segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

[Castle Fic] There's Always Tomorrow - Cap.7


Nota da Autora: Finalmente mais um capítulo e sei que não será aquele tipo que vocês gostam mas o proximo vem com fortes emoções, aproveitem a história afinal sem os casos Caskett não seria possível. Prometo a vcs fortes emoções no próximo! Enjoy! 


Cap. 7     

Castle voltou para DC e eles se encontraram por volta das sete da noite no apartamento. Aproveitando todas as pistas que tinha em mãos, Beckett decidiu tirar as folgas a que tinha direito. Pelo menos um dia para visitarem o armazém em DC perto do porto. Como precisaria, dependendo do que encontrasse, envolver uma equipe de peritos ela preferia investigar os dois restantes em dias separados. Dessa forma, ela combinou com um de seus conhecidos que talvez precisasse da ajuda dele no dia seguinte fazendo-o ficar alerta a qualquer telefonema dela.

Depois de jantarem e de uma boa conversa sobre a ida de Castle a New York, eles sentaram-se na varanda do apartamento com as taças de vinho para aproveitar a noite ventilada de princípio de outono que era uma raridade em DC. Kate trouxe consigo os papeis e seus rabiscos da investigação para mostrar a ele. Também o pendrive e o notebook com as provas sobre a mercadoria que McQuinn havia conseguido para ela.

Kate explicou para Castle tudo que descobriu através das informações obtidas através de McQuinn e Catherine. A identificação do traidor e possivelmente o motivo da sua morte. A composição das drogas e seu poder. E para finalizar a descoberta sobre o que acontece com as mercadorias na alfândega americana. O super faturamento e a isenção de impostos. Um crime grave contra a economia do país.

- Kate você está me dizendo que as mercadorias além de possuir um valor em suas notas fiscais bem acima do normal, não tiveram nenhum imposto recolhido? Isso significaria dizer que as pessoas trabalhando na polícia federal deixaram passar esse carregamento sem taxa-lo?

- Não somente esse, como possivelmente muitos outros. Inclusive aqueles que eu e você vamos investigar. Amanhã iremos até o armazém próximo ao porto. Rastreei o importador e adivinha? Um firma fantasma.

- Existe alguém muito poderoso por trás disso, Kate. Ligado ao capitólio. Temos que ser cautelosos quanto a isso.

- Eu sei. Mas que tal a gente deixar isso de lado por hoje e curtir um pouco nós dois? – ela sentou-se no colo dele, esfregou seu nariz ao dele, ele enlaçou a cintura de Kate sentindo os lábios já brincando com os seus, provocando a chegada de um beijo, a mão dela se perdia dentro da camisa roxa que vestia – que tal uma brincadeira no chuveiro? É uma boa forma de nos prepararmos para dormir...

- Oh, Kate... você sabe como animar seu marido não?

- Vem. Kate foi caminhando até o banheiro já tirando as peças de roupa que vestia. Chegou à porta do banheiro apenas de calcinha. Castle vinha logo atrás prestando atenção ao pequeno espetáculo pessoal que ela lhe proporcionava. Tirou toda a roupa e entrou no chuveiro com ela.  A água morna molhava os corpos unidos por um beijo vagarosamente sensual. Castle a empurrou para receber o jato na cabeça. A sensação de pele contra pele causava arrepios pelo corpo de Kate que ansiava por desfrutar ainda mais dele e do momento. Empurrou-o contra a parede de azulejos. Sedenta pelo gosto dele, ela deixou a língua passear pelo peito dele que fechou os olhos e experimentou o toque bem-vindo dos lábios de Kate. Todo o gesto dela começou a provocar o efeito desejado em Castle. Excitado, ele decidiu por não se demorar mais, queria estar dentro dela. Trocando de posição, ele a beijou mais uma vez sentindo os braços dela envolverem seu pescoço. Então a penetrou. Cheios de desejo, eles se deram completamente na busca do prazer.

Mais tarde, já deitados na cama, ela brincava com os dedos dele. Colocou o relógio para despertar e adormeceram.

XXXXXX

A área do porto de Washington era imensa. Beckett estacionou o carro próximo às docas e mantendo o coldre da arma por baixo de seu sobretudo, ela e Castle seguiram as indicações do gps. Dentre várias ruas de armazéns, eles procuravam pelo local exato da latitude e longitude desvendada anteriormente por Castle. Eles encontraram algumas pessoas andando ou manuseando alguns matrins ou empilhadeiras mas nenhum chegou a questionar o que aquele casal fazia ali. Quando o celular de Castle apitou, eles avaliaram o local. Haviam três armazéns trancados e um totalmente aberto. Pelas coordenadas, o terceiro era o que eles procuravam. Beckett esperou uma empilhadeira passar antes de examinar o que tinha a sua frente para evitar suspeitas. Também estava preparada para chamar a equipe técnica caso encontrassem algo ou fossem questionados. Dessa vez, ela trouxera em seu carro ferramentas para facilitar a abertura do cadeado.

Retirando o alicate do bolso do casaco, ela entregou-o a Castle e ficou vigiando a área. Mais uma vez, eles arrombaram o armazém na tentativa de encontrar pistas e mercadorias. Infelizmente naquele galpão tachado pelo número 0104 não tiveram muita sorte. O espaço encontrava-se vazio exceto por um pallet contendo uma caixa grande de madeira. Devidamente protegidos por luvas e munidos de lanternas, Beckett e Castle foram examinar a caixa. Havia apenas uma etiqueta que indicava a origem do produto chinês e uma descrição um tanto quanto suspeita. Máquina de pintura.

Ao abrir a caixa com o auxilio do alicate, Castle encontrou de fato uma máquina porém precisavam retirar toda a embalagem para avalia-la melhor. Parecia uma máquina de pintura automática porém pelo que conheciam do ramo, aquele equipamento estava suspeito. Tinha um propósito maior. Repararam que haviam bisnagas de tinta, um total de 50 frascos. Beckett tinha uma leve suspeitas de que aquilo não era tinta.

- Castle isso precisa ir para laboratório. Tenho certeza que não é tinta. E esse equipamento, será que é apenas fachada ou tem um propósito?

- Melhor chamar os técnicos. Veja, tem algumas documentações aqui, invoices que acompanham a carga em nome de uma empresa. É a mesma que você já encontrara?

- Não. Essa é outra, provavelmente fantasma também. Vou ligar para a equipe do CSU. Depois que eles chegarem e dermos as orientações podemos ir para casa.

Ela se encontrou com a equipe técnica e pediu para que eles passassem um pente fino no armazém. Tudo era importante e gostaria de um relatório completo do equipamento encontrado. Tudo era importante, sangue, digitais, resíduos, fibras. Assim que tivessem o resultado, deveriam encaminhar para ela diretamente a fim de continuar a investigação.

Seguiu com Castle para casa. Estava com preguiça de cozinhar por isso decidiu pedir comida japonesa. Tomou um banho e sentou-se no sofá de frente para a tv esperando por ele. Assistia ao noticiário mas nada realmente interessante acontecera que merecesse sua atenção. Castle se juntou a ela e em meio a amassos o interfone tocou avisando que a comida havia chegado. Eles decidiram por comer na mesinha de centro mesmo enquanto curtiam um filme bacana na tv. Kate decidiu dormir cedo para enfim continuar a sua investigação. Infelizmente, ela não recebera os resultados e apenas pode checar a procedência da outra companhia da invoice. Como imaginou, era realmente uma empresa fantasma sonegadora de impostos. Ela pressionou o time técnico mas pediram três dias para concluir devido a demanda do laboratório. Sem ter como exigir mais, ela se contentou. Somente após examinar tudo aquilo é que partiria para o próximo armazém.

Castle passou os próximos dias com sua escrita. Não podia perder mais um prazo ou Gina esfolava-o vivo. Finalmente as análises ficaram prontas e Beckett pode comprovar o que já desconfiava. Encontraram digitais e como o dono tinha antecedentes, eles já enviaram a informação completa a ela. Tratava-se de outro morto, Chang. Isso estava ficando bem interessante. A tinta na verdade era composto de ópio puro para ser transformado em LSD. Quanto a máquina, podia ter duas destinações: imprimir dinheiro falso ou preparar uma nova droga com a “tinta”. Ela recordou o caso que investigara na NYPD e se a primeira opção fosse a correta haveria muita grana falsa circulando no país. Quando chegou em casa, informou a Castle que iriam visitar o último armazém na manhã seguinte. Ele ficou todo animado com a notícia.

Cedo eles levantaram e concordaram em tomar o café da manhã na estrada. Bethesda ficava a cerca de uma hora de DC. No meio do caminho pararam numa área de descanso e foram tomar café na Starbucks. Castle pediu o café de sempre para ela e para ele, também comprou dois muffins de chocolate e de blueberries além de bagel para cada. Durante a refeição, eles conversaram sobre a possibilidade de acharem algo melhor nesse local.

- Se encontrarmos o mesmo tipo de informação que os anteriores, você acredita que conseguirá expor um caso com o que tem em mãos?

- Não sei, francamente acredito que não mas hoje estou com um pressentimento de que iremos encontrar algo maior. Instinto de policial.

- Se é assim, confio nos seus instintos, Agente Beckett. Vamos?

Eles retomaram o caminho com Castle de co-piloto para guia-la através das coordenadas do gps. Estavam a menos de vinte minutos de Bethesda e Beckett estava ansiosa para ver o que encontrariam lá. Ele indicou para que pegasse a esquerda já que sua saída era daqui a duas mais. Beckett pegou o telefone e acionou a equipe técnica. Sabendo que o local era distante de Washington, ela já acertara antes com o líder da equipe para a encontrarem próximo ao armazém. Eles informaram que estavam a dez minutos do local o que indicava que chegariam primeiro que ela, porém Beckett deu a ordem para manterem-se escondidos e apenas aparecer ao seu comando. Assim que desligou, Castle a orientou para a saída.

- De acordo com as coordenadas devemos seguir direto pela Elm Street até encontrarmos a região de Orchard, uma rua chamada St. Ives. Dobramos à direita por quinhentos metros e viramos a esquerda na Clinton Rd. O local deve estar a duzentos metros, pela vista aérea um espaço para aproximadamente trezentos containers e vinte armazéns.

Beckett seguiu as instruções dele e chegaram ao local designado. Pelas coordenadas, o armazém procurado ficava a direita da área separado dos vários containers estacionados no pátio. Ela parou o carro na entrada surpresa com o fato dos portões estarem abertos e não haver sequer um guarda fazendo vistoria. Soltando do carro, ela teve um pressentimento.

- Castle você trouxe seu colete?

- Sim, está na mala. Por que?

- Sugiro que vista. Algo me diz que nossa busca hoje não será tão simples como das outras vezes – ela mesma se vestiu e prendeu os cabelos que estavam soltos até ali. Checou as armas e entregou uma reserva que carregava na mala do carro para ele – por proteção.

- Nunca é demais – ele concordou – vamos andando, iremos reto até o fim quando pegaremos a esquerda. Nosso armazém deve ser um dos últimos, o GPS indica apenas mais três metros após virarmos – e fazendo o caminho, eles se depararam com quatro armazéns, o que procuravam era o penúltimo. Ao chegarem próximo, Beckett notou que a porta estava destrancada. Isso podia significar problema. Fazendo sinal para Castle, ela pediu para que ele empunhasse a arma. Antes de qualquer movimento, ela visualizou o chefe da equipe de apoio, pegando o celular Beckett fez uma rápida ligação para ele explicando que entraria no local e caso ele suspeitasse ou ouvisse algo errado tinha permissão para entrar. Ela se pôs na frente e caminhou com passos firmes e silenciosos até a entrada do armazém. Espiando pela fresta, Beckett viu uma espécie de linha de produção improvisada. Quatro pessoas pegavam as caixas de mercadoria e destruíam os brinquedos em busca das drogas. Em um canto do galpão, havia um forno improvisado com alguns vasilhames e tubos de ensaio. O cheiro era característico de um laboratório clandestino de drogas. Reparou que tinham cerca de oito pallets amontoados esperando a separação do material. Ela olhou para Castle que entendeu qual seria o próximo passo.

Ela invadiu o galpão sem medo. Procurou qualquer vigília ou impeditivo capaz de detê-los mas nada parecia existir. Com a arma destravada e apontada para o grupo, ela gritou:

- Agente Federal! Mãos na cabeça agora.

No mesmo instante, três caras sendo dois chineses e um supostamente americano empunharam a arma para ela. Um deles começou a gritar em chinês e os demais que faziam parte da suposta produção de drogas começaram a desmontar a linha.

- Ninguém se move! Eu já disse que sou agente federal! Parem! – Castle estava ao lado dela e mantinha a arma em punho também apontada para os caras – lentamente coloquem suas armas no chão. Sem alarde, ninguém precisa se machucar – mas não poderia ser tão fácil assim certo? Ninguém obedeceu a Beckett, pior de trás dos outros homens armados surgiu um outro chinês que sequer quis saber o que acontecia, chegou atirando. Uma das balas ricocheteou na porta do armazém e a outra passou bem perto de Castle.

- Abaixe-se, Castle! – ela correu em busca de proteção para que pudesse mirar e atirar – esconda-se – atirou duas vezes na direção do cara que aparecera – entregue-se, agente federal! – era em vão. O homem apenas se aproximou ainda mais de onde ela estava e atirou forçando Beckett a se abaixar e rolar para se desvencilhar da mira do tiro. Estando com melhor mira que ela, Castle viu a oportunidade de frear o cara na sua frente. Mirou na direção das pernas dele e atirou. Infelizmente, se tinha algo que ele era péssimo era com miras por isso, ele acertou o chão perto do pé dele. A distração acabou por ajudar Beckett a se recompor e se preparar para mais uma tentativa. Vendo o que ela deduziu ser o manda-chuva do lugar ficar à vontade para atacar, os demais começaram a andar na direção de Castle, temendo pelo pior Beckett tornou a atirar na direção de Castle, esse foi o seu erro. Por ter relaxado na atenção ao seu alvo principal, ela não viu quando o tiro foi disparado em sua direção. O impacto a pegou de surpresa e sentiu seu corpo retensar caindo no chão momentaneamente.

- Beckett! Não! – Castle gritou e atirou contra os outros bandidos que vinham em sua direção, nesse exato momento, a equipe técnica invade o galpão com o chefe atirando. Vendo que estariam em desvantagem dali para frente, os demais olhavam para o líder buscando alguma resposta do que fazer em seguida. Beckett tentava se levantar do chão. A dor ao lado do quadril era fina como agulhas sendo enfiadas várias vezes sobre a pele. Castle logo percebeu que tudo aquilo não era brincadeira de criança. Manteve-se escondido enquanto o tiroteio comia solto no armazém, sua preocupação era saber se ela estava bem.

Agora Beckett estava irritada, com um pouco de esforço, ela se ergueu e não estava para brincadeiras. Ia acabar com essa festa era já. Ela apontou a arma e mirou sem dó o líder. Foram três tiros, um na perna, um nas costas e outro no ombro. Ele caiu sentindo a dor mas nem por isso largou a arma. Atirou novamente contra ela porém errou a mira e Beckett arriscou seu ultimo tiro. Acertou o estomago. Os demais vendo seu líder rendido, correram o quanto puderam com os agentes em sua cola. Tudo o que queriam era sair dali. Beckett puxou a algema e prendeu o cara, ele ainda estava respirando com dificuldade e o sangue se espalhava pelo piso. Ela sabia que ele não sobreviveria.

- Para quem você trabalha? Me diga! Quem comanda esse contrabando dos Estados Unidos? – nenhuma resposta – quem comanda? Preciso de um nome – o sangue começou a escorrer da boca do chinês, era o fim da linha para ele – um nome! – era tarde demais, o cara acaba de falecer na frente dela.

- Droga! – ao tentar se levantar sentiu a dor próximas nas costelas, Castle percebendo não ter mais sinal de perigo correu até ela.

- Como você está? Kate está ferida? – ele tocava nela e apoiava-a próximo ao seu corpo – precisa ser examinada. O tiro pegou de raspão? – ele verificou o colete rasgado – aparentemente sim.

- Castle, estou bem. Preciso conversar com o Marcus e dar algumas orientações. Quem será esse cara? – ela tinha um olhar pensativa de quanto estava buscando uma possibilidade de resolver esse mistério, puxou o rádio – Marcus, você está na escuta? Câmbio.

- Estou agente Beckett, pode falar.

- Preciso de uma varredura completa nesse galpão, amostras, fibras, um pente fino mesmo. Além de um legista – Castle gritou perto do rádio – e um paramédico porque a Agente Beckett está ferida.

- Claro! Por que não disse antes? Já estou indo.

- Por que você fez isso?

- Você pode ser teimosa em me testar e dizer que está tudo bem, mas eu sou teimoso às vezes até mais que você – ela fez menção de contestar mas ele não deixou – nem abra a boca porque não valerá a pena nem mudará as coisas – ela respirou fundo torcendo a boca para ele, no fundo achou a atitude dele muito fofa mesmo fingindo revolta. O paramédico chegou e logo a fez tirar o colete a fim de examinar o local do tiro. Felizmente a bala fizera o rasgo no colete e caíra longe de onde ela estava.

A equipe técnica fazia seu trabalho levantando o máximo de informação e evidência possível. Um dos agentes retornou ao armazém com um dos suspeitos algemados. Os demais conseguiram fugir. O tiro de Beckett pegara realmente de raspão porém foi suficiente para deixar marcas na pele. Ficaria roxo e dolorido, havia focos de sangue prensado. O ferimento foi limpo e deram um analgésico para ela. Castle que observava todo o processo ficou mais aliviado ao ver que o ferimento fora superficial.

Diante das circunstancias, Beckett sabia que deveria reportar todo o ocorrido ao seu superior especialmente porque iria chegar na sede do bureau com um bandido a tira-colo e um corpo. Ela não sabia dizer qual seria o resultado de tudo isso mas de uma coisa tinha certeza: o caso começava a criar forma e por trás das novas evidências havia um crime pesado contra o país.

Após recolherem todo o material necessário, Castle e Beckett retornaram para o bureau. Antes de fazer qualquer comunicado ao seu superior, ela optou por ver como o legista se saíra. Mesmo com o pouco tempo, era possível saber o nome da vitima. Michael Kwong, 32 anos natural de Shenzen. Estava no país com visto de trabalho e pela sua ficha não apresentava antecedentes criminais. A sua ficha na China infelizmente não estava disponível facilmente e Beckett teria que mexer alguns pauzinhos para ter a informação completa nas mãos. Morrera dos tiros, não havia dúvida. Com ele encontraram cerca de dois mil dólares na carteira e três armas clandestinas. Nenhuma possuía o numero de série legível, estavam raspados o que apenas confirmava a intimidade do suposto líder ao comércio clandestino.

Ao todo os técnicos recolheram trinta quilos de cocaína pura, cinco quilos de ópio e várias outros entorpecentes como anfetamina, roupinol, êxtase. Uma diversidade de drogas pondo à prova toda a segurança do país junto ao processo da alfândega.

Castle após checar pela milésima vez se ela estava bem, despediu-se e voltou para o apartamento deles.

Beckett retornou ao bureau e parecia que seu superior já tinha sido informado da operação que acontecera nos arredores de Bethesda sem seu consentimento. Ele estava irado. Já havia informado que assim que a agente Beckett aparecesse no prédio fosse imediatamente avisado. Não deu outra. Mal ela chegara próximo a sua mesa, informaram que ela devia seguir diretamente à sala dele. Kate munida de todas as provas que recolhera ao longo dos meses em seu tablet além das próprias anotações, seguiu para a sala dele. Respirou fundo buscando serenidade para enfrenta-lo, ela abriu a porta pronta para  defender seu ponto de vista.

- O senhor me chamou?

- Agente Beckett. Eu devia manda-la direto para o departamento de recursos humanos. O que você fez hoje, agindo na surdina dispondo de recursos do bureau para usufruto próprio sem qualquer autorização de seu superior era motivo suficiente para uma justa causa. O que você tem na cabeça?

- Senhor, eu...

- Cale-se! Ainda não acabei de falar. Quando me trouxeram sua ficha e fizeram recomendações sobre suas habilidades, ninguém mencionou sua rebeldia. O que deu em você? Aqui existem regras, agente. Você não manda em nada e nem mesmo faz qualquer investigação por conta própria. Você já tinha sido advertida quanto a isso a alguns meses atrás, parece que não adiantou. Ainda por cima, expos uma equipe inteira de técnicos e agentes arriscando a segurança deles e a sua. Seu ato de rebeldia terminou com um homicídio. Por todos esses fatores eu deveria te demitir. Então se existe uma razão, um único motivo pelo qual você consiga explicar a natureza insana de seus atos e me convencer, o que particularmente, considero impossível fale agora. É sua última chance antes de dar adeus a sua carreira no bureau.                 

Aparentemente muito calma, Beckett pegou o seu tablet destravando-o e conectando-o via Bluetooth ao telão da sala. A linha do tempo montada por ela apareceu destacando várias ações. Um outro arquivo de evidencias compilava os dados do legista, das vitimas e do grupo componente da máfia chinesa. Quem observasse a forma como ela se portava naquele momento pensaria ser essa uma reunião normal de trabalho onde ela expunha um caso em particular. Era quase isso, exceto que diante dela em um emaranhado de informações coletadas a meses, estava a sua defesa, sua carreira como agente e toda a experiência como investigadora sendo posta a prova. Era uma espécie de tudo ou nada e por dentro, Kate Beckett lutava contra o medo de fracassar, contra os arrepios que tomavam-lhe a espinha e ao engolir em seco, ela finalmente começou sua explanação.

À medida que as palavras saíram de sua boca, Beckett foi dominada por uma coragem especial, o mesmo sentimento que tivera outras vezes em sua carreira quando enfrentou a corja de bandidos que estiveram ligados ao assassinato de sua mãe. Imagens de Bracken, seus algozes e principalmente Dick Coonan a quem teve de matar para salvar Castle povoaram sua mente dando-lhe forças para provar mais uma vez que merecia estar ali e que desde o principio sabia ser este um caso perigoso e grande até mesmo para os padrões do bureau.

E como tantas outras vezes, ela desenvolveu o tema e demonstrou o porque ela chegara até ali. Como uma investigadora sagaz e extremamente analítica, ela provou que seu ato em Bethesda fora necessário e um importante passo para questionar e combater a máfia chinesa que agia em conjunto com poderosos americanos lesando os cofres do país devido a sonegação de impostos e ameaçando a sociedade pelo nível de entorpecentes e quantidades dessas drogas ilegais que invadiam o país gerando lucros para vários supostos homens de poder e incentivando o trafico e o aumento do consumo de drogas entre os cidadãos americanos. Ao terminar, o olhar crítico e implacável da tigresa tomava seu rosto. Ela fitava atentamente o seu superior que permanecera calado por um par de minutos seguintes. Pelo semblante do rosto dele, Beckett saiba que o deixara sem ação.

Villante fitava o telão a sua frente atento ao nível de detalhes coletados por ela nessa investigação pessoal. Diante de tudo que fora exposto ele não podia pensar em como acabara de morder a própria língua. Duvidara dela e das suas expertises. Pensara ser apenas um ato de insubordinação, talvez por se achar segura o bastante para burlar regras do bureau como sabia, certas vezes ela o fizera na NYPD. Teria que dar credito pela investigação que conduzira praticamente sozinha. Ela tinha razão, era um caso complexo e grande o bastante para ter chamado a atenção do FBI se tivesse dado ouvidos a ela no primeiro momento que o questionou sobre isso. A Villante apenas restava o ato de se redimir e tornar o tal caso oficial, além de se desculpar com ela. Mas se redimir não viria tão fácil sem antes questiona-la de alguns fatos levantados por Beckett em sua investigação.

- Agente Beckett, se investigava esse caso sozinha como pode ter acesso a contas e IP’s ligados ao capitólio? Isso exige um conhecimento bem apurado em informática. O mesmo vale para a localização dos armazéns. Como foi capaz de fazer tudo sozinha?

- Senhor, na verdade não investiguei essas pistas totalmente sozinha. Eu usei alguns recursos do bureau. Pessoas que aceitaram durante suas horas vagas rodarem alguns testes para mim. Não forcei nenhum deles usando poder e já de antemão gostaria que o senhor considerasse a mim como a única responsável em quebrar regras e agir erroneamente. Espero ser a única punida em toda essa história.

- O que faremos agora com um morto e um suposto membro da máfia em nosso poder? Terei explicações a dar para o Diretor Assistente.

- Se me permite, senhor tenho algumas informações adicionais sobre o homem que me atacou e acabou morto no armazém em Bethesda – Beckett trocou a tela e abriu o programa com os dados do mais novo integrante da lista dos mortos nesse caso -   Chama-se Michael Kwong e está na lista dos Quinze da máfia chinesa, não possui antecedentes criminais nem aqui nem no seu pais de origem, a China. Minha suposição é de que os registros foram apagados para não comprometer a operação nos Estados Unidos. Ainda é preciso descobrir qual o seu real papel na máfia, quer dizer, isso se o bureau achar prudente continuar a investigação. Quanto ao outro rapaz, o primeiro passo seria investiga-lo e interroga-lo.

- Agente Beckett foi uma defesa e tanto essa que você me apresentou. Quando vejo o nível da investigação que você fez, com poucos recursos devo admitir e reconhecer a sua persistência e sua sagacidade em coletar e montar todo esse cenário. Aproveito para pedir desculpas sobre a forma que me dirigi a você. Não estou dizendo com isso que aprovo o que fez ao executar uma investigação por conta própria quando eu mesmo tinha encerrado o caso. Seu ato ainda se caracteriza como insubordinação mas reconheço a importância do caso para este departamento. Preciso conversar com o Diretor Assistente sobre as novas indicações trazidas por você e sua situação. Portanto, peço que permaneça aqui à minha espera enquanto discuto esses assuntos com ele.

- Sim, senhor. – assim que a porta se fechou anunciando a saída de Villante, Beckett se deixou escorregar pela cadeira. Sentia as pernas bambas e pode finalmente respirar fundo e perceber o quanto essa conversa a afetara. Suas mãos estavam tremulas e o coração acelerado. Parecia que toda a adrenalina que se escondera durante o momento que defendia suas ações e a si mesma decidiram por toma-la nesse instante.

Beckett se recostou na cadeira e fechou os olhos. Ao longe, ela ouviu um sinal de mensagem mas decidira permanecer de olhos fechados um pouco mais para acalmar-se. Não queria ser surpreendida por seu superior nesse estado. Ciente de já estar melhor, ela abriu os olhos e reparou na mensagem em seu celular. Era de Castle, claro. Certamente devia estar estranhando a demora dela em ir para casa pois avisara que não demoraria no bureau. Ela resolveu contar que ficara presa numa outra investigação para não preocupa-lo e que talvez em mais uma hora estaria em casa.

Quando terminou de enviar a resposta a Castle, o seu superior voltara à sala.

- Agente Beckett, poderia me acompanhar até a sala do Diretor? – ela se ergueu da cadeira e ajeitou-se. Novamente o arrepio percorreu seu corpo porém manteve a postura para não deixar se abater pelo temor que causava borboletas em seu estomago. Ela acompanhou o superior em silêncio. Villante pediu permissão a secretária dele para entrar. Assim que a porta se fechou atrás deles, o diretor ordenou.

- Sente-se Agente Beckett – ela obedeceu e Villante fez o mesmo – acabaram de me relatar alguns problemas com relação a sua conduta no bureau. Decisões unilaterais, desobediência a ordens superiores, uso inadequado de recursos e exposição ao perigo de membros dessa organização sem comunicado oficial ao seu superior ou a qualquer figura de autoridade desse local. Acusações graves.

Beckett olhava atenta para o diretor. Estava séria. Não sabia quais eram as intenções dessa reunião.

- Senhor eu posso explicar... – mas o diretor apenas ergueu a mão em sinal de interferência pedindo para ela parar – Não estou pedindo explicações, agente. O que quero dizer nessa sala é que apesar das várias infrações cometidas, você viu o que outros ignoraram. Conseguiu mostrar que temos um caso crítico nas mãos, importante. O que você fez, a investigação conduzida foi melhor que muitas já vistas no bureau em times de várias pessoas. Reconheço seu talento e sua determinação mas isso não a exime das responsabilidades para com os membros desse departamento e de seus superiores. Você errou e ultrapassou limites.

Ela balançava a cabeça concordando com as palavras do diretor. Viu quando ele fitou o seu superior e depois tornou a olhar para ela antes de falar.

- Por causa do que fez, você será afastada por uma semana do trabalho ficando a disposição da academia treinando outros aspirantes a agentes. Quando o período de punição terminar, você deverá voltar às investigações desse caso da máfia. Ele será seu com uma condição: deverá informar todos os seus passos e enviar relatórios a cada dois dias de suas atividades durante o decorrer deste caso. Lembre-se agente, você ainda estará em estado probatório. Fui claro?

- Sim senhor. Exceto por um problema. O outro suspeito preso no armazém. Precisamos interroga-lo e decidir o que fazer com ele.

- O seu superior poderá fazer isso. Encerramos por aqui. Espero que cumpra sua parte do trato agente Beckett, estamos lhe dando uma segunda chance.

- Sim senhor, cumprirei. Obrigada.

Ela se levantou e deixou a sala. Iria pegar suas coisas e seguir para casa. No meio do caminho, no entanto, seu superior a chamou e pediu que esperasse até que ele tomasse o depoimento do suspeito. Ela então pediu para assistir ao interrogatório, o que ele consentiu pois sabia que ela tinha mais conhecimento do que ele sobre os elementos do caso.

Quinze minutos depois, ela viu o seu superior sair da sala. Aproveitou para falar com ela mas estava claro que não conseguiriam muita coisa com o homem. Pior, ele foi identificado e não estava na lista dos Quinze portanto não poderia ser preso e nem sequer ligado ao caso da máfia chinesa. Deveria ser liberado. Eles ponderaram as implicações de perder o único elo vivo referente ao crime. Porém, mantê-lo sob custodia era contra a lei já que não existia acusações pertinentes a ele. Então, Beckett deu uma sugestão.

- Segundo o que vimos aqui não podemos prender esse cara mas temos duas alternativas: podemos colocar algum policial ou agente na cola dele para descobrir os próximos passos e ter certeza de que não iriam desaparecer. Outra possibilidade é se os técnicos de laboratório encontrarem alguma digital dele em meio às drogas. Claro que o senhor teria que autorizar a escolta. Não vejo outra forma de ganharmos tempo e para garantir que ele realmente não tem envolvimento com a máfia e era apenas um coitado precisando de dinheiro que serviu de bode expiatório para a máfia.

- Levarei em consideração suas colocações agente Beckett. Pode ir para casa e amanhã dirija-se a academia de Quantico. Vejo você na próxima semana.

- Sim, senhor – ela começara a se afastar dele quando falou – e senhor, obrigada por ter de certa forma me defendido para o diretor, ganhei minha segunda chance e não irei desperdiça-la. Prometo.

- Assim espero, agente.

Ao chegar em casa, Beckett encontrou Castle na cozinha fazendo uma caneca de café para si. Foi recebida com um sorriso e um beijo.

- Finalmente amor. Está com fome? Posso preparar algo rápido para você

- Quero comer algo leve e preciso de uma caneca de café bem forte para amenizar meu dia – ele não estranhou o pedido e enquanto o café era preparado, ele remexia a geladeira a procura de verduras e temperos, faria uma salada para ela.

- Noticias do nosso chinês? Descobriram algo bombástico para continuar a investigação? Eu já tive varias ideias para trabalhar no meu livro, acho que até tenho um novo suspeito para inserir no meu caso. Acabei de imagina-lo por conta do que aconteceu hoje – ele lavou as folhas e virou-se com as verduras para o balcão americano a fim de continuar a conversa e olhar para ela enquanto preparava a refeição – você está sentindo dores no seu machucado? Quer um analgésico? – entregou a caneca de café para ela.

- Não, vou tomar antes de dormir. Mas fique tranquilo, não tenho dores fortes apenas muscular nada demais, preciso apenas relaxar e esticar meu corpo por umas horas. 

- Que caso foi esse que surgiu do nada? Logo agora que você está prestes a mostrar tudo o que conseguiu sobre a máfia chinesa, aparece algo para atrapalhar.

- Castle, na verdade não tem novo caso – ele parou de cortar os temperos e deixando a faca apoiada sobre a tabua, escorou-se no balcão para entender o que ela dizia – não quis te preocupar então escrevi aquilo.

- Kate, o que aconteceu?

- Meu superior ficou sabendo da operação que realizei sem o seu consentimento. Também foi informado da morte do chinês e da prisão de um outro suspeito da máfia. Ele me chamou na sua sala e tivemos momentos tensos. Ele queria me demitir.

- Mas não o fez certo? Nem poderia! Você desvendou esse caso ou melhor investigou e acreditou que era algo grande enquanto ele ignorou totalmente. Você explicou para ele não?

- Sim, Castle tive chance de me defender. Mostrei tudo que havia descoberto do caso, a suspeita de sonegação de impostos, o possível envolvimento de pessoas poderosas. Fiz tudo isso e depois ainda tive que ouvir o Diretor assistente. Foi realmente por pouco que escapei. Mas estarei em regime probatório durante um tempo e ainda tenho que cumprir uma punição. Uma semana em Quantico ensinando aspirantes a agentes.

- Vão te afastar da investigação? Do caso que você montou?

- Não, estarei a frente dele após cumprir a punição mas estarei sendo observada quase que diariamente, monitorada.

- Mas o caso é seu. O caso que apenas você acreditou. Isso mostra que você não só os convenceu como provou que é melhor investigadora que eles.  Seu instinto estava certo desde o inicio – ele esticou a mao para tocar e segurar a dela – e como você está depois de tudo isso?

- Um pouco zonza ainda. Estive sobre muita pressão, realmente achei que iam me demitir. Passei por maus momentos, de tensão. Preferia não ter que cumprir esse período probatório mas é bem melhor que não ter emprego.

- Nisso devo concordar com você. E não se preocupe, uma semana passa rápido e logo estaremos voltando ao caso. Chega de pensar nisso, por que não vai tomar um banho e trocar de roupa para relaxar? É o tempo que termino sua salada.

- Tudo bem.

Ela seguiu  o conselho dele e meia hora depois já fazia a refeição sob os olhos protetores e carinhosos de Castle. Ao terminar, tomou o analgésico e foram para cama se deitar.     

Em outro lugar da cidade, as noticias da suposta batida policial chegavam ao conhecimento do senador através de um telefonema anônimo. Aquilo serviu apenas para deixa-lo apreensivo e sem saber como confrontar a informação. Lembrando da última vez que recebera ameaças da máfia chinesa, ele vasculhou seus contatos e encontrou o número da pessoa que o ligara daquela vez. O líder chinês Michael Kwong. Fizera três tentativas em diferentes horários discando o número. O celular encontrava-se na caixa postal. Tentaria novamente pela manhã. Sua persistência na manhã seguinte fora sem sucesso o numero continuava a indicar que estava fora da área de serviço. Concluiu que o cara estava sem bateria.

Dois dias depois quando estava em seu gabinete, recebera uma visita inesperada. Paul ainda estava abalado pelo susto que passara e a menção a prisão que fora descartada pelo FBI. Desde lá, ele sabia que teria que procurar um dos contatos de Michael nos Estados Unidos para alerta-lo. não estava se sentindo totalmente seguro, tinha a leve impressão de que estava sendo seguido. Por isso, realizou varias rotas alternativas antes de chegar ao gabinete. A secretária foi pedir a permissão para ele.

- Senhor senador tem um cara que quase ordena alguns minutos seus. Ele é bem insistente e diz que não saira daqui se não atende-lo. disse que é um assunto de seu interesse, a nível pessoal. Também mencionou o nome Kwong – ao ouvir o sobrenome, o senador sabia quer o sujeito tinha razão, deveria recebê-lo.

- Mande-o entrar.  

O senador recebeu o cara e ouviu tudo o que ele tinha a dizer. Do confronto, da apreensão de provas, das trocas de aparelhos, os quilos de cocaína apreendida. Contou que fora levado ao prédio do bureau e após um interrogatório fora liberado porém tinha a sensação de estar sendo seguido e por isso fora obrigado a fazer um caminho alternativo para despistar qualquer suspeita. Tinham um problema sério nas mãos.

- Então, Michael está morto – era por isso que não conseguira contata-lo.

- E sob a custódia do FBI. Tudo por causa daqueles agentes metidos a besta. Na verdade, não sei dizer quando eles sabem mas parecem determinados em investigar e já que o nosso líder está morto preferi vir aqui para contar-lhe pessoalmente. Você deve saber o que fazer.

- Você fez certo Sr... – ele coçou a cabeça – você não me disse seu nome.

- Não importa, tem outros problemas pela frente. Vou sumir enquanto ainda tenho chance.

- Me responda uma coisa. Quantos agentes estavam envolvidos na operação do armazém e no bureau quando você esteve sob custódia?

- No armazém eram técnicos e pela minha conta apenas três agentes sendo um deles mulher. No prédio do bureau vi a mesma mulher mas fui interrogado por outro cara que não estava no campo de operação.

- Uma mulher? Pode descrevê-la?

- Sim, alta, cabelos castanhos, olhos verdes, magra. Bem determinada e com excelente mira.

- Acho que posso descobrir quem é ela, na verdade já tenho uma ideia. Mais alguma coisa?

- Tinha um cara, acho que não era agente mas estava de colete e armado.

- Porque você diz que ele não é um agente se confirma o fato dele estar na operação e armado?

- Porque seu colete não dizia FBI ou policia, estava escrito “writer”.

- Interessante... bem obrigado pela informação. Assumo daqui.

- Tudo bem. E deixou o escritório do senador.

Olhando pela janela, o senador de Illinois estava pensativo. Estava cada vez mais arriscado seguir com a operação. Dessa vez sabia que não conseguiriam tirar o FBI da jogada sem levantar suspeitas. Pela descrição, tudo indicava que era a mesma equipe que tomava conta da investigação, pelo menos era a mesma agente. Se sugerissem segurar o FBI mostrariam sinais de possível envolvimento e como não tinha ideia do nível de conhecimento deles sobre a operação, era melhor não arriscar.

A melhor alternativa que tinham era suspender as atividades por um tempo, dois, três meses no máximo, tempo suficiente para cavarem e não encontrarem mais nada. Tomou a decisão sozinho sem consultar seu parceiro. Com um telefonema, alertou o seu contato na operação e deu às próximas ordens. Entraria em contato quando houvesse clareza de que podiam continuar o trabalho.          


Oito meses antes...


Beckett passou uma semana na academia cursando aulas de legislação e regras além de auxiliar os aspirantes a agente em demonstrações práticas de situações reais de prisões e análise de cenas de crimes. Não podia negar que a semana não fora de todo perdida, ela gostara de trocar experiências com outras pessoas. Nesse meio tempo, esperava que o seu chefe já estivesse um pouco mais tranquilo em relação a ela. Não via a hora de voltar a investigar o caso da máfia.

Durante esse período, Castle foi quem mais lucrou. Além de tê-la cedo em casa, ele deslanchara no livro com as novas informações e suas próprias ideias criativas para descrever o caso que Nikki trabalhava dessa vez com Rook. Ela pode desfrutar de mais algum tempo ao lado dele e não via a hora de retomar seu lugar no bureau e seguir com a investigação.

Ao retornar para o bureau, Beckett recebeu as orientações de seu superior conforme fora acordado entre eles e foi informada de que teria uma equipe para coordenar, por razões óbvias, as pessoas que já a ajudaram nesse começo de investigação. Por se tratar de algo grave e muito sério para o país, seu superior queria ter absoluta certeza do que tinham em mãos antes de seguir com as acusações. Após uma hora de reunião, Beckett era oficialmente a dona do caso.

Antes de continuar a investigação, ela contatou os membros do seu time e pediu uma reunião para o dia seguinte na parte da tarde para colocar todos a par do que estariam investigando. Ela reuniu todas as provas e informações em um dossiê bem elaborado e coletou as novas evidências para analisar junto com eles.

No dia seguinte, explanou tudo o que sabia sobre o caso e suas desconfianças. Todos ouviam atentamente as indicações dela. McQuinn e Catherine estavam impressionados por terem ajudado a Beckett a montar esse quebra-cabeça incrível com tão poucos elementos. A fama dela como detetive era grande e agora eles poderiam ver que não era invenção, a moça sabia exatamente o que estava fazendo. Os dois estavam felizes por poderem ajuda-la nessa investigação que certamente traria destaque para suas carreiras.

Beckett por sua vez queria testar as habilidades de seus companheiros mais uma vez. Ao expor no telão as últimas informações encontradas em Bethesda, dirigiu-se aos dois antes de mais nada.

- McQuinn encontramos novas mercadorias que foram importadas da China para o nosso país. Novamente etiquetas nas caixas revelam um novo exportador. Tenho uma tarefa para você. Descobrir quem é o novo importador e onde a trilha de dinheiro dele nos leva.

- Vai ser moleza.

- Não fique tão animado. Tenho um desafio ainda mais difícil para você – ela colocou na tela a foto de Michael Kwong – olhe bem para esse chinês. Eu atirei nele em nosso confronto do armazém. Está morto. Tem uma ficha limpa, impecável tanto para nós como para a policia chinesa. Alguém fez um bom trabalho ao mascarar seus crimes. Não há dúvidas de que ele é um dos lideres dessa operação, talvez o melhor homem chinês infiltrado nos Estados Unidos a serviço da máfia. Era um líder. Preciso que você descubra o que ele já fez, quantos roubou, matou. Quero saber a cor da cueca que ele veste. Acha que está pronto para o desafio?

- Claro! Será bem divertido.

- Ótimo! Agora vamos falar de um ponto muito importante. Tempo. Quantos dias você precisa para revirar a vida de Michael de cabeça pra baixo e me trazer respostas?

- Como não sei o que vou encontrar ao hackear os bancos de dados, gostaria de ter ao menos uma semana. Vou te mantendo informada mas francamente? Se realmente esconderam tudo talvez não seja tempo suficiente.

- Façamos assim. Uma semana e se realmente as buscas forem complicadas te dou mais uma.

- Combinado.

- Agora Catherine, para você tenho outra missão. Quero que venha comigo até o necrotério e depois ao laboratório. Preciso de seu parecer e suas analises pessoais sobre as substancias que apreendemos. Como você analisou as primeiras amostras, acredito que seja mais fácil notar as similaridades e responder a grande pergunta sobre que tipo de super droga estamos lidando. Você me acompanhará amanhã cedo. Esteja aqui às sete.

- Com certeza - alguns tópicos revisados depois, ela estava contente com o resultado da reunião. Ao final, Catherine a procurou para agradecer a oportunidade. Beckett apenas pediu que ela agisse com comprometimento à operação. No fundo, ela queria avalia-la, algo dizia a Beckett que a moça era um potencial muito pouco explorado pelo bureau, se seus instintos estivessem corretos ela poderia ter achado sua nova parceira. Reportou tudo ao superior e voltou para casa.

As semanas seguintes foram de muita discussão, suposições e quase nenhuma novidade no caso em questão. Beckett estava um pouco frustrada quando seu telefone tocou naquela manhã por volta das seis. Era Catherine.

- Desculpe ligar tão cedo mas ontem aconteceu algo que pode nos ajudar.

- Pode falar.

- Anteontem à noite houve uma batida em uma boate da cidade. Aprenderam algumas drogas com jovens e encontraram duas jovens e um rapaz mortos no banheiro. Todos com a mesma causa mortis aparentemente. Overdose seguida de AVC cerebral. Segundo o meu amigo da narcóticos, esse é o quinto caso que ele já se deparou em menos de seis meses. Não pode ser coincidência. Acho que devíamos averiguar. Então marquei com o legista às oito horas. Espero que você não se importe. Algo me diz que as drogas podem ser a nossa superdroga.

- Fez muito bem. Te encontro no prédio do bureau. E obrigada, Catherine.

Beckett desligou o celular e ouviu Castle resmungar algo. Ela ficara extremamente satisfeita com a iniciativa da moça e se estivesse certa na pista que conseguira, apenas provara que ela estava certa com relação às habilidades dela. inclinou-se sobre Castle, beijou-lhe o rosto e levantou-se. Ainda sonolento, ele reclamou. 

- Onde você vai? Nem tomou café comigo... – esfregou os olhos – volte pra cama, Kate. É sábado.

- Catherine conseguiu o que parece ser uma boa pista para o nosso caso. Preciso averiguar – ela respondia enquanto se arrumava para sair – mas você pode dormir. Isso pode me ajudar a ver as consequências desse caso na sua totalidade. Quando voltar, prometo que faremos algo juntos – aproximou-se dele e o beijou dessa vez nos lábios.

Catherine estava certa havia algo diferente naquelas mortes. A droga ingerida era a chave para tudo. Beckett ordenou que ela trabalhasse no laboratório em conjunto com o legista e desvendasse se havia realmente ligação entre as cinco mortes reportadas pela narcóticos. Queria um relatório sobre isso até terça. Na segunda, outra surpresa aguardava a agente Beckett. Um sorridente McQuinn aparecera por volta de meio-dia quando ela estava prestes a sair para almoçar com o marido. 

- Tenho novidades.

- Até que enfim! Pensei que tinha se perdido em algum jogo virtual.

- Vou ignorar o comentário. Podemos ir à sala de reuniões?

- Claro, eu só preciso desmarcar meu almoço... espere um minuto – ela pegou o telefone e discou.

- Hey, gorgeous. Já está a caminho? Acabei de sair de casa.

- Castle, vou ter que cancelar. Surgiu um imprevisto, novas possíveis informações sobre o caso – o ouviu suspirar do outro lado da linha, detestava furar com ele por causa de trabalho. Isso acabara se tornando comum depois que ela viera para o escritório de DC – não cancelaria se não fosse importante.

- Eu sei Kate, é só que queria muito almoçar com você e realmente é um saco não poder fazer parte desse seu novo universo.

As palavras dele lhe deram uma ideia.

- Quem disse que não vamos almoçar?

- Você acabou de cancelar.

- É verdade cancelei o restaurante. Mas eu preciso comer. Então por que você não pode ser um bom marido e trazer algo delicioso para nós almoçarmos aqui no escritório mesmo. Afinal, ninguém pode culpa-lo por querer fazer um mimo a sua esposa. Será como nos velhos tempos, que tal?

- Excelente ideia. Chego ai em vinte minutos com o nosso almoço.

- E Castle? Traga comida para três ok?

- Três? – ele achou muito estranho – não era um almoço de casal?

- Sim, mas é como nos velhos tempos da NYPD lembra? Eu, você mais alguém e uma investigação.

- Ah! nem precisa falar mais nada.

Ela desligou o celular sorrindo.


- Almoço garantido e vamos ter mais uma mente e um par de olhos. Pensando bem, ligue pra Catherine quatro mentes pensam melhor que duas. 


Continua....

Um comentário:

Unknown disse...

QUE SUSTO!!!!
Gente...uma luta com direito a tiros e um deles na Kbex,vc realmente ñ esta querendo que eu tenha vida longa serio,depois de tudo ainda vem as broncas e 2 seguidas,tadinha!
A nova equipe da Kate é tão linda,mas nada se compara a de NYPD.Um.almoço a 3 por favor eu mereço mais disso.
Esperando proximo cap.