Nota da Autora: Quem está com saudades da Anne? Ela está de volta! E aproveitando o capítulo, achei uma forma de mencionar o maravilhoso episódio de Dara "Smell Like Teen Spirit" mesmo que em flashback, espero que gostem! Enjoy...
Cap.18
Stana chegou com a sobrinha por
volta das quatro na casa de Nathan graças a cunhada que deixou-a mais cedo na
casa da tia. Ao abrir a porta, Nathan se deparou com a pequena vestida de rosa
e com uma mochilinha nas costas. Stana segurava uma outra sacola com os demais
pertences da menina. Ao vê-lo, Anne se jogou nos braços dele e tascou um beijo
na bochecha dele. Nathan a carregou no colo para abraça-la.
- Olá, Anne! Seja bem-vinda a
minha casa. Preparei muitas coisas bacanas para nós fazermos. Tudo bem com
você? – ele a colocou de volta no chão.
- Tudo ótimo...wow! Que casa
grande! – os olhinhos passavam pelos cantos da sala maravilhados – você ganha
mais que a tia?
- Não, Anne. Só estou no ramo
um pouco mais de tempo e sou mais exagerado. Quer conhecer a piscina?
- Tem piscina? – a carinha de
felicidade não podia ser melhor. Stana observava a interação dos dois. Nathan
estendeu a mão para ela e puxou-a no rumo do quintal. Stana foi atrás. A
piscina da casa era grande, retangular com uma pequena parte um pouco mais rasa
projetada para os adultos sentarem e relaxarem bebendo e conversando, além do
outro lado que seria exclusivamente para adultos – que tal?
- Adorei! – ela buscou o olhar
da tia e pediu – tia, eu posso ir pra piscina?
- Claro! Vem cá, vou trocar sua
roupa. A menina correu até ela e em questão de minutos ela já estava de volta
com um biquini vermelho acompanhada da tia que também vestia um short curtinho
sobre o biquini azul. Nathan já esperava por elas e tratou de colocar a boia
nos braços da menina. Depois da chuveirada, Nathan pulou na piscina e esperou a
pequena descer a escada pelo lado mais raso. Stana optou primeiramente por
sentar-se na parte rasa e deixar os dois curtirem um momento juntos. Nathan
perdia-se brincando com a menina até o momento que Stana não aguentou e se
juntou à brincadeira. Passaram cerca de uma hora se divertindo com Anne.
Foi a tia que sinalizou a hora
de sair da água. Ela aproveitou para dar um copo de suco à menina e biscoitos.
Então, Nathan apresentou a próxima brincadeira. Esconde-esconde. A correria
pelos jardins acabou entrando pela casa e três partidas depois Anne ganhou uma
e Nathan, duas. Em se tratando de brincadeiras, Nathan era um menino crescido
tão competitivo como qualquer criança. Era um lado dele que estava sempre
presente em qualquer momento da vida. Vendo o dia escurecer, ela alertou a ele
e Nathan sugeriu uma nova brincadeira. Video game. Com a deixa dele, Stana
levou a menina para o banheiro e reapareceu meia hora depois, ambas de banho
tomado e extremamente cheirosas. Nathan já esperava por elas no sofá. Ele havia
escolhido alguns joguinhos que condiziam com a idade da menina. Elas se
juntaram a ele no sofá em frente ao telão e começaram a jogar.
Nathan muito safo, começou a
roubar no jogo sem Anne perceber mas a atitude não passou em brancas nuvens
pelo olhar de Stana que para implicar começou a jogar sujo. Vendo que não
conseguia neutraliza-lo, ela botou a boca no trombone.
- Nathan! Quer parar? Você está
roubando!
- Eu? – fazendo cara de
inocente – não estou nada.
- Está sim! Anne olhou para
Nathan e depois para a tia espantada.
- É feio robá! Tia, ele não
pode fazer isso!
- É o que estou falando. Não
vou mais brincar. Peça desculpas a Anne, Nathan. Agora!
- Mas... – ele relutava, no
fundo estava adorando a indignação de Stana e a oportunidade de fazer raiva a
ela porque adorava as caras dela quando estava com raiva. Ficava vermelhinha e
ainda mais linda.
- Nada de “mas”. Não é correto
ensinar as crianças a trapacearem no videogame. Que lição espera que eles
aprendam com isso? Ou pede desculpas a mim e a ela ou nada de jogos.
- Tia Stana ficou brava...
melhor você obedecer tio.
- Tudo bem, eu errei mesmo mas
só queria te ver com raiva. Fica tão bonitinha – ela lança um olhar matador
para ele – ok, desculpe Anne, Stana. Trapacear é errado e não devemos fazer isso.
Agora podemos voltar a jogar? – a ansiedade e o sorriso maroto no rosto dele
faziam Stana derreter e esquecer a raiva. Sorrindo, ela jogou uma almofada na
cara dele. Stana deixou os dois jogarem sozinhos. Sentada no sofá, ela
observava o jeito de Nathan ao ensinar para Anne como ela deveria se movimentar
e como fazia para acertar os inimigos. O riso frouxo da menina encheu a sala. A
cena era muito bonita e por um breve momento, causou uma tristeza repentina a
Stana ao lembrar que já estivera muito próximo de terem seu próprio bebê.
Balançou a cabeça para afastar o pensamento ruim. Não era hora de pensar sobre
isso.
No meio do que parecia ser a
quarta partida entre eles, Anne jogou o controle na mesa e se aproximou da tia.
Manhosa, ela abraçou e beijou a tia antes de dizer o que realmente queria.
- Tô com fome, tia Stana...
- Confesso que também estou –
consultando o relógio, ela se assustou – também pudera, olha a hora! Vou
preparar algo para você jantar. Ao ouvir a conversa das duas, ele interviu.
- Não, não e não. Você não vai
cozinhar nada para o nosso jantar.
- Nathan você vai pedir comida
de restaurante? Anne pode não gostar.
- Não, hoje eu e Anne vamos
cozinhar.
- Vamos? – o brilho no olhar da
menina se acentuou – minha mãe nunca deixa eu cozinhar, só a vovó que pede
ajuda. O que vamos cozinhar? Nathan largou o controle do videogame e se
levantou do sofá. Foi até a cozinha e puxou a forma redonda.
- Pizza!
- Oba! – a menina gritou já
correndo para o lado dele.
- Nate isso não é uma boa
ideia, Anne deveria comer algo saudável. Está crescendo...
- Ah, Staninha por favor... é
sábado! Dá um desconto...
- É tia, eu não quero comer
“bocoli” hoje. Por favor? Deixa eu cozinhar com o tio Nathan... – Stana revirou
os olhos mas cedeu.
- Tudo bem, mas caprichem no
queijo e no orégano.
- Sim, senhora! Anne venha aqui
que vou dizer exatamente o que vamos fazer.
Stana se sentou em um dos
bancos do balcão para observar o que ele aprontaria. Nathan colocou duas pás de
pizza típicas para irem ao forno à lenha. Tirou duas massas grandes de pizza
semiprontas e colocou-as sobre as pás. No balcão havia molho de tomate, azeite,
muito queijo, pepperoni, orégano e folhas de manjeiricão.
- Gosta de pizza de muzzarela,
Anne?
- É minha preferida, tio.
- Ótimo. Vamos fazer uma de
muzzarela que se chama marguerita e outra de pepperoni. A primeira coisa que
vamos fazer é regar as maasas com o azeite – ele fez enquanto conversava – viu?
Agora é a vez da massa de tomate. Aqui está sua colher, você vai espalhar assim
– ele fazia os movimentos – entendeu? Bem de leve. Não queremos rasgar a massa.
Tente você – ele estendeu a colher para ela e a menina fez exatamente como ele
mandou – excelente! O próximo passo é o queijo. Aqui – empurrou o pratinho de
queijo pra ela – um para você e outro para mim. Você ouviu sua tia, ela quer
muito queijo. Desfie em pedaços grandes assim – ele demonstrou a ela –
entendido? Mãos à obra!
A menina pegava os pedaços de
queijo com as mãozinhas e distribuia por cima da massa. Stana percebia que ela
já se sujara com o molho de tomate ao colocar o queijo na massa. Anne não
tivera pena e encheu a pizza de fartos pedaços de muzzarela. O balcão continha
pedaços de queijo e o molho derramara em alguns pontos. Nada disso incomodava
aos dois que continuavam a preparar as pizzas e fazer uma bagunça só sua.
- Como sua pizza ficou bonita!
– elogiou Nathan – antes do próximo ingrediente, me deixe colocar na outra o
pepperoni. Pegue o oregano e espalhe assim, de pouquinho sobre o queijo – ele
demonstrou – entendeu? – a menina sacudiu a cabeça em afirmação – ótimo, tente.
- Tia Stana gosta desse “tempeio”,
vou colocar mais.
- Pode colocar mas não exagere
senão a gente não vai sentir o gosto do queijo. Vou regar com azeite mais uma
vez e chegou a hora das folhinhas. Pode joga-las sobre a pizza.
Stana ria do jeito da menina.
Ela fazia caras e bocas muito concentrada na preparação do prato. Ainda melhor
era ver que Anne tinha molho de tomate no rosto e no cabelo e sinceramente ela
não tinha idéia de como a menina conseguira esse feito. A pizza de pepperoni já
estava totalmente montada e Nathan supervisionava a pizza que Anne fazia,
orientando-a.
- Tá pronta tio? Já pode comer?
- Não querida, primeiro vou
coloca-las no forno para assar.
- Anne parece muito gostosa, já
estou salivando – disse Stana – vamos fazer assim? Enquanto Nathan coloca as
pizzas no forno, vamos ao banheiro lavar as mãos e limpar seu rosto e o que
mais for preciso antes de jantar ok? Você tem molho sabe-se lá aonde – ela
disse rindo e deu a mão para a menina ajudando-a a descer do banco – aproveite
para arrumar a mesa do jantar, Nate.
- Você está adorando dar ordens
não? – implicou com ela e Stana mostrou a lingua para ele.
Quinze minutos depois, as duas
estavam sentadas à mesa aguardando as pizzas. Nathan supervisionava o forno que
estava programado com timer para avisar quando as pizzas estivessem prontas.
Aproveitou para tirar o vinho e servir para os dois. Já Anne recebera um belo
copo de suco de morango.
- Tio Nate vai demorar muito?
To com fome...
- Não querida, mais cinco
minutos no máximo.
E nem bem ele terminou de falar
o timer do forno apitou. Nathan tirou as pizzas do forno e o cheiro de queijo
derretido entrava pelas narinas delas e aumentavam ainda mais a fome. Pelo
visual estavam mais que aprovadas. Ele cortou as fatias e serviu um pedaço para
cada uma delas. Sentou-se na cabeceira da mesa e fizeram o teste.
- A hora da verdade. Vamos ver
se Anne e você passaram no teste de cozinheiro? – disse Stana provando em
seguida um pedaço da pizza – hum, nossa! Está uma delicia. Acho que vocês podem
receber o título de cozinheiros. O que achou Anne?
- Está muito gostoso. Agora
posso fazer pizza lá em casa. Acha que a mama deixa tia?
- Claro que sim, diga que
aprendeu comigo e quer ensinar a ela. Tenho certeza que ela vai deixar você
destruir a cozinha dela. Aliás, depois vou limpar essa bagunça. Vocês podem ser
bons cozinheiros mas de arrumação são uns bagunceiros de primeira.
Eles riram e continuaram a
comer. Terminada a refeição, Nathan convidou Anne para ver tv enquanto Stana
limpava a cozinha. Estava uma verdadeira meleca aquele balcão. De longe, ela
podia ouvir a vozinha de Anne colocando ordem na casa com Nathan. Ela escolheu
o filme e ainda chamara sua atenção sobre o modo de sentar. Ouviu também que
ela corrigia-o sobre algo da história e Stana ria sozinha imaginando a cena.
Depois de uns quinze minutos, ela terminou seus afazeres e após servir-se de um
copo com água, Stana resolveu se juntar a eles.
Ao chegar na sala porém, teve
uma surpresa. Os dois estavam literalmente jogados no sofá. Nathan tinha metade
do corpo deitado sobre o sofá enquanto as pernas ficavam de fora. Anne
deixava-se cair na barriga dele. Ambos de olhos fechados, a mão de Nathan
estava protetoramente sobre as costas de Anne. Aquela cena mexeu com Stana.
Pareciam pai e filha. Era uma atmosfera de harmonia e amor. Ela sabia que
estavam cansados afinal o dia foi bastante puxado para a pequena e porque não
dizer para o seu menino grande? Desligou a tv e se debruçou sobre o sofá para
pegar a menina no colo. O movimento despertou Nathan mas pediu silêncio já que
a menina parecia querer acordar.
Com cuidado, Stana levou a
sobrinha para o quarto de hóspedes e no momento que colocou a menina na cama,
Anne abriu os olhos.
- Shhh... volte a dormir
docinho. Você está com soninho.
- Tia, deita aqui comigo...
- Tá, só um pouquinho ok? –
Stana se deitou ao lado da menina acariciando seus cabelos – feche os olhos,
docinho. Mas a menina estava desperta e pediu o que toda criança gosta antes de
dormir. Uma história.
- Tia, conta uma “históia”?
Mama sempre conta uma antes da Anne dormir.
- Tudo bem. Era uma vez uma
princesa muito bonita mas que ainda não era realmente uma princesa. Ela era uma
moça considerada estranha porque amava ler. Seu nome era Bella.
- Não, tia. Anne não quer
“histoia” de princesa, Anne quer uma “histoia” da policia, da detetive. Conta
uma por favor!
- Da Beckett? Mas porque você
quer ouvir sobre crimes e Castle? Depois pode ter pesadelo.
- Não, conta uma. Stana pensou
por um tempo. Não queria contar nada de impacto e nem de envolvimento romântico
entre as personagens porque certamente geraria perguntas para ela. Então Stana
começou a contar sobre um dos episódios que gostava muito. Cops & Robbers.
Ela focou em mostrar o lado bobo e de investigador de Castle, sem ficar
mencionando as ações dos bandidos mas em meio ao desenrolar da história, a
pequena a interrompeu.
- Ah, tia essa não.... não tem
beijo.
- Anne nem toda a história
precisa obrigatoriamente ter beijo. Existem outras coisas que são importantes e
interessantes também.
- Eu sei mas Anne gosta de
beijo do moço “boito”. Tia por que o moço “boito” deu o presente de namorado da
tia para a chefe dela?
- Na verdade Castle queria
fazer uma surpresa para Kate, mas como ele é bem atrapalhado e bobo acabou
colocando a caixa no casaco da chefe dela. Ai, deu tudo errado.
- E Kate ficou sem o
presente... tadinha – ela parecia triste ao dizer isso então Stana consolou a
menina.
- Não docinho, ele deu uma
pulseira linda de ouro para ela que Kate usa o tempo todo. Stana não reparou
mas Nathan acompanhava observando toda a conversa escorado na porta do quarto.
- E você tia, ganhou presente
de namorado?
- Ainda não é dia dos
namorados, só na próxima semana – a menina revirou os olhos diante da resposta
da tia.
- Eu sei mas você já ganhou
muito presente dele? Do tio? – sim Stana estava em maus lençóis mas teria que
dizer algo então falou das flores do PCA. Disse o quanto eram lindas e que
adorou o cartão também.
- Mas tem isso também – e Stana
mostrou a pulseira com as notas musicais – é a letra do meu nome e a dele. A
menina abriu o sorriso examinando a joia.
- É linda! De supetão, Anne
lança uma pergunta que pega Stana totalmente desprivinida.
- Tia, como é beijar o tio? De
olhos arregalados, ela prendeu a respiração por um tempo. Surpresa pela
pergunta procurou enrolar. Nathan segurou o riso ao ver o semblante de Stana
que era realmente impagável.
- Anne, isso não é um assunto
correto para uma menina de quatro anos. Você não perguntaria isso para sua mãe
com certeza. Ela brigaria com você. Além de ser feio porque o beijo é algo
íntimo para as pessoas, algo somente delas. Por acaso com quatro anos você tem
ideia do que seja beijar na boca?
- Eu sei como é. Molhado e tem
sabor de chocolate se você tomar sorvete antes. É um pouco estranho e tem que
fechar os olhos. As pessoas sempre dão sorriso depois de um beijo. É uma coisa
“boita”e feliz. É como beijar a mão, assim ó – ela demonstrou beijando a
própria mão e fazendo Stana sorrir e agarra-la para beijar o rosto daquela
criaturinha linda que ela amava tanto.
- Eu te amo, sabia docinho?
- Também te amo, tia. Muito,
muito e muitão...
- Agora feche os olhos e durma.
Vou ficar aqui até você pegar no sono. E Stana permaneceu velando o sono da
menina até ter certeza de que não havia perigo dela acordar novamente. Devagar,
ela levantou da cama e cobriu a menina beijando-a na testa. Apagou as luzes do
abajur e reduziu o switch para a iluminação mínima. Ao deixar o quarto se
deparou com Nathan no corredor esperando por ela. Sem dizer nada entrelaçou sua
mão na dele e o puxou para o quarto.
No quarto de Nathan, ela
aproveitou para perguntar enquanto trocava de roupa.
- A quanto tempo você estava
ali, ouvindo a conversa?
- Desde o momento que Anne
pediu para você contar uma história. Ela te enrolou direitinho, Stana. Mas até
que você se saiu bem com o lance do beijo.
- Nem sei como. Estou
impressionada com o jeito que a Anne conversa sobre essas coisas de beijo,
relacionamento. Ela só tem quatro anos, Nate. Nem devia estar assistindo
Castle.
- Nisso concordo com você mas
hoje em dia as crianças são bem mais espertas que na nossa época. Prestam
atenção em tudo, se você bobear, elas te pegam ou numa mentira ou num deslize.
Por isso sou sempre a favor da verdade. Gostei quando você falou sobre os
presentes, as flores. Mentir só iria trazer problemas futuros – ele
entrelaçou-a em seus braços – agora chega de falar da Anne, vamos curtir um
tempinho só nosso – ele beijou o pescoço dela – namorar um pouquinho, beijar –
e tomou os lábios dela nos seus.
Stana se deixou levar um pouco
pela vontade de beija-lo, enroscou-se ao corpo dele e retribuiu as carícias
provocando com a sua lingua o interior da sua boca. Sentiu as mãos dele
invadirem o seu abdomen por baixo da camisa do pijama. Chegou até os seios e os
contornou com as mãos sem em qualquer momento deixar de beija-la. Ela suspirou entre
os lábios dele e Nathan resolveu se divertir no pescoço dela.
Ao sentir que as carícias dele
já estavam provocando reações mais fortes em seu corpo, Stana empurrou-o um
pouco para tentar diminuir o clima que começava a esquentar entre os dois. Primeiramente,
Nathan entendeu como uma incentivo para que ele tirasse a roupa. Ele mesmo
tirou a camiseta que vestia e jogou no chão colando em seguida o peito nu a
ela. Stana sentiu o cheiro de loção pós barba quando o rosto dele roçava o seu
e um tom amadeirado proveniente do pescoço e do peito nu. Sem resistir, ela
inalou passando o nariz pelos ombros e pescoço.
Um pequeno ruido indiscriminado
a trouxe de volta a realidade. Tinha que parar antes que a loucura se espalhasse
de tal forma que não conseguiriam parar, não haveria volta. Precisavam parar.
- Nate – ela sussurrou tentando
empurra-lo – melhor parar... – mas as mãos dele continuavam nos seios dela e
agora a deitava na cama – por favor... a menina.... – o peso do corpo dele
quase a deixou sem ar mas ele a fitou para saber se ela estava realmente
falando sério sobre parar – só uns beijinhos... só mais um... – e devorou os
labios dele com vontade. As pernas enroscadas no corpo dele até o momento que
arfou por ar. Nathan saiu de cima dela para lhe dar espaço.
- Por que quer parar?
- Não se trata de querer parar,
é preciso. Tem uma criança no outro quarto. Já pensou se ela entra aqui e pega
a gente sem roupa e bem, você sabe... – ela viu a cara de decepção dele – ah,
Nate! – ela se debruçou sobre ele e acariciou-lhe o peito – você sabe que tenho
razão, não faz essa carinha – ela viu a cara de pidão dele e acabou cedendo um
pouquinho – tá bom, só mais uns beijinhos. E namoraram por mais alguns minutos
antes de deitarem-se apropriadamente para dormir.
No meio da madrugada, Stana
tinha o corpo enroscado pelos braços de Nathan, o rosto enterrado dele
enterrado em seus cabelos. Uma das mãos estava sobre o seio dela. Não ouviu os
passos leves adentrarem o quarto. Apenas quando uma mãozinha sacudiu seu ombro
foi que ela abriu os olhos e viu Anne ajoelhada no colchão a sua frente.
- Anne? O que foi? – ao ouvir a
voz dela, Nathan despertou.
- Posso dormir aqui com você tia?
Anne sonhou com um moço mau...
- Oh, docinho. Foi só um sonho
ruim. Vem aqui... – Nathan se afastou para dar espaço a menina que habilmente
se colocou entre os dois, Stana beijou-lhe o rosto e deixou a menina a abraçar.
Ao virar-se para ele, sorriu. Muito perspicaz, ela notara que ele estava sem
camisa e não deixou o fato passar em brancas nuvens.
- Tia, por que o tio Nathan ta
sem camisa? Mama diz que não pode faz mal ficar assim no ar. Vai ficar doente.
Mama não deixa o papi ficar sem camisa, ela briga com ele. Por que você não
briga com ele? Ou você gosta tia? – e então a menina arregalou os olhos e abriu
a boca formando um grande “O”- Vocês estavam namorando? – Stana lança um olhar
de “se manca” para ele vestir a camisa.
- Não! Estávamos dormindo. E
agora, melhor você fechar os olhos e fazer o mesmo.
- Isso mesmo e comporte-se mocinha.
Nada de me empurrar para fora da cama, viu? – Nathan brincou – e nada de muito
chamego com a sua tia, estou de olho! – ele fez uma cara de mau e apontou o
dedo para ela o que só fez a menina rir.
- Você não tem moral mesmo,
Nate. Já chega, vamos dormir. Anne se aconchegou na tia e fechou os olhos
dormindo instantaneamente.
Na manhã seguinte, a cama
estava tomada pelos três. As pernas de Anne estavam sobre o estomago de Nathan
e os dedinhos de uma das mãos seguravam um tufo de cabelo da tia. Quem olhasse
para eles veria uma cena típica de familia. Ao despertar, Anne coçou os
olhinhos e subindo na tia, encheu-a de beijos. Stana acordou sorrindo e
retribuindo os carinhos da menina. Nathan nem se mexera. Então a menina
virou-se para ele, subiu em seu peito e começou a tocar o rosto dele, apertou o
nariz e deu uma beijoca na bochecha. Nathan abriu os olhos e deu de cara com o
sorriso dela.
- Bom dia, dorminhoco!
- Bom dia!
- Eu estou com fome... quem vai
fazer café pra Anne?
- Essa é a sua função – disse
Stana para ele – vamos ao banheiro, Anne? Nathan vai descer para fazer café
para nós. Ela arrastou a menina até o banheiro que ficava próximo ao quarto de
hóspedes deixando o caminho livre para Nathan. Viu ele se levantar para fazer o
que elas pediram. Lavou o rosto, escovou os dentes e desceu para a cozinha.
Quando elas chegaram, ele já
estava com a frigideira no fogo fazendo panquecas. Na outra havia ovos e bacon.
O cheiro inundava as narinas de Stana fazendo-a salivar. Adorava bacon. Ela serviu
o achocolatado para a menina e colocou café na caneca para ela e Nathan. O
primeiro gole do líquido quente foi revigorante. Stana ajeita a mesa e à medida
que as panquecas vão saindo, ela as tempera com manteiga e mel. Outras com
maple syrup da sua marca favorita, a maravilha de estar na casa de um
canadense. A pequena Anne observa a dinâmica dos dois, pareciam combinar os
movimentos. Assim que a tia serviu a panqueca para ela, fez um prato para
Nathan e entregou a ele sorrindo. Intrigada, a menina soltou mais uma pérola.
- Tio, porque você não beija a
tia Stana de manhã. Papi e Mama fazem isso o tempo todo no café – ela disse
olhando para ele enquanto mastigava um pedaço da panqueca. Como que sentindo-se
desafiado por uma criança e também porque estava morrendo de vontade de sentir
aqueles lábios, Nathan puxou Stana pela cintura e beijou-a. A menina achou tão
lindo o gesto que aplaudiu.
Ao separar-se dela, Nathan
sorriu para Anne.
- Satisfeita? Mas lembre-se
isso é parte do nosso segredo certo? Você prometeu.
- Está certo. Tia Stana ficou
vermelha.
- É que ela fica envergonhada
com essas coisas, parte do segredo...
- Mas é tão “boito” vocês.
- Também acho – Nathan sentiu
os dedos de Stana enroscarem-se aos dele por baixo da mesa – agora termine sua
panqueca porque tenho uma nova brincadeira para propor.
- Oba! – a menina exclamou
rindo.
Enquanto ela comia, Stana
ajeitava as coisas na cozinha e Nathan preparava os ingredientes que usaria
para o almoço. Nada complicado. Grelharia carnes e frango na churrasqueira na
área da piscina para eles. Pediu a ela que preparasse uma salada e o e cortasse
batata para que ele fritasse mais tarde.
- Enquanto você termina por aí,
vou buscar os instrumentos da minha próxima brincadeira com Anne.
- Calma, Nate. Deixa pelo menos
ela trocar de roupa – virou-se para a menina – Anne, já vi que acabou de comer
então antes de qualquer brincadeira você vai subir e escovar os dentes. Tire o
pijama e vista o biquini que está no banheiro. Já está seco. Consegue sozinha
ou precisa da minha ajuda?
- Não tia, já volto.
Assim que Anne subiu as
escadas, Stana olhou para ele sorrindo.
- O que foi? – ele perguntou.
- Por que você me beijou? Ela é
apenas uma menina podíamos ter enrolado-a com outra coisa.
- Não, lembra o que falei sobre
mentir? Além do mais ela é muito esperta e Staninha por favor não subestime a
inteligência da sua sobrinha e ela nos viu dormindo juntos, na mesma cama – ele
a abraçou – esse é o nosso segredo então ao invés de ficar nervosa ou vermelha,
apenas aproveite e me beije. Os lábios de Nathan encontraram os dela. Stana
deixou os braços ao redor do pescoço e intensificou o beijo e o contato
beliscando-lhe o bumbum. Afastando-se dele, ela deu um tapinha no peito dele.
- Você é impossível mesmo. Vê
lá o que você vai aprontar com a Anne.
- Ah, tenho certeza que ela vai
adorar.... me aguarde – roçou os dentes na nuca dela – e olha quem fala, fica
só esperando por uma oportunidade de beliscar meu traseiro. Sumiu das vistas
dela e logo em seguida, Anne aparece de biquíni e toalha na mão.
- Tia, você vai para a piscina?
- Daqui a pouco, docinho. Vou
adiantar as coisas para o almoço.
- E cadê o tio Nathan?
- Quem chama por mim? – Nathan
aparece na cozinha já usando seu traje de banho e com algo escondido atrás de
si – preparada para a sua nova aventura do dia? Preparei algo que você vai
adorar.
- Jura o que? – Anne pergunta
já empolgada e Stana revira os olhos ao observar o jeito do homem a sua frente.
Se estivesse cega poderia jurar que era um moleque de seis anos. Nathan fazendo
uma voz de guerreiro mal soltou uma risada e perguntou.
- Você está pronta para lutar
Anne? Capaz de derrotar o mestre dos mestres – puxou os braços revelando o que
escondia – da guerra da água – eram duas pistolas coloridas já cheia de água
prontas para molhar quem aparecesse na sua frente.
- Oba! Guerra de água! Quem
será nossa vitima? – os dois olharam para Stana e Anne gritou – tia Stana!
- Não, não mesmo. estou
cuidando do almoço vão brincar no quintal – ela já olhava mandona para Nathan
mas ele não ia cair na dela. Queria a brincadeira.
- Está com medo, Staninha?
- É só água, tia.
- Eu sei que sim Anne mas
preciso terminar isso aqui. Vão aproveitar o dia que já encontro vocês depois.
- Vamos Anne.... temos uma
batalha para vencer. Eu te desafio – e saiu correndo com a menina atrás dele.
Dez minutos depois, Stana aparece vestindo um biquíni e um short com os óculos
escuros no rosto. Ela os avistou no jardim ao lado da piscina, Anne se escondia
atrás de um vaso e Nathan atrás da coluna do armário onde guardava a
churrasqueira. Ela sentou-se numa das cadeiras de sol e observou-os. De
repente, Nathan sai do seu lugar e a pequena corre na direção dele atirando.
Quando vai revidar, ele percebe que está sem água. Foi a chance que Anne teve
de molha-lo totalmente derrubando-o na grama e sentado sobre ele. As risadas
deles ecoavam e também a fizeram rir. Ela percebeu que a menina ria, abraçava e
beijava Nathan aquilo mexeu muito com ela. Nathan parecia ter nascido para
cuidar de crianças, lidar com elas. Sorrindo ainda, ela se espreguiçou na
cadeira e fechou os olhos por um momento.
Anne cutucou Nathan pedindo
silêncio e apontando para tia. Apenas com o jeito de olhar da menina, ele
entendeu o recado. Levantaram do chão e foram até o chuveiro encher as armas.
De fininho, eles se aproximaram dela e Nathan fez sinal para ela atirar.
- Te peguei! – gritou Anne.
Stana tomou um susto e levou a primeira baforada de água.
- Nathan! – ela gritou
repreendendo-o.
- Eu não fiz nada!
- Vamos tio, é agora.
- Não, Nathan por favor... você
não... – mas ele não a deixou terminar. Deu um impulso e carregou-a da cadeira.
Sem pensar duas vezes, jogou-a na piscina. Anne ria da cara de susto da tia –
Nathan! Vou te matar!
- Só fiz o que a sua sobrinha
pediu, vem Anne pode pular que te seguro. E a menina pulou sem medo ficando no
colo de Nathan que a aproximou da tia.
- Vocês dois não valem nada!
Devia te dar um caldo só não faço isso porque você está com a menina nos
braços. Mas caiu na gargalhada jogando água na direção dele.
- Essa é a sua desculpa? A
menina? – ele colocou Anne na parte da piscina onde ela podia ficar sem perigo
– quer me dar um caldo? Agora pode. E Stana correu na direção dele para se
vingar jogava água tentando acerta-lo e ele sempre se desvencilhava dela. a
garota ria sozinha da brincadeira dos dois.
- Vamos tia! Afoga ele!
Finalmente, Stana conseguiu se
suspender nos ombros dele e o empurrou para o fundo da piscina. A menina batia
palmas contente de ver a alegria dos dois. Ele deu um caldo nela também e Stana
repetiu a dose mas pediu trégua logo em seguida. Ambos se aproximaram da parte
rasa da piscina e sentaram-se próximo a Anne. Impulsivamente, ela beijou a
bochecha dele e agarrou-se no pescoço da tia beijando-a também. Depois de
passarem um tempo de molho juntos, Nathan convidou Anne novamente para uma
revanche com as pistolas d’agua. Os dois saíram correndo da piscina mesmo com
Stana pedindo para eles terem cuidado. Cada um com sua pistola na mão
desapareceram das vistas dela.
Ela resolveu trazer as carnes
do almoço para fora. Do jeito que a brincadeira estava interessante, ela sabia
que ele não faria fogo certamente preferiria usar o grill elétrico. Deixou tudo
preparado para ele usar. Ela mal sentara de volta na cadeira de sol quando
ouviu o grito da menina. O coração disparou. Era um grito de dor. Imediatamente
saiu correndo em direção ao som apenas para encontrar Nathan com a menina nos
braços. O joelho ralado e o sangue escorrendo pela perna e as lagrimas enchendo
o rostinho alvo.
- Oh meu Deus! O que foi que
aconteceu? Anne, oh Anne... – ela estava apreensiva mas Nathan tratou de
acalma-la.
- Foi só um queda, nada demais.
faz parte da brincadeira não Anne?
- Mas tá doendo, tia... e ardi.
Nathan a colocou sobre a cadeira, Stana se sentou ao seu lado mas
automaticamente a tia a puxou para o seu colo. Ela beijava o rosto da menina e
limpava as lágrimas. Ele sumira uns instantes e reaparecera com um kit de
primeiros socorros. Sentou-se no chão de frente para as duas. Cuidadosamente
puxou a perna dela e examinou o corte. Sorriu. Era superficial. Ele abriu a
caixa e tirou algodão, um antiseptico e gases. Segurou a perninha dela e pegou
o remédio para limpar. Ao ver o que ele fazia, a menina começou a choramingar.
- Não, vai doer... não quero...
- Shhh, tudo bem princesa.
Preciso limpar seu joelho, não vai doer. Sabe, esse remedinho doía quando eu
tinha sua idade agora os cientistas conseguiram tirar o que fazia ele arder.
Vou te mostrar. Vamos Anne... sei que você é uma menina muito corajosa e sabe
por que? – ela balançou a cabeça em negação – Por que você é sobrinha da Stana.
Alguém capaz de ser tão durona como Kate Beckett não pode ter medo de um
arranhãozinho e como sua sobrinha você é igual a ela.
- Tem certeza que num vai doer?
- Tenho, vou te mostrar. Não
bem melhor, você vai me ajudar. Segure esse algodão – a menina obedeceu e
relaxou a perna. Nathan espirrou o liquido na pele e falou – agora passe o
algodão de leve para tirar o excesso da sujeira – ele observava o jeito dela –
muito bem. Até agora tudo bem? Nada de dor certo?
- Certo.
- Minha vez – e Nathan repetiu
o procedimento para realmente limpar o local e também o sangue que já secara na
perna – agora um novo algodão para você. Esse remédio que vou aplicar é o
antiseptico mas antes o melhor de todos os remédios – e se inclinou beijando a
área do joelho ferida – esse beijo é mágico porque está cheio de amor – Anne
sorria para ele e Stana suspirou – aplicando o remédio, sua vez: passe o
algodão por cima. Isso! – Anne terminou de limpar e ficou olhando o que ele
fazia. Nathan tinha uma gaze nas mãos e lambrecava com o o antiseptico
novamente – dobre o joelho pra mim – ele aplicou a gaze e pegou um esparadrapo
cor de neon verde e amarelo – prontinho, olha como ficou fashion! – a menina
sorriu para ele.
- Obrigada tio.
- Está doendo? – ele perguntou.
- Não, nem um pouquinho.
- Excelente, sabia que era tão
corajosa como sua tia. Só por isso vai ganhar uma taça enorme de sorvete com
cobertura de chocolate e m&m’s depois do almoço.
- Sério?
- Claro! Agora fique quieta com
a sua tia que vou preparar nosso almoço – ele saiu andando mas virou-se – e
nada de correria!
Isso fez a menina rir. Stana
beijou o topo da cabeça da menina e sorriu. Na verdade, estava encantada com a
cena que presenciara a sua frente. Era impossível não se apaixonar ainda mais
por ele, esse fim de semana estava sendo cheio de revelações para ela. Tudo que
conseguia pensar era o quanto ela queria permanecer ao lado dele.
Nathan as chamou para almoçar
meia hora depois. Riam e conversavam sobre várias coisas. Depois, como
prometido Nathan entregou a taça de sorvete para Anne que comeu lambendo os
lábios. Por volta das três da tarde, Stana levou a menina para tomar banho e se
arrumar mas Anne pediu para que Nathan refizesse o curativo em seu joelho. A
tia foi chama-lo de bom grado.
- Hey, Nate... Anne quer que
você faça o curativo do seu joelho. Parece que você conseguiu hipnotizar mais
uma Katic com seu charme – ela piscou para ele que abriu um sorriso.
- Não é fácil ser irresistível!
– disse passando ao lado dela. Stana mordeu os lábios com os dentes sorrindo e
deu uma palmadinha leve no bumbum dele – como eu disse, atraio como magnetismo.
Que fixação, Staninha – ele entrou no quarto seguido dela – alguém solicitou
meus serviços?
- Eu. Anne gosta como tio
Nathan cuida do dodói. A tia Stana sabe mas quero você.
- Nossa! Assim você vai deixar
sua tia com ciúmes...
- Eu gosto do dois igual. A tia
conta história e faz carinho em Anne, o tio brinca muito e cura dodói legal.
- É uma diplomata nata essa
menina! – ele olhou para Stana e sorriu. Rapidamente deu conta do recado e
ganhou um beijo como pagamento.
Estava tudo pronto para Stana
ir para casa com sobrinha. Sua cunhada passaria para buscar sua filha por volta
das quatro e meia. Na porta da casa dele, ela vira-se para a menina.
- Anne está na hora de se
despedir de Nathan, precisamos ir para casa. Sua mãe vai chegar daqui a pouco.
A menina se aproximou dele e
Nathan agachou-se para falar com ela. Com um sorriso enorme, ela segurou o
rosto dele com as duas mãos e após acariciar as bochechas dele, deu vários
beijinhos no rosto dele. Depois o abraçou com força.
- Obrigada tio Nathan. Anne
gostou muito muitão do fim de semana. Anne pode voltar de novo? – ela olha para
a tia – pode tia Stana? Mas foi ele que respondeu.
- Claro que sim. Gostei muito
de brincar com você e vou combinar com a sua tia quando podemos marcar outra
vez, combinado? – ele estendeu a mão para ela sugerindo um aperto para selar o
acordo, a menina apertou balançando a cabeça e sorrindo.
- Combinado.
Stana se despediu dele e
comentou que mandava uma mensagem tão logo a barra estivesse limpa para
encontra-la em seu apartamento. Meia hora depois, ele recebia um what’s dela.
Quinze minutos apenas foi o tempo que ele levou para chegar e bater na porta
dela. Assim que o viu, saiu do caminho para ele entrar. Bastou fechar a porta
que Stana sentiu os braços ao seu redor. Ela segurou o rosto dele com as duas
mãos e beijou-o.
- Pensei que não ia querer me
ver mais, não enjoou de mim?
- Claro que não, afinal ainda
não tive a oportunidade de te agradecer apropriadamente – disse ela.
- Pelo que?
- Por tratar tão bem de Anne,
por ser esse moleque no corpo de um homem – ela o beija novamente – você será
um ótimo pai, Nate.
- Obrigado e sinceramente
espero que seja dos seus.
- Meus?
- Seus filhos, nossos. No plural
e no futuro – ele agarrou a nuca de Stana, fez uma caricia e tornou a beija-la
intensamente. O arrepio no corpo e a reação automática ao toque a fizeram
gemer. Os dedos dele passearam pelo colo dela desfazendo os botões da blusa que
usava. Ao despi-la, viu que estava sem soutian. O polegar traçou a linha ao
redor do mamilo dela. O toque, o mais simples dos toques era capaz de fazer
maravilhas no corpo dela, da nuca e até o dedo do pé sem esquecer da sensação
úmida no meio das pernas. Então a urgência tomou conta dela e Stana fez menção
de puxar a camiseta dele pelo pescoço, queria sentir a sua pele contra a dele. Entendendo
o recado, ele puxou a peça sobre a cabeça e jogou-a longe.
Stana espalmou o peito dele com
as duas mãos totalmente abertas sentindo o calor da pele, a rigidez dos
músculos. Sentiu os lábios de Nathan roçar pelo seu pescoço, sua garganta,
beijando, sugando, deixando marcas de dentes. Continuou a percorrer o contorno
do seu colo, descendo entre os seios. Fazia uma trilha de beijos até usar a
língua para capturar um dos mamilos e por fim abocanha-lo completamente com os
lábios. Ela gemeu e arqueou o corpo para trás dando a ele mais espaço para
prova-la e proporcionar prazer. A pele já ardia de desejo, as entranhas
clamavam por ele. Queria-o, desejava-o alem do que podia suportar. Ela entrelaçou
as pernas na cintura dele em um impulso. Nathan a apoiou com cuidado e Stana
puxou os cabelos dele buscando seus lábios. Dessa vez, o contato foi frívolo e
cheio de prazer. Ela sussurrou ao ouvido dele.
- Me ame, Nate... quero
você....muito....
E ele a levou para o quarto
onde entregaram-se ao prazer.
XXXXXXXXX
Na segunda, ela chegara animada
para trabalhar. Entre o intervalo de uma cena e outra, Stana tomava um café na
sala dos escritores quando Dara aproveitou para comentar sobre um assunto num
post que vira no twitter.
- Nossa! Sexta já é dia dos
namorados. Não podia cair em um dia melhor. Estou pensando na noite que vou
passar com meu maridinho. Aliás já falei com a Terri e vamos liberar todos cedo
para curtirem a ocasião. Já decidiu o que vai fazer Stana?
- Ainda não sei – na verdade
ela realmente não pensara em como passaria essa noite com Nate – ah, falando
nisso na próxima segunda é o seu episódio não? Smell like teen spirit? De certa
forma, é um Valentine’s para Castle e Beckett. Foi muito bom fazer esse
episódio, Dara. Teve um tom especial para mim. Tenho certeza que você deixará
os fãs extasiados e se já não a amam, passarão a venera-la. Dara riu do jeito
que Stana colocara a possível reação do fandom e estava muito curiosa para vê-la.
Pediu licença para voltar ao
set a fim de gravar a próxima cena. Na verdade, Stana queria sair de perto
dela. Mencionar o tal episódio, trouxe de volta momentos importantes para ela.
Fora tão gostoso gravar aquelas cenas com Nathan além do significado que
tiveram para ela. Dara tocou a ferida e consequentemente o coração de Stana.
Essa era uma das características de Dara. Escrever diálogos ou cenas em que
Nathan e Stana pudessem ser eles mesmos, sem deixarem de ser e convercer como
Castle e Beckett. Ao fim do dia, o pensamento ainda povoava sua mente.
Naquela noite, ela estava
sozinha em seu apartamento. Tinha uma taça de vinho nas mãos e sentada em sua
cama, esperava retomar a sua leitura mas a mente a atraia para um evento
passado a algum tempo atrás. Semanas atrás para ser mais exata. Stana
lembrava-se vividamente das gravações do episódio de Dara.
Quanto recebera o script, ela
sentiu-se perdida em lembranças ao lê-lo. Na cena entre ela e Nathan sobre a
tal discussão sobre banda versus DJ, Stana sorriu ao se deparar com a
referência ao “Blue Eyes” ali significando o eterno Sinatra. Na mente dela,
porém, a expressão a lembrava Nathan, sempre Nathan. As frases usadas por Dara
lembraram-na de outras já ouvidas em outro trabalho mas naquele momento, aquela
fala da personagem de Nathan parecia ter sido escrita para eles. Seria isso que
Dara queria que ela pensasse? Curiosa, ela procura Dara e pergunta da cena. Nada
dizia porém sobre a música.
- Dara, o que você quis
expressar com essa declaração de Castle na cena do baile?
- Além de criar um momento
romântico para os dois, foi uma forma que encontrei de lembrar o dia dos
namorados para eles. É apenas um simples texto para Caskett.
- Não, Dara. Isso não é um
simples texto. É uma declaração de amor muito bonita e digna de Castle, algo
que não se pode assumir como comum especialmente ao som de uma música que aliás
não está sendo mencionada aqui. Qual foi a sua ideia ao escrever isso? Dara
sorriu porque no fundo Stana já decidira o qe era aquela cena para ela.
- Tudo bem, confesso que
escrevi essa última cena pensando em vocês. porém, cabe a vocês tornar a cena
mágica. Considere um presentinho meu para vocês já que deve ir ao ar próximo do
dia dos namorados. Mas não insista, a música é segredo. E piscou para ela.
Naquela noite, eles estavam no
apartamento dela se preparando para dormir quando Stana começou a questiona-lo
com base no clima do episódio.
- Nate, qual é a nossa música?
Quer dizer, temos uma?
- Claro que sim! Ou você
esqueceu de “Baby, it’s cold outside”? É a nossa cara – ele sorria obviamente
na brincadeira apenas para ver a reação dela. Stana jogou o travesseiro na cara
dele que caiu na risada – Você já parou para pensar que a nossa música é a
mesma de Castle e Beckett?
- Por que diz isso? Você sabe
de algo que não sei? Sabe que música vão usar na cena da dança? – a ansiedade
em descobrir algo mais e a forma como ela se ajoelhou na cama se aproximando
dele era uma graça. Era o seu lado shipper falando mais alto.
- Staninha, tenho o mesmo
script que você. Até onde sei a tal canção permanece um mistério para nós.
- Será que é a canção de
Robert, a do piano? Ficaria linda.
- Ficaria sim, mas lembre-se
que a cena se passa em um baile de formatura do colegial. Música instrumental
não é a preferência deles a menos que seja eletrônica.
- Não gosto disso. Esse
suspense... e se eu não gostar? E se for pior, eu gostar e der vexame? Fizer
alguma bobagem pela situação? Tenho medo de dar bandeira, Nate – ele a abraçou
e beijou-lhe o ombro.
- Deixa disso, gorgeous. Se
algo acontecer, será parte da sua atuação ou do seu jeito de ser uma eterna
fangirl. E eu também estarei lá, não deixarei desconfiarem de você – ele a apertou
mais um pouco e beijou-lhe a nuca fazendo-a se arrepiar.
No dia seguinte, continuaram as
cenas do episódio deixando a última para o fim da tarde. Essa teria sido uma
recomendação de Dara para proporcionar mais privacidade a eles. Estava curiosa
para saber se eles aprovariam a escolha da música. Ela teve a ideia ao ver um
vídeo no youtube feito por uma fã e pensou porque não repetir a dose de um
marco tão especial para a vida das personagens? Procurou Marlowe já com o texto
pronto e sem qualquer dúvida, ele aprovou de imediato. Desde Always, a canção
de Andrew Belle se transformou em uma espécie de hino Caskett ao lado da bela
composição instrumental de Robert Duncan.
Mas Dara não sabia o que aquele
conjunto de palavras ao som de uma música como In my veins podia representar
para ela, não. Afinal, esse era um segredo dela e de Nathan. A emoção de gravar
a cena final extrapolou as lembranças de Always da cabeça e somente o ato de
olhar para ele já fazia o corpo tremer em resposta às sensações de desejo e
amor que estavam presentes literalmente em suas veias, debaixo da pele no
minuto que os primeiros acordes da canção tocaram. Uma surpresa muito
bem-vinda. Tiveram que gravar a cena duas vezes por causa dela no ponto do
discurso de Nathan. O nervosismo tomou conta dela quando ele começou a falar
seu texto da declaração. Segurando a mão dele e balançando o corpo ao ritmo da
música, Stana foi tomada por uma sensação indescritivel de nervosismo e caiu na
gargalhada sem conseguir se conter. Nathan que percebera o que realmente estava
por trás desse excesso de riso, disfarçou muito bem a ponto de ninguém perceber
a lágrima que caía no rosto. Deixou sua cabeça repousar no peito dele tentando
se recompor. As palavras exatas de Nathan no momento foram.
- Não é possível, mulher! O que
eu tenho que fazer para você me levar a sério? Esse é um momento romântico,
Stana. Por Deus! As coisas que eu tenho que enfrentar por Kate Beckett! – ele
fazia uma cara de insatisfação e ao mesmo tempo marota que não apenas acalmou o
coração dela como a fez ama-lo ainda mais por livra-la de um vexame ou coisa
pior em frente às câmeras - Dara, será que você não pode interferir e dizer
para essa moça que isso é um trabalho sério?
Mas Dara já estava rindo junto
com o marido e os demais assistentes de palco. Stana ergueu a cabeça e deu um
tapinha no peito dele.
- Palhaço! E novas risadas,
discretamente ela murmurou para ele – obrigada...
- Então, Stana podemos gravar?
– perguntou Chad. Ela respirou fundo, fez sinal para a maquiadora que correu
para retocar o olho e respondeu.
- Pronto. Desculpem.
- Atenção, luz, camera... ação!
Na segunda tentativa, um filme
passou em sua cabeça desde Always até ali. E finalmente a gravação correu como
deveria. A cena foi suave e muito tocante. A cada palavra, a emoção voltava a
se manifestar através dela. Kate Beckett era a personagem sortuda que recebeu a
declaração mas foi Stana quem sentiu todo o efeito dela. Ao escorar sua cabeça
no ombro de Nathan e fechar os olhos, agradeceu mentalmente por esse momento. Os
olhares apaixonados eram suficientes para diante de uma camera, exaltar o amor
que os definia e moldava.Dançar com ele ao som da linda canção de Andrew Belle
foi um momento especial mesmo sendo apenas a gravação de uma cena. Ao final, já
não se importava se as pessoas ao seu redor iriam pensar quando ela disse “shut
up and kiss me”, Stana esqueceu da personagem e aproveitou o instante para
tornar a cena ainda mais real. O corpo literalmente inclinou-se e encaixou ao
dele feliz por ter a oportunidade de beija-lo novamente. A música perfeita, o
clima propício e o resultado não podia ser melhor. Para Chad, era pura quimica
em cena, para eles era apenas uma demonstração de amor.
Chad disse “corta” e eles
continuaram o beijo ao som da música ao fundo até ouvi-la terminar. Agindo como
se nada houvesse acontecido, eles sorriam e os olhares diziam tudo. Dara
agradeceu e os liberou. Nathan afastou-se dela não antes de apertar-lhe a mão uma
vez mais.
A taça vazia estava sobre a
mesa de cabeceira. Ela suspirava e tinha um sorriso bobo nos lábios. Fora um
excelente dia de gravações, um daqueles momentos inesquecíveis. Recordando o
que aconteceu durante a cena, ela pensou que talvez Nathan tivesse razão, era
uma música marcante para os dois assim como para suas personagens. Mas talvez
pudessem ter mais de uma, sorriu lembrando de algo do passado que Dara a fizera
recordar de quando estava começando a ceder aos encantos dele pela primeira
vez, não que ele não a fascinasse desde o início do trabalho juntos. Movida
pelo momento, ela passou uma mensagem para ele.
“Just wanna say good night, lov
u babe. S”
Minutos depois, ele responde.
“Love u too, gorgeous. Feel the
kiss. NF”
XXXXXXXX
Dois dias depois, ela estava
terminando as filmagens do episódio centrado nela. Nathan já tinha deixado o
estúdio e ela falava ao celular com Monica. As amigas já estavam se preparando
para sair na sexta para curtir a noite bebendo e dançando. Nem por um decreto,
ela podia dizer que não aceitaria o convite. Nada podia levantar suspeitas
sobre seu relacionamento com Nathan. Teria que encontrar uma forma de suprir
aos dois lados.
Sim, ela não abriria mão de
passar o dia dos namorados com ele e especialmente depois da ideia que tivera
para fazer uma surpresa a ele. Tinha planejado surpreende-lo com algo que ele
sequer imaginava e colocaria o plano em prática. Precisava convence-lo que
devia sair com as amigas para então ficar com ele o resto da noite. Estava
perdida em pensamentos quando ouviu o diretor a chamar, estava na hora de sua
mais pesada cena do dia.
Ela saiu tarde do estúdio.
Exausta. A última cena fora muito intensa. Só pensava em tomar uma ducha e
esparramar-se na cama. Mas ainda tinha uma última tarefa a fazer. Assim que
terminou o banho, Stana ligou para ele. Já passava das onze. Ele atendeu
prontamente.
- Com saudades, Staninha?
- Sim, isso também.
- Chegou agora?
- A algum tempo já estou
deitada.
- Hum... o que está usando? Ela
riu.
- Nate, estou cansada. O dia
foi muito puxado, liguei para você porque quero falar da sexta. Precisamos
combinar o que faremos.
- Fácil, saimos do trabalho,
você vem para minha casa e não precisa se preocupar com roupas, afinal você não
irá precisar delas.
- Não tão rápido, seu
pervertido. Temos uma reputação e um disfarce a zelar. Minhas amigas já me
convidaram para sair e não pude recusar. Faz parte do plano, de manter o nosso
segredo.
- Ah não! Você vai me abandonar
em pleno dia dos namorados? Isso não é justo, gorgeous. Não mesmo.
- Quem falou em abandonar? Vou
sair com elas e usar a desculpa do cansaço das gravações para voltar para casa
mais cedo. Espero chegar na sua casa por volta das onze. E trate de me esperar
acordado. Quero usar e abusar de você.
- Quer comer o que? – ele perguntou.
- Você!
- Wow! Staninha...por que você
fez isso? A minha imaginação e outras coisas já ficaram alerta. Isso é maldade
demais comigo, Staninha.
- Estou sendo sincera – ela ria
– mas provocar você é sempre bom,babe... preciso ir dormir, estou quebrada.
Temos um acordo, para sexta?
- Com certeza. Vou te esperar
para o prato principal e pensarei na sobremesa... durma bem, amor.
- Boa noite, Nate – soltou um
beijo estalado ao telefone.
Continua.......