quarta-feira, 26 de julho de 2017

[Castle Fic] Vendetta - Cap.6


Nota da Autora: E no dia do escritor, quem ganha presente é vocês! Um pouco atrasado, mas vale. Quero agradecer os comentários que recebi e lembrar mais uma vez que o ponto principal dessa fic é angst psicológico (não disse que não haverá nada fisico...). Também volto a falar de um outro momento, uma cronologia diferente de Caskett ja que essa historia tem uma conexão com outra. Sim, estou falando de ONO. Para quem não leu, sugiro dar uma olhada porque as interações não param por ai. Enjoy! 


Cap.6   

— Certo, sou toda ouvidos. 
— Logan foi o meu primeiro grande caso como detetive. Meu primeiro serial killer. Eu não era a investigadora principal, nem poderia ser. Fazia poucos meses que recebera a patente. Montgomery me colocou no caso porque queria olhos frescos. Foi difícil ver mulheres mutiladas e sem justiça. Eu encontrei a evidência que o levou para o tribunal. Por teimosia mesmo, voltei a uma das cenas do crime sozinha, revi as provas. Eu já havia encontrado o cílio entre o anel e o dedo da última vítima, acabei encontrando outro item que ajudou os peritos no DNA. Claro que ele soube que fora eu a responsável. Quando recebeu o veredito, ele jurou vingança. Nunca esqueci a forma que aqueles olhos frios me fitavam - Beckett sentiu um arrepio na espinha - ele não é um criminoso qualquer. Inteligente, astuto. A verdade é que depois do que passamos com Tyson, não sei se estou preparada para lidar com outro serial killer.  
— Tyson? Jerry Tyson? Você que o pegou? Quer dizer, acabou com ele.  
— Sim. Eu e Castle. Éramos nós ou eles. Não tivemos escolha.  
— Eu estava fora do país quando aconteceu. Soube do ocorrido na volta, porém sem detalhes.  
— Não foi nada fácil.  
— Nunca é, Kate. Serial Killers são indivíduos com percepções do mundo e personalidades completamente fora da nossa aceitação. Eles nos desafiam, nos fazem duvidar da humanidade. Chamamos a maioria de monstros porque não conseguimos exatamente identificar esse componente de sentimento e compaixão humana. Agora me fale de Logan. Por que agora? Doze anos depois? Será que você não está exagerando? Vendo algo que apenas sua mente quer? Projetando cenários e mexendo com seu inconsciente?  
— Jordan, não tente dar uma de psicóloga para cima de mim. Você sabe que isso não é brincadeira. Está aqui porque concorda comigo.  
— Tudo bem. E qual é seu receio nisso tudo?  
— Temo que ele use Castle para se vingar, que o tire de mim da mesma forma que eu o privei de sua suposta “arte”. Ele matou a noiva porque ela, na sua mente doentia, o traiu. Castle representa a noiva dele para mim. Acho que é assim que ele vai me atingir.  
— Eu não sei. Eu comecei a estudar o caso. Ainda não montei o perfil. Pelo pouco que já vi, ele tem um público alvo de vitimas. Mulheres. Por que quebraria o seu M.O.? 
— Vingança. Ele quer acabar comigo, me desmoralizar. Que melhor maneira do que destruindo o que eu amo? 
— Você nunca disse isso para mim antes. Que me via como vitima. 
— Eu sei, babe. Eu mesma não queria aceitar a realidade, mas estou sendo direta com Jordan como ela pediu. 
— Isso mesmo, não quero que me esconda nada. Sua apreensão e suspeita tem fundamento, eu diria que pode ser um dos ângulos a explorar, não o único. E o que sabemos sobre o cúmplice? A pessoa que claramente está imitando Logan, possivelmente a mesma pessoa que fez a denúncia para a mídia?  
— Não muito, Ryan está tentando usar os laboratórios do FBI para identifica-lo através de uma imagem.  
— Quando Beckett trabalhou a primeira vez com Logan, ninguém pediu um perfil psicológico dele. É por isso que está aqui - disse Castle.  
— Tem mais uma coisa. Eu não dividi essa teoria com os meus detetives, muito menos a ameaça de vingança. Pretendo continuar assim por enquanto. Pelo menos até identificarmos quem está ajudando Logan.  
— Tem ideia de quem seja? Algo além da foto?  
— Não. Suspeito que seja alguém que tenha contato com ele por algum tempo. Devia visita-lo constantemente na prisão. Por isso quero o acesso a Sing Sing. Espero tê-lo ainda hoje - nesse instante o celular dela toca, o comandante - terei que atender. Podem me dar licença? - ela deixa sua própria sala indo para um outro ambiente da delegacia. A sós com Castle, Jordan tem a chance de ouvir a opinião do parceiro da capitã, afinal ele a conhecia como ninguém.  
— Certo, Castle. Agora que estamos apenas eu e você aqui quero saber sua opinião. Concorda com a teoria da sua esposa ou tem uma própria?  
— Você acha que eu penso diferente? Não realmente. Desde o início vi que o caso mexeu com Beckett. Ficou claro para mim que Logan a vê como uma inimiga, a recíproca é verdadeira. 
— Castle, o que eu disse para Beckett se aplica também a você. Sem mentiras. 
— Não é mentira. Acredito que seja uma questão de vingança e temo que por tudo que passamos com Tyson, ela se deixe envolver demais e acabe não pensando racionalmente. 
— Essa não é a Beckett que eu conheço. Para mim é difícil imagina-la assim. Ela é uma pessoa racional, Castle. Vai atrás das evidências, analisa, por isso chegou até onde está. Não estou dizendo que ela não sinta medo, claro que sim. Nós dois sabemos disso. Contudo, ela é uma das pessoas mais determinadas, teimosas e justas que já conheci durante a minha vida profissional e já conheci muitos agentes e policiais. Eles não tem metade da coragem, do caráter e do senso de justiça da sua esposa - as palavras de Jordan elogiando sua musa e amada, fizeram o escritor se abrir. 
— Eu sei que ela é tudo isso, não nego. Mas Jordan, ela teve pesadelos - ele fitou a mulher a sua frente. Tinha que ser honesto - Tudo bem. Eu tenho outra teoria e não dividi com Beckett, eu temo que saber o que penso possa influenciar seu pensamento e suas ações. E-eu… Deus! isso é difícil. Eu entendo a vingança, mas acredito que ele não virá atras de mim. Ele escolherá se vingar dela transformando-a em uma de suas vitimas, é ela quem corre perigo na minha opinião. 
— Os dois pontos são válidos e possíveis. Não posso concordar com um ou outro porque preciso terminar minha análise de Logan e estaria subestimando o papel do cúmplice nesse caso. Ele também tem um objetivo importante. Um serial killer como Logan não dividiria seus conhecimentos, sua “arte” como ele mesmo denomina seu jeito de matar para um terceiro se não tivesse um plano claro, uma razão. Esses são os dois pontos que devemos nos concentrar: o perfil dele e o objetivo do cúmplice. 
— Melhor você acrescentar mais um. O comandante está uma fera com o boletim da mídia.  Eles contataram a central que não quis se pronunciar e soltaram isso na mídia. Estamos diante da mesma pressão de doze anos atrás. Serei obrigada a ir para uma coletiva confirmar o que foi revelado e dizer o que estamos fazendo para pegar o culpado. Não é uma tarefa fácil. 
— Então o melhor que fazemos é começar o quanto antes. Tem algum problema se eu acampar na sua sala? 
— De forma alguma. Fique à vontade, eu preciso ir para o 1PP me preparar e escolher o que iremos revelar para a imprensa. Castle, você pode continuar ajudando os rapazes e Jordan no que ela precisar. Volto ainda hoje.
— Que horas é a coletiva? 
— As três. Eu volto assim que terminar. Jordan, nem preciso dizer que as respostas e teorias viriam bem a calhar o quanto antes. 
— Iremos fazer o possível - disse Jordan olhando para Castle. 
1PP - Sala de conferências
Beckett entrou ao lado de Gates e do Comandante. Os repórteres estavam se posicionando com seus câmeras para fazer gravar cada palavra pronunciada. Ela estava nervosa. Conhecia seu temperamento muito bem e não tinha paciência para ficar ouvindo perguntas ou insinuações idiotas de como fazer seu trabalho. Claro que Gates sabia disso e a alertou embora as perguntas fossem ser respondidas pelo Comandante. 
Finalmente, sentaram-se à mesa e deram o sinal para começar. O Comandante explicou no nível de detalhes que acordaram o caso em questão e o motivo do sigilo. Não se tratava apenas de alarde, queriam proteger os cidadãos. Porém, precisavam de um tempo para lidar com as pistas e não revelar o jogo para o suspeito. 
— Em outras palavras, não queriam que a NYPD fizesse papel de incompetente. E quanto aos cidadãos de Nova York? Eles estão alheios ao perigo. Acha justo? 
— É claro que não é justo, porém não há motivo para criar um pânico desnecessário. 
— Vocês tem um suspeito? 
— Sim e não iremos revelar nada para que não comprometamos a investigação. 
— Qual a ligação com Logan? É um copycat? Queremos ouvir da Capitã Beckett - eles haviam combinado que iriam afirmar sobre o imitador para não revelar as suspeitas de Beckett e desviar o foco quanto ao cúmplice.
— Sim, trata-se de um imitador - respondeu Beckett - temos várias provas que apontam para esse caminho. 
— E quanto a Logan? - perguntou um dos repórteres - você era detetive na época que ele foi condenado, ajudou a prendê-lo. Ele não está envolvido? 
— O único envolvimento de Logan nesse caso são as evidências encontradas na cena do crime que levam a conclusão do copycat. Nada além disso. É uma pena que alguém se identifique com um ser humano tão vil como Andrew Logan e seja capaz de matar para homenagea-lo. 
— E se for um serial killer também? Isso quer dizer que o caso é pessoal para você, Capitã Beckett. Não gosta de Logan - o reporter foi incisivo. 
— Não podemos ainda descartar a possibilidade do serial killer. Quanto a sua segunda afirmação, sou contra qualquer pessoa que tire a vida de outra, seja da maneira mais simples usando uma arma ou uma faca, ou de forma vil e atroz. Não se trata somente de Logan, qualquer assassino merece o mesmo tratamento. O caso é pessoal porque busco a justiça. Todos os casos que eu e meus detetives trabalham são. 
— Quanto tempo estima para concluir o caso? 
— Não podemos afirmar. Nosso objetivo é o mais rápido possível. 
— A sessão de perguntas está encerrada. Temos trabalho a fazer - disse seu superior. 
— Só uma ultima pergunta, Comandante. Quem está responsável pelo caso? A Central? 
— Não, o responsável é o 12th distrito. A Capitã Beckett pessoalmente. Obrigado por terem vindo e agora deixe-nos trabalhar - aos poucos os repórteres foram deixando a sala. Beckett se refugiou na saleta ao lado esperando pelo comandante que conversava com a assessora de imprensa da NYPD. Quando reapareceu, ele disse claramente para a sua capitã. 
— Foi melhor que eu esperava, porém eu sei que todos os holofotes estarão em sua direção. Eu orientei a RP da NYPD para informar a mídia que somente nos pronunciaremos de forma oficial via conferências, se precisarmos. Infelizmente, não posso garantir que você não será incomodada. Sabe muito bem como existem profissionais e ratos nessa industria. O que preciso é que faça seu trabalho e encontre esse assassino. 
— Essa é a minha prioridade, senhor. 
— Quanto ao que me pediu da Sing Sing, terá o acesso disponível amanhã pela manhã. Acho que merece um descanso, Capitã. 
— Eu preciso checar o andamento do caso, senhor. Um dos meus detetives estava seguindo uma informação, se conseguiu podemos identificar um suspeito. Voltarei a minha delegacia. 
— Certo. Obrigado, Capitã. 
Beckett despediu-se de Gates e entrou em seu carro. Durante o trajeto para a delegacia, ela se pegou pensando na pressão que sofreria para fechar essa investigação. Ter a mídia fungando em seu pescoço era terrível. Queria respostas rápidas. 
Mike estava sentado na poltrona confortável de frente para a televisão. Sorria. Copycat. O mestre acertara, ele sabia que a tal policial metida iria seguir a linha do imitador. Bom. E ele julgava que os detetives de hoje haviam evoluído. Melhor para nós, pensou. Ela está perdida. Pode notar sua irritação diante das perguntas dos repórteres. Ela não compreendia o mestre, seu objetivo. Era por esse motivo que precisava de uma lição. Mulheres não merecem poder e atenção.  
Seu mestre ia ficar satisfeito. Não só a mulher não desconfiava de seu envolvimento como também não tinha ideia de quem era o seu copycat ou quem alertara a mídia. Estava atirando no escuro. Daria a boa noticia da conclusão da segunda fase amanhã para Logan. Agora era uma questão de tempo e paciência. 
No 12th, Jordan e Castle trabalhavam separados em suas próprias análises e teorias por algum tempo. Ao ver a profiler esfregar os olhos, sabia que precisava aproveitar o momento para dar uma pausa e conversar com ela. Castle foi até a mini copa voltando com duas canecas de café fumegando. 
— Café? 
— Obrigada. Consegui concluir boa parte da minha análise sobre Logan. Entendo a preocupação dos dois quanto a ele. 
— Eu também terminei minha leitura. Cada vez mais concordo que esse caso é pura vingança. Esse cara é completamente louco. Onde já se viu usar a arte como desculpa para matar? 
— Ele é um sociopata, Castle. Em outras palavras é louco. Infelizmente, um louco extremamente inteligente. E após ler e concluir meus pensamentos, devo dizer que você tem razão ao afirmar que é vingança e que Beckett é um alvo. Se quisermos evitar isso, precisamos achar esse cúmplice. Tem mais uma coisa, Castle. Eu terei que contar a ela, porém algo me diz que Kate já desconfia disso. 
— Ela vai chegar chateada. Detesta esse tipo de exposição na mídia, ser cobrada, ouvir que é incompetente. Não lida bem com flashes e holofotes. 
— Pensei que ela já tivesse se acostumado. É casada com você - ele riu. 
— Não. Ela os detesta, de verdade. Posso convida-la para jantar lá em casa conosco? Eu cozinho, faço Beckett relaxar e então podemos dar a noticia ruim a ela. 
— Eu aceito - nesse instante, Beckett entra na sua sala. 
— Cade o Ryan? 
— Imagino que a conferência não foi muito bem. 
— Nunca é. Só que a pressão vai aumentar. Preciso de respostas. Ele ainda não voltou? Não ligou? 
— Não. Ele deve estar ocupado. Se tivesse achado alguma coisa, ligaria. Deixe-o trabalhar - a sugestão de Castle sequer fora ouvida, ela estava discando o número de Ryan - aliás deveríamos fazer… - não concluiu seu pensamento. Beckett colocou o indicador nos lábios dele quando seu detetive atendeu ao telefone. 
— Ryan, diga que você tem algo para mim. O Comandante quer respostas e eu também não quero a droga da imprensa no meu cangote - ela escutou o que o detetive comentava, Castle viu a frustração aparecer no rosto da esposa. Ela não estava recebendo boas noticias - e quanto tempo você estima para isso? 24 horas? Não dá para agilizar isso? - ela bufou jogando-se na cadeira - certo, veja o que consegue - deixou o celular sobre a mesa - eles ainda não conseguiram nada. Segundo os técnicos do FBI, a imagem precisa ser trabalhada um pouco mais. É muito pobre. Ryan disse que levou todos os videos que conseguiu dos dias em que Jane frequentou os cafés. A estimativa do laboratório é 24 horas. Droga! Eu apenas terei acesso às informações da Sing Sing amanhã! 
— Então, sugiro irmos para casa. Não há muito o que fazer por aqui hoje. Convidei Jordan para jantar conosco, ela aceitou. 
— Castle, você não ouviu uma palavra do que eu disse? Ryan não tem respostas, a mídia está me pressionando e louca para deitar e rolar chamando a NYPD de incompetente. O Comandante quer prioridade. Não posso pensar em ir para casa diante disso tudo. Eu sequer ouvi o que Jordan conseguiu - ela virou-se para a mulher sentada a sua frente - imagino que você já tenha um perfil para me mostrar… 
— Claro que ouvi o que disse, amor. E sei o quanto está sendo pressionada só que não há nada que possa fazer agora. Nada. Então, vamos aproveitar a noite em boa companhia - ele se levantou colocando-se atrás dela massageando seus ombros. 
— Castle, eu estava falando com Jordan… - ela suspirou, as mãos dele estavam fazendo efeito - você tem algo para me dizer? 
— Sim, eu tenho. Mas eu concordo com Castle, você precisa dar uma pausa. Casos estressantes já nos consomem. Se eles envolvem algo pessoal, do passado ou por ter relação com um serial killer, o nível de estresse e frustração triplica. Com a cabeça quente não iremos a lugar algum. Aceite a sugestão do seu marido. Vamos jantar, tomar um bom vinho e mais tarde, quando você estiver mais relaxada, nós falamos de perfil e teorias. 
— Como ele a convenceu de ficar contra mim?
— Castle não me convenceu a nada. Eu sei o quanto você quer achar respostas para esse caso, é importante. Acredite, se tornou para mim também. Mas você precisa manter a calma. Irritada, você irá perder o foco e pode acabar prejudicando a investigação. Não teve um dia bom com toda essa invasão da imprensa. Merecemos umas duas horas de descanso, não? - Beckett suspirou. 
— Tudo bem. Duas horas. Jantamos e depois você me conta como vê Logan. 
— Ótimo! Estamos todos entendidos. Na mesma página. Podemos ir para o loft? - perguntou Castle sorrindo. O jeito dele fez Beckett sorrir. Pegaram suas coisas e deixaram o distrito.  

Loft dos Castle

Enquanto Castle tratou de providenciar o jantar, Beckett seguiu para a sala ligando a televisão por impulso. Não seria novidade ver que os jornais noticiavam sobre a coletiva. Pior, o mesmo reporter que dirigiu a pergunta afirmando que não gostava de Logan, questionava em rede nacional sua competência e seu equilíbrio emocional para investigar o caso devido seu envolvimento com o serial killer no passado. 
— Estaremos diante de um novo fracasso? Seria a Capitã Beckett capaz de esquecer suas mágoas, controlar suas emoções e fazer o seu trabalho? Até quando os cidadãos de Nova York vão ficar aflitos com medo de serem atacados por um monstro? Honestamente não podemos prever e ao que tudo indica nem a NYPD. 
— Que idiota, filho da…- Castle desligou o aparelho - o que você está fazendo? Eu estava assistindo isso! 
— Eu disse que viemos para casa relaxar. Pergunte a Jordan como está a nova vida dela como Diretora Assistente no FBI, pergunte de sua filha e beba seu vinho - ele entregou a taça para ela - o jantar sai em meia hora - Beckett suspirou frustrada. 
— Você sabe que ele tem razão. Devo acrescentar que vocês dois são um belo casal. Complementam um ao outro e Castle ainda não tive a oportunidade de parabeniza-lo pelas grandes aventuras de Nikki. Você vem se superando a cada livro. Confesso que uma coisa me frustrou na saga. 
— O que? - a curiosidade do escritor foi aguçada. 
— Eu lembro que quando trabalhamos juntos naquele caso, você comentou que ia escrever sobre uma agente do FBI. Se eu sou aquela personagem do Frozen Heat, devo mencionar que detestei. Você não soube me descrever mesmo - ele riu ao ver o semblante chateado de Jordan - achei que era melhor em ler pessoas. 
— Não era você. Então você quer mesmo que crie uma personagem? Eu falei aquilo na época para implicar com Beckett. Eu ficaria honrado em escrever sobre você e Nikki trabalhando juntas, em parceria para pegar um criminoso. Quem sabe eu não crie uma historia quando esse caso for finalizado? 
— Jordan, você não deveria incentiva-lo - Beckett retrucou quando Castle se afastou para voltar sua atenção ao jantar. 
— Por que não? Você faz isso todos os dias - ela implicou - tudo bem, vamos mudar de tópico. Eu vejo que a posição de capitã lhe cai bem, Beckett. Mencionei isso antes que eu fiquei contente e orgulhosa de vê-la no lugar de seu capitão. E você deve reconhecer que sua parceria com Castle, dentro e fora do trabalho a ajudou a crescer. Isso que esse reporter acabou de dizer? Ambas sabemos que é pura provocação. A única maneira que suas emoções interferem em seu trabalho é para guia-la para o objetivo final. Em prol da vitima e da justiça, isso que a torna competente no que faz. Não se deixe abater por esses caras. 
— Eles me irritam, de uma forma boa porque fico energizada, quero provar meu ponto. Mostrar que estão errados. 
— Motivação sempre é bom. 
— Você sabe disso, apesar de achar que você é uma líder menos passional. Pragmática, talvez. 
— Infelizmente precisamos disso as vezes quando estamos fazendo nosso trabalho. 
— Eu sei, também sou assim. Lembro quando Castle foi acusado de assassinar alguém. Eu bloqueei tudo o que sentia, medo, meu amor e mantive a raiva. Funcionou. 
— Tem seus momentos positivos e negativos. Estou ficando com fome, esse jantar sai ou não sai? - perguntou Jordan.  
— Ele vai dizer para não apressar o mestre. 
— Sendo assim, voltemos a outro tópico interessante. Quanto tempo depois que eu trabalhei com vocês que ficaram juntos? Devem ter sido meses, não? Eram loucos um pelo outro. 
— Meses? Tente anos! - Castle reapareceu na sala - o jantar está servido, caras damas - percebeu que Jordan olhava intrigada para ele - o que? É verdade! Kate é complicada - de repente, ele arregalou os olhos ao ver a expressão no rosto da esposa - quer dizer, ela tinha… problemas para resolver, o que eu aceitei numa boa e… acho que não me expressei direito. Quase dois anos depois, foi isso. E eu a amo, foi por isso que esperei - Jordan gargalhava. 
— Vocês davam um belo estudo para a psicologia… dois anos? 
— Está atrasada, Jordan. A terapeuta e amiga de Kate já fez isso. Devemos contar a verdade a ela? - Beckett deu de ombros - entre idas e vindas, nós tínhamos algo quando nos conheceu. 
— Como eu disse, nunca me engano. Quem foi essa heroína? Gostaria de lhe dar os parabéns. 
— Castle, ela está zoando com a nossa cara? Jordan, não esperava isso de você. Eu aposto que Dana ia adorar conhece-la. O problema era que iam trocar figurinhas e nos analisar todo o tempo. Melhor não. 
— Definitivamente não. Comam antes que esfrie. Detesto massa gelada. Todos estávamos precisando de uma comida caseira e gostosa depois do dia de hoje. O que expressa isso melhor que um spaguetti a carbonara? Nada! 
Eles conversaram animadamente durante o jantar. Jordan falou da filha, do trabalho, quis ouvir as ultimas aventuras do casal e o clima continuo muito agradável por mais de duas horas. 
— Quem diria, quando a conhecemos Beckett torceu o nariz a principio. Entendo que teve seu território invadido pelos federais, contudo o melhor mesmo foi o ciúme. Não vou esquecer nunca! 
— Ciúme? De onde você tirou essa ideia? 
— Não se faça de ingênua. Você morria de ciúmes da Jordan porque eu a admirava e aos brinquedinhos do FBI - a essa altura a cara de Beckett mostrava irritação e contrariedade, Jordan se divertia rindo da maneira interessante como Castle conseguia mexer com a esposa, sabia exatamente que botões apertar. 
— Eu ainda me lembro daquela conversa no carro, parece que muito não mudou. Ele continua te irritando, não? 
— Eu não estava com ciúmes de Jordan. 
— Vamos, Beckett. Você ficou chateada por eu estar fascinado com a agente famosa do FBI, toda vez que conversávamos sobre um caso você entortava a boca e voltou para o seu quadro fixo. Confessa você se sentiu deixada de lado quando eu e Jordan começamos a teorizar - ela sorriu e jogou o guardanapo na cara dele - você disse isso na minha cara quando fui ao seu apartamento. 
— Em seus sonhos… 
— Ela é louca por mim - Castle sorria - e confessou o ciúme. Disse que eu devia estar criando teorias com ela em vez de você. 
Terminada a refeição, ela sabia que Beckett iria mudar o tom descontraído da noite para algo mais profissional. Jordan Shaw conhecia bem o estilo da mulher a sua frente. Como ela, Beckett não conseguia relaxar enquanto um lunático estava lá fora causando medo e incerteza para os cidadãos. Sentados no sofa e com o vinho por companhia, a capitã foi objetiva. 
— Certo, acredito que você já pode compartilhar o resultado de sua análise. 
— Andrew Logan é um sociopata. Ele vê a morte como um resultado. O ato de matar em si lhe é precioso assim como o planejamento. É extremamente inteligente e acredita em suas próprias regras. Misógino e assumido, acredita que as mulheres são um mal, em sua mente elas devem ser submissas ou não existir. Esse é o gatilho de toda a sua obsessão por matar, o que denomina de arte. Afinal, tudo começou com o abandono da noiva. Ela é o motivo, a razão porque escolhe mulheres como vitimas. Ele se orgulha de ser conhecido como o Noivo de Aço e jamais irá se intitular assassino. Ele é um artista na sua concepção e seu trabalho tem muito a ver com isso. Talvez ai esteja o deslize de Logan e a nossa chance. 
— O que você está pensando? 
— Logan é inteligente e orgulhoso. Gosta de ver seu trabalho sendo falado, evidenciado. Usar um cúmplice? Não parece muito seu estilo. 
— A menos que seja um admirador. Alguém disposto a seguir cada um dos seus passos, valorizar sua arte e concordar com seus princípios - disse Castle. 
— Alguém que não se incomode em ser subserviente e fazer o trabalho sujo - completou Beckett. 
— Exato. Ele precisaria ter certeza de que o seu suposto discípulo seguiria suas orientações meticulosamente. Esse tipo de relacionamento leva tempo - complementou Jordan.  
— Mas não é impossível, vimos acontecer com Tyson. Kelly Newman - disse Beckett. 
— Outro ponto importante é a supervalorização das artes. Para Logan, tudo tem uma explicação, o que me leva a outro problema. 
— O número sete, eu percebi - disse Castle - é o numero ligado às artes. Ele se vê como um artista. Você está dizendo que há uma conexão entre os crimes de Logan e o assassinato de Jane pelo copycat/cúmplice? - Jordan anuiu. Eles ficaram calados por uns minutos, Beckett soltou um longo suspiro. 
— Conexão… que tipo de conexão… - ela pensava alto. De repente, viu Castle revirando uma pasta que havia largado no aparador da sala - Castle, por acaso esse é o arquivo oficial do caso Logan da NYPD? Você surrupiou documentos oficiais? Outra vez? Isso é propriedade do departamento de policia de Nova York! - Jordan segurava o riso observado a interação entre os dois.  
— Não surrupiei, trouxe trabalho para casa. Sou o marido da capitã! Se perguntarem digo que foi você que trouxe. 
— Ah, ótimo! Em outras palavras, você vai mentir! 
— Hey! Achei que estávamos discutindo teoria para o caso, não atos disciplinares. Foco, por favor? - Beckett a olhou. 
— Não estamos discutindo… 
— Claro, estou vendo. Essa sou eu sendo pragmática. Estamos procurando uma conexão. 
— Exato, era o que eu estava tentando mostrar quando Beckett me interrompeu - ele a viu revirar os olhos, mas bastou Castle começar a falar que sua atenção voltou-se completamente ao escritor - Logan matou cinco vitimas, ou como ele gosta de dizer, executou sua arte. O suposto cúmplice executou uma vez - Beckett pulou na hora intrometendo-se na conversa. 
— Lembra quando você disse que havia similaridades? Os números impares eram pinturas com mulheres de famosos? 
— Sim, foi por isso que atribuímos a ideia do copycat. Porque o cúmplice usou uma obra a exemplo de Logan no seu primeiro trabalho. 
— E se não foi uma copia? E se foi uma quebra proposital de padrões? - Beckett questionava o marido. 
— Se você estiver certa, devemos concluir que Logan nos induziu a pensar em um copycat quando na verdade, ele estava continuando seu trabalho, então esse é de fato o… 
— Número seis! - disseram juntos. Beckett continuou. 
— O que significa que haverá mais um assassinato para completar o ciclo. O número sete. 
— Amo essa sincronia de vocês, mas vocês não acham que ao quebrar o seu estilo, ele queria alcançar outra coisa? Será que deixaria seu discípulo fazer o fechamento de toda a sua obra? Não seria ele a executar seu trabalho principal? 
— Ele está preso, Jordan. 
— Até quando? 
— Ele pegou 60 anos. Cumpriu doze. 
— Certo, existe a possibilidade de condicional? - Beckett a fitou por um instante. 
— Você está dizendo que ele está pensando em executar o número sete? Eu não consigo ver um criminoso como ele recebendo apoio para conseguir uma condicional. 
— Já checou a ficha dele? Seu comportamento na prisão? Tudo é possível. Se essa suposição estiver correta, eu tenho que ser sincera com você, Kate. Há uma grande probabilidade de que Logan deixe a Sing Sing e complete sua obra. Seu número 7 é você - ela olhou para Castle e depois para Jordan. 
— Não, você está indo longe demais. Não há razão para liberarem um cara como Logan em condicional. Ele é um serial killer, um sociopata misógino como você mesmo o classificou. Quem em sã consciência faria isso? 
— O mundo está cheio de advogados com pensamentos malucos e visando apenas lucro. Por que não? 
Castle se aproximou da esposa tocando-lhe o ombro, acariciando-a de leve. Isso fez seus olhos se encontrarem outra vez. Então, Beckett viu. Ele também acreditava na teoria de Jordan.  
— Você também pensa assim… 
— Sim, na verdade, eu acredito que você está certa quando pensa em vingança. E qual seria o melhor ato para encerrar o ciclo de Logan se não ter sua inimiga como vitima? Quando você falou para Jordan que temia por mim, que ele poderia me usar para atingi-la, não discordo que o objetivo maior é chegar a você. Só que não será me usando. Suas vitimas são mulheres. 
— Castle, há alguns minutos concordamos que Logan quebrou seu padrão. Pode fazer isso outra vez. 
— Poderia, não nesse caso. Ele fez uma única vez para nos manipular. Tyson também usou do mesmo artificio, contudo ele não abriu mão de se vingar de mim em nenhum momento, fez questão de vir ao meu encontro contar vantagem, lembra? Fez o mesmo da ultima vez. A vingança é um prato que se come frio, nós já sabemos disso, Kate. 
— Em outras palavras, Castle está lhe dizendo para ter cuidado e aceitar que você é o alvo principal de Logan. Eu concordo com ele. 
— Não… e-eu não aceito. 
— Confesse, Kate. A possibilidade já havia lhe ocorrido. Você não disse porque não queria preocupar seu marido, eu posso simpatizar com isso. Contudo, vocês já passaram da fase de esconder o que pensam para proteger um ao outro. Viveram muitas situações complicadas para se privarem de agir juntos. Sao parceiros e trabalham melhor quando estão focados no mesmo objetivo. 
Beckett passou as mãos no cabelo. Apenas de olhar para ela, Castle entendia que o pensamento lhe ocorreu. 
— Eu me recuso a ser uma vitima. Não irei ficar sentada esperando o proximo movimento de Logan. Precisamos encontrar o cúmplice. 
— Concordo. Não apenas encontra-lo, mas descobrir o que os uniu - Castle sorriu. 
— Eu disse que valeria a pena traze-la para o caso. Alguém quer sorvete? - Beckett revirou os olhos, mas sorriu. Enquanto Castle se ocupava servindo sorvete para as duas na cozinha, Jordan aproveitou o momento para dar um conselho a capitã. 
— Kate, esse caso ainda vai mexer bastante com você, sua relação com Castle. Talvez haja momentos em que seu julgamento seja afetado pelos seus sentimentos por ele, ou sua raiva por Logan. Seria prudente ter alguém para conversar e ajuda-la se for preciso. Não estou falando do seu marido. É claro que ele a apoiará quase que incondicionalmente. 
— Quase? 
— Mesmo com toda a sua preferência por aventuras e curiosidade pelo desconhecido e casos complicados, acredito que quando se trata de quem ele ama, Castle pode ser bem racional. Talvez ele tente convence-la a não fazer certas coisas, talvez você não escute. É ai que uma terceira pessoa se torna importante. Pense nisso. Eu não estarei disponível por muito tempo. 
Castle retornou para a sala carregando a bandeja com sorvete, um pote de mashmellows, calda e m&m’s. Eles mudaram o tom da conversa outra vez e terminam a noite de maneira divertida. Jordan despediu-se dos dois e prometeu estar na delegacia às nove para continuarem a investigação. 
Naquela noite, antes de dormir apesar do pedido de Castle para ela relaxar, a mente de Beckett não conseguia desligar do fato de que poderia ser a vitima final de Logan. O resultado  expressou-se em forma de pesadelo. 
Ela acordou no meio da noite gritando por Castle. Assustado à principio, ele logo se recompôs e tratou de acalma-la. 
— Está tudo bem. Nada aconteceu. 
— Detesto quando me deixo abater por isso - ela reclamou abraçada a ele. 
— É natural, amor. Você está sob muito stress - ele beijou seus lábios - procure relaxar - começou a massagear seus ombros, pescoço, as costas. Trocou vários beijinhos com ela e continuou usando o toque para acalma-la. Minutos depois, ela adormeceu. A respiração era firme e tranquila. Satisfeito, ele voltou a dormir. 

Sing Sing

Assim que Logan retornou do café, ele encontrou o “xerife” no caminho da biblioteca. Esse era o apelido que um dos capangas do rei do pedaço usava. Ele passou sorrateiramente um envelope para Logan que apenas sorriu e seguiu seu caminho como se nada houvesse acontecido. 
No conforto e solitude da biblioteca, ele pegou um livro abrindo-o para manter o disfarce de que estava pesquisando algo antes de iniciar suas atividades naquela manhã. Tirou o pedaço de papel do envelope posicionando-o entre as paginas para finalmente ler. 

“Querido Mestre, acredito que o relato que farei o agradará imensamente. A segunda fase do plano foi concluída com igual sucesso. A imprensa não somente noticiou o crime que a NYPD fez questão de esconder como colocou a sua inimiga na berlinda. Houve uma coletiva de imprensa na qual ela afirmou que o crime foi cometido por um copycat exatamente como o mestre previra. Eles estão perdidos. Os repórteres a questionaram sobre um suspeito e eles usaram o velho jargão da policia sobre sigilo que em outras palavras significa que não sabem o que fazer, não tem nada. A pressão aumentou para a capitã e alguns repórteres estão colocando em cheque sua objetividade e competência. Foi bem divertido assistir a repercussão de tudo. 
Também confirmo que a identidade da fonte permanece desconhecida e acontecerá exatamente como o mestre previu. Ficarão rodando em círculos, sem qualquer chance de encontrar o tal copycat ou resolver o que chamam de crime. 
Novamente, quero expressar minha admiração pelo mestre e dizer que estou pronto para qualquer nova tarefa que seja necessária. Acredito que a terceira parte tende a ser um sucesso. Trata-se apenas de uma questão de tempo e logística. Estarei esperando ansioso para vė-lo e então concluirmos nosso objetivo. Ninguém perceberá. 
Seu servo e admirador, 
M.” 

Logan sorria diante do bilhete. Não esperava nada diferente daquela mulher. Auto-confiante e arrogante. Ela não tinha noção do que aconteceria dali a algum tempo. O ditado era certo: a vingança é um prato que se come frio. A sua seriam verdadeiro banquete. Bem gelado. O que eram alguns meses para quem já esperou doze anos? Seria um prazer tornar-se um “cold case” para então ressurgir das cinzas como a fênix e destruir de vez a figura vista como poderosa por muitos. Reduziria Kate Beckett a nada. Sua obra de numero 7 seria eternizada. Seu nome ficaria registrado para a posteridade. Então, ele poderia desaparecer. Sem vestígios, sem pistas ou rastros como planejara desde o principio. 
Rasgou o bilhete em pedaços minúsculos e comeu-os. 
Sem rastros. Sorriu. 
Quem o visse naquele instante, veria o brilho maligno de um monstro em seu olhar. 

XXXXXXXX 

Ao chegar no 12th distrito pela manhã, Beckett estava ávida por novidades. Ficaria extremamente frustrada se Ryan não tivesse algum resultado para compartilhar. Ryan estava em sua mesa revisando alguns papeis. 
— Bom dia, Ryan. 
— Beckett, Castle. Bom dia! 
— A Jordan já chegou? - perguntou Castle antes que Beckett começasse seu próprio interrogatório com o detetive. 
— Está na sala da capitã. 
— Vou chama-la. Não comecem sem mim - ele saiu correndo para trazer a especialista para ouvir as atualizações do caso. De volta ao salão, Beckett a cumprimenta e vira-se para focar a sua atenção completamente em Ryan. 
— Ryan, tome a liderança e nos diga o que conseguiu. 
— Conforme informei ontem ao telefone, o processo de melhora da qualidade do video nos tomou mais tempo do que pretendíamos, porém também nos possibilitou encontrar mais um pedaço do quebra-cabeça que se tornou crucial para identificar o suspeito - ele se aproximou do quadro de evidências e colocou a primeira foto nele - essa era a imagem que eu havia encontrado antes. Um dos encontros de Jane. Ao rodarmos os videos com os programas do FBI, voilá! - colocou a segunda imagem no quadro - a principio não há semelhança, certo?  O cara na segunda foto está de boné por uma razão - ele colocou a foto ampliada - ele é careca e reparem na falta da sobrancelha direita nesse angulo. Usando um programa de reconhecimento facial, chegamos a uma acuracidade de 98%. Trata-se da mesma pessoa. 
— Filho da mãe! - exclamou Beckett. 
— Eu adoro os brinquedos do FBI! - Castle afirmou empolgado. 
— Ele se livrou de qualquer pelo no corpo para não cometer o mesmo erro de Logan - disse Jordan focando na ideia do copycat enquanto olhava para a capitã que pensava o mesmo que ela, o serial killer não queria cometer deslizes, esperto. 
— Pode identifica-lo? 
— Ai temos um outro problema - Ryan colocou duas novas fotos no quadro, dessa vez saídas do sistema e do banco de dados do FBI. VICAP - Sim, eles são a mesma pessoa de acordo com a imagem, contudo estão listado no sistema com três nomes diferentes - Ryan escreveu. 
Mark Doyle. John Michael Steven. Michael Doyle. 
— Nenhum deles aparece como condenado. Acredito que o sistema do FBI também tem suas falhas. 
— Não posso confirmar, mas também não tenho argumentos para defende-lo. No fim das contas, o imput é humano. Passível de erro - disse Jordan. 
— Ou no pior dos casos, manipulável - disse Castle - nenhum endereço? 
— Três. Esposito está checando se são verdadeiros ou falsos. A única forma de encontrar uma conexão ou registro de prisão é se formos direto as fontes, as prisões e sem um mandato e causa provável… 

— Estamos de mãos atadas. Nenhum juiz concederá permissão ou o documento para vasculharmos as prisões, o que nos deixa dependentes exclusivamente do Comandante. Um desses nomes é verdadeiro. Vasculhe tudo o que puder sobre eles e apresse Esposito com os endereços. Vou pressionar o Comandante - ela saiu apressada em direção a sua sala, o celular no ouvido. O tempo estava passando. 


Continua....

Um comentário:

cleotavares disse...

Uau! Cada capítulo, mais tensão. Esse cara é muito louco, medo. Ai ai! Vai ser o Castle querendo proteger a Beckett, a Beckett querendo proteger o Castle, ai meu "core".
A Jordan "trolando" esses dois, amaria vê-la fazendo isso junto com a Dana.