terça-feira, 7 de maio de 2013

[Castle Fic] Don't Give up on Chasing Rainbows - Cap.21


Nota da autora: Gostei muito desse epi e a troca de ordem para mim foi ótima, acredito ter contribuido melhor para a minha storyline. Eric Vaughn foi um detalhe yummie a parte mas o coração da Becks é do Castle então aproveitem o cap vamos a Still (pensem em um desafio!) LOL - Enjoy! 

Pitadas de NC-17


Cap.21

Kate acordou naquele sábado com milhares de afazeres para cumprir. Não trabalhar no sábado ultimamente tornara-se algo incomum e estava feliz por não ter que ir ao distrito hoje. Avisou Castle que iria ficar em seu apartamento pois precisava arrumar suas coisas e resolver assuntos pessoais. Na verdade, ela estava ficando pouquíssimo tempo no seu apartamento ultimamente e na próxima semana talvez não fosse diferente portanto precisava se organizar. Depois de uma pequena faxina, ela tomou um banho rápido e selecionou algumas roupas para levar ao apartamento de Castle. Apesar de ter roupas lá, precisava variar um pouco. Quando tudo estava em ordem, ela pegou o celular e saiu com uma pequena valise.

Ao invés de ir para o apartamento diretamente, ela passou numa cafeteria e tirou um momento para saborear um café. Desde a semana passada quando Castle apareceu de surpresa no seu apartamento para dormir com ela, Kate vinha pensando em fazer uma surpresinha para ele. Depois de rever suas opções acabou ficando com algo simples, apenas um pouco de sedução e pouca roupa já seria suficiente em sua opinião. Saiu do café e passou no mercado para comprar alguns ingredientes para fazer um jantar para ele.

Chegando no apartamento dele encontrou-o escrevendo em seu escritório. O lugar era apenas deles o que ajudava ainda mais os planos de Kate. Viu-o concentrado olhando a tela do notebook e sorriu. Foi até ele abraçando-o no pescoço, beijando-lhe o rosto e acariciou os ombros.

- Está muito concentrado, alguma cena difícil para Nikki?

- Um pouco, apenas uma cena com muitos detalhes para escrever...

- Uma cena de sexo? – ela riu

- Não, uma perseguição apesar que logo terei que escrever uma dessas também.

- Ótimo, vou deixa-lo escrever e preparar um jantar rápido para nós, me chame se precisar de ajuda na cena steamy... – ela piscou para ele.

Kate se entreteu na cozinha e preparou uma macarronada rápida para eles. Castle se juntou a ela e comeram saboreando um bom vinho tinto. Ela perguntou sobre a escrita e ele confirmou que conseguira terminar a cena e que agora daria uma parada por hoje, precisava descansar a mente. Ao terminarem, ele foi para a antesala de seu quarto onde ficavam TV e videogame e Kate foi arrumar a cozinha.

Meia hora depois, ela saia do banheiro vestindo uma das camisas azuis dele, um soutian preto rendado e os cabelos divinamente espalhados pelos ombros. Estava disposta a seduzi-lo. Ouviu a voz dele conversando com alguém e pelo barulho deduziu que ele estava no Xbox. Isso não era problema para ela.

- Agora está morto, engula essa! Quer mais? Venha pegar, parceiro. Porque tenho algo especial para você.

- E eu também tenho algo especial para...você – e ela apareceu com a camisa entreaberta mostrando detalhes do soutian, remexendo os quadris e jogando o cabelo para ele, nada podia ser mais sensual que Kate Beckett se insinuando para ele, podia?

- Isso não parece tão bom – hum, parece que não ia ser tão simples.

- O quê? Castle...

- Para de se esconder,Patel, e ganhe como um homem de verdade.

- Quem é Patel?

- Um garoto da Índia. Tem vencido há semanas, mas não hoje. Hoje, eu estou com tudo. Machuca, não machuca? – ele falava com o garoto pelo aparelho de Bluetooth

- É, meio que machuca – isso estava acontecendo mesmo? - Castle – ela chamou por ele com as mãos na cintura.

- O quê?

- Prefere jogar com um garoto em um mundo imaginário ou com... – ela se insinuava e oferecia-se para ele - no mundo real?

- Eu...Eu... – a hesitação dele a irritou. Não podia acreditar naquilo.

- Meu Deus!

- O quê?

- Meu Deus. Você tem mesmo que pensar sobre isso? – ela alterara a voz.

- Não. Não, não tenho que pensar – vendo a besteira que tinha feito, jogou o controle após morrer e chamou-a -  Venha aqui.

-Está brincando?

-O quê?

-Quer saber? Esqueça.

-Morri de propósito por você.

-Tanto faz – ela saiu da frente dele realmente chateada. Não acreditava que estava sendo trocada por um videogame.  

-Qual é! O quê? Não, não é minha mãe. É pior. Sim, até quinta-feira.

Logo hoje que ela queria tanto retribuir o carinho dele da noite de alguns dias atrás. Entrou no banheiro, tirou a camisa e vestiu uma calça de moleton e uma camiseta frouxa. Escovou o cabelo e prendeu-o num rabo de cavalo. Saiu do banheiro e deitou-se na cama puxando o edredon até a cabeça. Somente não fora embora para seu apartamento porque já passava das dez da noite e estava realmente cansada. Iria dar um gelo nele. Castle se aproximou dela, viu que da forma que deitara não ia querer falar com ele. Suspirou. Ele se arrumou para dormir e deitou-se ao lado dela.Aconchegou-se ao corpo dela e carinhosamente tirou o lençol e acariciou a pele do braço. Ela não estava dormindo mas também não estava pronta para dar o braço a torcer tão rápido. Não que estivesse com raiva dele e fosse fazer uma cena ou uma tempestade em copo d’agua, apenas gostaria de ter aproveitado melhor a noite e não ficar com a sensação de que ele não a valorizava. Sabia das manias de Castle e suas nerdices mas nem por isso deveria aceitar tudo de maneira tão fácil. Ainda não acreditava que fora colocada para  escanteio por conta de um jogo.

- Kate...sinto muito. Fui um idiota – vendo que ela não falara nada, ele continuou – fui pego de surpresa, não esperava – ele beijou o rosto dela, o ombro e colocou o seu braço ao redor da cintura dela – sei que você não está dormindo, então acredito que você esteja chateada com toda razão. Quantas vezes eu te pedir desculpas, não justificaria minha atitude. Diga o que você quer Kate...qualquer coisa.

- Castle a única coisa que quero agora é dormir, tenho que trabalhar cedo amanhã,apesar de ser domingo estou de plantão. E não estou com raiva apenas sem cabeça para falar sobre isso. Vamos dormir, por favor.

- Tudo bem, mesmo assim desculpe, Kate.

Ela suspirou. Sabia que ele estava mal com a situação, isso era bom talvez o fizesse pensar um pouco sobre a relação deles.  Mas o trabalho não a deixou dormir sobre o problema. Ela não viu o celular vibrar com a mensagem. Castle que não pegara no sono tão rápido foi quem notou. Tinha um novo caso. Ele levantou e decidiu preparar algo para ajuda-la a enfrentar o caso melhor. Castle a acordou com beijinhos e mostrou o celular. Kate sabia que teria uma longa noite pela frente. Tentou esconder dele um sorriso, conseguiu até o momento que ele a brindou com uma caneca de café sobre a mesa com um post-it colado nela e escrito “Sorry doesn’t erase it but can coffee make it better? ILY RC”

Ela olhou para ele mordendo o lábio, pensando se deveria ceder a isso, talvez não totalmente. Ainda tinha uma dúvida pairando na sua mente. Mas Castle sabia como deixa-la mole novamente, o uso das palavras e o café como uma espécie de chantagem, como ela podia resistir a isso? Ele a observava quieto sentado a beira da cama. Ansioso por consertar as coisas. Ela esfregava os dedos na caneca de café, queria poder ler os pensamentos dela. Aproximou-se e colocou suas mãos sobre os ombros dela massageando-os levemente. Inclinou o corpo para o lado a fim de olha-la nos olhos.

  - Kate, tudo bem? Olhe, sei que fui um idiota, dumbass, bundão... não acontecerá novamente. Você apenas...desculpe!

Ela ergueu a caneca de café até os lábios. Sorveu o liquido quente. Olhou para ele.

- Castle... – sorriu – está. E você foi um idiota e bundão por acabar com a minha noite, nossa noite. Mas, passou – ela tocou a mão dele – café parece curar tudo entre nós não? Pelo menos, ajuda – ele sentou ao lado dela, pegou a mão e levou aos lábios.

- Me perdoe...

Ela terminou o café e beijou-lhe os lábios antes de se levantar para se arrumar. Ele foi atrás sabia que ela estava maquinando algo naquela cabecinha e também sabia que precisava recompensa-la. Kate queria se concentrar no caso, era nisso que pensava enquanto se arrumava e explicou para ele que deveriam se apressar. Quando a viu pronta, suspirou. Na surpresa, ele a tomou nos braços beijando-a. Ao quebrar o beijo, ela abriu o sorriso. Ele estava preocupado, isso era bom.

- Castle... vamos trabalhar.

No caminho para a cena do crime, Castle porém ainda a observava. Ele estava preocupado sim, especialmente porque ela não disse que o perdoara. Pediria desculpas quantas vezes fosse preciso. Saíram do carro e mais uma vez, ele se justificava. Desse vez, Kate decidiu dizer o que pensava para ver se terminavam de vez esse assunto e viravam a página.    

- Desculpe! Sabe como fico quando estou jogando. Eu estava em combate. Era como Gretzky.

- Ao menos Gretzky sabia como pontuar.

- Essa doeu. Certo. Novamente, eu sinto muitíssimo. Você me perdoa?

- Castle, não faz muito tempo quando eu vestida com uma roupa sexy receberia... uma resposta imediata sua.

- Está dizendo que não estou te valorizando?

- Não sei, Castle. Está? – pronto! Jogara a bomba e não se sentia mal por isso era o que precisava dizer.

- Pessoal, a vítima está aqui – disse Ryan sinalizando o caminho a eles - Seu nome é Arthur Felder,54 anos. É um rico investidor de risco. A testemunha disse que ele deu uma mordida no pombo e mergulhou o nariz no prato.

- Então não foi uma reação alérgica? – perguntou Beckett.

- Não há sinal de anafilaxia, mas as pupilas dilatas e o excesso de saliva sugerem alguma substância estranha.

- Ele foi envenenado – disse Castle.

- Parece, mas só terei certeza com exame toxicológico.

- Quantas pessoas acessam o prato até ser entregue?

- Esposito está verificando agora.

- Aquele é o Eric Vaughn? – Castle foi o primeiro a notar o homem famoso no recinto.

- Sim. Ele fazia parte do jantar comemorativo da vítima.

- É aquele inventor bilionário?

- Ele mesmo.Inventor, inovador, e número 8 na minha LUC.

-LUC?

-Lista da Última Ceia. Você e uma mesa de 12, qualquer um da história – mesmo sem ninguém o perguntar ele se apressou em responder e Beckett pensou que isso podia tornar as coisas interessantes - Que bom que perguntou. Em ordem: Lincoln,Einstein, Ian Fleming, John Lennon, Joana D'Arc, Sinatra... – ela olhava para ele já sabendo que seu nome não apareceria na lista principalmente pelo fato dele ter dito em ordem afinal ela deveria ser a primeira. E então ele se tocou - E você, é claro.

- Tarde demais, Castle – mais uma bola fora, a algum tempo atrás ela era #1 na lista de desejos dele a se realizar, agora que a tinha o que realmente significava? Melhor não pensar nisso agora Kate disse a si mesma. Ela seguiu para falar com as outras testemunhas, Castle a seguiu.

- Então, quem fez a reserva?

- Eu fiz, uma semana atrás.

- Alguém sabia que o sr. Felder estaria aqui hoje?

- O escritório dele, mas não sei para quem mais falaram. Beckett viu o bilionário no celular e realmente queria saber mais detalhes sobre o jantar, chamou por ele. 

- Sr. Vaughn? – ele apenas ergueu o dedo indicador e continuou falando ao celular, Beckett detestava esse descaso.

- Hey, com licença! É uma investigação de assassinato. Precisarei de toda a sua atenção.

- Sinto muito. Era meu piloto. A família do Arthur está no Caribe. Estava combinando de trazê-los para casa.

Ops! Bola fora, Kate. Até Castle a olhou estranhando e ela disse algo para se redimir.

- Isto é muito generoso de sua parte, sr. Vaughn.

- Por favor, chame-me de Eric. E você é?

- Detetive Kate Beckett – apertaram as mãos.

- E eu sou Richard Castle.

- O escritor? Minha mãe adora seus livros.

- Vou te dar uma cópia autografada.

- Quão bem você conhecia nossa vítima?

- Nós fazemos negócios há muitos anos. Mas receio que não éramos próximos.

- Ideia de quem o queria morto?

- Nenhuma. Isso tudo é terrível.

- Beckett – Esposito a chamava.

- Com licença.

- É claro.

- Normalmente, só um garçom é responsável pelas entradas, mas, neste caso, pode ter sido alguém de fora. Havia uma porta da cozinha aberta e a perícia achou esta roupa de garçom na lixeira.

- Mande a polícia examinar a área, também quero interrogar os funcionários da cozinha.

- Certo.

Ela disfarçadamente checava o jeito de Eric conversando com os outros. Ele era charmoso e lindo. Sim, era alguém que admirava e com aquele sotaque... mas Castle também percebera que ela o observava e certamente estava doido para comentar algo.  

- O quê?

- Parece que Vaughn está na sua lista também.

- As coisas que percebe quando presta atenção, Castle.

Ouch! Mais uma alfinetada. Isso ainda ia demorar para ser esquecido pensou Castle.

De volta ao distrito, eles interrogavam o pessoal da cozinha. Ryan colhia depoimentos enquanto Esposito atualizava Beckett e Castle sobre a vida da vítima. 

- Parece que a vítima, Arthur Felder, não era dos caras mais pacíficos. Fez sua fortuna com aquisições hostis. Algumas semanas atrás, fechou uma indústria em Newark e vendeu por partes.

- Diz aqui que 200 pessoas perderem o emprego – disse Beckett checando o relatório que ele lhe dera.

- De acordo com o assistente dele, receberam ameaças de morte após anunciarem o fechamento.

- Especulador corporativo fecha uma indústria química e acaba comendo grama, neste caso, pombo envenenado. É poético, diabolicamente falando – comentou Castle.

- Castle e eu falaremos com Lanie para ver se há uma ligação entre o veneno e a fábrica. Por que não olham a lista de pessoas que ameaçaram e veem se alguém estava perto do restaurante?

- Agora mesmo.


No necrotério


- Desculpe. Não bate com nenhum dos químicos fabricado pela indústria.

- Com o que ele foi envenenado? – perguntou Castle.

- Algo exótico o bastante para não aparecer no químico e ser desconhecido na avaliação toxicológica. Estou fazendo mais testes, mas posso dizer com certeza que foi algum tipo de agente paralisante. Falando em agente paralisante... Posso dizer... Eric Vaughn?

- Vê, Castle? Ele está na lista de todos.

- Sim, sim, ele é bastante impressionante – ele concordou.

- E lindo – Beckett completou com um olhar perdido de admiração.

- Não esqueça rico. E o sotaque? Querida...

-Eu sei – ela concordou com Lanie o que pertubou ainda mais Castle.

- Tudo bem! Certo. – ele meio que elevou a voz e não saiu no tom que gostaria, ele limpou a garganta e continuou já com a atenção das duas mulheres voltadas a ele - Eu admito, certo, assim como os homens inferiores aspiram ser eu, ele é quem os "eus" do mundo aspiram ser – queria acabar com aquele papo o mais rápido possível antes que Lanie colocasse ideias na cabeça de Kate - Mas isso não ajudará a resolver o assassinato de Arthur Felder.Descobrir o veneno usado, irá.

-Posso dizer o seguinte, seja qual foi veneno, foi sintetizado quimicamente e de ação muito rápida.Os cogumelos que ele estava comendo nem chegaram ao estômago.

- Obrigado. Espere. Cogumelos? Eu vi o cardápio.Os cogumelos são servidos com a codorna, não com o pombo.

- Está correto.Mas Ryan disse que Felder pediu o pombo. E eles voltaram ao distrito para checar essa história direito. O garçon estava na frente deles sendo  interrogado.

- Sim, é a minha letra. E está aqui na comanda.Sr. Felder pediu o pombo.

- Temos razão para acreditar que ele comeu a codorna – disse Beckett.

- A codorna envenenada, Lucas.Por que ela lhe foi servida? – insistiu Castle.

- Não. Devo ter cometido um erro.Estou aprendendo o novo cardápio e a codorna com cogumelos parece com o pombo com alcachofras.E o Chefe estava gritando.

-Então misturou os pedidos.

- Meu Deus – o rapaz estava desolado.

- Se Felder pediu o pombo, quem pediu a codorna? – perguntou Beckett.

- Aqui está – disse Lucas checando suas anotações - A codorna deveria ir para Eric Vaughn. Beckett arregalou os olhos e virou-se para Castle.

- Felder não era o alvo pretendido.Eles queriam matar Vaughn – ele concluiu.

Beckett chamou Vaughn ao distrito. Em uma sala ela explicava suas últimas descobertas.

- Quer dizer que o veneno era para mim?

- Parece que sim.

- Meu bom Deus. O que vou dizer para esposa de Arthur?

- Sr. Vaughn...

- Eric, por favor.

- Eric. Entendo sua preocupação, mas, agora, precisamos focar em você. Sabe de alguém que quer você morto?

- Não, mas não se chega onde estou sem fazer inimigos. Quando minhas inovações têm sucesso, significa que a de outra pessoa falhou. E, sendo conhecido, as pessoas querem coisas de mim ou ficam com raiva por coisas que não controlo.

- Parece que ser Eric Vaughn tem seu preço – ela comentou.

- Não me entenda mal. Não estou reclamando. Sei que enfrenta situações piores todos os dias.

- Quando alguém está tentando te matar, acho que tem todo o direito de reclamar. E recentemente? Recebeu alguma ameaça?

- Não que eu saiba. Mas, se meu pessoal acha que não é séria, eles não se incomodam de me contar. Minha assistente, Petra, dará o arquivo a você.

- Precisaremos do máximo de informação.Funcionários descontentes, concorrentes com raiva, ações judiciais, coisas desse tipo.

- Tudo o que precisar. Detetive, quem quer que fez isso ainda está solto. Não seria loucura imaginar que talvez tentem de novo.

- Não. Não, não seria. Posso designar alguns policiais para você, mas acho que, até acharmos quem está por trás disso, talvez considere contratar segurança particular.

Castle observara a conversa calado e à distância o jeito como Vaughn parecia olhar para Beckett. Se bem que não poderia culpá-lo. Ela era uma mulher linda, de tirar o fôlego e lembrou-se do que ele fizera mais cedo essa noite. Não era à toa que ela falara sobre a forma como antes bastava um olhar. Claro que isso não mudou, ele só deixara seu comportamento idiota estragar tudo. Chamou-a para um café. Beckett estava sentada esperando ele dar a ela uma xícara da bebida.

-E aqui está.

-O que é isto? – ela reparou o desenho de coração feito com o café e não pode deixar de sorrir.

- Apenas eu te dando o devido valor.Sobre o que falaram lá, você e Vaughn?

- Falávamos da investigação, sobre os próximos... Espere, isto é... – ela olhou para ele e percebeu o que acontecia - Você está... Esse é você com ciúmes? – tinha que admitir que era bom vê-lo assim.  A carinha de felicidade dela era mesmo admirável.

- Ciúmes? – Castle pensou em negar mas ela o olhava de um jeito surpreso e tão lindo que tinha que admitir estar se roendo - Sim. O cara ganhou o prêmio MacArthur. Sabe para quem dão esse prêmio? Gênios. Está bem? Ele tem uma empresa levando água à África e outra que pode até curar o câncer. Então, sim. Quando está sozinha em uma sala com ele,tenho um pouco de ciúme. E eu vi como olhou para ele.

- Meu Deus, Castle. É Eric Vaughn.Eleito uma das 100 pessoas mais interessantes do planeta.Claro que vou babar um pouco. Como você faria se Bar Refaeli entrasse aqui – ela estava satisfeita por ver que ele ficara mexido com tudo isso - Mas é irrelevante.

- É, tem razão.Mas é que...O cara é impressionante.

- Mas ele não é você – ele a olhou intrigado, talvez não esperasse ouvir isso depois de todas as suas ratadas - Além disso, o cara pode ter a mulher que quiser.Ele não está interessado em mim.

Castle suspirou e pensou consigo, oh Kate como pode pensar isso? Será que você se vê da mesma forma que a vejo no espelho? 

- E não é?

- Certo,falei com o Comissário e ele concordou em fornecer proteção especial a Vaughn – disse Gates que adentrara a copa sem pedir licença.

- Ótimo. Eu gostaria de recomendar alguns policiais para o serviço.

- Não. O sr. Vaughn requisitou você – e apontou para ela que arregalou os olhos.

- Ele o quê? – Castle não estava acreditando nisso.

- Senhora, sou detetive de homicídios,não uma guarda-costas.

- Acredite, eu sei. Mas isso vem direto do Comissário.

- Por que Vaughn não contrata um exército particular? Ele pode bancar.

- Não sei o porquê, sr. Castle.Só sei quais são as minhas ordens.Ele quer a detetive Beckett e somente Beckett. E saiu da sala.

- Ele pode fazer isso? – Castle perguntou dela.

- Acho que acabou de fazer – disse Beckett não gostando nem um pouco dessa ideia.

Enquanto ela fora discutir alguns pontos com Gates, Castle aproximou-se dos rapazes e com o ar de preocupação contou a eles o que acabara de acontecer na esperança que eles o acalmasse.

- Beckett andando com Vaughn? Claro que você deve se preocupar – Esposito colocava mais lenha na fogueira - Ele já pegou metade do Top 100 Gostosas da Maxim. Ao contrário do seu, o helicóptero dele é de verdade.

- Não dê ouvidos a ele,Castle.Beckett é fiel a você e não vai cair no charme dele.

- Sério? – Espo provocou - Deixaria Jenny andar com ele?

- Nem pensar! Não a deixaria perto.

- Obrigado. Está bem, mas não estou preocupado.Não estou, certo? – os olhares dos rapazes eram de incrédulos - Eu só...Não acredito que o Departamento está forçando-a a andar com um rico mulherengo contra a vontade dela.

-Sim, inacreditável – Ryan ironizava.

- Ela nunca fez isso - Espo sacaneava  afinal não era exatamente o que acontecia com Castle? .  

- Sabem o que precisamos fazer? Solucionar rápido este caso, certo? Se pegarmos logo o assassino,logo a afastaremos de Vaughn.E a roupa de garçom encontrada no beco?

- A Perícia procura por evidências – respondeu Ryan - Sem fibras ou digitais nos botões.

- Não. Faça-os repetir – ele usava um tom de ordem - Quem usava a roupa é o assassino.

- Já fizemos isso antes.

- Fizeram?

- Castle! Relaxe. Podemos ter outra pista.Policiais pegaram um mendigo no mesmo beco onde acharam a roupa.Ele pode ter visto algo.

-Por que não falamos com ele?

- Porque agora ele está bêbado. Vendo em dobro.Podemos ter uma descrição quando ele ficar sóbrio.

- Deixem comigo.

- Como assim? Onde vai?

- Fazer o melhor café que ele já tomou – e saiu apressado deixando os meninos observando-o. Ryan ria da situação.

Sim, Castle já admitira a si mesmo que estava sendo corroído pelo ciúme. Detestava a ideia de Kate sozinha com aquele homem. Tinha que encarar a realidade, Eric Vaughn era charmoso, bonito como ela mesma afirmara e bilionário. Ela poderia sentir-se balançada por ele, não era uma questão de confiança porque ele sabia que Kate era fiel a ele porém comparativamente, Eric podia ter uma certa vantagem sobre ele não? Fisicamente com certeza, também sabia que o cara tinha lábia e ela estava ainda se recuperando da burrada que ele mesmo causara. Suspirou. Preparou o café forte e entregou para o mendigo forçando-o a tomar. Fez o mesmo. Ele precisaria de toda a energia que pudesse para desvendar esse caso o mais rápido possivel. Enquanto observava o mendigo beber o café, lembrou-se das palavras dela “Mas ele não é você.” Sei que não Kate, pensou, porém isso não o impedirá de tentar chamar sua atenção. Ele bem sabia do que Vaughn era capaz, afinal ele já fora um bachelor como ele antes.   

Beckett caminhava pelos corredores da empresa de Vaughn ao lado dele claramente expressando sua opinião.

- Isso é um grande erro.A melhor maneira de te manter vivo é eu sair daqui e pegar o cara por trás disso.

- Você se subestima,detetive. Aposto que pode fazer os dois.

- Quer apostar sua vida nisso? Você nem me conhece – ela não estava nem um pouco satisfeita com a situação de babá de milionário e algo nisso tudo não fazia sentido.

- Conheço o suficiente.Você se formou como a primeira da turma.É a mulher mais jovem da Polícia de NY a virar detetive. Ninguém encerrou mais casos do que você no Departamento.No início do ano, quebrou protocolos para salvar a vida de um senador.Tem ideia do quão extraordinária você é? Não tem, não é? Se tem alguém que pode me proteger, é você.

Beckett ficou atônita diante das palavras dele. Quem é esse cara? Porque ele sabe tanto da minha vida? Porque esse súbito interesse? Algo não se encaixava. Ele chegou agora de paraquedas e já pensava que a conhecia? Intrigada, ela decidiu se manter alerta o máximo que podia afinal, Lanie tinha razão, era Eric Vaughn e admitia, ela tinha um fraco por sotaque britânico. Pare, Kate. Você não deveria pensar nisso.  

- Boa tarde, Eric.Aumentamos a segurança,mas precisamos falar sobre Mexisolar.

- Detetive Beckett,David Anderson, meu advogado.Ela está cuidando de mim. Dê a ela o que precisar.

- Se ele der trabalho,faço-o atender investidores o dia todo.

- Posso aceitar sua oferta – ele sorriu e ela também.

- Eric, é importante manter a Mexisolar produzindo se quiser lançar o Q-3.

- Detetive. Fiz um resumo do portfólio de nossas empresas, como pediu,junto às queixas contra elas ou o sr. Vaughn.Conversamos em 1h?

- Sim, seria ótimo. Obrigada – o celular dela tocou - Oi, Lanie. O que há?

- A sua causa da morte.O veneno foi sintetizado quimicamente para virar uma arma similar ao composto orgânico saxitoxina.

- Saxitoxina?

- Isso. Geralmente ocorre em frutos do mar,mas não esta versão. Quem criou isso teve acesso a um sofisticado laboratório e esse foi supercarregado. E por falar em supercarregado, é verdade que você está com Eric Vaughn? – vendo que a amiga não respondera, ela continuou - Kate, eu sei que você ama Castle e tudo, mas, amiga...

- Tchau, Lanie – Beckett a cortou. O que há de errado com esse povo? Primeiro Castle e agora Lanie?

- Tchau – Lanie começou a imitar um sotaque britânico - Olá, Lanie. Sou Eric Vaughn. E acho que você é absolutamente encantadora. E Lanie permaneceu em seu dialogo fictício com Eric, falando sozinha e em voz alta andando pelo salão do necrotério. De repente, ela parou e desatou a rir – Acho que estou inalando muito formol... – e balançando a cabeça, suspirou e voltou a se concentrar no corpo a sua frente.

Beckett dividiu a informação com Vaughn na espera de encontrar algo com que pudesse trabalhar. Deu certo.  

- Saxitoxina?

- Sim, você conhece?

- O grupo Vaughn se juntou ao laboratório da Universidade para desenvolver a próxima geração do antídoto destinado à toda classe de neurotoxinas – o advogado explicou.

- E já tiveram problemas com alguém do laboratório?

- Cindy – disse a assistente que se aproximara.

- Quem é Cindy?

- Cindy Paralti, nossa pesquisadora chefe – Beckett olhava para ele, sabia que havia mais na história, ele continuou -  Meses atrás, nos apresentamos em um conferência em Singapura. Bebemos um pouco e...

- Acabou mal. Entendi.

- Na verdade, começou mal.Ela tinha sentimentos profundos por mim,os quais eu não compartilhava, então, quando eu rejeitei, ela não reagiu bem.

- Ele está sendo educado – disse a assistente - Ela bancou a "Atração fatal" por umas duas semanas – deixou a pasta na mesa e saiu. Beckett percebeu a reação de Vaughn.

-E você ainda trabalha com ela?

- É uma pesquisadora talentosa – ele pensou e falou - Detetive, somos todos enganados pelos nossos corações às vezes.Mas isso não deve acabar com uma carreira. Ela tinha dúvidas disso. 

- Também não deve acabar com uma vida – retrucou ela - Onde a Cindy mora?

- Próximo dos laboratórios no sul de Manhattan.

- Na cidade, então...perto do restaurante. E com acesso à saxitoxina – para Beckett, ela acabara de achar um suspeito e Eric percebeu. Pediu aos rapazes para leva-la ao distrito e interrogarem-na.

Ryan perguntara a ela se conhecia a substância e Cindy confirmou como não poderia com seu PhD em química pelo MIT? E afirmou ter trabalhado com saxitoxina em vários laboratórios.  Quando tocaram no assunto Eric Vaughn, ela mudou. Questionada sobre rancor ou mágoa, ela  comentou que fora doloroso mas já superara.  Mas Espo não se convencia tão facilmente.  

- É mesmo? Porque não tem sido o seu padrão.Há medidas restritivas de 3 namorados contra você.Você arranhou carros,furou pneus.Típico de uma música da Carrie Underwood.

- Sabe o que ela nunca cantou? – falou Ryan em uma espécie de conversa pessoal com Espo.

- O quê?

- Envenenar com uma neurotoxina química aprimorada – continuou Ryan - Eric Vaughn sobreviveu.Mas alguém que estava com ele não teve essa sorte.

- Alguém tentou matar Eric? – ela ficou preocupada e então entendeu que suspeitavam dela - Não. Eu nunca faria isso.

- Sra. Paralti,você teve acesso à toxina – disse Esposito.

- Onde estava ontem à noite,Cindy? – perguntou Ryan.

- Na ópera."Madame Butterfly".Podem conferir.

Castle quase não conseguiu abrir a porta da sala - Tenho algo - Estava meio elétrico, os rapazes notaram ao sair da sala e caminharem com ele pelo distrito.

. Após 2 copos de café, um latte e 3 expressos, o mendigo,sr. Hazelton,finalmente, ficou sóbrio. Disse que viu quem escondeu a roupa na lixeira. Alguém vestido de ajudante.

- Espere. Não foi alguém de fora? E sim quem trabalhava no Iago? – perguntou Esposito.

- Isso. Então lhe mostrei fotos dos funcionários e ele apontou para este cara.Cory Harrison.

- Eu interroguei este cara – disse Ryan - Tentou jogar a culpa em outro.

- Mentiu, fazendo parecer que foi alguém de fora, não ele.

- Por que envenenar o Vaughn? – perguntou Espo.

- Vamos perguntar a ele – disse Ryan.

- Café? – ele estava agitado.

- Não.

- Eu também deveria parar – disse Castle se balançando todo - Só mais um. Ryan e Espo se entreolharam, definitivamente ele estava enlouquecendo. Os dois foram até o apartamento de Cory para pressiona- lo. Esposito já ia bater na porta quando viu algumas penas voarem pela fresta. Arrombaram. 

-Polícia!

-Polícia! – aparentemente não havia ninguém no apartamento – Aqui – disse Ryan - Parece que alguém chegou primeiro. Chamaram Lanie e a equipe do CSU. Ela já fazia seu exame preliminar quando Ryan se aproximou espirrando.

- É alérgico?

- Sobreviverei,ao contrário do Cory Harrison. O assassino usou o travesseiro como silenciador do pobre homem. Também não há sinais de entrada forçada. Talvez, ele conhecia o assassino.

- Ele também sabia o que estava por vir. Achei ferimentos de defesa nos punhos do sr. Harrison. Mas é tudo que encontrarei. Alguém lavou suas mãos com água sanitária.

- Acabando com o DNA e com qualquer prova? O atirador parece um profissional.

- E acho que sei porque ele esteve aqui – Esposito mostrou um frasco do que poderia ser o tal veneno. Entregou a Lanie e tratou de avisar Beckett sobre o ocorrido. De volta ao distrito, ela e Castle foram direto para a sala de Gates esperar por ela. A capitã logo surgiu com a resposta que queriam.

- O laboratório confirmou. O frasco no apartamento do Cory Harrison contém a toxina que matou o Felder.

- Usaram-no para envenenar Vaughn e então se livraram dele – disse Castle.

- Alguém na vida do Harrison,família, contas ou trabalho, é a chave para quem está atrás disso – concordou Beckett.

- Talvez alguém no restaurante saiba algo. Devemos voltar lá.

- Não, você e os rapazes voltam,sr. Castle. Beckett vai ao Hotel Fairwyck.

- O que tem no Fairwyck? – ele perguntou a Beckett que também não sabia de nada.

- Eric Vaughn – respondeu a capitã - Enquanto o assassino estiver à solta,ele ficará em um lugar seguro. Ele reservou a suíte presidencial e, até pegarmos quem está por trás disso tudo,você ficará lá com ele.

- Na suíte presidencial? – Castle estava odiando isso e Beckett boquiaberta.

- Senhora, é sério? – ela não queria acreditar nisso - Quer que eu fique de babá dele?

- Ele insistiu.Pelo visto, você causou uma impressão e tanto. Castle olhou para ela nada feliz com a novidade. Beckett estva se sentindo acuada e extremamente incomodada com essa situação.

- Senhora, eu... – mas Gates a cortou.

- Detetive,sei como você se sente,mas quem matou aquele garçom é um profissional,ou seja, ele pode atacar de novo, e eu não vou perder um dos homens mais influentes do mundo sob meu comando.

Castle saiu da sala com raiva. Beckett olhou para sua superior ainda expressando indignação. Ótimo! Agora ainda teria que lidar com o mal humor e as crises de ciúmes de Castle. Definitivamente, esse não era um bom dia. Ela o viu sentar na cadeira dele.

- Uma coisa é o seguir para todo canto,outra, é ir morar com ele.

- Castle,não vou morar com ele.Só estou fazendo meu trabalho.

- Certo.

-Você não confia em mim – agora as coisas começavam a fazer sentido.

-Não. É claro que confio.

- Não confia, não.É essa a questão – Deus! O que estava acontecendo com eles? - Senão,não seria um problema. Ela o olhava e não dizia nada. Não queria brigar com ele, não agora. Eric apareceu no salão chamando por ela.

- Podemos? – ao ouvir a voz dele, Castle virou-se para fita-lo.

- Claro – ela respondeu e saiu sem se despedir dele. Assim que ela saiu, ele levantou-se da cadeira e foi atrás dos rapazes. Encontrou-os calmamente voltando da copa tomando café. 

- Pausa para o café em um momento desses? Sério?

-Qual é o seu problema?

- Ligue para a Jenny e você, para quem quer que seja,porque não iremos para casa até resolvermos o caso. Certo? Vamos ao restaurante conseguir algumas respostas - e passou com pressa por eles  que sequer deram atenção a ele. Castle voltou atrás deles - Estou falando sério.


No hotel Fairwick...


- Este é o melhor esconderijo que já vi – disse Beckett.

- Se alguém tenta te matar,pode tirar vantagem disso, não? – ele abriu um sorriso galanteador pro lado dela. Ela retribuiu o sorriso para ser educada mas Beckett começou a perceber o que ele estava querendo fazer.

- Eu deveria ir trabalhar. E Beckett sentou-se numa mesa e começou a analisar a papelada. Manteve-se ocupada procurando por qualquer um que pudesse caracterizar um suspeito. Queria manter o foco no trabalho para evitar pensar nas outras coisas que estavam incomodando-a. Achando uma possível pista, confrontou-o.

- Quando falou pela última vez com Jeff Sussman?

- Não é Sussman.

- Mas você o demitiu e ele foi acusado de desvio de dinheiro.Parece suspeito para mim.

- O cara fez besteira e pagou por isso.Mas coloquei a mãe dele em uma casa de repouso.Jeff ficou agradecido.Não foi ele. Nesse momento, a campainha toca. O instinto de detetive aflorou nela. 

- Está esperando alguém?

- Tomei a liberdade de pedir serviço de quarto – ele se encaminhou para a porta mas Beckett o impediu. Abriu a porta.  

- Boa noite, senhora. Posso entrar?

- Na verdade, não. Desculpe – e fechou a porta - Pelo jeito que Felder foi morto,prefiro que meu pessoal visse a preparação da comida.

- Posso, ao menos, pegar o champanhe? – perguntou Eric já pegando na maçaneta da porta - Está lacrado.

- Pode. Claro. Com licença – pegou a garrafa, os copos e entregou uma nota de usd 100 - Aqui.

- Obrigado, senhor. Fechou a porta. Percebeu o gesto dele que considerou arrogante.

- Farei com que tenhamos comida aqui.

- Está tudo bem.Temos o essencial. Quer uma taça?

- Não, obrigada.Estou de serviço.

- Leva seu trabalho muito a sério – ele fala enquanto abre a garrafa - Gosto disso em você. Faz com que me sinta seguro – e se atrapalhou com a rolha do champagne deixando-a atingir o olho.

- Minha nossa! – Beckett se assustou e foi até ele - Você está bem?

- Estou. Acho que vai ter que me proteger de mim mesmo. Ela achou graça e riu.

- Vou pegar um pouco de gelo.

Enquanto isso, no restaurante Castle e os rapazes buscavam respostas. O Chef do restaurante estava muito chateado com tudo isso por causa de Cory estava sofrendo muito com o departamento de saúde. Castle pediu a ajuda dele pois quem o matou certamente é o assassino. Perguntou se notara algo estranho no dia do envenenamento. O Chef declarou que estava atrasado, isso era motivo de demissão.  

- E por que não fez isso?

- Por causa do olhar dele.Parecia que ele tinha visto um fantasma.Algo aconteceu naquele dia.Algo ruim.

De volta ao hotel, Beckett trazia a gelo.

- Aqui. Deve ajudar com o inchaço – ela colocou o gelo enrolado numa toalhinha sobre o local machucado.

- Mas não com o meu orgulho. Leva jeito,você poderia ser médica.

- Eu? Não, não. Uma advogada, talvez. Estava estudando para isso. Poderia ter representado você no caso contra a rolha – ela brincou e de repente se viu gostando da conversa.

- Mas, ao invés disso, tornou-se policial – ele jogou verde para ver o que mais podia descobrir sobre a bela detetive, ele estava fascinado por ela.

- Alguém próximo a mim foi assassinado e isso...mudou as coisas e me mudou.

Então essa era a história dela. Uma mulher como ela não poderia estar ali por escolha. Feliz por ver ela se engajar na conversa, começou a falar de si. Tinha um objetivo e achara um meio de alcança-lo. 

- Era para eu ser arquiteto.Sério. Minha irmã morreu quando eu estava na faculdade. Um doença no coração. Então desisti e inventei uma nova válvula de coração.Foi minha primeira patente. É incrível como o destino muda vidas, não é?

Beckett se viu envolvida pela conversa. Não podia seguir assim. Ela estava se abrindo com ele, contando coisas que não devia.

- Tenho que voltar ao trabalho.

- Ao menos beba uma taça de champanhe. Sofri por ela, afinal.

- Tudo bem. Sabe de uma coisa? Pensando bem...Só meia taça.

- Vamos lá. Três quartos.

- Certo – e Kate se viu mexendo no cabelo. O que estava acontecendo com ela? Era Eric Vaughn tão irresistível assim?

No distrito, Esposito atualizava a Capitã sobre o caso para então mostra-la o que descobriram.

- Falamos com a namorada de Cory. Segundo ela,ele estava bem quando saiu de casa ontem de manhã.

- Algo deve ter acontecido entre a casa e o restaurante.

- De fato, algo aconteceu.Olhamos a rotina de Cory.Quase toda manhã, ele saía de casa, pegava a filha e levava para a escola. Então ia até o ponto, pegava o ônibus até a cidade – eles entraram na sala onde Castle e Ryan esperavam.

- Capitã, está aqui. Contou para ela?

- Contei.

- Bom. São filmagens do vídeo de segurança do ponto de ônibus ontem – Castle estava empolgado - Mostre a ela.

-Sim. Mostre. Obrigado.

- É o nosso garçom Cory.Conversando com um cara. E aquele é o ônibus 10-X,mas Cory não o pegou.Ele se atrasa para o trabalho.Ele arriscou ser demitido só para falar com esse cara.

- O que sabemos sobre ele? – perguntou Gates.

- Nada. Não podemos identificá-lo – disse Ryan - Deve saber onde a câmera está.

- Certo, mas isto fica interessante – disse Castle - Como eu f...

-Esse mesmo – orientou Ryan. Com um zoom, via-se claramente o cara passar o frasco para Cory.

- Espere. Esse é o frasco de veneno – disse Gates.

- Depois que ele usou para envenenar o alimento,aposto que este cara voltou e atirou nele para encerrar o assunto – disse Castle concluindo - Ele é o seu assassino.

Eles imprimiram uma foto do vídeo e levaram até o hotel onde Eric e Beckett estavam para ver se ele reconhecia o cara.

- Eu gostaria de poder ajudá-los,mas, simplesmente,não o conheço.

- Ryan, temos de rever aquele vídeo – disse Beckett - Deve haver algo que nos ajude a descobrir quem ele é. Enquanto ela mostrava atenção ao caso, percebera que Castle fazia um varredura no quarto de hotel onde já vira as taças de champagne, a cama enorme e bem arrumada com roupas intimas de dormir sobre uma poltrona. Ela respirou fundo - Com licença – e foi até ele pois sabia que Castle já formara em sua mente uma historia totalmente distorcida do cenário. O fato de vê-lo ali a fez notar que estava agindo erroneamente. Sentia falta dele.

- Parece que vocês dois estavam se divertindo.

- Castle...

- Qual seu pijama? Longo de flanela ou um baby doll?

- Meu Deus. Você parece meu pai me vigiando no acampamento de verão.

- Eles serviam champanhe no seu acampamento de verão?

- Eu estava sendo educada. Castle, você acha que eu quero isso? – ela sussurrava - Acha que pedi para estar aqui? – tinha os braços cruzados.

- Acho que está aproveitando.

- Você sabe que queria estar com você.

- Então, talvez, eu deva ficar e nós o protegemos juntos.

- Não, não permitirei isso.Não deixarei você fazer desta investigação algum tipo de competição.Não deixe mais difícil do que precisa ser – olhando para ele pediu - Por favor.

- Certo.Mas só porque você disse "por favor". E após ele se afastar, Kate não pode deixar de sorrir, ele estava levando esse lance do ciúme muito à sério. 

No distrito, Esposito trabalhava com uma técnica em informática para descobrir qualquer coisa sobre o suspeito. Com uma análise mais detalhada do vídeo, souberam que ele era canhoto e que tinha um curativo recente no pescoço o que poderia ser uma tatuagem ou uma lesão recente. Devia estar na faixa dos quarenta anos. Ryan também acharam novas pistas. Tinha uma suspeita do porque assassinara Cory e não era dinheiro.

Pode ser algo mais pessoal. Eu investiguei na pré-escola da filha de Cory.A professora o reconheceu quando lhe mostrei a imagem.Lembra-se de vê-lo rondando a escola um dia antes.

- Você acha que ele ameaçou ferir a garota se Cory não envenenasse? – perguntou Espo.

- Isto explica ele estar chateado quando chegou ao restaurante.

-E a balística? – Esposito perguntou.

- A bala do crime está danificada,mas é combinação possível com uma do sistema.Saberemos em poucas horas.

Ao deixar o hotel naquela noite, Castle estava inconformado por deixar Beckett com o bilionário. Tinha raiva de toda essa situação e não conseguia esconder. Não era por Beckett, ao contrário do que ela pudesse achar, ele confiava nela seu problema era com ele. Tentava canalizar sua frustração para outra coisa, nesse caso os tomates que cortava para o jantar.

- Tudo bem, pai.A caixa diz algo sobre uma infusão relaxante de ervas calmantes.Enfim, é um chá calmante e você precisa se acalmar – ela despejava o chá na xícara enquanto ele destroçava os legumes com a faca.

- Como eu vou me acalmar? É Eric Vaughn.

- Pai, Beckett é louca por você. Portanto, dê a ela algum crédito, certo? É igual de quando protegeu o senador Bracken.

- Você está certa. Exceto pelo fato que, quando era o Bracken, não fizeram uma festa do pijama em um hotel de luxo.

- Vamos admitir.Compará-lo a Bracken? Eric Vaughn é como o George Clooney.

- Não. Eric Vaughn é mais sexy que Clooney – e Martha colocou mais lenha na fogueira. Ele olhou irritado para a mãe enquanto Alexis sinalizava para a avó não irrita-lo ainda mais.

- O quê? Ele é mesmo.

- Sim, e Beckett está protegendo-o no Fairwyck enquanto falamos – disse Castle nervoso.

- Eu estava lembrando ao pai que Beckett é uma profissional e comprometida ao relacionamento deles.

- Bom...Não totalmente comprometida – provocou Martha.

- O que quer dizer?

- Não há um anel em seu dedo, há?

- Eu... – e Castle não sabia como responder a colocação da mãe.

-Tecnicamente, ela não tem compromisso algum – afirmou Martha.

- Eu preciso mais do que chá – disse Castle bebendo o chá devidamente pertubado com o comentário da mãe, ela não faria isso com ele.

No hotel Fairwick, Beckett recebia uma ligação de Ryan.

- Beckett, Balística associou a arma utilizada em Cory ao assassinato de Harrison, e a mais quatro assassinatos fora do estado.

- Certo, onde ocorreram os outros assassinatos?

- Detroit, Chicago,Las Vegas e Memphis. Nunca houve evidências,mas um nome apareceu.

-Quem?

- Thomas Barber. 42 anos. Reconhecido como a conexão existente com o crime organizado em Chicago.Segundo sua ficha, ele é um freelancer agora.Vou enviar sua foto.

- Este é o mesmo cara que vimos no ponto de ônibus? – ela perguntou.

- Sim.Ele bate com altura, idade e a tatuagem no pescoço.

-Tudo bem.Coloque um alerta para ele. Chequem os voos e os manifestos dos trens,assim como qualquer outros meios de transporte para a cidade.Entendam que este cara foi contratado. Então vamos encontrá-lo para encontramos quem o colocou nisso.

-Entendi. Manterei contato.

- Certo – ela desligou e viu que Eric se aproximou muito dela - Vai ficar tudo bem.

- Eu sei que vai. Já trabalhei com os melhores e você já superou cada um deles antes de sua primeira xícara de café. Sinto-me seguro sob seus cuidados.

- Depois de me conhecer por dois dias? – o que esse cara estava insinuando?

- Não, após te conhecer por dois minutos.

- Então você acha que me entendeu, não é? – ela se afastou ficando de costas para ele, não estava gostando do rumo da conversa.

- Menos uma coisa.Você e Castle estão...

- Estamos – ela respondeu assim que virou para encara-lo.

- É sério? Como ela poderia responder isso a ele? Deveria?

- É. Pode-se dizer que é sério.

- Mas a verdade é que você não tem certeza.Senão não teria hesitado.

- Não, é apenas que...Nunca conversamos sobre isso. Apenas isso.

- Por que não?

- Porque não.

-Então ele é um tolo.

- Não, é...Apenas... É complicado – quem esse cara pensa que é para chamar Castle de tolo? Ele não o conhece, muito menos nossa história. Ela percebera que ele estava cada vez mais próximo, jogava seu charme para cima dela.  

- Kate,não há complicação em conhecer alguém como você e saber o que fazer – e então ele inclinou-se para beijá-la. Ela suspirou fechando os olhos e seus lábios se tocaram superficialmente quando ela o empurrou. 

- Não – ela disse e em segundos um tiro foi disparado sobre eles. Beckett o empurrou para o chão livrando-o dos dois outro tiros seguintes - Abaixe-se! – caiu no chão com ele.

Passado o susto, Beckett pegou o celular e ligou para Ryan pedindo a equipe da perícia e informando o que ocorrera. Ainda sobressaltada, ligou para Castle pedindo-o para vir ao seu encontro. Os técnicos já trabalhavam nas evidências, fotografando a janela por onde as balas entraram. Os rapazes já estavam no local quando Castle chegou apressado.

- Certo, embale.

- Beckett – o olhar preocupado.

- Oi, Castle. Estou bem.

- Certo.

- Certo. Obrigado, Capitã – Ryan desligou e passou a informação a eles - Vaughn já está de volta à delegacia.Gates o quer lá até encontramos outro esconderijo.

- De preferência, um sem janelas para que atiradores mirem nele.

- Parece que o tiro veio do hotel do outro lado da rua. Policiais estão procurando por Barber, até agora, nada.

- Não entendo, como ele sabia que estavam aqui?

- Talvez venha nos observando desde que Vaughn sobreviveu.

- Beckett, odeio fazer isso, mas preciso do seu depoimento – disse Ryan.

- Sem problemas.

- Certo,onde estava quando aconteceu o primeiro tiro?

- Eu estava...bem aqui – e Beckett se colocou no lugar exato.

- Certo, e onde estava Vaughn?

- Bem ali – ela indicou e já sabia o que iria enfrentar em seguida.

- Bem... aqui? – disse Ryan quase topando com Beckett.  

- Por que ele estava tão próximo? – Castle perguntou - Não entendo. Isso faria... – e então ele viu que tinha algo mais, aproximou dela - Espere um pouco. Se ele estava aí...então a bala teria atravessado sua cabeça. Como Barber errou?

- Antes do primeiro tiro,Vaughn desequilibrou-se – Beckett inventou, estaria Castle pronto para ouvir a verdade?

- Desequilibrou-se? Crianças e idosos perdem o equilíbrio. Como ele se desequilibrou?

- Não sei. Desequilibrando – ela não estava à vontade por mentir para ele. Não poderia.

- Então ele comeu o prato errado e evitou ser envenenado, então se desequilibrou no momento certo e evitou levar um tiro de um assassino pela janela.Ninguém tem tanta sorte. O que está acontecendo aqui,Kate?

- Ele me beijou.Está bem, Castle?

- Ele o quê?

- Acho que já tenho tudo que preciso aqui – Ryan sentiu que o clima ia esquentar.

- Não vou mentir para você.Estávamos falando de você,de relacionamentos,então ele me beijou.Mas não significou nada, ao menos não para mim.

- Se ele te beijou,por que não o empurrou? – ela olhou séria para ele como quem diz “sério, Castle?”-  Por isso...que ele não está morto – agora ele se sentia um tolo.

- A recepcionista do outro hotel identificou Thomas Barber.Ele estava hospedado com outro nome – disse Esposito.

- Algum sinal dele?

- Não,mas o registro telefônico mostra várias ligações para um mesmo número.Você nunca adivinhará para quem ele ligou.

De volta ao distrito, Castle e Beckett entrevistariam novamente Cindy.

- Sra. Paralti,recebemos novas informações desde a última vez que esteve aqui. Como o fato de que seu pai tinha dificuldades financeiras,chegando a dever US$ 75 mil.Ele quase perdeu a fazenda da família e, repentinamente...não devia mais – disse Castle.

- O que isso tem a ver com alguma coisa?

- Isso explicaria porque fez algo que normalmente não faria – disse Beckett.

- Como entregar uma dose letal de uma neurotoxina em troca do dinheiro que pagaria essa dívida – afirmou Castle.

- Não sei do que você está falando – então Beckett colocou um relatório na frente dela - O que é isto?

- Registro de ligações feitas por Thomas Barber,um assassino de aluguel.Ligações feitas para você.

- Olhem, por favor, eu...não sabia que ele machucaria alguém.Ele disse ser de um laboratório rival e que queriam a patente primeiro.Eu estava com raiva do Eric.E precisava do dinheiro.

-Onde se encontraram? – Castle perguntou.

-Não nos encontramos.Falamos ao telefone e deixei o frasco no local previamente combinado.

- Como recebeu o pagamento? – perguntou Beckett.

- Ele me disse para abrir uma conta no exterior.No dia seguinte, o dinheiro apareceu.

Olhando para o quadro, Castle e Beckett pensavam sobre seu próximo passo.

- Pessoal, vejam isso.O dinheiro chegou por transferência. Com Cindy, o rastreamos à empresa de energia mexicana Mexisolar – informou Ryan.

- Ouvi Eric falando disso.

- O que essa empresa tem a ver com Vaughn? – perguntou Castle.

- Ele é o dono. Na verdade,na noite do envenenamento,ele e Vaughn planejavam uma visita à empresa, pois Felder queria dobrar o investimento.

- O que estiver acontecendo deve envolver essa empresa – afirmou Beckett.

- É, mas tem mais.Quem autorizou a transferência para Cindy foi Eric Vaughn.Parece que ele está por trás disso tudo.

- Não pode ser. Nesse instante, Esposito apareceu.

- Acabei de falar com o Consulado em Tijuana.Essa empresa, Mexisolar,não existe.Eles fecharam a fábrica em Mexicali há meses – e entregou uma foto do galpão vazio.

- O quê? Isso não faz sentido – disse Beckett examinando a foto. Mas Castle já tinha toda a história montada em sua mente e a contou tomando a foto das mãos dela.  

- Au contraire, meus amigos.Pela primeira vez,isso está fazendo todo sentido.Mexisolar...é um golpe.Eric Vaughn a usou para roubar os investidores.

- Castle,Vaughn vale US$ 1 bilhão.Ele não executaria fraudes.

- Beckett, foi o que disseram sobre Bernie Madoff.E, como Madoff,é muito provável que o império de Vaughn seja um castelo de cartas. Se Felder ia visitar a fábrica da Mexisolar,ele descobriria o esquema.O castelo colapsaria.Vaughn não permitiria isso.Que melhor jeito de não ser pego do que fazer parecer ser o alvo? Não vê? – ele fez um gesto onde abrangia todo o quadro - Essa coisa toda é uma farsa – ele olhou para a foto de Vaughn e apontou - Ele é o assassino.Ele nos fez de bobos – virou-se para ela - Bom, você, principalmente.

Incrivelmente, a história de Castle tinha sentido e Beckett sentia-se mal por não ter percebido o esquema. Agora queria saber a verdade e dessa vez não deixaria o ar galante nem o sotaque perturbar seu julgamento. Chamou-o até a sala de interrogatório. Quando o viu passar, Castle não pode deixar de comentar.

- De todas as confissões ao longos dos anos,essa terá um lugar especial em meu coração.

- Castle, vou lá... – ela se levantou e ele fez o mesmo já pensando em acompanha-la mas Beckett o impediu - sozinha.

- Mas somos uma equipe.E o universo exige que eu o veja cair.

- Não, isso tem que ser sobre prender Vaughn, nada mais.Não se preocupe,ele cairá.

- Deixe a cortina aberta – ele pediu. Ela entrou na sala fechando a porta atrás de si. Ao vê-la, ele já foi puxando conversa querendo jogar seu charme e voltar ao assunto do beijo.

- Não sei pelo o que eu deveria estar afetado,tentarem estourar minha cabeça ou você me afastar ao te beijar.

- É, falemos sobre isso,os ataques à sua vida,sobre a Mexisolar... – mas Beckett não estava para brincadeira nesse momento, muito menos para flerte.

- Mexisolar?

- Sua empresa.Aquela que não existe.

- Claro que existe.Fui eu quem a fundei,investi milhões nela.

- Assim como Arthur Felder.US$ 30 milhões, para ser exata.E, agora, tudo se foi – ela mostrou a foto para ele.

- Isso é uma piada?

- Não é uma piada.Essa é a Mexisolar.

- Não, isso é loucura.A empresa já é solvente, a fábrica tem o estado da arte.Vi os relatórios financeiros, assinei contratos.

- Como estes? – ela entregou vários relatórios para ele - São fraudulentos.

- Não é possível.

- Como não? Você os assinou.

- Minha equipe me dá dúzias de documentos para assinar.

- É a sua empresa – ela frizou.

- Sim.Mas eu não supervisiono o cotidiano dela.

- Quem o faz?

Castle e Beckett voltaram à sede da Vaughn para falar com o advogado.

- É uma bela história,detetive.

- É, sim. Tem de tudo.Roubo, traição, assassinato,você desviando milhões da Mexisolar – disse Castle.

- Como fazia Eric Vaughn assinar os documentos,ninguém olhou mais a fundo a empresa – afirmou Beckett.

- Até Arthur Felder querer ver onde seu dinheiro ia. Isso não poderia acontecer,não é? – perguntou Castle.

- Acham que matei Arthur Felder?

- Sim. Mas era Vaughn quem você queria morto.Sabia que pareceria que ele é quem havia desviado a grana.Então, contratou um assassino. Mas ele matou o cara errado – concluiu Beckett. E Castle sacaneou com um “Ops!”

- Vocês não têm provas de nada disso.

- Não tenha tanta certeza – disse Beckett - O banco que transferiu a grana para Paralti capturou um endereço IP e ele foi rastreado até o seu computador.Acabou, David.

- Eu não roubei o dinheiro.Só fiz umas apostas com ele que não foram boas.Peguei os novos investimentos da Mexisolar e os dobrei.É o que Eric teria feito.Droga.O buraco só ficava mais e mais fundo.Tudo viria à tona e eu seria preso. Não tive escolha.

Tinham a confissão e Beckett mandou prende-lo.  Eric o viu ser levado preso. Beckett estava a seu lado.

- É incrível conhecer alguém por 10 anos e não conhecê-los.Ou conhecer alguém há dias e sentir que os conhece tão bem.

E novamente o flerte bem na cara dela. Beckett se ateve ao trabalho.

- Você ficará feliz em saber que Thomas Barber foi pego ao tentar entrar no Canadá.Acabou.

- É, parece que sim.

- Cuide-se, Eric.

- Você também, Kate. Ela saiu de perto dele caminhando pelo distrito no mesmo momento que as portas do elevador se abriam e Castle surgia. Viu que Eric estava por deixar o local e não poderia perder a oportunidade de expulsa-lo educadamente por assim dizer. 

- Está de saída? – perguntou Castle e Eric virou-se entrando no elevador.

- Sabe...você tem ali uma mulher extraordinária.

- Sei disso – Castle respondeu consciente e de certa forma orgulhoso dela.

- Sabe mesmo? – e Eric teve que jogar um certo veneno que felizmente deixou Castle em alerta. Ele se despediu dela mais cedo, sabia que ela ia querer fechar o relatório do caso o quanto antes para poder virar essa página de Vaughn na vida deles. Perguntou se ela iria ao apartamento dele mais tarde. Ela confirmou. 

Quando chegou em casa, encontrou Alexis já de saída.

- Hey, como foi com Beckett? Fecharam o caso?

- Sim, fechamos. Você estava certa. Kate é profissional e ao contrário do que a sua vó pensa, ela está comprometida com o nosso relacionamento.

- Eu te disse, ela é louca por você. Mas acho que você deve algo a ela, precisa se desculpar, fazer algo especial. Ela merece.

- Você me surpreende sabia? E já estou trabalhando nisso – ele disse mostrando a sacola em mãos. Ela o beijou e sorriu.

- Boa sorte e divirta-se.

Castle foi para o quarto arrumar as coisas para retribuir o gesto da noite anterior, ela iria esquecer que ele a trocou por um jogo. Arrumou o que podia mas precisava esperar que ela chegasse em casa antes de concluir a surpresa.


XXXXXXX


Enquanto trabalhava no relatório do caso, Beckett acabara por parar um tempo e pensar sobre o relacionamento entre ela e Castle. Aquilo que Eric falou sobre não ser nada complicado não condizia com a realidade da vida deles. Para chegar onde estavam, os dois passaram por muitos obstáculos pessoais, talvez poucos compreendessem o quanto enfrentaram para ficarem juntos de verdade. Não, Eric Vaughn não a conhecia, Castle sim. O homem podia ser um charme, rico, lindo e com um sotaque apaixonante mas sinceramente? Para ele, ela seria apenas mais uma conquista. Castle podia não ter o sotaque mas ele a conhecia, ele a mimava, a amava. Apesar dos momentos de extrema bobeira que ele tinha, sabia que isso era parte dele, o conhecera assim e isso não diminuía o amor dele por ela. Vê-lo com ciúmes fora apenas um aperitivo a mais para a relação deles. Uma coisa apenas a incomodava, foram quatro anos para darem o primeiro passo, já tinham quase um ano juntos. O que o destino os reservava? Qual seria o próximo passo? Ela gostaria de saber.

Meia hora depois, Kate deixava o distrito rumo ao apartamento dele. Chegou cansada. Felizmente encontrou o jantar pronto e Castle a esperava.

- Fechou o relatório? – ele perguntou entregando uma taça de vinho a ela. 

- Sim. Mais um. Estou cansada –beliscou um pouco da comida apenas – vou tomar um banho no corpo.

- Isso, um banho rápido, um programinha light na TV deve ajuda-la a relaxar. Tenho umas coisas para fazer no escritório – ele se aproximou dela e beijou-lhe os lábios – já volto pra ficar com você.

Kate tomou um banho e se jogou no sofá. Assim que a viu totalmente relaxada, ele deixou o escritório e terminou de preparar a surpresa que faria para ela. Chamou-a.

- O que foi, Castle? Eu estava bem confortável no sofá – ela estava tranquila.

- Tem algo que eu preciso fazer,algo que você precisa ver. Beckett viu a bandeja com uma vela, uma rosa, um alicate e um controle de videogame. Ao vê-lo pegar o alicate e o fio do controle e corta-lo, ela tentou impedi-lo apesar de ser tarde. 

- Espere. Não, Ca...Não falei que queria que você nunca mais jogasse.

- Eu sei, não se preocupe,tenho mais cabos, foi simbólico.Tem razão. Não estou te dando o devido valor.Mas isso acabou – ele passou por ela - Esta noite...o foco sou eu.

- Não deveria ser eu? – ela franziu a testa intrigada.

- Não.Esta noite, o foco sou eu...- ele abertou um controle e abriu a porta do quarto - te dando...- a música sensual envolveu o ambiente e Kate viu o quarto cheio de velas, pétalas de rosas e uma mesa - uma romântica massagem de corpo todo – ele se aproximou dela, puxou-a para si e beijou-lhe carinhosamente os lábios. Ela sorria. Adorara o gesto. Seria esse o momento de perguntar o que a incomodava?  

- Castle... – ela arriscou.

- Sim?

- Aonde estamos indo?

- Para o quarto.Venha.Você irá adorar isso – e empolgado, ele arrumava a mesa para recebe-la. Kate ficou sem ação por um momento. Ele entendera sua pergunta? Desconversara ou simplesmente não quis falar sobre isso?

- Kate... venha...

Ela suspirou. Melhor não pensar nisso agora. Se merecia uma massagem completa, era isso que ela teria. Entrou no quarto e ele a abraçou por trás. Virou-a de frente para ele e tirou sua blusa. Segurando o elástico da calça de moleton pela cintura, ele também a tirou com Kate ajudando-o. Desfez o soutian dela.

- Deite-se de bruços Kate – ela obedeceu. Castle pegou um óleo de amêndoas e espirrou um pouco nas costas dela – hoje você vai receber a melhor massagem da sua vida – e Castle começou o trabalho. Primeiramente espalhou parte do óleo nas costas dela e começou a massagem pelos ombros. O toque de suas mãos fizeram suspirar profundamente. Devido ao cansaço, ela fechou os olhos e se deixou levar pelo toque dele no seu corpo.

Castle massageava os músculos do ombro delicadamente. Com a ponta dos dedos, ele pressionava as vértebras da coluna cervical tocando uma a uma descendo por toda a extensão da coluna. Ao chegar na região lombar o contato dos dedos dele arrancou gemidos dela. Empregando uma certa força com as palmas das mãos, distanciou-se da coluna e pressionou a lateral das costas dela, sentindo cada uma das costelas dela. O movimento causou cócegas e a fez se contorcer e rir. Castle tornou a apertar a região lombar e isso a fez relaxar totalmente gemendo baixinho.

- Isso...é muito bom Castle...aí mesmo...

Feliz por estar agradando, ele repetiu o gesto. Pegou novamente o vidro de óleo e colocando um pouco mais nas mãos, ele começou a espalhar sobre as pernas dela, deslizando o toque por toda a extensão daquelas longas maravilhas. É claro que os planos de Castle não se resumiam a apenas isso. Ele também tinha reservado alguns truques para pega-la de surpresa. Repetiu o gesto para os pés, massageando cada dedinho e então ela sentiu o momento que Castle chupou o dedo do pé. Ele afastou um pouco as pernas dela voltando a massagear o interior das coxas dela, contornando a virilha com seus dedos. O simples toque em um lugar tão sensível fez Kate prender a respiração apenas para solta-la segundos depois em um longo gemido.

Castle voltou a massagear a lombar e deixou suas mãos correrem pela lateral do corpo dela. Mudando de posição, ele se colocou na frente dela e deslizava seus dedos pela extensão da coluna, pressionando até a cervical. Concentrando-se no pescoço, usava apenas as pontas dos dedos.

- Kate você está muito tensa, tem vários nós em seus ombros... - ele a ouviu murmurar – acho que tenho a solução para isso – ele continuou o movimento nos ombros dela apenas para despista-la. Castle deslizou as mãos ao longo das costas dela até chegar ao bumbum. Pareceu massagea-lo mas sua intenção era empurrar a calcinha para longe. Fingindo continuar a massagem pressionando as coxas dela, ele deslizou dois dedos para dentro do centro dela, o que fez Kate contorce-se tensionando os músculos da vagina por uns segundos. Ao sentir o movimento, ela relaxou. Ele a tocava movimentando de maneira a excita-la.  Kate sentiu o corpo relaxar, um calor tomar-lhe os poros e a respiração começar a acelerar. Sentiu os dentes dele em seu bumbum, em pouco tempo ela gemeu e cedeu ao relaxamento total, o orgasmo invadindo corpo e mente, dissipando seus pensamentos. Castle não parou, mantendo os dedos dentro dela ele a virou gentilmente de lado. Com a mão livre, percorreu o abdômen chegando aos seios, apertou um deles e vendo-a se contorcer, finalmente a liberou. Enxugou os dedos numa toalha e novamente colocou mais óleo nas mãos. Kate já estava virada de barriga para cima.

- Feche os olhos, Kate...- ela obedeceu.

Castle concentrou a massagem em seus seios. Primeiro deslizou as palmas das mãos entre eles subindo até o pescoço e massageando a pele brincando com a clavícula dela para por fim envolver os seios com as mãos. Ele apertava os mamilos e ouvia Kate balbuciar qualquer coisa baixinho. Não resistindo a tentação, ele encostou os lábios e os sugou, um depois outro apenas para ouvir seu nome escapar entre um gemido.

- Hum...Castle...

Ainda tocando-lhe os seios, ele tomou os lábios dela nos seus e beijou-a sensualmente. Todo o tesão que sentia nesse momento fora expresso naquele beijo. Ele levantou um pouco a nuca dela puxando-a para si intensificando o contato. Kate se apoiou nos braços dele e ergue-se sentando na mesa de massagem, enroscando seus braços e pernas nele, devorando-o a boca. Ao quebrar o beijo, ela jogou a cabeça para trás arfando por ar e Castle deliciou-se com a língua na garganta dela. Roçando os dentes levemente. Ele a carregou e deitou-a gentilmente na cama. Deitou-se ao lado dela.

- Então, sente-se melhor?

- Muito melhor, extremamente relaxada. Foi uma ótima massagem, Castle. Realmente excitante – ela sorria e se colocava de lado para fita-lo – e você? Não está a fim de um momento especial? – ela passava a mão pelo peito dele.

- Hoje foi e ainda é sobre você. Queria recompensa-la, precisava. É uma forma de me redimir pelas besteiras que cometi esses últimos dias. Não apenas um pedido de desculpas por tudo, mas um reconhecimento por ter você ao meu lado. Seja por um momento de completa burrice, ou por ciúme excessivo e sem propósito. Só queria algo diferente, a sua altura.

- Hey, eu já te perdoei. Obrigada mesmo assim. Confesso que gostei de vê-lo com ciúmes.

- Eu realmente perdi a noção, tomei uma overdose de café e tive muita raiva. Não de você, claro. Acabei por descobrir que você tem uma defensora. Alexis fez questão de me lembrar que você é profissional e mais importante, que você é louca por mim.

- Castle tem certeza que Alexis é sua filha? – ela provocou – deve ter puxando o bom senso da mãe...

- Há! Há! Sem graça você...  – ela sentou-se na cama, colocou seus braços ao redor do pescoço dele, sorriu.

- Sabe, essa experiência com o Eric me fez perceber o quanto eu gosto do meu trabalho de detetive, investigar, interrogar, o quanto eu gosto do meu parceiro ao meu lado mesmo que ele tenha teorias malucas de vez em quando e acredite no pé grande e nos pequeninos.

Ele sorriu de volta. Inclinou-se para beijá-la. Dessa vez, o contato dos lábios fora suave, carinhoso.

- Está esfriando...

- Se não percebeu você está nua, claro que sentirá frio.

- Tá bom, vou pegar minha camisola mas puxe um ededrom!  

Quando ela voltou para a cama vestindo apenas uma camiseta, Castle a esperava com o edredon aos seus pés. Ela deitou-se bem próximo a ele encostando o corpo no dele e o rosto em seu peito. Puxando o edredon, ele a cobriu e aconchegou-se nela.

- Obrigada de novo pela massagem, Castle. Eu estava precisando e você foi incrível – ela beijou o peito dele e sentiu retribui-la com outros seus cabelos – boa noite, Castle...

- Durma bem, minha musa...

Pela manhã ela acordou sorrindo. Preguiçosa, ela apenas puxou um pouco mais o edredon para seu lado. Deveria levantar-se em alguns minutos ou talvez se demorasse um pouco mais na cama. Castle dormia de costas para ela o que era uma posição rara já que normalmente ele dormia de peito para cima e com a mão sobre o mesmo. Ela adorava vê-lo dormir desse jeito.  Suspirou. Virando-se de lado, ela enfiou a mão sob a camisa do pijama tocando o peito quente dele. O toque o assustou no primeiro momento mas logo o fez murmurar.

- Bom dia... – e se debruça sobre ele para beija-lo. Ele a puxou para cima dele e a abraçou se aproveitando do corpo a sua disposição. Kate adorava o toque das mãos dele.

- Preciso trabalhar...

- Tem certeza?

- Infelizmente, devo cumprir horário. Se quiser ficar mais um pouco na cama, tudo bem. Mais tarde me encontre no distrito. Depois de ontem à noite você merece.

- Acho que vou aceitar sua sugestão – e beijou-a novamente aproveitando para apertar o bumbum dela fazendo-a rir entre os lábios dele. A contra-gosto, ela se levantou e rumou para o banheiro.

Uma hora depois, Kate estava no transito de New York em direção ao distrito. Sem poder andar muito devido ao congestionamento, ela se pegou pensando sobre o que acontecera na noite anterior quando perguntou a Castle aonda estava indo com esse relacionamento. Não podia afirmar se ele a entendera ou fingira não escutar. Estavam a quase um ano juntos. Sabia que esse relacionamento não era passageiro, muito menos curtição. Entre eles havia muito sentimento. Amor. Uma relação onde ambos estavam aptos e prontos a dar a vida pelo outro. Enfrentaram muitas batalhas juntos. Incrível como fora preciso um bilionário charmoso e galanteador aparecer entre eles para que ela pensasse no possível futuro de sua relação. Não mentira ao dizer que era complicado, não pelo sentimento deles e sim pelas circunstâncias. De repente, uma lembrança lhe veio  a mente. O dia do tiroteio. O dia em que estivera à beira da morte e ouvira Castle dizer que a amava. Ela demorara quase um ano para finalmente se entregar a sua felicidade. E então a ficha caiu. Em todos esses meses juntos, ela percebeu que nunca usara as palavras que a fizeram repensar na sua própria vida. As três palavras com poder mágico nunca saíram de sua boca. Como querer saber do futuro se nem ao menos ela dissera em alto e bom som que o amava?

Kate imaginava que Castle soubesse do seu amor, ela já demonstrara várias vezes para ele porém admitia. Nada substituía a beleza de um “eu te amo”. Suspirou. Ao virar a esquina próxima ao distrito, uma propaganda em um outdoor chamou sua atenção. Dizia.

“Você já disse ‘Eu te amo’ hoje? E na última semana? Quando foi a última vez que você disse essas três palavras tão poderosas a alguém que realmente importante? Olhe nos olhos e diga. Elas podem mudar uma vida.”

Kate sorriu. Poderia dizer que isso era apenas uma coincidência, mas ela não acreditava em coincidências. Isso era quase que um sinal. Sim, porque não fazer isso agora? Ela precisava dizer “eu te amo” a Castle. Pegou o celular. Quando ia discar o número dele, recebeu uma ligação do 12º distrito. Ryan. Escutou pacientemente o que o detetive a relatava e informou que estava estacionando o carro. Tinha um caso complicado e ao fim do telefonema, ela acabou esquecendo o que iria fazer antes de Ryan ligar.

O momento passara. A chance de expressar seus sentimentos fora deixada de lado mais uma vez por força das circunstâncias. Fora um sinal realmente. Era a vida lembrando a Kate Beckett que tudo pode mudar, em questão de minutos, num piscar de olhos ou simplesmente em um próximo passo em falso. 


Continua....

Um comentário:

Marlene Brandão disse...

aff,o senhor fantastico querendo tomar a muié dos outros,sim só por que o surfista prateado tentou tomar a dele.U_U
Enfim,amei o cap tive crises de risos com o desespero do Cas estava na hora dele ter sua crise de ciumes.