domingo, 5 de agosto de 2018

[Castle Fic] A (Im)Perfect Love Story - Cap.42


Nota da Autora: Primeiramente, desculpe a demora. Muitas coisas acontecendo nesse verão. Nesse capitulo iremos ver a saga do vestido,  diversao, amizade e cenas que nos lembram que "boys will be boys" hahahaha, além de momentos entre amigos/familia e as critircas do novo livro do nosso escritor favorito. Enjoy! 



Cap.42

O dia começou agitado para Johanna. Por mais que torcesse para uma manhã calma, duas ambulâncias chegaram trazendo vitimas de um acidente em uma construção. Um pedaço de uma viga de concreto caíra sobre o abdomen de um dos jovens que trabalhavam no local causando hemorragia interna que colocava em risco sua vida. A cirurgia foi complicada e demorou mais do que ela previra. Sabia que Paul tinha entrado em outra OR com o companheiro do rapaz. 
Após terminar a cirurgia, ela ainda ficou monitorando o paciente por uma hora e fez várias recomendações ao seu residente. Estava no conforto médico trocando de roupa para deixar o hospital quando Paul entra na sala. 
— Hey, manhã difícil… como está seu paciente? 
— Crítico. A hemorragia foi extensa. Com certeza a companhia vai querer vir falar conosco sobre seguro. Eu estou de saída, mas será que pode monitora-lo para mim? Eu dei todas as recomendações possíveis, só estou preocupada. 
— Claro que posso - Paul respondeu se aproximando da noiva, acariciava os braços dela - promete para mim que vai desligar do trabalho essa tarde? Você tem um compromisso importante agora com sua filha e sua amiga. Tente aproveitar cada minuto. 
— Você sabe que não é tão simples. 
— Eu sei, por isso estou pedindo. Eu vou cuidar do seu paciente, Joh. Foque no seu vestido. 
— Eu ainda tenho que conversar com Kate, não posso ir para essa briga sem uma aliada. Audrey vai querer tudo do jeito dela. 
— Audrey quer vê-la feliz. A decisão é sua - ele beijou a testa dela - agora vá, não quero que se atrase. Vocês irão lá para casa depois? Eu estarei com Charlie no videogame. Pensei em chamar Castle. 
— Paul, ele está ocupado. Videogame é muita tentação para Castle. Precisa focar no evento. Por favor, vê se não exagera. 
— Relaxa, Joh. Estou apenas proporcionando um pouco de diversão para o rapaz. Ele vai ficar a tarde toda sozinho. 
— E você adorou essa desculpa para jogar, não? - ela sorriu e beijou-lhe os lábios - te vejo mais tarde - pegou sua bolsa e saiu com o celular na mão para ligar para Kate. No conforto, Paul pegou sua mochila e com cuidado retirou o exemplar de “Before Dawn” que escondera. Sentou-se no sofá e retomou a leitura. 
No metro, a caminho do seu apartamento onde pegaria o carro e a filha, Johanna esperou que a amiga atendesse o celular. 
— Hey, Joh. Está a caminho? Castle ainda não voltou da reunião. 
— Não, acabei de sair do plantão. Estou indo para casa, preciso de um banho e comer alguma coisa. Estou ligando porque preciso da sua ajuda com Audrey hoje. Eu conheço bem minha filha, ela vai querer que escolha um vestido super elegante, com aquelas saias e véu e… 
— Joh, respira. Não interessa o que Audrey quer, a noiva é você. Sabemos que opinião é válida, porém quem usará o vestido é a noiva. Não há motivo para pânico. Sei que sua vontade será obedecida. 
— Conto com você para isso. Aliás, o que você me diria se eu revelasse que não quero um vestido propriamente dito? 
— Eu diria que está indo na direção certa devido o tipo de cerimonia, contudo eu não descartaria as demais opções ainda. As vezes, a roupa fala conosco. 
— Você já me acalmou. Terá que usar esse argumento para convencer Audrey. 
— Posso tentar - Kate riu. 
— Vejo você em uma hora. 
Johanna chegou em casa pensando em ir direto para o chuveiro. Audrey estava na sala conversando com o namorado. Assim que a viu, foi logo comentando. 
— Mama, fiz uma lista de lugares que precisamos ir. Tem umas lojas no SoHo que são especializadas em vestidos mais baratos e outras de design desconhecidos que podem ser bem interessantes para visitarmos. Eu fiz um roteiro também para facilitar, dessa forma não ficamos dependendo muito de transito e ganhamos tempo. 
— Tudo bem, Audrey. Eu vejo isso depois, preciso tomar um banho e comer.
— Fiz crepe. Termine seu banho que faço um com o recheio que quiser, dona Johanna. Quer café também? 
— Por que não? - Johanna desapareceu rumo ao quarto. Vinte minutos depois, ela apareceu na sala com o cabelo molhado, vestindo uma calça jeans e um suéter sem qualquer maquiagem - esse banho foi providencial após essa manhã complicada. E estou com muita fome. 
— Vou fazer o crepe. O que quer de recheio, mama? Temos cream cheese, salsinha, arugula, tomates, peito de frango que achei na geladeira e desfiei, prescuitto, Além de nutella, banana, maçã e canela. 
— Tenho certeza que tem parmesão na geladeira. Prefiro que cream cheese. Ai coloque presunto, arugula, tomate e salsinha. Pode exagerar no parmesão e pegue o azeite para regar bem. 
— Sim, senhora. Olha ai, Charlie. Acha que vai me ensinar. Je suis la reine de la crêpe! 
— Está certo, rainha. Então faça um doce para mim também com banana, canela e nutella. Como foi a manhã de vocês?
— Nada de mais. Tomamos café tarde. Eu pensei em sair com Charlie, mas podia atrapalhar o nosso cronograma. Hoje a tarde ele vai se divertir com Paul e amanhã posso leva-lo para conhecer a cidade. 
— Quero muito ir ao memorial do 11 de setembro e comer sanduíche de pastrami. E a sua, plantão difícil? 
— Um acidente de trabalho, o rapaz teve uma hemorragia interna imensa. Por pouco escapou. 
— E o que você fez para conter a hemorragia? Afetou algum órgão? 
— Ah, não! Nada de falar de sangue, cirurgia e catástrofe na hora da comida. Voltem a falar de Nova York - Johanna e Charlie riram. 
— Não se preocupe, Charlie. Eu conto depois para você. Então, sanduíche de pastrami? Não é algo que eu imaginaria um francês querendo comer… 
— Ele está obcecado. Vou leva-lo no Katz, para mim é o melhor mesmo. E depois vamos na Dean & Deluca. Estou com saudades. 
— Quero comer comida chinesa, não tem muito disso em Paris. 
— Como agradar um francês em Nova York? Tarefa difícil. Já disse que vou leva-lo ao museu de historia natural. 
— Você terá varias oportunidades. E não se esqueça do natal. Castle é exagerado com comida e cozinha bem - Audrey colocou o primeiro crepe na frente da mãe. Charlie estava fazendo o café. 
— Quer creme? 
— Sim, isso me lembra que preciso comprar leite desnatado. Paul só toma café com ele, além dos shakes que prepara. Hum, isso está delicioso. As vantagens de ter uma filha metida a chef só aumentam. 
— Enquanto a senhora come, deixa eu explicar o que pensei sobre seu vestido e como vamos procura-lo - Johanna não tinha como evitar, deu a palavra a menina que tagarelou o que pode até que terminasse seu almoço. Finalmente, ela alertou Audrey que era hora de ir. Passaram no loft para pegar Kate e seguiram dois quarteirões abaixo para uma das ruas que Audrey identificara duas lojas com potencial. Ao entrarem na loja, Johanna pediu a Kate para tomar à frente porque assim Audrey não ia desviar a atenção do objetivo. Beckett explicou como seria o casamento e quando, apresentou a noiva e deixou a vendedora fazer as perguntas. 
— Você tem algum tipo de vestido ou roupa em mente? A cor deve ser branco? 
— Nada de branco. Algo bege, salmão. E não sei se quero vestido. Imagino uma roupa que eu possa usar depois. 
— Como assim, mama? Tem que ser vestido longo maravilhoso e ter véu. Pense nas fotos - a vendedora sorria. Compreendia que havia uma pequena batalha entre mãe e filha. Beckett interviu. 
— Audrey, eu acho encantador a forma como você quer que tudo seja perfeito para a sua mãe, contudo precisa lembrar que a ultima palavra é dela, afinal é a sua data especial. Vestido é uma opção, sem dúvida. Cada pessoa tem um estilo, quer saber minha historia? Eu tive tantas complicações com o meu casamento. Primeiro, tinha um vestido que pegou fogo, não conseguimos um local, minha madrinha e minha sogra conseguiram reformar o vestido da minha mãe que ficou lindo, contudo não pudemos casar naquele dia e eu fiquei receosa. No fim, casei com uma roupa simples, uma cerimonia intima e maravilhosa. O que estou querendo dizer é que sua mãe terá o mais importante nisso tudo, o amor de Paul. 
— Wow! Que discurso. Não foi à toa que escolhi minha madrinha - Audrey sorriu com o comentário da mãe. 
— Isso é verdade mesmo? Aconteceu tudo isso quando você estava se preparando para casar? 
— Audrey! Veja como fala! Você está chamando Kate de mentirosa? 
— Não, mama. Mas sei lá, ela é casada com um escritor. Podia estar dando um argumento criativo para me convencer. 
— Bom ponto, Audrey. Só que é verdade. Eu e Castle passamos por muitas coisas, obstáculos realmente complicados e intensos antes de conseguirmos dizer o “sim” e começar nosso futuro como marido e mulher. 
— Você nunca me disse isso. 
— E agora não é o momento. Chega de conversa, vamos cuidar da noiva - elas se concentraram em olhar os vestidos. Não encontraram nada realmente interessante na primeira loja. A saga continuou e o resultado se repetiu nas três outras lojas que visitaram. Audrey estava preocupada de não acharem o traje apropriado. Acabando as opções da menina, ela reclamou frustrada. 
— Como pode? Acabaram as opções e não achamos nada! Não temos muito tempo. E agora, mamãe? 
— Calma, Audrey. Tenho certeza que acharemos alguma coisa. 
— Tenho um lugar que pode ajudar. Bloomingdale’s. 
— Kate, ali só tem vestidos de marcas e super caros. Não é meu objetivo. 
— Ai é que está o truque. Poucas pessoas sabem, mas em um dos andares há uma sessão de vestidos de festa incluindo casamento que são de coleções passadas e igualmente bonitos por um preço melhor. Que tal? 
— Não custa nada. Até agora não demos sorte mesmo - seguindo a sugestão de Kate, elas foram até a loja. Claro que Audrey insistiu que a mãe olhasse primeiramente o andar com os vestidos de noiva atuais. Johanna fez para satisfazer a filha, porém a própria menina concordou ao se deparar com os preços que não valia a pena. Estavam apenas há quinze minutos olhando os vestidos quando Johanna ouviu Kate chama-la. 
— O que foi? 
— Apenas olhe e diga se quer experimentar - o sorriso de Beckett ia de orelha a orelha. Ao bater o olho, Johanna prendeu a respiração por uns segundos. O vestido que ela tinha nas mãos era no tom bege com uma saia longa, uma fenda e alças finas com um bordado sutil e delicado para realçar os seios. Definitivamente algo que ela poderia usar em outra ocasião e de muito bom gosto. Johanna podia se ver casando com ele. 
— Eu preciso experimentar - Beckett riu. 
— Não perca tempo então - viu a amiga sair quase correndo para os provadores. 
— O que aconteceu? - perguntou Audrey ao ver a mãe sair meio desesperada. 
— Talvez um caso de amor à primeira vista… veremos - Kate indicou com a cabeça para a menina a seguir. Johanna vestira-se bem rápido. Beckett e Audrey entreolhavam-se ansiosas - vamos, Joh! Acabe com o suspense! Queremos ver como ficou - a médica saiu do provador ficando de frente para as duas. Um sorriso nos lábios. Era perfeito. Elegante, simples e causaria o impacto desejado. 
— Você está linda, Joh. 
— Eu adorei, mama. 
— Eu também. Tenho certeza que é esse. A cor, o modelo, o detalhe do colo expondo as sardas que Paul tanto gosta. É perfeito. 
— Ufa! Essa é a melhor noticia do dia - disse Beckett. 
— Agora os sapatos, mama. 
— Ah, nem se preocupe. Eu tenho um scarpan dessa cor. Acho que acabamos a nossa saga. Vou pagar. E depois preciso de um café. Não vou esperar chegar em casa. 
— Eu não tenho nenhum problema com isso - disse Kate. 
No apartamento de Paul, Charlie fazia um queijo quente para lanchar com um suco de laranja quando o médico chegou do plantão. 
— Que cheiro bom é esse? 
— Oi, Paul. Estou fazendo queijo quente. Pensei em fazer omelete, mas não sabia se podia usar os ovos. Só tem três na geladeira. 
— Sabia que tinha esquecido algo. Preciso comprar leite, ovos, alho e algumas verduras. Ainda tenho tempo antes de Joh chegar, mas estou cansado para ir ao mercado. 
— Se quiser vou. É só me dizer onde fica. 
— De jeito nenhum. Você não tem obrigação de fazer isso e não ia deixa-lo andando sozinho por Nova York. É nossa responsabilidade. Vou mandar uma mensagem para Joh. Ela aproveita que está na rua e passa no mercado. Se quer me agradar, eu aceito o sanduíche e prepare-se! Vou tomar um banho rápido e começamos a jogar, combinado? 
— Combinado - Paul seguiu para o quarto. Pegou o celular e escreveu “Amor, pode passar no mercado antes de vir para casa? Leite, ovos, alho e as verduras que quiser. Por favor?”. Jogou o celular na cama e entrou no banheiro. Dez minutos depois, ele perambulava pelo quarto atrás de uma roupa confortável. Viu a mensagem piscando no display. “Tinha esperança que você fizesse isso. Tudo bem. Sou uma noiva maravilhosa. XO” ele riu dela. Após vestir a camiseta, ele pegou o livro cuidadosamente da sua mochila e deixou-o na cabeceira da cama ao lado de Johanna onde estava antes. Esperava ler um pouco mais durante seu plantão, mas com a agitação apenas foi capaz de ler até o fim do capitulo 7. E que capitulo! Castle o surpreendera. Voltando para sala, falou. 
— É bom estar pronto para levar uma surra, Charlie. 
— Mesmo? Está fera assim? Aqui está seu sanduíche. Quer suco? 
— Claro, ligue esse videogame - os dois sentaram-se no sofá e iniciaram a brincadeira. Eles conversavam sobre estratégias, dicas e pequenos truques que ambos conheciam. Charlie se divertia com o jeito de Paul em algumas situações. Ele ainda tinha muito o que aprender. Eles riam, falavam alto e jogavam bastante. Meia hora depois, o celular de Paul toca. Ele pede para Charlie pausar o jogo e atende. 
— Hey, Paul. É o Castle. Johanna já chegou em casa? 
— Não, Castle. Por que? 
— Beckett está demorando e não me disse nada sobre a programação da noite, o jantar. Você  não acha estranho? Elas saíram por volta de uma da tarde. 
— Castle, o que você esperava? Três mulheres à procura de um vestido de noiva. Não vão resolver tudo em duas horas. 
— Mas são quase cinco horas, Paul! 
— Você tem algum problema? Lily está bem? Precisa trabalhar? 
— Não, mas… 
— Então relaxe. É por causa de amanhã? Está nervoso, ansioso? 
— Não, eu já fiz muitos lançamentos para não me sentir nervoso. É como uma cirurgia de rotina para você. Sabe exatamente o que deve fazer. Apesar que amanhã não deixa de ser um pouco especial. É o meu primeiro trabalho desde que eu e Beckett tivemos nossas vidas por um fio e trata-se de algo novo. 
— Vai ser um sucesso. Eu vi como a Joh ficou depois de ler. Quer saber? Ela não me disse quando ia chegar, pedi que fosse ao mercado comprar algumas coisas só que não sei se deixará Kate em casa antes. Você não quer vir para cá? Podemos pedir uma pizza ou qualquer outra coisa para jantar. Eu e Charlie estamos jogando. 
— Você está jogando sem mim? - Paul riu - isso é traição. Depois de tudo que te ensinei… me dê quinze minutos para arrumar as coisas de Lily e estou a caminho - Paul desligou o celular. 
— Melhor jogarmos bastante porque Castle está vindo para cá e quando ele chegar vai monopolizar o jogo. Eu e você teremos que revezar no controle. Tire da pausa, Charlie. 
— É pra já. 
Castle chegou primeiro que Johanna. Tinha a bolsa de Lily nos ombros, a filha em um dos braços e a cadeira do carro no outro. 
— Você foi rápido. 
— Nem sinal delas ainda? 
— Nah! Castle, esse é Charlie. Namorado de Audrey. 
— Prazer, Charlie. Essa é Lily. Diga oi para o Charlie - ele balançava a mão da menina - Ouvi falar muito de você. 
— Eu também, Sr. Castle. 
— É apenas Castle, por favor. Está gostando de Nova York? 
— Eu ainda não tive oportunidade de sair realmente. Chegamos ontem, cansados e Audrey quer muito ajudar a mãe com o casamento. Estou esperando a festa passar para aproveitar. 
— Bem, amanhã você já tem compromisso. Que tal pararmos com a conversa e jogar? Vou colocar Lily na cadeira perto de mim. Ela gosta de olhar a televisão quando estou jogando. 
— Kate sabe disso? 
— Eu não contei, mas deve desconfiar. Então, estão no meio de uma partida? 
— Sim, vamos finaliza-la e será sua vez - Castle deu de ombros. Como Paul previra, assim que terminaram a partida anterior, Castle monopolizou um dos controles deixando ele e Charlie revezando para jogar. O médico começou a sentir fome, checou o relógio. Quase seis e meia. Precisavam definir o jantar - Você avisou a Kate que estaria aqui? 
— Não. Deveria? 
— Voce não se lembra da ultima vez? Ou não se importa? 
— Ela deve vir com Johanna. E tenho uma vantagem, uma carta na manga com ela. 
— Nem quero saber o que é… - disse o médico lembrando da cena que lera do livro - já que você está jogando com Charlie, vou pensar no que será o jantar - nem bem Paul se levantou do sofá, a porta do apartamento se abriu e Johanna, Audrey e Kate entraram carregando sacolas de compras. 
— Oi, moreno. Fiz suas compras e nem chegue perto da sacola que a Kate está segurando. Não quero que veja minha roupa. É surpresa - então ela se virou após beijar o noivo percebendo o barulho - estão fazendo uma festa aqui e nem me avisaram? Estava preocupada se estavam com fome, sobre o jantar, mas acho que foi à toa. Veja, Kate, até a Lily está na farra. 
— Bonito, hein Castle? Podia ter me ligado. E se Johanna tivesse me deixado no loft antes? - ele nem ouviu o que ela dissera tamanha era sua concentração na cena em que tentava escapar de uma armadilha de Charlie. Beckett trocou um olhar com Johanna - está vendo o que eu tenho que passar com jogo? Ele vai já me responder - ela usou sua boa e velha estratégia, o grito - Castle! 
— Ah, oi Beckett… e-eu… - tentava olhar para a esposa, mas o momento do jogo o obrigava a prestar atenção na tela. 
— Castle, eu estava falando com você. Por que não me disse que vinha para cá? - ele mexia a cabeça rapidamente tendo que dividir sua atenção entre a tela e a esposa - Castle, quer fazer o favor de olhar para mim? - Johanna tentava segurar o riso. Paul olhava a cena abraçado à noiva. 
— Alguém vai perder privilégios hoje - sussurrou Paul para Johanna. 
— Sim, claro… desculpa. Charlie, ele está querendo matar e… - ao ver o olhar incisivo de Beckett, ele complementou fazendo cara de pânico - e isso não importa, o que quer saber, amor? 
— Por que não me ligou avisando que estava aqui? 
— Achei que era o lógico e… - ele tornou a olhar para a tela - ah, não! Você me matou! 
— Não ainda, mas estou chegando bem perto - disse Beckett. 
— Não estou falando de você, foi Charlie e… - percebendo que Johanna e Paul estavam segurando a risada, ele levantou-se do sofá e aproximou-se de Beckett abraçando-a - como foi o passeio? 
— Você não tem jeito, escritor - e a sala explodiu em risadas. 
— Estava pensando no nosso jantar. Alguma sugestão? - disse Paul na tentativa de mudar o rumo da conversa e melhorar a situação para o lado de Castle. 
— Fui ao mercado e acabei comprando ingredientes para fazer um risoto ao funghi. Audrey vai me ajudar. Castle, você trouxe algo para Lily? 
— Sim, tem potinho de frutas e a sopa que a mamãe fez hoje. 
— Pelo menos dessa vez você cuidou da sua filha - disse Beckett se dirigindo a menina - mamãe estava morrendo de saudades, meu bebê - a pequena esticava os braços pedindo colo para mãe. 
— Ótimo. Mãos à obra, Audrey. 
— Oui, Chef! - seguiram com as compras para a cozinha. Sabendo que ia sobrar ficando na sala, Beckett seguiu para a cozinha com o intuito de alimentar Lily. Sentou-se apoiando Lily no canto do balcão e enquanto brincava com a menina para que comesse, observava Johanna e Audrey na cozinha. A dinâmica de mãe e filha era algo adorável de se ver. Audrey explicava a melhor técnica para o risoto, dizia que precisa cozinhar devagar, adicionar o molho aos poucos em pequenas quantidades. 
— Até parece que eu nunca fiz risoto. Eu ensinei você. Já esqueceu? 
— Claro que não, eu estou dando dicas porque aprimorei meu conhecimento. 
— Vocês são uma gracinha discutindo na cozinha - Beckett implicou. 
— Olha quem fala, aquela que briga com o marido por causa de videogame. 
— Haha… abra o olho. Percebe quem tem o outro controle do jogo? Seu moreno… 
— Sai dessa, mama! - elas riram - vamos falar sério novamente. Temos um vestido. O próximo passo do casamento é arrumar a noiva. Para ser honesta, dona Johanna deveria ir para um dia de spa, mas foi inventar de casar pela manhã! Nem que acorde com as galinhas isso será possível - Beckett percebeu que a menina falava sério, por isso teve que segurar o riso embora tenha olhado diretamente para Johanna - pensei ao menos em fazer o cabelo, manicure, maquiagem, limpeza de pele… ah! Depilação, claro! Sei que faz sempre, mas é uma ocasião especial, não? Temos que pensar em um salão que abra cedo e dê conta de fazer tudo isso antes das dez da manhã. 
— Nossa, Audrey. Eu fiquei zonza agora - disse Johanna, Beckett desatou a rir - eu não posso fazer tudo isso, além do mais, não há necessidade. 
— Como não? É seu casamento. 
— Sua cara era igual a de Castle quando entra em pânico - a gargalhada escapou - tenho que concordar parcialmente com Audrey nessa, mas não precisa fazer tudo na manhã do casamento. Quando você fica de folga, Joh? 
— Meu ultimo plantão será no dia 14 até às quatro da tarde. 
— Então fica mais fácil. Você pode fazer depilação e unhas  quando sair do plantão. O cabelo fica para a manhã. Por que você não agenda assim, Audrey? Se quiser também posso marcar. Podemos ir juntas, que tal? 
— Agora sim é a madrinha falando - disse Audrey - você tem um salão preferido ou aceita o que a Kate marcar? 
— Confio na Kate. 
— Ótimo. Mama pode colocar a mesa. O risoto está pronto. E chamem as crianças. Kate, você  faz isso. Use seu poder - elas riram. 
— Tudo bem. Vou acabar com a festa. Tenho que pegar a cadeirinha para minha bebê de qualquer jeito - Beckett se levantou e Lily atracada com à cintura foi direta - o jantar está servido. Desliguem esse jogo agora - Paul pausou usando seu controle na mesma hora.
— Hey, por que parou? - Castle reclamou - vamos ao menos terminar essa fase. 
— Ah, cara, eu não sei você, mas eu estou morrendo de fome e não quero comer risoto frio - disse Paul - você ouviu sua esposa. 
— Isso mesmo, Paul. Eu disse para desligar - ele levantou do sofá emburrado. 
— Sem graça - retrucou para Beckett. Ela revirou os olhos e esperou ele passar ao lado dela para beliscar o bumbum. 
— Não sei o que faço com seu pai, Lily…      
 Eles sentaram-se à mesa esperando por Johanna que vinha com uma travessa grande de risoto. Paul tirou uma garrafa de vinho branco da geladeira. Audrey pegou o suco para Charlie. Sentada ao lado de Kate, a pequena se divertia com um dos brinquedos próprio para morder. Os demais aproveitavam o delicioso risoto que mãe e filha produziram. 
— Não é à toa que Audrey quer ser chef. Esse risoto está fantástico. Digno de um restaurante italiano - disse Castle - agora fiquei bastante curioso para saber qual o menu do jantar do casamento. Pode contar para nós? 
— E estragar a supresa? De jeito nenhum. 
— Ué, a noiva tem que aprovar o menu da festa. 
— Não nesse caso porque ela está recebendo um presente. Claro que vai desconfiar de algumas coisas. C’est la vie! 
— Alguém pensou em um bolo? - perguntou Beckett. 
— Não, eu realmente acho que não precisamos de um - disse Johanna - melhor não gastar energia com isso. 
— Você é uma noiva muito estranha, Johanna. Eu tenho uma noticia importante para os noivos  que tenho certeza que irão gostar muito. O dever dos padrinhos é garantir que tudo esteja perfeito para a ocasião especial, inclusive aconselhar o noivo a cair fora se possível. Ele pode escapar até meia hora antes da cerimonia. 
— Castle! Isso lá é jeito de falar de Paul e Joh! 
— Calma, não vou fazer isso nesse caso. Eles são perfeitos juntos mesmo que Johanna tenha proibido e me privado do meu maior dever como padrinho, a despedida de solteiro. 
— É sério, mama? Todo mundo merece uma despedida de solteiro. 
— Eu estava empolgando achando que ia participar - disse Charlie. 
— Pode esquecer. Eu e Kate dissemos não. Vamos evitar a discussão. 
— Será que posso continuar com o meu ponto? - perguntou Castle. 
— Por favor, continue com os deveres do padrinho - Paul falou dando-lhe permissão. 
— Outra responsabilidade dos padrinhos é um bom presente. A razão porque estou contando isso com antecedência é para evitar que Paul faça planos. Portanto, vocês irão passar a noite do dia 15 na suite presidencial do Four Seasons por nossa conta. Após o jantar, vocês deixam o apartamento e vão se divertir. 
— Wow! Castle… não precisava, sério! Você ouviu isso, Joh? 
— Temos os melhores padrinhos. 
— Tudo que vocês precisam fazer é ir até a recepção. A reserva está em seu nome, Paul. Tudo pago e porque eu sou um cliente VIP deles, estendi sua estadia até às cinco da tarde o que lhes dá a chance de curtir um bom café da manhã especial para os recém-casados e um belo almoço. Sem falar na vantagem de estarem sozinhos. E não se preocupem com Audrey e Charlie, eu e Lily vamos leva-los para passear em Nova York. Beckett tem que trabalhar. 
— Você me excluiu mesmo do programa? Que abusado! 
— Castle, eu realmente não sei o que dizer. Obrigada parece tão banal…  
— Vocês merecem, especialmente depois de tudo que já fizeram por nós. 
— Isso merece um brinde - disse Paul. Eles pegaram seus copos e aguardaram - aos amigos. 
— Aos noivos - Castle completou. Beckett bebeu um gole do vinho e beijou o rosto do marido sussurrando ao seu ouvido. 
— Mandou bem, escritor. Melhor que a minha ideia. 
Eles terminaram de comer e Audrey sugeriu sorvete para a sobremesa. Moveram-se para a sala  enquanto Johanna trazia a bandeja com os copos de sorvete. Beckett tinha Lily em seu colo, a menina estava quase dormindo. Ela tratou de nina-la até que a menina cedeu. Avisou Castle que não podiam demorar muito. Acabaram de comer o doce e decidiram ir para casa. Despediram-se de todos. 
— Eu espero vocês todos amanhã. E Charlie, eu quero uma revanche. Não pense que se livrou de mim. Ninguém ganha de Rick Castle sem uma competição justa. Vamos marcar esse dia. Não vai me escapar. 
— E o que posso dizer? Garotos serão sempre garotos. 
— Hey, eu disse isso a você. 
— Já chega, escritor. Você tem que se preparar para a sua grande noite. Vejo vocês amanhã. 
Quando chegaram ao loft. Beckett foi direto colocar Lily no berço. Certificando-se que a babá eletrônica estava funcionando adequadamente e trazendo consigo o aparelho, seguiu para o quarto. Castle estava no banheiro. Tinha tomado banho e escovava os dentes. O perfume da loção pós-barba já mexia com sua imaginação. Aproveitou para se juntar a ele. Começou tirando a roupa devagar. 
— Eu vou tomar um banho rápido. Você está muito cheiroso, sabia? - ela não esperou resposta entrando no chuveiro. Castle apenas riu fazendo uma cara safada enquanto observava a esposa pelo espelho. 
— Vou esperar na cama. Não vou reclamar se você ficar bem cheirosa para mim também. 
— Nem comece a ter ideias, você precisa descansar. 
Quinze minutos depois, Beckett aparece no quarto usando apenas uma camiseta e calcinha. Se enfiou debaixo das cobertas. Castle estava zapeando os canais com o controle remoto. Ela se aconchegou mais perto cheirando o pescoço dele. 
— Você disse que nós não íamos fazer nada divertido… então pare de me provocar - ela riu. 
— Sabe, o que você fez por Paul e Johanna foi realmente o melhor. Quer dizer, eu pensei em coisas de cozinha e bam! Você tira esse coelho da cartola. Sempre me impressionando… 
— Eles são nossos amigos, apenas que retribuir o que eles fizeram. E claro que eles precisam de um tempo sozinhos, como vão aproveitar com Audrey e Charlie sob o mesmo teto? Eu também comprei algo para cozinha como você sugeriu. 
— Ótimo. Está preparado para outro grande lançamento? Best seller a caminho. 
— Sim, não é meu primeiro. 
— Sempre convencido… - ela beijou os lábios do marido - você já escreveu seu discurso? 
— Com certeza, mas não irei contar a você. Terá que esperar até o momento. O elemento surpresa, ahn? 
— Tudo bem. Vamos dormir. 
— Dormir? Sério? Pensei que íamos fazer algo mais excitante. 
— Amanhã se eu gostar do discurso, escritor - ela se aconchegou de lado e Castle a abraçou. 
Na manhã seguinte, Castle acordou ansioso para checar o jornal. Nada de internet, quando se tratava das criticas referentes aos seus livros, ele gostava de ter o bom e velho exemplar de papel. Esperava ler a critica do New York Ledger e possivelmente do New York Times. Beckett tanto conhecia o marido que se levantou antes dele para preparar o café e pegar os exemplares na porta do loft deixando sobre a mesa à espera dele. 
— Bom dia! - ela o recebeu na cozinha com um sorriso - está com fome? - ergueu os jornais para incita-lo. 
— Você já leu? 
— Claro que não. Estava preparando o nosso café da manhã. Não leria sem você. Sente-se, Castle. Acredito que não veremos nada diferente do que eu e Johanna dissemos sobre seu livro nesses jornais. 
— Se ao menos você escrevesse para o Ledger - ele abriu o jornal na sessão de Lifestyle e suspirou - pronta? 
— Manda ver! 
— Quando você acredita que um escritor não é capaz de mudar sua fórmula, Rick Castle nos surpreende com uma nova dinâmica em um formato considerado comum. O mestre do macabro lançará um novo livro nesse sábado dia 11 após a festa de lançamento privada na sexta na barnes & Noble. Como não podíamos esperar, o NY Ledger teve um preview. Entitulado “Before Dawn”, o novo candidato a bestseller ainda é uma historia da série Heat trazendo nossa capitã favorita Nikki Heat e seu fiel parceiro de todas as aventuras, Rook. Os fãs pode ficar tranquilos que todos os elementos que fazem os livros de mistério de Castle serem os seus favoritos continuam lá. Então o que muda? Dessa vez, temos uma mistura de thriller médico e mistério que serão contados em uma trilogia especial. Com homicídios acontecendo na madrugada em um dos melhores hospitais de Nova York e a Capitã Heat precisa trabalhar com uma médica bastante competente para descobrir quem está cometendo os crimes e prender o culpado. Nikki parece estar um pouco relutante quanto a Dr. Marshall e a maneira como Castle a introduz na historia e a descreve é capaz de atiçar a curiosidade dos leitores e reações bem contraditórias ao longo da historia. No fim, Rick Castle sabe exatamente como nos deixar clamando por mais. Quer saber mais? Adquira um copia nas grandes livrarias da cidade a partir da sábado, dia 11. Também disponível online e no formato ebook. Suspense, tensão, romance e comedia em ritmo frenético. Diversão garantida. 
— Assino em baixo - disse Beckett sorrindo e abraçando-o - eu disse que era um best-seller. Parabéns, escritor - ela beijou-lhe os lábios apaixonadamente - concentre-se em se divertir hoje à noite. 
— Tudo graças a minha musa. Acho que agora aceito aquele café. 
Mais tarde, Castle e Beckett se arrumavam para o evento da noite. Ela já tomara banho e se maquiara. Vestindo o roupão, foi até o quarto de Lily arruma-la. Escolhera um vestidinho no mesmo tom do seu, ajeitou o lacinho na cabeça da filha e calçou os sapatinhos. Estava uma bonequinha. Vendo que Martha estava quase pronta, ela pediu a sogra para ficar com a neta enquanto ela terminava de se aprontar. 
Castle vestia um terno cinza risca de giz e uma camisa azul clara. Nada de gravata. Beckett sorriu ao entrar no quarto novamente. 
— Ruggedly Handsome… por acaso tem um encontro hoje? 
— Sim, estou esperando minha companhia. Uma mulher extraordinária super sexy, tão quente quanto seu sobrenome. Por acaso você não a viu por ai? Nikki Heat? - ela riu. 
— Eu diria para esperar alguns minutos. Tenho certeza que alguém com essas características não passa despercebida - ela seguiu para o closet. Quinze minutos depois, Beckett surge no quarto vestindo um longo no tom azul marinho com um decote generoso nos seios, os cabelos soltos e uma gargantilha de ouro branco. A fenda lateral deixava sua perna exposta até o meio das coxas - o que achou? 
— Wow não descreve o que vejo com propriedade. 
— Escolhi esse tom de azul para combinar com o tema da festa - ela se aproximou dele e sorveu seus lábios. 
— Olá, Nikki… 
— Não seja bobo, escritor. Nikki é produto da sua imaginação. Ela está nos livros que você autografará essa noite. 
— Concordo parcialmente, porque seu alterego é parte de você, Kate. Pronta? 

— Vamos começar a festa, babe - eles seguiram para a sala onde Martha os esperava com Lily no colo. Castle adorou o fato de que mãe e filha usavam roupas de cores semelhantes. Martha informou que a portaria já interfonara avisando que a limusine os aguardava. Juntos deixaram o loft. 


Continua....

3 comentários:

Gessica Nascimento disse...

Uau!!! Ansiosa para participar desta festa! Vai ser um babado forte!!!!!OMG!!!!

cleotavares disse...

Entendo perfeitamente, a Joh; preocupada em não desagradar a filha, em uma escolha que é pra si. Nós mães, somos umas bobonas mesmo. Mas, pra isso, tem a madrinha e colocar as coisas no agrado de todas. Sendo assim, o vestido escolhido ficou ao agrado de todas, imaginem quando o moreno vê sua Joh toda arrumada para ele.
E esta farra toda de game, hein? até a pequena Lily entrou no meio. Amo quando a Kate chega cheia de marra pra cima do Castle, ele bem que gosta. kk
E então escritor, vamos arrasar neste evento?

Amei! Bjs!!

rita disse...

Muito bom como sempre! Excelente e muito bem escrito, como só você sabe passar para quem os lê. Parabéns! Esperando a próxima postagem. Abraços.