Nota da Autora: Sim, com o capitulo abaixo encerro outra história. Foram meses ótimos escrevendo essa temporada tão especial da série que amamos. O fim é inevitável e agradeço a todos que leram e acompanharam cada post, cada palavra. O final dessa fic deverá agradar a alguns, a outros nem tanto. Quero que saibam duas coisas importantes: Marlowe roubou minha ideia para o capitulo final dessa história transformando-a em cliffhanger portanto tive que adapta-la; esse não é o final que espero ver no 601. Escrevi para dar um fim justo a uma temporada mágica. O meu final estará na minha próxima fic. Espero que tenha feito jus aos 23 outros capitulos e por favor leiam e comentem. Até a próxima, Casketters!
Atenção! NC-17...just a warning.
Cap.24
No dia seguinte, enquanto ambos tomavam café já prontos para irem ao
distrito, o celular de Castle toca. Uma ligação nada agradável. Kate podia
ouvir a voz da ex-mulher quase gritando ao ouvido dele o que significava uma
única coisa: ele estava atrasado com o livro e pelo nível da discussão,
bastante.
- Não se preocupe, você terá os capítulos finais de Deadly Heat em três
dias – e mais gritos – não é uma promessa é certeza, estou afirmando. Tá certo,
uma semana.
- Problemas?
- É, perdi meu prazo para terminar o livro.
- Castle eu já disse a você quando tiver um deadline, deve ficar e
escrever. Sei que você gosta de trabalhar comigo e bancar o policial mas seus
livros também são importantes. Me sinto culpada por fazer você receber gritos
da sua editora simplesmente porque está na NYPD resolvendo casos em vez de
escrever suas histórias.
- Não, por favor. Não é sua culpa. Não quero que pense assim. Se perdi
os meus deadlines é porque eu quis estar com você, eu escolhi investigar em vez
de escrever ou você esqueceu do que lhe disse quando você me deixou de fora do
caso da bomba. Qualquer desculpa é uma escapada para não escrever. Existem
momentos assim na vida de um escritor.
- Tudo bem mas agora você tem uma semana para se concentrar em Deadly
Heat e você vai fazer isso pois não quero ser a responsável pelo atraso do seu
livro.
- Sabe eu até tento escrever e não quero que tome isso como uma afronta
– ele já se aproximava dela esfregando seus lábios no pescoço de Kate – mas
quando você está aqui comigo é difícil me concentrar e escrever. Eu me sinto
fisgado por cada detalhe. Seu sorriso me distrai, seus olhos – ele beija o
pescoço dela enquanto sussurra – seus cabelos, seu corpo... tudo me deixa
perdido, a concentração vai embora. O que é bom porque adoro me perder em você
mas...
- Mas torna-se ruim porque tem consequências. E você perde seus prazos,
Castle.
- Você ficaria muito chateada se eu te pedisse para não vir aqui por uma
semana? Apenas para que eu possa me concentrar e colocar em dia meu livro – ele
agora a fitava e beijou-lhe os lábios – não estou te expulsando por favor
entenda.
Ela riu.
- Sei que não está me expulsando Castle. Eu compreendo. Será melhor pra
nós dois. você se concentra em seus capítulos e eu em meus relatórios do último
caso. Quero que faça juz a Nikki como ela merece.
- Hum... mesmo que escreva a melhor de todas as histórias, Nikki nunca
estará aos pés de sua musa inspiradora.
Kate sentiu um aperto no coração ao ouvir essas palavras. Mas esse
período longe de Castle seria bom para que ela colocasse as ideias em ordem.
Beijou-o vagarosamente nos lábios e por fim falou.
- Então estamos de acordo, você ficará em casa escrevendo e eu estarei
no distrito. Caso surja algo interessante, eu posso te ligar desde que não
atrapalhe sua escrita ok?
- Ok.
Ela pegou o casaco sobre o sofá e rumou para porta. Não sem antes
beija-lo novamente. Saiu.
No carro a caminho do distrito, ela ainda pensava sobre o que faria a
respeito da entrevista. Sentia-se numa encruzilhada, como se tivesse que
escolher entre uma oportunidade importante da sua vida profissional e a sua
vida atual e o que o futuro a reservava. Mas afinal, qual era o seu futuro?
Nada estava claro nesse momento. Lembrou-se da frase da música que ouvira no
outro dia “Hoje é o dia em que seu livro começa, o resto ainda está por ser
escrito”. Era isso. Precisava escrever seu futuro hoje. A primeira decisão que
tinha a tomar era se faria a entrevista em DC. Suspirou. Estava intrigada com a
forma como o agente Stack a considerou tão apta a assumir uma posição no âmbito
federal. Claro que ela sabia do seu potencial, das suas qualificações mas era
um mundo novo, bem diferente do que ela vivia hoje na NYPD. Apenas uma
entrevista, que mal teria se participasse?
Assim que chegou no distrito, ela pegou o cartão e discou. Falou estar
interessada na entrevista e conseguiu agenda-la para daqui a três dias, na
próxima quinta pois era a única data disponível para o sub-secretário. Aceitou.
Ao desligar o telefone,mordeu os lábios. De certa forma, ainda sentia como se
estivesse traindo a tudo e todos ali naquele lugar. Respirou fundo e procurou
se concentrar no seu relatório. Ryan se aproximou dela para entregar documentos
da investigação e informar que deveria passar sua papelada final aos federais.
- Mesmo o assassino não tendo nada a ver com os supostos crimes que
Tanner era perseguido?
- Mesmo assim, sabe como esses federais são paranóicos e cheios de si. Fomos
nós que desvendamos as pistas que levaram a conclusão do caso mas são
orgulhosos e aposto que tomam isso como afronta. Eles não estão preocupados se
a mãe de Sean está sofrendo ou o próprio Sean. Eles não se preocupam com
vítimas apenas em fechar casos e gerar números. Pessoas são itens de
investigação para eles – ela sorriu mas por dentro ficara imaginando se eles
também pensariam isso dela. Será que todos os federais tinham essa imagem de
desapego ou era um mito? Ryan já ia se distanciando quando virou-se e
perguntou.
- Cadê o Castle?
- Ele está escrevendo. Perdeu mais um deadline por causa dos casos e
precisa entregar o livro. Sabe como é, ele sempre inventa algo para evitar de
escrever.
Ryan balançou a cabeça e riu junto com ela. O dia passou rápido enquanto
se dedicava a finalizar o relatório. Juntou com os outros dados fotográficos
que os rapazes separaram e entregou a Gates para ser enviado ao escritório do
procurador geral aos cuidados do agente Stack. Pegou seu casaco e a chave do
carro e rumou para seu apartamento. Antes porém, parou em uma Starbucks para um
café e um lanche rápido. O fato de tomar café sozinha, a fez lembrar de Castle.
Olhou para o celular e sorrindo discou.
- Castle.
- Hey, como vai o livro?
- Hey, progredindo. Escrevi um capitulo hoje. Faltam cinco, eu chego lá.
E como foi seu dia?
- Na sua interpretação? Chato, bem chato. Apenas papelada. Já estou a
caminho de casa e você continue escrevendo afinal, não dizem que os escritores
rendem melhor na madrugada? Mas se precisar de incentivo, lembre-se da nossa
última noite e escreva uma cena entre Nikki e Rook.
- Oh, Kate porque você foi me lembrar disso agora?
- Foi apenas uma sugestão. Use se quiser. Boa diversão, Castle.
- Um beijo.
Ao desligar, a única coisa que gritava em sua mente era a culpa. Não
mencionara a entrevista em DC. Não sabia ainda se ia contar a ele. Essa era a
próxima dúvida com a qual Kate Beckett tinha que lidar.Ao chegar em seu
apartamento, a sensação de vazio a incomodou. Poucas noites ela passava nesse
lugar, nessa cama nos últimos meses sozinha. As vezes que ali ficou, Castle
estava ao seu lado. Tirou a roupa e decidiu tomar um banho demorado imersa em
água quente na banheira. Ela gostava de fazer isso quando devia dedicar-se a
pensar.
Kate encostou a cabeça sobre uma toalha na extremidade da banheira. O
vapor quente da água subia embaçando o espelho do banheiro. Os músculos estavam
relaxados agora. De olhos fechados, ela tornou a pensar nos prós e contras de
contar ou não a Castle sobre a entrevista que faria. Na opinião dela, se contasse
a ele sua reação seria contrária a dela. Ele argumentaria que não poderia
abandona-lo, faria da sua decisão profissional um problema dele. Sim, essa era
uma possibilidade. Mas também podia considerar que ela deveria ir porque não
era Castle quem sempre disse que ela era extraordinária? Não o alegraria vê-la
como uma agente federal? Gostaria de acreditar que sim porém, certamente isso
traria consequências ao relacionamento deles. Castle terminaria com ela por
isso? E falando em relacionamento, ainda estava confusa. Afinal, o que ela
poderia esperar disso para o futuro? Não tinha dúvidas quanto ao seu
sentimento, amava-o mas então qual seria o próximo passo? A sua grande
motivação para omitir a entrevista de Castle era o fato de ainda considera-la
algo improvável de acontecer pra valer em sua vida. Nesse ponto, o pessimismo
dela sobressaia. Kate muitas vezes subestimava seu próprio talento. E foi
exatamente por isso que ela decidiu não contar a Castle sobre a oportunidade
que aparecera a sua frente. Se contasse e não conseguisse o emprego, teria
apenas um motivo para preocupa-los e discutir com ele. Caso conseguisse o
emprego, ela teria um novo dilema para enfrentar e com ele as consequências de
seus atos.
Estava decidido. Não contaria a ele. Naquele momento, a entrevista dizia
respeito apenas a ela, ou assim Kate se forçava a pensar porque no fundo tinha
medo do que o resultado poderia significar para eles.
Quinta-feira
Kate embarcou no voo das onze da noite. Sua entrevista estav agendada
para sete da manhã. Não falara com ninguém sobre isso. O tempo de voo era
apenas de 40 minutos. Ela estava nervosa, tensa. Tinha plena consciência da
importância desse passo para sua carreira. Também estava de coração apertado, a
última vez que se sentira assim fora quando brigara com Castle por ele ter
escondido dela conhecer Smith e mante-la protegida. Felizmente, depois de quase
morrer, ela cedeu ao desejo maior e ouviu seu coração. Esse era o resutado.
Estava em um relacionamento a quase um ano com Castle, admitia que fazia tempo
que não se sentia tão bem, tão feliz, no fundo ela sequer lembrava-se de quando
experimentara essa sensação. Apesar de feliz, ela também percebia que estagnaram
e mesmo contra a sua vontade, a entrevista surgira como um desafio capaz de
impulsiona-la a decisões profissionais e pessoais.
Ela se dirigira ao prédio do FBI em Washington. Olhava a cidade pela
janela enquanto esperava pelo seu entrevistador. A capital do Estados Unidos
era imponente, chamava atenção por seu simbolismo, seu ar cinza. Bem diferente
da agitada e colorida New York que ela tanto amava.
- Desculpe a demora,detetive Beckett.
- Sem problemas, senhor.Você é um homem ocupado – ela foi ao encontro
dele e apertou sua mão. Enquanto eles caminhavam para sua sala, Kate estava
visivelmente nervosa e muito séria. Um milhão de coisas povoavam sua mente
nesse instante. O distrito, Castle, a chance, medo, sua mãe.
- Diga isso ao procurador-geral. Ele acabou de ter o primeiro neto e
agora quer me mostrar fotografias. O agente Stack falou muito bem de
você.Inteligente, obstinada, uma pensadora assimétrica. Disse que você era uma
boa candidata para a vaga em aberto na Equipe de Investigação do
procurador-geral.
- Agradeço a confiança dele,senhor.
- Você não concorda?
- Não, senhor.É só que eu...- ela percebeu que o homem à sua frente não
estava de brincadeira, era duro e direto, analisou - Bom, sou uma detetive da
Homicídios.Não tenho experiência federal alguma.
- Ele não está procurando por experiência, mas pessoas que façam o
trabalho.E, de tudo que li, esta pode ser você.
- É muita gentileza, senhor.
- Não é gentileza.É o que você acredita ser verdade, não é? Por isso
entrou no avião hoje,pois, dada sua experiência,suas qualificações,seu
histórico, você sabe que está pronta para coisas maiores. Assim como sabe que
oportunidades como esta surgem uma, talvez duas, vezes na vida. Mas, se isto
não é no que acredita, se acha que é apenas uma policial da Homicídios...A
porta está logo ali – e a frase a desafiou, ela viera até aqui estava na hora
de mostrar quem ela era, a profissional que se tornara. Esvaziando a cabeça de
todos os outros pensamentos, ela se concentrou para o que viera fazer ali.
- Não, senhor. Eu sei porque estou aqui.
- Sente-se. Vamos começar.
Apartamento de Castle
- Pai, precisamos conversar.
- Qual dessas você prefere? – Castle mostrou duas opções de capas para
seu próximo livro a ela.
- Pai, estou falando sério – Alexis insistiu.
- Eu gosto da verde,mas parece que um lagarto verde gigante está
atacando, é legal, mas o livro não fala disso.Teria que reescrever o livro para
ser sobre isso. Ou... – e Castle estava fazendo o possível para desviar a
conversa que Alexis realmente queria ter.
- Pai.
- Magenta. Está certa.É clássica, legal, conta a história...
- Pai! – ela perdeu a paciência.
- O quê?
- Professor Rankowsky ainda não recebeu o cheque para minha viagem à
Costa Rica.
- Não recebeu? Que estranho.
- Não enviou, não é?
- Por que mesmo quer estudar florestas tropicais por 6 semanas?
- Pai, já conversamos sobre isso – ela conhecia muito bem o pai que
tinha e sabia o motivo para ele estar enrolando na defensiva.
- Eu sei, mas você ficará no meio de uma floresta, quilômetros de
distância do telefone mais próximo,horas do hospital mais próximo.Pode ser
picada por uma aranha venenosa ou uma cobra venenosa.Eu pesquisei. Tucanos são
muito agressivos nesta época do ano.
- Isso tem relação com Paris? – ela falou sério com ele porque no fundo
sabia que era.
- Vou admitir que estou um pouco superprotetor devido aos recentes acontecimentos.
- Pai, não posso deixar de viver minha vida pelo que aconteceu.Ainda
tenho pesadelos, mas é uma das razões pela qual quero ir. Não quero deixar o
medo vencer.
- Não.Não, claro.Você está certa. Eu...irei fazer o cheque.Mas não me impedirá
de ficar preocupado com você ou sentir sua falta.
- E eu não quero isso.Mas são só 6 semanas.Não estou indo embora para
sempre.
- Não, mas parece que alguém foi – ao ver o celular vibrar indicando o
número do 12th. Assim que desligou ao anotar o endereço ligou para ela. Caixa
postal,novamente a exemplo da ligação que fizera mais cedo pois queria
convida-la para tomar café e mostrar as capas do livro novo. Sem conseguir
contato, ele decidiu ir direto à cena do crime.
Castle chegou apressado ao local, estava louco para ter um pouco de ação
já que os últimos dias toda a ação que tivera estava escrita em um arquivo
digital. A primeira pessoa que ele viu foi Esposito e resolveu perguntar sobre
Beckett talvez ele tenha tido mais sorte ao contacta-la.
- Olá, Sito, onde está a Becket?
- Como vou saber? Já não vivem juntos?
- Ela me deixou sozinho uns dias,para eu terminar Deadly Heat que,
aliás, anda mortalmente quente, obrigado por perguntar.
- Não perguntei.
- Sim. E Beckett surge na cena bem ao lado deles ainda ajeitando o
blazer apressada. Viera correndo direto do aeroporto.
- Desculpe o atraso.
- Está tudo bem?
- Sim, tudo.Então, o que temos? – ela disfarçou e deixou-os ir na frente
a fim de recuperar o fôlego.
- Por aqui. Ryan atualizava-os dos detalhes.
- O Cedric é o típico hotel residencial.Na maioria transeuntes e
turistas incautos.Uma hóspede reclamou da água com uma cor estranha.E também de
um odor ruim vindo dos canos pela manhã.A manutenção finalmente verificou e a
encontraram.
-Olá, Lanie – disse Beckett ao ver a amiga.
-Oi.É uma mulher caucasiana, com 20 ou 21 anos.
- Como ela morreu?
- Ainda não sei.Há evidências de trauma na cabeça,mas não saberei a
causa sem levá-la ao necrotério.
- Encontraram traços de sangue e cabelo naquele exaustor – disse
Esposito - Estão procurando compatibilidade.
- Bateram na cabeça dela e a jogaram no tanque? – perguntou Castle.
- É o que parece, acharam sangue na base da escada e no corrimão.Também
uma digital parcial no sangue – disse Ryan.
- Quem mais tinha acesso ao telhado?
- Qualquer um – disse Espo - A tranca da porta está quebrada há anos e
alguns residentes subiam aqui para fumar.
- E o que sabemos sobre ela?
- O gerente a identificou como Crystal Sky, hospedou-se há 10 dias em um
quarto no 18° andar e pagou em dinheiro – comentou Ryan.
- Crystal Sky? O nome é tão falso quanto os dos seus livros – disse
Esposito.
- Verdade. O que quer dizer com isso? – perguntou Castle intrigado.
- Como assim? Derrick Storm? Nikki
Heat? Jameson Rook? Morreria se chamasse alguém de Gonzalez às vezes?
- Não havia identificação no corpo,nem bolsa,carteira ou celular no
quarto.É difícil saber quem ela era.
- Ela está aqui há 10 dias.Deve ter feito amigos. Eles desceram para o
andar do hotel onde podiam conversar com os hóspedes.
- Sim, eu a conhecia.Conversávamos,às vezes, na lavanderia.
- Ela falava dela? Tipo, de onde era?
- Texas, Lubbock, eu acho.As coisas estavam feias em casa,com o pai
dela.
- Alguma ideia do que ela fazia na cidade? – perguntou Castle.
- Eu digo o que ela fazia – uma mulher se intrometeu na conversa - A
garota era prostituta.
- Não era, por que diz isso?
- Porque é verdade.O jeito que ela se vestia,os sons em seu quarto à
noite, todos sabíamos.
- Que tipo de sons?
- Ela com clientes.As paredes aqui são finas – disse outro hóspedes.
- Não sabe o que diz! – o rapaz a defendeu.
- Seth,sei que gostava dela – disse a mulher - Mas alguém matou aquela
pobre garota.Esse pessoal precisa saber a verdade.
- Qual foi a última vez que a viram?
- Eu a vi ontem, às 23h,a caminho da lavanderia – disse a mulher.
- Ela estava com alguém?
- Ela estava só.
- Certo, obrigada – falou Beckett.
- A Perícia terminou a busca – informou Esposito.
- Eles acharam algo?
- Foi o que não acharam.Digitais, o lugar foi limpo. O assassino voltou
ao quarto para se livrar da evidência.
- Verifique se alguém entrou ou saiu desse quarto.E vamos pegar as
gravações da câmera do elevador. Talvez, isso mostre com quem ela estava –
ordenou Beckett.
De volta ao distrito, eles começavam a montar o quadro de evidências.
Castle já apresentava sua primeira teoria.
- Não é preciso um escritor famoso para descobrir essa.Garota de cidade
pequena com sonhos grandes, termina fazendo programas para
sobreviver.Trágico,mas um conto comum.
- Exceto que essa não é a história da garota – interrompeu Ryan - Identificamos
a vítima pela digital.Seu nome não é Crystal Sky e ela não é de Lubbock, Texas.
- Quem é ela?
- Erika Albrook.Ela é uma aluna de honra em Harvard.
- A prostituta é uma aluna de honra? – surpreendeu-se Beckett.
- Como eu disse,trágico,mas um conto não tão comum – foi o comentário de
Castle. Beckett mandou trazer os pais de Erika para descobrir o que
possívelmente podia estar acontecendo a ela.
- Isso não faz sentido.Ela deveria estar viajando com amigos pela
Europa.Nós a deixamos no aeroporto.
- Quando? – Beckett perguntou.
- Segunda-feira passada.
- No mesmo dia que ela se hospedou no hotel – disse Castle.
- Alguma ideia do que ela fazia na cidade?
- Não.E por que ela ficaria lá? Minha irmã tem uma casa no centro.
- Havia algum problema pessoal que devemos saber? Ela tinha problemas com
drogas ou dinheiro? – era Beckett que perguntara.
- Erika jamais usaria drogas e ela tinha bastante dinheiro na conta
bancária dela para a Europa.
- É possível ela ter conhecido alguém na cidade,um novo namorado? –
sugeriu Castle.
- Ela teria nos contado – e a confiança tão certa dos pais até ali,
parecia agora se abalar.
- Tem certeza? – Beckett insistiu.
- Não sei mais. A única coisa que sei é que nossa filha nunca ficaria em
um lugar como esse.Detetive, ela não é assim.
Olhando para o quadro e a foto de
Erica, Castle tentava encontrar algum sentido após a conversa com os
pais.
- Aluna nota 10, sem histórico de problema, em férias dos sonhos para a
Europa, torna-se uma prostituta em um hotel de quinta – e novamente ele se
lembrou da filha - Não deixarei Alexis ir para Costa Rica agora.
- Talvez ela tenha explodido sob a pressão de ser perfeita, ou talvez
tenha decidido que precisava de uma mudança – sugeriu Beckett.
- Aluna de honra para prostituta em menos de uma semana? É uma baita
mudança.
- Está certo. Não faz sentido – ela concordou.
- Onde você estava esta manhã? – perguntou Castle.
- O que quer dizer? – Beckett decidiu ouvir o que ele tinha a dizer.
- Liguei para você,várias vezes.
- Meu telefone deve ter desligado – mas ao dizer isso, ela não o encarou
com medo dele perceber que não falava a verdade. Foram interrompidos por
Esposito.
- Oi, pessoal. Venham ver isso – e eles se dirigiram a sala de vídeo onde
a filmagem do elevador estava pronta para eles. Espósito explicava.
- 23h.Na noite que Erika morreu.Ela pega o elevador para a
lavanderia.Agora é 23h05.Ela pega o elevador de volta para o quarto.
-Parece perfeitamente normal – diz Castle.
-Sim, mas assista.Isto é logo após meia-noite. Ela pega o elevador até o
último andar.Sozinha, mas veja o que acontece quando ela chega lá.
- Parece que está garantindo que ninguém a veja – disse Beckett.
- Ou a siga. Mas é isso -
completa Esposito - Ela não desce de volta.E ninguém volta lá até 4h.
- E mais cedo?
- Não. A última pessoa a ir até o último andar foi outro hóspede do
hotel, uma hora antes, mas o cara tem 80 anos.Não escalaria uma torre com um
corpo.
- Parece que quem a matou usou as escadas – concluiu Beckett.
- Então... sem atividade recente no celular dela – disse Ryan - Ela o
deixou com os pais, já que deveria estar na Europa. Mas veja isto – e entrega
um papel para Beckett.
- Cobrança do cartão de crédito?
- Sim, de dois dias atrás. É a única transação dela desde que se
hospedou no hotel.
- Margo's. Um restaurante no
centro. É caro – disse Castle.
- Não estava sozinha. Dividiu a
conta com Talia McTeague.
- Encontre-a. Talvez ela possa nos dar umas respostas. Alguma coisa na
investigação?
- Nada útil.Nenhum dos ocupantes do hotel viu alguém entrando e saindo do
quarto dela.Mas, dado o que ouviram do quarto ontem à noite,é bastante óbvio que
ela era prostituta.
Castle e Beckett foram ao necrotério checar as novidades com Lanie.
- Se ela era prostituta, não era muito boa nisso.
- Sério? Pode afirmar isso?
- Prostituição, geralmente,significa sexo, e não há evidência de
atividade sexual.Mas o que achei foram feridas defensivas,hematomas no pescoço e
evidência de vários golpes na cabeça.Suponho que alguém a segurou pela garganta
e bateu a cabeça dela naquela ventilação.A falta de água nos pulmões indica que
ela estava morta antes de entrar no tanque.
- Então por que colocá-la lá? – perguntou Castle.
- A água tem uma ótima maneira de lavar coisas,como traços de DNA –
disse Lanie.
- Espere. Não entendi. Se ela não estava fazendo sexo, o que eram
aqueles sons vindos do quarto dela?
Eles voltam ao quarto de hotel onde Erica se hospedava e para sua
surpresa descobriram que os sons que todos supunham vir de noitadas de sexo,
eram de um CD.
- Ela não era uma prostituta, só queria que todos achassem que sim. Por
quê? – era a pergunta que Castle se fazia.
- Não sei, mas nem todos achavam que ela era prostituta. O vizinho
estava convencido de que ela não era.
- O que ele sabe que os outros não? – se indagou Castle. Eles tornaram a ver Ziff. Eles o pressionaram
até o acusaram mas ele negou tudo dizendo não querer se meter em problemas. Ele
revelou que ouvia os sons mas nenhuma ação, ela passava a noite sempre sozinha com
fones e no notebook. Mas eles não encontraram um ao revistarem o quarto.
No distrito, Ryan e Esposito conversavam com a amiga de Erica. Não
acreditava que a amiga estava morta, eram graduandas de Ciência da Computação.
No dia que foram almoçar, a viu discutir com um cara mas estava vestida
diferente e tinha o cabelo rosa. Ela parecia em pânico e sumiu. Depois ligou e
pediu para se encontrarem com urgência. Ela não queria que soubessem que estava
na cidade, estava encrencada, num tipo de missão. Ela estava mexendo com algo
perigoso. Ao ser questionada se conseguiria descrever o cara que Erica
discutira, assentiu. Com o retrato falado, Ryan atualizou aos dois que estavam
de volta.
- Policiais vasculham o Cedric,mas ninguém o reconheceu ainda.Não entendo
para que o trabalho de criar uma falsa identidade quando se fica no notebook a
noite toda?
- Espera.O Cedric tem Wi-Fi? – perguntou Castle.
- Sim, é só o que tem. Castle virou-se para Beckett e de repente,
parecia que havia apenas os dois na sala.
- Graduanda em Ciência da Computação.Horas no notebook.
- Ela é hacker.É por isso que ficou no Cedric – disse Beckett - Pagava
em dinheiro, mantinha-se anônima, enquanto usava o IP de lá.
-Exato – Castle continuou - E o que ela procurava era tão ilegal e perigoso
que não poderiam rastreá-la.E, mesmo que conseguissem, teriam que a encontrar entre
centenas de moradores.
- Então, ela se disfarçou – em sincronia, ela completava a historia dele
- E quem repararia em uma prostituta? Como The Girl with the Dragon Tattoo.
- Só que a encontraram, por isso não achamos o notebook – disse Castle -
Quem quer que ela enfrentava,matou-a e o levou.
- Um problema – lembrou Espo - Não sabemos quem ela enfrentava e ninguém
parecia saber.
- Certo. Contate o provedor de Internet do Cedric e obtenha a lista dos
IPs acessados por moradores nas últimas duas semanas.Deve haver uma resposta –
disse Beckett.
- Que tal eu fazer uma pausa de escrever hoje à noite? Venha ao meu
apartamento,abrimos um vinho – sugeriu Castle e ela já gostara da ideia mas
antes que pudesse responder, Gates a chamou.
- Detetive Beckett, podemos conversar?
- Podemos. Vejo você depois?
- Ela é toda sua – disse Castle nem um pouco interessado em ficar um
minuto com Gates.
Beckett entrou na sala da capitã.
- Senhora.
- Feche a porta.Sente-se – Beckett obedeceu - Eu...recebi uma ligação sobre
você.Do subdiretor do FBI. Pelo visto, fez uma entrevista e tanto na capital
esta manhã.
- Bom, senhora...- mas Beckett não conseguiu se explicar, Gates a
cortou.
- Só queria dizer que...eu lhes passei sua mais alta recomendação.
- A senhora passou? – Beckett estava surpresa e ficaria ainda mais.
- Kate, esse é o tipo de trabalho em que você deveria estar. Atuando no
cenário nacional.Pondo em prática seus talentos.É uma oportunidade incrível. Eu
mataria para conseguir algo assim na sua idade.
- Obrigada.Mas foi só uma entrevista. É um tiro no escuro, na melhor das
hipóteses.
- Não, eu não teria tanta certeza disso.Pelo que ouvi,você é uma forte
candidata.Com sorte, este pode ser seu último caso.
E quando ouviu as palavras “último caso”, Kate engoliu em seco. Pela
forma como a Capitã falara, ela tinha chances de conquistar a vaga.
De repente,
sentiu o estomago revirar. Sim, era um emprego incrível e ela percebeu que
estava ainda mais perto de enfrentar seu dilema. A alguns minutos atrás, Kate
estava completando os pensamentos de Castle, seu parceiro no trabalho e na
vida, como ela mesma escolhera. Agora, ela ouvira de sua superior que estava
praticamente deixando a corporação por um lugar no FBI para fazer o trabalho
que merecia. Engraçado que várias pessoas tinham a mesma opinião sobre o que
ela deveria fazer exceto ela mesma. Porque não conseguia ver claramente o que
todos viam? Porque estava tão confusa? Suspirou. Seu maior problema era a forma
como se fechava em copas. Diante de algo assim, qualquer pessoa pensaria em
procurar uma amiga, uma pessoa de confiança e se abriria, contaria seu problema
e gostaria de ouvir o que a outra pessoa teria a dizer para ajuda-la. Não Kate
Beckett. Quando se trata de dividir seus problemas, suas dúvidas, ela se fecha
em sua própria concha, não permite ninguém entrar. Até hoje, Castle fora o
único a persistir e conseguir derrubar o muro de concreto que erguera em volta
de si, especialmente de seu coração. A atitude certa a fazer era procura-lo e
conversar. Expor o que sentia, o que poderia acontecer com ela, com os dois. Ele
deveria ser a primeira pessoa que ela procuraria. Kate não funcionava assim. De
alguma forma, a morte da mãe a transformou em alguém fechado. Relutante demais
quanto a seus sentimentos e a se deixar enxergar. Era exatamente por isso que
ela estava tão confusa, por não se permitir expor para as pessoas que gostam
dela, ou melhor não se deixava mostrar para quem era o alguém mais importante
na sua vida.
Passou a mão no rosto e suspirou. Para que pensar nisso agora? Se
martirizar? Ela nem sabia se seria aprovada para a tal vaga! Resolveu deixar
esses pensamentos de lado e seguiu para o apartamento de Castle. Quando chegou,
foi recebida por um abraço apertado e um longo beijo carinhoso dele. Kate
deixou um longo suspiro seguido de um gemido satisfeito. Era bom ter os
carinhos dele. Castle serviu uma taça de vinho a ela. Kate sorveu a bebida
devagar deixando cada sabor do vinho penetrar em sua garganta e faze-la relaxar
em poucos goles. Ele pegou-a pela mão arrastando-a até o escritório.
- Quero te mostrar uma coisa... – pegou as capas do seu novo livro – o
que achou? A escolha é sua.
- Nikki está nua na capa novamente...
- É o quinto livro não acha que mudaria agora, certo? Ela riu.
- Prefiro a magenta. É clássica.
- Concordo. Magenta será. Está com fome?
- Não muito mas adoraria tomar um banho e comer algo doce antes de
dormir...
- Então, tome seu banho e quando acabar estarei no quarto com o seu
doce.
Ela sorriu. Vinte minutos depois, Kate entrou no quarto e viu a bandeja
na cabeceira. Uma caneca de café fumegante e um prato fundo onde ele
improvisara uma banana split. Ele estava sentado do outro lado da cama.
- Isso é para mim? – disse Kate ao sentar-se na cama.
- Sim, você não queria um doce? Foi o que consegui improvisar e fiz café
– ela sorriu, pegou o prato fundo e provou. Deliciosa. Buscou os lábios dele e
beijou-o. Voltou sua atenção ao prato. Depois de algumas colheradas, ela
ofereceu a ele que provou, estava bom mesmo – meus cumprimentos ao chef. Eu sou
bom nisso.
- É, dessa vez você acertou. Ela levou mais uma colher a boca e entregou
o prato a ele, sua atenção agora era toda para a caneca de café. Finalizando o
doce, Castle se levantou e pegou a bandeja para leva-la à cozinha. Kate foi ao
banheiro escovar novamente os dentes. Ela já estava deitada quando Castle
deixou o banheiro e veio se juntar a ela na cama. Envolvendo-a com seus braços,
Castle beijou-lhe o pescoço e o rosto. Apertou-a contra seu corpo e cheirou os
cabelos dela. Kate recebia os carinhos com um meio sorriso no rosto.
- Senti sua falta esses dias, Kate. É tão bom te-la a meu lado. Você
podia continuar dormindo aqui.
- E fazer você se atrasar ainda mais com seu livro? Não mesmo. Não quero
ser responsável pelo seu fracasso como escritor.
Ele a rolou colocando-a deitada sobre seu peito. Ao acariciar as costas
e os ombros dela, percebeu que estavam tensos.
- Você precisa relaxar. Porque está tão tensa?
- É somente cansaço. Apenas preciso dormir – ela disse disfarçando o seu
real estado de espírito se apoiou no colchão e beijou-lhe os lábios
carinhosamente.
- Ok, posso ficar sem ação por hoje. Sei quando você não está no clima,
está com o olhar perdido, lenta. Vamos dormir, Kate podemos apenas ficar
agarradinhos. Isso a fez sorrir novamente. Aconchegou-se de lado mantendo o
corpo colado ao dele e sentiu os lábios de Castle beijando seu ombro enquanto a
mão escondia-se por baixo da blusa tocando-lhe a pele do abdomen. Ela fechou os
olhos por alguns segundos porém sua mente ainda fervilhava impossibilitando-a
de dormir. Ela estava preocupada com os próximos acontecimentos e isso estava
perturbando seu sono.
E quando Kate estava preocupada, tinha o dom de enfiar-se de cabeça no
trabalho. Era uma espécie de fuga para ela. Sabia que não era o correto, que
apenas adiava o inevitável porém era sua maneira de lidar com a situação. Ela
não dormira bem naquela noite e às cinco da manhã, Kate se levantou com o máximo
de cuidado para não acorda-lo. Vestiu-se e saiu sem tomar café. Ao invés de
seguir para o 12th, Kate decide ir ao necrotério encontrar Lanie. Em sua mente,
ela usava como desculpa querer saber do progresso do caso mas no fundo, ela
buscava vencer uma barreira e tentar se abrir com a amiga. Precisava de
conselhos, o problema era como ela, Kate Beckett, os pediria a alguém quando
isso não era de sua natureza? Ela andava de um lado a outro quando Lanie entrou
no corredor trazendo um copo de café. Não escondeu a surpresa.
- Garota, você me assustou.O que faz aqui tão cedo?
- Queria ver se há algo novo sobre a vítima. As duas entraram na sala de
autópsia. Lanie conhecia a amiga a ponto de compreender que ela estava ali por
outro motivo. Primeiro, ateve-se ao
trabalho.
- Pude determinar a hora da morte entre 0h e 1h.Encontrei vestígios de
creosoto sob a unha dela,o que não deve ser nada, pois a sala de caldeira é
perto da lavanderia e pode ter ido parar nas mãos quando ela foi lá –
percebendo a quase falta de interesse no olhar de Kate, ela introduziu a
conversa que realmente importava - Mas...não veio aqui por isso, veio? Qual o
problema?
- Nenhum... ainda – como ela poderia explicar a Lanie sobre o seu
problema sem revelar do que realmente se tratava, o que ela temia? Suspirou e
fez a pergunta - Lanie, se tivesse a
oportunidade de fazer algo que quisesse, mas isso significaria que...tudo em
sua vida pudesse mudar, você aceitaria?
- Depende. A oportunidade é boa?
- Ótima. Muito, muito boa.Mas o trabalho é em Washington.
- E você está preocupada com o Castle – ah então esse era o problema.
Agora entendia o porque da interrogação estampada no rosto de Kate.
- Estamos em um relacionamento,mas...nunca conversamos sobre onde vamos
chegar.E, por ora, não tem problema.Mas...Se eu conseguir o emprego...
-Vocês terão que conversar.
-Isso. Talvez, isso não seja algo tão ruim.Mas e se for? –
definitivamente sua amiga estava com medo e Lanie sabia que diante dele, Kate
podia não ser a melhor julgadora de suas ações. Quando ia se manifestar a
respeito o celular dela tocou.
- Oi, Castle.Só queria começar a trabalhar mais cedo. Não quis te
acordar – ela escutou o que ele dizia - Está bem. Vejo você lá – ela sorriu
para Lanie estava claro que não queria ouvir conselhos nesse momento.
Despediu-se e antes de sair ouviu a amiga chama-la.
- Kate... espero que tome a melhor decisão. Sei que vai, basta ouvir seu
coração.
- Obrigada, Lanie. E deixou o necrotério.
No distrito, Ryan e Esposito solicitaram a ajuda de uma técnica em
informática para descobrir o que Erika estava investigando. Depois de uma boa
pesquisa, a técnica reduziu a lista de sites para 20 e com uma busca mais
precisa definida por horas especificas em que Erika estava no hotel. Um IP
chamou a atenção, acessado sempre que ela estava online. Pertencia a uma firma
de advocacia. Banks & Bauer. Castle
chegou ao distrito trazendo café para ela. enquanto avaliava as ultimas
informações que obtivera de Lanie, Ryan se aproximou deles contando o que
descobriram.
- É um escritório de advocacia no centro. Representa grandes políticose
corporações.
- Talvez, Erika fosse uma Erin Brockovich virtual,uma soldada do
bem,investigando o calcanhar de Aquiles do sistema jurídico para revelar alguma
verdade desagradável.
- Ou foi só contratada por um escritório adversário para roubar informação
privilegiada.
- Por que tem que ser tão cínica? – perguntou Castle.
- É a descrição do trabalho.
- E por isso precisa de mim – ele remendou.
- Por que não investiga a vida de Erika? Castle e eu vamos no escritório
procurar por conexões.
Castle e Beckett decidiram falar primeiro com a Sra. Banks que não
reconheceu a foto da vítima, ela mesma mostrou ao sócio que também não tinha
ideia de quem fosse.
- A polícia acha que ela hackeou nosso servidor.
- Por quê?
- Não sabemos.
- Ela está detida?
- Mais ou menos.
- Como assim?
- Ela está morta.
- Na verdade, ela foi morta e acreditamos que envolva o que ela tentava
acessar no seu sistema – disse Beckett.
Os sócios levaram Beckett e Castle até o seu responsável de IT. Após
algumas perguntas e observações, eles constataram que Erika invadira o sistema
sem ser identificada e também não podiam rastrear que tipo de informação ela
consultou. Infelizmente, a visita deles a Banks & Bauer não fora produtiva
como gostaria mas era algo referente aquela firma que os levaria ao assassino
de Erika. De volta ao distrito, estavam novamente reunidos de frente ao quadro.
- Ninguém no escritório sabia o que ela queria? – perguntou Esposito.
- Ou não sabiam, ou estavam encobrindo algo.Mas a única evidência do que
ela estava procurando está no notebook que sumiu – ela falou.
- Então, sem ele, estamos mortos.Assim como a Erika.Muito cedo – disse
Castle.
-Muito cedo – confirmou Espo. Ryan se aproximou deles.
- Oi, pessoal. Descobri algo.Sabem o telefonema que ela deu para amiga? Fui
descobrir de onde ele veio. Foi de um telefone público no hotel. Daí pesquisei
outras chamadas do mesmo telefone e vejam o que apareceu – ele mostrou a pasta
a Beckett.
- Ian Blaylock?
- Sim, ele era um advogado na Banks & Bauer até que foi demitido há
6 meses.Ela fez três chamadas desse telefone.Cada uma durou mais de 5
minutos.Este aqui é o Blaylock – batia exatamente com o retrato falado. Juntos
eles foram até o endereço dele.
- Sr. Blaylock, NYPD! Sr. Blaylock, abra! – Beckett gritou sem obter
resposta, então deu o sinal. Ao arrombarem a porta, eles se depararam com o
corpo de Ian pendurado no meio da sala com um fio envolta do pescoço,
aparentemente suicídio. - Acho que nosso enredo acaba de se complicar – disse
Castle e Ryan tratou de avisar as unidades para enviarem uma equipe a fim de
coletar evidências nessa nova cena de crime. Lanie também se juntou a eles.
- Tenho certeza de que não foi um suicídio.
- Como sabe? – Beckett perguntou.
- Está vendo essa marca diagonal por todo o pescoço?
- Sim – Beckett afirmou.
- É o que esperamos achar, pois é como o peso do corpo empurra a
corda.Em uma linha vertical.
- Mas? – Castle completou.
- Mas essa outra mais fraca...Viram como marcou o pescoço de forma
horizontal?
- Ele foi estrangulado antes – concluiu Beckett.
- Sim. E daí enforcado – confirmou Lanie.
- Então,é um segundo assassinato – disse Castle.
- Tecnicamente,é o primeiro assassinato.Pela temperatura e
decomposição,diria que morreu um dia antes de nossa garota na água – Lanie
olhou para Kate de uma forma que apenas perguntava sobre o problema da manhã,
Beckett fez um sinal negativo com a cabeça no momento em que Ryan a chamou.
- Beckett? – ela se aproximou de Ryan e do computador.
- Então, vasculhei a atividade recente de Blaylock e achei esse
bate-papo entre ele e um usuário anônimo.
- "Mudei de ideia. Não posso mais viver assim.Vou te contar tudo o
que sei.Onde podemos nos encontrar?" – Beckett lia.
- A resposta: "Há um lugar perto de onde estou.Hotel Cedric. No
telhado. À meia-noite." – Ryan continuou.
- Ela o pediu para encontrá-la lá em cima – surpreendeu-se Beckett.
- Achou ser um local controlável.
- Olhem a hora que enviou a mensagem – disse Castle.
- 22h da noite em que foi assassinada.
- De acordo com a hora da morte de Lanie,Blaylock já estaria morto.
- Isso foi enviado por quem os matou – concluiu Beckett - Ele a atraiu
até lá.
- E a matou também – lembrou Castle.
Beckett acabara de sair do telefone e atualizou Castle.
- No escritório de advocacia disseram não saber por que matariam
Blaylock. Ou do motivo de Erika estar atrás dele.
- Disseram por que deixaram Blaylock sair?
- Só que alegou motivos pessoais.
- Deve ter sido algo bem sério.Verificamos com os amigos – disse Espo - Aparentemente,
era uma estrela em ascensão.Então, há um ano,do nada,ele se distanciou,ficou
arredio.Seu casamento se desfez e começou a usar drogas.Como se algo tivesse
acontecido.
- Então Erika investigava o escritório.Blaylock trabalhou lá.Agora, os
dois estão mortos.Por quê? – se perguntava Beckett.
- Acabei de voltar da casa dos pais de Erika – disse Ryan - Eles me
falaram do escritório.Acontece que a melhor amiga do colégio de Erika fez
estágio lá no último verão.Pam Bonner.
- Certo. Talvez ela possa nos dar algumas respostas – Beckett perguntou
- Onde vamos encontrá-la?
- Cemitério Mount Hope,em Westchester.Morreu no último verão.Acidente de
carro.
- Sob quais circunstâncias? – perguntou Castle.
- Não há testemunhas.Pelo relatório da polícia,estava voltando da festa do
escritório, perdeu o controle e bateu em uma árvore. Autópsia mostrou
embriaguez na hora.Mas Erika nunca acreditou nisso.
- Alguma razão do porquê? – perguntou Beckett.
- Ela acredita que Pam não dirigiria bêbada.Quando acharam Pam,ela estava
de saltos.Erika dizia que ela nunca dirigia de saltos.
- Três mortes e todas levando de volta ao escritório de advocacia Banks
& Bauer. Só eu acho que está começando a cheirar como um conto de John
Grisham? – e Castle começou a divagar com sua teoria - Um acidente de carro sem
testemunhas? Gente, isso é uma clássica conspiração para abafar.Apesar de ser um
humilde estagiária,Pam tropeçou em algo que a empresa estava fazendo,algo
grande, nefasto – Beckett observava a forma como ele criara a história, podia
viajar algumas vezes mas a maioria de seus casos resolvidos, fora ele quem teve
as melhores sacadas, se fosse para o FBI, certamente não teria isso - Tinha que
ser silenciada,só que, após o acidente,Blaylock não suportava a culpa nem
admitia a verdade. Sua única defesa é escapar para o doce alívio das drogas.
E ela se viu mais uma vez, concordando com ele e completando a ideia.
- Quando Erika começa a chegar perto,percebem que precisam agir e
eliminar os dois.Mas o que estão escondendo?
- Seja o que for,a única evidência está no notebook de Erika que o
assassino levou – disse Ryan.
- Espera, tem certeza disso? – Castle não estava convencido - Erika
encontraria Blaylock no telhado, certo? Um cara que, pelo e-mail, ela não
conhecia muito bem.Se eu fosse Erika, eu o esconderia.
- Vasculhamos o quarto,não estava lá – disse Espo.
- Espera. Lembram-se das imagens do elevador? – perguntou Beckett.
- Lembramos. Ela foi à lavanderia primeiro – disse Castle.
- Lanie disse que encontrou traços de creosoto sob suas unhas da sala da
caldeira ao lado – lembrou Beckett e então o insight veio aos dois.
- O computador está no porão – eles afirmaram juntos, como fizeram
tantas outras vezes.
Beckett pediu aos rapazes para checarem. Na lavanderia, Ryan não estava
nada satisfeito com o trabalho.
- Cara. Essa é a teoria do Castle. Como paramos nessa?
-Não sei – disse Espo - Deixe-me perguntar uma coisa.Percebeu algo
estranho em Beckett?
- O que quer dizer?
- Bom, ela está...Está diferente. Algo está fora do normal.
- O que está dizendo? Como se ela estivesse grávida ou... – mas Ryan não
terminou seu pensamento.
- Do que você está falando? De onde veio isso?
- Você disse que ela estava diferente.São adultos...
- Beckett não está grávida.Vamos lá, cara.
- O que há de errado em estar grávida?
- Nem posso falar com você sobre isso agora.
- Certo. Bom...Tente superar isso antes que Jenny te dê a noticia.
- O quê? Está falando sério? – o sorriso de Esposito se alargou - Parabéns,
cara!Isso é ótimo!
- Obrigado, cara.
- Espere um pouco.Tem alguma coisa aqui em cima. O que é isso? –
perguntou Espo com um pacote na mão.
- É um notebook – afirmou Ryan.
Eles estavam no apartamento de Beckett onde ela preparava algo para
eles, tinha decidido conversar com ele hoje, esperava criar coragem até depois
do jantar. Seu celular tocou.
- Tudo bem.Não, isso é ótimo.Obrigada – Beckett estava ao telefone com
os rapazes. Desligou e passou as noticias para Castle - Encontraram o notebook.
- Eu sabia. Então, o que tem nele? – ele arrumava a mesa para jantarem.
- O disco rígido está encriptado,os técnicos estão trabalhando agora.
- Em algum lugar naquele computador,há uma conspiração de mentiras tão
hediondas,tão mortais... – ao puxar o casaco dela viu um papel cair ao chão, um
ticket de avião,algo não fazia sentido - O que é isso? – perguntou segurando o
papel.
- O quê? – ela segurou a respiração.
- Cartão de embarque.
- Castle.
- Foi para a capital ontem?
- Sim, fui.
- Por quê?
- Fui convidada para uma entrevista.
- Que tipo de entrevista? – Castle tentava se controlar a medida que as
perguntas eram respondidas.
- Para uma posição na força-tarefa federal.
Castle sentiu como se levasse uma tapa na cara ou uma apunhalada nas
costas.
- Desculpe...fez entrevista para um trabalho em outra cidade...e não me
disse?
- Não falei sobre isso porque era só uma entrevista e sabia que isso te
deixaria chateado.
- Claro, está certíssima. Estou chateado.
- Só queria ver o que há lá fora. É errado?
- É errado ter escondido de mim. Na verdade, você mentiu – ele acusou e
Kate sabia ser verdade - Eu não faria isso.
A frase dele acionou todos os mecanismos de defesa de Kate e ela começou
o seu discurso da pior maneira possivel.
- Castle,isso não é sobre você.Isso é sobre mim, sobre minha vida.
- Então está considerando isso?
- Estou.É uma oportunidade maravilhosa.Terei a chance de fazer mais.
- Sem mim – o rosto dele estava vermelho, fazia o possível para não
gritar com ela.
- Por favor, não faça isso.Não faça ser sobre nós.
- Desculpe. Diga-me como isso não é sobre nós? – ele estava muito
chateado, fora traído pela pessoa que amava, porque ela escondeu isso dele? - Se
aceitar este trabalho, você se mudará para a capital e nunca te verei.Será o
fim da nossa relação.
- Não sabe disso.E, provavelmente, nem conseguirei o emprego.
- Esta não é a questão. A questão é que... sabia o que isso poderia
significar e não pensou em me incluir. Ou pior, pensou...- dizer isso era como
receber facadas - E optou por não o fazer.O que isso diz sobre nós? – ele se
distanciou dela, não podia encara-la - Não muito, se me perguntar.
- Castle – ela queria consertar a situação mas infelizmente sabia que
ele não a ouviria nesse momento ele estava chateado e nervoso.
- Não posso ficar aqui – ele pega as suas coisas e sai sem olhar para
ela. Estava chateado, de cabeça quente e principalmente triste. Sentia-se como
se tudo pelo que lutara nesses últimos anos fora em vão, já demosntrara tantas
vezes o quanto ela era importante para então descobrir que ela mentira para
ele, para concluir que Kate não confiava nele. Com raiva, chutou uma lata de
lixo na rua. Porque ela não contara a ele? Porque o excluíra? Será que esperava
ter a resposta para então terminar o relacionamento com ele? Não, isso não
podia estar acontecendo. Ela o amava não? Dissera a ele. Kate era uma pessoa
complicada, muitas vezes movida pelo medo mas o que ela fez não era justo com
eles. Resignado e com uma dor pressionando seu peito, ele pegou um taxi e rumou
para casa.
No dia seguinte, Esposito estava mexendo no quadro quando Beckett chegou
parecendo um furacão. Jogou a bolsa sobre a cadeira, estava com os cabelos meio
desgrenados e já foi pegando a caneca para ir atrás de café.
-Você está bem? – Espo perguntou.
- Estou.
- Onde está o Castle?
- Eu não sei – e saiu as pressas para a sala de descanso, Esposito foi
atrás dela - Tivemos uma briga,tudo bem?
- Uma briga comum ou...- ele viu a forma como ela jogara o resto da
caneca na pia, estava visivelmente nervosa - É muito ruim? Mas Ryan os
interrompeu antes que pudessem continuar a conversa.
- Pessoal. Temos algo – Ryan os levou para a sala onde a técnica
trabalhava no notebook de Erika. Ela vasculhara tudo. Agendas, clientes,
arquivos pessoais porém nas duas últimas noites, focou nos honorários de Ian
Blaylock. Exclusivamente em uma semana do último verão.
- Espere um pouco. Essa é a mesma semana do acidente de Pamela Bonner –
disse Beckett.
- Certo. Veja isso.A patrulha da estrada determinou que o acidente de
Pam Bonner ocorreu entre 1h30 e 2h.E Ian Blaylock recebeu uma chamada telefônica
de um cliente a 1h45.
- Acha que um de seus clientes estaria envolvido?Talvez a tirou da
estrada? – Espo sugeriu.
- Pela Polícia,só houve um carro no acidente – afirmou Ryan.
- Pessoal,e se Erika estava certa? – disse Beckett - E se Pamela não dirigia
bêbada ou com salto? Na verdade, e se Pamela não estava dirigindo?
- Alguém estava dirigindo,bateu e não queria ser culpado pela morte de
Pam. Então a colocou no volante e fugiu do local – disse Esposito.
- Então chamou o advogado.Quem ligou para Blaylock? – Beckett perguntou
a técnica.
- Para sigilo, substituem os nomes dos cliente por códigos.Este é o
47BGO.
- Certo, o escritório não nos dará esta informação.Vamos ver onde este
código se repete.Cruze referências,tentaremos identificá-la assim
– Beckett já
ia saindo quando a técnica a chamou.
- Não precisa ir muito longe.Blaylock cobrou esse mesmo cliente por uma
partida de golfe no dia seguinte ao acidente.
- Ótimo lugar para discutir detalhes.Ninguém iria ouvi-los – disse Espo.
Então, de acordo com o campo de golfe,Blaylock jogava com outro
membro,Colin Rigsdale III da família política Rigsdale que estava sendo
preparado para o senado um acidente com uma estudante seria fatal. Ela voltaria
a firma.
- Certo. O que está havendo? Onde está o Castle? – Ryan perguntou.
- Não pergunte – foi o conselho de Esposito.
Na firma, Beckett iria se encontrar com o sr. Rigsdale e claro, a
advogada. Ele mostrou-se preocupado com a possibilidade de seus oponentes
conseguirem informações confidenciais. Mas Kate Beckett pouco se importava com
a reputação dele, queria resolver um assassinato e definitivamente não estava
em um bom dia.
- Recorda-se de uma garota chamada Pamela Bonner?
- Detective, do que se trata?
- Sr. Rigsdale? – Beckett notou sua reação imediatamente pela expressão
corporal.
- O nome não é familiar.
- Sério? Pelo que eu saiba, era estagiária neste escritório no ano
passado. Não era?Também está correto que você participou da festa da Banks
& Bauer no último verão?
- Não responda isso.Detetive, o que está fazendo?
- O mesmo que minha vítima,Erika Albrook, fazia.Tentando descobrir como
sua melhor amiga,Pamela Bonner,realmente morreu.
- Sua morte foi acidental – afirmou a advogada.
- É mesmo? Então por que temos registros de que Ian Blaylock, advogado
do sr. Rigsdale na época, recebeu uma ligação dele à 1h45 naquela noite?
- Detetive,isso é informação privilegiada.É inadmissível – disse a
advogada.
- E não estamos no tribunal – retrucou Beckett.
- Esta reunião acabou.Você precisa ir, agora.
Em seu apartamento, Castle ainda tentava entender o que acontecera entre
eles na noite passada. Ele se abrira com a mãe, precisava desabafar e encontrar
um motivo.
- Diga-me,como posso confiar nela? Como posso estar em um relacionamento
com ela,se ela não se abre?
- Richard...
- Depois de tudo que passamos juntos, eu...Eu só não entendo.
- Odeio dizer isso, garoto,mas eu entendo.Katherine é uma mulher
brilhante e ambiciosa. Ela deveria fazer a entrevista para aquele emprego.
- Você está do lado de quem?
- Você quer que ela o priorize, enquanto nenhum dos dois sabe o rumo do
relacionamento.Sabe o quanto isso é absurdo? É tão ruim quanto você não assinar
o cheque do programa da Alexis.
- Isso não é sobre mim.
- Tem certeza? Eu te conheço.Você não se contém.Menos nessa coisa com
Katherine. Você levou 3 anos para dizer como se sentia,mais um ano para tomar
uma atitude,agora,ao primeiro sinal de problemas,está pronto para fugir.Por
quê? Vocês estão se divertindo,ambos estão,sei que você diz que a ama,mas,
querido,é assim que ela é.Será que o motivo de você ter se contido é porque, no
fundo, não crê que isso realmente dará certo?
E Martha, do seu jeito parecia entender a ambos mais do que Castle
supunha. Com algumas palavras duras, ela o deixou ainda mais pensativo e
confuso. Ele tinha muito o que digerir para poder tomar uma atitude.
Eles a viram retornar ao distrito da mesma maneira sisuda que estava
antes daquela entrevista, e pelo jeito dela já entenderam que não tivera
sucesso.
- Imagino que ele não confessou.
- Eu não precisava disso.Só precisava ver seus olhos.Foi ele.
- A evidência discorda – disse Ryan - Sua digital está no sistema de
quando foi preso em um protesto há uma década.Olhei a parcial, não bate.Os
jornais o colocam no condomínio da família no Maine na morte de Erika.
- Mas ele mesmo não faria isso. E contratar alguém é muito arriscado para
uma figura pública.Ele... Mandaria um associado ou amigo próximo fazer isso –
ela afirmou - Vamos vasculhar sua vida e descobrir quem.
- Pode deixar – o celular dela tocou assim que os rapazes se
distanciaram.
- Beckett.
- Detetive.Aqui é o subdiretor Anthony Freedman.Lembra-se? Da
entrevista.
- Sim, senhor. Lembro-me – ela sentiu um arrepio percorrer sua espinha -
O que posso fazer pelo senhor?
- Você pode dizer que sim. Detetive, você conseguiu o emprego - ela
ficou calada por uns instantes. O coração disparou e segurou a respiração –
Detetive ainda aí?
- S-sim senhor, estou.
- Sei que devo ter pego você de surpresa mas agora a decisão está em
suas mãos e considerando tudo o que significa, vou lhe dar um tempo para
pensar. Me ligue com a sua decisão.
- Obrigada, senhor. Ligarei.
Ela desligou e fechou os olhos. Sentiu o corpo tremer. Uma sensação
agridoce tomava conta de si, uma ânsia de enjoo. Ela saiu depressa para o banheiro.
Meteu o dedo na garganta mas era em vão. Sabia o porque da sensação estranha.
Ela conseguira o emprego, uma posição federal e o momento que deveria ser
comemorado e dividido com alguém entusiasticamente tornara-se amargo. Ela não
poderia mais adiar. Precisaria tomar a decisão. O medo a dominava e novamente
ela teria que enfrenta-lo. Lavou o rosto e recorreu a única pessoa que podia
trazer alguma perspectiva a ela nesse momento. Após marcar o encontro, ela
deixou o distrito.
Ryan deu por falta dela mas nem Esposito sabia dela, apenas que tinha
algo muito errado nisso tudo. Felizmente, Ryan conseguiu encontrar uma pista
muito boa ao vasculhar o passado dos Rigsdale. Martin Tillage, meio-irmão de
Rigsdale e a ovelha-negra da família. A foto logo despertou a memória deles. O
cara era um dos hóspedes do Cedric. O palpite era que hospedou-se para
encontrá-la e ficou por perto para não levantar suspeitas. Esposito decidiu
mandar busca-lo e pediu para Ryan encontrar Beckett.
Ela estava sentada no carro criando coragem para ter a conversa com o
pai. Ao vê-lo entrar no café, ela foi ao seu encontro. Contou o que acontecera.
- Parece-me uma ótima oferta.
- E é mesmo.
- Sua mãe ficaria orgulhosa.Ora, eu estou orgulhoso. Então...o que você
irá fazer?
- Não sei, pai. É como se eu estivesse em uma encruzilhada e preciso
escolher entre dois futuros possíveis.
- Por que acha que precisa escolher?
- Porque ele está certo, pai. Se eu aceitar o emprego, não haverá tempo
para nada mais.
- Mas, se eu não aceitar...
- Seria por causa dele.E iria ressenti-lo por isso.
- Ou coisa pior. Pai, não sei o que temos.Não sei se é real.Temos feito
essa dança pelos últimos 5 anos e...O que acontece quando a música parar? E se
foi só pela dança que nos apaixonamos? – as palavras demonstravam sua confusão
certamente porém as mesmas palavras podiam ser uma desculpa inventada por ela
para se convencer de algo que não era real.
- Em toda a sua vida, nenhum relacionamento foi tão longe. Em certa
altura, você sempre os terminava.Por que isso? Katie, eu te conheço. Quando
fica assustada, você se esconde em seu trabalho. Mas se certifique que, qualquer
decisão que tome, seja porque é o que você quer.Não porque está com medo.
- Esse emprego...é o que eu quero.
- Então, diga a ele.
- Ele irá me odiar, pai.
- É algo que precisará aceitar – as palavras do pai pareciam navalhas
apontadas contra seu peito. Precisava aceitar realmente? Estava preparada para
se separar dele? Ela recebeu um sms.
“SUSPEITO EM CUSTÓDIA.PRONTO PARA INTERROGATÓRIO.”
- Meu último caso...É melhor eu ir encerrá-lo – e quase
inconscientemente Kate acabara de tomar sua decisão.
Apartamento de Castle
- Aqui está – Castle entregou o cheque assinado a filha - Lamento ter
demorado tanto para preenchê-lo.Vá se divertir.
- Obrigada, pai – ela já ia saindo do escritório quando reparou no
semblante dele - Pai, você está bem?
- Estou – mentiu.
- Você parece estar triste.
- Não, estou bem.
- É só a Costa Rica – Alexis falou pensando ser a preocupação com ela o
motivo da tristeza - Voltarei antes que perceba.
- Muito gentil. Mas não é isso. Foi...algo que sua avó falou. Chega um
ponto em que precisamos parar de nos enganar, de pensar que a vida será como
queremos que seja...e começar a ver as coisas da forma que realmente são.
Após a saída de Alexis, ele esfregou o rosto. A vida tem o poder de nos
pregar peças. O momento era de reflexão. Castle precisava pensar em seu futuro
com Kate. Já não podia adiar uma conversa séria com ela. As palavras de Martha
fizeram-no cair em si, ela o chacoalhara. Realmente durante esses meses em que
estavam juntos, eles se divertiam, descobriam-se além da vida do distrito.
Conhecera outro lado de Kate, aquele que gosta de receber carinho e dar
carinho, a forma como ela era metódica
ao escolher suas roupas. As surpresas que ela o proporcionara como a festa de
aniversário e o sexo, ah ele sabia que ela era uma tigresa na sala de
interrogatório e pelas provocações imaginava como ela seria entre quatro
paredes mas Kate Beckett o avisara e de fato ele não tinha ideia.
Foram meses de descobertas mas ao todo, eram cinco anos de convivência.
Estava na hora de se desafiar. Estavam prontos para o próximo passo ou iriam
estagnar no tempo? Até quando seria o bastante? Sua mãe acertara em quase tudo
exceto pelo fato de ele saber o que queria dessa relação. Ele queria mais. O
ponto era Kate estaria preparada para isso? Não tinha dúvidas que Kate merecia
seguir adiante na carreira, ela era extraordinária. Porém, o maior receio de
Castle era que ela usasse essa oportunidade de emprego para sabotar o
relacionamento deles. Na verdade, ela começara a fazer isso no momento em que
escondeu dele sobre a entrevista. Se Kate deixasse o medo falar por si, ele
teria que convence-la do contrário. Castle precisava provar que ela tinha o controle
mas indiretamente teria que mostrar a ela que agora era o seu momento de ser
feliz. A escolha seria dela mesmo que fosse ele quem a influenciaria. Com sua
mente direcionada para o que precisava fazer, ele pegou a carteira e saiu. Mais
uma vez, ele se abriria para ela e esperava que Kate agisse a favor deles. Se
ela realmente o amava, ele saberia a sua decisão. Não se tratava dele ou dela,
não era uma decisão totalmente individual, egoísta. Nesses últimos cinco anos,
Castle mudara por ela, não era o mesmo homem que ela conheceu naquela festa de
lançamento. Sim, ainda cometia erros bobos em um relacionamento, tinha defeitos
mas mudara, crescera e podia afirmar que fizera tudo por amor. Por uma mulher
tão bela, inteligente e intensa mas ao mesmo tempo tão frágil e insegura. O que
faria em seguida era resultado de tudo isso. Tivera muitas mulheres, mas Kate
era sem qualquer dúvida o amor de sua vida. Restava provar a si próprio que
seria capaz de faze-la perceber isso. Castle queria faze-la entender que dois
era melhor que um e “nós” era onde eles deveriam estar.
Na sala de interrogatório, Beckett estava de pé, frente a frente com o
suspeito.
- Eu estava lá, e daí? Eu precisava de um lugar para passar algumas
noites.Isso é um crime?
- Não, mas matar uma garota é. O que seu irmão te prometeu, Martin? Respeitabilidade
para a ovelha negra? Um lugar na mesa da família? – a tigresa estava de volta
mas dessa vez havia um outro clima no ar, a atmosfera era pesada e ainda assim
saudosista.
- Eu já disse, nunca vi essa garota na vida.Está perdendo seu tempo.
- Tem ideia de quantas pessoas sentaram atrás dessa mesa e confessaram seus
pecados para mim? O que te faz pensar que você é diferente? Que é mais esperto?
Você só está nesta sala há 1 hora. Mas esta sala... – ela virou-se de costas
para o suspeito para tentar conter a emoção, não podia demontrar fraqueza - Esta sala tem sido minha vida...minha casa –
quantas histórias vividas, crimes confessados, erros cometidos, todos
vivenciados por ela - Não te deixarei sentar aí e mentir para mim em minha casa
– ela puxou uma folha do laboratório e mostrou a ele - Esta é uma digital
parcial achada na cena do crime,no sangue da vítima.Bate com a sua,
Martin.Ainda estou perdendo meu tempo? – ela sentou-se finalmente - Tenho o
suficiente para te condenar.A questão é quantos anos da sua vida irá sacrificar
pelo futuro de outra pessoa? Está pronto para fazer um acordo?
Ela obtera o consentimento dele para confessar. Kate saira da sala e ao
andar pelos corredores, a sensação de saudosismo apenas aumentava. Não era
capaz de enumerar quantos assassinos colocara atrás das grades, quantas noites
mal dormidas, quantas risadas e alegrias vivera ali. Momentos importantes da
sua vida profissional e pessoal ocorreram naquele salão. Matara naquele
corredor, morrera um pouco mais naquelas salas e se apaixonara. Memórias que a
cerca de uma hora atrás ela estava disposta a levar consigo para Washington. De
repente, ao deparar-se com tudo aquilo sentiu-se pequena, egoista, mesquinha.
Em nenhum momento pensara em seus amigos, em suas conquistas, em Castle e no
seu relacionamento. Sua ambição era a mesma, queria ser uma investigadora
federal mas balançava a cada passo dado naquele salão, sentia o coração
apertar. Viu Esposito e Ryan vindo em sua direção.
- Ele está pronto para falar,implicar o irmão nos assassinatos e no
acidente.Importam-se de fazer isso? – não queria se estender na conversa com
medo de fraquejar.
- Kate?
- Sim?
- O que foi?
- O que está havendo? – os dois estavam preocupados com ela.
- Há algo que preciso contar a vocês,mas preciso dizer a outra pessoa
antes.
Ela seguiu em direção ao elevador. Pegou o celular e discou o número.
- Castle – ele atendeu, a voz séria.
- Sou eu.Precisamos conversar.
- Precisamos, sim – ele concordou.
- Me encontre no Berkeley park próximo ao...
- Nos balanços – ele completou – até mais.
Ao desligar, Castle fitou por uns instantes a vista do seu escritório.
Vestiu novamente o casaco e checou o bolso. Estava indo ao encontro do seu
destino. Tudo ou nada. Como os americanos gostavam de dizer, ele encararia uma
decisão “make it or break it” e nesse instante não tinha nenhuma ideia do
resultado que obteria.
Sentada em seu carro, ela se deu alguns minutos para se preparar para o
momento mais difícil da sua vida. Ele soara para Kate um tanto frio demais ao
telefone. Realmente o magoara de verdade, pensou. Ela daria tudo para desfazer
essa situação. A última coisa que queria era Castle eliminando a imagem que
tinha dela em sua mente, em seu coração. Seria tão mais fácil se ele fosse um
flerte, se não o amasse tanto. Odiava ser a pessoa que partiria o seu coração.
Quanto ao dela, estava despedaçado, esmagado. Não suportando mais toda a
pressão, ela chorou. Kate deixou suas lágrimas a dominarem por alguns minutos,
precisava extravasar porque acreditava que ao fazer isso poderia se controlar
diante dele. Ela precisaria de toda a força que tinha para não desmoronar na
frente dele.
“Most people come up against a wall,
they give up. Not you. You don’t let go. You don’t back down.
That makes you extraordinary”
Porque ela se lembrara dessas palavras agora? Porque esse muro imposto
pelo medo parecia persegui-la? Suspirou. Não podia querer se ver atraves dos
olhos dele ou não teria coragem para encara-lo. Limpou o rosto para que ele não
percebesse que estivera chorando. Ajeitou como pode os cabelos mas a aparência
de Kate denunciava seu estado de espírito. Estava pálida, abatida.
Kate caminhava pela calçada e atravessava o parque ao encontro dele.
Podia ver a silhueta de Castle sentado ao balanço. De costas, ela não podia ver
como estava seu semblante porém a linguagem corporal parecia demonstrar a ela
que ele estava resignado, os ombros baixos, a postura um pouco curvada. Mesmo
assim, ela parou a poucos metros dele apenas para observa-lo. Na posição que se
encontrava podia ver seu perfil. Para ela, ele era lindo. Ele era a pessoa que
a desafiou, aquele que esteve a seu lado independente da situação, do risco.
Lentamente, ela sentou no outro balanço do lado oposto ao dele. O coração
acelerara apenas pela possibilidade de começar a conversa. Começar aquele que
podia ser o momento decisivo da sua vida. Ele estava sério, extremamente sério
como poucas vezes o vira. Sentiu o corpo estremecer. Sua mente atravessava uma
verdadeira tormenta onde os ventos eram a força do medo querendo domina-la mais
uma vez. A confusão tornara a se instalar dentro dela quando falou.
- Sinto muito.Eu não deveria ter guardado segredos.
- É quem você é. Você não deixa as pessoas se aproximarem.Eu tive que
arranhar e rasgar por cada centímetro.
- Castle... – naquele momento o aperto no coração foi maior e Kate
sentiu os olhos arderem, como ele a conhecia tão bem assim?
- Por favor, deixe-me terminar.Tenho pensando muito sobre nós.Sobre
nossa relação, o que temos – ele falava evitando de olha-la porque se ia
convence-la não poderia ver o que se passava no semblante de Kate - Para onde
estamos indo – ele sentiu uma emoção maior começar a domina-lo - Decidi que
quero mais. Nós dois merecemos mais.
- Concordo – ao responder, uma parte dela pressentia que chegaram a um
veredito, seria realmente o fim?
- Então, o que quer que aconteça...qualquer que seja a sua decisão...- Kate
engolira em seco, as lágrimas queriam vencer o auto-controle que ela lutava
para manter. Estava sendo tão difícil. Extremamente difícil. Então Castle ergueu-se
do balanço - Katherine Houghton Beckett...- ele se colocou a frente dela de
joelhos e estendeu um anel, naquele instante seus olhares finalmente se
encontraram - quer se casar comigo?
Nada a preparara para esse momento. Quando marcou com ele naqueles
balanços, esperava desculpar-se e comunicar sua decisão, mas isso? Castle a
pegara totalmente desprevinida. Fora um susto. Ele continuava ajoelhado
segurando o anel a sua frente.
- E-eu não sei o que oh, Deus! – e ela passa as mãos nos cabelos, sinal
tão característico de nervosismo dela. A confusão que experimentara mais cedo
no distrito voltara como um raio na tormenta.
- É uma simples pergunta, você responde sim ou não - Ela segurou a mão
dele e pediu.
- Castle por favor, sente-se. Eu preciso falar antes de te responder –
ele ergueu-se e sentou novamente no balanço, dessa vez porém a fitara, ansioso
pelo que ela tinha a dizer - Eu sei o quanto eu te magoei, te machuquei escondendo
sobre a entrevista em DC. Eu consegui o emprego, ele é meu, basta um
telefonema. Eu pensei muito sobre isso. Talvez não tenha outra oportunidade
dessa na minha vida. Tudo pelo que batalhei, lutei, foram muitos casos. Eu não
me vejo como Capitã do 12th fazendo o trabalho burocrático de Gates. Não, eu
gosto do campo de investigação. Gosto de analisar e buscar pistas para chegar
ao culpado. Atuar no âmbito federal é como um sonho para mim. Quando voltei
hoje ao 12th para fechar aquele que denominei de meu último caso na NYPD, eu
não pude deixar de pensar o quanto aquele lugar faz parte da minha vida. Minha
casa por dias, noites, anos. Ali aprendi a arte da investigação, aprendi a
controlar meus impulsos, tive um mentor que deu a sua vida por mim. Fiz parcerias
ótimas, criei amizades. Uma família da qual você também faz parte. Washington é
a melhor coisa que aconteceu na minha vida professional. Eu tomei minha
decisão. Eu estou pronta para mais, não tenho dúvidas do meu potencial e de
quanto isso pode me fazer crescer da maneira que eu quero – o rosto de Castle
estava tenso, as rugas marcavam a face, uma sensaçao de derrota o dominava.
Kate baixou a cabeça tentando em vão conter as lágrimas – Castle... sim. Pode
ser o melhor emprego do mundo mas ele não teria sentido se você não estiver ao
meu lado. Família ganha de trabalho, amor ganha de trabalho – ela abriu o
sorriso em meio ao rosto marcado pelas lágrimas – minha resposta é sim. Eu
aceito me casar com você, nada me faria mais feliz.
E da mesma forma que ele a surpreendera, Kate devolveu o golpe. Ele
respirou aliviado e pela primeira vez em desde que ele deixara o apartamento
dela naquela noite, ela pode ver o sorriso e o brilho retornar aos olhos dele.
Castle buscou a mão dela. colocando-a sobre a sua, deslizou o anel sem desviar
os olhos dela. A felicidade o dominava, mal conseguia se conter. Levou a mão de
Kate aos lábios e beijou-a. Em seguida, se colocou de pé e a puxou na sua
direção. Envolvendo-a em seus braços, ele encostou a testa na dela.
- Oh,Kate... eu tive tanto medo que você me dissesse não. Tanto.
- Shhh, tudo bem. Eu quase desabei só de ver o quão sério você estava.
Me senti em meio a uma tempestade que me empurrava, me arrastava a cada segundo
pra longe de você. É tudo sobre nós. Apenas funcionamos juntos. I Love you so
much.
- I Love you more, Kate… mais do que você sequer pode imaginar.
Kate segurou o rosto dele com ambas as mãos e beijou-lhe os lábios
apaixonadamente. Castle a puxou ainda mais próximo ao seu corpo e ela deixou
suas mãos correrem pelos cabelos dele e descansando-as no peito dele quando
afastou-se para tomar fôlego.
- Foi lindo, íntimo e romântico.
- Mas você não imaginou que isso aconteceria ao chegar aqui hoje.
- Não... mas estou feliz que você tenha feito isso. Castle, você me dá
um instante? – ela se desvencilhou dos braços dele - Preciso fazer aquela
ligação para Washington, eles precisam arrumar outra pessoa para a vaga.
Então ele segura o pulso dela que já alcançara o celular no bolso e
estava prestes a discar.
- Kate, não. Acredite, isso pode esperar. Apenas vamos sair daqui, deixe
esse momento ser sobre nós. Ligue amanhã, por favor – ela sorriu e guardou o
celular.
- Tudo bem, você está certo. Agora é tudo sobre nós.
Ele estendeu a mão a ela e com os dedos entrelaçados, eles deixaram o
parque abraçados.
Apartamento de Castle
Mal chegaram e Castle foi direto para o refrigerador em busca de uma
champagne. Pegou duas taças e estorou-a derramando parte do liquido no chão da
cozinha. Kate ria dele e aceitou a bebida de bom grado. Brindaram e beberam
calmamente a primeira taça. Quando ela depositou o copo vazio sobre o balcão da
cozinha, ele o encheu novamente porém não deu a chance dela toma-lo ainda.
Castle tirou o casaco dela e a blusa deixando-a apenas de soutian. Livrou-se da
própria camisa e com as taças na mão, eles seguiram para o quarto. Nem bem a
porta fechou-se atrás deles, Kate se jogou nele sorvendo-lhe os lábios enquanto
as mãos agilmente se desfaziam da calça dele. Castle desabotoou a calça que ela
vestia mas não a tirou. Deixou suas mãos adentrarem o jeans e apertarem o
bumbum dela quando aprofundava o beijo. Depois as mãos subiam pelas costas
dela, desabotoando o soutian revelando os seios perfeitos e os mamilos
despontando e esperando pela ânsia do toque.
Castle roçou os polegares sobre eles no instante que Kate jogava a
cabeça para trás dando-lhe acesso aos lábios que devoravam o pescoço dela.
Podia sentir a umidade se instalando em seu centro. Sentiu os pés deixarem o
chão ao ser erguida por ele e cuidadosamente colocada sobre a cama. Castle
livrou-se do boxer ficando completametne nu à frente dela. O membro totalmente
excitado, pronto para possui-la mas queria ir devagar. Não fora assim que ele
executara seu próximo movimento. Ele puxou a calça jeans de uma vez trazendo
consigo a lingerie. Ela riu do jeito meio estabanado que ele realizara o
movimento mas ao sentir o peso do corpo dele sobre o seu e os lábios tocarem os
seus, o riso desaparecera.
Ele se dedicou a explorar cada centímetro do corpo dela, não tinha
pressa. Levaria o tempo que fosse necessário para satisfaze-la. Kate fechou os
olhos e segurou os travesseiros ao seu redor. Quando os lábios de Castle
sorveram seu centro, ela gemeu e contorceu o corpo. Dali em diante, ele não
parou de prova-la até leva-la ao êxtase completo. Foram dois orgasmos intensos
que a arrebataram em um tremor tão forte, tão deliciosamente prazeroso... então
fora a vez dela agrada-lo e trocando de posição, Kate se colocou sobre ele.
Após provoca-lo a seu modo e morde-lhe os lábios, o peito e sensualmente
esfregar seu corpo no dele, ela segurou o membro dele nas mãos, massageando-o e
masturbando-o, ela se deixou deslizar sobre ele até preenche-la completamente.
Apoiada ao peito dele, ela começou a dança do prazer. Castle a incentivava
movendo-se com ela, por vezes apertando o bumbum ou os seios incentivando-a. Em
poucos minutos, ambos sentiram a explosão de um orgasmo os dominarem. Plenitude
e saciedade. Trocando um beijo urgente, ela se deixou cair sobre o corpo de
Castle.
Ainda permaneceu por alguns minutos sem se mexer. Uma fração de segundos
e a sua decisão se transformara. Apenas quatro palavrinhas e uma nova página
fora escrita em seu livro da vida. A encruzilhada desapareceu, o caminho fora
traçado. Com sua decisão, viriam as consequências e ela as enfrentaria.
Moveu-se para o lado e viu que ele tinha os olhos fechados.
- Hey...
- Hey...fiancé... – ela sorriu para ele – está com fome? Posso preparar
um jantar rápido pra nós se quiser.
- Hum...não. Jantar eu passo. Mas adoraria uma caneca de café... fiancé.
- Vou providenciar. Ele se levantou da cama e vestiu um roupão. Saiu
deixando Kate nua agarrada aos travesseiros na cama. Dez minutos depois, ele
retornara com uma bandeja e as canecas de café. Havia também, alguns bombons de
chocolate em uma vasilha. Kate pegou a caneca e tomou o primeiro gole sentindo
as energias se recomporem. Ao terminar o café, ela pegou um dos chocolates e
comeu. Em seguida, inclinou-se na direção dele e o beijou. O gosto do café com
chocolate fizeram do beijo algo diferente. Castle abriu outro bombom e ofereceu
a ela. Entre mordidas de chocolate e beijos trocados, o fogo dentro deles fora
despertado novamente. Sem dizer qualquer palavra, eles voltaram a se amar, a
possuírem-se mutuamente, um encontro de corpos e almas. Desejo e amor em sua
forma mais pura.
Adormeceram na sequência.
Era por volta de nove horas quando ela acordara preguiçosa. Ao mexer-se
na cama sentiu o braço dele a prendendo como se não pudesse deixa-la ir. Ela
moveu-se de volta para ele, colocando a cabeça sobre o peito dele. Beijou-lhe a
pele exposta. Castle abriu os olhos.
- Bom dia...
- Hey...dia. apoiou-se na cama equilibrando seu peso entre o colchão e o
peito dele. Beijou-o carinhosamente e voltou a se acomodar sobre o peito dele.
Sentiu a mão de Castle acariciando seus cabelos.
- Que horas são? – ele perguntou.
- Acho que passa das nove, não importa, não tenho pressa.
- Nossa! Essa é nova – Kate retribuira as carícias circulando a ponta
dos dedos no mamilo dele ou dando bejinhos no peito dele – Kate, você se lembra
daquela vez que eu disse que você era um mistério que pensei que nunca
desvendaria?
- Sim, estávamos em L.A.
- Ainda não solucionei o mistério Kate Beckett mas aprendi a decifrar
alguns enigmas. Através dele, aprendi a conhecer facetas de uma mulher
extraordinária. Por dentro e por fora. Sua beleza, sua bondade e justiça, sua
força – Kate escutava o que ele dizia ainda se divertindo com os toques e
beijinhos no peito dele, gostava quando ele falava sobre ela - Eu estaria me
privando de descobrir mais sobre você, estaria negando o meu amor por você, por
tudo o que você é e pode se tornar se não concordasse em te ver brilhar – ele ergueu
o queixo dela em sua direção para fitá-la - Aceite o emprego, Kate. Nós daremos
um jeito. Juntos.- - ela sentou-se na cama incrédula, ele continuou - Ligue
para Washington, mostre ao FBI a mulher mais intrigante que já conheci.
- Castle...você... quer... você está dizendo para eu me mudar para
Washington? Mas...
- Kate, a distância é tolerável. Posso passar uma semana com você, outra
aqui, ou ficar o primeiro mês. Não sei como nos arranjaremos mas isso não
importa. Enfrentaremos isso juntos.
- Você realmente faria isso por mim?
- Já fiz. Eu primeiramente me apaixonei pela detetive durona que clamava
por justiça. Não seria justo com você, priva-la dessa oportunidade. Faço porque
te amo.
- Rick... você tem ideia do que isso significa para mim?
- Eu imagino.
- Você acaba de provar que eu tomei a decisão certa. Acaba de demonstrar
porque eu te amo tanto, Rick.
Ela se aproximou dele e o beijo os tomou de maneira arrebatadora e durou
alguns minutos. Ao se distanciarem, ele pode ver o brilho intenso no olhar dela.
- O que você está esperando? Faça a ligação e depois vamos ao distrito.
É hora de comunicar as novidades aos rapazes.
Ela ligou e acertou alguns pormenores. Deveria se apresentar em duas
semanas devido a sua mudança que precisava ser feita. Precisava achar um
apartamento e por duas semanas teria hospedagem paga pelo escritório do
procurador geral. Eles se arrumaram e quando iam saindo de casa, encontraram
Martha. O sorriso da mãe fora suficiente para demonstrar o alívio que sentira
ao ver Kate ao lado do seu filho. Castle contou a novidade a ela que gritou e
abraçou Kate demoradamente.
- Bem-vinda a família, Katherine.
- Obrigada, Martha. Isso é mérito seu. Obrigada por criar seu filho de
forma tão especial.
E Martha beijou-a novamente e dessa vez não conteve as lágrimas.
12th Distrito
A porta do elevador se abriu e eles saíram juntos lado a lado. Kate
tinha a mão no bolso do casaco para não dar bandeira. Ao avista-los, Ryan cutucou
Esposito. Os rapazes perceberam que eles estavam sérios mas Beckett já não
parecia tão distante ou nervosa.
- Hey, rapazes.
- Castle. Beckett.
- Gates está na sala dela?
- Está porque?
- Preciso falar com ela. Já volto aqui com vocês. Vamos, Castle.
Beckett bateu à porta dela. Ao perceber quem era, Gates fez sinal para
ela entrar. Viu que Castle entrara com ela.
- Senhora, tem um minuto?
- Claro, detetive. Sente-se.
- Não vou demorar muito. Apenas queria comunica-la que estava certa. Eu
consegui o emprego.
- Que noticia maravilhosa mas eu nunca duvidei que conseguiria. Meus
parabéns, Kate. Sei que você não irá decepcionar em Washington.
- Obrigada, senhora – ela sorriu e suspirou preparando-se para o que
diria em seguida – Capitã, eu gostaria de pedir algo a senhora... é que bem,
essa ida para trabalhar com o procurador geral, FBI, uma nova cidade. Eu não
sei o que encontrarei pela frente. Eu apenas gostaria de saber se caso eu não
me adapte lá, caso eu não seja o que eles esperam de mim, a senhora me
aceitaria de volta no 12th?
Gates sorriu.
- É claro que nenhuma dessas hipóteses que você mencionou irá acontecer
mas seria um prazer te-la de volta à minha equipe detetive.
- Obrigada senhora. O sorriso dela era amplo, era importante saber que
sua casa permaneceria de braços abertos para ela.
- Por um minuto achei que você ia me pedir para manter o Sr.Castle no
meu distrito.
Castle arregalou os olhos.
- Sobre isso, senhora eu até pensei...
- Detetive, deixe-me colocar dessa forma. Se os rapazes precisarem de
uma consultoria, ele poderá ajuda-los desde que continue invisível para mim,
entendido Sr. Castle?
- Claro como cristal.
- Ótimo! Farei o comunicado hoje à tarde à equipe. Imagino que queira
conversar com os detetives em particular. Vá em frente e fique à vontade para
cuidar dos papéis para sua transferência – Gates estendeu a mão a Kate – boa
sorte, Kate. Me deixe orgulhosa.
Ela apertou a mão da capitã – Obrigada, senhora. Farei todo o possível.
Saindo da sala de Gates, ela chamou pelos rapazes. Foram todos à sala de
descanso onde Castle serviu café a todos e Kate explicou com um pouco de
detalhes o que estava acontecendo, claro que ambos ficaram felizes pela
oportunidade da amiga mas era impossível não sentir uma certa tristeza em saber
que não mais investigariam juntos. Ryan aproveitou para contar a eles que Jenny
estava grávida, o que foi motivo de alegria e festa entre eles.
- É parece que as surpresas não param de acontecer não Kate? – disse
Castle criando a oportunidade ideal para ela falar do outro assunto.
- Verdade, Castle. Acha que devemos continuar com as novidades? Ela
tirou a mão do bolso e balançou os dedos para eles.
- Não! Sério? – Ryan logo ficou empolgado.
- Sério! – e Kate não conseguia conter o sorriso.
- Parabéns! E eles voltaram a se abraçar.
As duas semanas de preparação para sua mudança pareciam passar voando.
Era tanta coisa para organizar, tanto pra resolver que quando Kate sentou-se na
poltrona do voo para Washington com Castle a seu lado, estava exausta. No dia
seguinte, ela se apresentaria ao headquarters do FBI. Tinham resolvido que
Castle passaria o primeiro mês com ela, ajudando-a a arrumar apartamento e
colocar tudo em ordem. Ele podia continuar escrevendo o final de Deadly heat de
Washington. O primeiro mês de Kate na capital fora extremamente puxado. Ela
fizera um treinamento intensivo na academia. Em pouco tempo familiarizou-se com
os trâmites do trabalho e sua nova hierarquia. O agente Stack também a suportou
quanto a isso.
O tempo passava e Castle alternava sua vida entre Washington e New York.
O máximo que ficara longe dela foram duas semanas quando teve que viajar com a
turnê do livro. Aos poucos eles se ajustaram, encontraram seu ritmo e Kate
Beckett começava a despontar no FBI mostrando aquilo que Castle esperava dela
quando pediu que aceitasse o emprego.
Seis meses depois...
O avião acabava de tocar em solo novaiorquino. Ao desembarcarem, Castle
e Beckett foram recebidos por Ryan, Jenny, Espo, Lanie, Martha e Alexis. Era
uma festa.
- Jenny! Você está enorme! Quando nasce?
- Fim do mês. Isso se ele não for apressado.
Alexis abraçou o pai e beijou-o morrendo de saudades. Isso porque ela
não via o pai a apenas uma semana. Decidiram almoçar juntos e colocar o papo em
dia. Ao final do almoço, Castle pediu para todos erguerem as suas taças e
brindarem a mais nova Agente Especial do time de New York. A gritaria era
contagiante.
- Você está voltando para New York? – perguntou Lanie surpresa.
- Estou. Washington é uma ótima cidade mas New York é a minha casa. Uma
vaga abriu a um mês e pedi para meu superior considerar a transferência. Ele não
viu problema já que conheço bem a cidade e as pessoas certas na polícia local.
- Bem-vinda de volta! – Ryan exclamou.
Mais tarde, ao entrarem no apartamento de Castle, ela jogou a bolsa
sobre o sofá e suspirou.
- Em casa...finalmemte. Senti falta desse lugar, das nossas noites
apimentadas, dos jantares que você preparou para mim, dos filmes. Casa. É bom
estar de volta.
Ele a tomou nos braços e sorriu.
- Sabe estava pensando agora que você está de volta a New York, é a mais
nova aquisição do time do FBI dessa cidade, o que você acha de resolver aquele
outro assunto? Está pronta para se tornar a Sra. Rick Castle?
- Jura? Eu não sei Castle. Sou uma agente federal agora, bem diferente
da detetive que você conheceu. Tenho mais poder para prende-lo em território
nacional – ela ria – tem certeza que ainda quer casar comigo?
- Sim, always. Você já pensou em alguma data?
- Estaria mentindo se dissesse não. Chegei a pensar no aniversario da
minha mãe, ou mesmo no seu. Mas então eu lembrei de uma data melhor. O que você
acha de 7 de maio?
- Nossa primeira noite juntos. Era noite de tempestade.
- Sim, mas acho que já tivemos bastante tempestades na nossa vida.
Precisamos de um momento de calmaria. Então, qual sua opinião sobre a minha
sugestão?
- Maravilhosa. Eu não teria escolhido melhor – ele a beijou
vagarosamente – I Love you.
- Eu sei – e beijou-o novamente - Castle, sabe eu tenho a sensação de
que acabei de chegar ao fim do arco-íris e finalmente encontrei o que tanto
procurei. Meu próprio pote de ouro – ela acariciou o rosto dele – You, just
you. I Love you Rick, always.
E voltou a beijá-lo com paixão.
The End