Nota da Autora: Mais um capitulo e espero tocar vcs....ainda tem um bom pedaço de história a ser contado... enjoy!
Cap.18
- Wow! Isso é... – limpou a garganta
para conter a emoção – vamos lá! Primeiramente, boa tarde. Como muitos de vocês
sabem, sou investigadora. Estar aqui diante de uma audiência é algo novo para
mim pois não estarei falando de crimes e assassinos, pelo menos não do mundo
real. Quando Gina concordou em trabalhar no livro que Castle estava escrevendo
e deu carta branca a mim para termina-lo, sempre que estava escrevendo me
perguntava. Estou sendo realista? Fiel à escrita de um autor de best-seller? As
pessoas irão gostar? Fiquei uns bons dias remoendo o assunto até’que decidi
como deveria prosseguir. Como vocês, sou fã de Castle muito antes dele vir
trabalhar comigo na NYPD, então foi assim que me dediquei ao livro, analisando
e escrevendo do ponto de vista de fã. A história em si estava traçada. A
maneira como Castle trabalha sua obras causa inveja. Ele é meticuloso e
organizado. É realmente uma pena que não goste da fazer papelada assim seria
meu parceiro perfeito. É uma honra terminar uma das histórias de Nikki Heat,
talvez vocês não consigam mensurar a dimensão disso para mim. Gina me pediu
para fazer um discurso e uma leitura do livro. Até preparei algo, porém para
entender a importância de Nikki, precisaria falar de mim. Sendo assim, vocês me
permitem contar a história por trás do nascimento da série Heat?
Vários sussurraram em aprovação. Os
mais saidinhos gritaram e pediram por isso. Sorrindo, após trocar um olhar com
Gina, ela continuou.
- Tudo começou por causa de um caso
logo após a morte de Storm. O assassino imitava cenas de crimes dos livros de
Castle, erroneamente, devo acrescentar. Tive,claro, que entrevista-lo. Mal
sabia que ao fazer isso, minha vida mudaria para sempre. Usando sua influência
com o prefeito, obrigou meu capitão a aceita-lo no distrito com a desculpa
esfarrapada de fazer pesquisa para sua nova criação, a detetive de homicidios
sexy e inteligente. Vocês não tem ideia do que era ter uma pessoa teimosa e
desobediente ao seu lado, se metendo e teorizando a cada minutos as histórias
mais loucas que pudessem imaginar. Eu o detestava. Com o tempo, fui percebendo
que sua ajuda era válida, trazia novos pontos de vista às investigações,
acostumei com o jeito excentrico. Então, nasceu Heat Wave. Pensei que ali
acabaria nossa suposta parceria. O escritor e a musa. Confesso que já sentia
falta dele mesmo antes de tudo terminar. Mas veio a oferta para escrever três
outros livros e fiquei aliviada por ainda ter sua companhia. O trabalho nos
levou a outro nivel, o da amizade. Passamos por situações de perigo, tivemos
nossas vidas ameaçadas e isso apenas serviu para atestar o óbvio que esteve a
nossa frente por muito tempo. Não éramos apenas parceiros nos crimes, éramos
muito mais. Foi preciso estar à beira da morte para que eu finalmente aceitasse
isso. E olhe para nós agora? Casados e – apontou para a barriga – os últimos
meses foram muito difíceis e esse livro foi um porto seguro. Tive que me
colocar no lugar dele, o que considerava um grande problema pois era como se eu
desse minha arma nas mãos dele e recebesse, simbolicamente, a sua caneta em
troca. Foi assim que me dei conta que não apenas ele já usou minha arma como já
me salvou da morte. Talvez uma das maiores curiosidades dos leitores seja saber
se Nikki realmente me representa. A minha resposta? Não mudaria uma virgula.
Ela é perfeita.
Kate levou alguns segundos tomando
um pouco d’água.
- Prometo que já estou terminando.
Esse é o problema de não estar acostumada a isso, você nào sabe medir as
palavras. Culpa de Castle que me deixou lidando com isso sozinha, tantas
lembranças e histórias – a plateia riu do jeito dela, simpatizando com o
carinho a que se referia ao escritor – uma das partes mais importantes de um
livro depois do climax e da conclusão da história é a dedicatória. Gina disse
que eu poderia escreve-la para homenagea-lo. Pois vocês acreditam que até nisso
ele pensou? É irritante saber que não se esquecera de nada! Ele escreveu as
palavras no seu bloco amarelo, estava entre suas anotações. Se tem uma coisa
que Castle é mestre, são as dedicatórias. Amei cada uma delas da série Heat. A
última escrita não podia ser diferente. Pedi apenas a Gina para fazer uma
pequena legenda. Vejam vocês, as palavras que ele usou servem para ambos. Ao
abrirem o livro de vocês, lerão a dedicatória dele para mim. Se quiserem saber
a minha para ele, basta cortar duas palavras. Antes de entrar no capítulo da
leitura, declamarei as palavras dele.
To my one-writer girl, you’re
right. We’re just getting started. Thanks for being you.
My lover, my partner, my everything.
My Always…
As palavras
sublinhadas eram as que deveriam ser excluidas para a dedicatória de Kate
Beckett. Ela engasgou ao lê-las e não pode evitar a voz embargada e a formação
das lágrimas quando começara a ler o primeiro capítulo do livro. Terminada a
leitura, foi aplaudida de pé. Após um abraço de Gina e Martha, ela sentou-se
para autografar os livros aos fãs.
Kate se
surpreendeu com o carinho recebido. Muitos lhe diziam palavras de conforto,
outros a elogiaram pelo discurso e comentaram que ela deveria considerar a
ideia de contar mais histórias deles. Enfim, a tarde parecia estar se tornando
outro evento de sucesso atrelado a Rick Castle. Duas horas e vários autógrafos
depois, Kate finalmente pode se dar um descanso. Martha trouxe um prato com
doces e salgados para a nora enquanto Gina conversava com a imprensa.
- Ah,
Katherine! Estou tão orgulhosa de você. Representou meu filho magnificamente me
fazendo chorar com as suas palavras. Essa dedicatória foi um momento surpresa
para mim.
- O mérito é
todo dele, Martha.
- Não querida,
dessa vez ele é todo seu. Esse livro não passaria de um arquivo perdido de
computador se você não tivesse decidido termina-lo. É o seu final, sua
história. Veja – ela mostrou a capa de um exemplar – é o seu nome na capa junto
ao dele. Richard está orgulhoso de você. Quando acordar, será exatamente isso
que ele lhe dirá ao saber que a própria Nikki Heat escreveu sua história. E
agora, será que pode assinar o meu?
- Claro! - assinou
e encheu de corações e carinhas – devo muito a você, Martha por esses meses.
Ficou um pouco mais fácil com você ao meu lado.
- Oh, querida!
Realmente é uma alegria ter alguém tão especial entre nós. Gina aproximou-se
alegremente já comentando:
- A imprensa
está apaixonada por você! E apenas baseada no discurso que acabou de fazer.
Acredito que vão ficar ainda mais empolgados quando lerem o que escreveu. Sabe,
Kate se os resultados das críticas de Heat Blows forem tão bons como a reação
ao que aconteceu nesse lançamento, acho que você poderia considerar seriamente
em escrever junto com Rick.
- Obrigada,
Gina. Porém, não vamos nos empolgar. Tenho meu trabalho e outras prioridades
agora. De qualquer forma, devo dizer que estava receosa quanto a esse evento, a
aceitação dos fãs e todos os possíveis questionamentos ou cobranças. Fico feliz
por ver que tudo deu certo e pude receber muitos elogios e palavras de carinho.
Tomara que o resultado de vendas seja tão bom quanto a festa.
- E você ainda
tem dúvida se vai ser? Chequei com a gerente dessa unidade. De dez pessoas que
passaram no caixa, oito levavam um exemplar de Heat Blows nas últimas três
horas. Esse livro tem tudo para ser um novo best-seller – sorria empolgada com
o resultado, beijou o rosto de Kate – bem, foram muitas emoções para um dia.
Você deveria ir para casa descansar. Qualquer novidade, aviso.
- Sim, estou
merecendo deitar e esticar as pernas. Amanhã tenho uns compromissos – ela saiu
andando devagar ao lado de Martha rumo ao carro cedido pela editora para
leva-la ao evento.
- Katherine
não vai ao hospital? – perguntou Martha.
- Não hoje.
Realmente preciso me deitar. Vamos para o loft.
Após um banho
e uma refeição a base de frutas, esparramou-se na cama. O corpo realmente
sentira o peso e o cansaço do dia. Pegando um exemplar do livro que trouxera do
escritório de Castle, abriu-o na página da dedicatória. Passava as pontas dos
dedos sobre o papel como se acariciasse as palavras tão fortes e especiais
usadas por Castle para homenagea-la.
Castle. Tinha
curiosidade em saber o que ele acharia da sua performance ao representa-lo
naquele evento. Pensar nele trazia à tona os sentimentos fortes de carinho,
saudades e amor. Sua mão passeava em sua barriga calmamente. Logo a criança que
carregava viria ao mundo, Kate evitava de pensar na possibilidade dela nascer
sem ter o pai para recebe-la. Era uma alternativa completamente descartada para
Beckett. Fechou o livro virando a contra-capa para si. A foto dele vestindo uma
camisa azul, de sorriso fácil e maroto, fazia o coração dela bater mais forte e
os olhos arderem pelo excesso de lágrimas que se acumulavam pedindo para
sucumbir às emoções. Respirou fundo e começou um monologo com a criança dentro
do seu ventre.
- Hey, bebê...
hoje foi um dia especial para a mamãe. Lembra quando eu contei a você da série
de livros que seu pai inventou para ficar me seguindo na policia? Terminei a
história que ele deixou incompleta e hoje foi o lançamento. Seu pai é famoso e
metido, de um jeito bom que a mamãe adora, merece os fãs que tem. Sei que mesmo
pretendendo ler, você não entenderá muita coisa mas é uma forma de ficar
próximo a seu pai – suspirou – isso me faz lembrar de outras manias que ele
tem, das coisas que acredita. Seu pai é um nerd incorrigível do tipo que
acredita em fantasmas, monstros e até zumbis. Já me diverti muito com as
teorias malucas dele – de repente ela se viu rindo recordando o caso da médium
– ele sempre fica empolgado diante da possibilidade do desconhecido. Tenho
certeza que vai ensinar muitas coisas sobre ficção cientifica, seres
extraterrestres, guerreiros. Acredita que ele queria casar comigo no espaço? Garanto
que será muito divertido para você, bebê. Vou ter que ficar de olho para Castle
não estraga-lo demais – esfregava as mãos pelo ventre sorrindo – você tem o
melhor pai do mundo. Que tal ouvir um pouco da nova aventura de Nikki Heat,
agora hein? Parece um bom plano para terminar a noite – pegou o livro na
cabeceira e começou a lê-lo, permaneceu assim por um pouco mais de uma hora quando
sentiu o cansaço a domina-la. Deixando o livro ao seu lado na cama, Kate
acariciou a barriga mais uma vez e apagou o abajur.
- Boa noite,
bebê. Bons sonhos – antes de sucumbir ao sono, porém, um pensamento surgiu em
sua mente. Era uma ideia interessante, só não tinha certeza se funcionaria.
Talvez consultasse Alexis.
Dois dias
depois...
Pela manhã,
tinha um compromisso importante. Iria ao distrito para uma reunião com a Capitã
Gates a fim de fazer os últimos acertos da sua promoção para que então a sua
superior pudesse fazer o anúncio formal de sua volta ao 12th. Apesar de parecer
uma volta sem mudanças, Kate iniciaria uma nova etapa de vida na NYPD após os
meses de licença-maternidade. Claro que continuaria atuando como uma detetive,
resolvendo homicídios mas seria um novo começo. Não estaria mais sozinha e
certamente não veria algumas situações com os mesmos olhos. Castle e outras
pessoas sempre diziam que a maternidade muda você e seus conceitos. Agora
sentia um pouco do que antes apenas ouvia comentar. Todas as vezes que
encarasse um homicídio, o analisaria de maneira diferente. Ao dar uma notícia
de pesar a uma mãe ou pai, entenderia bem mais a dor que sentiriam. Continuaria
lutando em prol da justiça, esperando pelo dia que ela se fizesse pronta para
sanar as cicatrizes deixadas na sua vida por alguém tão vil e maléfico.
Lembrava a si mesma, quanto mais alta a escalada, maior o tombo. Por hora,
viveria um dia de cada vez.
Acordara cedo
naquela manhã, assim que desceu para o café, encontrara a sogra lendo jornais.
Tinha o NY times e o NY Ledger espalhados sobre a mesa. Ao vê-la, fez sinal
para que se aproximasse.
- Venha,
Katherine. Sairam umas críticas maravilhosas sobre o livro e você. Gina tinha
razão, os jornalistas adoraram conhecer a mulher por tras de Nikki Heat além de
congratula-la por sua coragem e a forma como conduziu a história terminando com
maestria. Veja essa frase: “a musa não apenas vive as histórias como as conta
tão bem quanto seu criador, uma grata surpresa descobrir essa nova faceta da
agente do FBI, Kate Beckett”. Você, minha querida, é um sucesso. Esteja
preparada para os holofotes e os papparazzis porque virão lhe procurar.
- Não Martha,
eu combinei com a Gina que faria o evento apenas. Não estou preparada para
enfrentar isso, não sou Castle.
- Eu sei
querida, mas são ossos do ofício. Estou certa que Gina encontrará a melhor
maneira de lidar com a imprensa e a situação. Ela é boa nisso. Vamos tomar café
pois você ouviu a médica, deve se alimentar muito bem.
- Posso levar
os jornais? – perguntou Kate – quero lê-los para o seu filho.
- Claro!
Terminado o
desjejum com Martha, Kate se dirigiu ao 12th distrito. Tinha intenção de ir ao
hospital para ver Castle, levar a ele as novidades sobre o livro. Com as
críticas dos jornais, logo deveria receber um telefonema de Gina. Sua chegada a
delegacia foi tranquila. Os seus ex-colegas faziam festa ao vê-la. Karpowski
veio ao seu encontro sorrindo.
- Hey,
Beckett! Que surpresa vê-la aqui. Nossa! Como você está enorme e linda! Vi a sua
foto no jornal. Mandou bem na aventura de Nikki, pode deixar que vou comprar um
exemplar, tenho todos os anteriores. Castle inclusive assinou para mim só que
dessa vez quero seu autógrafo.
- Está certo –
disse Beckett sorrindo – traga o livro que ficarei feliz em assinar. A Capitã
está em sua sala?
- Sim, chegou
bem cedo. Para quando é o bebê? Falta pouco não?
- Estou no
oitavo mês, a previsão é final de junho. Está perto.
- Vai dar tudo
certo, Beckett. Deixa eu ir para a rua, tenho um corpo me esperando. Ryan e
Esposito já estão no local.
- Você está
trabalhando diretamente com eles agora?
- É, Gates
disse que eu estava pronta para me envolver mais em investigações pesadas.
- Que ótimo!
Vou falar com a Capitã. Te vejo depois – Beckett seguiu para a sala de Gates.
Batendo na porta,aguardou pela permissão para entrar. Ao sinal dela, entrou.
Porém, assim que sentou-se a frente da chefe do distrito, o celular tocou.
Gina.
- Oi, Gina.
- Kate!
Precisamos nos encontrar. Já viu os jornais? Heat Blows é um sucesso! Temos que
nos reunir porque apareceu algumas entrevistas e... – Beckett a cortou.
- Gina,
escute. Não posso falar nesse momento, estou entrando em uma reunião. Posso te
ligar mais tarde?
- Oh, claro!
Façamos melhor. Almoço, avise quando estiver saindo daí. Vamos ao Le Cirque.
- Tudo bem.
Até mais – desligou e sorriu um pouco sem graça para a mulher à sua frente –
desculpe, Capitã. Não vai acontecer de novo. Com a ausência de Castle acabei
tendo que ser responsável por outros assuntos.
- Kate, sei
que você estava falando do livro. Comprarei um exemplar, acho que você fez um
excelente trabalho por isso quero conferir. Bem, voltando a nossa reunião, eu
lhe chamei aqui para concluirmos o processo da sua promoção. Aqui estão os
documentos para você assinar – estendeu uma pilha para a frente dela – já
discuti com o Comandante sobre a sua licença sem maiores problemas. Conforme a
data do seu parto, decidimos seu retorno para três meses depois – esperou Kate
assinar a papelada para continuar com o assunto além disso, tinha uma pergunta
para satisfazer sua curiosidade e uma possível sugestão para dar a sua
funcionária.
- Pronto.
Todos devidamente assinados.
- Aqui está a
sua nova proposta salarial e benefícios. Veja se está tudo em ordem – Kate
observou os números, recebera um bom aumento para alguém em um cargo público,
20% a mais do que ganhava como agente junior, além da melhoria de benefícios.
Apesar de dinheiro realmente não ser um problema para Kate, sempre gostava de
manter sua renda e seus gastos dentro do seu orçamento. Era orgulhosa
independentemente da fortuna do marido.
- Para mim
está tudo correto.
- Ótimo –
disse a capitã recolhendo os papéis e anexando-os a pasta do processo - Ah! Tenho
uma pergunta sobre sua decisão. Sei que você me explicou o que gosta de fazer e
como se imagina no futuro, mas realmente a proposta do diretor do FBI não lhe
agradou – Gates fitou-a avaliando minunciosamente as reações da detetive - ou
tem algum outro motivo para você não tê-la aceitado? – por um momento, Kate
ergueu a sobrancelha e disfarçou a forma como engoliu em seco.
- Senhora me
ofereceram uma posição de chefia no departamento de terrorismo. Isso realmente
não é minha praia. Talvez se tivessem me prometido algo como divisão de crimes
hediondos ou afins, qualquer coisa voltada a minha experiência com homicídios a
minha história com o FBI poderia ter sido diferente. Tenho que me preocupar com
a minha família, New York é a minha cidade e o lugar que escolhi para criar meu
bebê e defender.
- Entendo.
Deixe-me dizer o que espero daqui para frente de você. Continuará investigando
assassinatos, coordenando o time de detetives que já trabalhava antes. Quero
que treine Karpowski, deixe-a pronta para assumir casos sozinha. Acredito nos
insitntos dela, tem bom julgamento e tendência para liderar como você. Sendo
tenente, vou lhe pedir para coordenar a equipe, me representar em tribunais,
entre outros afazeres – vendo o jeito como Beckett demonstrava um traço de
desconfiança, tratou de elimina-lo – não precisa ficar preocupada. Fará o que
tanto gosta, colocará assassinos atrás das grades. Porém, seu novo posto
exigirá certas atividades a mais como o tratamento com a imprensa. Consigo ver
grandes feitos em seu futuro, Lieutenant Beckett. De fato, tenho algumas ideias
que estão fervilhando na minha mente entretanto não é hora de discutirmos sobre
isso.
- Tudo bem,
senhora. Estou disposta a assumir outras funções. Será um prazer treinar
Karpowski. Quero contribuir ao máximo para a justiça e confesso que terei muito
a aprender com relação ao trato com a imprensa, tribunais. Não é segredo para
ninguém que muitas vezes não tenho tato para assuntos de cunho político, sou
muito preto no branco. Até a minha mentora no FBI me disse isso. Com sua ajuda,
quero me aprimorar nessa área.
- Excelente,
tenente. E o primeiro passo você já deu ao admitir que precisa entender e
melhorar suas habilidades nesse aspecto. Gostaria de saber algo mais, você
mesma chegou a mencionar sua inclinação para o direito. Consegue se ver atuando
nessa área?
- Venho de uma
família de advogados. Eu estava prestes a começar futuro no direito quando fiz
minha opção pela academia de polícia. Sou uma policial por escolha. É o que sei
fazer, o que me define. É claro que o direito me acompanhou por anos, sou familiarizada
com ele, mas hoje e na minha carreira o vejo mais como uma ferramenta
complementar.
- Gostei do
seu ponto de vista. Bem, acredito que terminamos por aqui. Encaminharei a
papelada para o escritório do Comandante. Faremos o anúncio oficial após sua
licença. Tudo bem?
- Claro. Na
verdade, gostaria que a senhora mantivesse esse assunto da promoção em sigilo.
Não quero ficar explicando a um ou outro minha decisão enquanto não contar para
a pessoa mais importante. Ele deveria ser o primeiro a saber da minha escolha.
- Não seja por
isso. Você tem minha palavra que aguardarei até a sua volta, Beckett. Obrigada
por ter vindo.
- Eu que
agradeço senhora, por tudo – apertou a mão de sua superiora deixando a sala
dela em seguida. Checou o relógio, passando apenas quinze minutos do meio-dia,
sabia que devia ir andando para encontrar Gina porém havia uma pendência a
resolver ali. Procurou por Tory nas salas de apoio encontrando-a concentrada em
uma imagem de camera de rua. Bateu de leve na porta para não assusta-la.
- Posso
entrar?
- Agente
Beckett! Por favor! Quer uma cadeira? – levantando-se para ser gentil com a
visita, Kate a parou.
- Não precisa,
Tory. Já estou de saída, serei rápida. Lembra da nossa última conversa? Da
descoberta?
- Não sei do
que você está falando, agente – abrindo um sorriso.
- Ótimo! – se
aproximou um pouco mais fingindo interesse na filmagem da tela – Tory, preste
atenção. Preciso que envie o que descobriu para o meu email pessoal com links e
detalhando todos os caminhos percorridos passo a passo. Depois você irá apagar
toda essa informação do seu computador e do banco de dados da NYPD, fui clara?
Você nunca acessou ou viu nada referente aquela pessoa antes. Entendeu?
- E quanto ao
seu envolvimento? Desistiu de procurar? Posso fazer pesquisas em outro lugar.
Numa universidade por exemplo ou mesmo em uma empresa de informática. Tenho
contatos na área e duvido que alguns de meus amigos se negariam a me oferecer
uma estação de trabalho sofisticada para continuar a pesquisa. Realmente quero
ajudar, ninguém precisa saber...
- Para sua
proteção e a minha, Tory acredite, não há o que procurar – o olhar de Beckett
disse tudo, o alarme de perigo soava claramente para a técnica que meneou a
cabeça em concordância – obrigada. A gente se vê – já na porta prestes a sair,
virou-se – e Tory? Essa conversa nunca aconteceu.
- Adeus agente
Beckett e boa sorte com o bebê. Se precisar de “babysitter”... – sorria até
Beckett deixar o local, em seguida voltou sua atenção à tela. Não tinha tempo a
perder. Começou a trabalhar no pedido da agente, pelo pouco que conhecia
Beckett, essa briga estava longe de acabar.
Ao sair do
prédio, satisfeita com o resultado das conversas, Kate ligou para Gina avisando
que estava a caminho do restaurante.
Le Cirque
Kate chegou
depois de Gina. O trânsito estava pesado, essa era uma das coisas boas que ela
passaria a vivenciar a partir de agora. A gravidez chegava ao seu limite
impedindo-a de dirigir. Seguiu o maitre até a mesa onde a editora já se
encontrava. Após cumprimenta-la sentou e tomou um pouco d’água. O peso da
barriga e o clima já mais quente de primavera a fazia ter muita sede. Depois de
escolherem os pedidos, Gina começou a falar.
- E então,
Kate? Como você se sente depois de sua primeira noite de autógrafos bem
sucedida?
- Com a
sensação do dever cumprido. Não apenas pelo livro, mas também por Castle. Foi
uma boa homenagem.
- Estás
brincando? Foi perfeita. Até eu me emocionei! E os jornais confirmam isso,
imagino que tenha visto. Todos se renderam de vez a você, não mais apenas a sua
personagem. Kate Beckett é um sucesso. Por esse motivo resolvi te chamar para
conversar. Sei que combinamos o lançamento em New York, sem tour devido a seu
estado e eu gerenciava as entrevistas. Até aí nada muda. Porém, o evento
atingiu outro patamar. Sua divulgação e abrangência foram além do que supunha.
Recebi vários telefonemas de emissoras de TV querendo uma entrevista com você,
jornais e mais livrarias querendo noites de autógrafos. Em apenas um dia de
vendas, Heat Blows superou o último livro da série em 30%! A Vanity Fair quer
fazer um ensaio fotográfico e uma entrevista com a musa por trás do escritor –
bebeu um pouco do vinho para tomar fôlego – olha Kate, eu sei que prometi lidar
com a impresa e cuidar da publicidade do livro mas estamos falando de grandes
oportunidades aqui.
- Gina, isso
tudo é incrível, mas não é para mim. Castle é quem deveria estar vivendo tudo
isso, esse é o momento dele, o que anseia a cada nova história terminada. É a
sua mágica, não a minha.
- Kate, sinto
dizer que dessa vez você está errada. O resultado das vendas de Heat Blows é
mérito seu, você encantou os jornalistas e os fãs mais fervorosos de Rick
Castle. Sei que prometi cuidar de toda a publicidade mas, como relações
públicas de seu marido, insisto que você escolha ao menos uma das entrevistas
as demais eu posso colocar panos quentes usando a gravidez e o fato de que sua
vida nesse momento não lhe permite esse tipo de exposição pelo cargo que ocupa
no FBI. Isso vai ajudar na minha lista de desculpas a eles. Quanto ao tour, não
se preocupe nada muda. Deixaremos para Rick.
- Se eu fizer
uma delas, você terá que justificar as demais. Não seria pior?
- Não se for
uma matéria de revista, a forma de condução e exposição é diferente.
- Não sei,
Gina. Por mais que pareça simples, não é. Eu não me sinto à vontade diante de
lentes e camêras...
- Façamos
assim, vou lhe dar um tempo para pensar. Não me responda agora – sorriu
procurando acalmar Kate que demonstrava em seu semblante um misto de medo e
preocupação com a proposta feita – talvez queira trocar uma ideia com Martha.
Entretanto, tem uma coisa que eu preciso que faça para mim, ou melhor, para
centenas de fãs. A editora quer mais um dia de autógrafos na cidade, dessa vez
na Barnes e Noble da quinta avenida.
- Mas Gina,
tecnicamente, já fizemos o lançamento. Concordamos com ele apenas.
- Sim,
querida. É apenas uma tarde de autógrafos. Você não precisará fazer um
discurso, basta assinar os livros. Posso arrumar um espaço na livraria, uma
mesa com conforto, lanches, água enfim, o que você precisar – tocando a tela do
ipad, ela digitou alguns nomes e o virou para mostrar-lhe – veja o tanto de
mensagens e pedidos que recebemos no fórum da editora. São os fãs de Castle e
de Nikki pedindo por mais uma chance de comprar o livro e tê-lo autografado por
você. Eles querem você, Kate – Gina calou-se observando-a ler concentrada as
palavras deixadas no site. Viu Kate sorrir de alguns comentários até o momento
que a viu suspirar. Ao erguer a cabeça, fitou a editora nos olhos.
- Quando
exatamente você pretende fazer isso? Minha agenda está se tornando cada vez
mais apertada – apontou para a barriga – não consigo ter a mesma agilidade e
disposição de antes. Daqui a duas semanas entro no nono mês. Não tenho muito tempo.
- Se isso for
um sim, farei o possível para organizar tudo em, no máximo, quatro dias. Pode
ser domingo?
- Acredito que
sim, quer dizer, pode. Não tenho nada especial para fazer domingo.
- Serão apenas
autógrafos, Kate. Por três horas, não mais que isso. Às 2 da tarde?
- Tudo bem, os
fãs me convenceram – disse entregando o ipad para ela.
A comida
chegou e o assunto mudou para bebes e outras coisas. Por volta das três da
tarde, elas deixaram o restaurante e Gina a deixou no loft. Kate decidiu por
dar uma parada em casa para descansar. Iria ao hospital por volta das cinco
horas, obedecendo o horário de visitas. Quando chegou no loft, encontrou Martha
preparando algo na cozinha.
- Katherine!
Você estava no hospital?
- Não, Martha.
Tive que resolver algumas coisas e acabei de almoçar com Gina. Resolvi vir para
casa descansar um pouco. Mais tarde vou até lá. O que você está fazendo?
- Ah, um suco.
Alexis não almoçou e apareceu a pouco. Está lá em cima, passou um tempo no
quarto do bebê. acho que tem algumas coisas novas para mostrar.
- Ótimo! Vou tomar
um banho. Diga para ela que já volto.
Quinze minutos
depois, Kate vestindo uma roupa casual encontrou Alexis na sala. Depois de uma
troca de palavras e novidades, ela arrastou Kate para o quarto do bebê. Ao entrar
no local, o sorriso no rosto de Beckett foi enorme. Ela havia arrumado o
bercinho com uma linda colcha e almofadas em tons pastéis. Também instalara o
móbile de estrelinhas. Alexis ficou satisfeita em ver a reação da futura mamãe.
- Ficou tão
lindo, Alexis.
- Eu vi essas
peças numa loja perto da faculdade. Não resisti – disse sorrindo.
- Sabe, Alexis
eu estava pensando outro dia. Mesmo não sabendo o sexo do bebê, tem um tema que
gostaria de decorar esse quarto. Acho que é perfeito, tudo a ver com o seu pai.
O único problema que vejo é se ele caberia no caso de ser uma menina, por isso
esperei para perguntar sua opinião. Afinal, quem melhor para saber disso que
você?
- Qual seria o
tema, Kate?
- Espaço. Quer
dizer pensei em fazer uma decoração com estrelas, planetas, astronautas. De
certa forma, é algo que gosto e Castle também, seria um tema só para meninos?
- Acho que
não. Depende do que você coloca. Estrelas, luas, planetas podem se aplicar a
ambos. Quando colocamos astronautas ou alienígenas já soa mais masculino. Sei
lá, isso é muito relativo para mim, tenho sabres de luz e faço competição de
lasertag com meu pai. Se quiser me tomar como referência, podemos sim criar uma
decoração voltada ao tema espaço. Quer minha ajuda?
- Adoraria.
- Tudo bem,
vou pesquisar algumas coisas e mostro para você.
Mais tarde
quando ela já estava pronta para sair, Martha a obrigou sentar-se com ela e
Alexis para comer. Era muito mais saudável do que qualquer besteira que comesse
no hospital. Não querendo contrariar a sogra, aceitou. Kate aproveitou para
contar sobre as propostas que Gina apresentara a ela na hora do almoço.
- Eu andei
olhando o site do papai. O evento e o livro foram mesmo um sucesso.
- Por que não
faz uma entrevista, Katherine? Não tem nada demais.
- Eu não sei,
Martha. Sou meio arredia a câmeras e fotógrafos. Não é minha praia, e se por
acaso alguém perguntar sobre Castle, seu estado, não quero expô-lo aos leões. E
certamente vão querer saber sobre mim, o caso que levou a tudo isso, considero
uma espécie de invasão de privacidade.
- Katherine,
aceitando ou não você é uma figura pública tanto quanto meu filho. Parte por
influência dos livros que escreveu, parte pelo seu trabalho. Virou noticia no
caso do senador, trabalha para o FBI. Como um repórter não ficaria curioso?
Acho que deveria considerar ao menos uma delas.
- Sinto que
estou tomando um lugar, uma publicidade que não é minha, é de Castle.
- Não acho,
Kate. Minha vó tem razão. Você é uma figura pública.
- E eu achando
que vocês iam concordar comigo... ah! O que vão fazer no domingo? Concordei em
fazer mais uma tarde de autógrafos, na quinta avenida. Querem me acompanhar?
- Ótimo,
preciso mesmo dar uma olhada em alguns livros para a faculdade. Vamos juntas.
Kate tomou o último
dedo de suco e levantou-se da mesa.
- Onde vai,
Katherine?
- Ao hospital
ver seu filho. Eu falei quando cheguei.
- Querida,
acha bom mesmo? Você está cansada. Teve um dia cheio. Não seria melhor
descansar, colocar seus pés na água quente e dormir cedo? Vá amanhã. Estará
mais disposta e poderá ficar mais tempo até quem sabe o dia inteiro. Se for
agora, vai acabar chegando muito tarde. Precisa de descanso, está na reta final
da gravidez.
- É, Kate.
Vovó tem razão. Se ficar podemos aproveitar para ver juntas a decoração que
combinamos. Só voltarei aqui no final de semana, levo as nossas ideias e já
posso adiantar algo. Tenho aula apenas no meio da tarde amanhã. Posso ir com
você para o hospital, dou um beijo no meu pai e sigo para Columbia.
- Vocês querem
mesmo que eu fique, não? – passou as mãos no cabelo – tudo bem, vocês venceram.
Quer ir para o escritório, Alexis? Podemos pesquisar de lá.
- Já que vocês
estão de segredinhos, vou preparar a água quente para seus pés.
As duas sentaram-se
de frente ao computador. Usaram as palavras-chaves que precisavam e encontraram
muitas coisas bonitas. Passaram um par de horas avaliando, escolhendo tons e
figuras. Não podiam esquecer dos foguetes e das naves espaciais, lembrou Kate. Chegando
a um consenso, Alexis salvou as imagens e mandou para seu email. Desligaram o
computador e Kate despediu-se desejando boa noite. Antes de ir para o quarto,
Kate esquentou outra chaleira de água para colocar em seus pés. Deitada, pegou
seu ipad na cabeceira para checar seu email. Suspirou ao ver que Tory cumprira
sua parte do trato. Quebrara as informações em três mensagens provavelmente por
conta do tamanho. Gostara do fato da técnica ter não apenas mantido o segredo
como se oferecido para ajuda-la a continuar sua investigação. Porém, Kate sabia
que era perigoso demais. Mesmo ela, ainda estava receosa quanto a continuar. Já
não teria mais a proteção federal e em se tratando de Bracken, qualquer cuidado
deveria ser mais que redobrado. Para a segurança e sanidade de todos, era
melhor deixar esse assunto de lado. Tinha outras prioridades.
Acordou cedo.
Logo após se arrumar, seguiu para a cozinha onde Martha e Alexis preparavam o
café. A menina fazia panquecas enquanto a vó se ocupava do café e do suco detox
que queria tomar todas as manhãs. Sentaram para comer. Quinze minutos depois do
desjejum, ela voltou do quarto com a bolsa, o livro e os jornais. De repente,
lembrou-se de uma coisa.
- Martha,
aquela caixa de exemplares do livro está no escritório ainda?
- Sim, tirei
apenas dois para dar a amigos. Deve ter uns três ainda. Ela foi até lá e
retornou com outro exemplar em mãos.
- Estou pronta,
vamos Alexis? Volto mais tarde, Martha.
Ao chegar ao
hospital, Kate trocou umas palavras com o médico de plantão, nada mudara. Antes
de ir ao quarto de Castle, caminhou até a cantina. Deixou Alexis ter um momento
sozinha com o pai. Sabia que Sarah não ia estar lá naquele momento, costumava
entrar às dez da noite. Mesmo assim, escreveu um recadinho em um exemplar de
Heat Blows e pediu à atendente desse horário para entregar a sua companheira.
Finalmente, chegou até o quarto de Castle.
- Estava
esperando você aparecer. Tenho que ir – fez um carinho na barriga de Kate –
tchau bebê. Vou preparar uma surpresa pra quando nascer – fitando Kate falou –
trago algo para vermos no próximo fim de semana.
- Tudo bem.
Boa semana.
Assim que
Alexis saiu, começou seu ritual. Deixou sua bolsa e as outras coisas que
trouxera na cadeira ao lado da cama. Após lavar as mãos, ela se aproximou dele
tocando-lhe o rosto e beijando-lhe a testa. A barba já crescera novamente mas
ainda estava gostosa de sentir contra a pele. Acomodou-se na cadeira colocando
o livro e os recortes dos jornais sobre o colchão.
- Hey, babe...
Iniciando seu
ritual, ela pegou a mão dele pousando-a sobre sua barriga. Conversou um pouco
com ele e o bebê, sentiu a criança mexer em reação ao gesto. Era como se já
conhecesse o toque do pai. Isso enchia o coração de Kate de esperança. Levou a
mão do marido aos lábios beijando-a, roçou na própria pele do rosto como se
simulasse um carinho entre eles. Nesse instante, a enfermeira entra no quarto.
- Bom dia,
querida. Vim fazer a ronda matinal. Se importa de me cede-lo por alguns
minutos?
- Não, claro
que não. Pode fazer seu trabalho. A enfermeira tirou os sinais vitais, mediu a
temperatura, checou os monitores e a sonda. Tudo devidamente normal. Fez algumas
anotações no prontuário do paciente, retornando-o para o local em frente à
cama.
- À tarde ele
tem fisioterapia. É muito importante manter os movimentos do corpo
especialmente dos membros inferiores. São seis meses nesse estado. Seu cabelo
já está grande novamente.
- É, eu sei –
disse Kate acariciando os cabelos de Castle – vou corta-lo essa semana. A
fisioterapia pode mesmo ajudar quando ele acordar?
- Sim, irá
ajuda-lo. É claro que não conseguirá ter todos os movimentos de uma hora pra
outra normalmente. Andará, mas se sentirá fraco. Faz parte do processo de
reabilitação, porém no caso dele não há sequelas. Tenho certeza que tirará de
letra. Aliás, não estou repreendendo você, querida. Poucas vezes vi tamanha
devoção de uma esposa. Chega por hoje, vou deixa-la em paz com ele. Tenha um
bom dia.
- Obrigada –
Kate esperou-a sair do quarto para retomar seu momento íntimo com ele, ainda
acariciando-lhe os cabelos, ficou por alguns segundos admirando as feições, o
rosto sereno de quem desfrutava do sono dos justos. Por fim, resolveu começar a
conversa.
- Tenho
novidades, Castle. Essa semana foi o lançamento de Heat Blows. E adivinha? Foi
um sucesso! Seus fãs aparentemente não se importaram por eu ter terminado seu
livro. Tem mais, Gina me confirmou que as vendas de Heat Blows ultrapassaram em
30% o anterior. Os jornalistas, fotógrafos gostaram muito da festa, eu também.
Foi bom, de uma maneira estranha – ela enroscou os dedos nos dele – você sabe
como me sinto acuada com todas as câmeras e lentes voltadas para mim. Sou bem
diferente de você. O cara que busca os holofotes. Sei que teria adorado tudo
aquilo, babe – Kate pegou o livro – mantive a sua dedicatória, quer dizer,
coloquei uma observação para servir a ambos. Gina quer que eu dê entrevistas,
pelo menos uma, para uma revista, todos concordam que devo fazer. Sei lá, acho
estranha toda essa publicidade ao meu redor, ela é sua – suspirou beijando-lhe
as costas da mão, deixou o livro apoiado no colchão para continuar - A melhor
parte das notícias vem agora, as críticas dos jornais. Vou lê-las para você –
limpando a garganta, Kate se preparou para ler as críticas. Mantinha a voz
pausada e em um tom moderado. Leu duas colunas de entretenimento, um comentarista
de livros e chegava à última reportagem. Era do Ledger. Leu os três primeiros
parágrafos e fez uma pausa. Tomando fôlego, ela continuou para ler a conclusão
final.
- Por fim, o
jornalista disse e eu coto “O talento de Rick Castle não é segredo para nenhum
de nós. O autor de ideias irreverentes prova seu valor em mais uma história eletrizante
da detetive Nikki Heat. O que nos surpreende no entanto, ultrapassa a barreira
da ficção. Kate Beckett, conhecida como musa inspiradora de Nikki e agora
esposa de Castle, teve uma tarefa difícil nas mãos: terminar a história
idealizada pelo marido. O resultado salta aos olhos de qualquer leitor. Não
saberíamos dizer ao certo se Kate Beckett tornou a leitura prazerosa pelo fato
de ter vivido o caso abordado, pela sua experiência ao combater crimes ou
simplesmente por conhecer a forma de escrita do autor tão bem quanto ele mesmo.
Eis uma aventura de Castle com toques sutis de Beckett. Parece que o mundo do
mistério encontrou mais uma escritora. Se o trabalho na polícia estiver
difícil, Kate Beckett poderia caminhar pela literatura de ficção a passos largos
uitlizando com maestria seu conhecimento e o toque feminino para dar vida a
Nikki Heat. Esperamos com uma certa ansiedade e excitação o próximo livro e
devo acrescentar com a parceria do casal. J.D. Robb certamente tem uma concorrente
à vista – ficou calada por uns segundos olhando a foto do jornal. Eles pegaram
uma foto dela tirada antes da gravidez e colocaram ao lado da capa do livro –
ainda não acredito que fiz isso. Soa um pouco surreal. Eu, uma detetive de
polícia, escrevendo best-sellers.
- Parece fazer
mais sucesso que eu...
- Não é
questão de sucesso é apenas... – de repente, o que parecia uma conversa
inocente tornou-se um choque para a mulher, o jornal caiu de suas mãos, os
olhos arregalados, os lábios se partiram, um arrepio percorreu-lhe a espinha. Um
turbilhão de sentimentos, reflexos e sensações descreviam a confusão no
semblante de Kate naquele momento. Viu um pequeno sorriso se formar nos lábios
dele enquanto apertava a mão dela atrelada a sua.
- Então, o que
aconteceu para você escrever – a voz pausada e baixa, falhou – meu livro?
- Castle... –
foi tudo que Kate conseguiu sussurrar antes das lágrimas a tomarem de assalto.
Continua....
8 comentários:
Meu Deusss.. eu tbm tomei um susto e chorei junto com Kate.. Ñ via hora de Castle acordar mais fui pega de supresa.. nossaaaaa q lindoooo! Ñ demora pra atualizar o próximo.. Pleaseeeeeeee.. thanks!
OMG! Você quer me matar de curiosidade? como termina o capítulo assim? Eu quero mais.
Meu deussssssss FINALMENTEEEEE!!!! Não aguentava mais tanto sofrimento!! Castelinhooooo acordouuuuu!! Muito feliz!!
Por favor n demora a postar!!!
MEU DEUSSS surteiii aqui!! Que perfeitoo,eu choreii! Caramba ta demais,foi totalmente inesperado!!! Eu PRECISO do próximo capitulo pra ontemmm... Ta demais,foi top esse! Amei amei amei amei
Esta história é incrível, esta cada vez melhor. Ansiosa pelo próximo capítulo!!!
Capítulo perfeito, o discurso, a fofura de Martha, Gina, Tory, Alexis... o quarto com o tema de espaço, tudo lindo!!! E o Castle acordar foi simplesmente surtante, maravilhoso!!!
Surtando com esse capítulo ... queremos mais rsrsrsrsrsr Esse foi simplesmente perfeito, emocionante e porque não dizer eletrizante ... Ansiosa pelo próximo ...
CLAMEI POR ISSO!!!!!
ELE ACORDOU,PARAAAAA TUDOOOO QUE ELE ACORDOU!!!!
Vamos por parte...Ela contando a história dele aos fãs,super digno e lindo cada palavra me fez imaginar o tanto de amor e dedicação que existi dela me emocionei em alguns momentos ta,ta confesso que foi em metade da fic,mas a Gina ta uma fofa serio tô me tornando uma fã dela desde o momento em que começou a ajudar a bex,que orgulho me da com o sucesso que ela esta fazendo super merecido sem deixar de citar Alexis que esta ajudando na decaração go quarto e sempre que pode acompanha kate ao medico.Tô aqui imaginando a Katherine Beckett dando uma entrevista,vai ser demais.
Ela conversando com o baby,me faz ter a certeza da mãe MARAVILHOSA que ela sera,me faz imaginar também que vai se esforçar para passar a edta criança a dedicação que Johanna e Jim tiveram com ela,sei que sentira a falta da mama Joh em momentos também irei sentir.
E por fim,no hospital contando do momento em que esta com toda a atenção voltada para ela devido ao sucesso do livro,ai ele acorda...ELE RESPONDE A ELA DE UM JEITO TIPICAMENTE CASTLE,COMO CONTER AS LAGRIMAS DIANTE DISSO COMO?????
VOCÊ É TOTALMENTE MAIS QUE DEMAIS !!!!!
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