Nota da Autora: E mais um capitulo da SN! Mesmo em hiatus, eu estou atrasada com algumas historias que quero contar, portanto aqui vai umas boas cenas, espero que deem risadas e tambem sintam o calor da emoção existente em alguns momentos! Divirtam-se! Não esqueci de natal e ano novo, somente não tive tempo pra escrever ainda. Enjoy!
Cap.59
Stana ainda tinha três horas de viagem pela
frente. A vantagem da diferença do fuso em LA era que conseguiria chegar em
Milão ainda ao final da tarde. Entediada, deixou a mente vagar até a última
aventura com Nathan no set de Castle há alguns dias atrás. O sorriso apareceu
imediatamente em seu rosto. Como era difícil ficar longe dele! Relembrando a bagunça,
ela não podia deixar de pensar no quanto foram irresponsáveis. Isso é o que
acontece quando se deixa os hormônios e o desejo falar por você.
Com um risinho, ela decidiu que era hora de se
gabar do seu feito para Dara. Pegou o telefone e escreveu a seguinte mensagem:
“Uma pista de CLUE: Stana segurando o “castiçal” na sala da capitã Beckett. Não
pode ficar mais quente que isso. Ou pode?” e acrescentou um smiley safado.
Sabia que na hora que a amiga visse a mensagem,
telefonaria no ato. Não deu outra, Dara foi a primeira pessoa com quem Stana
falou ao chegar em seu quarto de hotel. A ligação começou já em tom de
repreensão.
- Sua safada! Você não tem vergonha? Como
fizeram isso? Poderiam ser pegos! Preciso saber detalhes!
- Só estávamos no estúdio, a oportunidade
apareceu e seu marido ajudou.
- O que? Por que Chad não me disse nada?
- Sei lá! Pergunta para ele! Enfim, mais uma
fantasia realizada. Sabe, estou começando a ficar sem ideias... talvez tenha
que apelar para a princesa Leia no biquíni dourado... – Stana falava somente
para provocar a amiga.
- Você não ousaria...
- Por que não? Nathan gosta muito de Star Wars
quem sabe não estaria interessado em um joguinho de role play... garanto que
seria melhor que aqueles videogames que ele joga com garotos na internet.
- E quando eu penso que você não pode se
superar, você vem com outra ideia ainda mais maluca.
- Bem, agora que já compartilhei com você, eu
vou...
- Você não compartilhou nada. Só faz provocar.
Desembucha logo!
- Dara, não vou contar detalhes da minha vida
intima para você. O que eu posso dizer é que a explosão deixou o escritório da
capitã bem bagunçado, afinal o “castiçal” foi bem eficiente, é um excelente
castiçal.
- Oh, meu Deus! Vocês arrumaram tudo? Não deixaram
pistas, certo? O que eu faço com você, Stana?
- Relaxa, ninguém imagina o que aconteceu ali.
As paredes não falam. Agora, eu preciso dormir. Tenho trabalho cedo.
- Stana são três da tarde!
- Em Los Angeles. Em Milão, onde eu estou, são
meia-noite.
- Milão? O que você está fazendo aí? Segunda
lua de mel?
- Trabalho, Dara. Minha agente me obrigou a vir
para um desfile de Salvatore Ferragamo e depois irei a Paris fazer umas fotos.
- Vida difícil essa sua! Nathan está com você?
- Não – e a amiga percebeu a tristeza no tom de
voz – está em LA trabalhando e nem falei com ele depois que cheguei.
- Entendi. Essa é a minha deixa. Pode ligar
para o seu maridinho.
- Obrigada, até a volta assim que desligou o
telefone, ela mandou uma mensagem para Nathan a fim de saber se ele estava
ocupado. “Está trabalhando? Já estou em Milão. Quero falar com você. XS”.
Enquanto aguardava uma resposta, ela tirou a roupa de viagem, separou o pijama
e suas coisas pessoais para tomar um banho. Cinco minutos depois, veio a resposta.
“Irei filmar uma cena agora. Te ligo em 30 minutos.NF”. Diante da mensagem, ela
optou por tomar um banho. Assim quando Nathan ligasse teria sua completa
atenção.
Vinte minutos depois, Stana já estava deitada
na cama com o celular sobre o peito apenas esperando a ligação dele. O telefone
vibrou indicando que havia uma nova mensagem. Ela verificou o que ele
escrevera: “indo para o meu camarim, ligo já”. E o celular tocou quase que em
seguida. A foto e o nome do marido apareceram na tela. Automaticamente após
atender, ela mudou a ligação para facetime.
- Hey, babe...
- Oi, Staninha! Como foi seu voo? Cansada?
- Um pouco. Ainda estou meio perdida devido ao
fuso horário. Queria mesmo era te ver. O trabalho está puxado?
- Não ainda. Tende a ficar mais pesado nos
próximos dias. Como será sua agenda aí em Milão?
- Na verdade, estarei os próximos dias
acompanhando os desfiles de Salvatore Ferragamo, tenho uma festa no sábado para
comemorar a nova coleção, irei visitar algumas lojas e o centro de criação e na
terça viajo para Paris a fim de fazer as fotos. Na verdade, eu consegui
encurtar a minha estada aqui. Se tudo correr bem volto em dez dias, no máximo.
- Isso é uma ótima notícia. Quanto menos tempo
eu ficar longe de você, melhor! Hum, percebi que está de pijama, já vai dormir
Staninha?
- Pretendia, tenho que acordar cedo amanhã...
alguma outra sugestão? – ela tinha um olhar malicioso, aproveitando a deixa,
Nathan falou.
- Sabe, você me disse que quando estivesse aí,
iria me compensar com vídeo sex... é para isso que serve o Facetime.
- Você não presta, Nate... – mas começou a
despir a blusa do pijama. Meia hora depois, ela desligava o celular prometendo
voltar a fazer isso outro dia.
Stana realmente tinha bastante trabalho de
divulgação para fazer com a grife Ferragamo. Atendeu aos desfiles, foi a
jantares, serviu de modelo para testar algumas das criações e manteve-se
ocupada durante a semana de moda. Tanto que não conseguira falar com Nathan
adequadamente. Trocavam várias mensagens durante o dia, porém ainda era pouco
para matar as saudades como gostaria.
Ao final da primeira semana, Stana começou a
realmente sentir falta de tê-lo ao seu lado. Passou todo o dia pensando nele
tanto que sonhara com Nathan. No dia seguinte, ela aproveitara para dormir um
pouco mais já que não tinha compromissos pela parte de manhã. Enquanto tomava seu
brunch no hotel, a primeira coisa que fez foi ligar para ele. A vontade de
ouvir sua voz era tanta que ela sequer lembrou da diferença de fuso. Quando ele atendeu com uma voz sonolenta, ela
não se tocou.
- Nate? Está tudo bem?
- Stana são duas da manhã – ele respondeu com
um resmungo. Só então ela checou o relógio.
- Oh, babe! Sinto muito! Não tinha visto a
hora. Eu só queria ouvir sua voz, estou com muita saudade. Não queria te
acordar – ela ouviu outro resmungo. Definitivamente ele não estava prestando
atenção – você devia dormir, acho que não tem chance da gente conversar um
pouco, certo? – outro resmungo – estou indo para Paris amanhã. Fique bem. Eu te
amo.
- Também, amo... sono, muito ... tchau... – um
novo resmungo – boa viagem... – sorrindo, ela desligou com pena de tê-lo
acordado. Em Paris, ela passou boa parte do tempo em estúdio fotografando para
o catalogo da grife de Salvatore e para uma revista de moda e entretenimento de
Paris. Stana esperava que tivesse alguma entrevista pela frente e realmente
aconteceu.
Durante uma das noites de desfiles, uma
repórter a abordou para uma entrevista sobre moda, mas ela teria que fazer ao
menos uma pergunta sobre o que estava por vir em Castle. Ela concordou desde
que soubesse sobre o que iam falar da série para que estivesse preparada. A
repórter comentou que perguntaria sobre o rumo da oitava temporada e o porquê
da separação de Castle e Beckett. Claro que Stana já imaginava esse tipo de
pergunta, então alertou a entrevistadora que não poderia revelar muito. A
entrevista correu bem até a última pergunta que era a mais complicada. Antes que pudesse evitar, ela já fora
surpreendida pela colocação da moça.
- Então, Castle está de volta para sua oitava
temporada e podemos dizer que foi um início inesperado para os fãs. Castle e
Beckett separados. Como isso foi acontecer? O que está por trás disso?
- Parece que não estamos deixando nossos fãs
satisfeitos, não? Primeiro, não é uma separação, Beckett como vimos no segundo episódio
descobriu que seus colegas do FBI foram mortos, Bracken seu inimigo é morto na
prisão e o senso de justiça dela fala mais alto. A obsessão que tem por saber a
verdade a faz investigar o caso. Para isso, ela decide sair de casa para
proteger Castle. O caso é perigoso.
- Mas por que não investigar juntos como todas
as outras vezes?
- Com o número de mortos envolvidos, Beckett
teme pela vida de Castle, ele não é mais um civil atuando como consultor, ele é
o homem que ela ama, seu marido. Não quer arriscar perde-lo.
- Quanto tempo isso vai durar? Você é produtora
agora, algumas dessas decisões são suas também, correto?
- Ser produtora não é o mesmo que ser
escritora. Algumas ideias são discutidas conosco, mas quem decide é Alexi e
Terence. E não vamos estender muito esse período. Não posso dizer quando
termina porque eu ainda não recebi os scripts. Diria para os fãs aguardarem
porque logo Kate voltará para o marido.
A repórter agradeceu e encerrou a entrevista.
Stana ficou aliviada, mas com um peso na consciência já que não estava nada
confortável com essa situação.
O resto do período em Paris passou bem
depressa. Após terminar suas fotos, Stana remarcou seu voo de volta. Não via a
hora de estar em Los Angeles, mais precisamente nos braços de Nathan. Os
desencontros dos últimos dias apenas fizeram sua saudade aumentar. Ela chegara
em casa por volta de cinco da tarde, ele ainda estava trabalhando no estúdio.
Desfez o que podia das malas e arrumou-se para recebe-lo.
Quando Nathan chegou em casa, foi recebido com
uma verdadeira avalanche de beijos. Era bom tê-la em casa novamente.
Agarrando-a pela cintura, ele sequer deu tempo para conversas. Puxou-a em
direção ao quarto onde fizeram amor por várias vezes seguidas. Após saciarem o
desejo reprimido de duas semanas, Nathan contou a Stana como estavam as coisas
no estúdio, sobre o episódio que se encerraria nos próximos dois dias e apenas
aguardavam sua volta para filmar o próximo.
Em um fim de semana, cinco dias depois, Nathan
se encarregava do café da manhã. Preparou ovos com bacon acrescentando queijo,
presunto, salsa, transformando-os em uma omelete. Enquanto esperava, Stana
comia uma banana. Ele colocara o prato na frente dela e serve-a. O cheiro, ela
constata, está delicioso.
- Parece bem apetitoso – disse ela ouvindo o
estomago reclamar com fome. Pegando uma boa garfada, experimentou. Sim, estava
bom. Ela poderia comer todo aquele prato. Na terceira colherada, porém algo
aconteceu. De repente, toda a vontade de devorar os ovos desapareceu dando
lugar a uma pontada na barriga. Sentiu o estomago embrulhar. Sem coragem de
dizer a ele que não conseguiria comer a omelete, ela tentou engolir. Isso
somente fez piorar a sensação.
Nathan logo percebeu que havia algo errado.
Provou a omelete para ver se estava tão ruim como a cara dela indicava. Não,
estava bem saborosa. Então, o que era?
- Stana, o que houve?
- Sinto muito – e saiu correndo para o
banheiro. Colocou tudo para fora e por não ter muito no estomago, sobrou apenas
o liquido misturado ao suco gástrico. Sentindo-se melhor, ela lavou a boca, o
rosto e voltou para a cozinha onde encontrou-o sentado à mesa com um olhar
preocupado.
- Acho que não posso mais comer ovos pela
manhã. É a segunda vez que isso me acontece. Um embrulho terrível no estomago,
semana passada foi a mesma coisa. Não é nada com a sua omelete, estava mesmo
deliciosa. Meu estomago é que está temperamental.
- Quer tomar algum remédio? Posso fazer um chá
para você.
- Não, quero café.
- Amor, você acabou de dizer que seu estomago
está ruim. Nada de café.
- Mas, Nate o problema é com ovos. Tenho tomado
café como sempre e nada aconteceu. Por favor, preciso do meu café – ela se
aproximou dele apertando o bumbum já que não podia beija-lo para convence-lo.
- Detesto essa sua teimosia. Se passar mal,
está sozinha.
- Vai ficar tudo bem... – ele entregou a caneca
de café para ela.
Naquele mesmo dia mais tarde, quando Stana
retornava para casa em sua bicicleta, o celular tocou. Gigi. Isso era uma surpresa.
Elas haviam se falado logo depois que Stana voltara de Milão.
- Hey, sis!
- Oi, maluquinha! Tudo bem? – Gigi ria ao
perguntar.
- Sim, tudo dentro da normalidade. Você sabe,
trabalho, trabalho...
- É a vida, se bem que não me incomodaria de
fazer viagens para a semana da moda. Você não pode reclamar.
- É verdade – Gigi começou a conversar sobre
outro assunto e Stana estranhou ela não ter perguntado de Nathan, logo soube porquê.
- Tem alguém aqui interessada em saber sobre
Milão. Espere um instante.
- Oi, filha! Como foi sua viagem? Como você
está? Diz que arranjou um italiano, por favor!
- Oi, mãe! Nossa, percebi um certo desespero
nessa última colocação.
- Eu quero netos, pode me culpar? – as duas
riram. Stana contou os detalhes que sabia que a mãe queria ouvir. Falou de
Paris, das lojas e recebeu elogios pelas fotos e roupas que vestira. Então, o
assunto voltou para a vida pessoal.
- Filha, você não arrumou mesmo um italiano?
Dizem que eles são apaixonantes! Não gosto da ideia de você estar sozinha todo
esse tempo e nem comece com o tal discurso “estou bem assim”, precisa de
alguém. Desde que terminou o seu relacionamento com Kris - graças a Deus! ela
ouviu a mãe dizer em croata – não namorou mais ninguém. Os homens fariam fila
por você, Stana.
- Você fala como se fosse aceitar qualquer um.
Olha como fala do meu ex...
- Nem é assim, só quero que seja feliz contanto
que não seja com o Kris.
- Mãe...
- Ah! Eu quero mesmo lhe perguntar algo. Estava
assistindo sua série esses dias e vi seu companheiro de elenco, Nathan. O que
aconteceu com ele? Casou-se?
- Por que pergunta, mãe? – já intrigada com a
observação da mãe.
- Está na cara que ele tem alguém. Está ainda
mais bonito, simpático, mais magro e tenho certeza que existe alguém, o que é
uma pena, pois definitivamente poderia ser você. Não sei como você não se
interessou por ele. Aposto que a culpa é do encosto que não deixava você
socializar com ele.
- Desde quando você é fã do Nathan? – ela
estava feliz por não ser uma ligação de facetime, porque sua mãe provavelmente
veria como seu rosto estava vermelho. Mais do que isso, talvez até percebesse
pelo seu tom de voz.
- Como não ser? Ele é um bom partido e digo
mais, algum tempo atrás achei que vocês dois tinham se entendido. Você estava
misteriosa, mas feliz. Ele definitivamente tem uma queda por você. Eu diria que
ele é capaz de arrastar-se pelas ruas por você, filha. Já vi o jeito como ele
olha para você e não estou falando de encenação, estou falando de sentimento –
oh, Dona Rada se soubesse, pensou Stana.
- Mãe, ele é meu colega de trabalho. Co-star.
Não misture as coisas.
- Ele é melhor que seu ex, somente estou lhe
dando os fatos.
- Tá bom, mãe. Eu agradeço.
- Fica com Deus, filha.
- Obrigada, e mãe? Pede para a Gigi me ligar
mais tarde. Estou dirigindo agora – ela desligou o telefone com uma suspeita.
Será que Gigi contou algo? Por que esse súbito interesse em Nathan de Dona
Rada? Felizmente, mais tarde quando a irmã telefonou, ela confirmou que o seu
segredo permanecia intacto. Gigi sugeriu que o interesse em Nathan podia ser na
verdade um desejo da mãe em ver Stana namorando e claramente o cunhado era uma
opção. A própria Gigi já deixara isso bem evidente algumas vezes para a irmã.
Disse para ela desencanar, afinal era algo positivo saber que Dona Rada
aprovava o moço.
Satisfeita com o que ouvira da irmã, Stana
resolveu brincar com Nathan.
- Você não vai acreditar no que ouvi hoje – ela
sentou-se ao lado dele na cama - Quando estava pedalando, Gigi me ligou. Minha
mãe queria falar comigo, saber da viagem.
- Ah, isso é bom. Como está Gigi? Ela deveria
aparecer mais vezes por aqui. Gosto muito dela, tem o jeito maluquinho das
Katics, como você e Anne.
- Ela também é sua fã. Aliás, aparentemente
você tem um jeito especial para conquistar as mulheres da família Katic. A
minha mãe fez questão de me perguntar sobre você, se tinha casado ou estava com
alguém o que ela jurou que estava acontecendo. Não somente elogiou você por
estar mais bonito e mais magro como praticamente me chamou de burra por não ser
eu a mulher que está fazendo bem a você.
- Hum, essa informação é muito importante. Sua
mãe é minha fã?
- Sim, ela gosta de você o que é um excelente
passo já que ela é sua verdadeira sogra. Ganhou uns pontinhos, Nate – ela
sorriu batendo seu ombro no dele – imagina se ela sabe que sou eu mesma a
responsável por toda essa sua felicidade?
- Pelo menos agora já sabemos que fizemos bem
em nos casar. Quando decidirmos contar a verdade, ela vai aceitar bem.
- Conhecendo Dona Rada, ela vai primeiro me dar
um sermão. E depois vai abraça-lo feliz da vida... já posso me ver em segundo
plano. E provavelmente irá cobrar um neto – ao dizer isso, ela nem se atentou
para o fato de que essa possibilidade poderia estar mais próxima do que
imaginava.
- Oh, Staninha... nada de ter ciúmes da minha
sogra... – ele a puxou pela cintura e beijou-a levando-a para deitar no colchão
com ele.
No dia seguinte, em um dos intervalos das
gravações, Stana foi até a sala dos escritores pegar café. Era mais próximo de
onde ela estava do que a minicopa. Após encher a caneca, ela reparou em uns macarrones
sobre a mesa. Como boa formiguinha, avida por doce, ela não resistiu e pegou
um. Na segunda mordida, começou a sentir a dor no estomago e o enjoo. Saiu
correndo para o banheiro. Vomitara novamente. Resolveu ir ao seu camarim para
escovar os dentes pois ainda tinha cenas para filmar.
Dessa vez, o enjoo deixou Stana preocupada. O
que poderia estar acontecendo com ela? No caminho de volta para casa, um
pequeno pensamento lhe ocorreu. Um alarme soou em sua mente. Não, isso não
podia ser. Ou podia?
Nathan estava na sala jogando videogame quando
ela chegou. Cumprimentou-o rapidamente e subiu para o quarto alegando que
precisava de um banho. Trancou-se no banheiro e apenas de calcinha e sutiã,
observou a silhueta no espelho. Ela jurava que estava vendo uma saliência em
sua barriga. Oh, Deus! Não podia especular. Tinha que ter certeza.
Meticulosamente, ela começou a fazer as contas.
Não queria suspeitas infundadas. Dessa vez, se estivesse diante de uma
gravidez, não esconderia dele. Então, Stana lembrou-se da noite que transaram
no set. Na confusão do momento e de tudo o que envolvia como a necessidade de
passarem desapercebidos, ela esquecera de tomar o anticoncepcional. Definitivamente,
era a hora de entrar em pânico.
- Como fui tão inconsequente? – ela falava
sozinha. Recontava em sua cabeça os dias desde a loucura na sala da capitã, a
matemática era clara. A possibilidade dela estar gravida existia. Stana
percebeu que seu período deveria ter vindo na semana anterior, o que não
acontecera. Mais um forte indicio pesando a favor da gravidez. Como da outra
vez, ela sentia medo. Não sabia como dar a notícia a Nathan. Na verdade, antes
de qualquer coisa, precisava confirmar se realmente estava grávida. Faltava-lhe
coragem para fazer o teste de farmácia.
Sozinha no banheiro, ela pensava em como iria
contar para Nathan a novidade. Como da outra vez, ela imaginava que ele ficaria
bem ao saber da possibilidade, mas ela tinha medo de enfrentar o que isso
poderia fazer com o futuro dos dois. Stana não acreditava que novamente um ato
irresponsável de ambos poderia mudar todo o seu modo de vida. Não era o
momento. Não ainda. Ela precisava digerir a ideia antes de contar a ele. Assim,
optou por esperar mais um dia.
Na noite seguinte, ela tinha um evento. Antes
de dormir, ela vira algumas de suas fotos que circulavam no twitter e em sites
de moda e entretenimento na internet. Enquanto Nathan a elogiava por estar
deslumbrante, ela jurava que apenas conseguia ver uma protuberância em seu
estomago. Nada tirava da sua cabeça que era o efeito da gravidez.
Não podendo mais sofrer calada, Stana optou na
noite seguinte em contar o que estava acontecendo com ela. Ele já havia notado
um certo ar de preocupação estampado no rosto dela. Fez um jantar simples para
os dois e tão logo terminaram o prato principal, ela foi surpreendida com a
pergunta dele.
- Ok, chega de rodeios. O que está preocupando
você, Staninha? E não adianta negar porque eu sei que tem algo acontecendo
nessa cabecinha. Está bem evidente no seu rosto. Fale comigo – ela suspirou.
Não conseguia esconder muita coisa dele por um longo intervalo de tempo.
- Tudo bem, mas podemos falar sobre isso depois
da sobremesa?
Eles se serviram da sobremesa. Um bolo de
chocolate com recheio de amêndoas que Stana comprara no caminho de casa. Nathan
sugeriu que eles sentassem no sofá, ele claramente queria que ela relaxasse um
pouco. Comeram calados. Ao terminar, ela colocou o prato sobre a mesinha de
centro e se aconchegou ao peito dele como quem procura apoio e refúgio. Ele
acariciou os cabelos dela dando-lhe a sensação de conforto. Beijando a testa
dela, ele perguntou com a voz neutra e calma.
- Então, vai me contar agora o que está te
afligindo? Você está tensa por, pelo menos, uns dois dias. Eu percebi, Stana.
Não gosto quando você fica assim. Qualquer que seja o problema, podemos
enfrentar juntos.
- Eu não sei bem como dizer isso – ela desviou
o olhar tentando achar uma forma de começar a conversa – acho que não tem uma
maneira correta. Lembra da nossa pequena aventura no set? Um mês atrás?
- Como poderia esquecer? Uma das nossas
melhores. Está no top 10 com certeza!
- É, concordo e talvez nos lembremos dela por
muito tempo. Naquela noite, não usamos proteção. E eu também não tomei meu
remédio. Esqueci completamente por causa do calor do momento, do desejo, pura
inconsequência. O fato é eu posso estar...
- Grávida? Você pode estar esperando um bebê? –
ela o fitou meneando a cabeça em acordo. Ele não parecia triste ou chocado.
Não, Nathan estava rindo – isso é incrível! – ele percebeu o medo no rosto dela
– se for verdade, claro – tratou de remediar sua demonstração de empolgação.
- Você realmente acredita nisso? Quer isso! Eu
não estou preparada. E tem o trabalho e... – Nathan pousou seu indicador nos
lábios dela impedindo-a de falar.
- Hey... tudo bem. Ainda não sabemos se você
está grávida. Stana, não se desespere. Se acontecer, daremos um jeito. Juntos.
- Você deve me achar estranha, uma idiota. Quando
esse assunto surge, eu piro. Da última vez, escondi de você e quase coloquei
tudo a perder. Não queria fazer isso de novo. Quis dividir o problema porque
você merece a verdade. Não me entenda mal, eu quero filhos com você, mas não um
susto, quero algo certo e planejado. Quando ambos concordarmos em ter um bebê –
ela suspirou – estou com medo de fazer o teste. Estou atrasada uma semana, mas
os enjoos realmente me apavoraram. Eu estou tão paranoica que quando me olho no
espelho, já vejo uma ligeira barriguinha – ele começou a rir baixando a cabeça,
Stana se irritou, angustiada – hey! Não ria! A situação não é engraçada, é
apavorante!
- Amor, não fique estressada. Você realmente
não entende muito do assunto. Você não pode estar vendo uma barriguinha por causa
da gravidez. Ela geralmente só se faz notar por volta do quarto mês,
especialmente quando é a primeira gravidez. Isso é coisa da sua cabeça, seu
psicológico dominando. Se há uma leve protuberância, a qual não vejo, deve ser
porque você comeu doces demais. Ou carboidratos.
- Desde quando você virou expert nesse assunto?
– Stana perguntou surpresa.
- Desde que você mencionou a possibilidade da
última vez. Tenho lido sobre o assunto, confesso.
- Você quer realmente que isso seja verdade,
não?
- Estaria mentindo se dissesse que não, mas
concordo com você que pode não ter sido o melhor momento.
- Meu Deus! O que vamos fazer? – ele a abraçou
novamente. Tomando suas mãos nas dele, ele falou.
- Primeiro, teremos que ter certeza. Você
precisa fazer o teste de farmácia ou se preferir pode ir direto com seu
ginecologista e pedir o exame de sangue.
- Não vai acontecer. Já estou aterrorizada o
bastante com a ideia de fazer xixi em um de pedaço de papel que dirá responder
perguntas íntimas sobre quando aconteceu e quem é o pai – percebendo que as
palavras saíram erradas, ela se corrigiu – desculpe! Isso soou errado. Não
tenho nenhum problema com você, adoraria tê-lo como pai do meu filho. Nosso
filho. Oh, droga! Eu não estou raciocinando direito.
- Tudo bem, amor. Quer que eu vá comprar o
teste?
- Não, por favor. Me dá mais um dia. Quero me
acostumar com a ideia – ele sorriu e apertou a mão dela - Nate? – Stana fitou
os olhos azuis, eles pareciam serenos, uma calmaria para o momento de
tempestade que ela experimentava.
- Diga, amor.
- Você já parou para pensar que se eu estiver
grávida, nosso segredo acaba? Nosso futuro estará exposto a mídia.
- Bem, eu diria que isso irá acontecer algum
dia. Teremos que lidar com os repórteres, mas não será uma ameaça ao nosso
futuro, a nossa família – ele beijou-lhe o rosto – vem comigo, você está
precisando relaxar, Staninha.
De mãos dadas, seguiram para o quarto. Nathan
teve bastante cuidado durante o processo da massagem para deixa-la relaxada o
suficiente para ter uma boa noite de sono. Deitados juntos na posição de
conchinha, ele acariciava o estomago dela. Uma das mãos estava entrelaçada a de
Stana. Ela se pegou pensando no quanto aquela noticia o fizera querer ainda
mais um filho. Nathan estava louco para ser pai. No fundo, ela tinha que
reconhecer que adoraria faze-lo feliz, adoraria dar essa alegria ao homem que
ama. Sim, ela também queria um filho dele. Suspirou profundamente. Estava
cansada e relaxada para se entregar ao sono. Assim que fechou os olhos, ela
disse.
- Eu te amo, Nathan. Obrigada por entender...
vamos fazer isso juntos, o que quer que aconteça...
- Sim, seremos nós. Também te amo, Staninha –
sorrindo, ela se entregou ao mundo dos sonhos.
No dia seguinte, eles filmavam as últimas cenas
do 807. Por volta das três da tarde, Alexi chamou ambos na sala dos escritores.
Stana logo pensou que queria discutir algo sobre os próximos episódios,
relativos a produção. Estava enganada.
- Pessoal, chamei vocês aqui porque quero
combinar como faremos a última cena desse episódio – ele parou de repente para
fitar Stana – hey, está tudo bem com você, Stana? Parece um pouco tensa.
- Tudo bem, só um pouco de dor de cabeça. Não
se preocupe. O que tem a cena? – ótimo! A preocupação estava evidente em seu
rosto. Ela se recriminou por isso.
- É, essa dor de cabeça deve estar mesmo ruim
para você se esquecer de uma cena Caskett como essa, logo a rainha dos
shippers. Bem, estou falando da cena na cama de Castle e Beckett. A comemoração
de aniversário de casamento?
- Sim, claro. Desculpe. O que você quer
discutir? – ela perguntou.
- Bem, por ser algo íntimo, decidimos filmar
com apenas vocês, o diretor e dois câmeras. Queremos fazer um jogo de cena com
as luzes. Dessa forma, vocês podem se sentir mais à vontade. Faremos por volta
de oito da noite amanhã, ok? Durante o dia iniciamos a conversa sobre o 808,
faremos alguns ajustes necessários nas cenas já filmadas anteriormente e também
as primeiras tomadas.
- Por mim, tudo bem – disse Nathan.
- Sem problemas – completou Stana, mas
intimamente ela sabia que era um problema. Com toda a tensão, tinha medo de não
corresponder a cena como era esperado. Nathan também sabia disso e decidiu
resolver o problema ainda essa noite.
Logo após o jantar, Nathan esperou até que
terminassem de organizar a cozinha para executar seu plano.
- Stana, venha cá – ele a chamou para perto do
sofá – você já leu a cena de amanhã? Como pretende proceder? Podemos ensaiar...
– ele jogara a isca de proposito, já sabia a resposta que obteria.
- Hum, outra hora isso soaria tentador, babe.
Mas estou realmente preocupada. Não estou com vontade. Minha cabeça está
pensando em outras coisas e tenho medo de não estar 100% para amanhã.
- Eu sei, ou você acha que não percebi que você
refez uma cena simples três vezes hoje porque não conseguia se concentrar? Eu
tenho a solução para isso – ele pegou algo no bolso do seu casaco, entregou
para ela – apenas faça o teste, vamos acabar logo com isso. Essa ansiedade e a
incerteza estão acabando com você, Stana. E francamente, não fará bem para nós
se continuarmos adiando a descoberta.
- Oh, Deus! – ela passou a mão pelos cabelos –
tudo bem, você tem razão. A incerteza não está me fazendo bem. Devemos subir?
- Se você preferir... – ele se aproximou dela.
Colocando sua mão nas costas dela, Nathan a guiou até o quarto. Stana olhou
mais uma vez para ele buscando apoio, tornou a olhar para a caixa em suas mãos.
Era a hora de saber se o futuro deles mudaria.
Sem dizer uma palavra, ela desapareceu no
banheiro.
Um minuto depois, ela reapareceu segurando o
dispositivo. Colocou-o na cabeceira sentando-se ao lado dele na cama.
Nathan direcionou seu rosto para fita-lo.
Sorriu e lhe deu um beijo carinhoso nos lábios.
- Não se preocupe, amor. Vai ficar tudo bem –
ela suspirou.
- Diz que temos que esperar cinco minutos.
- Então, esperaremos – ela apoiou a cabeça no
ombro dele, Nathan a aconchegou em seu abraço. Permaneceram calados apenas suas
respirações e alguns beijinhos na testa e no rosto dela foram ouvidos durante
aqueles longos e angustiantes cinco minutos que mais pareciam uma eternidade.
- Está na hora. O momento da verdade – Stana
fitou-o com um olhar quase de suplica – não consigo olhar. Nate, você checa.
- Tudo bem – ele pegou o dispositivo – como
devo ler a resposta?
- Dois riscos, eu estou grávida. Um risco, não estou
– ela olhava-o ansiosa pela resposta. Nathan não esboçava qualquer reação ao
fitar o resultado a sua frente. Não conseguia decifrar o que estava se passando
na mente dele – Nathan, por favor, esse suspense está me matando! – ele tornou
a encara-la.
- De acordo com isso, você não está grávida. Vê
aqui, apenas um risco – ela fitou o dispositivo ainda relutante.
- Qual a confiabilidade desse teste? Será que
podemos dizer que é um resultado acurado? Sei lá, pode estar errado...
- Eu já imaginava que você iria se sentir
relutante, cética para ser bem honesto. Por isso, comprei mais dois testes.
Para a sua informação, o fabricante garante o resultado em 99%. Por via das
dúvidas, faremos novamente. Tudo bem para você?
- Sim, apesar de odiar a ideia de repetir a
dose. Eu prefiro ter certeza.
- Espere aqui, vou buscar as outras caixas –
Nathan voltou em poucos minutos. Encontrou Stana segurando o primeiro teste,
olhando para o resultado de uma maneira que ele não conseguira decifrar.
Entregou as duas caixas para ela e esperou. Após quinze minutos, eles checaram
ambos os resultados. Repetiram o que havia acontecido com o primeiro. Apenas um
risco.
- Três testes. Acho que podemos nos convencer
que você não está grávida – de repente, ao ouvir aquelas palavras, Stana
desatou a chorar. Nathan a envolveu em seu corpo, fazendo-a sentar-se em seu
colo e enterrar o rosto em seu ombro.
Sim, era um alívio saber que não estava
realmente grávida. Porém, a ideia de não ter a possibilidade a deixou triste.
Não sabia explicar ao certo porque sentia-se assim. Talvez, mesmo com o medo no
fundo ela queria a experiência, queria um bebê com Nathan. Pela segunda vez, o
desejo dele de ser pai fora adiado e Stana sentia que era sua culpa.
- Hey, por que você está chorando? Está
aliviada?
- Sim e não. Eu não sei, claro que sinto alívio,
mas dessa vez é diferente. Como se eu quisesse que fosse real e descobrir que
não é acaba sendo doloroso.
- Acho que entendo o que quer dizer. Confesso que
estou um pouco desapontado com o resultado.
- Sei que sim, você quer muito isso – ela
segurou o rosto dele com ambas as mãos, fitava-o ternamente ainda com lágrimas
escorrendo pelo próprio rosto – Nate, eu prometo a você. Teremos nossa chance
real de ser pais. Quando isso acontecer, não será por um golpe de sorte ou um
acidente inconsequente. Será porque nós escolhemos. Será diferente porque eu
chegarei para você e pedirei para me fazer um filho. Nosso filho. Será um ato
de consumação do amor verdadeiro, nosso amor – ela passou o polegar sobre os
lábios dele, beijou-o – prometo também que não demorarei a fazer esse pedido
para você. Nós merecemos isso.
Ele retribuiu o beijo apaixonadamente. Stana
envolveu os braços ao redor do pescoço dele e baixou sua guarda completamente.
A tensão desaparecera, ficara apenas o sentimento de cumplicidade que
compartilharam em um momento tão difícil. Ele a deitou no colchão forçando seu
peso sobre o corpo dela. Perderam-se em beijos e caricias. Relaxada, ela
finalmente sorria e seus pensamentos voltaram-se para a cena do dia seguinte.
Nathan e Stana tiveram pouco tempo para
conversar sobre a cena que fariam a noite. O humor e o astral de Stana
melhoraram consideravelmente após a confirmação da não gravidez. Sua mente estava
focada em fazer a melhor cena que pudesse para retribuir o carinho dos fãs
depois de tantas outras cenas sem contato entre Castle e Beckett. Caramba! Ela
também merecia uma cena decente com Nathan depois de tanto tempo.
Em sua mente, atuar essa pequena reunião entre
suas personagens seria algo maravilhoso de se fazer, especialmente porque ela
ainda estava mexida pelos acontecimentos e palavras da noite anterior. Por
volta das oito, eles estavam no set do loft onde era o quarto de Castle. Antes
de fazerem o primeiro ensaio, Alexi quis discutir a sua ideia para a cena.
Eles escutaram atentamente. Parecia muito bom.
Ele queria fazer uma sequência de edição com a personagem de Stana rolando na
cama, satisfeita pelo prazer que experimentara. Depois, viria o diálogo. Foi
então que ela deu sua sugestão.
- Basicamente, Castle e Beckett acabaram de
fazer sexo. Estão felizes por compartilhar esse momento juntos, como nos velhos
tempos. Daí começam a conversar. Acho que falta algo. Um certo contato.
- Como assim, Stana?
- Não há toque. Por que após Kate rolar na cama
não criamos um contato entre os dois? Seria um gesto simples e significativo.
Então, eles começariam a conversar.
- Eu gosto da ideia – disse Nathan – e sobre os
beijos, são três?
- Diria que dois. Mas é uma questão de
trabalhar a cena, depende mais de vocês do que de mim. Vamos ver como
funcionaria essa sua ideia, Stana. Pode mostrar para nós?
- Claro! – ela já estava preparada para a cena,
usando a roupa de Kate, depois filmaria enrolada apenas no lençol. Nathan
também. Provavelmente ficaria de roupão que tiraria somente na hora de filmar.
Ela se dirigiu a cama fazendo sinal para Nathan a acompanhar. Ele sentou-se no
chão no lugar determinado para a cena. Stana subiu na cama e simulou sua
pequena apreciação bolando na cama. Quando estava bem próximo de Nathan, ela
esticou as mãos procurando pelas dele.
Tinha razão. Tornou a cena mais íntima.
- Certo. Pode seguir com o toque, ficou bom.
Querem um tempo para ensaiar?
- Sim, será melhor. Faremos primeiro a chegada
de Kate no loft e depois a cena da cama, certo?
- Isso. Para a primeira cena não precisaram de
ensaio, imagino. Que tal filmarmos logo?
- Por mim, tudo bem – disse Nathan e Stana
anuiu com a cabeça já querendo antever o que ele podia aprontar naquele pequeno
take.
- Em suas posições... atenção! Silêncio,
gravando – os primeiros instantes da cena foram ótimos, a forma como Nathan a
puxou para o beijo ficou perfeita. Tão boa que Stana se esqueceu que deveria
pará-lo e dizer sua fala. Perdeu-se no beijo somente se separando quando ouviu
o corta – Stana, esqueceu sua sequência? Vocês ainda têm diálogo. Vamos de novo
– ele deu o sinal e os atores repetiram os gestos.
O beijo tornou a ser intenso, mas dessa vez ela
disse suas falas. O problema ocorreu no segundo beijo. Assim que Stana envolveu
o pescoço dele com os braços aprofundando o beijo, ele a abraçou de volta
inclinando seu corpo como se estivessem em um filme antigo ou uma dança. Ela
quebrou o beijo rindo, ou melhor, gargalhando.
- Corta! Nathan, de onde veio isso? Não faz
parte da cena.
- Ah, só um pouco de improvisação. Afinal é o
aniversário de casamento deles. Tem motivos de sobra para celebrar.
- Pode até ser, mas vamos manter isso de
maneira simples. Nada de inclinar, Stana. São beijos, pelo amor de Deus!
- Tudo bem, desculpe – ele olhou
sorrateiramente para Stana que tentava esconder o riso. Ela sabia que ele
fizera de propósito somente para terem a oportunidade de repetir os beijos
outra vez. Novamente em suas posições, eles iniciaram a cena ao comando do
diretor. Agora fizeram exatamente como mandava o script para satisfazer o
diretor. Ainda tinham a outra parte para filmar.
Satisfeito, o diretor agradeceu e deu a eles
quinze minutos para a troca de roupa e mais quinze para ensaiarem a próxima
cena. Ordenou que os câmeras saíssem do estúdio por essa meia hora para
deixá-los mais à vontade. Vendo-se sozinhos, um sorriso malicioso apareceu no
rosto de Stana. Ela despiu a roupa deixando no chão, no lugar onde estava
indicado no cenário para Kate pega-las depois. Enrolada no lençol, ela se
aproximou de Nathan.
Fez questão de desatar o nó do roupão que ele
vestira. Ficou apenas de boxer a sua frente.
- Você precisa se enrolar no lençol. Temos que
ensaiar para valer. Trazer veracidade a cena.
- Eu sei, Staninha... – ele fez o que ela pediu
– como pretende fazer?
- Sei que você deveria estar sentado no chão,
mas preciso que veja se o que eu estou fazendo na cama funcionará na cena. Pode
observar? – ele sabia que ela estava sugerindo isso de propósito para atiça-lo.
Não ia recusar.
- Claro, vá em frente! – Nathan ficou parado
observando o que ela fazia. Stana girava sensualmente na cama, quase que
chamando por ele. De espectador, ele não resistiu e se transformou em
participante. Em um instante, ele estava ao lado dela na cama, tocando-lhe a
pele, roubou-lhe um beijo.
- Acho que não é exatamente assim que a cena
deve funcionar – ela riu – como me sai?
- Você foi perfeita, tanto que tive vontade de
participar – ele tornou a beija-la deixando a mão escorregar e apertar-lhe um
dos seios sob o lençol, ela gemeu.
- Nate... não podemos fazer isso...
- Eu sei... – mas continuava com a mão vagando
pelo corpo dela até o momento que ela o empurrou para longe ainda com um belo
sorriso nos lábios.
- Vá pro chão, Nathan. Ou nem sei o que pode
acontecer se nos pegam aqui – ela esperou que ele se ajeitasse em seu lugar
para depois rolar na cama a procura das mãos dele. Disse seu texto, mas queria
mesmo era beija-lo. O diretor voltou no exato instante em que eles se perdiam
no beijo sem se preocupar com o tempo que estavam levando. Com o som de
garganta sendo limpa, ela se afastou dele deixando a cabeça pender no ombro de
Nathan.
- Prontos?
- Acredito que sim – disse Stana – como vai
funcionar o lance das luzes?
- Vou já lhe explicar. Nathan, você se importa
de deixar apenas Stana na cena para eu trabalhar os ângulos das luzes e os
movimentos com ela?
- Absolutamente. Posso observar – ele sentou-se
na sua cadeira de frente para a cama. Enquanto o diretor explicava para ela
como deveria agir, ele se deliciava ao ver a forma sensual que Stana fazia a
tal cena. Olhava como um bobo apaixonado para ela, absorvia cada movimento
prazeroso que ela esboçava sobre o colchão sentindo o próprio corpo reagir a
bela imagem que tinha a sua frente. Era um verdadeiro estímulo visual ao seu
desejo. Ela sabia como arrasar com ele facilmente.
- Perfeito, Stana. Essa é a ideia. Podemos
filmar a sequencia completa? – eles voltaram as suas posições. Por mais que quisessem
estender aquele momento, sabiam que era quase impossível. Se tentassem qualquer
coisa diferente, podiam pagar um preço muito alto. Afinal, o desejo estava a
flor da pele. Era extremamente difícil ficar ao redor de Stana praticamente sem
roupa e não sentir vontade de agarra-la com todas as forças. Mesmo assim, não
fizeram a cena em um só take.
Na primeira tentativa, tudo ia muito bem. O
script dizia beijo singelo. Não foi o que Stana colocou em prática. Talvez
ainda movida pelo subido desejo que aflorava e por parte das memórias da noite
anterior, as palavras do diálogo de Kate e Castle soaram como se fossem dela e
de Nathan. Era uma cena para o diretor, para ela era um pedaço da vida real.
Sua atuação era real. Stana dizia as palavras, fazia os gestos. Ficara tão
envolvida pelo momento que após beija-lo pela segunda vez, ela esqueceu-se que
deveria levantar-se da cama e vestir-se para a continuação da cena.
- Corta! Stana, não é para você ficar parada na
cama como se o mundo tivesse acabado. Temos uma sequência.
- Desculpa. Eu me perdi no timing da cena.
Teremos que fazer de novo – ela virou-se para Nathan que tinha um leve sorriso
no canto dos lábios – ah, Nathan. Desculpe, o erro foi meu. Prometo que vamos
acabar na próxima tomada – ele conseguia ler nas entrelinhas. Teriam nova
chance de beijos.
E foi o que aconteceu. A tomada ficou realmente
perfeita. Os beijos foram caprichados muito além do que o próprio Alexi
imaginara ao revisar o script. O melhor de tudo era que os dois aproveitaram
cada segundo de toque, sorriso e lábios em ação. Stana não tinha ideia até
aquele momento do quanto sentia falta das cenas Casketts com Nathan.
- E corta! Excelente, pessoal! Acho que nossos
fãs ficarão muito satisfeitos. O que acha, Stana?
- Depois de tanta secura, eles vão gostar, sim.
Pena que ainda não podemos dizer que esse período negro acabou.
- Quem disse? Acho que você ainda não leu o
script do 808 por completo. Quando fizer isso, podemos conversar.
- Se você diz... vamos para casa, Nathan? – a
pergunta saíra naturalmente. Ela sequer percebeu – não vejo a hora de me
esticar na cama e... – de repente entendeu o que fazia – dormir. Boa noite,
pessoal.
- Até amanhã, Stana – disse Nathan sorrindo –
durma com os anjos – ela sorriu de volta. Vinte minutos depois, eles estavam em
casa. Cada qual chegara em seu carro.
- Foi uma boa noite de gravação não achou,
babe?
- Não posso reclamar. Não pensei que você fosse
fazer algo para repetir a cena. Eu não poderia. Só de olhar você rolar naquela
cama já fiquei excitado. E você nem quis saber de beijo técnico, hein? Foi
difícil me segurar, ainda bem que aquele lençol era grande.
- E sabe o que foi o melhor da cena? – ela se
aproximou dele, as mãos acariciando o peito de Nathan – nada daquilo foi encenação.
Tudo foi real para mim. Cada gesto. Era a Stana ali. Depois de tudo o que
aconteceu ontem, fazer essa cena hoje foi a cereja do bolo. Amo tudo na nossa
relação, especialmente o jeito como você consegue me acalmar, me entender, me
amar...
- Eu também, Stana.
- Acho que podemos reprisar a cena do nosso
jeito agora, não? – sem ter chance de responder, Nathan se viu já no chão da
sala. Sua camisa jogada em algum lugar. Ele mesmo livrou-se da blusa que ela
usava, o sutiã perdera-se sobre o sofá. Eles rolavam no chão trocando caricias
e beijos apaixonados. Stana ficara por cima e ele aproveitava para acariciar a
pele alva e macia, apertar-lhe os seios enquanto ela rebolava em sobre seu
membro estimulando-o durante as preliminares para lá de quentes.
O desejo crescia dentro dela, o corpo se
arrepiava com o toque. Nathan mordiscava seu colo, usava a língua para
saboreá-la. Trocavam de posição repentinamente, cada um procurando um novo
jeito de sentir e dar prazer ao outro. Eles estavam perdidos em beijos apaixonados,
totalmente alheios ao resto do mundo.
Não ouviram o barulho na porta, não viram o
movimento. Apenas foram surpreendidos pela voz.
- Nate, que bagunça você fez aqui. Pela hora
até achei que estava trabalhando e – ele fitou a cena diante de si - Nate?
De olhos arregalados, Stana teve apenas uma
reação. Gritar. Em seguida, ela escondeu-se puxando a camisa de Nathan consigo,
pois estava nua. Assustado, Nathan olhou para o irmão.
- Meu Deus! O que você está fazendo aqui, Jeff?
Continua.....
8 comentários:
OMG OMG OMG
Agora é o Jeff quem vai descobrir?! OMG
Eu queria que ela ficasse grávida logo e que eles revelassem que estão juntos.
Ahhhh
Meu deus
Adoro suas fics! Doida pra saber a reação do irmão do Nate...
Adorei, ah ah apanhados
Adoro esta fic, comecei a seguir à pouco tempo, mas já cheguei a este capitulo. Ansiosa pelo próximo... confesso que queria que eles revelassem logo tudo, seria tão giro :-)
Hahahaha louca para saber a continuação... e AH meu deus, achei que agora aconteceria mesmo!!!! aaaaa quero ela grávida
Haha! Tia Rada nos representa. Amei o flagra, mais um pro clube, kkkkk. Não vejo a hora da Rada descobrir.
Estou fascinada na fic.Parbéns
Quanto a gravidez... essa não seria a terceira vez de uma gravidez frustada? Teve a que ela perdeu o bb. Aliás eles nem falam nisso.
Xero
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