terça-feira, 3 de dezembro de 2013

[Castle Fic] The Right Path to Us - Cap.2


Nota da Autora: Mais um capitulo. Em uma temporada de destaque, fica bem dificil acrescentar algo mas sempre tem uma emoção não? 

Atenção... NC17!

Cap.2

Castle estava impaciente. Não sabia o motivo por ter sido arrastado de New York até ali. Nem um telefonema de Beckett recebera e aquilo o deixava ainda mais apreensivo com a situação. A porta se abriu revelando uma Kate com um semblante preocupado. Ao vê-la a sua frente, ele não conseguiu ficar calado e a encheu de perguntas. Sua ansiedade apenas piorava a forma como Beckett se sentia. Ela permaneceu calada e puxou a cadeira para sentar ao lado dele.     

- Beckett. Finalmente. O que houve? Por que não falam comigo? Por que tirariam meu sangue?

- Castle, sabe o caso que tenho investigado? A invasão e roubo? – ele assentiu com a cabeça - Há mais coisa envolvida do que pensávamos. Finalmente, sentada de frente para ele, encarou-o.   

- Você vai me torturar? Isso afetaria muito nosso relacionamento.

- Não, amor. Ouça-me um momento – ela segurou a mão dele buscando coragem para explica-lo - Outra coisa foi roubada, de outro laboratório naquele prédio. Foi um agente químico em que estavam trabalhando para os militares, mas foi julgado muito perigoso. A quantidade roubada pode matar milhares de pessoas.

- Isso não é coisa confidencial? Por que está me contando?

- Porque essa toxina foi usada para matar Jack Bronson, o homem que te sequestrou. Era um aerossol. Foi colocado no sistema
de ventilação do carro. Então, ele entendeu.

- Eu estava no carro. Eu fui... – e tocou a região onde haviam tirado seu sangue, Beckett não precisava disser mais nada, sabia que estava infectado - Quão grave é? – ela engoliu em seco.

- Pela quantidade presente em seu sangue, você tem menos de um dia de vida.

- E quanto a um antídoto? Deve haver um antídoto.

- O único frasco existente foi roubado com a toxina.

- Podem fazer mais, certo? Devem ser capazes.

- Demoraria muito para sintetizar.

- Quanto tempo?

- Uma semana – ela engoliu em seco. Sequer conseguia pensar na ideia de não encontrar esse antídoto de alguma forma.

- É muito tempo. Tem certeza que fui exposto? Quero dizer... sinto-me bem.Talvez estejam errados – ela via o desespero no olhar dele e não podia se deixar levar, precisava se manter forte, esse era o plano.

- Há um médico vindo de Walter Reed. Ele poderá responder todas as perguntas que tiver.

- Acho que você já respondeu.

- Vamos descobrir quem está por trás disso.E então, pegaremos o antídoto,porque não o deixarei sair do nosso noivado tão fácil – tentou fazê-lo sorrir mas nem de longe soou como um feito de sucesso.

- Tudo bem.Como está a investigação?

- Estamos investigando cada pista possível.

- Isso é o que diz quando não tem nada.

- Castle... – isso é o que acontece quando seu noivo a conhece muito bem, pensou. Ele se lembrou de um detalhe que não contara a ela, à essa altura tudo ajudaria na investigação e já não tinha nada mais a perder, ou melhor tinha tudo.

- O cara que me sequestrou...

-Sim. Bronson.

- Certo.Ele era militar? Operações Especiais?

- Força da Marinha.Por quê?

- Porque antes de morrer,ele disse algo.

- Valkyrie.Estamos pesquisando isso.Não há nada no banco de dados.

-Não é isso.Ele disse algo sobre Terra dos Sonhos.Não pensei que fosse importante,mas de acordo com Esposito,Terra dos Sonhos é codinome de uma base fantasma de operações no Oriente Médio.

- Acha que isso tem alguma relação com o roubo da toxina?

- Bronson achava isso – batidas na porta os interromperam.

- Desculpe por interromper.Sou o dr. Goldberg,vim examinar o sr. Castle – Beckett apertou a mão dele para dar-lhe um conforto ou assim ela esperava que ele interpretasse pois na verdade era ela quem estava precisando daquilo, para manter viva a coragem de investigar e encontrar o antídoto que salvaria a vida dele. Disse que voltaria depois para vê-lo. Kate precisou de alguns minutos escorada na porta de olhos fechados para se recompor. Ao encontrar com McCord, ela perguntou.  

- Como ele está?

- Melhor do que eu. Como estamos?

- Quem está por trás disso incriminou Jack Bronson pela invasão e usou a toxina para matá-lo.

- Teriam que cruzar o caminho dele para fazer a entrega – disse Beckett.

- Exatamente. Hendricks e a equipe estão refazendo os passos de Bronson para descobrir quem e quando. É uma agulha no palheiro,mas talvez tenhamos sorte.

- Algo sobre Valkyrie?

- Nada que conecte. Os analistas continuam pesquisando – disse McCord.

- Já ouviu sobre algo chamado Terra dos Sonhos? – mas Beckett não esperou por uma resposta. Estava pensando alto.

O médico acabava de aplicar algumas drogas em Castle.

- Pralidoxima e atropina protelarão o efeito da toxina e te darão mais tempo.

- Quanto tempo a mais?

- Uma hora, talvez duas.Darei uma nova dose a cada 4 horas,mas, em pouco tempo, não terão mais efeito.

- E o que acontecerá?

- Perto do fim,sentirá fraqueza e terá falta de ar.

- Por que Bronson morreu rápido e ainda estou vivo?

- Bronson ficou no carro por horas.Ele recebeu uma dose grande.Você ficou no carro por poucos minutos.Se ingerida na forma líquida,morre-se em segundos,mas baseado em seu exame de sangue,você tem, no mínimo, entre 10 e 12 horas.

- Então, tirando o fato de que estou morrendo,estou bem?

- Você está assintomático.Tentarei te manter assim o máximo possível.

Quando o médico deixou a sala, Castle baixou a cabeça nas mãos e ficou em silêncio refletindo por alguns instantes desde que Kate contara sobre a infecção. Se eles realmente não encontrassem o antídoto... não, ele não poderia pensar dessa forma. Precisava acreditar em Kate, ter esperança porque ele conhecia sua noiva muito bem. Ela não desistiria um segundo até o momento que, se acontecesse, ele fechasse os olhos. E se isso realmente acontecesse? O que ele precisaria fazer antes que...

Pensou na filha, na mãe. O que diria a elas? Se contasse, as deixaria preocupadas. Mas como podia se despedir delas? Ele poderia optar por não contar o que acontecia mas talvez ao fazer isso, Castle mesmo sem qualquer intenção acabaria por jogar a culpa indevidamente nas costas de Kate. Claro que ela não merecia e nunca isso passaria pela sua mente. Se ele estava correndo risco de vida era por si só e tão somente. Fora ele quem a desobedeceu e decidiu investigar o caso por conta própria, o que culminou no sequestro e na contaminação. Da mesma forma que se preocupava com a família, ele pensava nela. Caso a sua morte fosse iminente, como ela ficaria? Ele sabia muito bem que sua noiva não lidava bem com injustiças, não suportava perdas. Ele vira o quanto o caso da mãe a fechara para o mundo e não gostaria de ser o responsável por levava a uma nova reclusão. Ele precisaria conversar com Kate.

Passou as mãos nos cabelos. O que você está pensando, Castle? Ainda não acabou. Kate está lutando por você, para te salvar. Como pode pensar que tudo está acabado? Não, precisava ter esperança. Ter fé e confiança nela e tudo ficaria bem. Silenciosamente, ele fechou os olhos e fez algo incomum, ele disse uma prece.  Não poderia ficar sentado ali e não fazer nada.

Beckett expos sua teoria sobre a Terra dos sonhos para seu chefe que achou que uma base fantasma no Oriente Médio parecia algo muito conspiratório, irreal. McCord concordou com o chefe dizendo que não tivera nenhuma indicação da existência dessa base. Mas o técnico em informática falou que achara uma referência, Beckett se sentiu aliviada. Era um ponto para iniciar a investigação e quem sabe encontrar o antídoto. A nova pista apontava para um artigo feito por um repórter. Brad Parker chamado “Por Dentro da Terra dos Sonhos” mas foi impedido de ser publicado alegando ser uma questão de segurança nacional. O texto era confidencial. Seu superior decidiu contatar seu amigo no pentágono, ver se conseguia algo. Mandou-as falar com o repórter. Castle apareceu e após ouvir o que descobriram, sugeriu.

- Poderiam checar o telefone de Bronson – Castle apareceu - Eles podem estar conectados – ao vê-lo, Beckett demonstrou preocupação.

- Castle, devia descansar.

- Haverá muito tempo para isso...aparentemente.Sendo assim, prefiro ajudar.

- Sr. Castle, entendo seu desejo de estar envolvido, mas...

- Ninguém está mais motivado que eu para revolver isso e, se não der certo,largarei do seu pé até o final do dia – a ironia não soara tão bem como gostaria. Beckett conhecendo a motivação do noivo, resolveu ajudar na defesa.

- Senhor, Castle é o único que teve contato direto com Bronson. Ele pode ser um recurso.

- Tudo bem. Mas, agente Beckett, ele é sua responsabilidade.

- Eu sei. O técnico confirmou que Bronson e o repórter estavam conectados como Castle sugerira. Ele já se animara para seguir com Beckett e McCord quando foi barrado. 

- Sr. Castle. Você pode nos ajudar, mas somente deste prédio.

- Está bem.

Quando estacionaram o carro na frente do endereço de Brad, Beckett resolveu agradecer a sua parceira.

- Escute... obrigada por me apoiar com Castle.

- Ele sempre foi uma figura?

- Sempre. Essa é uma das coisas que eu amo nele também – viram o repórter sair de casa, Beckett correu.

- Sr. Parker! Sr. Parker, com licença. Somos da Procuradoria Geral.Temos algumas perguntas sobre um artigo que escreveu."Na Terra dos Sonhos".

- Sério? Faremos isso de novo? Vocês são inacreditáveis.

- Como assim? – elas não entenderam.

- Não deixei minhas fontes quando abafaram o artigo. Porque desistiria agora?

- Porque uma de suas fontes foi assassinada. Você o reconhece, sr. Parker?

- Bronson. Ele foi assassinado?

- Foi. E agora a vida de outros corre perigo. Conte-nos tudo o que sabe sobre Terra dos Sonhos – pediu Beckett e ele concordou.

- Ouvi falar de Terra dos Sonhos em 2003.Eu estava servindo com o 173º em Kandahar na época. A história mexeu comigo e, há um ano, comecei a bisbilhotar. Descobri que era uma base operacional no norte do Afeganistão. Uma plataforma de lançamento de operações secretas na região.

- Bronson trabalhou nessa base?

- Trabalhou.Ouvi o nome dele algumas vezes, então o contatei.

- E o que ele disse?

- Absolutamente nada. Na verdade,ele parecia muito assustado por eu saber que ele esteve lá. Perguntou o quanto eu sabia sobre ele, sobre Terra dos Sonhos. Sobre o que ele fez.

- Espere, o que ele quis dizer com isso?

- Nunca me disse.Seja lá o que for, ele não queria que soubessem. Depois disso, meu editor abafou a história. Um pedido pessoal do Secretário de Defesa Reed.

- Essa conversa que teve com Bronson, alguma vez ele mencionou a palavra "Valkyrie"?

- Não. Por quê? O que é Valkyrie?

- Espere – McCord interrompeu - O próprio Secretário de Defesa ligou para abafar a história? Isso é incomum.

- Tente inédito.Suponho que o assunto atingiu um nervo. Antes de sua nomeação para Secretário de Defesa...General Reed estava a frente do Comando Central onde ocorreram as missões da Terra dos Sonhos.

- Está sugerindo que o Secretário de Defesa está escondendo algo? – perguntou Beckett.

- Vocês têm outra explicação?

- Uma toxina militar roubada e uma base secreta do governo. O que acha que é isso tudo?

- Eu não sei, mas estou achando que Bronson sabia – disse McCord.

- Para onde estamos indo?

- Falar com a única pessoa que pode saber o que está havendo. O ex-comandante da Terra dos Sonhos... o Secretário de Defesa Reed – revelou McCord.

No pentágono, Beckett e McCord esperavam por Reed.

- Sr. Secretário.

- Isso deve ser muito importante, para o Procurador Geral ter pedido essa reunião.

- E é. Há 3 dias, uma toxina letal foi roubada de um laboratório do governo.Nossa investigação levou-nos ao assassinato de um ex-fuzileiro chamado Jack Bronson. Você o conhece?

-É possível.Muitos homens serviram sob o meu comando. Por quê? Acham que ele está envolvido nesse roubo?

- Não, mas podia saber quem estava.Acreditamos estar conectado a uma base militar chamada Terra dos Sonhos.

- Odeio dizer isso a vocês, mas Terra dos Sonhos é um mito. Uma lenda militar. Ela não existe.

- Está brincando? – disse Beckett - Entraremos nesse jogo, senhor?

- Agente Beckett, não é? – mas Beckett não o deixou continuar.

- Quem pegou a toxina, se a usarem, haverá mortes em massa. Se sabe de algo... – McCord intercedeu indo direto ao ponto.

- Senhor.Alguém escreveu um artigo sobre Terra dos Sonhos.O senhor, pessoalmente,abafou a história. Por quê?

- Por quê? Porque o inimigo lê jornais. E por nada vou arriscar a vida de americanos entregando detalhes operacionais de uma base especial de operações... se essa tal base existisse.

- E Bronson? Qual a conexão dele com a base? – Beckett acrescentou - Se ela realmente existe.

- Tudo o que direi será extraoficial.Estamos entendidos?

-Sim.

- Bronson era um fuzileiro-naval exemplar.Mas ele só trabalhou em uma missão no exterior.Um ataque aéreo muito importante em Jalalabad, que derrubou Anwar Zawari, o número dois da Al-Qaeda.Ele era o nosso homem em solo.Posicionado em um prédio na vizinhança. Ele informou quando Zawari entrou na casa.Quando o ataque aéreo foi lançado...ele indicou a casa com um laser para guiar o míssil.

- A palavra "Valkyrie" tem algo a ver com o ataque? É o nome de uma missão ou um código?

- Não. Não me é familiar.Essa operação foi uma grande vitória para nós.Enfraqueceu toda a estrutura de comando da Al-Qaeda.

- Houve notícia de retaliação da Al-Qaeda?

- Houve alguns rumores.Sempre há.Mas derrubamos Zawari há um ano e eles nunca nos atacaram de volta.

- A não ser que já tenham atacado. E este seja só o começo – disse Beckett.

De volta a sede do FBI, souberam o que seu superior fizera.

- Reforcei a segurança dos possíveis alvos na Capital.Prédios do governo, atrações turísticas, comércio.

- Só que a toxina é muito versátil. Pode ser espalhada pelo ar, contaminar um reservatório, detonada em uma bomba liberando uma nuvem tóxica em parte da cidade. Se isso acontecer, lidaremos com mais do que duas mortes – McCord se tocou - E eu sinto muito.

-Não. É... seu trabalho.E, se pararmos o próximo ataque, posso ser salvo – disse Castle - Se é retaliação da Al-Qaeda, como sabiam sobre Bronson?

- Ele estava em solo durante o ataque aéreo.Deve ter sido visto por morador ou por familiares de Zawari.

- Vamos checar se há parentes de Zawari, amigos ou associados na região de Washington.Se a Al-Qaeda está prestes a atacar, devem ter pessoas de prontidão. Deixaram Beckett e Castle sozinhos.

- Olhe... – ela começou mas Castle a interrompeu.

-Estou bem – o celular tocou - É a minha mãe.Ligou a manhã toda. Não posso evitá-la para sempre. Olá, mãe. A que devo o prazer? – ele se afastou dela.

- Richard. Foi arrastado daqui ontem como um criminoso.Não atende minhas ligações.O que está havendo?

- Não, mãe. Estou bem.

- Pai, eles te prenderam? Precisa que paguemos sua fiança?

- Que tal um advogado,sr. C? Conheço um cara na Defensoria Pública.

-Por favor.Não. Tenho um...conhecimento especial sobre um caso de Beckett. Ela pediu para me escoltarem,foi isso.

- Graças a Deus. Gina ligou esta manhã.Quer que você assine alguns livros para VIPs de uma empresa.

- Certo – e naquele momento ele decidiu por ser casual e mantê-las no escuro sobre o que acontecia - Estão em meu escritório, na prateleira de trás. Se eu não...Se eu não estiver aí amanhã,ela pode ir buscá-los.E, mãe...obrigado.

- Quando ele vai voltar? – ouviu a filha perguntando.

- Deixe-me falar com Alexis.

- Ele quer falar com você,querida – Martha entregou o telefone à neta mas começou a desconfiar de tudo.

- Oi, pai.
- Com sorte,voltarei amanhã de manhã. E...sabe que te amo, não é?

- Claro que sei. Nesse momento, ele foi interrompido pelo médico avisando da próxima injeção. Mesmo não ouvindo, Alexis perguntou - Pai? Está tudo bem?

- Está. Estão me chamando,então tenho que ir.

- Certo. Até amanhã.

- É, até amanhã.

- Achou o papai estranho? – Martha não disse nada mas seu instinto maternal sabia que havia algo acontecendo.

- Senhor, achamos algo. Estava certo sobre a família de Zawari.Identificamos 6 membros de sua família morando nos EUA. Quatro na Califórnia e dois primos aqui em Washington. Iríamos rastreá-los quando Hendricks detectou através das ações de Bronson, anteriores à sua morte, nós o rastreamos até aqui... uma cafeteria em Dupont Circle.Poucos segundos depois de sair...esse homem o seguiu.Foi identificado como Waqas Rasheed, primo de 2º grau de Zawari.O agente Richmond está tentando rastreá-lo.Mas eis o que sabemos...ele tem cidadania americana e afegã, é pós-graduando de Engenharia em Georgetown.Senhor, ele estava em Jalalabad na noite do ataque aéreo em Zawari.5 de seus outros primos foram mortos no ataque. Enterrar tantos familiares pode radicalizar qualquer um – enquanto discutiam, o técnico de informática o chamou.

- Consegui. Nós o pegamos.Temos imagens ao vivo de Rasheed seguindo a leste na Rua 14 entre "E" e "F".

- Ele tem uma mochila.

- Pode ser a toxina – disse McCord.

- E o antídoto – completou Beckett.

- Vamos!

Elas foram até o local indicado e percebendo que algo estava errado, o suspeito começou a correr. Beckett disparou atrás dele seguida de McCord.

-Pare! Pare! Polícia Federal. Pare! – num movimento rápido, Beckett o derrubou no chão. Abriu a mochila e vasculhou o conteúdo - Não está aqui. Onde está a toxina? Rasheed, onde está a toxina? – como ele permaneceu em silêncio, elas o escoltaram à base. Rasheed permanecia calado e Castle o observava preso à uma sala e olhando para a câmera, começava a se desesperar.

- E se ele não falar?

- Ele vai falar. Eles sempre falam – disse o chefe de Beckett.

- E se ele não falar a tempo?

- Temos uma equipe no apartamento dele.Se tiver a toxina e o antídoto, eles encontrarão.

- Obrigado... por me deixar fazer parte disso.

- Quando escrever seu próximo romance talvez haja um lugar para um arrojado agente federal colombo-americano.

- Considere feito.

- Algo sobre Rasheed? – ele perguntou ao ver Beckett e McCord se juntarem a eles.

- Buscamos cada centímetro daquele lugar.Nenhum sinal do antídoto ou da toxina.Ele pode ter escondido em algum lugar.

- Ou isso, ou já está lá fora, pronta para ser utilizada.
Beckett percebeu que a revelação de McCord mexera com Castle e no fundo, a afetara também.

- Façam-no falar. E Beckett entrou na sala com McCord.

- Por que estou aqui? Do que se trata?

- Você é parente de Anwar Zawari, correto?

- Um homem não escolhe sua família.Não tenho relação com Anwar ou suas crenças.

- Mas estava em Jalalabad quando ele morreu.

- Sim, mas não para vê-lo. Tenho parentes lá e estava passando um tempo com eles durante o Ramadã.

- Entendo que 5 de seus parentes foram mortos no ataque por mísseis dos EUA.

- E por isso culpo Anwar e eles por estarem lá. Agora, por que estou aqui?

- Você estudou Engenharia.Em especial, projetos elétricos para edifícios comerciais.

- Você tem o dom de fazer um fato soar sinistro.

- Você seria capaz de invadir um sistema de segurança.

- Não invadi nada. Quero um advogado.Tenho direito a um advogado.

- Combatentes inimigos não têm advogado ou julgamento – Beckett não aguentava esperar o bate-boca entre McCord e Rasheed.

- Onde está a toxina,Rasheed?

- Não sei do que estão falando.

- Acho que sabe. Na verdade,sei que você sabe.Este é Jack Bronson,ex-fuzileiro naval dos EUA. Ele estava em Jalalabad na noite do ataque. E este...é você, seguindo-o para fora de um Café.Três horas depois,ele estava morto.Não vá me dizer que isso é coincidência.

- Isso é sobre ele? Estão enganados.Eu não o estava seguindo.Ele é que me seguia.

- Por que estaria seguindo você?

- Ele queria saber se eu tinha falado com alguém...sobre o nosso segredo.

- O segredo de vocês? Que segredo?

- Na noite do ataque, eu estava na casa do meu irmão a um quarteirão de distância de Anwar.Ouvi a explosão.Corri até lá.A casa foi destruída.Fui o primeiro a chegar.Queria ver se havia sobreviventes. E isso foi...quando vi Bronson,parado em meio aos escombros,segurando um corpo.

- De quem era o corpo?

- De uma jovem mulher.Uma das empregadas da casa.E quando me viu,ele...sacou a arma.Tive a certeza que eu morreria ali. Mas aí ele falou.Sabia o meu nome,onde eu morava e o que fazia. Disse que se eu contasse a alguém o que tinha visto, ele me mataria. E, então, foi embora.Com o corpo.

- Ele levou o corpo de uma empregada morta?

- Fiz o possível para esquecer de tudo.Até ele me achar naquele Café e ficar perguntando"A quem contou? Por que armaram para mim?" Jurei não ter dito a ninguém. Seja lá o que pensem ou que esteja acontecendo,juro não estar envolvido.

E Rasheed parecia dizer a verdade. Nenhuma das agências de inteligência o associa aos integrantes da Al-Qaeda e tem um álibi sólido para a noite da invasão.

- O que acha de Rasheed? – o superior perguntou a Beckett.

- Não acho que seja quem procuramos.

- Baseado em quê?

- Na história que ele contou.Ele disse que viu Bronson carregando o corpo de uma empregada. A única forma de ter contado uma história dessas é se for verdadeira.

- Tirando o nome "Valkyrie", que ninguém com quem falaram parece saber o que é, não temos praticamente nada. O que significa que sou um homem morto.

- Não, Castle. Não "nada". Temos o que Bronson te disse e o que Rasheed nos disse. Sabemos que isso envolve algo que aconteceu na noite em que Zawari morreu. Algo maior do que apenas um ataque aéreo. O que temos que fazer é descobrir o que era – eles trocaram um olhar silencioso que no fundo era uma forma de dizer aguente firme.

- Pedirei os arquivos da missão ao Dep. de Defesa. Talvez tenham algo que nos ajude.

- Esses são os arquivos da missão? Há ao menos uma frase que não tenha edições?

- Nenhuma completa. Alguém quer, definitivamente, esconder o que está aqui.

- Sinto muito, Castle. Isso é inútil – Beckett olhou para ele apreensiva.

- Pode procurar a palavra "Valkyrie"? – Castle pediu.

- Não aparece no documento. Provavelmente porque está editado.

- Certo. E se procurar por uma palavra riscada de 8 letras com o mesmo comprimento de "Valkyrie"?

- Todas as palavras de 8 letras não têm o mesmo comprimento? – perguntou McCord.

- Não em uma fonte proporcional, como a Times Roman.Cada caractere varia em tamanho.Da mais estreita, como uma letra "I" minúscula, até a mais larga, como o "W" maiúsculo. A combinação das letras da palavra "Valkyrie" criará um comprimento muito específico, não diferente de uma impressão tipográfica.

- Posso trabalhar com isso.

- Se acharmos "Valkyrie", podemos descobrir o contexto pelas palavras ao redor – Beckett estava mais uma vez impressionada com Castle e esperançosa também.

- É um tiro no escuro, eu sei.

-Nem tanto. Encontramos algo.Estas são miniaturas do documento inteiro. Está em todas, realçada em vermelho.

- A última página tem a maior quantidade – constatou Beckett - Pode ampliá-la? Leram juntas. Era a transcrição do ataque.

- Valkyrie pode ser o codinome de Zawari.

- Não, deve ser mais que isso, mas não há o suficiente para juntarmos o contexto.Precisamos de uma transcrição sem edições.

- Ou a gravação do áudio original – disse o técnico.

- No que está pensando,Richmond?

- Para um ataque em Jalalabad, devem ter usado um F-16 da base aérea de Bagram.Fui diretor técnico por um ano em Bagram. Parte da minha função era inserir dados dos voos em um servidor central. Se eu puder acessá-lo, talvez consiga a gravação.

- O que estamos esperando,McCord?- Beckett pressionou - Jogamos pelas regras e foi isso que nos deram.

- Faça. O telefone de Beckett começou a tocar. Martha.

- Castle, é a sua mãe. O que quer que eu diga a ela? – apenas com o olhar ela entendeu, deixou cair na caixa postal. Sem saber a quem recorrer, Martha decidiu procurar as pessoas que podiam chegar até os dois, foi ao distrito à procura de Ryan e Esposito.  

- Oi, Martha. O que te traz aqui?

- Sei que estão ocupados,mas... estou preocupada com Richard.

-Sério? Por quê?

- Ontem à noite, ele foi levado por dois agentes federais...brutamontes.E quando falei com ele hoje, estava gentil, sincero e sem ironias.Então... algo está muito errado. E Katherine não atende minhas ligações.

- Tenho certeza que há uma explicação – disse Ryan.

- E preciso que descubram qual é.

Castle estava com o médico mais uma vez.

- Dificuldades para respirar?

- Sim, mas acho que é só ansiedade.

- Posso aplicar um sedativo.

- Não. Obrigado.Prefiro ficar atento o máximo possível.

- Desculpem – McCord entrou na sala.

- Não, sem problemas.Já terminamos – disse Castle. Procurando ser gentil, McCord perguntou.

- Quer um café?

- Não, prefiro morrer a beber mais dessa lama – ao ver o olhar arregalado dela entendeu - Muito cedo? – então resolveu saber sobre Beckett - Agente McCord,posso fazer uma pergunta?

- Pode.

- Como ela está indo aqui?

- Beckett? Ela é boa. Tem muito potencial.

- Então ela ficará bem – ele disse quase para si mesma, com uma voz nostálgica.

- Ela ficará ótima – respondeu ao perceber o quanto isso mexia com ele e se afastou. Castle não sabia onde Beckett estava mas naquele momento preferia que ela não o visse tão abalado por saber que seu tempo estava quase se esgotando.

McCord chamou os dois. O técnico conseguiu identificar o áudio da missão. Finalmente muitas coisas começavam a serem esclarecidas. Além de descobrir que o secretário Reed ordenou o ataque a Zawari, eles também descobriram que Valkyrie era uma espiã americana infiltrada como empregada na casa do líder da Al-Quaeda. E Reed a matara por isso a edição do texto.  Bronson serviu de bode expiatório em tudo isso ao receber a ordem para encobrir o caso. Elas tomaram a decisão de expor tudo ao seu superior. Após ouvir a gravação, ele as questionou sobre o que fazer.

- Então, o que isso quer dizer? Bronson foi morto para encobrir a morte de uma espiã americana? Com a implicação que o General Reed está por trás disso? O atual Secretário de Defesa?

- Uma posição que ele conseguiu por causa do sucesso ao matar Zawari – disse McCord.

- A carreira dele estava em ascensão.Talvez não pudesse ter detalhes sórdidos lá.

- Mas se ele quisesse calar Bronson,por que se daria ao trabalho de armar para ele? E nada disso explica o roubo da toxina.

- Senhor, ele mentiu para nós sobre Valkyrie e Bronson.Ou ele está envolvido ou ele sabe mais do que está nos contando.

- Só que vocês não têm provas. Beckett, eu sei o que está em jogo para você e para Castle,mas não posso deixar que vá até ele sem evidências concretas.

Ela não gostou do que ouviu. Preocupada, foi procurar Castle.

- Oi. Imagino que Villante disse não à ideia de arrancar a verdade do Secretário Reed.

- Algo assim. Como está se sentindo?

- Bem. Acho que preciso tomar outra injeção – ela percebeu que ele estava fraco e sentiu um aperto no coração. Queria fazer alguma coisa.

- Cas... pode vir aqui um minuto? – ele a seguiu para uma sala. Fechou a porta atrás de si – Castle, olhe... eu, eu preciso que não desista. Eu estou fazendo o que posso para te tirar dessa. Eu preciso de você, não posso fazer isso sozinha. Não quero ficar sozinha. Eu imaginei tanta coisa para nós, um futuro juntos. Se você... – mas a voz a traiu e Kate teve que calar-se para evitar chorar. Castle aproximou-se e segurando-a carinhosamente pelos braços respondeu.

- Hey, ainda não acabou. Temos o que investigar. Você é a minha esperança, somente você é capaz de desvendar esse caso e poderá encontrar esse antídoto. Sei que pode, confio em você Kate.

- Talvez sua aposta seja uma fraude.

- Não! Nunca diga isso. Olhe, eu sei que o tempo está se esgotando então preciso dizer algumas coisas para você mas promete que não irá me interromper?

- Eu também te amo, Castle – ela disse em resposta.

- Bem essa era uma das coisas mas não a única. Me ouça, Kate. Você está fazendo tudo o que pode, nós estamos nisso juntos. Acredito que temos uma saída porém, se por um acaso eu não conseguir vencer essa toxina quero que saiba. Isso não é sua culpa, eu morrer não é sua culpa e nunca deixe ninguém pensar ou dizer isso a você, Kate. Prometa para mim que não irá se culpar pela minha morte, que não irá se fechar para o mundo novamente. Por favor, não reconstrua os muros. E não importa o que aconteça, você é a minha vida. Eu te amo muito, Kate. Muito.

Ele viu as lágrimas se formando no canto dos olhos dela e as limpou. Percebeu que ela engolira em seco. Havia sim a possibilidade dele a deixar, Kate gostaria de acreditar que era mínima mas existia. Ela pode ver a tristeza misturada ao sentimento de amor naqueles olhos azuis que a fitavam. Ela era péssima em despedidas. Não queria que isso fosse uma despedida.

- Promete para mim, Kate. E também que vai cuidar de Alexis para mim, ajuda-la.

- Não, Castle. Eu não vou prometer algo em que não acredito. Nós vamos lutar. Eu vou lutar – as palavras dele a lembraram que ela precisava ser forte pelos dois - Não aceito te perder e você não pode se entregar. Eu preciso que fique comigo, que acredite em mim. Nós já passamos por muitas situações difíceis e superamos cada uma delas. Você não me deixou e muito menos desistiu de mim quando estive a trinta minutos da morte com aquela bomba. Ainda temos algumas horas, não desistirei de você. Nós temos um futuro, Rick. E eu acredito em nós. Always.

Num impulso, ela o abraçou apertado. Ficou uns minutos sentindo o calor dos braços e do corpo dele envolta do seu. Beijou-lhe o pescoço e sussurrou outra vez que o amava em seu ouvido. Ao se separar, fitou-o abrindo um pequeno sorriso.  

Quando eles saíram da sala, Castle foi à procura do médico e Beckett, de justiça. Ela deixou o bureau e foi direto à residência do secretário. Desceu do carro decidida e topou com seguranças, mostrando a insígnia, ela se anunciou.

- Sou a agente Beckett da Procuradoria Geral. Quero falar com Reed.

-Tem hora marcada?

-É caso de segurança.

-Se não marcou hora, tenho que pedir...

-Só chame o Secretário.Falei que é caso de segura...Secretário Reed? Agente Beckett...

- Afaste-se.

- Da Procuradoria Geral.Nós nos encontramos mais cedo.

- Michael, quem é essa?

- Afaste-se.

- Cuidarei disso.

- Senhor, só preciso conversar.É um caso de segurança nacional.

- Joseph – o segurança se afastou - Você apareceu na minha casa? Quem diabos você acha que é?

- Eu devia lhe perguntar o mesmo. Você mentiu sobre Valkyrie. Você obstruiu uma investigação federal.

- Contei o que precisava saber.

- Eu preciso saber de tudo. O que está havendo e o que está escondendo?

- Você está mexendo com a pessoa errada, agente.Isso vai te custar caro.

- Há uma toxina mortal por aí.Se alguém morrer porque você não cooperou...

- Você o quê? O que quer que isso seja, não tem nada a ver comigo.Talvez queira se lembrar da primeira regra do combate. Você nunca começa uma guerra que não pode vencer – e a deixou sozinha. Com raiva, ela caminhou até seu carro. O celular tocou e ela atendeu sem muita paciência - O que é?

-Oi, Beckett. Esposito e Ryan.Está tudo bem?

-Ótimo. Por quê?

- A mãe do Castle veio aqui e estava muito preocupada.Vamos, Beckett. O que está acontecendo?

- Está tudo bem – ela prometera para Castle que não falaria nada e foi o que fez. De volta ao bureau, ela observava o médico dando dicas a Castle para permanecer calmo e controlar a respiração. Já sabia que ele estava com dificuldades e provavelmente a toxina estava se tornando mais agressiva agora. Eles estavam correndo contra o tempo.

- No que diabos estava pensando? – era seu superior, já deveria saber da sua visita surpresa.

- Senhor, só estava seguindo um palpite.

- Da próxima vez, siga as ordens. Suei com o Promotor Geral para manter seu emprego.

- O Secretário Reed reclamou com o Procurador Geral?

- Se isso te surpreende, não é tão inteligente assim.

- Não é isso. Se Reed estivesse por trás disso não teria feito essa ligação.

- Certo, pois não iria querer chamar atenção para si mesmo. Foi por isso que foi até lá? Para forçá-lo a mostrar a mão? Estou impressionado.

- É, não fique.Parece que descartei nossa única pista – Beckett disse com um ar triste voltando sua observação para Castle.

McCord porém, encontrou algo para dar rumo à investigação. Fazendo uma pesquisa sobre Valkyrie e depois de conversar novamente com Rasheed, ela conseguiu uma foto de família capaz de mostrar a empregada. Com uma pesquisa no banco de dados a identificou como Farrah Usman. Segundo os registros, ela morreu em um bombardeio em Cabul. Porém, dois dias depois do ataque a Zawari, seu corpo foi enviado de volta a Dover e foi reivindicado por ninguém menos que Brad Parker, o repórter. Pela documentação, ela era sua noiva.

- Como um veterano de combate,Parker saberia que os ferimentos da noiva não eram de bomba.

- Por isso escrevia sobre Terra dos Sonhos e por que buscou Bronson.

- Ele tentava descobrir como ela realmente morreu.

- E ele é ex-militar, então seria capaz de realizar aquele roubo.

- O que estamos dizendo? – perguntou o superior - Que Parker roubou a toxina por causa da noiva? Isso seria por vingança?

- A toxina seria perfeita para isso. É mortal e não detectável em uma autópsia, a não ser que a procure especificamente.

- Por isso tentou disfarçar o roubo, armando o outro roubo e incriminando Bronson.

- Como estamos na busca por Parker?

- Não está no trabalho. Não o viram o dia todo.Não consigo rastrear o celular.Deve tê-lo desligado.

-Sr., se tiver a menor chance...

- Vá ao apartamento dele. Vá.Castle.Você fica aqui.

- Deram-me menos de um dia de vida há menos de um dia.Se Parker tem o antídoto, preciso ir com elas.

- Está bem.

A equipe invadiu o apartamento de Parker mas nem sinal dele. Beckett ordenou uma busca  minuciosa pela toxina e o antídoto. Vasculhando as coisas dele, Castle encontrou a planta do edifício onde a toxina estava além de material de pesquisa sobre o secretario Reed e Beckett um arquivo sobre a toxina. Tudo fazia sentido agora.

- Reed é o próximo alvo. Ele irá atrás do homem que deu a ordem que matou sua noiva.

- E acho que sei onde – disse McCord - Confirmação da credencial de imprensa de Parker para o discurso de Reed na Academia Naval para novos cadetes às 17h de hoje.Temos 20 min.

-Precisamos segurar Reed.Prendam Parker e peguem o antídoto – Castle mal estava se aguentando em pé, Beckett movida pela adrenalina e por seu objetivo maior não percebera.

A caminho da Academia Naval, Beckett soube através de McCord que o secretario estava lá bem como as equipes de segurança mas nenhum sinal de Parker. Olhando para Castle, viu que ele suava frio, estava sentindo-se mai.

- Quer que eu ligue para o dr. Goldberg para que ele nos encontre lá?

- Ele já aplicou a última dose. A única coisa que pode me ajudar agora é o antídoto. Não faz sentido.Por que Parker não estaria lá ainda?

- Há milhares de pessoas lá. Talvez não o tenham visto.

- Por que ter o trabalho de conseguir a credencial se não for usá-la?

- Pode ser outra distração – lembrou Beckett - Como o sistema de encriptação foi uma distração para o roubo da toxina.

-Tática militar. Sempre nos deixando um passo atrás – disse Castle.

- Um passo atrás do quê? Isso só pode ser por vingança, então tem relação com Reed.

- Talvez queira fazer com Reed o que fez com ele. Tirar a pessoa que ele mais ama – disse Castle.

- A esposa dele – conclui Beckett e virou o carro na direção oposta.

- Beckett,por que deu a volta? É o Castle? – perguntou McCord.

-Não, temos um palpite.

- Que tipo de palpite? Mas ela não respondeu pisando fundo, era ela e o tempo correndo em direções opostas, lutando para que não fosse tarde demais. Ela tenta falar com o escritório dele, sem sucesso. Nesse momento, Castle sente que suas forças estão acabando e chama por ela.  

-Kate...

-Castle, fique comigo. Estamos quase lá – apreensiva ela acelerou ainda mais. Ao contrario dela, Brad Parker já chegara para uma suposta entrevista com a Sra. Reed. Beckett tenta a residência.

- Ligou para os Reed. Não podemos atender.Deixe um recado. Retornaremos a ligação.

- Droga!

- Kate... – ele a chamou novamente. A dificuldade para respirar aumentara muito. Ao olhar para ele, o desespero a atingiu. Precisava mantê-lo com ela.

-Não, Castle. Olhe para mim. Aguente firme. Estamos quase lá.

Ela parou o carro cantando pneus na frente da casa de Reed. Ao descer do carro, Castle não aguentou o próprio peso e tonto desmaiou caindo no chão. Ao ver o que acontecera, ela correu ao encontro dele em desespero.

- Castle.Não. Não! Rick, pode olhar para mim? – ele apagara. Só havia uma coisa que ela poderia fazer. Sacou sua arma e invadiu a residência dos Reeds. De arma em punho, ela avançava cautelosamente pelos cômodos até chegar à sala onde viu o segurança e uma empregada tentando reanimar a patroa. Ao ouvir a voz de Parker, ela se manifestou apontando a arma para ele.

- Parker, largue o telefone.

- O que está fazendo? – perguntou o segurança.

- Onde está o antídoto,Parker? – Beckett insistiu.

- Abaixe a arma – o segurança apontou a arma para Beckett, o que deu uma vantagem para Parker sair correndo.

- Ele envenenou a sr.ª Reed. Fique com ela.

Beckett saiu para o jardim à procura dele. Gritou.

- Acabou, Parker! Sabemos de tudo. Entregue o antídoto antes que seja tarde demais – mas ele a surpreendeu por trás acertando um soco em seu rosto e desarmando-a. Agora, Parker apontava a arma para Beckett.

-Não. Espere! – ela tinha os braços levantados em sinal de defesa, sua única na verdade.

-Ele esperou ao mandar atacar? Não.Agora é a vez dele de sentir como é.Ela morrerá...assim como Farrah.

- Por favor, Parker. Ela não é a única que envenenou. Meu noivo está morrendo.Ele precisa do antídoto – Beckett implorou.

- Você não entende.É tarde demais.Tarde demais.

- É bom torcer para que esteja errado – disse McCord com uma arma apontada para a cabeça de Parker.

Em um quarto de hospital...

Kate estava debruçada sobre a cama onde Castle dormia. Tocava gentilmente o rosto dele. O monitor indicava seus batimentos cardíacos. Chamou por ele.

- Castle – nada – Castle – ele abriu os olhos - Oi.

- Oi – deu de cara com um belo sorriso - Tive um sonho muito estranho.Você estava nele.

- Graças a Deus – Martha exclamou.

- Oi, pai.

- Você e você estavam nele.

- Sr. C. Fiz um reiki de cura em você. Parece que deu certo.

- Você também estava – disse Castle já não tão feliz.

- Acho que ele ficará bem – disse Martha.

- Graças a você – ele virou-se para Kate que o admirava segurando o queixo apoiada na cama. Martha percebeu os olhares dos dois e falou.

- Bom, por que não damos a vocês um momento? Vamos.

- Estaremos lá fora, se precisar – disse Alexis beijando-lhe a testa.

-Está bem.Eu te amo.

-Também te amo.

-Oi – ele voltou sua atenção totalmente a Kate.

-Oi – ela respondeu sorrindo.

- Como foi seu final de semana?

- Não teve nada de importante. E o seu?

- Idem.Ao menos, consegui te ver.

- Sinto muito, Castle. Não deveria ser tão difícil – ela acariciou o cabelo dele e pousou a mão no ombro de Castle já que a outra estava ocupada entrelaçando seus dedos.

- Washington ou nós? Às vezes...as coisas mais difíceis na vida são as que mais valem a pena. Iremos descobrir como fazer dar certo. Mas tem uma coisa. Ao falar que estou morrendo para te ver, mantenhamos apenas no sentido figurativo.

- Combinado – e ficou conversando com ele mais um pouco. Ao sair do quarto, encontrou McCord que perguntou como ele estava.

- Está bem, considerando-se tudo. E a sr.ª Reed?

- Sobreviverá.

- E o Secretário Reed? O que acontecerá com ele?

- Como assim?

- Ele ocultou informações para salvar a própria pele. Pessoas quase morreram por causa disso.

- Sabemos que não é tão simples assim – disse McCord.

- Mas haverá, ao menos, uma investigação, não é? – Beckett estava um tanto surpresa.

- Você quer que tudo seja branco ou preto, eu entendo. Mas, nesta cidade,raramente é esse o caso. E, para realizar este trabalho, precisa aceitar isso. Mas aquele palpite sobre a sr.ª Reed foi ótimo. Deveria se orgulhar.

- Foi ideia do Castle.

- Mas foi esperta de apostar nela.Foi decisão sua.

- E você me apoiou, mesmo sem saber o que eu faria.

- É o que parceiros fazem – e virando as costas para ela, McCord caminhou afastando-se. Beckett não pode deixar de pensar alto e voltar sua atenção em direção à porta que dava para os quartos do hospital.  

- Pois é. É o que parceiros fazem – ela pensava em Castle e mais uma vez ela teve a prova de que mesmo à beira da morte, ele ficou ao seu lado, a ajudou. Isso era parceria e mesmo tendo-o salvado, de certa forma ele nunca poderia imaginar que no fundo, ele a salvara.

Durante duas semanas, ela cuidou dele dividindo-se entre o trabalho e a casa. Regulava sua alimentação, distribuía carinhos. Dava os remédios e checava sempre nos horários corretos mesmo estando trabalhando. Kate não se descuidou dele nem por uma hora. Naquela noite ao chegar em casa, notou a mesa muito bem arrumada e um cheiro de alho e ervas delicioso.

- Castle, cheguei. Que cheiro bom é esse? – ela viu que ele estava à beira do fogão fritando algo.

- Hey, Kate. Que bom que chegou cedo. Estou quase terminando o jantar. Sugiro você tomar um banho, colocar uma roupa leve e servir-se de um pouco de vinho. Já está na geladeira.

- Qual é a ocasião? – ela perguntou se aproximando dele e envolvendo seus braços na cintura dele por trás.

- Iremos celebrar a vida. Você tem vinte minutos para voltar aqui e começarmos. Sorrindo, ela seguiu para o quarto. Quando voltou, Castle estava servindo duas taças de vinho tinto. A salada já estava na mesa e a panela desligada – que bom. Tome aqui seu copo enquanto vou buscar o salmão. Não beba ainda, quero brindar com você – ele se afastou e voltou com uma travessa muito bonita com várias postas de salmão grelhado, batatas souté, verduras e um molho de ervas e alcaparras que cheirava divinamente bem. Ela reparou que além da salada havia um arroz a grega sobre a mesa. Pegando seu copo de vinho, Castle se aproximou dela e ergueu o copo falando.

- Este brinde é para você. Ainda não tive a oportunidade de te agradecer propriamente por ter salvado minha vida mais uma vez. Obrigado por não desistir. Sinceramente, não sei dizer qual sentimento era pior, saber que estava prestes a morrer ou saber que não poderia passar o resto da minha vida ao seu lado. Te perder não está nos meus planos, Kate. Portanto, a você por me amar e acreditar.

- A nós. Foi um trabalho de equipe. Você não precisa me agradecer, fiz porque te amo, é isso que parceiros fazem. E você é o meu parceiro não somente no trabalho, você é meu parceiro na vida. O homem que escolhi para passar o resto da minha vida, construir um futuro.

Ela tocou o copo no dele e tomou um gole. Depois, ela aproximou os lábios dele e o beijou carinhosamente.

- Vamos jantar? Estou com muita fome.

- Vamos, ah! Antes que eu esqueça. Esse vinho é aquele – e piscou para ela vendo-a tomar mais um pouco da bebida.

Tudo que ele cozinhara estava delicioso e Kate agradeceu mentalmente por ter descoberto esse lado de Castle a pouco tempo e poder usufruir disso. Na metade do jantar, ela já havia tomado três taças do vinho indo para sua quarta e se sentia muito bem. A bebida começava a provocar o efeito esperado por ela e certamente por Castle.

- Amor, está tudo delicioso. Muito bom mesmo. Esse molho de ervas...hum... onde você aprendeu a cozinhar assim?

- Como o mágico, um Chef nunca revela seus segredos.

- Hum, querendo ser misterioso Castle... que tal eu aproveitar desse talento que eu também tenho mas ao contrario de você, faço questão de mostrar? – Castle já sabia que o vinho estava fazendo efeito. A noite prometia para ambos. Kate se levantou e caminhou até ele. Fez um movimento inclinando-se sobre ele flertando com os lábios na pele do rosto dele e por fim indicando para segui-la. Castle obedeceu. No meio da sala, ela o beijou dessa vez com sensualidade e deixando seu corpo colar no dele. A língua de Kate buscava por explorar a boca de Castle provocando as melhores sensações nele, ela sentiu quando o membro dele se mostrou alerta para ela. Kate desabotoou a camisa dele e retirou sua própria. Ela não estava preocupada em ir para o quarto nesse momento. Não, queria prova-lo ali mesmo. Enquanto sua boca se mantinha ocupada saboreando o peito dele, as mãos se encarregavam de livrar-se da calça dele. Em dois minutos, Castle encontrava-se completamente nu à frente dela e Kate se ajoelhou. Ele sabia exatamente o que ela faria. Kate provou-o de uma vez e sozinha ela procurou agrada-lo com um toque de sua própria mágica.

Castle estava nas nuvens, segurava-se na sua força para manter-se em pé enquanto seu corpo recebia um tratamento de prazer maravilhoso. Ele acariciava os cabelos dela enquanto deixava o prazer tomar-lhe. Percebendo que Castle estava em seu limite, ela o chupou uma vez mais e o tirou da boca. Satisfeita por vê-lo completamente envolvido, de olhos fechados e apreciando o momento de prazer, Kate tornou a ficar de pé na frente dele.  Encarando-o assim que ele abriu os olhos, Kate sorria. Ela estava apenas de shortinho na frente dele. Tomado pelo prazer ele a agarrou e abocanhou os seios dela um a um pressionando o corpo dela contra o sofá, erguendo as pernas dela livrou-se da peça de roupa e posicionando as pernas à altura de seus ombros, ele se debruçou sobre ela e a tomou ali mesmo. Com movimentos rápidos, eles chegaram ao ápice do prazer e entregaram-se juntos ao orgasmo.

Em seguida, movida pelo vinho ela o levou para o quarto onde fizeram amor mais uma vez de maneira intensa e apaixonada. Satisfeitos após o seu pequeno banquete de prazer, Kate se enroscou nele e beijando a região da sua mandíbula, ela deixou escapar um longo suspiro.

- Obrigada pelo jantar e pelo vinho... estou tão feliz que vencemos a toxina.

- Formamos uma dupla e tanto. Em todos os sentidos – disse Castle.

- Eu sei. Mas não podemos continuar juntos, pelo menos no trabalho. Você sabe disso e eu sei. Castle, eu prometo que vou fazer o possível para que isso não se torne tão difícil. Washington não pode nos vencer.
- Concordo. Mas preciso voltar a New York. Comprei minha passagem para depois de amanhã. Não fique chateada mas preciso ver o que está acontecendo em minha casa agora que Pi resolveu acampar na minha sala por tempo indeterminado. Sabe lá o que andam fazendo.

- Eu entendo, babe. Apenas prometa que nos veremos logo.


- Prometo, Kate. E depois de uma experiência bem próxima à morte, eles podiam finalmente adormecer seguros que a calmaria estava com eles nesse instante, o que deveriam aproveitar antes que outra tempestade os procurasse.  


Continua...

2 comentários:

Unknown disse...

Que vinho é esse??? kkkkkkkkkkkkkk.. jesusssssssssssss, precisando de um banho de água gelada!!
Adorei!!

Unknown disse...

Uau cade o ar?????!!!!!
Vc me fez sentir novamente a tensão que foi esse epi nossa que demais...Katie chamando ele de AMOR serio ñ posso com isso gente,Martha conhece nosso Castelinho mais do que ele imagina e quando ela manda o KATHERINE meu coração vai a mil çor hora,eles lutando até a tão sonhada vitoria e com um toque especial no fim,Kate e vinho combinação perigosa,porém Rick agradece!
Esperando proximo =)