domingo, 12 de maio de 2013

[Castle Fic] Don't Give up on Chasing Rainbows - Cap.22


Nota da Autora: Como trabalhar em um episódio tão perfeito como Still? Confesso que demorei a saber o que faria. Então me lembrei de outra série e resolvi fazer a narrativa em FB. Leiam tudo pois fiz pequenas modificações no meio do cap. Ah! E vcs já sabem que mudei algumas palavras para o ingles. Enjoy! Não consigo ser tão perfeita como o Marlowe mas isso não me impede de tentar, certo? 

NC-17....be aware!



Cap.22           

Tempo. Espaço. Um simples passo em falso. A vida controlada por segundos. Cada um deles crucial, cada palavra dita importa, cada gesto feito,uma afirmação. Porém, em um mar de lembranças apenas três palavras tão ansiosamente esperadas fizeram dois corações baterem mais forte, provando que nos momentos mais difíceis, pode-se descobrir o real valor de uma vida. Três palavras preciosas de valor inestimável.

Os raios de sol saiam preguiçosos desenhando um brilho diferente nas águas serenas que batiam na praia.  O vento assobiava entrando pela varanda esvoaçando os cabelos deixando-s cobrir os olhos. Incomodada por um instante, ela tirou os cabelos do rosto e ajeitou-os, querendo mante-los quietos. Trajando um roupão, encostada a parapeito, Kate olhava para o mar a sua frente. Da varanda ela via as ondas sorrateiramente chegarem à praia, beijando a areia como um amante devotado que parte e insiste em voltar a cada instante, teimosamente. A cor do azul lembrava os olhos dele. Um azul vivo, profundo. Ela podia perder-se naquele olhar. Suspirou. Um sorriso formou-se em seus lábios ao sentir o toque dos braços fortes que a envolveram.

A 24h atrás, Kate Beckett pensara que sua jornada chegara ao fim. Aceitara seu destino mesmo quando isso representava não vê-lo nunca mais. Ela se enganara novamente, os mesmos braços que a envolviam eram responsáveis por ela estar ali agora. Fora salva pela teimosia e o otimismo do homem que amava. Sentiu os lábios dele roçarem em sua nuca.

- O que faz aqui tão cedo? Senti sua falta ao meu lado.

- Estava observando o mar, pensando na vida.

- Ah...pensando em mim? – ela riu.

- De certa forma, sim.

- Pensando em como você se apaixonou por mim quando nos conhecemos? – ela balançou a cabeça sorrindo e virou-se para encara-lo. Castle adorava aquele sorriso. O belo rosto exibia agora um semblante mais ameno. Sem preocupações. Os cabelos esvoaçados pelo vento passavam a cobrir a face. Ele ajeitou os fios teimosos para trás da orelha dela.

- Você ainda não desistiu dessa história? Mesmo depois de todos os argumentos que te dei?

- Argumentos nada sólidos devo acrescentar... tudo bem, não importa. Ainda vou provar que estou certo mas agora, que tal voltarmos para a cama?

- Hum... me parece uma boa ideia. E ela beijou-lhe os lábios apaixonadamente. De mãos dadas, voltaram ao quarto.


72 horas antes...


Beckett avaliava uma filmagem quando o viu se aproximar com dois copos de café nas mãos. Abriu o sorriso quando ele entregou um deles a ela. Beckett sorveu um longo gole do café antes de agradece-lo.

- Obrigada.

Ele sorriu e se sentou na sua cadeira cativa.   

- O que temos para hoje?

- Uma explosão, estou ajudando a reunir provas para a promotoria. Ainda não tem uma ideia do que ocasionou tudo.

- Hum... trabalho burocrático. Acho que é a minha deixa. Preciso ir – ela olhou para ele intrigada – na verdade só vim trazer seu café. Recebi uma ligação nada agradável depois que você saiu. Minha editora. Estou atrasado com dois capítulos que deveria ter entregado a uma semana atrás. Então...

- Castle,porque você deixou isso acontecer? Já disse que seu livro é prioridade, vá pra casa. Você tem muito o que escrever. Não quero você encrencado com seu livro principalmente por minha causa. As coisas estão calmas por aqui. E quanto mais cedo você terminar outro livro de Heat, melhor. Estou louca para ler a continuação – ela percebeu a hesitação dele, conhecia-o bem para saber que queria escapar de escrever mas não havia nada que justificasse sua presença ali – Castle, é sério. Você pode ir pra casa escrever. Hoje só tenho trabalho burocrático.

- Acho que você não vai me dar muita opção...

- Não – sorriu – e de novo obrigada pelo café.

Ele se levantou tocou na mão dela e sorriu.

- Te vejo mais tarde? – e segurou a mão dela para um aperto, sinal que representava para os dois um beijo.  Já sentindo o roçar dos dedos na pele, ela retribuiu o carinho. Ficou um tempo observando-o ir embora até Ryan vir falar com ela. Trazia uma nova pilha de pastas para ela analisar e separar aquilo que efetivamente ajudaria o promotor. É, seria um longo dia. Beckett se debruçou sobre a papelada e começou. Durante horas a fio ela se dedicara ao relatório para a promotoria e quando percebeu já passava das dez da noite. Com as costas doídas de estar na mesma posição, ela encerrou o dia. Foi para o seu apartamento.

Sabendo que Castle não estaria dormindo, após se servir de uma comida chinesa que comprara no caminho de casa, ligou para ele. Depois de vê-lo reclamar por ela não ter ido ficar com ele, Kate conversou bobagens no telefone e perguntou como estava a escrita. A resposta de Castle disse tudo. Ele estava enrolando ao máximo para concluir o trabalho, não fizera muito progresso o que ela apontou como um bom motivo por não ter ido ao apartamento dele porque certamente ele não escreveria com ela lá. Desejando boa noite, ela desligou.

Depois de muito bolar na cama, ela finalmente caiu no sono puramente pelo cansaço já que estava cada vez mais difícil dormir sem ele ao seu lado.


24 horas antes


Durante a manhã, ela concluiu o relatório e a revisão das evidências para a promotoria. Apresentou-o a Gates e a capitã aprovou e elogiou, mandou Beckett entrega-la no fórum diretamente no gabinete do promotor. Ao terminar de fazer isso, Beckett parou numa cafeteria para fazer um lanche que substituiria seu almoço. Voltou ao distrito já na parte da tarde. Ryan quando a viu chegar foi ao seu encontro comunica-la sobre o que ocorrera a cerca de meia hora. Uma explosão e um homicídio. Um novo caso ou talvez algo que podia estar relacionado com o caso que ela entregara a promotoria pela manhã. Quando Esposito questionou se ela ligaria para Castle, ela disse que não. Sabia que ele precisava se concentrar no livro. Acompanhada de Ryan e Esposito, ela deixou o distrito para avaliar a cena do crime.

A arma era uma bomba. O apartamento estava devastado. A vítima era mulher. CSU já estava no local recolhendo o máximo de evidências, um esquadrão anti-bomba fora chamado para avaliar com que tipo de violência estavam lidando. Foram muitas horas em campo e de trabalho árduo. Ao voltarem para o distrito, ela montara o quadro e procurava por explicações que levavam alguém a colocar aquela bomba em pleno centro da cidade. Não havia indicação de suspeitos ainda. A história da vítima também não revelava grandes pistas e não parecia um ataque terrorista pelas características apontadas na cena. Depois de muito concentrar-se na vítima, ela mudou o ângulo de investigação e concentrou-se na vizinhança, solicitou os depoimentos dos rapazes. Ela dedicava-se a procurar um padrão entre as informações colhidas nas entrevistas. Ela não vi a hora passar. Era mais de meia-noite quando finalmente encontrou um padrão, um homem estranho que saíra do prédio e deixara o local num esportivo prata. Precisava das imagens das câmeras de trânsito naquele local. Pediu a Esposito para providencia-las. Consultando o relógio, percebeu que o tempo voara. Passava da uma da manhã. Cansada, ela pegou suas coisas e saiu. Entrando no carro, ela sequer cogitou ir para seu apartamento. Dirigiu para o endereço de Castle. Era um fato, ultimamente ela raramente dormia no seu apartamento.

Com cuidado, ela subiu as escadas e se dirigiu ao quarto. Viu que ele estava deitado na cama mas silenciosamente foi direto ao banheiro. Depois de um banho rápido ela se arrumou para dormir. Foi quase se arrastando para a cama. Aconchegou-se ao lado dele que dormia de costas para ela. Beijou-lhe as costas e se colocou também de lado.Sentiu o peso do braço dele sobre a sua cintura após mover-se na cama e logo em seguida, um puxão para acomodar seu corpo ao dele. Fechou os olhos e adormeceu tranquila.

Pela manhã, ele acordou primeiro que ela. Viu que dormia serena, devia ter sido um longo dia, provavelmente estava cansada. Levantou-se e decidiu por deixa-la dormir mais uns minutos. Dirigiu-se a cozinha para prepara o café para eles. Com esmero, ele colocou o jornal na bandeja, uma rosa e se concentrou em fazer o latte do jeito que ela gostava. Dedicou um tempo para desenhar um coração em cada caneca. Colocou-as na bandeja e voltou ao quarto.

Kate ainda dormia. Os cabelos esparramados pelo travesseiro. Ele colocou a bandeja na cabeceira da cama e admirou-a por uns instantes. Linda. Simplesmente linda e sua. As vezes, ele se perguntava se tudo isso era um sonho, então lembrava da primeira noite deles juntos. Definitivamente não era um sonho. Ele a viu abrir os olhos, espreguiçou-se. Sorriu para ela recebendo um sorriso em retorno.

- Hey...  

- Hey, chegou tarde ontem. Assumiu um caso?

- Assumi – ela se sentou, ajeitou os cabelos e viu a bandeja sobre a mesa, pegou o jornal - Na verdade, foi este aqui – o caso da explosão era manchete - Alguém explodiu um apartamento no centro.

- É sério? E você não me ligou?

- Você disse que precisava terminar um capítulo.

- Na linguagem de escritor é: "adiamentos são bem-vindos".

- O que era? Conspiração terrorista,laboratório de drogas?

- A investigação voltou-se para a descrição de um homem saindo da cena do crime em um esportivo prata.E solicitamos imagens das câmeras de trânsito – ela pegou o celular e verificou se havia ligações ou mensagens dos rapazes - Que já devem ter chegando, então tenho que ir – já de pé na frente dele ia  se afastar de Castle para se arrumar, ele a segurou pelo braço puxando-o de volta para si.

- Ou poderia deixar Esposito verificar isso. Ele é muito bom nisso – ele a puxou e Kate sentou-se no colo dele, envolveu os braços no pescoço dele - Parece que não te vejo há dias.

- Eu realmente tenho que ir, mas... – o sorriso radiante nos lábios.

- Mas não consegue resistir a mim.Nunca conseguiu.

- É mesmo? Lembra quando nos conhecemos? Eu te achava um idiota.

- Você fingia me achar.Mas, vamos...Estamos juntos agora. Pode admitir.Apaixonou-se por mim na primeira vez que me viu.

- Não, não me apaixonei – o olhar e o sorriso simplesmente mostravam que talvez não naquela época mas nesse momento, o olhar apaixonado a denunciava.

- Por favor. Apaixonou-se.

- Acredita nisso, não é?

- É a verdade – o telefone vibrou e ela interrompeu um beijo para atende-lo - Espere. Beckett – ela escutava as novidades - Tudo bem. Estarei aí – desligou - As câmeras de trânsito conseguiram uma placa – ela o beijou - Nós o pegamos – e saiu apressada para se vestir.

-Ótimo – disse Castle pegando uma das canecas de café. Mas ela o impediu de beber voltando na mesma carreira com um único propósito - Espere. Espere, espere – beijou-lhe rapidamente mais uma vez pelo gesto que ele fez ao preparar o café que ela sequer tomara.

-Viu os corações?

-Vamos logo, Castle.

- Levei uns... 6 minutos.

Prontos, saíram de casa vinte minutos depois. Ao chegar na cena do crime, eles vestiram os coletes já que se tratava de uma operação nas ruas e com suspeita de explosão. Qualquer proteção era importante. Os rapazes encontraram com os dois. Atualizaram-nos com as informações.  

- O carro está registrado em nome de Archibald Fosse. Ele mora sozinho em um apto no 4° andar. Também não foi a primeira ação dele. 
Teve problemas apostando em pôneis,então se livrou do apostador com um carro bomba há 6 anos.

- 6 anos e ele já está solto?

- Deveria ser de 20 anos à perpétua. Mas o caso foi anulado com recurso há 3 meses – disse Ryan.

- Ideias do motivo para o atentado de ontem?

- Não, só o identificamos há 20 minutos. Ainda há muito a saber sobre ele.

- Beckett. Este é Diego Jiminez.Policiais o interceptaram indo visitar o sr. Fosse – disse Esposito.

- Como o conhece?

- Não conheço, é sério.Nunca o encontrei.Temos contato virtual.Sou colecionador.Ele disse que queria vender cartões de basebol dos anos 30. É só isso.

- Algo é certo. Se Diego tinha um encontro,Fosse deve estar lá.

Não havia o que discutir. Eles precisavam invadir o apartamento. Armados e com cuidado, eles subiram no prédio. Antes de entrar no apartamento, ela orientou a todos e deu a ordem para invadir. 

- Polícia! Vão! Vão!

- Polícia de Nova Iorque! – ela gritou.

Os cômodos estavam vazios até chegar no quarto quando Beckett viu que o homem escapara pela janela. Pelo rádio, avisou os rapazes para cerca-lo na rua. 

- Ryan, Espo,está indo na direção de vocês.

Eles correram para pegar o cara antes que ele sumisse pela entrada do metrô mais próxima.

- Parado! Polícia de Nova Iorque! – gritou Ryan.

- Deixe-me ver suas mãos! – Esposito gritou. O cara abriu os braços mas segurava alguma espécie de dispositivo de controle - Largue! Largue isso agora! – o cara apertou um botão. Espo viu o perigo se desenhando na frente deles, gritou -  O que é isso? Por que está piscando? Responda! Responda! – o silêncio pairou entre eles.

No apartamento, Castle e Beckett avaliavam qualquer item que pudesse servir de pista para o porquê do atentado. Sobre o balcão, Castle viu uma pasta, ao abri-lo percebeu.

- Cartões de basebol,como ele disse.

Esposito contatou Beckett pelo rádio. 

- Beckett, Castle,saiam daí agora.O suspeito tinha um dispositivo.Acho que ele armou algo.

- Entendido. Todos saiam agora.Vamos. Pessoal, fora! – o time que os acompanhava deixou o apartamento, Beckett circulou pela cozinha e passou já indo em direção a porta quando deu um passo e ouviu um clique.

- O que foi isso? – perguntou Castle que também ouvira o barulho. 

- Castle...- ela olhou com uma certa apreensão - acho que estou sobre uma bomba.

Então ele compreendeu. Por medida de segurança, ele permaneceu parado junto com ela. Podia não ser nada porém, não arriscaria mover-se e nem a deixaria. 

- Quando tempo acha que teremos que ficar aqui? – perguntou Castle.

- Quando o Antibombas terminar a varredura,saberemos se há outras bombas, ou se estou sobre a única.

- Não sabemos se está sobre uma.Pode não ser nada.

- Não parece com nada.Algo cedeu sob meus pés.Parecia um gatilho.

- Pode ser um piso solto.

- Com um clique metálico?

- Pregos soltos. Assim que pisos se soltam.

- Espero que esteja certo – ela disse mesmo estando preocupada.

- Estou certo.Quero dizer, pense nisso.Quem coloca uma bomba ativa no próprio apartamento? Não faz sentido – para tirar a preocupação da mente dela, ele mudou de assunto - Está com fome?

- Por quê?

- Porque, em breve,alguém entrará por aquela porta e nos liberará.E há um restaurante ótimo a menos de 3 blocos daqui.

- É? Não tomei café esta manhã.

-Sim.Eles fazem Lattes incríveis,espumosos,copos tão grandes quanto sua cabeça, e um omelete de queijo de cabra de morrer – então se tocou e rapidamente consertou - Que seria uma má escolha de palavras se estivesse sobre uma bomba, mas adivinhe? Você não está.

- Se eu tiver que ficar presa,em pé sobre uma não bomba, fico feliz em estar presa com você.

- Eu sei – e isso fez Castle sorrir. Um policial fardado entra no local e se apresenta. 

- Capitão Mahoney,Unidade Antibomba. Quem é detetive Beckett?

- Sou a detetive Beckett.Este é Castle.

- Castle, pode relaxar.Radiografamos o apartamento pelo andar de baixo.Não há outros explosivos.

- Outros explosivos? Então... – e ele entendeu, apenas Beckett estava sob a bomba.

- Detetive, receio que pisou em uma placa de sensor conectada a um detonador.Pressionar essa placa foi apontar uma arma.Tirar seu peso daí é como puxar o gatilho. É muito importante que não se mexa até descobrirmos como desarmá-la.

No distrito, Gates acabara de receber uma ligação nada animadora.

- UAB acabou de confirmar.Beckett está sobre uma bomba.Detecção de vestígios estima 10kg de ciclonita.Suficiente para explodir todo o prédio – a capitã informou ao rapazes.

- Qual é o plano?

- Senhora,diga-me que há um plano.

- Estão pensando – disse Gates visivelmente preocupada - O que sabemos do bombista?

- Parece que foi vingança – disse Ryan - Kelly Runther,a mulher que explodiu,testemunhou contra ele há 6 anos.

- Por que armaria no próprio apto?

- A defesa do julgamento focou em alegações de adulteração de provas pela polícia.

- Quer vingança contra os policiais – concluiu Gates.

- Ele queria que isso acontecesse – disse Esposito.

- Não vamos permitir.Interrogue-o.Quero saber como desativar a bomba.

Na sala de interrogatório, Esposito e Ryan pressionavam o cara. 

- O que te faz pensar que pode ser desativada? – ele instigou.

- Melhor rezar para que possa,porque a pessoa sobre ela é uma amiga minha – disse Esposito.

- Não por muito tempo – ele provocou.

- É aí que se engana.Você vai nos ajudar – disse Ryan -Você sabe como a bomba é feita. O detonador, o fusível,todas as outras peças.Se impedirem alguma delas de funcionar,a bomba falha.

- Não vai falhar.Ainda não acabei.Nada disso acabou.

- Então voltará para a cadeia e não há prisão que vai... – mas Esposito não completou a frase.

- Quer salvar sua amiga? Quero um advogado.Agora.

De volta a cena da bomba, o agente do esquadrão informava a Castle e Beckett como a bomba se comportava, pelo menos o que descobrira até aqui.

- Estimamos que a placa do disparador tenha cerca de 1mx1m – ele delimitava a área com um spray - Ninguém pode cruzar esta linha.

- E o processo de desarme,quanto tempo leva? – perguntou Castle.

- Depende da bomba.Ainda não sabemos com que tipo de dispositivo estamos lidando.

- O que devemos fazer enquanto isso? Ela não pode só ficar parada.

-Estou bem, Castle.

-Não está bem. Está sobre...- e ao perceber que estava demonstrando nervosismo, ele procurou se acalmar e voltou a conversar com o agente - Disse que pisar na placa foi como apontar uma arma.Sair da placa seria puxar o gatilho. E se substituíssemos Beckett por algo com o mesmo peso? O antigo truque de Indiana Jones do saco de areia/ouro?

-Lembra de como isso terminou? – falou Beckett.

-A placa na qual ela está pode detectar até pequenas variações na pressão.Se tentar transferir o peso, detonará a bomba.Se colocar uma proteção nela,detonará a bomba.Se ela mudar rapidamente de um pé para o...

- Detonará a bomba.Entendo – respondeu Castle lutando para não demonstrar sua frustração -Obrigado.Desculpa ter perguntado. O que devemos fazer? Só ficar aqui?

- Você não, sr. Castle.Todo o pessoal não essencial deve sair.

- Não.Sou uma pessoa essencial - contestou.

- Castle, está tudo bem – ela disse mas ele sabia apenas pelo olhar que não estava, Kate estava preocupada e procurava não transparecer o que sentia. Castle a entendia muito bem, ele não a enganaria sobre isso. Enquanto pudesse, ficaria a seu lado.

- Cuidaremos bem dela.Há gente lá embaixo agora tentando resolver isso. Detetive, fique firme.Vou verificar de novo em breve – ele fez sinal para Castle acompanha-lo.

- Agradeço. Vou ficar.

- Castle, por favor.Não há porquê se colocar em perigo.Não há nada que possa fazer aqui.

- Nada? – ele a encarou - Licença.Quem será seu parceiro de bomba?

-Meu parceiro de bomba? – ela indagou.

- Ouviu o que ele disse.Você ficará aqui,talvez, por horas.Se eu não ficar,quem vai manter seu ânimo? Quem vai te relaxar do cansaço?

- Castle, vou ficar bem.Sinto-me bem.

- Isso seria ótimo se fosse uma juíza confiável de seus sentimentos,o que, claramente,você não é.

- O que isso significa?

Ele se recostou no balcão e sentou-se começando a falar. Tomara uma decisão, precisaria distrai-la por um bom tempo para que o esquadrão trabalhasse e também para que ela não pensasse no pior, foi ai que teve a ideia de implicar com ela, isso manteria a mente de Beckett ocupada e procurando por argumentos para refutar o que ele dizia

- Sinto muito. Prova A,de acordo com você,não sentiu nada por mim quando nos conhecemos,o que ambos sabemos...

- Você está mes...Entendi.Sei o que está fazendo.

- O quê?

- Quer saber, Castle? Esqueça.Não vou por esse caminho.Pode ir agora.

- Certo – ele sabia exatamente que botões pressionar para faze-la comprar a discussão - Vou embora se admitir para mim que teve sentimentos por mim quando nos conhecemos.

- Certo. Tive sentimentos por você quando nos conhecemos.Não te suportava.Lembra como era no início?

- Aparentemente,irresistível.

- Irresistível?Está brincando? Não se lembra do nosso primeiro caso? Do que fez com evidência policial? “Richard Castle,você está preso por obstrução da justiça.Esqueceu de parecer má.Algeme-o. Cativeiro. Minha palavra de segurança é "maçãs". Vamos.” E depois disso, porque fui obrigada a aceita-lo ao meu lado como um cachorrinho, você só piorou! “Pareço um assassino para você? Sim, você mata minha paciência” ouvi-lo falar da sua vida amorosa, acha que eu gostava disso? Lembra do telefonema “Adivinha quem tem um encontro com uma prostituta? “ e comentários inoportunos “Tantas mulheres solitárias abordaram-me achando que eu era seu Tom Hanks. Castle. Não me faça atirar em você.” Era o minimo que podia dizer! E como sempre modéstia nunca foi seu forte...posso dar vários exemplos. E no momento que começou a falar, ela viu um flash de imagens surgir na sua mente, como se revivesse cada instante novamente:

- ”Sou mesmo bonitão,não sou?” ou “Eu vou te matar. Espero ele assinar ou já posso atirar?” ou ainda  “Quão superficial é você? Muito.” e o lance da intromissão para querer fantasiar comigo? Me chamando de musa “Diga que sou sua musa e quebrarei suas pernas.Certo? Certo.” Ou dizendo coisas inapropriadas sobre minha pessoa “Nos seus sonhos. Nos meus sonhos,você não é ciumenta.Você participa.”

- Se não me suportava quando nos conhecemos,por que não conseguia manter as mãos longe de mim?

- Do que está falando?

- Você sabe do que estou falando – e tocou a orelha antes de lembra-la exatamente do que falava. Agora era Castle que reavivara parte das imagens da vida deles – Por exemplo, quando você recebia informações ao telefone e eu como um bom parceiro tentava ouvir as dicas a seu lado. Não entendo até hoje porque você puxava minha orelha, era uma forma de punição? “Está bem.Claro.Sim, estarei lá. Maçãs, maçãs, maçãs.” Usava minha palavra de segurança e você parecia não se importar... ah! E teve a vez do tigre, quando estávamos algemados você mesma disse “Segure a minha mão” ou ainda da vez que ficamos abraçados no container congelando, você não tirava suas mãos de mim.

- Aquilo, Castle? Aquilo se chama sobrevivência. Apenas nos amontoamos por calor.

- Acariciamos?

- Amontoamos – ela corrigiu.

- Ou uma pequena demonstração do que seria um padrão.Toque indesejado no local de trabalho.

- Estava sendo assediado, é isso?

- Você tem sorte. Um homem menos compreensivo daria queixa com todas as coisas...inapropriadas que me disse.

- Sério? Como o quê? – essa ela queria ver. Na sua mente, lembrava de te-lo provocado algumas vezes por diversão mas algo inapropriado?

- Teve a posição sexual comigo e os rapazes ”Caramba, como se chega a essa posição? Não é? Não é possível. É possível.” Ou da vez que me levou para atirar e ficou com seu corpo colado no meu enquanto fingia me ensinar “Certo. Coloque o punho direito na palma da mão esquerda.Disparei cedo. Sempre podemos nos acariciar, Castle.”

- Como se você não soubesse atirar, você trapaceou – ela disse. Castle torceu a boca e balançou a cabeça negativamente. 

- Ainda não terminei, que tal as vezes que usou a língua inglesa de maneira provocante? “Você acabou de dizer "fidedigno"? Sim, eu disse.Sexy.Devia me ouvir dizer"falaciosa".” E eu não precisava saber que você posara nua “Só estive em uma aula de arte para posar como modelo.Espere. Posando com... Nadinha” nada justo! Além de ficar me provocando com insinuações “Qual o problema, Castle? Medo de um teatrozinho?”

De repente, ele calou-se e permaneceu olhando para o nada como se tivesse em outro mundo.

- Só isso? É tudo o que tem? – instigou Kate.

- Tem mais. Só que, ao relembrar,acabei distraído por seus vários cortes de cabelo ao longo dos anos. Enfim...há outros exemplos como quando te convidei para o verão nos Hamptons ”Não sei, Castle.Eu, de biquíni,sob o sol quente e escaldante? Posso passar protetor em você” e da vez que mencionou sobre seu passado safado? Os clubes “Se acha isto loucura, deveria ver o que já frequentei.” Sua ideia de mágica “Conhece algum truque? Eu faço um...com cubos de gelo” ainda bem que esse eu já posso dizer que conheço mas naquele dia você me deixou curioso e sem fôlego, sem falar nos trocadilhos com palavras. Você definitivamente sabe atiçar um escritor ”Tem uma coisa quente,selvagem,safada que gosto de fazer.Colocar assassinos atrás das grades.” – ele a viu rindo provavelmente por lembrar da cara de abobado que ele ficara nesses momentos – outro exemplo “Por favor. Vamos inserir logo e acabar com isso.”

- Não foi isso que eu quis dizer – Beckett se defendeu - Não posso evitar que coloque coisas na minha boca.

- Viu? Tipo isso. Eu nem posso...É estranho.

- Como se você nunca tivesse sido inconveniente.

- Eu? Sempre fui um perfeito cavalheiro.

- É mesmo? Vamos refrescar sua memória um pouquinho ok? Como da primeira vez que te interroguei “Você nunca se diverte? Solta o cabelo,levanta a blusa? Um pouco "policial enlouquecida"? Você sabe que eu estou armada? ” e o que dizer de “Sei. Tire minhas calças se ousar.” Ou quando praticamente me chamou de virgem “ Sexo? Depois explico como funciona.” Falando de coisas inapropriadas “Enfermeira vadia? Você é ótima para mandar em homens.” ou  quando eu segurava um alicate enorme “Acho isso excitante.” Sexo com malucos?” Vou dizer algo sobre os malucos.O sexo é inacreditável. Vai me contar uma história para dormir? Fico feliz se me espancar.” E sua alegria ao ver as algemas naquele caso do tigre “Estamos algemados.Pervertido.” ou a ideia de me imaginar lutando com outra mulher “Estranhamente excitante.”Melhor não estar gostando.Direi em um minuto.” ”Se um maiô não for confortável,pode nadar nua.” E o que falar de quando começou a perguntar sobre roupa íntima? “Eu uso samba canção.O que você usa? Fio-dental? Calcinha? Calçola? Calcinha da vovó? Nada?” E os toques indesejados? Como naquela mansão supostamente assombrada? “Pronta? Sim. Certo. Vou subir.Pronto? Agarre minhas pernas.Cas, eu disse "pernas",está bem? Sim, pernas. Desculpe-me.”

- Porque suas pernas ficam tão perto de...outras partes.

- Está bem.Continue dizendo isso a si mesmo, Castle – e por um minuto, ela se lembrou porque estava ali, o rosto que estava com uma expressão divertida mudou rapidamente mostrando preocupação. Ela olhou para ele e perguntou o inevitável procurando por algum sinal positivo - Vai ficar tudo bem,certo?

- Claro.Esses caras lá de baixo já fizeram isso milhões de vezes – Castle quis acalma-la. No andar de baixo a equipe continuava procurando uma forma de desativar a bomba.

- Capitão Mahoney,Tática quer uma atualização. A falta de acesso limita nossas opções.

- O que descobriu sobre o controle remoto?

- Ele ativou a bomba.Boa notícia? O técnico acha que também a desativa. Mas precisamos do código de 5 dígitos.

- Isso dá o quê? Milhares de combinações? – perguntou o capitão.

- Sim. E é inviolável.Digite o código errado e...

No distrito, o advogado do suspeito tentava negociar com Ryan.

- Meu cliente está disposto a dar o código de desarme,mas ele tem algumas exigências.

- Anistia total?Está brincando, não é? Ele matou alguém ontem à noite – disse Ryan.

- Supostamente matou. Eu sei. Eu disse que não aceitariam,mas, se não notou,ele tem um parafuso solto.

- Vou tentar as outras coisas.Comida, roupa, até o telefone.

- Ele diz que não volta para a prisão.Ele é solto ou não vai ajudá-la – disse o advogado.

- Boyer, certo? – Ryan estava começando a se irritar - Saiu da faculdade há o quê? 2 ou 3 anos?

-10 meses.

-10 meses? – surpreendeu-se Ryan, era pior do que pensara.

- Sim.

- Certo. Escute.A detetive que está sobre aquela bomba precisa sair dessa.Entendido?

- Eu juro.Estou fazendo tudo que posso.

- Vou levar esta lista para o promotor,mas vamos precisar de um plano B – avisou Ryan. Alguns minutos depois de Ryan endereçar o pedido formalmente a Gates e ela expor ao promotor, as noticias que tiveram não eram nada animadoras. Desligando o telefone, Gates informou o veredito. 

- O promotor não aceitou, nem deve.Deixar esse louco solto para salvar uma única vida,mesmo a dela, vai contra tudo que representamos.Beckett seria a primeira a concordar com isso.

- Falarei com o advogado.Se ele consegue convencer Fosse – disse Ryan.

Ao conversar com o advogado, Ryan escutava.

- Disse a ele que há um acordo, mas não a anistia.

- E?

- Ele está insistindo – disse o advogado - Pensei em deixá-lo pensando um pouco e tentar de novo.Detetive, juro que estou fazendo tudo ao meu alcance.

- Obrigado.

Esposito aproximou-se de Ryan para pedir cobertura, ele não podia ficar de braços cruzados diante dessa situação. Beckett tinha que sair dessa. 

- Faça-me um favor? Por que você não mantém o garoto ali distraído? Vou dar uma olhada no nosso cara preso.

- Por quê?

- Você quer o código, não quer?

- Javi, o que você vai fazer? – Ryan se preocupara por conhecer as medidas extremas do amigo.

- Isso depende dele – e Espo desceu até a área das celas decidido a quebrar o cara com perguntas complicadas e em ultimo caso, ele estava disposto a usar outros métodos para salva-lo. Porém, quando ele chegou na cela onde o possível cúmplice ficara preso, encontrou-o caído em uma poça de sangue no chão. Diante da cena, Esposito se desesperou e gritou. 

- Médico! Preciso de um médico na cela!

Infelizmente, agora a investigação era ainda mais complicada. Era como se voltassem a estaca zero.

- Como ele arranjou aquela caneta? – perguntou Gates.

- O advogado deu para ele.Tentava convencer Fosse a fazer outras exigências. Ao invés disso, agora,não há como descobrir o código.

- O cara saiu da cadeia há poucos meses. Por que começou a matar e por que se matou?

- Acho que sei a resposta – aproximou-se Ryan - Ele tinha câncer cerebral no estágio IV.Descobriu mês passado. Ele já ia morrer.

- Se ia morrer, por que não levar os inimigos junto – era o argumento de Gates.

- Isso, e seus inimigos não eram só policiais e a vítima do bombardeio de ontem – disse Ryan - Houve um outro bombardeio, semana passada, em Connecticut. Vítima trabalhava com o promotor que condenou Fosse há 6 anos.

- Fosse disse: "Ainda não acabei" – lembrou Esposito.

- Liste quem era da acusação durante o julgamento.Precisamos avisá-los. Podem haver mais bombardeios. E pegue todas as informações e fragmentos encontrados nos dois bombardeios. Se as bombas foram feitas com compostos comuns,pode ajudar o Antibombas a desarmar a que Beckett está.

O chefe do antibombas tornou a falar com Castle e Beckett. 

- Sem o código de desarme, vamos olhar o dispositivo. Há detectores de fibra ótica no teto do andar de baixo.

- É perigoso? – perguntou Castle.

- Faremos tudo para minimizar o risco. Vamos começar pela sala e ir passando o cabo. Mas ainda haverá algumas vibrações. Então, sempre há a chance...-

- Faça de uma vez. Não posso ficar aqui em pé para sempre.

- Iremos o mais rápido possível, mas tão devagar quanto devemos.

- Obrigado.

- Castle, ouça...

- Eu não vou embora – ele respondeu automaticamente.

- Eu sei, mas, dependendo do que acontecer,preciso que você faça algo.Algo que eu não posso fazer – ela não sabia ainda como colocar tudo o que queria para ele.

- É para esconder sua pornografia para seu pai não achar? – ele brincou.

- Tem como ficar sério? – ela insistiu.

- Tudo bem. O que quer que eu faça?

- Não agora, certo? Mas prometa que você fará.

- Prometo. Mas não fique pensando assim.

- Estou tentando ser realista,Castle.Estou aqui há horas.A fadiga está começando.

- Não pense nisso.Superar a fadiga é...A mente sobre o corpo – e novamente ele tentava mante-la sã diante da situação, precisava que ela fosse otimista, não podia se entregar - Prisioneiros de guerra fugidos andaram centenas de quilômetros para conquistar a liberdade. O explorados polar Ernest Shackleton andou 1300km em um salva-vidas para salvar sua tripulação,tudo por causa da... – não lembrando os detalhes, ele encurtou a historia para o que interessava - Você pode se convencer de quase tudo. Como quando você se convenceu que não era louca por mim.

- Sei o que está tentando. Não me fazer pensar nisso.Agradeço,mas nós realmente... – ele não deixou-a continuar, precisava manter o pensamento positivo, mante-la sã.

- Aliás, você pode ter se convencido, mas...você não estava enganando mais ninguém. Não a mim e, com certeza, nem a seus amigos.

- Sério? Porque ninguém nunca me disse nada – mas diante da cara debochada dele, Kate sabia que ele não acreditaria nisso e novas lembranças surgiram em sua mente fazendo-a desligar da situação por alguns instantes: “Eu vou te dar um tapa.Vocês trabalham lado a lado todo dia.Ele escreveu uma cena sexo sobre você que me fez ir beber água gelada.Agora, a noivinha apareceu. Não me diga que não está com ciúmes.” E sua reação foi de negação total “Fala sério. Você inalou muitos fluidos de autópsia. Querida, só porque você não vê o que está acontecendo,não significa que os outros não vejam! Cala a boca!” ou da vez que a propria Nathalie Reynald disse a ela “Ele está afim de você, mas não quer ceder a esses sentimentos que claramente sente por ele.Então, ele fantasia sobre você pela escrita.É, literalmente,uma masturbação verbal.” Até Mandy que não a via por alguns anos a acusou de estar a fim dele “Não, não, não.Eu entendo.Você tem tesão pelo Castle.Quer fazer bebezinhos Castle.” Mas Lanie certamente fora a mais direta de todos e talvez a pessoa que a empurrou para ele “Apesar dessa sua atuação,você é louca por ele.Era para ser um grande segredo? Era.Não.Você acha que ele sabe?” e mesmo a ex dele que mal a conhecia parecia perceber o que ela fingia não ver quando disse a ela “Ele é todo seu.” Suspirando, após relembrar ela admitiu.

- Tudo bem, tudo bem.Eles podem ter dito algo,mas...Mas eles estavam interpretando a situação erroneamente.

- Assim como interpretei erroneamente todas as vezes em que você usou roupas provocantes para virar minha cabeça - Relembrando ele sorria - Na leitura de Storm fall, você entrou tirando aquele casaco e revelando o vestido pink expondo suas pernas me fazendo para a leitura pra recuperar o fôlego, ou o vestido que usou no lançamento de Heat Wave, aquele decote do tomara que caia...ou ainda me provocando ao abrir mais um botão da sua blusa "Disfarçada? Gostei.Seria melhor abrir mais um botão só por precaução”. Rebolando no clube, aquele maiô provocante. E você tão sexy naquela roupa rendendo o russo  “É impressão minha,ou você trocou de roupa? Castle, pode chamar reforço,por favor? Claro.”

- Só me arrumei para disfarces.

- Então foi apenas coincidência que, em todas as vezes, eu estava por perto.

- Não, não foi coincidência,porque você estava sempre me seguindo. Por quê? Porque estava afim de mim.

-Eu afim de você? – se fazendo de difícil ele respondeu - É. Confesso que não te achava feia e, às vezes,divertida de se ter por perto.Mas afim de você? Não. Não mesmo.

- Certo, tudo bem – ela ria - Então por que me seguia? E não diga que era para pesquisa,porque ninguém nunca acreditou nisso.

- Quer mesmo saber? Era porque...- ele pensou por uns segundos não querendo dar o braço a torcer - eu me divertia tanto brincando de polícia. “Largue a arma, seu lixo! Do que você me chamou? Li... Lixo. Há um código da polícia para zumbi à solta? Adoro este caso. Ah Vegas “Segredos, assassinatos e apostas.Três dos meus passatempos preferidos.” E quando perseguimos suspeitos?  “Eu o peguei! Eu o peguei! Sempre quis fazer isso!” tudo bem que apanhei bastante mas fazia parte. Ah! E quando você se irritava com um caso lembra “Odeio este caso.Eu sei, não é ótimo?” tantos momentos divertidos!

- Não é por isso que você me seguia.

- É, sim. E qualquer outra coisa que você sugira é apenas fruto da sua imaginação.

- Está claro que não resolveremos isso.

- Então você admite?

Como nenhum dava o braço a torcer, eles ligaram para Esposito que não acreditava no que eles estavam lhe metendo.

- Sério mesmo? Quem gostou de quem primeiro?

- Isso mesmo.Quem era afim de quem primeiro? Eu ou Castle?

- Vocês sabem que estou ocupado tentando salvar sua vida?

-Só responda a pergunta, Espo,e não tenha medo de magoá-lo.

- E não se esqueça do quanto ela ficou com ciúmes quando trabalhamos no caso da minha ex-namorada.

- Ou do quanto ele teve ciúmes quando eu estava com Demming.

- Antes disso, do ciúmes que teve da minha ex-mulher.

- Com quem está falando? – Ryan perguntou.

- E aquela cena de sexo...

- Castle e Beckett. Acho que estão começando a pirar. Escute só – colocou no viva-voz.

- Ou o ciúmes de mim com Serena Kaye,ou com a Sophia da CIA, ou com a agente Shawn do FBI.

- É, pirando completamente.Escute, analisei os fragmentos das bombas anteriores de Fosse. Os componentes usados foram totalmente diferentes. Não ajudam em nada a saber em como é esta bomba.

- Então está nas mãos do Esquadrão Antibomba. E o que eles ainda não sabiam é que o esquadrão acabara de fazer uma descoberta nada agradável. Havia um temporizador na bomba. O capitão fora até Castle explicar o que descobrira deixando Beckett sozinha por uns instantes.  

- Parece que o temporizador foi ativado quando ela pisou no gatilho no piso.

- Certo. Quanto tempo resta?

- 30 minutos e 47 segundos.

- Tudo bem.Bom... – ele ajustou o cronometro no celular - Podemos desativá-la até lá?

- Vamos tentar.Mas nossos usuais acessos são o fusível, detonador, pino de sincronização...Todos estão envoltos em uma placa de aço.

- Deve haver algo a fazer.Podemos revestir o piso com aço.Ou vesti-la com uma proteção explosiva.Eu mesmo poderia aparelhá-la.

- Castle, se essa coisa disparar, o prédio inteiro vai junto.Não há proteção no mundo que irá...

- Castle. O que está acontecendo? – ela perguntou a ele.

- Já estou indo.

- Prometo que vou fazer tudo o que pudermos.Mas te peço que seja realista...

- Certo, obrigado. Capitão, obrigado – ele voltou para junto dela. tinha que arrumar uma forma de não faze-la querer desistir.

- O que ele disse?

- Boas notícias.Eles isolaram a bomba.E estão implantando um robô antibomba.É um novo protótipo um modelo com IA avançada.Houve muito sucesso em simulações de campo. É... – mas pelo olhar dela, Castle sabia que não a convencera - O quê?

- Um protótipo de robô? Eu sei quando está mentindo,Castle. Você sabe disso. Como quando você disse que...me seguia só para brincar de polícia.O que ele realmente disse?

- Há um temporizador na bomba.

- Quanto tempo? – ela engoliu em seco.

- Cerca de 30 minutos. Beckett suspirou fundo.

- É melhor assim. Não posso ficar de pé para sempre.

- Nós vamos tirar você dessa.

- E o que te faz ter tanta certeza?

- Nós já estivermos em situações ruins antes. Lembra da situação com Connan ? “Eis o que vai acontecer.Nós seguiremos até o elevador...juntos.Se der um pio, farei um buraco no fígado deste homem,e ele morrerá lentamente”. Ou o 3XK? “O quão perto da morte você quer chegar? Castle! Você está vendo? Eu peguei a sua garota.” Tigres, tiroteios, afogamentos, sequestros. O seu atentado ”Acredito que em situações como esta é importante ter fé.” Socorro! Castle! Congelados? “Castle,obrigado...por estar presente.Sempre.”

- Há algo em nós que nos atrai para problemas.Mas está se esquecendo o mais assustador de todos eles. Nossa primeira noite juntos e de manhã...queria matar você lembra? “Richard, estou em casa!” e a cena voltou a mente dos dois “Meu Deus.Querido, precisamos conversar.Esconda-se.O quê? Esconda-se! Isso é sério? Entre no armário. Não vou entrar no armário. Entre no armário! O que está havendo? Eu estou apenas...arrumando a cama”.

- Isso foi assustador. Mas, ainda assim,mesmo a situação sendo ruim,sempre encontramos uma saída.

- Tudo bem. Como encontraremos a saída desta vez? – perguntou ela.

- Estou imaginando qual é a história de Fosse.Quero dizer, algo o irritou.Mas o quê?

- Castle, por que esta história importa?

- A história sempre importa.Isso é o que nos torna uma grande equipe.Você encontra as provas, elas me ajudam a construir uma história e esta nos aponta a solução. Como no caso do casamento de Kendra “O cartão de entrada.O cartão de entrada do Mike!” e tantos outros exemplos que através da história nós achamos o motivo e o assassino.  Até quando estávamos separados naquele encontro “Estava nisso desde o inicio.Sim. Como você sabe? Estava pensando a mesma coisa”. No caso do mágico..”Acho que sei quem Zalman foi pago para matar.Bilionário, filantropo,Christian Dahl? É como se fôssemos gêmeos”. Ou quando descobríamos juntos e tinhamos a mesma ideia “Acho que sei quem é o assassino. Ele.O quê? Ele mentiu? A farsa continua! Ali.” Os rapazes até implicavam conosco “Eu sei quem é o assassino! Vocês dois treinam isto quando não estamos perto?” Viu? A história...é o nosso ingrediente secreto.

- Exceto quando a história torna-se pura especulação. Então é só irritante.

-Pura especulação quase sempre nos aponta o assassino – e Castle sorri com a lembrança “Sabe o que não entendo? Quem roubaria um cadáver? Contrabandistas de órgãos.Estudantes de medicina.Satanistas.Cientistas loucos que procuram criar o seu próprio monstro.

- E quando a especulação se transforma em baboseira “A bala era feita de gelo.Tradição Viking essa é a sua teoria? Ou ele é um vampiro.Recém demitido dos correios. Aqui estou, à procura de provas,e tudo que eu tinha de fazer era inventar algo.Foi feito por uma sociedade secreta para contar até o fim dos dias. Uma sociedade secreta de Noéis.Que são os guardiões do tempo.Essa é boa.” Sem falar na mania que você tem por espiões “Não diga "espião".Nem "encomenda da máfia". Encomenda da máfia da morte de um espião.” E mais teorias loucas e sem sentido “Assassino ninja.Médicos loucos e nazistas de filmes B.Assassino viajante do tempo” e quando mais precisa-se de uma teoria... “Talvez...Não, não tenho ideia”. No quesito imaginação, você certamente ganha disparado “A múmia saiu da tumba e vaga por NY em busca de vingança.Seria legal se fosse mesmo um fantasma.Não estrague minha história com sua lógica.O DVD não irá me matar,Esposito.O espírito dentro do DVD, sim. Que nem em "O Chamado". Essa foi a coisa mais idiota que você já disse. Um ciborgue assassino é enviado do futuro. A resistência intercepta suas coordenadas,redirecionando-o a um forno de pizza, humanidade está salva. Quem precisa de provas? É uma ótima história.Homens de preto.” E não esqueço sua empolgação no caso da vidente charlatã e do “zumbi” “A vidente previu o próprio assassinato!O assassino é um zumbi.”

-Eu disse quase sempre – defendeu-se Castle.

-Mas, neste caso,não queremos pegar o assassino.Fosse já está morto.

- Sabe o que me incomoda? Por que um cara que está explodindo tudo se preocuparia em vender seus cartões de beisebol?

- Ele não se preocuparia – disse Beckett. Castle verificava os papéis sobre o balcão - Acha que Fosse queria atrair o colecionador até aqui?

- Eu diria que sim,já que esse recibo mostra que ele comprou essa coleção há uma semana. O colecionador ia à delegacia depor, certo?

- Certo. Se ainda estiver lá,talvez Ryan e Esposito possam descobrir o que Fosse queria.

- Exato.

Castle contactou os rapazes que se dedicaram a descobrir algo mais.

-Certeza de que nunca o viu? Sem interação anterior?

-Não.Ele me adicionou no Facebook e me viu postando sobre cartões, queria que eu olhasse uns antigos dele.

- Alguma ligação com seu julgamento? Talvez tenha relação com seu trabalho.

- Sou administrador do NYSED em Albany.É a primeira vez em anos que venho à cidade.

- E quanto às vítimas? – perguntou Ryan mostrando as fotos no quadro - Jeffrey Sklar, Kelly Runther. Alguma ligação a eles?

-Lamento. Nunca os vi antes.

- E esses nomes ligados ao julgamento? Algum parece familiar? – perguntou Espo, o rapaz balançou a cabeça negativamente - Olhe novamente. Estamos ficando sem tempo.

- Quero ajudar, mesmo.Mas não sei de nada. Sem maiores informações, Esposito retornou a ligação para Castle.

- Eu entendo. Obrigado, Esposito.

O chefe do antibombas volta ao apartamento onde ela estava, o tempo se esgotava e ele não conseguia livra-la da bomba. Estavam entrando nos momentos críticos e dessa vez o prédio realmente precisava ser evacuado. Kate Beckett rezou para que esse momento não estivesse chegado. Ela teria que se despedir de Castle e não estava preparada para isso. Com pesar em seu rosto, o capitão se dirigiu a ela.

- Detetive Beckett.

- 10 minutos, eu sei – ela viu no olhar dele que sentia-se arrasado, incompetente - Tudo bem, Capitão.Você fez tudo que pôde.

- Não estamos desistindo.Haverá gente trabalhando nisso até o último momento possível.Mas preciso evacuar todo o resto. Isso inclui você, Castle.

- Posso só...-  a voz falhara - Posso ter um instante a sós com ele, por favor?

- É claro. E o capitão saiu.

Quando Castle ficou sozinho com ela, Kate respirou fundo antes de falar o que devia para ele. Torcera desde o momento que soube da bomba para não ter que fazer isso. Queria poder adiar, queria saber como evitar que a dor sentida em seu peito não fosse percebida por ele. Sabia ser algo difícil, a emoção era muito grande. As primeiras palavras começaram firmes mas acabaram sucumbindo ao sentimento.

- É hora de dar adeus.

- Eu não vou sair – ele retrucou.

- Castle, você prometeu que me ajudaria com algo quando fosse a hora.É isso.

- Beckett, não.

- Por favor, Castle – e ela não resistiu, as lágrimas inundaram os olhos, lutavam contra ela - Não dificulte isso ainda mais.Castle aproximou-se o máximo que podia, não acreditando que eles chegaram ao fim da linha. Via nos olhos dela a tristeza. Odiava ter que se despedir assim. Isso não era justo com eles. Não depois de tudo o que viveram.

- Eu queria poder...beijar você. Eu queria...tantas coisas.

- Não.Sem arrependimentos – ela já não sabia por quanto tempo seguraria as lágrimas que cairiam a qualquer momento. O rosto tão belo que ele amava mostrava a dor, sabia que ela tentava aceitar o que acontecera, se convencer que era assim, esse era seu destino  - No todo, acho que tivemos ótimos momentos.Você deve ir.

Castle não queria deixa-la, não para ele aquele não era o fim. Não poderia ser.Conhecia Kate o suficiente para entender que enquanto ele não saísse por aquela porta, ela não se acalmaria, precisava fazer isso mesmo contra sua vontade. Cabisbaixo ele lutava para não demonstrar o quanto aquilo o estava matando. Se ele se entregasse ao sentimento que fazia arder o peito dele, ela podia ceder totalmente e ele apressaria a sua morte agora tida como iminente. Não, enquanto houvesse minutos contando, ela tinha uma chance e ele não desistiria.

Kate chorava vendo-o se dirigir a porta. A alguns dias ela planejara dizer o que diria agora. Quisera tanto que fosse um momento especial para eles. Não o começo do fim. Era um momento agridoce para dizer aquelas palavras mas não poderia morrer sem deixa-lo ouvir mesmo ele sabendo de seus sentimentos. Entre lágrimas, ela chamou por ele.

- Rick. I Love you – os olhos mareados se encontraram com os dele, o rosto já marcado pelas lágrimas.

- I Love you too – mesmo sabendo disso, era muito bom ouvi-la dizer aquelas palavras. Aquilo deu a ele uma nova esperança, mexera com a adrenalina dele. Querer ouvi-la repetir as palavras para ele por várias vezes o fez deixar aquele prédio com um novo objetivo em sua mente. Não era o fim. Não seria esse o fim da história dos dois.

Sozinha, Kate procurou controlar o choro para que não antecipasse o momento de detonação da bomba. Mas após a saída de Castle o significado do que realmente estava acontecendo a atingiu. Essa fora a última vez que o vira. Aqueles olhos azuis intensos, o sorriso moleque, os lábios doces que a beijavam com tanta paixão. Deus! Ela sequer pudera toca-lo, isso não era justo! As lágrimas continuavam a cair pelo rosto. Suspirou profundamente e lembrou-se do pai. Ela precisava falar com ele. cuidadosamente pegou o celular no bolso do colete. Discou o número dele. A caixa postal atendeu.  

“Essa é a caixa postal de Jim Beckett.Por favor, deixe seu recado.” – ela engoliu em seco e falou - Oi, pai, sou eu.Só queria ouvir sua voz e...- a voz dela falhou - queria dizer que amo você.Certo, é só isso.Tchau – ela desligou o mais rápido que pode antes que a emoção a traísse novamente. Essa mensagem ia destrui-lo, ela sabia. Seu pai descobriria tudo através de outros, talvez de uma manchete de jornal. Kate imaginava o que poderia acontecer, vira o que a morte da mãe fizera a ele. Era um caminho sem volta.

A dor no peito parecia insuportável agora. Restava poucos minutos e ela deveria se preparar para enfrentar e aceitar o inevitável. O que dizem sobre o flashback da sua vida ocorrer um pouco antes do momento em que morre, era verdade. Kate fechou os olhos lembrando que o motivo de estar ali fora parte de uma escolha que fizera a muito tempo. Ao escolher entrar para a polícia por causa da mãe, ela sempre soubera que um dia isso aconteceria. Havia o risco de morrer antes do que pretendia, vinha com o trabalho. Chegara o momento de fazer as pazes consigo mesma e aceitar que chegara a sua hora.

Respirando fundo, ela lembrou de quantas vezes pode começar de novo, das lições importante da vida, das pessoas que a fizeram ser melhor e amar a vida. Como Montgomery  “Nós falamos pelos mortos.É esse o trabalho.Somos tudo o que têm quando o mal roubou suas vozes.Devemos isso a eles.Mas não devemos nossas vidas.”, seus pais “ Sua mãe sempre disse que a vida nunca nos dá nada com o qual não podemos lidar.” e Castle sempre a seu lado em qualquer situação “Deixe-me te levar a algum lugar, Kate.Algum lugar onde estará segura.Nunca estarei segura.” Era como o capitão dissera a ela uma vez “Não há vitórias.Há apenas a batalha.E o máximo que pode esperar é encontrar um lugar para deixar sua marca.” Olhando para sua vida, ela concordava com ele, conseguira deixar sua marca especialmente conseguira encontrar o que um dia procurara, ela lembrava de estar congelando esperando a morte e desejando algo para si “Gostaria de ter alguém que estivesse do meu lado, eu pudesse estar do lado dele e pudéssemos mergulhar de cabeça juntos.Mesmo nos piores dias há a possibilidade de alegria.” Ela encontrara essa pessoa, no fundo ela já sabia mas precisou encarar a morte de frente para assumir o que queria. A quase um ano ela batera a porta de Castle, molhada e com apenas um objetivo “ Kate! Eu quase morri e só conseguia pensar em você.Só quero você.”

O caminho até a sua aceitação, até assumir que queria Castle, fora longo e doloroso. Começara com um tiro e a sensação de ter a vida escapando-lhe pelos dedos ao mesmo tempo que ouvira-o dizer que a amava. “Não morra! Vamos! Não podemos esperar.Preparar para entubar”. Dor, medo e finalmente a rendição “Kate.Eu amo você.Eu amo você, Kate.”

Era isso. Um resumo de uma vida intensa. Não haveria arrependimentos. Kate Beckett cumprira seu papel no mundo. Defendera os que cruzaram seu caminho, lutara pela justiça, colecionara momentos de alegria, amigos. E amara. Intensamente. O primeiro beijo deles lhe viera a mente e fitando o teto uma última vez, era a imagem de Castle e de seus beijos que ela gostaria de levar na memória quando tudo aquilo explodisse.

Fechou os olhos.

- O que está fazendo? Tirando um cochilo? Posso voltar depois.

Ao ouvi aquela voz, um arrepio percorreu sua espinha. Um misto de alegria por poder vê-lo uma vez mais e o medo por estar se arriscando. Abriu os olhos para fita-lo.

- Castle, o que está fazendo aqui? Você prometeu.

- Prometi ir, não que não voltaria.Trouxe café para quando você sair daí.

- Não, Castle.Por favor, precisa ir.Não há motivo para nós dois morrermos – e ele não estava de colete.

- Não vim aqui morrer, vim desativar a bomba.Ainda há uma chance.

- Sim, 1 em 100 mil.

- Ótimo. Enquanto houver uma,não desistirei.

Aquelas palavras a quebraram por dentro. Ele queria bancar o herói e apesar de apreciar o gesto, ela não podia ser responsável por sua morte não quando tinha a chance de salva-lo.

- Castle, ouça-me.Já aceitei isso.O que não inclui Alexis perder o pai ou Martha, o filho.

- O que eu devo fazer? Sair por aquela porta enquanto você está aí sozinha?

- Sim. É exatamente... –  Kate aumentara a voz já nervosa mas ela não completou a frase, simplesmente não conseguiria sem ceder a emoção novamente.

- Espere aí.Por que você está aí? – e algo o atingiu - Se Fosses armou a bomba para a polícia, por que não...colocá-la na porta,para ativá-la quando entrarem? A menos que...- e a mente do escritor começou a trabalhar incessantemente.  

- Não fosse para a polícia – Beckett completou - Então, para quem era?

- O colecionador. Qual era o nome? Diego? Ele subiria aqui.

- Talvez, Fosses o negociaria por informações – disse Beckett.

- Beleza. Então, o que está perto de onde você está?

- Balcão, cartões,computador.

- Acho que alcanço o computador daqui – disse ela mas Castle a impediu antes de tentar qualquer coisa.

- Você, fique aí. Eu checo.

- Acha que Fosses queria que ele procurasse algo?

- Talvez. Mas o quê? Estou vendo o histórico.Pornô, mais pornô,investigadores particulares,"rastreandopessoas.pro". Ele procurava alguém.

- Outra pessoa que considerava responsável por prendê-lo?

- Pode-se achar qualquer um com um clique, por que contratar um investigador? – Castle ligou para o distrito.

- Acho que tenho a resposta.Chequei a lista dos envolvidos no julgamento dele.Uma mulher foi totalmente apagada do sistema.Carteira de motorista,número da previdência, tudo – disse Ryan.

- Quem?

- Dorothy Novak.Principal testemunha da acusação e namorada de Fosses na época. O promotor deu a ela uma nova identidade quando Fosses foi solto há 3 meses. Ela temia que ele fosse atrás dela.

- Parece que ela tinha razão – completou Esposito

- Mas como Diego Jiminez iria ajudá-lo a achá-la?

- Não sei.Ele trabalha no NYSED – disse Espo.

- Departamento de Educação de Nova Iorque. As outras vítimas tinham relação com a namorada de Fosses? – perguntou Castle.

- A mulher que ele matou ontem era prima dela.A outra atuava na promotoria. Ajudou a realocá-la.

- Fosses não queria vingança,queria tirar informação deles – disse Beckett.

- Ele queria a identidade nova dela.Estava desesperado para achá-la.

- Castle – Beckett compreendeu o que Fosses procurava e Castle também.

- Pensei o mesmo.

- Ela tem filhos?

- Tem.Ele deu à luz 8 meses após o julgamento. Como soube?

- É dele – disse Beckett - Ele só soube após sair.

- Por isso ele atraiu Diego para cá. Ele tem acesso aos registros escolares.Ele queria encontrar o filho.Tudo foi para achar... Esse é o código.Só pode ser.

- Ryan, procurem o nome da criança – ela ordenou.

- Já estamos nisso.

- Sejam rápidos, temos 2 minutos – disse Castle - É uma história que faz sentido.Fosses estava desesperado para ver o filho,só uma vez, antes de morrer. Mas a mãe escondeu a criança,então Fosses atacou,fazendo qualquer coisa para encontrá-los. Falei que desvendaríamos – ele segurava o celular numa mão e o controle da bomba na outra.

- Castle, só falta 1 minuto.Precisa ir.

- Ainda não.

- Por favor. Se ele descobrir,eu digito o nome, se não...- ela voltara a ficar aflita por ele.

- Ele descobrirá.Precisa descobrir. Um silêncio perturbador se colocou entre eles. Um fio de esperança seguro por questão de segundos e um nome.

- William – Ryan falou - O nome da criança é William.

- 7 letras."Billy".

- Ou "Willy" – Ryan lembrou na linha levando uma bronca de Esposito.

- Que mãe chamaria o filho de "Willy"? Só se quiser que acabem com ele no parquinho.

- Gente, 15 segundos- ele olhou para ela com o dispositivo na mão - Você decide, Beckett.

Era uma escolha rápida, uma em milhares. Seu possível pote de ouro além do arco-íris. Ela já se decidira por procurar seu próprio arco-íris no dia que batei à porta dele durante a tempestade e não desistiria agora. 

- Billy. Vá.

- Billy – ele digitou - B-I-L-L-Y.

Castle viu o cronometro do celular alcançar o zero, o led do controle ficou verde. Prendeu a respiração. Um clique se fez ouvir e Kate sentiu a placa sob seus pés mover-se. Temerosa, ela deu um passo e ao ver que nada acontecera jogou-se nos braços dele.

- Meu Deus.

- Ela está bem.

- Isso! – podiam ouvir os gritos de comemoração no distrito pelo telefone. Ele desligou o aparelho e se livrou do que segurava para apenas abraça-la. Kate sentia o coração dela bater descompassado enquanto o abraçava, podia sentir as mãos tremendo ao tocar as costas dele. Estavam a salvo. Os braços fortes a envolviam pela cintura e o alívio finalmente varrera a tensão das últimas horas. Castle podia sentir a respiração dela aos poucos se acalmando em seu pescoço. Ela sussurou ao ouvido dele.

- Vamos sair daqui – entrelaçando seus dedos nos dele o puxou para a rua. O sorriso voltara ao belo rosto e se intensificara ao atingirem a rua.

- Castle, ouça-me.Obrigado por ficar comigo.

- Always – ela adorava ouvi-lo dizer essa palavra, se inclinou para beija-lo quando ouviu a sirene da polícia e se afastou ao que julgava a tempo de não serem vistos pela capitã. Ryan veio ao encontro deles e abraçou Castle que agradeceu.

- Timing perfeito.

- Está bem? – Esposito a abraçou perguntando. Kate estava preocupada se Gates vira sua proximidade com Castle e o quase beijo.  

- Sim. Ela viu algo?

-Não. Respondeu Espo. Gates se aproximara deles. Castle podia notar que ela também estava aliviada.

- É bom te ver, detetive.Até você, Castle – sorriu - Preciso dizer,não conheço muitos homens que fariam o que você fez.

- Nem eu – disse Beckett sem conseguir conter o sorriso olhando para ele e disfarçou colocando uma mecha de cabelo para trás da orelha. Então ela foi surpreendida pela capitã.

- Pelo amor de Deus, detetive,beije-o logo.

- Senhora, você sabe? – Kate arregalou os olhos.

- O que é? Acham que sou idiota? Precisava manter uma negação plausível, e posso continuar, desde que ajam profissionalmente na delegacia.

- Sei que consigo, mas, capitã, ela tem um histórico de não resistir... – e já ia divagar quando Beckett o cortou.

- Não será um problema, senhora – Beckett respondeu.

- Que bom. Mas, agora, em terreno neutro, eu diria... – ela se aproximou de Beckett falando baixo - que ele merece.Não concorda?

- Sim, senhora. Ela esperou a capitã se distanciar para ter seu momento a sós com Castle. Envolvendo os braços no pescoço dele. Ela sorria visivelmente feliz.

- Sabe, Castle, quando eu estava lá,pensei em todas as vezes que nos beijamos. Tentei escolher qual foi o melhor.

- E o que decidiu? – ele estava curioso por saber. Um novo flash passou por sua mente, cada um dos beijos trocados, carinhosos, suaves, brincalhões, urgentes e apaixonados. Tinham uma longa lista, cada um com um significado especial e certamente muitos ainda estavam por vir. 

- Acho que estamos só começando.

E finalmente ela o beijou, esperava poder fazer isso desde o momento que ela pisara fora daquela placa. Era uma demonstração de agradecimento e de felicidade por estar viva, por poder continuar sua história junto a ele. Era um momento especial como um final de um conto de fadas ou de um bom filme de romance. Ela quebrou o beijo por fim e de mãos dadas eles se dirigiram até onde os rapazes estavam. Ambos sorriam de verdade após mais esse obstáculo vencido.

- Você é uma mulher de sorte Beckett – disse Ryan – quase uma gata. Você já percebeu como escapou de tantos momentos difíceis?

- E você estava lá pra me salvar pelos menos nas duas últimas. Obrigada, a vocês dois. São ótimos amigos e parceiros.

- Mas Castle foi o verdadeiro herói, ele não desistiu um minuto sequer. É preciso reconhecer – disse Esposito.

- É verdade – ela bateu com o ombro nele – teimoso, estúpido mas ainda assim heróico – ela o olhou sorrindo – e não é a primeira vez.

- Espero sinceramente ser a última porque odeio vê-la nessas situações.

- Eu também. Eles viram Gates se aproximando deles.

- O antibombas estava identificando os materiais que compunham a tal bomba deverão ter toda a evidência necessária para incrimina-lo e colocar Fosses novamente na cadeia. Duas mortes até agora e uma tentativa de homicídio além do uso de explosivos nocivos ao patrimônio público.  Detetives, preciso de vocês de volta ao distrito para assegurar o contato com o comissário e principalmente comunicar que  o jogo do Sr. Fosses acabou – ela virou-se para Beckett – você não, Beckett. Como vítima direta, apenas preciso que relate a Ryan como ocorreu o acionamento da bomba e você está liberada. Precisa se recuperar de tudo isso. Quero você inteira para a próxima vez. Estou lhe dando o resto do dia e amanhã de folga portanto considere isso um longo fim de semana. Vejo você na segunda e isso inclui você Sr. Castle. Nem pense em aparecer no meu distrito.

- Obrigada, senhora - e Beckett viu um pequeno sorriso forma-se no canto dos lábios da capitã, vendo-a se afastar, Kate virou-se para Castle  - estou faminta, ainda quer tomar café? Você me deve um latte gigante e uma omelete de queijo de cabra.

- Claro, vamos.

De mãos dadas caminharam até o café e Castle fez as honras pedindo o café especial para eles. Ao primeiro gole, Kate sentiu-se plena, renovada. O café proporcionava isso a ela na maioria das vezes, hoje porém era especial. Ela procurou a mão dele sobre a mesa e manteve o toque na pele dele.

- Estava pensando, como estamos de folga, podemos dedicar um tempo a nós dois. E sei exatamente onde podemos ir. O que me diz, Kate pronta para voltar aos Hamptons?

- Essa é uma excelente ideia desde que você me prometa que não vai atrás de qualquer problema na cidade ou assassinato, roubo nada que envolva investigação ou polícia.

- Combinado! Ela já se inclinara para beija-lo quando o celular tocou. Dad.

- Hey, pai...

- Kate, vi sua mensagem agora. Está tudo bem? Aconteceu alguma coisa? Você parecia tão estranha...

- Está tudo ótimo, pai. Só me deu vontade de dizer que te amo. Acho que tenho dito isso pouco ultimamente – ela olhava para Castle e sorria – apenas isso.

- Ah, filha que bom. Por um momento você me deixou preocupado. Também te amo. Um beijo.

- Você ligou para ele?

- Liguei, precisava ouvir a voz dele antes de...- ele tocou o rosto dela vendo as lágrimas encherem os olhos.

- Hey, já passou. É momento de celebrar a vida. Vamos terminar nosso café, pegar umas roupas e seguir na estrada.

- Sim, vamos – ela levantou-se do banco à frente dele e sentou do seu lado. Com as mãos, ela segurou o rosto dele e beijou-o apaixonadamente. Ele a puxou colando seu corpo no dela. Ela se distanciou dele deixando as testas encostadas. Com o sorriso no rosto, ela falou novamente.

- I Love you... so much.

- Eu sei, é bom ouvir isso de vez em quando mesmo que eu saiba o que você sente por mim. Afinal, nem todos me tirariam da cadeia, ou salvariam a minha vida, dariam conselhos a minha filha ou me preparariam a melhor festa de aniversário que se podia imaginar.

- Mas acho que nada substitui essas palavras. Adoro quando você as diz – abraçou-o mais uma vez e aconchegou-se ao lado dele para terminar seu café. Deixaram o café minutos depois rumo ao seu momento de descanso.


Hamptons


Ele estacionou a Ferrari na frente de casa. Saltou e abriu a porta para ela. Kate tentava arrumar os cabelos que teimavam em cobrir-lhe o rosto. Segurando as valises, ele ofereceu o braço para ela e Kate aceitou enroscando-se nele. Foram para o interior da casa, ele direto para o quarto onde deixou as bagagens, ela para a cozinha em busca de um vinho. Serviu duas taças. Ao ver Castle de volta a sala, deu a ele sua bebida. Brindaram. O primeiro gole do vinho pareceu descer por sua garganta e esquentar todo o corpo como se a energizasse. Tudo o que queria agora era relaxar. Colocou o copo sobre o console e começou a despir a camiseta. Jogou-a sobre o sofá. Aproximou-se dele e desabotoou os botões dele um a um.

- Sabe o que podíamos fazer pra relaxar, Castle? O que você acha de nadar um pouco?

- Hum, mas não na piscina. Venha aqui – ele subiu novamente. Na varanda do quarto dele, tinha um ofurô – a escolha é sua, água quente, fria, hidromassagem...

- Sem roupa, água quente e com hidromassagem, precisamos relaxar Castle – ela foi tirando o resto da roupa ficando nua à frente dele – vamos, você tem roupas demais – ele rapidamente se livrou das peças enquanto ela já entrava na água. Encostou-se em um dos lados do ofurô e suspirou ao sentir a água quente envolver o seu corpo. A sensação de relaxamento espalhou-se pelos músculos e Kate fechou os olhos. O movimento da água indicava que ele estava próximo a ela. Ao sentir o toque das mãos dele sobre seu abdômen, suspirou. Castle tocou-lhe os seios e sorveu seus lábios com os dele. O beijo começou vagaroso e apaixonado. Aos poucos, as línguas criavam um movimento mais urgente querendo provar toda a extensão da boca ansiosa por toque e contato. A urgência passou a dominar os braços e puxando-a pela nuca, Castle intensificou o beijo. Pareciam devorar um ao outro. Com as mãos nos cabelos dele, ela estava agora sentada no colo dele. Mordiscava o lábio dele. Uma das mãos passeava no peito dele. Kate percebera o membro já excitado sobre suas coxas.
Ofegantes, se separaram por uns instantes.

- Pensei que não ia poder te beijar mais...

- Você pode quando quiser, onde quiser Kate... –  ela sentiu a mão dele afastando as pernas dela e os dedos sendo introduzidos, soltou um gemido. Voltou a beija-lo. Rapidamente o corpo já reagia ao toque dele, como uma faísca prestes a tornar-se fogo intenso. Castle sentia os lábios dela alternando entre a sua boca e o pescoço misturando beijos e gemidos. O fogo fora despertado e Kate apenas cedia aos desejos mais primitivos que surgiam em seu ser. Em poucos minutos, ela gritou ao sentir o orgasmo tomar conta de seu corpo. Agarrou-se a ele e percebeu quando Castle tirou os dedos gentilmente de dentro dela e voltou a se concentrar nos seios dela. Segurando-a pela cintura ele a fez esticar o corpo para dar acesso a ele. A língua deslizou devagar sobre mamilo para abocanha-lo e suga-lo sem piedade. Ao ouvi-la gritar de prazer, ele continuou alternando entre seios. Beckett encontrou o membro dele debaixo d’água e começou a brincar com ele acariciando e instigando. Duro, estava pronto para dar a ela todo o prazer que merecia.

Kate ajeitou-se no colo dele e sem perder o contato com o olhar de Castle, deslizou sobre o membro que  a penetrava aos poucos até Castle puxa-la para si. Novamente, as bocas se encontraram e os beijos recomeçaram. Ele movia-se dentro dela enquanto o calor subia pelos poros. Ela rebolava mexendo-se e provocando-o de tantas maneiras que era difícil pensar em qualquer coisa que não fosse deseja-la, ama-la. O corpo de Kate tremia e o orgasmo a atingiu repentinamente. Castle não conseguia aguentar a dor latejante em sua virilha mas precisava, apenas mais um pouco, por ela. Mordiscava o pescoço dela e com a respiração faltando, se rendeu ao prazer. Agarrou-a junto ao seu corpo e nessa posição permaneceram por algum tempo.

Kate foi quem primeiro se mexeu. Voltou a sentar no colo dele e encostou sua cabeça no ombro de Castle. Os braços envolvendo o pescoço. Dava vários beijinhos no rosto, pescoço e queixo dele. Ele a posicionou entre suas pernas e ligou a hidromassagem. Beijou-lhe a nuca e o ombro. Envolvia Kate pela cintura. Ficaram calados tendo o corpo massageado pelos jatos d’água.

- Castle, como não chegamos a nenhum veredito sobre quem se apaixonou primeiro, existe algo, algum segredo que eu não saiba e você queria me contar? Acho que depois de hoje algumas coisas precisam ser ditas.

- Como o que? Você guarda algumas coisas que gostaria de me dizer?

- Ah, pequenos segredos, coisas que preferi esconder de você como daquela vez que estávamos em Los Angeles. Quando conversamos e de certa forma o clima mudou. Eu disfarcei e corri para o quarto. Naquele dia eu lutei contra mim mesma, se deveria abrir ou não aquela porta. Não sabia o que encontraria do outro lado e se estava preparada para aquilo. Por impulso, eu abri e voltei aquela sala mas você não estava mais lá.

- Você voltou? – Castle estava surpreso. Olha para ela de olhos arregalados.

- Voltei e como você não estava mais ali, não tive coragem de continuar, de ir até o seu quarto. E lembra quando você fez aquela aposta comigo no caso da falsificação de dólares? Que você venceu a aposta?

- Sim, depois do nosso primeiro encontro no apartamento da minha amiga escultora eu decidi correr atrás de evidências para impressiona-la, faze-la me aceitar de volta ao seu lado como parceiro. Tudo o que queria era voltar a encontra-la todos os dias, levar café pra você, ser parte da sua vida.

- Eu trapaceei na aposta. Eu já sabia que era falsificação mas me mantive calada para que você ganhasse e ficasse feliz. Voltasse ao distrito porque como eu já havia dito outra vez, você faz meu trabalho ser mais divertido.

- Você ? Kate Beckett trapaceando? E depois vem dizendo que não se apaixonou por mim primeiro...

- Há! E quem escreveu “Be with Kate” numa lista de desejos a três anos?

- Culpado! Ela riu e beijou-lhe rapidamente.

- Quero ação agora Castle e depois podemos sair para comer algo.

Ela segurou os braços dele guiando-os na direção dos seus seios. Ele mordiscou o pescoço dela enquanto massageava os seios e apertava os mamilos dela. Kate já sentia uma pontada em seu centro que ficara maior assim que Castle a posicionou e a penetrou novamente. Segurando firme na cintura dela, ele a movia subindo e descendo querendo instiga-la ao prazer. Não precisaram de muito para pegar fogo, Kate sentiu o orgasmo em poucos minutos e buscou pelos lábios dele ávida para beija-los. Um beijo ardente, embalado pelo desejo que aflorava do seu corpo. Castle movia-se rapidamente com ela, cada momento de prazer contava. Libido, desejo, paixão e amor. Tudo misturado e criando sim a verdadeira explosão que os perseguia cada vez que seus corpos se encontravam, uma explosão de sentimentos. 
Mas Kate queria experimentar mais, como sempre seu lado depravado soava mais alto. Ela se levantou da banheira e sentou-se na beira do ofurô. Abriu as pernas e com o dedo indicador chamou por ele.

- Prove-me... ela esperou e Castle ainda dentro d’água foi até ela. Os lábios dele beijaram seu centro primeiramente para então enfiar a língua provando-a. De joelhos na água e segurando na cintura dela, ele a provava lenta e intensamente. Queria leva-la à loucura apenas porque ela o pediu. Deixou suas mãos subirem pela lateral do corpo dela alcançando os seios dela e roçando os polegares sobre os mamilos dela. Sugava o clitóris dela e não fazia mais do que aumentar o fogo que já embalava os dois. Kate segurou os cabelos dele com força empurrando-o contra seu centro e jogou o torso para trás. Gemia baixinho deixando o corpo sentir as ondas a envolverem. Castle ergueu-a da beirada e a trouxe para dentro da banheira novamente. Apoiando todo o peso do corpo dela em seus braços, ele a penetrou ainda de joelhos fazendo-a gritar. Nem bem sentira o membro completar-lhe e já cedera a um novo orgasmo. Dessa vez, ela chamou por ele.

- OMG...Castleeee....

E ele deixou-se ser levado por seu nome repetido várias vezes enquanto a estocava e gozou com ela.   

Dessa vez, ofegavam mais que antes. Seu coração ainda necessitando de calmaria quando ouviu o dele também descompassado. Sorriu. Ainda permaneceram por um tempo no ofurô. Meia hora depois, em roupas leves e de moleton para protege-los de um vento mais frio, eles saíram de casa.

Castle a levou em um restaurante famoso por suas lagostas. South Hamptons Grill. Ela se deliciou com uma lagosta maravilhosamente preparada na manteiga. Beberam cervejas e de sobremesa um bom cheesecake. Quando estavam voltando para casa, Kate pediu que ele parasse o carro e descessem para a praia, queria dar uma caminhada. Ele assentiu.

De mãos dadas e com os sapatos em mãos, eles caminhavam sentindo as pequenas ondas tocando os pés descalços e o vento na face. Era inspirador. O cheiro do iodo inundava os pulmões fazendo-a respirar fundo. Uma sensação de plenitude a invadiu. Ela o abraçou. Roubou-lhe um beijo e chamou-o para sentar-se na areia.

Lado a lado eles sentaram-se admirando o mar. Ela olhou para ele e cobrou.

- Você não me contou um segredo seu...

- Contei sim.

- Não você apenas completou minha história.

- Tudo bem . Quando o Mr. Smith me procurou sobre o caso da sua mãe e sua proteção, ele queria fazer de mim um instrumento para impedi-la de continuar a investigar aquele caso. Me senti usado, como um rato traidor. Nunca quis engana-la mas ainda assim a sensação era terrível. Precisava protege-la e acabei me convencendo que se isso significasse te perder para sempre mas te mantivesse viva, tudo valeria a pena. Todas as vezes que te vi sofrendo, um pedaço de mim morria. Como no caso do atirador, eu sabia que você não admitiria para mim que estava pertubada então eu implorei ao Esposito para ajuda-la.

- Você estava mesmo disposto a me manter viva não? Arriscara tudo por isso...

- Foi o que fiz não? Deixei você com raiva mas dei a opção de decidir o que fazer e se eu era mesmo a pessoa que a traiu.

- No fim, você estava certo. Relembrar tudo isso já não dói tanto como antes, só me deixa mais feliz. Fiz a coisa certa ao voltar para te procurar. E ouvi-lo dizer tudo isso, me faz ama-lo ainda mais.

Ela se inclinou e beijou-o carinhosamente. Castle levantou-se e estendeu os braços para ela erguendo-a da areia. De repente, Kate não sentiu mais o chão. Ele a carregara e ia em direção ao mar. Assim que entrou um pouco jogou-a. Levantando-se completamente molhada, ela gritou.

- Castle! Seu... e o sorriso despontou no rosto indo ao encontro dele que a beijou com vontade. Aproveitando que ele estava distraído, ela deu um caldo nele. Pareciam duas crianças brincando no mar. Felizes, apenas transbordando amor.

À noite, Kate cozinhou para ele. E depois do jantar amaram-se mais uma vez.


Hoje...


Ela voltou para a cama com ele. Sentados apoiados no encosto, Kate estava escorada no peito dele. Tinha uma caneca de café que ele trouxera para ela. Bebia calada sentindo as carícias dele em seus cabelos ainda pensando em tudo o que acontecera nesses últimos dias.

A vida é preciosa, ela sabia bem. Cada dia conta, cada minuto é importante. Muitas lembranças divertidas, tensas, de aventura foram escritas até ali. Momentos memoráveis que ela guardava com carinho em sua mente e seu coração. Não acreditava em fantasias, unicórnios ou fada madrinhas. Acreditava na vida, no despertar de cada dia, no nascer do sol que traz consigo a esperança em recomeçar. Acreditava na arte de se reinventar, sabia que após a tempestade um arco-íris surgia. Ela não deixaria de procura-los. Hoje esse momento era o seu arco-íris.

- Porque está calada?

- Nada. Estava relembrando que temos muitas histórias para contar ao longo desses anos desde a primeira vez que você decidiu me seguir. Tantos momentos, alguns inesquecíveis.

- Acho que agora posso dizer que ainda temos muito o que viver, tantas outras histórias por escrever desde que tenhamos um ao outro, desde que fiquemos lado a lado.

- Always? – ela perguntou. 

- Always... – ele sorria, passado dois segundos - Kate...

- Hum? – ela afagava o peito dele.

- I Love you.

Ela o fitou sorrindo. Tomou o rosto dele em suas mãos e beijando-o várias vezes nos lábios dizia.

- I Love you, Love you, Love you… e já puxando-a para si ele a beijou apaixonadamente. 


Continua ....

3 comentários:

Unknown disse...

Depois da season finale, precisava de um capítulo desses!!! Lindo, romântico, sensual,apaixonante!!
Muitooooooo bom mesmo! Parecia q tava assistindo de verdade, imaginando todas as cenas!! Parabéns, como sempre vc arrasa!! Amo suas fics! Espero que tenhamos muitas, até setembro p acalmar nossos corações!!!

Marlene Brandão disse...

Quando me avisaram do vazamento do epi fiquei em duvida se viria antes ou não.Fui forte e não vi(palmas para mim),agora voltando chorei horrores com KATE E SEU ILY e com tia Gates serio meu coração parou por miseros segundo,a fic em momentos teve o mesmo poder.Obrigada!

Paula Teixeira disse...

Menina, você não vai escrever sobre a season finale?! Peloooo amor de deussss!