terça-feira, 4 de julho de 2017

[Castle Fic] A (Im)Perfect Love Story - Cap.20


Nota da Autora: Faz tempo que quero comentar alguns pontos da S9 com as minhas leitoras. A medida que a historia avança, eu sempre acredito que preciso dar uma pausa e esclarecer algumas coisas. A S9 de Castle é uma homenagem a serie original e uma tentativa de dar um final digno ao seriado que amamos. Porém, a fic é também uma historia inédita. Quando decidi fazer a S9 tinha em mente recriar a cena do loft, a reafirmação do amor Caskett, a primeira gravidez, os gêmeos… tudo isso sem perder o que adoramos na serie ou seja, casos, comedias e apimentar as cenas. É claro que uma das minhas característica como escritora é criar personagens originais. Dessa vez não foi diferente e a exemplo das minhas outras historias, esses personagens criam vida própria o que aconteceu com Paul e Joh. Amém a isso! 
Outro fato importante: eu não amava tudo em Castle e como escritora posso mudar o destino de situações e personagens. Por isso a Alexis foi para Londres, a Lanie para LA, quase não falo de Espo e muito provavelmente mudarei o nome dos gêmeos. Enfim, vamos ao capitulo que tem muito do casal Greys Anatomy (tem alguem que vai amar - lalala Mada!) e um acontecimento bem bacana que discuti com a Lee para chegar a melhor ideia (curiosa?). Divirtam-se! 
E espero que continuem acompanhando a fic… 



Cap.20 


Johanna e Paul viajaram para Los Angeles na quinta. Ela deixara a filha novamente com a vizinha. Estava feliz por finalmente poder usufruir de um tempo maior na companhia do namorado. O congresso em si fora bastante proveitoso, contudo nada se comparava ao fato de estar 24 horas na companhia de Paul. 
A princípio, Paul estranhou. Claro que estava ansioso para passar mais tempo com a namorada, porém como ele não era dado a tantas demonstrações explícitas de carinho em público, sua reação foi de constrangimento. O motivo? Johanna não conseguia estar ao lado dele e não fazer um carinho, roubar um beijo. Era parte de sua natureza por ser uma pessoa extremamente afetiva. Mesmo durante as palestras do congresso, ela não conseguia ficar longe do corpo dele, tinha que manter a conexão seja por um entrelaçar de dedos ou por um toque carinhoso do polegar no joelho de Paul, eram pequenos gestos. 
Ao final do primeiro dia quando deixavam o local da conferência, ela sugeriu passearem pela praia de Santa Monica que ficava bem perto. Podiam caminhar até lá. No mesmo instante que Paul aceitou, ela colou seu corpo ao dele e sorveu seus lábios com vontade pouco se importando com quem estava olhando. Paul quebrou o beijo e saiu puxando-a para um lugar mais reservado, o que Johanna assumiu ser motivo de continuar o amasso. Porém, Paul a questionou. 
— O que você está fazendo? 
— O que parece? Estou beijando meu namorado - ela ia avançar em seus lábios outra vez quando o médico a segurou - o que foi? 
— Ainda pergunta? Estamos em público. Você não pode me agarrar assim. O que vão pensar de nós? 
— Que somos um casal apaixonado? Ah, Paul… você está com vergonha! - bastou ela falar para o médico ficar vermelho - não tem nada de mais, amor. Somos um casal, podemos demonstrar afeto um pelo outro. 
— Não no meio da rua com todo mundo olhando ou… ou… como você fez durante as palestras. 
— O que? Não posso segurar sua mão? 
— Você estava me provocando tocando minha coxa! 
— Eu estava fazendo um carinho, se sua mente é pervertida o bastante para pensar em sexo, não jogue a culpa em mim. Poxa, Paul! Eu gosto de carinho, deixa de ser travado. Ninguém irá recrimina-lo por isso. Demonstração de afeto faz bem. Eu gosto de dar e receber carinho, todo mundo gosta. 
— Eu também gosto, mas não no meio da rua. 
— Não é como se estivéssemos fazendo sexo explícito! Larga de ser careta! Nem parece o mesmo cara que me agarrou no estacionamento e no conforto. 
— Estávamos sozinhos, Joh! 
— Então você tem medo de gente? Ou é do que eles vão pensar, que você é um tarado que não se contém? Oh, Deus! Você tem vergonha de mim? 
— Não é nada disso. Joh, eu não quero brigar. É a nossa primeira noite aqui, nossa primeira viagem juntos. 
— Se não quer brigar deixe de ser chato e aceite meus carinhos. Onde já se viu? É isso ou esquece qualquer chance de se divertir hoje e pelos próximos dias. Melhor, vou providenciar um quarto para mim - ela fez de propósito, claro que não ia fazer nada daquilo. Resolveu ameaça-lo para ver uma reação positiva da parte dele - relacionamentos não se limitam a quatro paredes, Paul - ela deu a entender que ia se afastar dele. Automaticamente, ele deduziu que Johanna estava com raiva. Droga! Ele não queria passar quatro dias brigado com ela muito menos longe da sua companhia. Eles vieram ali com o propósito de se divertir. Ao vê-la se afastar rumo ao calçadão da praia, sabia que tinha que tomar uma atitude ou arruinaria o fim de semana e o relacionamento. Apressou o passo para alcança-la. Johanna andava depressa, quase correndo, portanto Paul decidiu correr e puxa-la em sua direção. Ficaram frente a frente. 
— O que você quer? - perguntou rispidamente, tudo encenação. 
— Joh, desculpa. Não fica assim. Prometemos um ao outro que iríamos curtir o fim de semana, não quero brigar. 
— Foi você que começou - ela retrucou. 
— E-eu… só… desculpa, eu não estou acostumado. Esse seu jeito carinhoso, de querer abraçar, beijar. É novo para mim. Eu já estive em vários relacionamentos, mas a maioria foi passageiro e eu não sei, agora que você falou, finalmente eu compreenda porque não duravam. Não quero que isso se repita. Não quero cometer o mesmo erro com você - ele acariciou o rosto dela - só terá que ter um pouco mais de paciência. Eu sou louco por você, Joh. Eu prometo que tentarei me adaptar. Será que pode esquecer aquela ideia idiota de mudar de quarto? - ela riu - vamos passear no calçadão? 
— Vai me deixar segurar sua mão e abraça-lo? - ele suspirou. 
— Vá em frente - sorrindo, ela envolveu seu braço na cintura dele e seguiram caminhando. 
No pier, contemplaram o pôr-do-sol juntos. Obviamente não estavam sozinhos. Havia vários casais, famílias, jovens e crianças perambulando pelo lugar. Johanna não deixaria a oportunidade passar, mesmo porque não se tratava apenas de provar um ponto. Eles estava ali, diante de um cenário incrível. Tudo o que desejava era beijar seu namorado. 
— Paul… 
— Hum… 
— Me beija. Por favor… - ele olhou para o ambiente ao seu redor. Estava cheio de gente. Ela estava testando, vendo se ele era realmente capaz de cumprir sua promessa. Paul, ainda receoso, envolveu-a em seus braços. Aproximou seus lábios dos dela e Johanna se entregou ao momento de carícias. Foi um beijo singelo. Propositadamente, ela intensificou o contato usando a lingua para atiça-lo e aprofundar o beijo. Ao se afastarem, ele a fitou. 
— Nem doeu, não? - ela sorria. O brilho no olhar dizia tudo - acho que alguém vai se dar bem depois do jantar… vamos para o hotel, amor? 
— Tem certeza que quer jantar? 
— Sempre podemos pedir serviço de quarto… - ela gargalhou. 
Durante o segundo dia de congresso, ela continuou com as mesmas demonstrações de carinho. Em um dos intervalos, enquanto tomavam café e comiam alguns biscoitos e sanduíches, Paul foi surpreendido pela namorada outra vez. Ele estava conversando com um médico de Chicago quando ela se aproximou. Ele tinha um donut na mão. Johanna não pensou duas vezes, ficou ao lado dele e perguntou despreocupada. 
— Vai comer esse doce? - não esperou resposta, mordeu a rosquinha que estava na mão de Paul. Ao faze-lo, o recheio escorreu caindo um pouco na costa da mão dele. Ela apenas usou o indicador para pegar o doce e leva-lo a boca lambendo o próprio dedo - hum, isso está muito bom - O namorado olhava para ela atônito. Johanna sorriu, aliás a reação do outro médico também foi a mesma após vê-la encostar o corpo no de Paul beijando-lhe o ombro. 
— A quanto tempo estão casados? - Paul ficou vermelho diante da pergunta. Johanna prontamente respondeu.  
— Não somos casados, apenas namorados.  
— Ah, claro. Isso explica a sua reação, Dr. Gray. Não está acostumado com situações assim em público, certo? Não se preocupe, aqui a maioria é casado ou se relaciona de alguma forma, entende? Relaxe… vou dar uma certa privacidade a vocês. Conversamos depois - ele esperou o médico se afastar. 
— Joh… por que? 
— Eu queria o doce. Tem sorte de eu não ter lambido sua mão. Era o que eu queria fazer. Vamos, a próxima palestra vai começar. Falta apenas duas e estaremos livres para curtir Los Angeles sozinhos - ela saiu puxando-o para o auditório. 
Nos dois dias que se seguiram, Johanna aproveitou para curtir a cidade com o namorado. Fizeram passeios de turista. Visitaram o teatro chinês, o observatório, estúdios e jantaram em restaurantes maravilhosos. Nem precisava dizer que as noites eram muito bem aproveitadas. No domingo de manhã, eles inventaram de correr na praia. Johanna acabou por perceber que fora uma péssima ideia. Não que ela não tivesse condições físicas para acompanhar Paul, faltavam-lhe condições psicológicas. Não conseguia se concentrar no ritmo da corrida com aquele homem sem camisa, suado ao seu lado. Os músculos, a pele, as gotas de suor, tudo desviava sua atenção e a fazia deseja-lo. Podia sentir a umidade se formar em seu centro, o sangue pulsando despertava o desejo em suas veias. Não conseguindo mais continuar, ela parou de correr e baixou a cabeça. 
Temendo que ele tivesse exagerado no ritmo e deixado-a sem fôlego, Paul parou e se aproximou dela um pouco preocupado. 
— Joh? Está tudo bem? Perdeu o fôlego? Talvez fosse melhor se sentar - ele a segurou pelo cotovelo e a colocou sentada em um dos bancos ao longo do calçadão. Em seguida, se posicionou de frente para ela - hey… olhe para mim… está com queda de pressão? - mas ao vê-la olhar para ele, Paul entendeu. 
— Deus! Eu não consigo… você é… tentação demais - ela passou a mão pelo peito dele,  a outra mão puxou-o pela bermuda para proximo dela. Encostou os lábios na pele suada. 
— Joh, não faz isso… 
— É mais forte que eu… quero você… 
— Nós estamos no meio da calçada, Joh. Controle-se. 
— Não posso. Vamos para o mar - ela apertou as bolas dele sobre a bermuda. Paul gemeu. 
— É atentado ao pu-pudor… 
— Eu não ligo - felizmente, Paul teve controle e bom senso suficiente para arrasta-la consigo de volta para o hotel. No instante que se viram sozinhos no elevador, ela avançou sobre ele. Devorou seus lábios e deixou a mão vagar pelo corpo suado do namorado. A lingua experimentava o contraste de suor e perfume da pele. Isso servia apenas para atiça-la ainda mais. A porta do elevador se abriu e Paul a puxava com pressa de estar no quarto. Assim que a porta fechou-se atrás deles, Johanna tornou a avançar nele como fizera no elevador. Dessa vez, porém, por mais excitado que estivesse, ele tinha que perguntar. 
— O que deu em você? 
— Sabe quanto eu fantasiei em agarra-lo assim? Suado, após uma corrida? Fazer amor com você exatamente assim? - ela puxou a bermuda dele de uma vez. O corpo esguio destacava-se. Os músculos e a pele morena eram um convite a mais. E claro, o membro armado e pronto para ela. Deixou a lingua passear no peito dele. Os dentes roçavam a pele deixando marcas. Uma das mãos segurava o membro de Paul. Os lábios tornaram a se encontrar e quando isso aconteceu, ele finalmente perdeu o controle. Ergueu-a consigo pressionando contra a parede da porta. devorava-lhe os lábios, o pescoço, o meio dos seios. Puxou o top que ela usava com força e cravou os dentes na pele do seio sugando um dos mamilos. 
Por alguns instantes, deixou as pernas dela deslizarem até o chão apenas para rasgar-lhe os shorts. Não havia gentileza no ato. Era puro sexo, tesão e prazer. Foi exatamente assim que ele a possuiu e Johanna agradeceu pelo jeito brusco e o orgasmo explosivo provocado por aquele momento. 
Ofegantes ainda de pé, ele enterrou o rosto no pescoço dela. Podia sentir a respiração pesada de Johanna em seu peito. As mãos dela agarradas a sua cintura. Ele ajeitou os cabelos de Johanna forçando-a a encontrar seu olhar. 
— O que foi isso, Joh? E-eu não sei o que aconteceu… te machuquei? 
— Não, claro que não! Foi… perfeito. Como imaginei. 
— Por que você não me contou sobre isso? Sobre a sua fantasia? 
— Se contasse não teria o mesmo impacto. Você poderia programa-la e… não, tinha que acontecer espontaneamente. Nossa… - ela escorou a cabeça na porta fechando os olhos - foi melhor do que eu imaginei, nem nos meus sonhos… 
— Você sonhava com isso? Comigo? - ela balançou a cabeça afirmando. 
— Bem antes de ficarmos juntos. Eu imaginava você correndo, seus músculos, o suor… - ela gemeu. 
— Isso é louco demais… - ele acariciava sua bochecha forçando-a a continuar olhando para ele. 
— Sou louca por você, Paul… - ela passava a mão no peito dele, percebeu uma marca - acho que deixei uma pequena lembrança minha em seu peito. Um chupão - ela riu - Paul? 
— Hum… - ele cheirava os cabelos dela. 
— Que tal um banho naquela jacuzzi? 
— Por acaso é outra fantasia sua, Joh? 
— Não - ela segurou o membro dele, pegando-o de surpresa e fazendo-o suspirar - eu apenas quero fazer amor com você - saiu puxando-o pela mão. Outra vez, eles se amaram e não poderiam ter terminado o fim de semana de maneira melhor. No aeroporto, quando estavam prestes a embarcar, ele comentou. 
— Vai ser difícil me acostumar a dormir sozinho depois desses dias, ficar longe de você. 
— Eu sei… prometo que vamos tentar fazer isso mais vezes. 
— Joh, obrigado pela paciência ao lidar com esse meu jeito estranho, travado como você diz. 
— Não tem que agradecer, amor. Você vai pegar o jeito. E Paul? Eu faço porque eu te amo - ela sorriu. Não resistindo, ela tascou um beijo nele. Ao se afastarem, ele balançou a cabeça rindo. 
— Também amo você, sua maluca! - de mãos dadas caminharam para o portão de embarque. 

XXXXXXX

Em Nova York, outro casal aproveitou o fim de semana de maneira bem diferente. Após Beckett concluir as ultimas anotações no livro de Lily, Castle a convenceu a ir as compras com ele usando uma lista de coisas que ainda faltavam no enxoval. Ou melhor, Beckett milagrosamente se deixou ser convencida. 
De mãos dadas, eles passeavam pelas lojas a procura do que faltava e de uns mimos a mais para Lily. Claro que em se tratando de Castle, havia sempre o exagero.  
— Meu Deus! Aqui tem mais dez onesies. Lily não precisa de tanta roupa. A cômoda está cheia. Bebês crescem rápido.  
— Exatamente por isso que precisam ter muitas. Confie em mim. Eu sei como funciona - Beckett não quis discutir, a verdade era que se tivesse que fazer uma seleção não saberia o que escolher. Todos eram lindos. Andando pelos corredores da loja, Beckett se deparou com uma preciosidade. Os olhos brilharam. Castle ia amar isso. A sua frente estava um body da mulher maravilha. Checou os tamanhos. Tinha para 3,6,12 e 24 meses. Ela pegou o de seis meses.  
— Castle? Vem aqui.  
— Onde?  
— Corredor 7 - quando ele apareceu, ela mostrava a roupinha com um imenso sorriso nos lábios - então? Lily vai ficar linda de mulher maravilha, não?  
— Isso é perfeito! Eu sabia que não era o único empolgado. Olha para você, mamãe... - ele se aproximou beijando seus lábios.  
— Nossa garotinha tem que puxar aos pais, ambos gostamos de aventura e justiça. É assim que ela será criada. Como minha mãe me criou. Lily poderá escolher viver o que quiser.  
— Sim, ela tem o melhor exemplo a sua frente - ela o viu pegar vários bodies iguais na prateleira - precisamos de todos os tamanhos - Beckett gargalhou.  
— Vamos, babe. Dessa vez não vou discordar.  
Alguns dias depois, a rotina do trabalho estava agitada. Os rapazes tinham três casos em aberto, Castle os ajudava enquanto Beckett fazia o possível para lidar com as nuances do sétimo mês de gravidez e suas obrigações como capitã. À medida que Beckett ficava inquieta ou agitada pelo trabalho, seu comportamento refletia em Lily que se mexia e ficava chutando a barriga da mãe. Beckett, no início, achava estranho, porém logo se acostumou ao ritmo da menina e passou a apreciar os instantes em que isso acontecia. Uma das experiências mais interessantes foi a de interrogar um suspeito.  
Beckett entrou na sala a pedido de Ryan para dividir o momento com ele visto que o suspeito era russo e de vez em quando, soltava frases, o que Ryan entendia serem xingamentos em sua língua nativa. Sabendo que a capitã conhecia um pouco do idioma, achou seguro colocá-la na sala e quem sabe não descobririam algo mais sobre o suspeito e o crime?  
Ao entrar na sala de interrogatório, o suspeito riu debochado ao se deparar com a barriga de Beckett. Ryan os apresentou.  
— Ivanov, essa é a capitã Beckett. Ela irá acompanhar seu depoimento. Sugiro que repense bem o que vai dizer, se cooperar conosco talvez possamos fazer um acordo. Ela tem linha direta com o juiz e o promotor. Devo alerta-lo que a capitã é muito boa em arrancar a verdade de criminosos - o sujeito olhou debochado para Beckett. Murmurou algo em russo que ela entendeu como "eu deveria me intimidar com uma mulher prenha?!". Claro que não comentou nada porque queria deixar o mistério no ar.  
— Então, Ivanov. Quer nos contar o que vocês e seus companheiros andaram fazendo com Jennifer? - perguntou Beckett.  
— Nada. Vocês pegaram o cara errado.  
— Será? Porque os exames de corpo delito mostram o contrário. Encontramos o seu DNA por todo o corpo dela.  
— O que? Um cara não pode se divertir com uma garota e depois se mandar? Ela estava viva quando eu saí.  
— Tem certeza? - Ryan questionou e Ivanov deu de ombros e disse em russo "ela era muito gostosa, mas era uma puta. Gritava demais." - estou esperando... nada? - Ryan puxou um outro documento da pasta e uma foto - sabe o que é isso? A foto da arma que matou Jennifer e a cápsula da bala. Sabe onde encontramos? No seu apartamento. Ainda quer permanecer calado ou vai me contar que esse cartucho surgiu magicamente na sua casa? - o suspeito olhou para Ryan, depois para Beckett que levou a mão na barriga devido ao chute que recebeu da filha. Fez uma careta.  
— Não vai responder? Tem certeza? - Beckett insistiu. Ivanov falou em russo, resmungando "se você pensa que vou admitir que matei essa mulher para uma grávida idiota, melhor desistir. Vá cuidar de suas mamadeiras, vaca imbecil. Aposto que não sabe o que é uma boa transa em muito tempo, eu a pegaria de jeito para foder bem forte." Beckett sorriu. Olhou para Ryan e falou. 
— Acho que não vou precisar conversar com o promotor afinal - ela apoiou as mãos na mesa olhando diretamente para o russo dizendo em sua língua "Ele fez a burrice de confessar. Está gravado. Quem é o idiota agora?!" - sorriu.  
— Ryan, leve o depoimento gravado para o promotor do caso e pode ficha-lo, ele acabou de confessar em russo.  
— Sua vaca! Você me enganou!  
— Veja como fala, Ivanov. Eu sou a autoridade aqui - Beckett levantou a voz, as duas mãos sobre a mesa encarando-o - ninguém o enganou, sabe qual o seu problema? Você fala demais. Se não ficasse reclamando e xingando em russo, talvez não fosse para a cadeia agora e Ryan, por favor, acrescente desacato a autoridade, assédio sexual e intenção de estupro na lista de condenações. Está tudo registrado - então Beckett virou-se apontando o dedo para a cara dele - da próxima vez que pensar em xingar ou ofender uma grávida, lembre-se da sua mãe. Ela deve se perguntar porque o sofrimento não acabou com a gravidez. Belo exemplo de filho voce é - sorriu com desdém, fechou os olhos e deixou escapar - droga, Lily! Isso dói... estarei na minha sala - Castle veio correndo encontrá-la.  
— Aquilo foi incrível! Ele não esperava que você entendesse russo. O que ele disse a você para te desacatar?  
— Não vem ao caso, nada bom - ele olhava para a esposa como quem diz "não vou sossegar até me dizer" - ele me ofendeu como grávida, mulher, me chamou de vaca e disse que faria sexo comigo, satisfeito?  
— Filho da mãe! Como ele ousa falar assim com você? - ele viu a careta de Beckett - o que foi? Está com dor?  
— Lily está agitada. Chutando muito. Está sendo uma semana bem movimentada.  
— Ela está orgulhosa da mamãe, eu também. Quer um chá?  
— Sim, eu gostaria - Beckett sentou na cadeira. Logo Castle retornou com a caneca de chá - vocês avançaram no outro caso?  
— Acho que encontramos um cúmplice, Espo está verificando.   
— Bom - o celular vibrava sobre a mesa - É Gates, preciso atender. Vamos juntos para casa - ele inclinou-se e beijou o topo da cabeça da esposa. Saiu.  
Mais tarde, deixaram o distrito rumo ao loft. Uma nova experiência se aproximava. 
O trânsito estava infernal. Assim que entraram em casa, Beckett anunciou que ia tomar banho. Castle ficou zanzando no escritório. Fazia algumas anotações sobre umas ideias que tivera naquele dia ao ajudar os rapazes. Acabou sentando-se de frente para o notebook e começou a jogar. Ele estava muito concentrado atirando em seus inimigos quando Beckett apareceu ao seu lado.  
— Castle? Estou com fome.  
— Certo, o que quer comer? - perguntou sem desviar sua atenção da tela.  
— Kebab.  
— Humhum... quer ligar para o delivery?  
— Castle, eu disse kebab. Não entregam. Estou com muita vontade, a-acho que é desejo.  
— Claro que sim. Ligue - ele dava os comandos no teclado com força, a língua de fora no canto da boca. Beckett bufou.  
— Você ao menos me ouviu? Castle! - elevou a voz. 
— Ouvi, você está com muita fome. Quer kebab. Ligue, Beckett - chateada, ela resolveu tomar uma medida drástica. Avançou e apertou o botão do notebook para desliga-lo - hey! O que foi isso? Eu estava jogando - disse o escritor finalmente olhando para ela. Então ele notou uma expressão diferente no rosto da esposa, suavizou a resposta - eu não estou com fome agora, pode pedir o que quiser, amor.  
— Não posso pedir. Eu quero comer kebab. A-acho que estou com desejo. Kebab de rua. Muita vontade, Cas... demais. Deve ser por isso que a Lily estava agitada, sei lá!  
— Essas carrocinhas só tem mais para a região do Theater District e para cima.  
— Não é qualquer kebab. Quero um que comi em Brooklyn Heights de uma barraca com Espo uma vez quando voltávamos de uma visita a um suspeito. Gorduroso e delicioso, umas batatas fritas de morrer! - ela passou a língua nos lábios lembrando do quanto o sabor era bom - não sei o que eles colocam naquele molho, não é só chipotle. É apimentado e muito saboroso, combina com o kebab. 
— Você disse Brooklyn Heights? Beckett, não se lembra o quanto foi difícil chegar em casa nesse transito louco? E você quer que eu vá atrás de um vendedor de kebab no Brooklyn? 
— Não sou eu que quero, é a Lily! Não sei explicar direito, somente reconheço que estou com um desejo incontrolável. E li que quando isso acontece, não se pode deixar de satisfazer a grávida. 
— Você ao menos se lembra onde em Brooklyn Heights fica essa barraca? O nome? Qualquer coisa! 
— Clark St. Um quarteirão antes da estação de metro. Não me lembro do nome da barraca. 
— Talvez seja mais fácil ir de metro, nem sei. 
— Eu não quero saber como você vai chegar lá desde que eu tenha meu kebab, o original shish de cordeiro. Carro, metro, à pé, helicóptero. A escolha é sua. 
— Nossa! Você está irritada! 
— Fala isso porque não foi você que levou chutes o dia inteiro e a quantidade só aumenta. Deus, Lily! - ela acariciava a barriga. Castle pegou a chave do carro sobre a mesa do escritório. Encaminhou-se até a porta - e não esqueça as batatas com o molho! 
Quando saiu de casa, Castle não tinha ideia da aventura que se meteria. Tinha razão, o transito continuava ruim. Uma viagem de carro que normalmente durava de onze a treze minutos, demorou 40 minutos. Ao chegar na esquina mencionada por Beckett, não havia nenhuma barraca. Ele caminhou todo o quarteirão pensando que ela podia ter se enganado, mas não encontrou nada. Notou que um rapaz tocava violão sentado nos degraus de uma casa, decidiu se aproximar e perguntar. 
— Com licença, boa noite. Preciso de uma informação. Será que você conseguiria me ajudar? 
— Manda! 
— Uma pessoa me comentou que existe uma barraquinha de kebab nessa região, um dos melhores. Você sabe onde fica? Se é verdade? 
— Ah! Deve estar falando do Black. O cara é bom, bro. Kebab Black como ele gosta de ser chamado, mas a carrocinha dele só funciona até às seis da tarde. Já são nove da noite. Deve estar dormindo a essa hora. 
— E qual o nome dele? Black é um apelido, não? 
— Seu sobrenome. Jack Black. 
— Sabe onde ele mora? Aqui perto? 
— Ah, não! O rei do kebab mora no Queens. Ele só trabalha no Brooklyn. 
— Queens? Ah, não! 
— Relaxa, cara. Amanhã ele está aqui a partir das nove horas da manhã. 
— Não tenho até amanhã, preciso desse kebab hoje. Minha esposa, ela está gravida e justo hoje ela está desejando o kebab. Eu não sei o que pode acontecer se eu voltar para casa sem essa comida. De verdade. Você sabe o endereço dele? 
— Não, cara. Eu só sei que é Queens porque ouvi uns manos comentando outro dia. Você está ferrado. Meu primo Jim não conseguiu achar o doce que a mulher dele queria quando estava grávida, ela deu uma surra nele. Ficou todo roxo - o desespero era visível na cara de Castle. Deus! Ela tinha uma arma e algemas! Mesmo temendo a reação de Beckett, ele decidiu ligar para a esposa e explicar a situação. Ela já atendeu o celular perguntando onde ele estava. 
— Castle, você foi ao Brooklyn ou a Washington? Cadê o meu kebab? 
— Hey, amor… eu estou no Brooklyn, mas o cara do kebab não está aqui. Ele termina o seu dia às seis. A boa noticia é que ele começa a trabalhar às nove então eu poderia… - mas ela o cortou. 
— Castle, eu estou com fome. Lily está impaciente e me matando. Eu preciso do meu kebab - ela falou quase chorando.  
— Kate, amor, ele mora no Queens! Eu sequer tenho um endereço… - então a resposta veio embalada por uma total mudança de humor. 
— Eu não quero saber, quero meu kebab e as batatas. Se você não trouxer o que preciso, vai dormir no sofá - ela elevava a voz, estava irritada. 
— Ok, você está zangada… 
— Não, Castle. Eu estou morrendo de fome! Pensando bem, se não conseguir o kebab, nem se preocupe em vir para casa - ela desligou na sua cara. Castle suspirou. Se quisesse voltar para casa e acalmar a esposa, precisava desse kebab. Isso posto, ele ligou para Ryan. 
— Hey, Castle! Tudo bem? 
— Ryan, eu preciso da sua ajuda. Tenho que encontrar um endereço. Meu casamento e a sanidade de Beckett dependem disso - então ele explicou o problema para o amigo. Obviamente, por ter experimentado duas gravidezes diferentes, Ryan se compadeceu do escritor. Também sabia do nível de irritabilidade que uma mulher desenvolvia durante aquele período ainda mais alguém como Beckett. 
— Tudo bem. Eu vou tentar acessar o sistema de casa. Tem alguma informação? Alguma referência próxima do local? 
— Ryan, tudo o que eu tenho é um nome e um sobrenome. Jack Black. 
— Ah, isso facilita demais a nossa vida. Esse nome só perde para John Smith. Parece falso. Tem certeza que isso não é uma furada? 
— Tenho uma ideia da vizinhança, Queens. 
— Cara, você está realmente dificultando meu trabalho. Consegui 354 respostas. Se reduzir a abrangência para o bairro do Queens - ele digitou alguns comandos - ah, nessa situação o número reduz para oito pessoas; Dois estão presos. Faltam seis. O que ela está desejando? 
— Como sabe que é desejo? 
— Tenho dois filhos, esqueceu? E o que ela pediu? 
— Kebab. 
— Mas isso você encontra em qualquer carrocinha do Upper West Side. 
— Você não conhece a Beckett, Ryan? Ela quer um kebab especifico que comeu com Espo no Brooklyn. É de onde acabei de sair. Estou dirigindo em direção ao Queens nesse momento. Para você entender a gravidade da situação, suas palavras na integra foram: se não conseguir o kebab, nem se preocupe em vir para casa. 
— Cara! Você precisa desse kebab. Ela deve estar irritada. 
— Você nem imagina. 
— Certo. Temos seis endereços. Dois deles são propriedades comerciais. Sobram quatro. Um parece ser… espere… é terreno abandonado. Três endereços. Dois dizem que sua profissão é autônomo. Quer o endereço? 
— Manda. 
— O primeiro é 258, 69th St. O segundo é 47, 164th St. Apartamento 9B. Isso é tudo o que posso fazer, Castle. Sinto muito e boa sorte. 
— Já fez mais do que suficiente. Obrigado, Ryan. 
Castle continuou dirigindo em direção ao Queens. Checou o relógio. Passava das dez e meia da noite. Isso era loucura! Ele ia bater na porta de um desconhecido e pedir não, implorar para o cara fazer um kebab para a sua esposa a essa hora da noite. Ele ia chamar a policia! Se bem que isso até não seria má ideia. Se contatasse a delegacia no Queens e pedisse ajuda em nome de Beckett talvez conseguisse resolver tudo mais rápido. E ganhar um belo sermão ou sabe-se lá mais o que quando Beckett descobrisse que usou seu nome e seu distintivo para conseguir o kebab. Sem falar na menção da gravidez que a exporia como uma pessoa fraca ou frágil e…não. Definitivamente uma má ideia. Continue com o seu plano, Castle. Ele dizia a si mesmo. 
O escritor checou o GPS e os endereços. Resolveu seguir seus instintos e escolheu verificar o segundo. 164th St. Virou a esquerda como indicava o navegador. Atento aos números, Castle identificou o prédio de numero 47. Estacionou o carro no acostamento e colocou moedas no parquímetro. Respirou fundo esfregando as mãos no casaco. Estava nervoso. Por mais cara de pau que tivesse, sabia que bater na porta de alguém tarde da noite em um bairro como o Queens não era a definição de inteligência que ele prezava tanto. Apertou o botão acionando o intercomunicador do apartamento 9B. 
— Yo! Quem é? 
— Desculpe, voce é Jack Black? O cara do Kebab? 
— Hey! Você é da policia? Eu pago meus impostos e minha licença para atuar na rua, não devo nada a ninguém. Some daqui, cara. 
— Espera! Por favor, me ouça! É a minha esposa. Ela está grávida, com desejo. Ela quer comer kebab. Não qualquer kebab, ela quer o seu porque disse que é o melhor. Sei que parece loucura, mas…
— Ela disse? 
— Sim, por favor… 
— Qual o seu nome? 
— Castle. Rick Castle. 
— E você quer que eu prepare kebab quase onze horas de noite porque sua mulher está com desejo. Ok, qual é a pegadinha? 
— Não é pegadinha. É sério! Ela disse que se não trouxer o kebab, nem preciso voltar para casa. Jack, eu não imploraria se não fosse importante. Minha esposa não costuma comer esses lanches de rua e para ela pedir especificamente pelo seu é porque significa muito. Por favor. 
— Você sabe meu nome, meu endereço. Quem é você? 
— Olha, eu sou escritor e… tudo bem, tenho amigos na policia. Minha esposa é da policia. 
— Tá maluco? Você quer me prender? Isso é armação! Eu não fiz nada e quanto a dívida de jogo do Brown, eu já disse que vou pagar. Vou desligar. Vaza, maluco! 
— Não! Quanto é a divida? Eu pago! - Castle estava desesperado, via sua chance escapar em segundos - O valor da sua divida por três kebabs e uma porção de batatas fritas com seu molho especial. 
— Você quer pagar três mil dólares por kebabs? É sério? 
— Nunca falei tão sério na minha vida! 
— Você deve amar muito essa mulher ou ela ameaçou te prender. 
— As duas coisas? - o coração batia acelerado. Ele ouviu o barulho da porta ser destrancada. 
— Devo estar ficando maluco. Suba, segundo andar, terceira porta à direita. 
Castle subiu as escadas. Bateu na porta indicada. Ao abrir, o rapaz o olhou intrigado. Jack Black era um negro simpático franzino e com cabelo estilo rastafari. Usava uma camiseta e tinha um dente de ouro no lugar de um molar. Castle gostou dele imediatamente. 
— Você realmente só quer o kebab, certo? Não tem alguém te usando para chegar até mim, tem? 
— Não, por favor, é só um marido desesperado tentando satisfazer a esposa - a aflição era visível no semblante de Castle. 
— Entra ai, bro. Sabe, se eu contar isso para a minha irmã ela vai me chamar de mentiroso - ele se aproxima da porta, olha para ambos os lados desconfiado - vou ter que te revistar, sei lá se falou a verdade. Alguém pode ter te seguido ou…
— Relaxa, Black. Eu só quero os kebabs. De cordeiro e por favor, não esqueça as batatas. 
— Vamos para a cozinha. Eu não costumo fazer kebab em casa. Quero dizer, eu preparo e levo temperado para vender, mas evito fritar. Vou quebrar minha regra por sua causa. Então, me explica. Como sua mulher soube dos meus kebabs, você não me parece o tipo de cara que anda pelo Brooklyn comendo de carrocinha. 
— Ela é capitã de uma das delegacias da NYPD. Esteve por lá investigando um suspeito e acabou provando o seu kebab. Beckett não é de comer essas coisas porque gosta de alimentação saudável, natureba, esse tipo de vibe. Acho que na ocasião deveria estar com muita fome. Ela está gravida com desejo, disse que seu kebab e o molho das batatas é o melhor que já provou. Eu quis comprar em outro lugar, ela não aceitou. 
— E você falou sério? Sobre pagar a dívida em troca de três kebabs? 
— E as batatas. 
— Nossa! Você realmente a ama. Tem meu respeito. Sente-se, fique à vontade. Quer uma cerveja? Vou levar cerca de meia hora para fazer tudo. E você me parece estar precisando de uma bebida.  
— Eu vou aceitar - ele entregou a garrafa para Castle. Virou-se para o refrigerador e começou a trabalhar. 
— Eu admiro você. São quase meia-noite e não desistiu. 
— Ela vale muito mais que três kebabs, Jack - Castle se concentrou em tomar a cerveja e deixar o mago do kebab trabalhar. Pegou o celular e começou a jogar. Relutou se deveria mandar uma mensagem para Beckett. Decidiu esperar, qualquer coisa que dissesse poderia deixa-la mais ansiosa. Voltou sua atenção ao jogo. 
No loft, ela checa o relógio. Quase meia-noite e nem sinal de Castle com seus kebabs. Será que ele desistiu? Ficou com raiva porque ia expulsa-lo de casa? Ele falou em Queens. E se algo aconteceu? Será que ele está bem? 
As perguntas se acumulavam na mente de Beckett. Agora ela estava ficando preocupada. Claro que ainda queria o kebab, o desejo não passara. Contudo, a realização de que poderia ter exagerado ou induzido o marido ao perigo começou a deixa-la ansiosa. Checou o celular. Não havia qualquer mensagem. 
— Será que Castle foi atacado? Será que está bem? É o Queens, a essa hora da noite não é realmente a vizinhança mais segura. O que foi que eu fiz? - pegou o celular e escreveu uma mensagem “Cadê você, Castle?” estava aflita. Os olhos vidrados na tela. Conhecia bem seu marido, assim que visse a mensagem ele responderia na mesma hora, a menos… - e se ele foi sequestrado? Se tiraram o celular dele? Ah, droga! O que foi que eu fiz? - ela andava de um lado a outro tentando pensar em seu proximo passo. Beckett chegou a cogitar em ligar para uma patrulha e pedir para checarem a região de Queens. 
— Não… nada aconteceu. Ele está ocupado…isso! Está dirigindo, voltando do Queens - ela escreveu uma segunda mensagem “Volte para casa”. Sentou-se na cama e acomodando as costas nos travesseiros, ainda não sabia o que esperar. 
Castle jogava animadamente quando Jack colocou uma sacola sobre a mesa. Notou que seu celular estava sem serviço. 
— Está pronto. Três kebabs com uma porção extra de batata frita e molho especialmente para a sua esposa. 
— Nossa! Muito obrigado… olha, eu não tenho três mil dólares comigo, mas posso te dar um cheque. Prometo que é legitimo e tem fundo. 
— Castle, certo? Não precisa pagar. Eu sei que você falou a verdade. Vá satisfazer sua esposa. 
— Eu insisto. Vim até aqui, invadi sua casa. É o mínimo, pelo trabalho. E você precisa pagar sua dívida de jogo. Vou fazer o cheque - Black segurou o braço de Castle impedindo-o de escrever. 
— Tudo bem, me dê cem dólares e estamos quites. A dívida pode esperar. É minha responsabilidade, eu me meti na confusão. Além do mais, não é três mil dólares são 2 mil. Eu falei a mais porque estava com medo de você ser algum informante e sei lá. Não sabia quem era o maluco batendo a minha porta querendo kebabs - Castle riu. 
— Eu quero ajudar. Nem eu nem você - Castle meteu a mão no bolso, contou as notas - aqui tem oitocentos dólares. Amanhã, vou visitar sua barraca no Brooklyn e comprar o almoço do 12th distrito. Por quanto você vende um kebab? 
— Cinco dólares com o acompanhamento. 
— Acha que consegue reservar e preparar 240 kebabs para mim até uma da tarde? - Jack Black o olhava impressionado - sim, eu estou falando sério - Castle pegou a sacola da mesa. Deixou as notas no lugar, checou o celular - por que essa droga está sem serviço? Você por acaso não tem internet em casa, tem? - Black balançou a cabeça negativamente ainda perplexo com o gesto de Castle - é claro que não. Vejo você amanhã. 
— Quem é você, cara? - ele perguntou quando Castle já saía pela porta. 
— Sou uma pessoa que acredita na bondade humana apesar de tudo. Sei reconhecer alguém bom e de caráter. E valorizo a quem me ajuda, Black. 
Castle desceu as escadas. Assim que entrou no carro percebeu que seu celular tinha sinal novamente. Viu as mensagens de Beckett. Sorriu. Na mesma hora, ele respondeu. “Não desiste. Os kebabs vão chegar. Só mais um pouco de paciência, amor.” Seguiu para o loft. 
Era uma da manhã quando ele entra no apartamento. Mal colocou a sacola sobre o balcão da cozinha foi surpreendido por um verdadeiro furacão jogando-se sobre ele. 
— Castle! Graças a Deus! - ela beijou o pescoço, o rosto e por fim os lábios do marido - e-eu fiquei preocupada, você não me respondeu e o Queens e… desculpa, e-eu exagerei. 
— Isso significa que você não quer o seu kebab? 
— Você trouxe? Sério? - ela tinha os olhos arregalados. 
— Você me ameaçou e estava com desejo. O que mais eu podia fazer? - ele abriu a embalagem. Beckett sentiu o cheiro delicioso penetrar suas narinas, fechou os olhos salivando imediatamente. Pegou uma batata frita e mergulhou no molho. 
— Hummm…você precisa provar! - Beckett sentou-se pegando o kebab com as mãos e mordendo-o com vontade. Ela comeu todos gemendo a praticamente cada mordida revezando sua atenção entre o cordeiro e as batatas. Ela ofereceu as batatas para o marido que provou e entendeu porque ela gostara. Eram saborosas. Ao terminar, Kate lambeu os dedos e sorria feito criança. Após lavar as mãos, ela envolveu o pescoço de Castle. Suspirando e sorrindo ao olhar para aqueles olhos azuis. 
— Satisfeita? 
— Com o kebab? Muito. Delicioso. Você realmente fez isso por mim… 
— Claro, você é a mãe da minha filha, está gravida e ainda bem que gostou porque esse será o seu almoço de amanhã. Eu encomendei 240 kebabs para o 12th de Black. 
— Por que? 
— Digamos que foi um meio que encontrei de retribuir a gentileza que ele me fez hoje. 
— Quero ir com você, agradecer pessoalmente ao Black - ela deslizou o polegar na bochecha dele - Voce é um homem incrível. Eu te amo por isso. 
— É, eu sei… fala isso porque está com a barriga cheia de kebab. Horas atrás tinha me expulsado de casa - ela deu um soco no ombro dele. 
— Ah, então isso significa que você não quer sua recompensa? - ela o olhava maliciosa. 
— Tenho recompensa? 
— Por que não me segue e descobre? - ele sorria pensando “abençoado kebab”. Castle estava certo, valera cada minuto da espera. 
No dia seguinte, ele estaciona o carro proximo a estação de metro na Clark St. De mãos dadas, Castle e Beckett caminhavam pela calçada na direção da carrocinha de kebab na esquina. Ao vê-lo, o escritor gritou. 
— Hey, Jack! 
— Yo, Castle! Chega mais… veio buscar sua encomenda? 
— Vim e trago dinheiro para pagar, tudo bem? 
— Claro! - então ele olha para Beckett, sorri - você deve ser a esposa. Kebab Black, ao seu dispor - ele beijou a mão dela fazendo uma reverência. Olhou para Castle e completou - tem razão, bro. Ela vale muito a pena. Gostou do seu jantar? 
— Estava maravilhoso. Fiz questão de vir aqui agradecer pessoalmente. Seu kebab é o melhor que já comi. 
— Obrigado, dona. Espero que ainda esteja com desejo para comer mais. Seu marido encomendou 240 completos. 
— Será para o meu pessoal também. 
— Se não se importa que eu pergunte, quantas pessoas? 
— 50. 
— Oh! Quase cinco para cada. 
— Não se preocupe, não vamos estragar seus kebabs - Jack sorriu. Ajeitou as sacolas para Castle e ajudou a coloca-las no carro. Quando estavam se despedindo, ele não aguentou e comentou para Beckett. 
— Eu vendo kebabs há dez anos. Esse certamente foi o meu maior pedido, mas não foi a quantidade ou o dinheiro que me fizeram aceitar e faze-los com tanto carinho desde ontem à noite ao preparar os três, foi a honestidade no olhar do seu marido. Esse cara é de respeito! 
— Eu sei. Ele é o amor da minha vida - ela beijou o rosto de Castle e estendeu a mão para Jack - até outro dia, Kebab Black. Você ganhou um ótimo cliente. 
— Boa sorte com seu bebê. 
— Lily, ela também é sua cliente agora. Vamos, Castle. Mexa esse traseiro! Temos uma delegacia inteira para alimentar. 

— O que posso dizer? Amo mulheres mandonas! - rindo Castle acenou para Black entrando no carro do lado do carona. 


Continua....

4 comentários:

Madalena Cavalcante. disse...

Ok vamos falar do emu casal preferido, QUASE MORRO DE RIR DO CASAL ANATOMY! JOH É A MELHOR PESSOA DO UNIVERSO INTEIRINHO!
Amei a forma como ela tratou e falou com o Paul! Mas confesso que até senti uma pena dele tendo que lidar com esse tratamento pela primeira vez 🙈
E que cena se sexo foi aquela????¿!!!!!!! MINHA GENTE, FIQUEI PASSADA!!!!!!!! 😈❤️

Kate com desejos e o Castelinho agindo da forma que eu pensei que ele fosse fazer ❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️

Obrigada pelo cap Kah ❤️

Gessica Nascimento disse...

Karen...
Esse conto do kebab... foi tudo!! lindo d+!!!!

cleotavares disse...

Mas, a nossa Joh está se saindo uma tarada de primeira, hahahaha. E o Paul não é um fofo, todo envergonhado?
E o que dizer do desejo da Beckett, "o que que a gente não faz por amor" não é gente! Por um momento eu achei que o coitado ia ser sequestrado.
Ah! Não poderia deixar de comentar sobre a roupinha da mulher maravilha, amei.

Vanessa disse...

Adoro os recadinhos nas notas iniciais.
Casal GA. Joh toda carinhosa e Paul estranhando. Achei fofinho. Discussão por conta dos carinhos? Realy? hahaha
Paul ta pior que Beckett hahaha Joh é otima! Johanna fazendo umas jogadas meio KB hahaha Funcionou. Achei bonintinho ele pedir desculpa e dizer que
não está acostumado com isso,pedir paciencia e dizer que tentaria se adaptar, e que não quer cometer o mesmo erro de relacionamento anteriores. Fofo!
Joh é terrível, adorooooooo. hahahhaa
super compreensivel a reação de Joh ao olhar o namorado correndo... (prefiro não imaginar...)
Aeee Paul perdeu o controle. Ponto pra Johanna. E ainda de quebra realizou uma de suas fantasias... E devo mencionar o banho na jacuzzi? haha
Vamos a Caskett. Que lindinho comprando coisas para Lily. Kate se rendendo ao body da mulher maravilha. E ainda deixou Castle levar todos. hahaha
Essas cenas fofas que a gente queria ter visto na série. Graças a Deus temos uma autora maravilhosa que nos da isso. Thank you!
Vamos ao distrito. Aqui está tudo o que vc disse nas notas... Uma reunião de tudo que amamos na serie e mais seus personagens que são ótimos.
Sou suspeita, mas amo Nadine, Dana e Anne. E agora estou apaixonada por Joh e até por Paul.
Que cara idiota, Beckett deu uma boa lição nele. Achei bonitinho Castle irritado com o cara ao ouvir (resumidamente) o q ele falou. Mas a prioridade é cuidar de Kate.
E vamos a mais um desejo de KB hahaha
Coitado de Castle. Kate pegou pesado com ele. Gostei que ele ligou para Ryan, o amigo alem de entender ainda vai ajuda-lo.
Minha nossa, o desespero de Castle haahahaha Tadinho! Até Jack vendo o amor dele pela esposa. Que lindo! Meia noite andando desesperado por um bairro perigoso e ainda pagando a divida de 3 mil dólares. Tem que amar muito.
Kate preocupada com Castle, amo essas reflexões dela hahaha
Rindo do "volte para casa" hahaha
A atitude de Castle com Jack foi linda.
Amei ver Kate se jogando no seu homem toda preocupada.
Eles foram agradecer Jack.
Jack me fazendo chorar. "...foi a honestidade no olhar do seu marido. Esse cara é de respeito!"
A resposta de Kate.♥♥♥
E logo ela ja corta o clima mandando ele mexer o traseiro hahahaha