sábado, 25 de maio de 2013

[Castle Fic] Don't Give up on Chasing Rainbows - Cap.23


Nota da autora: esse deve ser o penúltimo capitulo dessa fic. Ainda não sei como ficará em tamanho o próximo, de repente haverá um epílogo. Tentei colocar alguns momentos leves entre eles para que se torne mais fácil absorver o próximo cap e as reflexões de Beckett. Enjoy! 

Atenção....NC-17!!!




Cap.23


Kate estava voltando do distrito. Outro relatório entregue, outro caso encerrado. Ela prometera a Castle que por ele ter se livrado dos atrasos do livro, hoje iam ao cinema assistir o novo Iron Man o que para eles era um típico programinha de namorados. Fazia mais de um mês que estivera sobre a ameaça de uma bomba. Desde então, Kate se dedicou a prestar mais atenção as coisas boas e simples da vida. Deixar o trabalho um pouco mais cedo para curtir um programinha com o namorado era um deles.

Parada no transito, ela ligou o rádio. Tocava um melodia de Patsy Cline que estava em seu final e ela se deixou levar pelos acordes de jazz. Uma nova canção iniciou e Kate reconheceu como uma das músicas que não ouvira antes mas a letra era bem interessante especialmente a parte abaixo. 

“Feel the rain on your skin
No one else can feel it for you
Only you can let it in
No one else, no one else can speak the words on your lips
Drench yourself in words unspoken
Live your life with arms wide open
Today is where your book begins
The rest is still unwritten”


As frases tinham muito a ver com ela e suas últimas experiências. O que aprendera nesse último ano era que nada era certo ou definido, o destino podia surpreende-los a qualquer instante por isso escolhera viver um dia por vez. O futuro era uma incógnita e o presente, o seu momento de tornar tudo mais interessante. Chegando em casa, ela chamou por ele.

- Castle… está pronto? A sessão é daqui a duas horas e o transito está simplesmente um caos. Melhor irmos de metrô. Castle! – ela já estava na ponta da escada prestes a subir quando percebeu alguém aproximando-se dela. Ao virar-se, ele o viu com um buque de flores do campo.

- O que é isso? – ela perguntou.

- Normalmente quando se vai ao cinema é um encontro e o homem busca a bela moça no seu apartamento. Como você veio me buscar, acredito que pelo menos ao te dar essas flores, parte do ritual estaria completo.

- São lindas - ela cheirou as flores - podemos ir? Decidiu se iremos ver o Iron Man ?

- A menos que você queira ver outro...

- Não está ótimo.

Eles deixaram o apartamento de Castle e foram a um dos iMax de New York. O filme fora bem divertido ao estilo de super-heróis mas o que Kate realmente gostou foi de poder reviver uma das coisas que mais gostava no namoro, os amassos no escurinho do cinema. No meio do filme, ela que já estava enroscada no braço dele e com a cabeça descansando no ombro dele, passou a esfregar o nariz e os lábios no pescoço de Castle como uma gata pedindo atenção. Ele acariciou com uma das mãos a coxa dela mais próxima. Vendo que Kate queria mesmo era beija-lo pela movimentação de seus lábios roçando-lhe a pele, virou o rosto para a direção dela buscando os lábios. O beijo começou lento e carinhoso mas aos poucos foi evoluindo para algo mais estimulante. Castle pensou então em não continuar com isso e prestar atenção ao filme.

Porém, Kate não se deu por satisfeita. Esticou sua mão até o meio das pernas dele e apertou o membro sob a calça e assim ganhou sua completa atenção primeiro pelo susto que causara e depois pela sensação de alerta que despertara nele. Ao fita-la, viu o sorriso maroto surgindo em seu rosto e com a outra mão ela tocou o rosto dele e se inclinou beijando-lhe a boca com vontade. Castle também não se deixou segurar e esquecendo do filme completamente, retribuiu os carinhos e o beijo. Sentiu a pontada na virilha e ela percebeu o volume crescer sob a roupa abaixo da sua mão.

Conhecendo a mulher ao seu lado, sabia que se não tivesse cuidado poderiam empolgar-se e correr o risco de cometer um atentado ao pudor. Em matéria de amassos os dois sabiam que a troca de toques evoluía naturalmente para liberar um vulcão que parecia habita-los desde que o contato era iniciado.

Kate desviou os lábios para o pescoço dele até alcançar a orelha para mordisca-la enquanto os dedos abriam passagem pelos botões da camisa dele acariciando o peito de pele quente. Ele suprimiu um gemido, ela riu de satisfação. Sussurrando provocou .

- Que tal esquentarmos só mais um pouquinho a brincadeira , Castle ? - e desceu o fecho da calça dele enfiando sua mão para tocar melhor o membro dele e massagea-lo. Castle teve que morder os lábios com força para não gemer alto. Ela só podia estar de brincadeira!

- Kate... - sussurrou repreendendo-a - você está louca? É uma policial! Quer ser presa por atos imorais?

- Shhh, e apenas um momento de descontração entre namorados, Castle ou vai dizer que nunca deu uns amassos mais quentes num cinema?

 - É claro que sim, o problema é que entre nós nada é um simples...

Mas ele não completou a frase por ser impedido por lábios urgentes que o arrebataram, a língua invadindo o interior da boca como um invasor, um ladrão que não precisa pedir passagem. Dane-se! Pensou e retribuiu o beijo na mesma intensidade deixando a mão tocar o seio dela primeiramente sentindo-o moldar -se ao formato da sua palma para depois aperta-lo e usar os dedos para beliscar os mamilos sobre o tecido fino da roupa fazendo-a gemer entre o beijo.

O calor já esperado tomou conta dela impedindo de continuar o beijo, precisava de ar. Foi a vez de Castle provoca-la beijando e mordiscando a extensão do pescoço e dos ombros dela. Kate segurava parte do cabelo dele puxando em resposta. Sentiu a umidade em seu centro e caiu em si. Compreendeu o que ele dissera antes, se não parassem agora, perderiam controle de vez e seus atos teriam consequências perigosas se fossem pegos cometendo atentado ao pudor. Ela afastou com dificuldade o corpo dele do seu empurrando-o gentilmente com ambas as mãos nos ombros e pedindo.

- Chega, Castle por favor... Não podemos mais... - ele apertou o mamilo dela - oh, deus não... Chega!

E ele parou. Podia ver o desejo nos olhos dela, a pele rosada. Sorriu.

- Eu disse que sabia brincar, Kate. Nunca duvide disso.

Ela respirou fundo e voltaram a se acomodar abraçados para ver o resto do filme que já perdera totalmente o sentido para ambos. Terminada a sessão, eles decidiram por comer uma refeição leve e ao voltarem ao apartamento dele, fizeram amor intensamente.

No outro dia pela manhã, nem ela nem Castle pareciam estar com presa para ir trabalhar. Ela decidiu dedicar-se calmamente a um bom banho, lavar e secar os cabelos. Ele deu uma de menino e estava sentado no meio da sala brincando com tanques e helicópteros ainda de pijama e roupão. Para ele, era uma cena verídica onde até o dialogo importava. Como todo milionário, Castle tinha suas manias com brinquedos bem sofisticados com controle remoto e câmera.

- Uma explosão! Há artilharia de fogo vindo de cima? Não! As tropas de Rommel atraíram nossos garotos para um campo minado! Será que o tanque M4 Sherman blindado será capaz de suportar esta covarde barragem subterrânea? Sim, ele é capaz! E Sherman estraçalha as linhas nazistas para chegar... – ele continuava o monólogo de personagens vividos por ele mesmo imitando vozes quando levou seu tanque até o quarto onde Kate estava escolhendo suas roupas vestindo apenas lingerie. Com a câmera acoplada ao tanque ele se dava ao luxo de admira-la. As longas e belas pernas em destaque, o pezinho inclinado e os belos cabelos caindo nos ombros tornavam a imagem perfeita aos olhos de quem via, nesse caso os deles.

- Aquele não é o Canal de Suez. Se está tentando decidir o que vestir, continue com o que está usando agora... ou menos – ele provocou.

Ao ver o tanque próximo aos seus pés, ela entendeu o que ele estava fazendo.

- Pervertido! – ela exclamou e jogou sorrindo uma peça de roupa sobre o tanque cobrindo a câmera tirando a visão dele.

- Para você, é Marechal Pervertido – ele gritou enquanto ouvia o celular dela tocando sobre a mesa próxima a ele.

- Castle, pode atender?

- Pode deixar – fazendo uma voz sexy - Aqui é do escritório da Detetive Beckett. Sério? Um carro-bomba?

Ele desligou e se levantou empolgado. Foi até o quarto e a encontrou já pronta.

- Kate temos que ir, um carro-bomba! Vamos se apresse – ela o olhou para ele com as mãos na cintura e fazendo um sinal para a roupa dele, ele também se olhou – ah, sim, certo! Me visto em um minuto...

Na cena do crime, uma concentração maior que o normal de policiais chamou a atenção de Castle. Além disso, alguns deles removiam os componentes da cena e isso incluía o carro, o que ia faze-los perder evidências que poderiam comprometer a investigação. Federais.

- Isso que é presença em massa da polícia.

- Espere um pouco. O que é isso? Tem algo errado. Espo? Por que estão levando o carro? A Perícia já terminou?

- Mal começaram e os Federais apreenderem o veículo.

- E por que estão apreendendo-o? – Castle perguntou.

- Tentei perguntar, mas me deram um gelo.

- Quem está no comando?

- Está vendo aquele cara ali? O nome dele é Agente Guerrero. Acredite, ele não vai ceder.

Mas Beckett não se convence facilmente e muito menos dá o braço a torcer rapidamente. Ela não tinha qualquer problema em abordar ou discutir com os Federais.

- Agente Guerrero. Sou a Detetive Beckett...

- Deixe-me te poupar. Levaremos o carro.

- A Perícia não concluiu a investigação. É a cena de um crime.Preciso descobrir quem...

- Aquele veículo faz parte de investigação federal.E, se vocês ficarem no caminho, terei que prendê-los por obstrução – disse mostrando o distintivo da segurança nacional. Sob a ameaça,ela recuou mas não desistira totalmente. Aquele era seu caso. Seu homicídio.

- O que está acontecendo? – perguntou Beckett.

- Por que a Segurança Interna está envolvida? – lembrou Castle.

- Não sei.Tudo isso está fedendo.Testemunhas viram aqueles dois vigiando o carro antes de explodir.A Segurança Interna não me deixa abordá-los.

- Um misterioso carro-bomba...Os Federais nos expulsando,agora, os Homens de Preto.Eu admito. Estou intrigado – disse Castle seguindo Beckett que pretendia fazer uma abordagem diferente a outros homens em um carro preto.

- Quem são vocês? Identifiquem-se.

- Devem ouvir muito isso... Agente J, Agente K? – Castle perguntou pertubando.

- Por que estavam vigiando o carro? Quem estava lá quando explodiu? Mas a tentativa de Beckett não surtiu qualquer efeito. Os homens de preto a ignoraram e saíram cantando pneus. Frustrada com a situação, ela abre os braços no meio da rua.

- Não temos um corpo,não temos a cena do crime, não temos testemunhas, mas...

- Temos um ao outro – Castle completa.

- Temos um homicídio a resolver.

- E isso – ele completou percebendo que sua brincadeira não surtira efeito nela. Beckett percebeu a presença de um cara um tanto estranho, parecia estar observando cada detalhe e cada ação que ocorria no lugar. Antes que pensasse em aborda-lo, ele desapareceu na multidão e Esposito aproximou-se com novidades.

- Acho que consegui a identidade da vítima. Um policial...encontrou a carteira dele,arremessada meio quarteirão naquela direção. Bate com a descrição de quem a testemunha viu. O nome dele é Dale Tanner.

O próximo passo era contactar a família e dar a noticia. Talvez assim descobrissem algo mais sobre a vítima.

- Sempre soube que este dia chegaria.Dale também. Era um dos riscos de seu trabalho.

- Que tipo de trabalho levaria a isso?

- Quando Dale tinha 16 anos, o pai dele foi condenado por assassinato no Texas...Condenado injustamente.Antes do julgamento, ele foi assassinado na prisão.Então, lutar pelos desfavorecidos tornou-se a missão da vida dele.

- Há uns 10 anos, ele começou o site."Denunciante Anônimo".

- Conheço o site – disse Castle - Ele expôs os memorandos de tortura,o escândalo da Orton-Geo.Não conhecia o responsável.

- Achava importante manter atenção nos problemas, não nele.

- Recentemente, seu marido trabalhava em algo? – perguntou Castle.

- Sim, acho que ele planejava publicar alguns documentos.O que quer que fosse, estava o deixando nervoso.

- Onde estão os documentos?

- Provavelmente, no escritório dele, Queens.

- Por que a Segurança Interna se interessaria pelo seu marido?

- Metade do governo estava interessado nele.Depois que ele publicou as fotos de Abu Ghraib,queriam as fontes.Eles o assediaram.Seguiam-no onde quer que ele fosse.Ficou tão ruim que,dois meses atrás,ele se mudou para nossa locação no Queens.Disse que estava preocupado com nossa segurança.

- Agora, ele está morto – disse o filho.

- Sra. Tanner,uma testemunha viu seu marido estacionar na Mercer pouco antes das 8h.Esperou na calçada até 8h15, então voltou para o carro.Sabe o que estava fazendo no centro?

- Não faço ideia.Achava que, quanto menos falasse, melhor.Eu deveria ter conversado mais com ele.

- Havia mais alguém que pode saber no que estava envolvido?

- Ele tinha um sócio, mas... não sei quem era.

- Por que estamos falando com eles, mãe? O Governo matou meu pai e os estão ajudando a encobrir isso – disse o filho se levantando e deixando a sala.

- Sean, por favor.

De volta ao distrito, Beckett ouviu mais frustrações agora da parte de Ryan.

- Não vou dizer "encobrir", mas direi isto, os Federais não estão ajudando.Não dirão que evidência havia no carro de Tanner.

- Trabalharemos em outros ângulos.Sabemos que tinha um sócio.Por que não vemos a lista de chamadas?

- Porque não nos liberaram.Nem as finanças de Tanner.

- Talvez no escritório de advocacia dele?

- Tentamos procurar lá.Foi lacrado e levaram os computadores.

- Começo a ver o que quis dizer com "não estão ajudando" – falou Castle.

- Teremos que solucionar sem a ajuda deles – Beckett não estava disposta a ceder - E quanto ao motivo?

-Há muito para seguirmos – continuou Ryan - Tanner não temia peixes grandes,banqueiros, petroleiros,políticos corruptos.Ano passado, postou informações prejudiciais e, acrescento, verdadeiras, sobre 30 corporações, agências governamentais e privadas.E isso é só o que descobri antes do site ser desativado.Sem informação sólida,difícil saber por onde começar.

- Comecemos com o tipo de morte – disse Beckett - Trata-se de uma bomba que já estava no carro de Tanner.

- Ele ficou perto do veículo, ninguém poderia adulterá-lo.E quem plantou a bomba tinha que ter acesso ao carro anteriormente.

- Como na garagem dele – disse Espo se aproximando - Onde o carro estava antes de Tanner ir ao centro,segundo os vizinhos,uma moto desconhecidadeixou a garagem ontem à noite, 1h.

-Alguém anotou a placa? – Castle e Ryan pareciam ansiosos, finalmente algo.

- Não – o olhar de frustração tomou conta dos dois, Espo sorriu - Mas a câmera de trânsito,sim.A moto está registrada em nome de Monica Lane. Olhe só, ela é gerente de segurança na Orton-Geo.

- É a mineradora que Tanner quase tirou do mercado.

Esposito e Ryan levaram-na para interrogatório. Primeiro, ela foi bastante sarcástica até Esposito comunicar que Dale estava morto e que ela era suspeita. Negou ter matado o cara e disse que saiam juntos, o que foi logo desmentido por Esposito já que ela sequer demontrava qualquer emoção diante da notícia. Ryan então a acusou de estar espionando-o o que Monica confirmou ser verdade, precisava descobrir quem era o informante de Taner mas não envolvia mata-lo. Então, ela se lembrou que a mulher dele descobrira sobre os dois e ameaçou mata-lo. Beckett voltou a conversar com a esposa, dessa vez na delegacia.  

- Eu me senti traída. Não entende? Fiquei ao lado dele por 24 anos.

- Soube que ele tinha um caso e deu um jeito de parecer que o trabalho dele o matou.

- Porque foi isso. Eu admito, está bem? Disse umas coisas ao Dale,mas estava chateada. Nem cheguei perto do apartamento dele.

-Poderia ter contratado alguém.

-Com que dinheiro? Sério? Dale e seu site não enriqueceram ninguém. Ryan abre a porta interrompendo-as.

- Beckett,há algo que precisa ver – ela deixou a sala indo atrás dele. Ela e Castle sentaram-se a frente do monitor para ver o que Ryan tinha.

- Então... a Perícia enviou isto. Com o pouco que tinham, conseguiram descobrir onde a explosão começou.

- Vou chutar e dizer que a explosão começou no carro – disse Castle.

- Normalmente,uma bomba de carro é posicionada dentro ou sob o motor.Mas esta foi perto do banco dianteiro.

- Então foi plantada dentro do carro.

- Na verdade,não foi plantada.A Perícia achou esses fragmentos de metal e puderam ligá-los a um dispositivo específico. Eles os juntaram nesta...reconstrução da explosão – a imagem mostrava o carro aparentemente sendo atingido por um missel e explodindo.

- Isso é um míssil? – perguntou Beckett.

- Especificamente,o tipo de míssil lançado de um veículo aéreo não tripulado.

- Dale Tanner foi atingido por um drone?

- Num segundo,Dale Tanner está em seu carro.Em seguida...- dizia Ryan atualizando o quadro - O coitado nem soube o que o atingiu. Espo não estava muito convencido.

- Não pode ser um drone.Deve ser um engano.

- Não é. A perícia achou resíduo do explosivo PBXN-112 e alumínio fluoretado do cartucho de um míssil.

- Sem chance de um drone militar voar sobre Nova Iorque e detonar um cara.

- Na verdade, é possível – disse Beckett - Há uma unidade de treino em Forte Drummond. Enquanto Castle e eu checamos, fale com colegas de Tanner.Descubra quem era seu sócio.

- Você e Castle irão ao Forte Drummond?

- Sim, o chefe do projeto concordou com uma reunião. Enquanto entravam no elevador, Castle queria saber a opinião dela. 

- O que está acontecendo? Acha que o Exército o eliminou?

- Não sei como poderiam.

- Não passariam desse limite?

- Porque, pelo que sei,grandes burocracias não agem com essa eficiência.

- Isso é reconfortante.

- Sem teorias loucas do Complexo Industrial Militar? – ela estranhou.

- Não quero acreditar que meu país faria algo assim.

- Eu também não.

No complexo, foram recebidos secamente.

- Detetive Beckett,sr. Castle. Obrigado por virem ao Forte Drummond. Então, soubemos que acreditam que houve um incidente na cidade...

- Não um incidente. Um assassinato por ataque de drone.

- Essa acusação é um ultraje, detetive. Em que se baseia?

- Provas forenses da cena do crime condizem com um disparo de míssil de drone. Quantos drones voavam nesta manhã?

- Essa informação é confidencial.

- Coronel Fortis,havia um drone voando sobre Nova Iorque às 8h15?

- Isso é confidencial.

- Certo, e quanto a isso? Alguém mais tem acesso aos drones? Órgãos federais,corporações?

- Isso é...

- Confidencial – Castle falou junto com o militar, estava claro que não obteriam respostas ali.

- Eu gostaria de ver o plano de voo.

- Esta reunião está encerrada.Lembrem-se que o documento que assinaram proíbe que comentem o que foi dito aqui.

- Nada foi dito aqui – disse Castle.

- Então, não devemos ter problemas.

- Touché – Castle usou o sarcasmo mas Beckett percebeu que havia alguém na outra sala, o mesmo sujeito da cena do crime.

- Aquele homem estava na cena do crime.Quem é ele? Trabalha para vocês?

- Não se incomodem.Isso é confidencial – retrucou Castle. Beckett não estava nada satisfeita com a reunião que tivera ali.

- Não sei o que estão tramando,mas prometo que irei descobrir. E sairam batendo a porta.

No carro, ela ainda pensava no que deveriam investigar, Castle resolveu arriscar uma teoria.

- Agora é uma boa hora para loucas teorias do Complexo Industrial Militar.Aqui vai uma.Tanner estava prestes a divulgar documentos militares supersecretos.Eles o eliminam com o drone, agora, estão encobrindo, o que, na verdade,não é tão louco.

- Não sei.Talvez eles tenham...disparado o míssil por engano.

- E, por coincidência,atingiu um crítico do Governo dos EUA? E o cara da cena do crime aparece naquela reunião surreal? Acho que não.

- Nem sei por que aceitaram essa reunião. Só ficaram na defensiva – disse ela e atendeu o telefone - Beckett.

- Oi.Recebi uma ligação da Perícia.Os Federais vieram e levaram todo material do caso Tanner.

- Resíduos da explosão, amostras de fragmentos? – perguntou Castle.

- Tudo.

-Estão brincando com a gente – agora ela estava com raiva - Só nos encontraram para descobrir onde as coisas estavam e o que sabíamos. E então pegaram as evidências.

- Agora não temos provas de que houve ataque por drone – concluiu Esposito.

- Nem estamos perto de descobrir o motivo ou o culpado – disse Castle.

- Talvez o sócio de Tanner possa nos dizer – Ryan sugeriu.

- Sabe quem é ele?

- Tanner ministrava aulas de Direito na Faculdade East Borough, por dinheiro.Os colegas disseram que viram um ex-aluno, chamado Omar Dixon, andando por lá.Falei com a namorada de Omar.Ela disse que ele trabalhou para Tanner, mas era coisa confidencial.

- Onde está Omar agora?

- A namorada disse não ter ideia, mas Sean Tanner pode ter. Ele estuda na East Borough e costumava ir ver o pai. Talvez conheça Omar.

- Acho que ele conhece.Quando perguntou do sócio,o que ele fez?

- Mudou de assunto.

No distrito, Ryan e Esposito mostravam a foto de Omar e questionavam Sean que negava conhecer, especialmente por duvidar de todos os policiais. Com um pouco de conversa, eles convenceram o garoto a falar. Disse que conhecia pouco Omar mas que seu pai tinha lhe dado o celular dele. Eles pediram para ligar e dizer que queria encontra-lo.   

No local acertado, Beckett esperava por ele observando-o. Ele estava visivelmente nervoso. 

- Omar? Sou a detetive Kate Beckett.

- Onde está Sean?

- Ele não pôde vir.Preciso perguntar sobre Dale Tanner.

- Não vou me envolver – já andando apressado para longe dela, Beckett foi atrás segurando-o pela jaqueta.

- Omar,você já está envolvido.

- Então não vou me envolver ainda mais. Não basta ter visto a explosão pela TV,agora pessoas me perseguem. E não é só você.

- Quais pessoas? – ela perguntou.

- Não faço ideia, moça.Não sei quem são.

- Quem matou Tanner? Foi pelos documentos que ele ia postar?

- Como vou saber?

- É o sócio dele, não?

- Sócio? É o que pensam? Por isso me perseguem?

- Se não é sócio, então o que é? – eles apressavam o passo, Beckett já notara que estava sendo seguida.

- Sou assistente.O cara de TI de meio turno.Configurei o site e fiz o upload dos arquivos.E o mão de vaca só me pagou US$ 15 a hora.

- Ele disse no que trabalhava?

- Não sei, nem quero saber. Foi apenas um bico do qual me arrependo – Omar seguiu andando mas Beckett surpreendeu o cara que por sinal era o mesmo da cena do crime segurando-o com força e de arma em punho contra um pequeno muro.

- Não se mexa.

- É ele. É um dos caras que me seguiam – disse Omar saindo correndo.

- Omar? Omar! – mesmo gritando pelo cara que sumia de sua visão, Beckett segurava firme o cara que o seguia, tirou a pistola e colocou a algema nele - Quieto.Você está preso.

No distrito, Castle observava o comportamento do individuo pelo vidro da sala de interrogatório.

- Ele é muito calmo para alguém andando com uma pistola.

- Ele já esteve em lugares assim antes. O que sabemos sobre Robert Williams? – ela perguntou quando Esposito entrou na sala.

- A identidade dele é falsa.

- E as digitais?

- Não estão no sistema.Não sei quem é esse cara.

- Como de costume, aposto em...assassino do governo – disse Castle.

- Hora de descobrir. Beckett entra séria na sala e senta-se de frente para ele - Qual o seu nome?

- Isso faz diferença? Não é como se fôssemos ficar íntimos.

- Quem matou Dale Tanner? Você participou...ou seu trabalho era só limpar a sujeira?

- Você é obstinada.Respeito isso.

- Omar Dixon era parte da sujeira? – ela insistiu nas perguntas não ia ser fácil tirar qualquer informação desse cara.

- Ele se escondeu. Aliás, como conseguiu atraí-lo?

- Eu que faço as perguntas.

- Mas não receberá as respostas.

- Veremos – que cara arrogante! Ela pensou mas não se intimidou - Posso te prender por 24 horas e é o que pretendo fazer.

- Você só me terá por mais 5 segundos.Use-os bem. Nesse instante, Ryan abre a porta da sala anunciando.

- Beckett,telefonema para você.

- O tempo acabou – o sujeito diz antes dela sair da sala. Beckett pegou a extensão em sua mesa.

- Detetive Kate Beckett falando. O quê? Como é? Quem? Boa noite,sr. procurador-geral. Sim.É verdade.Soltá-lo? Eu...- ela ouvia o superior ao telefone mas insistia em se impor - Senhor,com todo o respeito,um homem foi morto e ele é um suspeito.Certo – ela teria que solta-lo - Mas vou querer algo em troca.

- Sim, senhor.Entendi bem. Obrigado.Essa foi boa,detetive Beckett.O que você quer saber?

- Por que não começamos com quem é você?

- Jared Stack.Investigador especial do procurador-geral.

- Nunca ouvi falar disso – disse Castle.

- Nem deve.

- Qual sua conexão com Dale Tanner?

- Estava sob investigação do FBI,Segurança Interna, Pentágono e a Unidade de Contraterrorismo da polícia de NY.Escolheram-me para investigar a morte, pois sou imparcial.

- Quando percebeu que ele foi morto por um drone e não por um carro-bomba?

- Quando analisamos os destroços.

- Por que a identidade falsa?

- Não sabia qual era o objetivo.O procurador precisa de negação.

- "O secretário negará todo o conhecimento sobre seus atos."É Missão Impossível – disse Castle.

- Basicamente.Até estou usando uma máscara – ele sacaneou.

-Sério? – e Castle acabou se deixando enganar.

-Não.

- Declara que não sabe o objetivo,mas é muito claro para mim.O Exército lançou um ataque contra Tanner – ela não desistia.

- Fui em Forte Drummond.Não partiu de lá.

- De onde partiu?

- É o que estou tentando saber. Perdemos muitos drones.Caíram nas mãos do inimigo.

- Então um dos nossos inimigos matou Tanner com um drone? – Beckett não acreditava que ouvia isso.

- Esta teoria é altamente improvável e, vindo de mim,isso quer dizer algo – disse Castle.

- Pense assim. Digamos que o governo queria matar Tanner. Por que não fuzilá-lo em uma rua? Por que usar um drone? Por que matá-lo de um jeito que chegaria até eles?

- Pelo mesmo motivo da maioria dos assassinos,porque acham que vão se safar – respondeu Beckett. O telefone dele volta a tocar.

- Stack.O quê? Tem certeza? Mande-me o link deste feed.Obrigado.

- Quem era?

- Um dos meus colegas. O drone não era de Forte Drummond, mas era um dos nossos.

Ele decidiu passar o vídeo a eles, sem qualquer pista talvez pudesse ter algum insight para a investigação continuar e porque não usa-los?
- Este é um vídeo da rotina de treinamento de um drone na base nacional aérea perto de Syracuse, às 8h16 de hoje.Importam-se de fechar as cortinas? Castle obedeceu.

- Quem está pilotando o drone?

- Engraçado ter perguntado.O piloto perdeu o controle 9 minutos antes, em Long Island.

- Como assim perdeu o controle? – perguntou Castle.

- Ouça você mesmo.

“Não sei, senhor.Não responde a comando algum.Tente reiniciar o software de comunicação. Já fiz. Não dei certo. Devemos notificar a ANAC? O que é isso? Está mirando naquele veículo? Não estou fazendo nada.Não sei o que está acontecendo.Meu Deus”.

- Alguém hackeou aquele drone e o lançou em Dale Tanner – disse o agente.

Olhando para todas as informações que tinham no quadro, os quatro tentavam achar uma explicação para o crime e para o fato da arma ser um drone.

- Por que é tão difícil acreditar? Pessoas hackeam bancos o tempo todo.Pentágono, NASA.

- Claro, mas um drone? – disse Espo - Talvez o piloto fingia não estar voando.

- Não, você não finge esse tipo de pânico.

- Concordo. Ele teve um momento de desespero.Mas há uma possibilidade que estamos deixando passar.O drone em si. É "A Rebelião das Máquinas" como a Skynet em O Exterminador do Futuro.As máquinas adquiriram consciência e estão furiosas.

- Sinto te desapontar,sr. Castle, mas é um humano que estamos procurando.NSA captou um sinal encripitado enviado no momento exato que o piloto perdeu o controle.O sinal cancelou os controles permitindo ao hacker controlar o drone.

- De onde vem o sinal? – ela perguntou.

- Do sul do estado de Nova Iorque. NSA está definindo o local enquanto falamos.

- Estamos procurando um nerd de computador de 14 anos? – perguntou Ryan.

- É improvável. Quem fez isso,derrubou a criptografia do sinal e tem um software que executa o drone.Warburg – disse Stark.

- O que é Warburg? – perguntou Esposito.

- Não é uma coisa,é uma pessoa.Ele é o único que poderia fazer isso.

- Como o encontraremos? – perguntou Beckett.

- Está sumido há um ano,é um fantasma,nunca o acharão.Mas sabe? Posso rastrear o sinal – já dando pista de que ia se retirar quando Beckett sugeriu.

- Talvez,possamos trabalhar juntos.

- Concordei em dizer o que eu sabia e disse.Tem sido divertido,detetive Beckett, mas assumo a partir daqui.

- E eu pensando que tínhamos uma conexão – Castle falou ironicamente.

- Se Warburg hackeou o drone,é suspeito de assassinato e não comprei essa do Stack de não podermos encontrá-lo. Vamos investigá-lo e vê o que descobrimos.

Esposito e Ryan sentaram-se em frente ao computador e começaram a busca. Castle e Beckett resolveram fazer uma pausa para um café. Em dez minutos, Ryan os chamou.

- Simon Warburg,lenda da programação. Superou um grave TOC para se tornar designer chefe de um software operacional de aviação militar.

- O que mais?

- Pego por sabotar o software.Mas fugiu antes que o FBI pudesse prendê-lo.

- Warburg – Castle começa a divagar - Soa como um vilão de James Bond. Acariciando seu gato,formulando um plano para dominar o mundo. E qual o plano, vocês perguntam.

- Eu não – diz Beckett tentando corta-lo.

- Conversando com os caras. Criar um exército de drones...Um exercito de drones...que pode pensar, que possui consciência. E quem melhor que o gênio da programação que criou o software para lhes dar a centelha de vida? Ryan parecia querer acreditar no que ele dizia, Espo e Beckett reviravam os olhos diante de tanta bobagem.

- Castle, você não acredita nisso de verdade. E mantenha em mente que,se disser que sim, irei achá-lo menos atraente.

- É imaginável e tenho que dizer que é uma ótima história.

- Olhem isso.Warburg postou um vídeo pouco antes de se esconder.

“As pessoas não entendem por que modifiquei o software do drone.”

- Esse é Warburg? Eu esperava...

- Dr. Evil? Sugeriu Ryan.

- Alguém um pouco menos nerd.

“É porque eu vi o futuro.E sei o plano deles.

- Um exército de drones – apostou Castle.

“Colocarão drones de vigilância para monitorar o tráfego.Parece inofensivo, certo? Então deixamos acontecer.Depois, haverá drones de segurança.Porque todos gostam de se sentirem seguros.Então, drones armados para proteger nosso céu. Então, será tarde demais.Porque o sistema que irá monitorar,controlar e matar qualquer um de nós já estará armado.Alguém tem que parar isso.Mesmo se esse alguém for eu.”

- Não estava construindo um exército de drones.Estava impedindo a construção de um.Eu estava perto.

- Se "perto" for "o contrário" – ela retrucou - Ele acreditava que os drones seriam usados em cidadãos americanos. Por isso matou um ativista como Dale Tanner.Para nos mostrar que o futuro já está aqui.

- Esse cara armou para o governo para tentar parar o uso do drone.

- Se acharmos Warburg, teremos o assassino. E eu acho que sei como.Pessoal,olhem aqueles livros.

- Todos científicos.Todos primeira edição.Aquele é A origem das espécies.

- E daí? – perguntou Esposito.

- E daí...que é colecionador de livros – disse Beckett.

- Um com TOC. Um hábito como esse não desaparece.

- Checarei livrarias antigas pela manhã,se Warburg contatou alguma delas.

Kate estava maquinando uma maneira de pregar uma peça em Castle depois do momento que passaram hoje quando Castle falou sua teoria sobre a revolta das máquinas. Era tão surreal que julgara ser interessante experimentar. Ela bem sabia que se a coisa tornasse feia, o lado corajoso dele sofreria alguns danos. Então, ela se lembrou de algo que viria bem a calhar com o caso que investigavam. Castle teria uma bela surpresa. Após o jantar daquela noite, ela aproveitou o momento que ele fora tomar banho para preparar a brincadeira. Escondeu-se já debaixo do edredom e esperou ele se deitar e relaxar. Deu um beijo nele e fingiu dormir com facilidade. Assim que notara a diferença no ritmo da respiração soube que ele dormira. Cuidadosamente, ela se remexeu procurando a melhor posição e começou a por em prática seu plano.

Um barulho o acordou. Castle assustou-se ao ver o seu tanque de brinquedo andando pelo edredom na direção dele, nervoso levantou-se da cama à procura de algo para se defender, encontrou um taco de baseball que usou para bater no tanque visando se proteger.

- Beckett.Não tanque, fique...

Assustado, ele viu o helicóptero vir voando em sua direção. Mas o que estava acontecendo? Como pode ? O que acontecia com as máquinas? Bateu de novo no brinquedo e já tenso por lembrar do míssil teleguiado, podiam estar sofrendo uma ameaça. Com outra paulada, quebrou parte da hélice e chamou por Kate querendo acorda-la para saírem dali.

- Beckett.Beckett, levante-se. Temos que ir.

Ao puxar o lençol ela não se agüentou e desatou a rir. Não acreditava que ele se apavorara com isso. Castle podia ser tão bobo as vezes.

- Você acreditou. Achou que fosse "A Rebelião das Máquinas".

- Eu não. Isso não...Não achei que fosse...

- Se fosse mesmo um tanque assassino, teria falhado.

- Fui buscar o bastão para te proteger, para eliminar a ameaça.

- Sério? Há uma câmera aqui, Castle.Eu vi a sua cara.

Ela iria tirar ainda mais sarro da cara dele de pânico que vira na câmera. mas a ligação de Ryan a fez voltar a sua postura profissional.

- Beckett – ainda tentando controlar o riso.

- Oi, Beckett. Desculpe por ligar tão tarde.Mas achei algo.

- Ryan, o que está fazendo na delegacia?

- Estava olhando sites de livrarias antigas e vendo uma perto de Woodstock,notei um padrão.

- Que tipo de padrão?

- De acordo com o balanço, a livraria vendeu 7 livros no mesmo dia do mês passado. E vejo todos os 7 livros em uma estante de Warburg. Ou é uma impossibilidade estatística ou...

- Ou ele está reconstruindo a coleção de livros dele, uma prateleira por vez – disse ela.

- O que significa que ele comprou livros dessa livraria.

Ela desligou o telefone e voltou a rir. Tirando o helicóptero despedaçado de cima da cama, ela o chamou com o indicador.

- Vem aqui, Castle. Hora de dormir e não se preocupe – ela se aconchegou no peito dele - se as máquinas se virarem contra você, eu te protejo.

- Haha...sem graça...

Na manhã seguinte, eles foram a livraria indicada por Ryan.

- Esse cheiro...Couro antigo e papel mofado.É oficial. Eu amo este lugar.

- Castle, veja. É Storm Season – ela falara empolgada até notar a placa de promoção - Na ponta de estoque.

- E o amor desaparece – disse Castle.

- Posso ajudá-los?

- Na verdade, pode.Reconhece este homem?

- Certamente.É o sr. Smith.Ele é um colecionador e tanto. Comprou alguns livros aqui.

- Sério? Smith? Muito original – zombou Castle.

- Tem o endereço dele? Pede para entregar em casa?

- Não, não.Ele vem e pega.

- Sabe que tipo de carro ele dirige?

- Geralmente, ele vem de bicicleta.

- Então ele é da região – disse Castle.

- Vou pedir para olharem todas as casas compradas ou vendidas no último ano, desde que Warburg sumiu.

- Sério? – Castle pergunta ao dono com o seu livro em mãos indagando sobre a promoção.

- É um bom livro.

- Obrigado – Beckett não pode deixar de sorrir.

Eles rodavam de carro pelas redondezas visitando potenciais propriedades indicadas por Ryan via mensagem, algum daqueles deveria ser o suposto endereço do suspeito, ela e Castle seguiram para averiguar as propriedades na região da pequena livraria. Foram mais de três lugares onde Castle dizia ser o que eles procuravam, já na sua quarta tentativa ela nem mais acreditava nele. Dessa vez porém, o argumento dele fora diferente.

- Sinto que estamos no lugar certo - ele disse antes mesmo de Beckett parar o carro. Ela apenas deu uma daquelas olhadas característica que indicava sua descrença nas colocações dele - estou falando sério! Esse terreno me lembra aquele milharal onde Mulder e Scully vão investigar o lance das abelhas e são perseguidos pelos helicópteros negros.

Ele parou de falar ao ver que Beckett estava olhando para ele de braços cruzados.

- Será que podemos voltar ao mundo real ?

- Vai dizer que você não viu esse filme?

- Castle temos um caso pra investigar.

- Certo, às vezes esqueço o quanto você se parece com a Scully... Certinha, disciplinada e cética. Beckett revirou os olhos e saiu do carro. Castle insistiu em estar certo.

- De acordo com o Ryan,a casa no fim dessa estrada foi comprada há 10 meses por um advogado.

- Warburg está aqui.Posso sentir.

- Castle, você disse isso sobre todos os lugares.

- Mas, desta vez, é de verdade.A força está maior nessa.

- Mas é propriedade privada e não tenho um mandado.

- Finja não ter visto a placa. Estamos quase achando Warburg.Que, no mínimo,é um suspeito e, no máximo,um supervilão maníaco com o poder de usar drones como quiser.E... – ele puxou o portao desfazendo a corrente - o portão está destrancado. Em plena luz do dia – e foram entrando.

- Talvez Warburg esteja aqui. É distante e isolado – ela parecia começar a se convencer.

- Bem ao estilo do milharal que falei. Acabei de ter um pensamento perturbador.

- Como na maioria das vezes?

- E se ele não estiver envolvido? Já fomos enganados antes. E se Stack mencionou o nome dele para fazermos uma busca inútil?

- Castle, acho que não.

- Não há mais provas de que Warburg está envolvido do que há que o drone agiu sozinho.

- Sério? Não tirei aquilo da Skynet da sua cabeça ainda? – ela sorria não acreditando na insistência de Castle.

- Grave minhas palavras.O dia chegará. Os especialistas chamam de singularidade, o surgimento de uma super...

- Espere, Castle.Espere – ela pega a arma - Espere. Ouviu isso?

- Parece um zumbido.

E nesse instante foram surpreendidos pelo que parecia um helicóptero preto que cruzava o céu sobre eles. Automaticamente, jogaram-se no chão esperando o helicóptero sumir novamente. Na verdade era um drone.   

- Você está bem? – ele perguntou.

- Acho que sim – Beckett se levantou.

- Foi como em Intriga Internacional.

- Castle, não se anime. Está voltando – ela sacou a arma.

- Temos que correr – ele insistiu.

- Não conseguiremos nos esconder.Assim que estiver ao alcance,vou atirar.

- Certo – ele ergueu a calça dela e tirou sua arma reserva do tornozelo. Fazendo todo o tipo de movimento como se tivesse se preparando, ele tentava conter o nervosismo. Assim que o drone veio na direção deles, ambos atiraram despejando balas. Também receberam uma boa saraivada delas mas o derrubaram.

- Não acredito que você errou todos os tiros – exclamou Castle.

- Sério? Acha que derrubou aquele drone com a sua ótima pontaria?

- Eu me impus na situação. Desta vez, eu realmente te protegi.

- Junto consigo mesmo.

- Corrige qualquer momento de falta de masculinidade.Mereci a minha redenção.Nada pode tirar isso de mim.

Beckett se abaixara para pegar uma bala e inspeciona-la.

- Não são balas de verdade. São balas de festim.

- Balas de festim? Eu não sabia disso, então não diminui o ato de heroísmo. São mesmo balas de festim?

- Claro que sim, seu idiota.São para deter invasores como vocês.Destruíram meu melhor drone. Vou mandar a polícia prender vocês.

- Vou te poupar de um telefonema – disse Beckett mostrando o distintivo - Estamos aqui por causa de Dale Tanner,sr. Warburg.

- Sabia que alguém viria eventualmente.

Warburg levou-os para dentro.

- Dê uma olhada na miniatura.É minha favorita – ele disse a Castle.

- Legal – mas ao toca-la deu um grito, levara um choque.

- Vingança por estragar o meu drone.

- Sr. Warburg, vamos falar sobre Dale Tanner.

- Querem saber se eu o matei. Sim, matei.

- Gostaria de me dizer por quê? – pediu Beckett.

- Começou há dois anos...com isso – e mostrou uma foto a Beckett.

- Não sei o que um carro passando pelo deserto tem a ver com Dale Tanner.

- Relatos da Inteligência diziam haver três militantes afegãos do alto escalão nesse carro.Fabricante e modelo batiam,estava em alta velocidade.Então o piloto recebeu o sinal verde para atacar. Foi então que...ele viu esses pontos vermelhos no porta-malas e teve um pressentimento. Então ele abortou a missão. Não havia militantes no carro. Os pontos vermelhos eram rosas, pois o jovem casal dirigindo por aquela estrada deserta havia acabado de se casar. Foi quando soube que não poderia mais fazer parte do programa.

- Não entendi. Por quê? O piloto não atirou.

- Porque a próxima geração de drones não terá pilotos. O novo programa de IA dará aos drones a capacidade de tomar decisões. Eles acessarão os dados e tomarão decisões letais por conta própria.

- Será mesmo "A Rebelião das Máquinas" – pensou alto Castle.

- Os novos drones teriam explodido o carro sem hesitar.Por isso que, quando há vidas em jogo, precisamos de um homem que veja rosas. Precisamos do fator humano.

- Onde estava o fator humano quando você matou Dale Tanner? – indagou Beckett.

- Deixe-me lhes mostrar algo. Eu mesmo desenvolvi esse programa.Repare na interface fácil de usar.Orgulho-me dela.Esses pontos vermelhos indicam cada drone sobrevoando o estado de NY no momento. Se clico em um...posso monitorar o drone ao vivo. Apertando um botão...posso assumir o controle da aeronave.

- Como você fez com Tanner – disse Castle.

- Andava de bicicleta na hora, longe de computadores.

- Você acabou de dizer que o matou – disse Beckett.

- Meu programa levou à sua morte,mas não o matei.De fato, eu mantinha contato com ele.Queria que publicasse o programa, coloquei em um pen drive e dei a ele.

- Você queria que Tanner publicasse seu programa de hackear drones em seu site? Se o Pentágono descobrisse, teriam que acabar com a frota.

- Exatamente. O desenvolvimento de drones seria interrompido.Mas Tanner se recusou a publicá-lo. Ele o devolveu, não queria que idiotas em computadores pudessem assumir o controle de um drone.Percebi que tinha razão,então mantive o programa para mim.

- Então se você não o usou e Tanner não o divulgou, então quem o matou? – perguntou Beckett.

- Quando soube da morte, analisei o pen drive que enviei a ele.Alguém copiou o programa para outro pen drive. Não foi Tanner, não ordenaria um ataque a si mesmo, não foi ninguém daqui porque...quem poderia ser?

- Então foi alguém próximo a Tanner, com acesso a seu trabalho – Beckett olhou para Castle.

- Só conhecemos uma pessoa assim.Seu assistente, Omar Dixon – ele completou.

De volta para a cidade, Castle expõe sua nova teoria.

- Certo, eis minha teoria.Omar Dixon trabalha para Tanner,mas mal se sustenta.Então aparece o hack de drones,Tanner não o quer. Mas Dixon vê uma oportunidade.

- Ele percebe o quanto um programa assim valeria no mercado negro.

- Exatamente. Ele faz uma cópia, aprende a usá-lo. O próximo passo é testá-lo no mundo real. E Tanner é um muquirana mesmo,então...Eu atendo. Para Richard Castle, aperte 1.Para Beckett, aperte 2.

- Que tal eu apenas falar,seu babaca? – disse Esposito - Colocamos um alerta em Omar Dixon,mas parece que ele já está fugindo.A namorada disse que ele fez a mala e fugiu pela saída de incêndio.

- Certo, mande sua foto para aeroportos e estações de ônibus e trens.

- Já o fiz. Mas o agente Stack voltara ao distrito e aproveitou para falar ao telefone com ela.

- Det. Beckett,agradeço por ter encontrado Simon Warburg por mim.

- Era o que você esperava quando nos deu seu nome?

- Achei que pensaria em algo que não havíamos pensado.Quando rastreei seu celular percebi que estava certo. O FBI o está buscando neste instante.

- Mas você pode gostar de saber que ele não matou Tanner – disse Castle, Beckett tentava se controlar por saber que tinha sido usada.

- Do que você está falando?

- Temos motivos para crer que foi Omar Dixon,o assistente de Tanner.O problema é que ele fugiu.

- Posso ajudar com isso.

Numa sala com Ryan e Esposito, o agente Stack instalou um programa.

- O sistema de reconhecimento facial está rastreando imagens dos principais pontos de partida das últimas horas.

- Qual a precisão desse negócio? – perguntou Esposito.

- Se passou por uma das câmeras,ele será captado.

- Nossa,isso que é o Big Brother – Ryan estava maravilhado - Mas deve haver um modo de burlar o sistema, certo?
Use óculos escuros grandes,deixe a franja sobre sua testa. Confunde o programa completamente.

-E se não tiver franja?

- Use maquiagem pesada,pinte formas coloridas aleatórias pelo rosto.

- É, não farei isso – disse Espo. O programa emitiu um sinal.

- Aí está ele. Terminal internacional do JFK há 92 minutos. Pegamos. Agora, rastrearemos seu rosto e a cor de sua roupa.Droga. Omar Dixon pegou um voo para Beirute. Saiu há 1h.Ele escapou.

Quando Castle e Beckett voltaram para o distrito, Esposito lhes dada as últimas notícias. 

- Contatamos a cia aérea.Ele definitivamente estava naquele voo para Beirute com escala em Abu Dhabi.

- Por que Beirute?

- Ele tem família lá por parte de mãe e dupla cidadania. Ele foi com o passaporte libanês.

- Podemos detê-lo quando aterrissar? – Beckett perguntou.

- Não há acordo e extradição.Deve ter ido por isso.

- É um ótimo lugar para vender programa de hackear drones – disse Castle.

- Falando nisso...- era o agente Stack quem aparecia com Omar algemado - Deem oi ao nosso amigo Omar Dixon. Até mais, Omar.
- Achei que ele estivesse a caminho de Beirute.

- Estava, pedi ao procurador-geral para contatar a FAA e fazê-los ordenar o voo a voltar ao JFK. Um dos benefícios de trabalhar para um peso-pesado.

- Você já o interrogou?

- Bom, você é o motivo de o termos capturado, det. Beckett. Por que não faz as honras?

Beckett entra na sala, calmamente senta-se, abre a pasta. Finge estar escrevendo algo. Tudo para intimidar Omar. Do outro lado do vidro, Stark e Castle observavam.

- Olhe para isso...Como ela usa o silêncio. Ela é uma força da natureza - ele estsva realmente impressionado por ela. 

- Você não faz ideia.

- Estão procurando o pen drive em suas malas neste instante – ela disse - A melhor opção é dizer a verdade antes que o encontrem.

- Já disse a verdade. Não tive nada a ver com a morte de Tanner.

- Então por que fugiu?

- Porque gosto de viver.Por isso. Colocaram a bomba no carro dele. Estavam me seguindo.

- Nós dois sabemos que não havia bomba alguma.

- Como assim?

- Você usou o programa para disparar um míssil de um drone.

- Está louca! Por que isso está acontecendo? – ele parecia desconcertado.

- Vai mesmo sentar aí e dizer não saber do pen drive que Warburg deu a Tanner?

- Sei sobre isso, claro.Tanner me mandou para pegá-lo.

- E foi quando o copiou – acusou Beckett.

- Não copiei nada.Nem sabia o que havia nele.No dia seguinte,Tanner disse que não o queria.Ele me pediu para devolver o pen drive.Foi o que fiz. Nada mais.

- Mais alguém sabia sobre o pen drive ou teve acesso a ele?

- Sim.Só uma pessoa.

Eles voltaram a casa dos Tanners. Sean abriu a porta para ela e Castle.

- Oi, Sean.Podemos entrar?

- Podem.

- Onde está sua mãe, Sean?

- Foi ao mercado.O que foi? Notícias sobre meu pai?

- Falamos com Omar. Ele disse que você começou a ir ao escritório dois meses atrás, quando seu pai não estava – disse Beckett.

- Gosto de passar um tempo com o Omar. E?

- Ou queria se conectar com seu pai? Ele se mudou há dois meses,não é? – ela perguntou.

- Olhe, não sei porque estamos falando disso.

- Por isso foi para a faculdade onde ele dava aulas? Para se conectarem? – sugeriu Castle - Deve ter sido difícil,Sean, ter um pai tão ausente,tão compelido. Um ativista que colocou a missão acima de tudo, até...das pessoas que o amavam.

- O hack de Warburg foi copiado para um pen drive de 4Gb.

- Você comprou um assim no dia em que a cópia foi feita.

- Ligou para seu pai,marcou um encontro,pois queria saber, exatamente,onde ele estaria.Não é, Sean? – ela já sabia que o pegara, a feição dele o denunciava.

- O que foi que te fez chegar a seu limite? Descobrir sobre o caso? – perguntou Castle.

- Minha mãe era o que nos mantinha.Meu pai nunca estava.Nunca tínhamos dinheiro.Estávamos sempre sendo observados.Nada de amigos. Por causa dos rumores e das fofocas.É isso.Essa era a nossa vida. E daí que ele conseguia expor irregularidades e dizer os responsáveis? E a família dele? Por que importávamos menos do que um escândalo idiota? Então, além de tudo isso, depois de tudo o que ele nos fez passar... ele deixa minha mãe por outra mulher?

- E queria que ele pagasse – concluiu Castle.

- Ele partiu o coração dela! Eu...Ele partiu o meu também – a porta da frente se abre e a mãe de Sean entra já perguntando.

- O que está havendo?

E Beckett se preparou para dar a notícia nada agradável que teria que levar seu filho preso. De volta ao distrito, ela já considerava ir embora pegando o casaco nas mãos.

- Que tal uma taça de Zinfandel quando irmos para minha casa? – sugeriu Castle.

- Depois do dia de hoje, parece uma ótima ideia.

- Detetive Beckett e sr. Castle – era o agente Stack - O presidente e o procurador-geral me pediram para dar seus agradecimentos pela ajuda neste caso.

- Será que a gratidão do presidente não poderia vir em forma de propaganda para meu livro?

- Não, isso não acontecerá. Detetive Beckett,uma palavrinha?

- Claro.

Quando estavam sozinhos numa sala, ele se manifestou.

- Deixe-me te perguntar algo.Onde você se vê daqui a 5 anos?

- Nunca pensei muito nisso.

- Como tenente? Capitã? Subindo os degraus da carreira?

- Não é onde meu coração está.

- Onde está seu coração? Naquela sala? Quer estar lá daqui a 5 anos, derrubando assassinos? – ela ficara pensativa porque sim, o coração dela estava naquele salão, com Castle, com seus amigos, seus casos mas não deveria discutir isso com um desconhecido.

- Eu não te conheço.Não bem o bastante para ter esta conversa – ela já se prepararava para deixar a sala quando ele falou.

- Eu também trabalhava na Homicídios.

- Sério? – ela voltou sua atenção a ele.

- Sim.Chicago. Até um cara vir falar comigo.Hoje, sou aquele cara. O que estou dizendo é que...eu te acho excepcional.Você é inteligente, forte.É uma pensadora assimétrica. Vejo coisas maiores para você.

- Quem disse que quero coisas maiores?

- Praticamente tudo em você indica isso.

- Há uma vaga de emprego na capital.

- Que emprego?

- Com o procurador-geral. Respondemos diretamente a ele.Trabalhamos com autonomia total nos maiores e mais desafiadores casos. Casos como este, em que muito está em jogo e o resultado pode mudar a história. Nem todos têm o que se precisa para isso.Acho que você tem. Ligue neste número para agendar uma entrevista – estendeu um cartão a ela - Pense a respeito.

- Pensarei.

- Manterei contato,detetive Beckett.

Ao sair da sala, Kate Beckett respirou fundo. Ela entendera direito? Acabara de receber uma proposta de emprego? Fora convidada para fazer uma entrevista? Sim, era exatamente isso. Trabalhar em Washington com o Procurador Geral. Era um passo e tanto. Ela voltou para sua mesa pensativa. Castle a esperava sentado.

- Vamos? - ele perguntou.

- Você me dá um instante? Preciso ir ao toalete e arrumar algumas coisas. Você me espera ou quer ir na frente? Depois encontro você.

- Não, espero você.

Ela sorriu e dirigiu-se ao toalete. Fechando a porta atras de si, ela se senta sobre o vaso. Passa a mão no rosto e remexe os cabelos. Ainda estava um pouco surpresa com o que acontecera. Claro que reconhecia ser competente e comprometida, fora por sua insistência e teimosia que desvendara boa parte desse caso. Mas impressionar tanto assim a ponto de conseguir um novo emprego? E não qualquer emprego, um cargo realmente importante, diferente. Até aquele momento, ela não tinha parado para pensar sobre o que almejava profissionalmente para seu futuro. Onde estaria daqui a cinco anos? Certamente, essa era uma pergunta que Kate ainda não sabia responder.

De volta ao salão, ela viu Castle conversando alegremente com os rapazes. Não pode evitar o sorriso ao ouvi-los brincando uns com os outros. Ao que parecia, Castle se unira a Ryan para perturbar Espo. Balançou a cabeça e retornou a sua mesa. Adorava o seu trabalho,seus amigos. O 12th distrito era sua segunda casa e por alguns anos fora a primeira. Como dizer não a tudo aquilo? Como pensar em deixar para trás tudo o que conquistara naquele lugar? Na cidade que amava? Para ela era algo impensável até uma hora atrás. Suspirou e desligou o computador. Agora não era o momento de pensar nisso. Queria saborear um bom vinho ao lado do homem que amava. Foi até eles já de bolsa e casaco nas mãos. Ao se aproximar, viu que Castle contava vantagem sobre o seu ato protetor na propriedade do hacker. Ato heróico como ele mesmo autodenominara.

- Você está inventando isso, Castle! Beckett conte-nos a sua versão - pediu Espo.

- O que? Você esta duvidando de mim? Pois saiba que até a Srta. Cética aqui reconhece meu esforço para protege-la. Espo e Ryan voltaram sua atenção para Beckett esperando que ela desmentisse a história de Castle.

- O que ?! Tudo que posso dizer é que Castle empunhou uma arma e atirou. Posso considerar como um gesto de autoproteção e reflexo para com o parceiro, nesse caso, eu.

- Ahn? E só isso que você tem a dizer por ter me arriscado e atirado visando a sua segurança ? Sinceramente Beckett...

- Diante do ocorrido... sim. Se preferir, posso comentar sobre um outro episódio no qual tentou me "proteger" na noite passada para os rapazes... - ele arregalou os olhos fazendo sinal para ela não contar, Espo e Ryan desviaram o olhar para Castle e depois para Beckett.

- Por favor, elabore... a coisa parece ter ficado mais interessante não acha Ryan?

- Com certeza. Conte Beckett... - o olhar de aflição arrancou um riso dela gostoso.

- Sinto muito, rapazes. Vão ficar especulando. Encerramos por hoje. Vamos pra casa Castle?

- Por favor! Aliviado por ela não compartilhar o momento embaraçoso da noite anterior.


Apartamento de Castle


Ele entregara a taça de vinho para Kate. Ainda conversavam sobre o encerramento do caso.

- Pode dormir tranquilo,Castle. A Rebelião das Máquinas demorará mais alguns anos.

- É o que drones autônomos querem que pense.

- Bom, um drone autônomo não teria matado Dale Tanner.

- Verdade.Com as pessoas,todas as decisões são pessoais. Onde uma pessoa vê rosas,outra pode ver uma oportunidade de ir de uma vida para uma nova. O fator humano.

- O fator humano – ela concordou.

- Este humano aqui precisa de um banho.Quer se juntar a mim?

- Estarei lá em um minuto.

- Não me disse sobre o que Stack queria conversar.

- Nada - ela respondeu mas Castle não percebeu o olhar perdido dela e repetiu mais baixo para si, como se tentasse convencer a si mesma - não era nada. Viu Castle desaparecer da sua vista e por uns instantes se pegou pensando novamente na proposta que recebera. Para ela, era uma oportunidade única, porém quase algo,em sua opinião, improvável. O fato era que Kate começara realmente a considerar a possibilidade de tentar.

Levantou-se do sofá e seguiu ao encontro de Castle. Tudo o que queria nesse instante era relaxar. Dedicar um tempo para ela e Castle depois do dia difícil que tiveram hoje. Kate podia não ter idéia do que esperar sobre sua vida no trabalho, porém uma coisa era certa: não imaginava-se sozinha, Castle estaria a seu lado, era assim que via pelo menos uma parte de seu futuro. Jogou a blusa que vestia sobre uma poltrona, tirou os sapatos, a calça. Ouvia o barulho do chuveiro. A água quente já embaçava parte do blindex. De lingerie, ela entrou no banheiro. Desfez o soutian e despiu a última peça de roupa. Abrindo a porta, ela espremeu-se numa brecha para evitar que a água molhasse o piso do banheiro. Ele sorriu ao vê-la.

- Finalmente...

- Sentiu minha falta? - ela perguntou abraçando-o. Castle beijou o rosto e depois colou os lábios nos dela. Kate o  envolveu sentindo a água quente percorrer-lhe a pele provocando um arrepio de frio no primeiro momento. Castle quebrou o beijo e deslizou os lábios pelo pescoço dela. Os dedos percorriam a cintura subindo até encontrar seus seios. Ao sentir o toque dos polegares sobre seus mamilos, um gemido escapou dos lábios de Kate. Ele apertou o bico de um deles entre o polegar e o indicador no mesmo instante que devorava seu pescoço e sua orelha com a boca. Empurrou-a contra a parede de azulejos e sorveu um dos seios com os lábios. Segurando os cabelos dele, ela o incentivava. Um calor envolvente a dominou e não tinha qualquer relação com a temperatura da água que a minutos atras alagara totalmente seu cabelo. Era puro desejo.

Sentiu as mãos dele deslizarem pelo seu corpo pressionando sua cintura contra a parede gelada de azulejos como se quisesse imobiliza-la por um tempo. Então compreendeu o que realmente ele pretendia. Afastou suas pernas dando acesso a ele que estava praticamente de joelhos a sua frente. Quando os lábios dele a beijaram no local mais desejado, ela gemeu. Como um exímio explorador, Castle a provava vagarosamente, aproveitando cada segundo daquele momento. Provocando-a com a língua, sugando-a com os lábios, penetrando-a com os dedos.

Kate apoiou a cabeça na parede e se deixou levar pelo prazer que percorria cada centímetro do seu corpo. Fechou os olhos e clamou por ele, entregando-se ao primeiro orgasmo. Castle afastou-se um pouco despejando um pouco de sabonete liquido em suas mãos. Sem pressa, ele começou a esfregar o liquido espalhando a espuma sobre a pele dela. Fazia pequenos círculos massageando-lhe o corpo. Instigava-a ao prazer. Ela abriu os olhos já com brilho intenso à procura dos lábios tão desejados. Beijou-os com sofreguidão, uma urgência repentina impulsionada pelas carícias despertadas pelo toque de Castle. Mas Kate foi surpreendida pelo movimento rápido que ele fizera suspendendo-a com os braços fortes pelas pernas e a penetrando-a de uma vez. Ela enroscou as pernas na cintura dele e sentiu suas costas pressionadas fortemente contra a parede. Em movimentos rápidos, ele a bombeava sempre procurando deixar um espaço mínimo entre eles. A cada estocada, Kate tinha suas costas deslizando ainda mais contra a parede enquanto o membro dele causava sensações deliciosas dentro de si. Ao mínimo tremor de seu corpo, ela se agarrou nele esperando pela explosão de mais um orgasmo. Dessa vez, Castle a acompanhou.

Quando estavam completamente satisfeitos,Kate se deixou apoiar no peito dele por uns instantes. A água deslizava pelo corpo de ambos, o calor proveniente do chuveiro misturava-se ao calor que emanava dos poros deles. Recuperados, trocaram um novo beijo dessa vez mais carinhoso e por fim, dedicaram-se ao banho efetivamente.

Kate regulou novamente a temperatura da água e enxaguou os cabelos. Castle ajudou-a a se secar esfregando gentilmente a toalha sobre a pele dela. Enrolada na toalha, Kate desembaraçava os cabelos compridos já se preparando para seca-los.
Meia hora depois, ela deitava-se ao lado dele sendo envolvida pelos braços fortes e com um beijo no rosto, ele desejou boa noite a ela.

- Tenha doces sonhos, Kate.

- Boa noite, Castle...

Porém, ao contrario do que Castle desejara, Kate teve seu sono perturbado por situações estranhas. Ela sonhara com o agente Jared. Ele dava um ultimato a ela sobre o emprego em DC. Em outro momento, ela se via com uma arma apontada para sua cabeça enquanto Castle a pedia para não abandona-lo.

Acordou confusa na madrugada, ao checar o relógio viu que estava longe da hora de levantar. 3:47. Castle dormia sereno a seu lado. Movida pelas lembranças perturbadoras  de seus sonhos, Kate se pegou pensando novamente sobre a oferta que recebera e sua vida até então.

Quando estava no ensino médio, se alguém sugerisse a ela a carreira de policial, certamente riria do sujeito. Kate sempre teve uma queda pelo direito.  A influência claro, vinha de dentro de casa. Ela admirava a mãe debruçada naqueles livros grossos e pastas e pastas de processos. Nunca tivera problemas com estudos ou leitura. Sempre aplicada em tudo o que fazia, nada diferente da sua dedicação ao trabalho. Estava tudo encaminhado para que ela cursasse pre-law em Stanford quando veio o pesadelo, a morte de sua mãe. Aquele acontecimento fora fundamental para as próximas escolhas da vida de Kate. O destino a fez clamar por justiça, escolheu o caminho onde podia descobrir o que acontecera com a sua mãe, dessa maneira ela entrou na academia de polícia e sua dedicação e persistência a transformaram em uma das melhores da sua turma sendo a mais nova mulher a virar detetive na NYPD. A dor de perder a mãe fora um divisor de águas na vida dela.

Através da NYPD, ela pode ajudar tantas outras vidas, vítimas e famílias. Nada em sua vida viera fácil, sofrera muito por não encontrar respostas para aquele que era o caso mais importante da sua vida, quase perdera o juízo, a sanidade, vivera anos negros dedicados ao que se tornara uma obsessão. Fizera terapia, se reerguera e encontrara amigos no 12th distrito. Por causa do seu trabalho, ela conheceu Castle. Um sorriso se formou no rosto. De um cara abusado, mulherengo e totalmente vazio, ele passou a ser um parceiro, um amigo e demonstrou seu amor por ela estando ao seu lado nos momentos mais sombrios e difíceis.

Uma nova oportunidade surgia para ela. Era apenas uma entrevista e em sua visão, suas chances eram muito pequenas mas precisava decidir se iria até Washington arriscar-se. Mais que isso, deveria dividir suas dúvidas com Castle? Quer dizer, era somente uma entrevista, nada certo. Caso fosse selecionada ela dividiria a notícia com ele. Era um tiro no escuro que se acertasse a mira teria muito a considerar. Suspirou e virou-se para olhar para o homem deitado ao seu lado. Acertando a mira, sabia que enfrentaria decisões cruciais para a vida dos dois. Estava balançada e invariavelmente sentia o medo querer invadir seus pensamentos e Kate se conhecia suficiente para saber que o medo muitas vezes a impediu de escutar seu coração.

Esfregando seu corpo no dele, ela se permitiu fechar os olhos em busca do sono novamente.

A madrugada ainda persistia e mesmo com os primeiros raios de sol fazendo-se presentes na manhã, a sensação no ar era de que uma nova tempestade se aproximava e pretendia pairar sobre eles.


Continua....

Um comentário:

Marlene Brandão disse...

tomei uma surra do blog,but... Venci este danado!!!!!
No cinema? numca tentei,ta na lista.Este epi foi o inicio do pesadelo,meu Deus que filho da mae.Tenho vontade de mata-lo,pelo fato de ter plantado a semente da duvida na Beckss,enfim...
...O que alivia da sua fic sao as partes hot`s amo.
Parabens!!!!!!!