Nota da Autora: Mais um capitulo. Em uma temporada de destaque, fica bem dificil acrescentar algo mas sempre tem uma emoção não?
Cap.2
Castle estava impaciente. Não sabia o motivo por ter
sido arrastado de New York até ali. Nem um telefonema de Beckett recebera e
aquilo o deixava ainda mais apreensivo com a situação. A porta se abriu
revelando uma Kate com um semblante preocupado. Ao vê-la a sua frente, ele não
conseguiu ficar calado e a encheu de perguntas. Sua ansiedade apenas piorava a
forma como Beckett se sentia. Ela permaneceu calada e puxou a cadeira para
sentar ao lado dele.
- Beckett. Finalmente. O que houve? Por que não falam
comigo? Por que tirariam meu sangue?
- Castle, sabe o caso que tenho investigado? A invasão
e roubo? – ele assentiu com a cabeça - Há mais coisa envolvida do que
pensávamos. Finalmente, sentada de frente para ele, encarou-o.
- Você vai me torturar? Isso afetaria muito nosso
relacionamento.
- Não, amor. Ouça-me um momento – ela segurou a mão
dele buscando coragem para explica-lo - Outra coisa foi roubada, de outro
laboratório naquele prédio. Foi um agente químico em que estavam trabalhando para
os militares, mas foi julgado muito perigoso. A quantidade roubada pode matar
milhares de pessoas.
- Isso não é coisa confidencial? Por que está me
contando?
- Porque essa toxina foi usada para matar Jack
Bronson, o homem que te sequestrou. Era um aerossol. Foi colocado no sistema
de ventilação do carro. Então, ele entendeu.
- Eu estava no carro. Eu fui... – e tocou a região
onde haviam tirado seu sangue, Beckett não precisava disser mais nada, sabia
que estava infectado - Quão grave é? – ela engoliu em seco.
- Pela quantidade presente em seu sangue, você tem
menos de um dia de vida.
- E quanto a um antídoto? Deve haver um antídoto.
- O único frasco existente foi roubado com a toxina.
- Podem fazer mais, certo? Devem ser capazes.
- Demoraria muito para sintetizar.
- Quanto tempo?
- Uma semana – ela engoliu em seco. Sequer conseguia
pensar na ideia de não encontrar esse antídoto de alguma forma.
- É muito tempo. Tem certeza que fui exposto? Quero
dizer... sinto-me bem.Talvez estejam errados – ela via o desespero no olhar
dele e não podia se deixar levar, precisava se manter forte, esse era o plano.
- Há um médico vindo de Walter Reed. Ele poderá
responder todas as perguntas que tiver.
- Acho que você já respondeu.
- Vamos descobrir quem está por trás disso.E então, pegaremos
o antídoto,porque não o deixarei sair do nosso noivado tão fácil – tentou
fazê-lo sorrir mas nem de longe soou como um feito de sucesso.
- Tudo bem.Como está a investigação?
- Estamos investigando cada pista possível.
- Isso é o que diz quando não tem nada.
- Castle... – isso é o que acontece quando seu noivo a
conhece muito bem, pensou. Ele se lembrou de um detalhe que não contara a ela,
à essa altura tudo ajudaria na investigação e já não tinha nada mais a perder,
ou melhor tinha tudo.
- O cara que me sequestrou...
-Sim. Bronson.
- Certo.Ele era militar? Operações Especiais?
- Força da Marinha.Por quê?
- Porque antes de morrer,ele disse algo.
- Valkyrie.Estamos pesquisando isso.Não há nada no
banco de dados.
-Não é isso.Ele disse algo sobre Terra dos Sonhos.Não
pensei que fosse importante,mas de acordo com Esposito,Terra dos Sonhos é
codinome de uma base fantasma de operações no Oriente Médio.
- Acha que isso tem alguma relação com o roubo da
toxina?
- Bronson achava isso – batidas na porta os
interromperam.
- Desculpe por interromper.Sou o dr. Goldberg,vim
examinar o sr. Castle – Beckett apertou a mão dele para dar-lhe um conforto ou
assim ela esperava que ele interpretasse pois na verdade era ela quem estava
precisando daquilo, para manter viva a coragem de investigar e encontrar o
antídoto que salvaria a vida dele. Disse que voltaria depois para vê-lo. Kate
precisou de alguns minutos escorada na porta de olhos fechados para se
recompor. Ao encontrar com McCord, ela perguntou.
- Como ele está?
- Melhor do que eu. Como estamos?
- Quem está por trás disso incriminou Jack Bronson pela
invasão e usou a toxina para matá-lo.
- Teriam que cruzar o caminho dele para fazer a
entrega – disse Beckett.
- Exatamente. Hendricks e a equipe estão refazendo os
passos de Bronson para descobrir quem e quando. É uma agulha no palheiro,mas
talvez tenhamos sorte.
- Algo sobre Valkyrie?
- Nada que conecte. Os analistas continuam pesquisando
– disse McCord.
- Já ouviu sobre algo chamado Terra dos Sonhos? – mas
Beckett não esperou por uma resposta. Estava pensando alto.
O médico acabava de aplicar algumas drogas em Castle.
- Pralidoxima e atropina protelarão o efeito da toxina
e te darão mais tempo.
- Quanto tempo a mais?
- Uma hora, talvez duas.Darei uma nova dose a cada 4
horas,mas, em pouco tempo, não terão mais efeito.
- E o que acontecerá?
- Perto do fim,sentirá fraqueza e terá falta de ar.
- Por que Bronson morreu rápido e ainda estou vivo?
- Bronson ficou no carro por horas.Ele recebeu uma
dose grande.Você ficou no carro por poucos minutos.Se ingerida na forma
líquida,morre-se em segundos,mas baseado em seu exame de sangue,você tem, no
mínimo, entre 10 e 12 horas.
- Então, tirando o fato de que estou morrendo,estou
bem?
- Você está assintomático.Tentarei te manter assim o
máximo possível.
Quando o médico deixou a sala, Castle baixou a cabeça
nas mãos e ficou em silêncio refletindo por alguns instantes desde que Kate
contara sobre a infecção. Se eles realmente não encontrassem o antídoto... não,
ele não poderia pensar dessa forma. Precisava acreditar em Kate, ter esperança
porque ele conhecia sua noiva muito bem. Ela não desistiria um segundo até o
momento que, se acontecesse, ele fechasse os olhos. E se isso realmente acontecesse?
O que ele precisaria fazer antes que...
Pensou na filha, na mãe. O que diria a elas? Se
contasse, as deixaria preocupadas. Mas como podia se despedir delas? Ele
poderia optar por não contar o que acontecia mas talvez ao fazer isso, Castle
mesmo sem qualquer intenção acabaria por jogar a culpa indevidamente nas costas
de Kate. Claro que ela não merecia e nunca isso passaria pela sua mente. Se ele
estava correndo risco de vida era por si só e tão somente. Fora ele quem a
desobedeceu e decidiu investigar o caso por conta própria, o que culminou no
sequestro e na contaminação. Da mesma forma que se preocupava com a família,
ele pensava nela. Caso a sua morte fosse iminente, como ela ficaria? Ele sabia
muito bem que sua noiva não lidava bem com injustiças, não suportava perdas.
Ele vira o quanto o caso da mãe a fechara para o mundo e não gostaria de ser o
responsável por levava a uma nova reclusão. Ele precisaria conversar com Kate.
Passou as mãos nos cabelos. O que você está pensando,
Castle? Ainda não acabou. Kate está lutando por você, para te salvar. Como pode
pensar que tudo está acabado? Não, precisava ter esperança. Ter fé e confiança
nela e tudo ficaria bem. Silenciosamente, ele fechou os olhos e fez algo
incomum, ele disse uma prece. Não poderia
ficar sentado ali e não fazer nada.
Beckett expos sua teoria sobre a Terra dos sonhos para
seu chefe que achou que uma base fantasma no Oriente Médio parecia algo muito
conspiratório, irreal. McCord concordou com o chefe dizendo que não tivera
nenhuma indicação da existência dessa base. Mas o técnico em informática falou
que achara uma referência, Beckett se sentiu aliviada. Era um ponto para
iniciar a investigação e quem sabe encontrar o antídoto. A nova pista apontava
para um artigo feito por um repórter. Brad Parker chamado “Por Dentro da Terra
dos Sonhos” mas foi impedido de ser publicado alegando ser uma questão de
segurança nacional. O texto era confidencial. Seu superior decidiu contatar seu
amigo no pentágono, ver se conseguia algo. Mandou-as falar com o repórter.
Castle apareceu e após ouvir o que descobriram, sugeriu.
- Poderiam checar o telefone de Bronson – Castle
apareceu - Eles podem estar conectados – ao vê-lo, Beckett demonstrou
preocupação.
- Castle, devia descansar.
- Haverá muito tempo para isso...aparentemente.Sendo
assim, prefiro ajudar.
- Sr. Castle, entendo seu desejo de estar envolvido,
mas...
- Ninguém está mais motivado que eu para revolver isso
e, se não der certo,largarei do seu pé até o final do dia – a ironia não soara
tão bem como gostaria. Beckett conhecendo a motivação do noivo, resolveu ajudar
na defesa.
- Senhor, Castle é o único que teve contato direto com
Bronson. Ele pode ser um recurso.
- Tudo bem. Mas, agente Beckett, ele é sua
responsabilidade.
- Eu sei. O técnico confirmou que Bronson e o repórter
estavam conectados como Castle sugerira. Ele já se animara para seguir com
Beckett e McCord quando foi barrado.
- Sr. Castle. Você pode nos ajudar, mas somente deste
prédio.
- Está bem.
Quando estacionaram o carro na frente do endereço de
Brad, Beckett resolveu agradecer a sua parceira.
- Escute... obrigada por me apoiar com Castle.
- Ele sempre foi uma figura?
- Sempre. Essa é uma das coisas que eu amo nele também
– viram o repórter sair de casa, Beckett correu.
- Sr. Parker! Sr. Parker, com licença. Somos da
Procuradoria Geral.Temos algumas perguntas sobre um artigo que
escreveu."Na Terra dos Sonhos".
- Sério? Faremos isso de novo? Vocês são
inacreditáveis.
- Como assim? – elas não entenderam.
- Não deixei minhas fontes quando abafaram o artigo. Porque
desistiria agora?
- Porque uma de suas fontes foi assassinada. Você o
reconhece, sr. Parker?
- Bronson. Ele foi assassinado?
- Foi. E agora a vida de outros corre perigo. Conte-nos
tudo o que sabe sobre Terra dos Sonhos – pediu Beckett e ele concordou.
- Ouvi falar de Terra dos Sonhos em 2003.Eu estava
servindo com o 173º em Kandahar na época. A história mexeu comigo e, há um ano,
comecei a bisbilhotar. Descobri que era uma base operacional no norte do
Afeganistão. Uma plataforma de lançamento de operações secretas na região.
- Bronson trabalhou nessa base?
- Trabalhou.Ouvi o nome dele algumas vezes, então o
contatei.
- E o que ele disse?
- Absolutamente nada. Na verdade,ele parecia muito
assustado por eu saber que ele esteve lá. Perguntou o quanto eu sabia sobre
ele, sobre Terra dos Sonhos. Sobre o que ele fez.
- Espere, o que ele quis dizer com isso?
- Nunca me disse.Seja lá o que for, ele não queria que
soubessem. Depois disso, meu editor abafou a história. Um pedido pessoal do
Secretário de Defesa Reed.
- Essa conversa que teve com Bronson, alguma vez ele
mencionou a palavra "Valkyrie"?
- Não. Por quê? O que é Valkyrie?
- Espere – McCord interrompeu - O próprio Secretário
de Defesa ligou para abafar a história? Isso é incomum.
- Tente inédito.Suponho que o assunto atingiu um
nervo. Antes de sua nomeação para Secretário de Defesa...General Reed estava a
frente do Comando Central onde ocorreram as missões da Terra dos Sonhos.
- Está sugerindo que o Secretário de Defesa está
escondendo algo? – perguntou Beckett.
- Vocês têm outra explicação?
- Uma toxina militar roubada e uma base secreta do
governo. O que acha que é isso tudo?
- Eu não sei, mas estou achando que Bronson sabia –
disse McCord.
- Para onde estamos indo?
- Falar com a única pessoa que pode saber o que está
havendo. O ex-comandante da Terra dos Sonhos... o Secretário de Defesa Reed –
revelou McCord.
No pentágono, Beckett e McCord esperavam por Reed.
- Sr. Secretário.
- Isso deve ser muito importante, para o Procurador
Geral ter pedido essa reunião.
- E é. Há 3 dias, uma toxina letal foi roubada de um
laboratório do governo.Nossa investigação levou-nos ao assassinato de um
ex-fuzileiro chamado Jack Bronson. Você o conhece?
-É possível.Muitos homens serviram sob o meu comando. Por
quê? Acham que ele está envolvido nesse roubo?
- Não, mas podia saber quem estava.Acreditamos estar
conectado a uma base militar chamada Terra dos Sonhos.
- Odeio dizer isso a vocês, mas Terra dos Sonhos é um
mito. Uma lenda militar. Ela não existe.
- Está brincando? – disse Beckett - Entraremos nesse
jogo, senhor?
- Agente Beckett, não é? – mas Beckett não o deixou
continuar.
- Quem pegou a toxina, se a usarem, haverá mortes em
massa. Se sabe de algo... – McCord intercedeu indo direto ao ponto.
- Senhor.Alguém escreveu um artigo sobre Terra dos
Sonhos.O senhor, pessoalmente,abafou a história. Por quê?
- Por quê? Porque o inimigo lê jornais. E por nada vou
arriscar a vida de americanos entregando detalhes operacionais de uma base
especial de operações... se essa tal base existisse.
- E Bronson? Qual a conexão dele com a base? – Beckett
acrescentou - Se ela realmente existe.
- Tudo o que direi será extraoficial.Estamos
entendidos?
-Sim.
- Bronson era um fuzileiro-naval exemplar.Mas ele só
trabalhou em uma missão no exterior.Um ataque aéreo muito importante em
Jalalabad, que derrubou Anwar Zawari, o número dois da Al-Qaeda.Ele era o nosso
homem em solo.Posicionado em um prédio na vizinhança. Ele informou quando
Zawari entrou na casa.Quando o ataque aéreo foi lançado...ele indicou a casa
com um laser para guiar o míssil.
- A palavra "Valkyrie" tem algo a ver com o
ataque? É o nome de uma missão ou um código?
- Não. Não me é familiar.Essa operação foi uma grande
vitória para nós.Enfraqueceu toda a estrutura de comando da Al-Qaeda.
- Houve notícia de retaliação da Al-Qaeda?
- Houve alguns rumores.Sempre há.Mas derrubamos Zawari
há um ano e eles nunca nos atacaram de volta.
- A não ser que já tenham atacado. E este seja só o
começo – disse Beckett.
De volta a sede do FBI, souberam o que seu superior
fizera.
- Reforcei a segurança dos possíveis alvos na
Capital.Prédios do governo, atrações turísticas, comércio.
- Só que a toxina é muito versátil. Pode ser espalhada
pelo ar, contaminar um reservatório, detonada em uma bomba liberando uma nuvem
tóxica em parte da cidade. Se isso acontecer, lidaremos com mais do que duas
mortes – McCord se tocou - E eu sinto muito.
-Não. É... seu trabalho.E, se pararmos o próximo
ataque, posso ser salvo – disse Castle - Se é retaliação da Al-Qaeda, como
sabiam sobre Bronson?
- Ele estava em solo durante o ataque aéreo.Deve ter
sido visto por morador ou por familiares de Zawari.
- Vamos checar se há parentes de Zawari, amigos ou
associados na região de Washington.Se a Al-Qaeda está prestes a atacar, devem
ter pessoas de prontidão. Deixaram Beckett e Castle sozinhos.
- Olhe... – ela começou mas Castle a interrompeu.
-Estou bem – o celular tocou - É a minha mãe.Ligou a
manhã toda. Não posso evitá-la para sempre. Olá, mãe. A que devo o prazer? –
ele se afastou dela.
- Richard. Foi arrastado daqui ontem como um
criminoso.Não atende minhas ligações.O que está havendo?
- Não, mãe. Estou bem.
- Pai, eles te prenderam? Precisa que paguemos sua
fiança?
- Que tal um advogado,sr. C? Conheço um cara na
Defensoria Pública.
-Por favor.Não. Tenho um...conhecimento especial sobre
um caso de Beckett. Ela pediu para me escoltarem,foi isso.
- Graças a Deus. Gina ligou esta manhã.Quer que você
assine alguns livros para VIPs de uma empresa.
- Certo – e naquele momento ele decidiu por ser casual
e mantê-las no escuro sobre o que acontecia - Estão em meu escritório, na
prateleira de trás. Se eu não...Se eu não estiver aí amanhã,ela pode ir
buscá-los.E, mãe...obrigado.
- Quando ele vai voltar? – ouviu a filha perguntando.
- Deixe-me falar com Alexis.
- Ele quer falar com você,querida – Martha entregou o
telefone à neta mas começou a desconfiar de tudo.
- Oi, pai.
- Com sorte,voltarei amanhã de manhã. E...sabe que te
amo, não é?
- Claro que sei. Nesse momento, ele foi interrompido
pelo médico avisando da próxima injeção. Mesmo não ouvindo, Alexis perguntou - Pai?
Está tudo bem?
- Está. Estão me chamando,então tenho que ir.
- Certo. Até amanhã.
- É, até amanhã.
- Achou o papai estranho? – Martha não disse nada mas
seu instinto maternal sabia que havia algo acontecendo.
- Senhor, achamos algo. Estava certo sobre a família
de Zawari.Identificamos 6 membros de sua família morando nos EUA. Quatro na
Califórnia e dois primos aqui em Washington. Iríamos rastreá-los quando
Hendricks detectou através das ações de Bronson, anteriores à sua morte, nós o
rastreamos até aqui... uma cafeteria em Dupont Circle.Poucos segundos depois de
sair...esse homem o seguiu.Foi identificado como Waqas Rasheed, primo de 2º
grau de Zawari.O agente Richmond está tentando rastreá-lo.Mas eis o que
sabemos...ele tem cidadania americana e afegã, é pós-graduando de Engenharia em
Georgetown.Senhor, ele estava em Jalalabad na noite do ataque aéreo em Zawari.5
de seus outros primos foram mortos no ataque. Enterrar tantos familiares pode
radicalizar qualquer um – enquanto discutiam, o técnico de informática o
chamou.
- Consegui. Nós o pegamos.Temos imagens ao vivo de
Rasheed seguindo a leste na Rua 14 entre "E" e "F".
- Ele tem uma mochila.
- Pode ser a toxina – disse McCord.
- E o antídoto – completou Beckett.
- Vamos!
Elas foram até o local indicado e percebendo que algo
estava errado, o suspeito começou a correr. Beckett disparou atrás dele seguida
de McCord.
-Pare! Pare! Polícia Federal. Pare! – num movimento
rápido, Beckett o derrubou no chão. Abriu a mochila e vasculhou o conteúdo - Não
está aqui. Onde está a toxina? Rasheed, onde está a toxina? – como ele
permaneceu em silêncio, elas o escoltaram à base. Rasheed permanecia calado e
Castle o observava preso à uma sala e olhando para a câmera, começava a se
desesperar.
- E se ele não falar?
- Ele vai falar. Eles sempre falam – disse o chefe de
Beckett.
- E se ele não falar a tempo?
- Temos uma equipe no apartamento dele.Se tiver a
toxina e o antídoto, eles encontrarão.
- Obrigado... por me deixar fazer parte disso.
- Quando escrever seu próximo romance talvez haja um
lugar para um arrojado agente federal colombo-americano.
- Considere feito.
- Algo sobre Rasheed? – ele perguntou ao ver Beckett e
McCord se juntarem a eles.
- Buscamos cada centímetro daquele lugar.Nenhum sinal do
antídoto ou da toxina.Ele pode ter escondido em algum lugar.
- Ou isso, ou já está lá fora, pronta para ser
utilizada.
Beckett percebeu que a revelação de McCord mexera com
Castle e no fundo, a afetara também.
- Façam-no falar. E Beckett entrou na sala com McCord.
- Por que estou aqui? Do que se trata?
- Você é parente de Anwar Zawari, correto?
- Um homem não escolhe sua família.Não tenho relação com
Anwar ou suas crenças.
- Mas estava em Jalalabad quando ele morreu.
- Sim, mas não para vê-lo. Tenho parentes lá e estava
passando um tempo com eles durante o Ramadã.
- Entendo que 5 de seus parentes foram mortos no
ataque por mísseis dos EUA.
- E por isso culpo Anwar e eles por estarem lá. Agora,
por que estou aqui?
- Você estudou Engenharia.Em especial, projetos
elétricos para edifícios comerciais.
- Você tem o dom de fazer um fato soar sinistro.
- Você seria capaz de invadir um sistema de segurança.
- Não invadi nada. Quero um advogado.Tenho direito a
um advogado.
- Combatentes inimigos não têm advogado ou julgamento
– Beckett não aguentava esperar o bate-boca entre McCord e Rasheed.
- Onde está a toxina,Rasheed?
- Não sei do que estão falando.
- Acho que sabe. Na verdade,sei que você sabe.Este é
Jack Bronson,ex-fuzileiro naval dos EUA. Ele estava em Jalalabad na noite do
ataque. E este...é você, seguindo-o para fora de um Café.Três horas depois,ele
estava morto.Não vá me dizer que isso é coincidência.
- Isso é sobre ele? Estão enganados.Eu não o estava
seguindo.Ele é que me seguia.
- Por que estaria seguindo você?
- Ele queria saber se eu tinha falado com
alguém...sobre o nosso segredo.
- O segredo de vocês? Que segredo?
- Na noite do ataque, eu estava na casa do meu irmão a
um quarteirão de distância de Anwar.Ouvi a explosão.Corri até lá.A casa foi
destruída.Fui o primeiro a chegar.Queria ver se havia sobreviventes. E isso
foi...quando vi Bronson,parado em meio aos escombros,segurando um corpo.
- De quem era o corpo?
- De uma jovem mulher.Uma das empregadas da casa.E
quando me viu,ele...sacou a arma.Tive a certeza que eu morreria ali. Mas aí ele
falou.Sabia o meu nome,onde eu morava e o que fazia. Disse que se eu contasse a
alguém o que tinha visto, ele me mataria. E, então, foi embora.Com o corpo.
- Ele levou o corpo de uma empregada morta?
- Fiz o possível para esquecer de tudo.Até ele me
achar naquele Café e ficar perguntando"A quem contou? Por que armaram para
mim?" Jurei não ter dito a ninguém. Seja lá o que pensem ou que esteja
acontecendo,juro não estar envolvido.
E Rasheed parecia dizer a verdade. Nenhuma das
agências de inteligência o associa aos integrantes da Al-Qaeda e tem um álibi
sólido para a noite da invasão.
- O que acha de Rasheed? – o superior perguntou a
Beckett.
- Não acho que seja quem procuramos.
- Baseado em quê?
- Na história que ele contou.Ele disse que viu Bronson
carregando o corpo de uma empregada. A única forma de ter contado uma história
dessas é se for verdadeira.
- Tirando o nome "Valkyrie", que ninguém com
quem falaram parece saber o que é, não temos praticamente nada. O que significa
que sou um homem morto.
- Não, Castle. Não "nada". Temos o que
Bronson te disse e o que Rasheed nos disse. Sabemos que isso envolve algo que
aconteceu na noite em que Zawari morreu. Algo maior do que apenas um ataque
aéreo. O que temos que fazer é descobrir o que era – eles trocaram um olhar
silencioso que no fundo era uma forma de dizer aguente firme.
- Pedirei os arquivos da missão ao Dep. de Defesa. Talvez
tenham algo que nos ajude.
- Esses são os arquivos da missão? Há ao menos uma
frase que não tenha edições?
- Nenhuma completa. Alguém quer, definitivamente, esconder
o que está aqui.
- Sinto muito, Castle. Isso é inútil – Beckett olhou
para ele apreensiva.
- Pode procurar a palavra "Valkyrie"? –
Castle pediu.
- Não aparece no documento. Provavelmente porque está
editado.
- Certo. E se procurar por uma palavra riscada de 8
letras com o mesmo comprimento de "Valkyrie"?
- Todas as palavras de 8 letras não têm o mesmo
comprimento? – perguntou McCord.
- Não em uma fonte proporcional, como a Times
Roman.Cada caractere varia em tamanho.Da mais estreita, como uma letra
"I" minúscula, até a mais larga, como o "W" maiúsculo. A
combinação das letras da palavra "Valkyrie" criará um comprimento muito
específico, não diferente de uma impressão tipográfica.
- Posso trabalhar com isso.
- Se acharmos "Valkyrie", podemos descobrir
o contexto pelas palavras ao redor – Beckett estava mais uma vez impressionada
com Castle e esperançosa também.
- É um tiro no escuro, eu sei.
-Nem tanto. Encontramos algo.Estas são miniaturas do
documento inteiro. Está em todas, realçada em vermelho.
- A última página tem a maior quantidade – constatou
Beckett - Pode ampliá-la? Leram juntas. Era a transcrição do ataque.
- Valkyrie pode ser o codinome de Zawari.
- Não, deve ser mais que isso, mas não há o suficiente
para juntarmos o contexto.Precisamos de uma transcrição sem edições.
- Ou a gravação do áudio original – disse o técnico.
- No que está pensando,Richmond?
- Para um ataque em Jalalabad, devem ter usado um F-16
da base aérea de Bagram.Fui diretor técnico por um ano em Bagram. Parte da
minha função era inserir dados dos voos em um servidor central. Se eu puder
acessá-lo, talvez consiga a gravação.
- O que estamos esperando,McCord?- Beckett pressionou
- Jogamos pelas regras e foi isso que nos deram.
- Faça. O telefone de Beckett começou a tocar. Martha.
- Castle, é a sua mãe. O que quer que eu diga a ela? –
apenas com o olhar ela entendeu, deixou cair na caixa postal. Sem saber a quem
recorrer, Martha decidiu procurar as pessoas que podiam chegar até os dois, foi
ao distrito à procura de Ryan e Esposito.
- Oi, Martha. O que te traz aqui?
- Sei que estão ocupados,mas... estou preocupada com
Richard.
-Sério? Por quê?
- Ontem à noite, ele foi levado por dois agentes
federais...brutamontes.E quando falei com ele hoje, estava gentil, sincero e
sem ironias.Então... algo está muito errado. E Katherine não atende minhas
ligações.
- Tenho certeza que há uma explicação – disse Ryan.
- E preciso que descubram qual é.
Castle estava com o médico mais uma vez.
- Dificuldades para respirar?
- Sim, mas acho que é só ansiedade.
- Posso aplicar um sedativo.
- Não. Obrigado.Prefiro ficar atento o máximo
possível.
- Desculpem – McCord entrou na sala.
- Não, sem problemas.Já terminamos – disse Castle.
Procurando ser gentil, McCord perguntou.
- Quer um café?
- Não, prefiro morrer a beber mais dessa lama – ao ver
o olhar arregalado dela entendeu - Muito cedo? – então resolveu saber sobre
Beckett - Agente McCord,posso fazer uma pergunta?
- Pode.
- Como ela está indo aqui?
- Beckett? Ela é boa. Tem muito potencial.
- Então ela ficará bem – ele disse quase para si
mesma, com uma voz nostálgica.
- Ela ficará ótima – respondeu ao perceber o quanto
isso mexia com ele e se afastou. Castle não sabia onde Beckett estava mas
naquele momento preferia que ela não o visse tão abalado por saber que seu
tempo estava quase se esgotando.
McCord chamou os dois. O técnico conseguiu identificar
o áudio da missão. Finalmente muitas coisas começavam a serem esclarecidas.
Além de descobrir que o secretário Reed ordenou o ataque a Zawari, eles também
descobriram que Valkyrie era uma espiã americana infiltrada como empregada na
casa do líder da Al-Quaeda. E Reed a matara por isso a edição do texto. Bronson serviu de bode expiatório em tudo
isso ao receber a ordem para encobrir o caso. Elas tomaram a decisão de expor
tudo ao seu superior. Após ouvir a gravação, ele as questionou sobre o que
fazer.
- Então, o que isso quer dizer? Bronson foi morto para
encobrir a morte de uma espiã americana? Com a implicação que o General Reed
está por trás disso? O atual Secretário de Defesa?
- Uma posição que ele conseguiu por causa do sucesso ao
matar Zawari – disse McCord.
- A carreira dele estava em ascensão.Talvez não
pudesse ter detalhes sórdidos lá.
- Mas se ele quisesse calar Bronson,por que se daria
ao trabalho de armar para ele? E nada disso explica o roubo da toxina.
- Senhor, ele mentiu para nós sobre Valkyrie e
Bronson.Ou ele está envolvido ou ele sabe mais do que está nos contando.
- Só que vocês não têm provas. Beckett, eu sei o que
está em jogo para você e para Castle,mas não posso deixar que vá até ele sem
evidências concretas.
Ela não gostou do que ouviu. Preocupada, foi procurar
Castle.
- Oi. Imagino que Villante disse não à ideia de
arrancar a verdade do Secretário Reed.
- Algo assim. Como está se sentindo?
- Bem. Acho que preciso tomar outra injeção – ela
percebeu que ele estava fraco e sentiu um aperto no coração. Queria fazer
alguma coisa.
- Cas... pode vir aqui um minuto? – ele a seguiu para
uma sala. Fechou a porta atrás de si – Castle, olhe... eu, eu preciso que não
desista. Eu estou fazendo o que posso para te tirar dessa. Eu preciso de você,
não posso fazer isso sozinha. Não quero ficar sozinha. Eu imaginei tanta coisa
para nós, um futuro juntos. Se você... – mas a voz a traiu e Kate teve que
calar-se para evitar chorar. Castle aproximou-se e segurando-a carinhosamente
pelos braços respondeu.
- Hey, ainda não acabou. Temos o que investigar. Você
é a minha esperança, somente você é capaz de desvendar esse caso e poderá
encontrar esse antídoto. Sei que pode, confio em você Kate.
- Talvez sua aposta seja uma fraude.
- Não! Nunca diga isso. Olhe, eu sei que o tempo está
se esgotando então preciso dizer algumas coisas para você mas promete que não
irá me interromper?
- Eu também te amo, Castle – ela disse em resposta.
- Bem essa era uma das coisas mas não a única. Me
ouça, Kate. Você está fazendo tudo o que pode, nós estamos nisso juntos.
Acredito que temos uma saída porém, se por um acaso eu não conseguir vencer
essa toxina quero que saiba. Isso não é sua culpa, eu morrer não é sua culpa e
nunca deixe ninguém pensar ou dizer isso a você, Kate. Prometa para mim que não
irá se culpar pela minha morte, que não irá se fechar para o mundo novamente.
Por favor, não reconstrua os muros. E não importa o que aconteça, você é a
minha vida. Eu te amo muito, Kate. Muito.
Ele viu as lágrimas se formando no canto dos olhos
dela e as limpou. Percebeu que ela engolira em seco. Havia sim a possibilidade
dele a deixar, Kate gostaria de acreditar que era mínima mas existia. Ela pode
ver a tristeza misturada ao sentimento de amor naqueles olhos azuis que a
fitavam. Ela era péssima em despedidas. Não queria que isso fosse uma
despedida.
- Promete para mim, Kate. E também que vai cuidar de
Alexis para mim, ajuda-la.
- Não, Castle. Eu não vou prometer algo em que não
acredito. Nós vamos lutar. Eu vou lutar – as palavras dele a lembraram que ela
precisava ser forte pelos dois - Não aceito te perder e você não pode se
entregar. Eu preciso que fique comigo, que acredite em mim. Nós já passamos por
muitas situações difíceis e superamos cada uma delas. Você não me deixou e
muito menos desistiu de mim quando estive a trinta minutos da morte com aquela
bomba. Ainda temos algumas horas, não desistirei de você. Nós temos um futuro,
Rick. E eu acredito em nós. Always.
Num impulso, ela o abraçou apertado. Ficou uns minutos
sentindo o calor dos braços e do corpo dele envolta do seu. Beijou-lhe o pescoço
e sussurrou outra vez que o amava em seu ouvido. Ao se separar, fitou-o abrindo
um pequeno sorriso.
Quando eles saíram da sala, Castle foi à procura do
médico e Beckett, de justiça. Ela deixou o bureau e foi direto à residência do
secretário. Desceu do carro decidida e topou com seguranças, mostrando a
insígnia, ela se anunciou.
- Sou a agente Beckett da Procuradoria Geral. Quero
falar com Reed.
-Tem hora marcada?
-É caso de segurança.
-Se não marcou hora, tenho que pedir...
-Só chame o Secretário.Falei que é caso de
segura...Secretário Reed? Agente Beckett...
- Afaste-se.
- Da Procuradoria Geral.Nós nos encontramos mais cedo.
- Michael, quem é essa?
- Afaste-se.
- Cuidarei disso.
- Senhor, só preciso conversar.É um caso de segurança
nacional.
- Joseph – o segurança se afastou - Você apareceu na
minha casa? Quem diabos você acha que é?
- Eu devia lhe perguntar o mesmo. Você mentiu sobre
Valkyrie. Você obstruiu uma investigação federal.
- Contei o que precisava saber.
- Eu preciso saber de tudo. O que está havendo e o que
está escondendo?
- Você está mexendo com a pessoa errada, agente.Isso
vai te custar caro.
- Há uma toxina mortal por aí.Se alguém morrer porque
você não cooperou...
- Você o quê? O que quer que isso seja, não tem nada a
ver comigo.Talvez queira se lembrar da primeira regra do combate. Você nunca
começa uma guerra que não pode vencer – e a deixou sozinha. Com raiva, ela
caminhou até seu carro. O celular tocou e ela atendeu sem muita paciência - O
que é?
-Oi, Beckett. Esposito e Ryan.Está tudo bem?
-Ótimo. Por quê?
- A mãe do Castle veio aqui e estava muito
preocupada.Vamos, Beckett. O que está acontecendo?
- Está tudo bem – ela prometera para Castle que não
falaria nada e foi o que fez. De volta ao bureau, ela observava o médico dando
dicas a Castle para permanecer calmo e controlar a respiração. Já sabia que ele
estava com dificuldades e provavelmente a toxina estava se tornando mais
agressiva agora. Eles estavam correndo contra o tempo.
- No que diabos estava pensando? – era seu superior,
já deveria saber da sua visita surpresa.
- Senhor, só estava seguindo um palpite.
- Da próxima vez, siga as ordens. Suei com o Promotor
Geral para manter seu emprego.
- O Secretário Reed reclamou com o Procurador Geral?
- Se isso te surpreende, não é tão inteligente assim.
- Não é isso. Se Reed estivesse por trás disso não
teria feito essa ligação.
- Certo, pois não iria querer chamar atenção para si
mesmo. Foi por isso que foi até lá? Para forçá-lo a mostrar a mão? Estou impressionado.
- É, não fique.Parece que descartei nossa única pista
– Beckett disse com um ar triste voltando sua observação para Castle.
McCord porém, encontrou algo para dar rumo à
investigação. Fazendo uma pesquisa sobre Valkyrie e depois de conversar novamente
com Rasheed, ela conseguiu uma foto de família capaz de mostrar a empregada.
Com uma pesquisa no banco de dados a identificou como Farrah Usman. Segundo os
registros, ela morreu em um bombardeio em Cabul. Porém, dois dias depois do
ataque a Zawari, seu corpo foi enviado de volta a Dover e foi reivindicado por ninguém
menos que Brad Parker, o repórter. Pela documentação, ela era sua noiva.
- Como um veterano de combate,Parker saberia que os
ferimentos da noiva não eram de bomba.
- Por isso escrevia sobre Terra dos Sonhos e por que
buscou Bronson.
- Ele tentava descobrir como ela realmente morreu.
- E ele é ex-militar, então seria capaz de realizar
aquele roubo.
- O que estamos dizendo? – perguntou o superior - Que
Parker roubou a toxina por causa da noiva? Isso seria por vingança?
- A toxina seria perfeita para isso. É mortal e não
detectável em uma autópsia, a não ser que a procure especificamente.
- Por isso tentou disfarçar o roubo, armando o outro
roubo e incriminando Bronson.
- Como estamos na busca por Parker?
- Não está no trabalho. Não o viram o dia todo.Não
consigo rastrear o celular.Deve tê-lo desligado.
-Sr., se tiver a menor chance...
- Vá ao apartamento dele. Vá.Castle.Você fica aqui.
- Deram-me menos de um dia de vida há menos de um
dia.Se Parker tem o antídoto, preciso ir com elas.
- Está bem.
A equipe invadiu o apartamento de Parker mas nem sinal
dele. Beckett ordenou uma busca
minuciosa pela toxina e o antídoto. Vasculhando as coisas dele, Castle
encontrou a planta do edifício onde a toxina estava além de material de
pesquisa sobre o secretario Reed e Beckett um arquivo sobre a toxina. Tudo
fazia sentido agora.
- Reed é o próximo alvo. Ele irá atrás do homem que
deu a ordem que matou sua noiva.
- E acho que sei onde – disse McCord - Confirmação da
credencial de imprensa de Parker para o discurso de Reed na Academia Naval para
novos cadetes às 17h de hoje.Temos 20 min.
-Precisamos segurar Reed.Prendam Parker e peguem o
antídoto – Castle mal estava se aguentando em pé, Beckett movida pela
adrenalina e por seu objetivo maior não percebera.
A caminho da Academia Naval, Beckett soube através de
McCord que o secretario estava lá bem como as equipes de segurança mas nenhum
sinal de Parker. Olhando para Castle, viu que ele suava frio, estava
sentindo-se mai.
- Quer que eu ligue para o dr. Goldberg para que ele
nos encontre lá?
- Ele já aplicou a última dose. A única coisa que pode
me ajudar agora é o antídoto. Não faz sentido.Por que Parker não estaria lá
ainda?
- Há milhares de pessoas lá. Talvez não o tenham
visto.
- Por que ter o trabalho de conseguir a credencial se
não for usá-la?
- Pode ser outra distração – lembrou Beckett - Como o
sistema de encriptação foi uma distração para o roubo da toxina.
-Tática militar. Sempre nos deixando um passo atrás –
disse Castle.
- Um passo atrás do quê? Isso só pode ser por
vingança, então tem relação com Reed.
- Talvez queira fazer com Reed o que fez com ele. Tirar
a pessoa que ele mais ama – disse Castle.
- A esposa dele – conclui Beckett e virou o carro na
direção oposta.
- Beckett,por que deu a volta? É o Castle? – perguntou
McCord.
-Não, temos um palpite.
- Que tipo de palpite? Mas ela não respondeu pisando
fundo, era ela e o tempo correndo em direções opostas, lutando para que não
fosse tarde demais. Ela tenta falar com o escritório dele, sem sucesso. Nesse
momento, Castle sente que suas forças estão acabando e chama por ela.
-Kate...
-Castle, fique comigo. Estamos quase lá – apreensiva
ela acelerou ainda mais. Ao contrario dela, Brad Parker já chegara para uma
suposta entrevista com a Sra. Reed. Beckett tenta a residência.
- Ligou para os Reed. Não podemos atender.Deixe um
recado. Retornaremos a ligação.
- Droga!
- Kate... – ele a chamou novamente. A dificuldade para
respirar aumentara muito. Ao olhar para ele, o desespero a atingiu. Precisava
mantê-lo com ela.
-Não, Castle. Olhe para mim. Aguente firme. Estamos
quase lá.
Ela parou o carro cantando pneus na frente da casa de
Reed. Ao descer do carro, Castle não aguentou o próprio peso e tonto desmaiou
caindo no chão. Ao ver o que acontecera, ela correu ao encontro dele em
desespero.
- Castle.Não. Não! Rick, pode olhar para mim? – ele
apagara. Só havia uma coisa que ela poderia fazer. Sacou sua arma e invadiu a residência
dos Reeds. De arma em punho, ela avançava cautelosamente pelos cômodos até
chegar à sala onde viu o segurança e uma empregada tentando reanimar a patroa.
Ao ouvir a voz de Parker, ela se manifestou apontando a arma para ele.
- Parker, largue o telefone.
- O que está fazendo? – perguntou o segurança.
- Onde está o antídoto,Parker? – Beckett insistiu.
- Abaixe a arma – o segurança apontou a arma para
Beckett, o que deu uma vantagem para Parker sair correndo.
- Ele envenenou a sr.ª Reed. Fique com ela.
Beckett saiu para o jardim à procura dele. Gritou.
- Acabou, Parker! Sabemos de tudo. Entregue o antídoto
antes que seja tarde demais – mas ele a surpreendeu por trás acertando um soco
em seu rosto e desarmando-a. Agora, Parker apontava a arma para Beckett.
-Não. Espere! – ela tinha os braços levantados em
sinal de defesa, sua única na verdade.
-Ele esperou ao mandar atacar? Não.Agora é a vez dele de
sentir como é.Ela morrerá...assim como Farrah.
- Por favor, Parker. Ela não é a única que envenenou. Meu
noivo está morrendo.Ele precisa do antídoto – Beckett implorou.
- Você não entende.É tarde demais.Tarde demais.
- É bom torcer para que esteja errado – disse McCord
com uma arma apontada para a cabeça de Parker.
Em um quarto de hospital...
Kate estava debruçada sobre a cama onde Castle dormia.
Tocava gentilmente o rosto dele. O monitor indicava seus batimentos cardíacos.
Chamou por ele.
- Castle – nada – Castle – ele abriu os olhos - Oi.
- Oi – deu de cara com um belo sorriso - Tive um sonho
muito estranho.Você estava nele.
- Graças a Deus – Martha exclamou.
- Oi, pai.
- Você e você estavam nele.
- Sr. C. Fiz um reiki de cura em você. Parece que deu
certo.
- Você também estava – disse Castle já não tão feliz.
- Acho que ele ficará bem – disse Martha.
- Graças a você – ele virou-se para Kate que o
admirava segurando o queixo apoiada na cama. Martha percebeu os olhares dos
dois e falou.
- Bom, por que não damos a vocês um momento? Vamos.
- Estaremos lá fora, se precisar – disse Alexis
beijando-lhe a testa.
-Está bem.Eu te amo.
-Também te amo.
-Oi – ele voltou sua atenção totalmente a Kate.
-Oi – ela respondeu sorrindo.
- Como foi seu final de semana?
- Não teve nada de importante. E o seu?
- Idem.Ao menos, consegui te ver.
- Sinto muito, Castle. Não deveria ser tão difícil –
ela acariciou o cabelo dele e pousou a mão no ombro de Castle já que a outra
estava ocupada entrelaçando seus dedos.
- Washington ou nós? Às vezes...as coisas mais
difíceis na vida são as que mais valem a pena. Iremos descobrir como fazer dar
certo. Mas tem uma coisa. Ao falar que estou morrendo para te ver, mantenhamos
apenas no sentido figurativo.
- Combinado – e ficou conversando com ele mais um
pouco. Ao sair do quarto, encontrou McCord que perguntou como ele estava.
- Está bem, considerando-se tudo. E a sr.ª Reed?
- Sobreviverá.
- E o Secretário Reed? O que acontecerá com ele?
- Como assim?
- Ele ocultou informações para salvar a própria pele. Pessoas
quase morreram por causa disso.
- Sabemos que não é tão simples assim – disse McCord.
- Mas haverá, ao menos, uma investigação, não é? –
Beckett estava um tanto surpresa.
- Você quer que tudo seja branco ou preto, eu entendo.
Mas, nesta cidade,raramente é esse o caso. E, para realizar este trabalho, precisa
aceitar isso. Mas aquele palpite sobre a sr.ª Reed foi ótimo. Deveria se
orgulhar.
- Foi ideia do Castle.
- Mas foi esperta de apostar nela.Foi decisão sua.
- E você me apoiou, mesmo sem saber o que eu faria.
- É o que parceiros fazem – e virando as costas para
ela, McCord caminhou afastando-se. Beckett não pode deixar de pensar alto e
voltar sua atenção em direção à porta que dava para os quartos do hospital.
- Pois é. É o que parceiros fazem – ela pensava em
Castle e mais uma vez ela teve a prova de que mesmo à beira da morte, ele ficou
ao seu lado, a ajudou. Isso era parceria e mesmo tendo-o salvado, de certa
forma ele nunca poderia imaginar que no fundo, ele a salvara.
Durante duas semanas, ela cuidou dele dividindo-se
entre o trabalho e a casa. Regulava sua alimentação, distribuía carinhos. Dava
os remédios e checava sempre nos horários corretos mesmo estando trabalhando.
Kate não se descuidou dele nem por uma hora. Naquela noite ao chegar em casa,
notou a mesa muito bem arrumada e um cheiro de alho e ervas delicioso.
- Castle, cheguei. Que cheiro bom é esse? – ela viu
que ele estava à beira do fogão fritando algo.
- Hey, Kate. Que bom que chegou cedo. Estou quase
terminando o jantar. Sugiro você tomar um banho, colocar uma roupa leve e
servir-se de um pouco de vinho. Já está na geladeira.
- Qual é a ocasião? – ela perguntou se aproximando
dele e envolvendo seus braços na cintura dele por trás.
- Iremos celebrar a vida. Você tem vinte minutos para
voltar aqui e começarmos. Sorrindo, ela seguiu para o quarto. Quando voltou,
Castle estava servindo duas taças de vinho tinto. A salada já estava na mesa e
a panela desligada – que bom. Tome aqui seu copo enquanto vou buscar o salmão.
Não beba ainda, quero brindar com você – ele se afastou e voltou com uma
travessa muito bonita com várias postas de salmão grelhado, batatas souté,
verduras e um molho de ervas e alcaparras que cheirava divinamente bem. Ela
reparou que além da salada havia um arroz a grega sobre a mesa. Pegando seu copo
de vinho, Castle se aproximou dela e ergueu o copo falando.
- Este brinde é para você. Ainda não tive a
oportunidade de te agradecer propriamente por ter salvado minha vida mais uma
vez. Obrigado por não desistir. Sinceramente, não sei dizer qual sentimento era
pior, saber que estava prestes a morrer ou saber que não poderia passar o resto
da minha vida ao seu lado. Te perder não está nos meus planos, Kate. Portanto,
a você por me amar e acreditar.
- A nós. Foi um trabalho de equipe. Você não precisa
me agradecer, fiz porque te amo, é isso que parceiros fazem. E você é o meu
parceiro não somente no trabalho, você é meu parceiro na vida. O homem que
escolhi para passar o resto da minha vida, construir um futuro.
Ela tocou o copo no dele e tomou um gole. Depois, ela
aproximou os lábios dele e o beijou carinhosamente.
- Vamos jantar? Estou com muita fome.
- Vamos, ah! Antes que eu esqueça. Esse vinho é aquele
– e piscou para ela vendo-a tomar mais um pouco da bebida.
Tudo que ele cozinhara estava delicioso e Kate
agradeceu mentalmente por ter descoberto esse lado de Castle a pouco tempo e
poder usufruir disso. Na metade do jantar, ela já havia tomado três taças do
vinho indo para sua quarta e se sentia muito bem. A bebida começava a provocar
o efeito esperado por ela e certamente por Castle.
- Amor, está tudo delicioso. Muito bom mesmo. Esse
molho de ervas...hum... onde você aprendeu a cozinhar assim?
- Como o mágico, um Chef nunca revela seus segredos.
- Hum, querendo ser misterioso Castle... que tal eu
aproveitar desse talento que eu também tenho mas ao contrario de você, faço
questão de mostrar? – Castle já sabia que o vinho estava fazendo efeito. A
noite prometia para ambos. Kate se levantou e caminhou até ele. Fez um
movimento inclinando-se sobre ele flertando com os lábios na pele do rosto dele
e por fim indicando para segui-la. Castle obedeceu. No meio da sala, ela o
beijou dessa vez com sensualidade e deixando seu corpo colar no dele. A língua
de Kate buscava por explorar a boca de Castle provocando as melhores sensações
nele, ela sentiu quando o membro dele se mostrou alerta para ela. Kate desabotoou
a camisa dele e retirou sua própria. Ela não estava preocupada em ir para o
quarto nesse momento. Não, queria prova-lo ali mesmo. Enquanto sua boca se
mantinha ocupada saboreando o peito dele, as mãos se encarregavam de livrar-se
da calça dele. Em dois minutos, Castle encontrava-se completamente nu à frente
dela e Kate se ajoelhou. Ele sabia exatamente o que ela faria. Kate provou-o de
uma vez e sozinha ela procurou agrada-lo com um toque de sua própria mágica.
Castle estava nas nuvens, segurava-se na sua força
para manter-se em pé enquanto seu corpo recebia um tratamento de prazer
maravilhoso. Ele acariciava os cabelos dela enquanto deixava o prazer
tomar-lhe. Percebendo que Castle estava em seu limite, ela o chupou uma vez
mais e o tirou da boca. Satisfeita por vê-lo completamente envolvido, de olhos
fechados e apreciando o momento de prazer, Kate tornou a ficar de pé na frente
dele. Encarando-o assim que ele abriu os
olhos, Kate sorria. Ela estava apenas de shortinho na frente dele. Tomado pelo
prazer ele a agarrou e abocanhou os seios dela um a um pressionando o corpo
dela contra o sofá, erguendo as pernas dela livrou-se da peça de roupa e
posicionando as pernas à altura de seus ombros, ele se debruçou sobre ela e a
tomou ali mesmo. Com movimentos rápidos, eles chegaram ao ápice do prazer e
entregaram-se juntos ao orgasmo.
Em seguida, movida pelo vinho ela o levou para o
quarto onde fizeram amor mais uma vez de maneira intensa e apaixonada.
Satisfeitos após o seu pequeno banquete de prazer, Kate se enroscou nele e
beijando a região da sua mandíbula, ela deixou escapar um longo suspiro.
- Obrigada pelo jantar e pelo vinho... estou tão feliz
que vencemos a toxina.
- Formamos uma dupla e tanto. Em todos os sentidos –
disse Castle.
- Eu sei. Mas não podemos continuar juntos, pelo menos
no trabalho. Você sabe disso e eu sei. Castle, eu prometo que vou fazer o
possível para que isso não se torne tão difícil. Washington não pode nos
vencer.
- Concordo. Mas preciso voltar a New York. Comprei minha passagem para
depois de amanhã. Não fique chateada mas preciso ver o que está acontecendo em
minha casa agora que Pi resolveu acampar na minha sala por tempo indeterminado.
Sabe lá o que andam fazendo.
- Eu entendo, babe. Apenas prometa que nos veremos
logo.
- Prometo, Kate. E depois de uma experiência bem
próxima à morte, eles podiam finalmente adormecer seguros que a calmaria estava
com eles nesse instante, o que deveriam aproveitar antes que outra tempestade
os procurasse.
Continua...
2 comentários:
Que vinho é esse??? kkkkkkkkkkkkkk.. jesusssssssssssss, precisando de um banho de água gelada!!
Adorei!!
Uau cade o ar?????!!!!!
Vc me fez sentir novamente a tensão que foi esse epi nossa que demais...Katie chamando ele de AMOR serio ñ posso com isso gente,Martha conhece nosso Castelinho mais do que ele imagina e quando ela manda o KATHERINE meu coração vai a mil çor hora,eles lutando até a tão sonhada vitoria e com um toque especial no fim,Kate e vinho combinação perigosa,porém Rick agradece!
Esperando proximo =)
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