom partido e digo mais, algum tempo atrás achei que vocês dois tinham se entendido. Você estava misteriosa, mas feliz. Ele definitivamente tem uma queda por você. Eu diria que ele é capaz de arrastar-se pelas ruas por você, filha. Já vi o jeito como ele olha para você e não estou falando de encenação, estou falando de sentimento – oh, Dona Rada se soubesse, pensou Stana.

- Mãe, ele é meu colega de trabalho. Co-star. Não misture as coisas.

- Ele é melhor que seu ex, somente estou lhe dando os fatos.

- Tá bom, mãe. Eu agradeço.

- Fica com Deus, filha.

- Obrigada, e mãe? Pede para a Gigi me ligar mais tarde. Estou dirigindo agora – ela desligou o telefone com uma suspeita. Será que Gigi contou algo? Por que esse súbito interesse em Nathan de Dona Rada? Felizmente, mais tarde quando a irmã telefonou, ela confirmou que o seu segredo permanecia intacto. Gigi sugeriu que o interesse em Nathan podia ser na verdade um desejo da mãe em ver Stana namorando e claramente o cunhado era uma opção. A própria Gigi já deixara isso bem evidente algumas vezes para a irmã. Disse para ela desencanar, afinal era algo positivo saber que Dona Rada aprovava o moço.

Satisfeita com o que ouvira da irmã, Stana resolveu brincar com Nathan.

- Você não vai acreditar no que ouvi hoje – ela sentou-se ao lado dele na cama - Quando estava pedalando, Gigi me ligou. Minha mãe queria falar comigo, saber da viagem.

- Ah, isso é bom. Como está Gigi? Ela deveria aparecer mais vezes por aqui. Gosto muito dela, tem o jeito maluquinho das Katics, como você e Anne.

- Ela também é sua fã. Aliás, aparentemente você tem um jeito especial para conquistar as mulheres da família Katic. A minha mãe fez questão de me perguntar sobre você, se tinha casado ou estava com alguém o que ela jurou que estava acontecendo. Não somente elogiou você por estar mais bonito e mais magro como praticamente me chamou de burra por não ser eu a mulher que está fazendo bem a você.

- Hum, essa informação é muito importante. Sua mãe é minha fã?

- Sim, ela gosta de você o que é um excelente passo já que ela é sua verdadeira sogra. Ganhou uns pontinhos, Nate – ela sorriu batendo seu ombro no dele – imagina se ela sabe que sou eu mesma a responsável por toda essa sua felicidade?

- Pelo menos agora já sabemos que fizemos bem em nos casar. Quando decidirmos contar a verdade, ela vai aceitar bem.

- Conhecendo Dona Rada, ela vai primeiro me dar um sermão. E depois vai abraça-lo feliz da vida... já posso me ver em segundo plano. E provavelmente irá cobrar um neto – ao dizer isso, ela nem se atentou para o fato de que essa possibilidade poderia estar mais próxima do que imaginava.

- Oh, Staninha... nada de ter ciúmes da minha sogra... – ele a puxou pela cintura e beijou-a levando-a para deitar no colchão com ele.

No dia seguinte, em um dos intervalos das gravações, Stana foi até a sala dos escritores pegar café. Era mais próximo de onde ela estava do que a minicopa. Após encher a caneca, ela reparou em uns macarrones sobre a mesa. Como boa formiguinha, avida por doce, ela não resistiu e pegou um. Na segunda mordida, começou a sentir a dor no estomago e o enjoo. Saiu correndo para o banheiro. Vomitara novamente. Resolveu ir ao seu camarim para escovar os dentes pois ainda tinha cenas para filmar.

Dessa vez, o enjoo deixou Stana preocupada. O que poderia estar acontecendo com ela? No caminho de volta para casa, um pequeno pensamento lhe ocorreu. Um alarme soou em sua mente. Não, isso não podia ser. Ou podia?

Nathan estava na sala jogando videogame quando ela chegou. Cumprimentou-o rapidamente e subiu para o quarto alegando que precisava de um banho. Trancou-se no banheiro e apenas de calcinha e sutiã, observou a silhueta no espelho. Ela jurava que estava vendo uma saliência em sua barriga. Oh, Deus! Não podia especular. Tinha que ter certeza.

Meticulosamente, ela começou a fazer as contas. Não queria suspeitas infundadas. Dessa vez, se estivesse diante de uma gravidez, não esconderia dele. Então, Stana lembrou-se da noite que transaram no set. Na confusão do momento e de tudo o que envolvia como a necessidade de passarem desapercebidos, ela esquecera de tomar o anticoncepcional. Definitivamente, era a hora de entrar em pânico.

- Como fui tão inconsequente? – ela falava sozinha. Recontava em sua cabeça os dias desde a loucura na sala da capitã, a matemática era clara. A possibilidade dela estar gravida existia. Stana percebeu que seu período deveria ter vindo na semana anterior, o que não acontecera. Mais um forte indicio pesando a favor da gravidez. Como da outra vez, ela sentia medo. Não sabia como dar a notícia a Nathan. Na verdade, antes de qualquer coisa, precisava confirmar se realmente estava grávida. Faltava-lhe coragem para fazer o teste de farmácia.

Sozinha no banheiro, ela pensava em como iria contar para Nathan a novidade. Como da outra vez, ela imaginava que ele ficaria bem ao saber da possibilidade, mas ela tinha medo de enfrentar o que isso poderia fazer com o futuro dos dois. Stana não acreditava que novamente um ato irresponsável de ambos poderia mudar todo o seu modo de vida. Não era o momento. Não ainda. Ela precisava digerir a ideia antes de contar a ele. Assim, optou por esperar mais um dia.

Na noite seguinte, ela tinha um evento. Antes de dormir, ela vira algumas de suas fotos que circulavam no twitter e em sites de moda e entretenimento na internet. Enquanto Nathan a elogiava por estar deslumbrante, ela jurava que apenas conseguia ver uma protuberância em seu estomago. Nada tirava da sua cabeça que era o efeito da gravidez.

Não podendo mais sofrer calada, Stana optou na noite seguinte em contar o que estava acontecendo com ela. Ele já havia notado um certo ar de preocupação estampado no rosto dela. Fez um jantar simples para os dois e tão logo terminaram o prato principal, ela foi surpreendida com a pergunta dele.

- Ok, chega de rodeios. O que está preocupando você, Staninha? E não adianta negar porque eu sei que tem algo acontecendo nessa cabecinha. Está bem evidente no seu rosto. Fale comigo – ela suspirou. Não conseguia esconder muita coisa dele por um longo intervalo de tempo.

- Tudo bem, mas podemos falar sobre isso depois da sobremesa?

Eles se serviram da sobremesa. Um bolo de chocolate com recheio de amêndoas que Stana comprara no caminho de casa. Nathan sugeriu que eles sentassem no sofá, ele claramente queria que ela relaxasse um pouco. Comeram calados. Ao terminar, ela colocou o prato sobre a mesinha de centro e se aconchegou ao peito dele como quem procura apoio e refúgio. Ele acariciou os cabelos dela dando-lhe a sensação de conforto. Beijando a testa dela, ele perguntou com a voz neutra e calma.

- Então, vai me contar agora o que está te afligindo? Você está tensa por, pelo menos, uns dois dias. Eu percebi, Stana. Não gosto quando você fica assim. Qualquer que seja o problema, podemos enfrentar juntos.

- Eu não sei bem como dizer isso – ela desviou o olhar tentando achar uma forma de começar a conversa – acho que não tem uma maneira correta. Lembra da nossa pequena aventura no set? Um mês atrás?

- Como poderia esquecer? Uma das nossas melhores. Está no top 10 com certeza!

- É, concordo e talvez nos lembremos dela por muito tempo. Naquela noite, não usamos proteção. E eu também não tomei meu remédio. Esqueci completamente por causa do calor do momento, do desejo, pura inconsequência. O fato é eu posso estar...

- Grávida? Você pode estar esperando um bebê? – ela o fitou meneando a cabeça em acordo. Ele não parecia triste ou chocado. Não, Nathan estava rindo – isso é incrível! – ele percebeu o medo no rosto dela – se for verdade, claro – tratou de remediar sua demonstração de empolgação.

- Você realmente acredita nisso? Quer isso! Eu não estou preparada. E tem o trabalho e... – Nathan pousou seu indicador nos lábios dela impedindo-a de falar.

- Hey... tudo bem. Ainda não sabemos se você está grávida. Stana, não se desespere. Se acontecer, daremos um jeito. Juntos.

- Você deve me achar estranha, uma idiota. Quando esse assunto surge, eu piro. Da última vez, escondi de você e quase coloquei tudo a perder. Não queria fazer isso de novo. Quis dividir o problema porque você merece a verdade. Não me entenda mal, eu quero filhos com você, mas não um susto, quero algo certo e planejado. Quando ambos concordarmos em ter um bebê – ela suspirou – estou com medo de fazer o teste. Estou atrasada uma semana, mas os enjoos realmente me apavoraram. Eu estou tão paranoica que quando me olho no espelho, já vejo uma ligeira barriguinha – ele começou a rir baixando a cabeça, Stana se irritou, angustiada – hey! Não ria! A situação não é engraçada, é apavorante!

- Amor, não fique estressada. Você realmente não entende muito do assunto. Você não pode estar vendo uma barriguinha por causa da gravidez. Ela geralmente só se faz notar por volta do quarto mês, especialmente quando é a primeira gravidez. Isso é coisa da sua cabeça, seu psicológico dominando. Se há uma leve protuberância, a qual não vejo, deve ser porque você comeu doces demais. Ou carboidratos.

- Desde quando você virou expert nesse assunto? – Stana perguntou surpresa.

- Desde que você mencionou a possibilidade da última vez. Tenho lido sobre o assunto, confesso.

- Você quer realmente que isso seja verdade, não?

- Estaria mentindo se dissesse que não, mas concordo com você que pode não ter sido o melhor momento.

- Meu Deus! O que vamos fazer? – ele a abraçou novamente. Tomando suas mãos nas dele, ele falou.

- Primeiro, teremos que ter certeza. Você precisa fazer o teste de farmácia ou se preferir pode ir direto com seu ginecologista e pedir o exame de sangue.

- Não vai acontecer. Já estou aterrorizada o bastante com a ideia de fazer xixi em um de pedaço de papel que dirá responder perguntas íntimas sobre quando aconteceu e quem é o pai – percebendo que as palavras saíram erradas, ela se corrigiu – desculpe! Isso soou errado. Não tenho nenhum problema com você, adoraria tê-lo como pai do meu filho. Nosso filho. Oh, droga! Eu não estou raciocinando direito.

- Tudo bem, amor. Quer que eu vá comprar o teste?

- Não, por favor. Me dá mais um dia. Quero me acostumar com a ideia – ele sorriu e apertou a mão dela - Nate? – Stana fitou os olhos azuis, eles pareciam serenos, uma calmaria para o momento de tempestade que ela experimentava.

- Diga, amor.

- Você já parou para pensar que se eu estiver grávida, nosso segredo acaba? Nosso futuro estará exposto a mídia.

- Bem, eu diria que isso irá acontecer algum dia. Teremos que lidar com os repórteres, mas não será uma ameaça ao nosso futuro, a nossa família – ele beijou-lhe o rosto – vem comigo, você está precisando relaxar, Staninha.

De mãos dadas, seguiram para o quarto. Nathan teve bastante cuidado durante o processo da massagem para deixa-la relaxada o suficiente para ter uma boa noite de sono. Deitados juntos na posição de conchinha, ele acariciava o estomago dela. Uma das mãos estava entrelaçada a de Stana. Ela se pegou pensando no quanto aquela noticia o fizera querer ainda mais um filho. Nathan estava louco para ser pai. No fundo, ela tinha que reconhecer que adoraria faze-lo feliz, adoraria dar essa alegria ao homem que ama. Sim, ela também queria um filho dele. Suspirou profundamente. Estava cansada e relaxada para se entregar ao sono. Assim que fechou os olhos, ela disse.

- Eu te amo, Nathan. Obrigada por entender... vamos fazer isso juntos, o que quer que aconteça...

- Sim, seremos nós. Também te amo, Staninha – sorrindo, ela se entregou ao mundo dos sonhos.
No dia seguinte, eles filmavam as últimas cenas do 807. Por volta das três da tarde, Alexi chamou ambos na sala dos escritores. Stana logo pensou que queria discutir algo sobre os próximos episódios, relativos a produção. Estava enganada.

- Pessoal, chamei vocês aqui porque quero combinar como faremos a última cena desse episódio – ele parou de repente para fitar Stana – hey, está tudo bem com você, Stana? Parece um pouco tensa.

- Tudo bem, só um pouco de dor de cabeça. Não se preocupe. O que tem a cena? – ótimo! A preocupação estava evidente em seu rosto. Ela se recriminou por isso.

- É, essa dor de cabeça deve estar mesmo ruim para você se esquecer de uma cena Caskett como essa, logo a rainha dos shippers. Bem, estou falando da cena na cama de Castle e Beckett. A comemoração de aniversário de casamento?

- Sim, claro. Desculpe. O que você quer discutir? – ela perguntou.

- Bem, por ser algo íntimo, decidimos filmar com apenas vocês, o diretor e dois câmeras. Queremos fazer um jogo de cena com as luzes. Dessa forma, vocês podem se sentir mais à vontade. Faremos por volta de oito da noite amanhã, ok? Durante o dia iniciamos a conversa sobre o 808, faremos alguns ajustes necessários nas cenas já filmadas anteriormente e também as primeiras tomadas.

- Por mim, tudo bem – disse Nathan.

- Sem problemas – completou Stana, mas intimamente ela sabia que era um problema. Com toda a tensão, tinha medo de não corresponder a cena como era esperado. Nathan também sabia disso e decidiu resolver o problema ainda essa noite.

Logo após o jantar, Nathan esperou até que terminassem de organizar a cozinha para executar seu plano.

- Stana, venha cá – ele a chamou para perto do sofá – você já leu a cena de amanhã? Como pretende proceder? Podemos ensaiar... – ele jogara a isca de proposito, já sabia a resposta que obteria.

- Hum, outra hora isso soaria tentador, babe. Mas estou realmente preocupada. Não estou com vontade. Minha cabeça está pensando em outras coisas e tenho medo de não estar 100% para amanhã.

- Eu sei, ou você acha que não percebi que você refez uma cena simples três vezes hoje porque não conseguia se concentrar? Eu tenho a solução para isso – ele pegou algo no bolso do seu casaco, entregou para ela – apenas faça o teste, vamos acabar logo com isso. Essa ansiedade e a incerteza estão acabando com você, Stana. E francamente, não fará bem para nós se continuarmos adiando a descoberta.

- Oh, Deus! – ela passou a mão pelos cabelos – tudo bem, você tem razão. A incerteza não está me fazendo bem. Devemos subir?

- Se você preferir... – ele se aproximou dela. Colocando sua mão nas costas dela, Nathan a guiou até o quarto. Stana olhou mais uma vez para ele buscando apoio, tornou a olhar para a caixa em suas mãos. Era a hora de saber se o futuro deles mudaria.

Sem dizer uma palavra, ela desapareceu no banheiro.

Um minuto depois, ela reapareceu segurando o dispositivo. Colocou-o na cabeceira sentando-se ao lado dele na cama.

Nathan direcionou seu rosto para fita-lo. Sorriu e lhe deu um beijo carinhoso nos lábios.

- Não se preocupe, amor. Vai ficar tudo bem – ela suspirou.

- Diz que temos que esperar cinco minutos.

- Então, esperaremos – ela apoiou a cabeça no ombro dele, Nathan a aconchegou em seu abraço. Permaneceram calados apenas suas respirações e alguns beijinhos na testa e no rosto dela foram ouvidos durante aqueles longos e angustiantes cinco minutos que mais pareciam uma eternidade.

- Está na hora. O momento da verdade – Stana fitou-o com um olhar quase de suplica – não consigo olhar. Nate, você checa.

- Tudo bem – ele pegou o dispositivo – como devo ler a resposta?

- Dois riscos, eu estou grávida. Um risco, não estou – ela olhava-o ansiosa pela resposta. Nathan não esboçava qualquer reação ao fitar o resultado a sua frente. Não conseguia decifrar o que estava se passando na mente dele – Nathan, por favor, esse suspense está me matando! – ele tornou a encara-la.

- De acordo com isso, você não está grávida. Vê aqui, apenas um risco – ela fitou o dispositivo ainda relutante.

- Qual a confiabilidade desse teste? Será que podemos dizer que é um resultado acurado? Sei lá, pode estar errado...

- Eu já imaginava que você iria se sentir relutante, cética para ser bem honesto. Por isso, comprei mais dois testes. Para a sua informação, o fabricante garante o resultado em 99%. Por via das dúvidas, faremos novamente. Tudo bem para você?

- Sim, apesar de odiar a ideia de repetir a dose. Eu prefiro ter certeza.

- Espere aqui, vou buscar as outras caixas – Nathan voltou em poucos minutos. Encontrou Stana segurando o primeiro teste, olhando para o resultado de uma maneira que ele não conseguira decifrar. Entregou as duas caixas para ela e esperou. Após quinze minutos, eles checaram ambos os resultados. Repetiram o que havia acontecido com o primeiro. Apenas um risco.

- Três testes. Acho que podemos nos convencer que você não está grávida – de repente, ao ouvir aquelas palavras, Stana desatou a chorar. Nathan a envolveu em seu corpo, fazendo-a sentar-se em seu colo e enterrar o rosto em seu ombro.

Sim, era um alívio saber que não estava realmente grávida. Porém, a ideia de não ter a possibilidade a deixou triste. Não sabia explicar ao certo porque sentia-se assim. Talvez, mesmo com o medo no fundo ela queria a experiência, queria um bebê com Nathan. Pela segunda vez, o desejo dele de ser pai fora adiado e Stana sentia que era sua culpa.

- Hey, por que você está chorando? Está aliviada?

- Sim e não. Eu não sei, claro que sinto alívio, mas dessa vez é diferente. Como se eu quisesse que fosse real e descobrir que não é acaba sendo doloroso.

- Acho que entendo o que quer dizer. Confesso que estou um pouco desapontado com o resultado.

- Sei que sim, você quer muito isso – ela segurou o rosto dele com ambas as mãos, fitava-o ternamente ainda com lágrimas escorrendo pelo próprio rosto – Nate, eu prometo a você. Teremos nossa chance real de ser pais. Quando isso acontecer, não será por um golpe de sorte ou um acidente inconsequente. Será porque nós escolhemos. Será diferente porque eu chegarei para você e pedirei para me fazer um filho. Nosso filho. Será um ato de consumação do amor verdadeiro, nosso amor – ela passou o polegar sobre os lábios dele, beijou-o – prometo também que não demorarei a fazer esse pedido para você. Nós merecemos isso.

Ele retribuiu o beijo apaixonadamente. Stana envolveu os braços ao redor do pescoço dele e baixou sua guarda completamente. A tensão desaparecera, ficara apenas o sentimento de cumplicidade que compartilharam em um momento tão difícil. Ele a deitou no colchão forçando seu peso sobre o corpo dela. Perderam-se em beijos e caricias. Relaxada, ela finalmente sorria e seus pensamentos voltaram-se para a cena do dia seguinte.

Nathan e Stana tiveram pouco tempo para conversar sobre a cena que fariam a noite. O humor e o astral de Stana melhoraram consideravelmente após a confirmação da não gravidez. Sua mente estava focada em fazer a melhor cena que pudesse para retribuir o carinho dos fãs depois de tantas outras cenas sem contato entre Castle e Beckett. Caramba! Ela também merecia uma cena decente com Nathan depois de tanto tempo.

Em sua mente, atuar essa pequena reunião entre suas personagens seria algo maravilhoso de se fazer, especialmente porque ela ainda estava mexida pelos acontecimentos e palavras da noite anterior. Por volta das oito, eles estavam no set do loft onde era o quarto de Castle. Antes de fazerem o primeiro ensaio, Alexi quis discutir a sua ideia para a cena.

Eles escutaram atentamente. Parecia muito bom. Ele queria fazer uma sequência de edição com a personagem de Stana rolando na cama, satisfeita pelo prazer que experimentara. Depois, viria o diálogo. Foi então que ela deu sua sugestão.

- Basicamente, Castle e Beckett acabaram de fazer sexo. Estão felizes por compartilhar esse momento juntos, como nos velhos tempos. Daí começam a conversar. Acho que falta algo. Um certo contato.

- Como assim, Stana?

- Não há toque. Por que após Kate rolar na cama não criamos um contato entre os dois? Seria um gesto simples e significativo. Então, eles começariam a conversar.

- Eu gosto da ideia – disse Nathan – e sobre os beijos, são três?

- Diria que dois. Mas é uma questão de trabalhar a cena, depende mais de vocês do que de mim. Vamos ver como funcionaria essa sua ideia, Stana. Pode mostrar para nós?

- Claro! – ela já estava preparada para a cena, usando a roupa de Kate, depois filmaria enrolada apenas no lençol. Nathan também. Provavelmente ficaria de roupão que tiraria somente na hora de filmar. Ela se dirigiu a cama fazendo sinal para Nathan a acompanhar. Ele sentou-se no chão no lugar determinado para a cena. Stana subiu na cama e simulou sua pequena apreciação bolando na cama. Quando estava bem próximo de Nathan, ela esticou as mãos procurando pelas dele.

Tinha razão. Tornou a cena mais íntima.

- Certo. Pode seguir com o toque, ficou bom. Querem um tempo para ensaiar?

- Sim, será melhor. Faremos primeiro a chegada de Kate no loft e depois a cena da cama, certo?

- Isso. Para a primeira cena não precisaram de ensaio, imagino. Que tal filmarmos logo?

- Por mim, tudo bem – disse Nathan e Stana anuiu com a cabeça já querendo antever o que ele podia aprontar naquele pequeno take.

- Em suas posições... atenção! Silêncio, gravando – os primeiros instantes da cena foram ótimos, a forma como Nathan a puxou para o beijo ficou perfeita. Tão boa que Stana se esqueceu que deveria pará-lo e dizer sua fala. Perdeu-se no beijo somente se separando quando ouviu o corta – Stana, esqueceu sua sequência? Vocês ainda têm diálogo. Vamos de novo – ele deu o sinal e os atores repetiram os gestos.

O beijo tornou a ser intenso, mas dessa vez ela disse suas falas. O problema ocorreu no segundo beijo. Assim que Stana envolveu o pescoço dele com os braços aprofundando o beijo, ele a abraçou de volta inclinando seu corpo como se estivessem em um filme antigo ou uma dança. Ela quebrou o beijo rindo, ou melhor, gargalhando.

- Corta! Nathan, de onde veio isso? Não faz parte da cena.

- Ah, só um pouco de improvisação. Afinal é o aniversário de casamento deles. Tem motivos de sobra para celebrar.

- Pode até ser, mas vamos manter isso de maneira simples. Nada de inclinar, Stana. São beijos, pelo amor de Deus!

- Tudo bem, desculpe – ele olhou sorrateiramente para Stana que tentava esconder o riso. Ela sabia que ele fizera de propósito somente para terem a oportunidade de repetir os beijos outra vez. Novamente em suas posições, eles iniciaram a cena ao comando do diretor. Agora fizeram exatamente como mandava o script para satisfazer o diretor. Ainda tinham a outra parte para filmar.

Satisfeito, o diretor agradeceu e deu a eles quinze minutos para a troca de roupa e mais quinze para ensaiarem a próxima cena. Ordenou que os câmeras saíssem do estúdio por essa meia hora para deixá-los mais à vontade. Vendo-se sozinhos, um sorriso malicioso apareceu no rosto de Stana. Ela despiu a roupa deixando no chão, no lugar onde estava indicado no cenário para Kate pega-las depois. Enrolada no lençol, ela se aproximou de Nathan.

Fez questão de desatar o nó do roupão que ele vestira. Ficou apenas de boxer a sua frente.

- Você precisa se enrolar no lençol. Temos que ensaiar para valer. Trazer veracidade a cena.

- Eu sei, Staninha... – ele fez o que ela pediu – como pretende fazer?

- Sei que você deveria estar sentado no chão, mas preciso que veja se o que eu estou fazendo na cama funcionará na cena. Pode observar? – ele sabia que ela estava sugerindo isso de propósito para atiça-lo. Não ia recusar.

- Claro, vá em frente! – Nathan ficou parado observando o que ela fazia. Stana girava sensualmente na cama, quase que chamando por ele. De espectador, ele não resistiu e se transformou em participante. Em um instante, ele estava ao lado dela na cama, tocando-lhe a pele, roubou-lhe um beijo.

- Acho que não é exatamente assim que a cena deve funcionar – ela riu – como me sai?

- Você foi perfeita, tanto que tive vontade de participar – ele tornou a beija-la deixando a mão escorregar e apertar-lhe um dos seios sob o lençol, ela gemeu.

- Nate... não podemos fazer isso...          

- Eu sei... – mas continuava com a mão vagando pelo corpo dela até o momento que ela o empurrou para longe ainda com um belo sorriso nos lábios.

- Vá pro chão, Nathan. Ou nem sei o que pode acontecer se nos pegam aqui – ela esperou que ele se ajeitasse em seu lugar para depois rolar na cama a procura das mãos dele. Disse seu texto, mas queria mesmo era beija-lo. O diretor voltou no exato instante em que eles se perdiam no beijo sem se preocupar com o tempo que estavam levando. Com o som de garganta sendo limpa, ela se afastou dele deixando a cabeça pender no ombro de Nathan.

- Prontos?

- Acredito que sim – disse Stana – como vai funcionar o lance das luzes?

- Vou já lhe explicar. Nathan, você se importa de deixar apenas Stana na cena para eu trabalhar os ângulos das luzes e os movimentos com ela?

- Absolutamente. Posso observar – ele sentou-se na sua cadeira de frente para a cama. Enquanto o diretor explicava para ela como deveria agir, ele se deliciava ao ver a forma sensual que Stana fazia a tal cena. Olhava como um bobo apaixonado para ela, absorvia cada movimento prazeroso que ela esboçava sobre o colchão sentindo o próprio corpo reagir a bela imagem que tinha a sua frente. Era um verdadeiro estímulo visual ao seu desejo. Ela sabia como arrasar com ele facilmente.

- Perfeito, Stana. Essa é a ideia. Podemos filmar a sequencia completa? – eles voltaram as suas posições. Por mais que quisessem estender aquele momento, sabiam que era quase impossível. Se tentassem qualquer coisa diferente, podiam pagar um preço muito alto. Afinal, o desejo estava a flor da pele. Era extremamente difícil ficar ao redor de Stana praticamente sem roupa e não sentir vontade de agarra-la com todas as forças. Mesmo assim, não fizeram a cena em um só take.

Na primeira tentativa, tudo ia muito bem. O script dizia beijo singelo. Não foi o que Stana colocou em prática. Talvez ainda movida pelo subido desejo que aflorava e por parte das memórias da noite anterior, as palavras do diálogo de Kate e Castle soaram como se fossem dela e de Nathan. Era uma cena para o diretor, para ela era um pedaço da vida real. Sua atuação era real. Stana dizia as palavras, fazia os gestos. Ficara tão envolvida pelo momento que após beija-lo pela segunda vez, ela esqueceu-se que deveria levantar-se da cama e vestir-se para a continuação da cena.

- Corta! Stana, não é para você ficar parada na cama como se o mundo tivesse acabado. Temos uma sequência.

- Desculpa. Eu me perdi no timing da cena. Teremos que fazer de novo – ela virou-se para Nathan que tinha um leve sorriso no canto dos lábios – ah, Nathan. Desculpe, o erro foi meu. Prometo que vamos acabar na próxima tomada – ele conseguia ler nas entrelinhas. Teriam nova chance de beijos.

E foi o que aconteceu. A tomada ficou realmente perfeita. Os beijos foram caprichados muito além do que o próprio Alexi imaginara ao revisar o script. O melhor de tudo era que os dois aproveitaram cada segundo de toque, sorriso e lábios em ação. Stana não tinha ideia até aquele momento do quanto sentia falta das cenas Casketts com Nathan.

- E corta! Excelente, pessoal! Acho que nossos fãs ficarão muito satisfeitos. O que acha, Stana?

- Depois de tanta secura, eles vão gostar, sim. Pena que ainda não podemos dizer que esse período negro acabou.

- Quem disse? Acho que você ainda não leu o script do 808 por completo. Quando fizer isso, podemos conversar.                 

- Se você diz... vamos para casa, Nathan? – a pergunta saíra naturalmente. Ela sequer percebeu – não vejo a hora de me esticar na cama e... – de repente entendeu o que fazia – dormir. Boa noite, pessoal.

- Até amanhã, Stana – disse Nathan sorrindo – durma com os anjos – ela sorriu de volta. Vinte minutos depois, eles estavam em casa. Cada qual chegara em seu carro.

- Foi uma boa noite de gravação não achou, babe?

- Não posso reclamar. Não pensei que você fosse fazer algo para repetir a cena. Eu não poderia. Só de olhar você rolar naquela cama já fiquei excitado. E você nem quis saber de beijo técnico, hein? Foi difícil me segurar, ainda bem que aquele lençol era grande.

- E sabe o que foi o melhor da cena? – ela se aproximou dele, as mãos acariciando o peito de Nathan – nada daquilo foi encenação. Tudo foi real para mim. Cada gesto. Era a Stana ali. Depois de tudo o que aconteceu ontem, fazer essa cena hoje foi a cereja do bolo. Amo tudo na nossa relação, especialmente o jeito como você consegue me acalmar, me entender, me amar...

- Eu também, Stana.

- Acho que podemos reprisar a cena do nosso jeito agora, não? – sem ter chance de responder, Nathan se viu já no chão da sala. Sua camisa jogada em algum lugar. Ele mesmo livrou-se da blusa que ela usava, o sutiã perdera-se sobre o sofá. Eles rolavam no chão trocando caricias e beijos apaixonados. Stana ficara por cima e ele aproveitava para acariciar a pele alva e macia, apertar-lhe os seios enquanto ela rebolava em sobre seu membro estimulando-o durante as preliminares para lá de quentes.

O desejo crescia dentro dela, o corpo se arrepiava com o toque. Nathan mordiscava seu colo, usava a língua para saboreá-la. Trocavam de posição repentinamente, cada um procurando um novo jeito de sentir e dar prazer ao outro. Eles estavam perdidos em beijos apaixonados, totalmente alheios ao resto do mundo.

Não ouviram o barulho na porta, não viram o movimento. Apenas foram surpreendidos pela voz.

- Nate, que bagunça você fez aqui. Pela hora até achei que estava trabalhando e – ele fitou a cena diante de si - Nate?

De olhos arregalados, Stana teve apenas uma reação. Gritar. Em seguida, ela escondeu-se puxando a camisa de Nathan consigo, pois estava nua. Assustado, Nathan olhou para o irmão.


- Meu Deus! O que você está fazendo aqui, Jeff?

Continua.....

8 comentários:

tatiana_greys anatomy disse...

OMG OMG OMG
Agora é o Jeff quem vai descobrir?! OMG
Eu queria que ela ficasse grávida logo e que eles revelassem que estão juntos.

Unknown disse...

Ahhhh
Meu deus

Unknown disse...

Adoro suas fics! Doida pra saber a reação do irmão do Nate...

Unknown disse...

Adorei, ah ah apanhados

Sofia disse...

Adoro esta fic, comecei a seguir à pouco tempo, mas já cheguei a este capitulo. Ansiosa pelo próximo... confesso que queria que eles revelassem logo tudo, seria tão giro :-)

Unknown disse...

Hahahaha louca para saber a continuação... e AH meu deus, achei que agora aconteceria mesmo!!!! aaaaa quero ela grávida

cleotavares disse...

Haha! Tia Rada nos representa. Amei o flagra, mais um pro clube, kkkkk. Não vejo a hora da Rada descobrir.

Iza Mendes Di Biase disse...

Estou fascinada na fic.Parbéns
Quanto a gravidez... essa não seria a terceira vez de uma gravidez frustada? Teve a que ela perdeu o bb. Aliás eles nem falam nisso.

Xero