Nota da Autora: Esse capítulo trás um pouco de tudo e preparem-se porque o angst começou a dar sinais de vida. Nesse momento, aproveitem as novas informações e contexto. Teremos, a partir do próximo, alguns percalços pela estrada. Divirtam-se!
Atenção! NC17...
Cap.28
Por volta das
cinco e meia, Nadine chega ao The Old Haunt. Kate pretendia não demorar muito
com a repórter porque afinal era sexta-feira e depois de duas semanas bem
cheias, todos mereciam um descanso. Indo diretamente para o escritório ou sala
de guerra como Castle o apelidara, eles utilizaram o telão para verificar o
trabalho de Nadine e fazer as suas observações e correções. Ela mesma tinha
marcado partes do texto que gostaria da ajuda de Castle para melhor escolher as
palavras.
Eles
conversavam, discutiram, discordaram até finalmente chegar a um senso comum. Bastava
agora escolher que evidências deveriam ir à tona. Sentindo que Kate tinha tudo
sobre controle, ele pediu licença para se ausentar a fim de providenciar o
jantar e também conversar com seus clientes.
Vendo-se
sozinha com Nadine, Kate sentiu-se à vontade para falar de seu relacionamento
com Castle e aproveitar para ver o que o assunto faria com a poderosa
jornalista que a escutava.
- Ele é sempre
assim. Castle está na maioria do tempo procurando por formas de agradar a todos
e especialmente a mim. Não me entenda mal, isso é algo natural para ele, não
que faça para se redimir de qualquer ato. Essas últimas semanas foram tão
loucas, o lançamento do livro, nosso projeto, os casos que apareceram, cidades
visitadas em turnê, tanta correria que nem pudemos comemorar o aniversário dele
adequadamente. Por isso quero ir aos Hamptons, merecemos nossos momentos a sós
e principalmente é hora de fazer algo por ele já que Castle faz praticamente
tudo por mim.
- A relação de
vocês é bem bonita. O sentimento verdadeiro, a paixão. Isso é bem nítido, basta
olhar para vocês. Tem muita sorte.
- Sim,
realmente temos. Não foi sempre assim e admito aqui e só para você que durante
muitos anos pensei não ser digna de ter algo assim. Castle bem sabe que eu
demorei para aceitar que podia ser feliz. Não foi tão fácil me conquistar e
ficarmos juntos. Depois de tudo que experimentei na minha família, achei que
isso não era para mim. Romance, dividir a vida com alguém, era casada com meu
trabalho e estava tudo bem, ou pelo menos eu pensava que estava até me ver
saindo da minha zona de conforto com Castle. Hoje posso dizer que vivo um
relacionamento sério, apaixonado e por que não chama-lo de conto de fadas da
vida moderna?
- É, sua cara
de boba demonstra isso. Não é errado ser casada com o seu trabalho,
especialmente quando nós mulheres precisamos batalhar o dobro pelo nosso lugar
ao sol. Estou focada na minha carreira, ser âncora do maior telejornal da minha
emissora, o segundo em audiência. Quero torna-lo o primeiro.
- Sei que você
é capaz disso. Vai chegar lá. Aliás, Nadine você não precisa se justificar para
mim sobre sua relação com Jeff. É a sua vida, suas escolhas. Não estou aqui
para julga-las.
- Eu gosto de
Jeff, apesar dele ser o oposto de mim. Calmo, recluso, não se abala com nada.
Eu estou sempre ligada nos 220 volts. Talvez por isso goste da companhia dele,
Jeff me acalma, faz com que eu relaxe. Mas um relacionamento? Eu não sei...
gosto de pensar que somos apenas amigos com benefícios, a chamada amizade
colorida sabe?
- Isso é bom e
funciona por um tempo, mas será suficiente? Você já se perguntou se Jeff está
satisfeito com isso?
- Ele nunca
reclamou...
- Você já
conversou sobre isso com ele? Longe de achar que sou a dona da verdade, mesmo
porque eu sou um mau exemplo com relação a trabalho e relacionamentos até
conhecer Castle. Porém, posso me basear nesse que deu certo para dividir um
pouco de experiência e conselhos. Eu demorei muito tempo escondida no trabalho
e no caso de minha mãe, sabotando literalmente minha chance de ser feliz. Por
teimosia, eu quase perdi a vida e Castle. Eu já sabia que ele me amava, eu não
queria ficar longe dele e mesmo assim o empurrrei para fora da minha vida no
momento mais crítico, quando deveria tê-lo escutado. Não faça como eu, Nadine.
Não espere se tornar a melhor jornalista ou a âncora do horário nobre para
então pensar em si, na sua vida. Grandes conquistas merecem ser atingidas e
celebradas, são momentos importantes, mas garanto que ficam ainda melhores se
comemorado com quem você ama.
As palavras de
Kate deixaram Nadine pensativa, na verdade, calara a jornalista por uns bons
minutos. Isso a fez sorrir, sabia que deixara a sagaz repórter intrigada. Ela
ainda falou mais um pouco, sobre Jeff.
- Jeff me
parece ser um cara divertido, bacana e gosta de você. Levando em consideração
todos os anos que se conhecem, talvez seja a hora de fazer essa relação sair da
fase de sexo por conveniência e favores profissionais para algo mais real.
- Não conhecia
esse seu lado de cupido, Kate. Acho que é apenas mais uma faceta da Lieutenant
que ainda não havia descoberto – disse sorrindo – mas talvez você tenha razão.
Eu me dediquei tanto a chegar ao topo, me acomodei nessa relação estranha com
Jeff que esqueci de pensar em mim, pessoalmente. E quando ouço você contando um
pouco da sua história, vejo que tenho problemas parecidos com o que você viveu
– a repórter escondeu o rosto nas mãos para se declarar – eu adoro o Jeff, não
eu acho que é, eu não sei, eu devo estar apaixonada, mas tenho medo, muito
medo. E se eu destrui tudo o que criamos? A cumplicidade, a amizade, não quero
magoa-lo. Eu tive experiências ruins no passado. Não quero perder o que tenho
com ele.
- Quem disse
que perderá? Ter medo é normal, eu tive. Ainda tenho, ele não desaparece, mas
perde força quando o amor nos guia.
- Wow! Quase
poetisa hein, Kate! Acho que a influência de Castle é maior do que pensa em sua
vida. Obrigada, eu realmente gostei da conversa. Vou pensar com carinho.
Terminamos por aqui?
- Sim, a
reportagem está ótima. Falta apenas você tentar arrancar uma declaração de
Collins, o que aliás duvido que vá conseguir e isso só irá nos ajudar.
A noite de
sexta estava apenas começando para Tory, o jantar com seu suposto amigo da CIA
corria muito bem, já estavam na segunda garrafa de vinho e ainda pretendia
levar mais uma para o apartamento dele. Após o jantar, eles se pegaram no carro
em frente ao apartamento o que apenas esquentou as coisas entre eles, fazendo
por fim o agente a convida-la para subir.
Assim que
estava dentro do apartamento, ela quis outra bebida. Enquando ele arrumava as
taças, Tory usava seu olhar investigativo para decorar cada parte do apartamento
em sua mente. Ela pretendia distrai-lo para na segunda rodada de bebida pretendia
colocar o sonífero. Assim que tomou o primeiro gole da taça dada por ele, Tory
se colocou sobre o colo dele e tomou-o num beijo intenso. Não era nada difícil
essa tarefa, pois o agente era um pedaço de mau caminho.
A brincadeira
começou no sofá continuando na cama. Após a primeira transa, ela levantou-se
indo até a cozinha e preparando a bebida para ambos. O agente sequer
desconfiou. Logo estavam de volta aos lençóis e depois de um orgasmo bem
merecido, eles decidiram dormir. Claro que ela apenas fingiu. Tendo certeza que
ele dormia como uma pedra, Tory se levantou da cama indo direto ao notebook que
observara sobre a mesa do pequeno escritório. Tirando da sua bolsa um par de
luvas que calçou antes de tocar no computador, também um pequeno pendrive,
inseriu-o na entrada USB do aparelho e sorriu. Ela trazia ali um programa de
quebra de senhas que agia rapidamente. Em menos de cinco minutos, a tela do
computador se abriu diante dela e Tory começou a trabalhar. Duas horas depois,
ela travava o notebook após copiar uma preciosidade que encontrara para sua
própria nuvem. Um programa de decodificação de última geração. Satisfeita,
retornou para a cama a fim de não levantar qualquer suspeita.
O sábado
começou cedo para eles. Chegaram aos Hamptons por volta das nove da manhã.
Martha não quis acompanha-los, portanto eram apenas Castle, Kate e Alex. Mais
tarde talvez a filha dele aparecesse por lá. Por conta disso e pelos planos que
tinha em mente, Kate arrastou consigo Amy. As coisas estavam melhorando, com
essa porta aberta em conjunto com o FBI faria muita coisa sair de debaixo do
tapete diretamente para o colo da tenente. Ela passara a viagem toda na estrada
pensando sobre o assunto porém, assim que Castle estacionou o carro em frente à
casa, ela decidiu deixar esse assunto suspenso em seu subconsciente. Era a hora
de curtir um fim de semana em família. Ao descer do carro, Kate contemplou a
vista, igualmente à primeira vez, era de tirar o fôlego. Já havia frequentado o
lugar várias vezes desde que começaram a namorar ainda assim conseguia se
admirar como se fosse a sua primeira vez.
Tinha o filho
no colo. Sorria inspirando aquele ar com cheiro de iodo. Era muito bom estar ali.
Beijou a cabeça de Alex e foi surpreendida por um beijo na bochecha além do
abraço apertado ao redor deles. Ela virou o rosto para fita-lo sorrindo,
beijou-o rapidamente.
- Você vai
ficar aí mesmo? Vamos entrar, gorgeous.
- Eu gosto
muito desse lugar, é tão relaxante. Tem um significado especial para mim. Nossa
primeira escapada como casal.
- Como
esquecer daquele fim de semana, não? Especialmente depois de termos resolvido o
caso.
- Que, lembro
bem, você não parou de falar até que eu concordasse em investiga-lo com você e
ainda ganhei apelidos nada apropriados.
- É, sinto
muito por isso.
- Vem, Castle.
Vamos entrar porque quero colocar Alex para nadar.
Minutos
depois, ela estava na piscina vestindo um maiô simples e com o filho nos
braços. A babá preparava um pequeno lanche à base de frutas enquanto Kate
brincava com Alex na água. Seu coração se enchia de orgulho ao ver o seu bebê
nadando como um peixinho, Castle aproveitou para registrar aquele momento mãe e
filho com a câmera enquanto ele mesmo babava na cena. Os olhos de Kate
brilhavam de satisfação ao contemplar o menino. Não aguentando mais ficar fora
do momento, Castle deixou a câmera de lado, tirou a camisa e se juntou a eles.
Brincava mergulhando o filho ou jogando-o para cima arrancando risadas maravilhosas
da criança. Para Kate, vê-lo interagir com o Alex era um momento mágico,
especial. Sempre soube do amor de Castle por crianças, ter a chance de dar a
ele um filho certamente tornou a felicidade deles ainda maior.
Novamente, o
menino se jogou nos braços da mãe que após algumas brincadeiras e risos,
sentou-se à beira da piscina para dar de comer ao filho. Amy já separara todos
os itens para quando Kate decidisse retira-lo da piscina. Porém, o momento
estava tão bom que certamente demoraria mais que o esperado. Ao menos a piscina
da casa de Castle estava parcialmente coberta por algumas nuvens além do quilo
de protetor que Kate passara no menino. Eram quase onze e meia quando
finalmente ela entregou o filho para a babá cuidar do banho e arruma-lo para
almoçar. Aproveitando seu tempo livre, ela começou a dar braçadas na piscina.
Após quatro
voltas bem sincronizadas e ainda com fôlego, ela emergiu da piscina apenas para
encontrar Castle a admirando com um sorriso bobo no rosto. Tinha dois copos nas
mãos, estendeu um deles para ela.
- O que você
estava fazendo?
- Admirando a
paisagem... é long island iced tea.
- Está
excelente – Kate deixou o copo por um minuto sobre a espreguiçadeira para
colocar a canga em volta da cintura, voltando a pegar a bebida – quero dar uma
volta na praia. Quer me acompanhar?
- Nem precisa
perguntar.
Eles saíram de
mãos dadas caminhando calmamente pelo terreno de Castle até chegar à praia. Os
cabelos de Kate, embora mais curtos, esvoaçavam ao vento. Ao colocarem seus pés
dentro d’agua, Kate foi a primeira a fechar os olhos e deixar-se apenas sentir
os sons, o vento, cheiro e o calor dos raios do sol. As pequenas ondas
formando-se e quebrando aos seus pés, no vai e vem constante sugando a areia
por baixo deles provocava uma sensação deliciosa de liberdade e plenitude. Ao
abrir novamente os olhos, deparou-se com Castle observando-a novamente. Dessa
vez, porém, ele se aproximou calmamente dela e a tomou nos braços e ajeitando
parte dos cabelos emaranhados pelo vento, contemplou os olhos esverdeados e tão
belamente realçados ao sol antes de beija-la apaixonadamente. Continuaram a
caminhada por uma longa extensão da praia até o momento que Kate desatou a
correr dele. Rindo e pulando ondinhas até ter a água do mar cobrindo até sua
cintura.
Castle a
seguiu e quase caiu devido ao puxão na camisa que ela deu. Como o objetivo de
derruba-lo era algo que estava desde cedo em sua mente, ela o envolveu em um
beijo caloroso colando seu corpo no dele, puxando-o para si. Vendo-o render-se
aos carinhos, aproveitou a vinda de uma onda e empurrou-o contra a água, caindo
desajeitadamente dentro no mar. As risadas intensificaram-se durante a
tentativa frustrada de erguer-se após o caldo, cansados e resignados, ela
apenas enroscou-se no corpo dele e perderam-se por minutos em beijos intensos.
Voltando para
a casa, assim que Alex despertou de seu sono, os dois voltaram a curtir o
filhote. Castle sentou-se de frente para o telão com o controle de videogame
nas mãos e o pequeno sentado sobre a sua barriga, ele simulava o filho jogando
e levava a criança às risadas com a bobagem do pai e os gráficos super
coloridos de supermario kart. Ele batia palminhas ao ver o carro bater nas
laterais da pista. Kate observava os dois, feliz por poder contemplar esses
momentos entre pai e filho.
Mais tarde,
ela se arrumava para saírem. Castle a pedido dela fizera reserva no melhor
restaurante de mariscos dos Hamptons. A noite estava agradável com uma brisa
leve, a primavera realmente tinha seu valor. Kate optou por um vestido simples
de alcinhas bem estilo verão porém, realçado com as altas sandálias e o
conjunto de colar e pulseiras que usou para compor o visual. Ele também se
vestira casualmente. Uma camisa polo verde água e uma calça de brim preta que
acabara por realçar ainda mais seus lindos olhos azuis.
A bebida da
noite era um delicioso vinho branco. Acompanhado por uma entrada igualmente
apetitosa de patinhas de caranguejo à milanesa. Uma vista realmente especial
das praias e do mar dos Hamptons estava ao seu dispor, dando o cenário ideal
para o momento.
- É bom ter um
encontro de vez em quando. Não acha, Kate?
- Sim,
especialmente quando temos bons motivos para comemorar. Seu aniversário, por
exemplo.
- Isso também
apesar de achar que todo dia é meu aniversário somente de estar ao seu lado –
ele esticou a mão para toca-la – além de todas as outras coisas que estamos
vivendo, nossa família, Alex, o trabalho vai bem, não tenho do que me queixar.
De verdade.
- Tem razão, também
não tenho do que me queixar e depois de uma declaração dessas, nem o que dizer
– ela se levantou e puxou a cadeira para o lado dele. Em seguida, inclinou-se
para beija-lo, longa e sedutoramente – e pensar que quase coloquei tudo a
perder...
- Você está
falando do que?
- Da minha
teimosia – ela acariciava o peito dele com uma das mãos sem quebrar o olhar –
mas isso não importa. Felizmente, consegui perceber a tempo.
- Ainda bem
que você não desistiu com apenas um telefonema. Bater à minha porta foi a
melhor coisa que você fez naqueles quatro anos.
Ela sorriu e voltou a beijá-lo.
Pegou a taça e voltou a fazer um brinde – usando as palavras do meu escritor
favorito “may the dance never ends, and the music never stops”, a nós e
principalmente a você, Rick Castle por estar ao meu lado, independente da
loucura que eu esteja aprontando – as taças estalaram ao ser encostadas uma na
outra.
- A nós,
quanto à loucura, bem não sou nenhum exemplo de seriedade, basta olhar minha
ficha na policia. Ah, você já fez isso - rindo, eles beberam o vinho. Quando a
lagosta chegou, saboreavam o prato curtindo um pouco de conversa sobre vários
assuntos. Então, Castle se lembrou do instante que deixou Kate e Nadine
sozinhas no escritório.
- Sobre o que
você e Nadine conversaram tanto? Tenho certeza que não foi apenas sobre a
reportagem. Quando as deixei, estava tudo decidido e encaminhado praticamente.
- É verdade,
eu acabei a pressionando de forma sutil a falar sobre Jeff e seu
relacionamento, usei a nossa experiência como base. Às vezes, eu me assusto em
quanto somos parecidas. Ela gosta dele, gostar não é a palavra, ela o ama,
porém nem sabe decidir se está realmente apaixonada – riu- está caidinha por
ele!
- E parece
alguém que conheci, sofria desse mesmo problema.
- Eu não tinha
dúvidas que gostava de você, eu sabia só tinha medo, não sabia se conseguiria
me atirar numa relação sem ter resolvido o que me deixava presa ao passado.
Tive que aprender do modo mais difícil, foi isso que quis passar para ela.
- Quem
diria..... Kate Beckett dando conselhos amorosos.
- Até parece
que você não faria o mesmo.
- Você me
conhece tão bem... – inclinou-se para beija-la.
Ao voltar para
casa, Castle e Beckett contemplavam o lugar em meio ao quintal de frente para o
mar. O azul escuro da noite se fundia ao belo oceano tornando-se impossível de
ver a divisão do infinito ou como muitos gostavam de chamar a tal linha do
horizonte. Castle sumiu momentaneamente e voltou com um balde de gelo com uma
garrafa de champagne e duas taças. Serviu-os e brindaram novamente. Aquele
champagne estava bem geladinho e descera muito bem. Na mente de Kate, havia uma
última coisa a fazer para tornar a noite completa.
Pedindo
licença, ela afastou-se dele entrando na casa. Castle permaneceu tomando sua bebida
e contemplando a noite. Quando retornou, ela não parecia ter feito nada
diferente, isso porque já passara na piscina onde deixara o roupão de ambos. Ele não a percebeu a sua volta então Kate o
abraçou por trás mordiscando a orelha dele, escorregou suas mãos pelo peito,
beijou repetidas vezes seu pescoço, rosto, nuca até Castle virar o rosto para
que ela sorvesse seus lábios. Deu a volta na cadeira e sentou-se sobre as
pernas dele em uma posição convidativa para deixa-lo em alerta. Novamente, ela
deslizou as mãos pelo peito dele enquanto seus lábios brincavam com os dele,
provocando até ceder ao iminente beijo. A intensidade do toque e o calor das
mãos de Castle faziam seus corpos anteciparem o desejo que corroia suas veias,
pulsando o sangue e no caso de Kate umidecendo seu centro arrepiando-lhe a
pele. Podia sentir o membro dele crescendo bem em frente de si.
Kate
afastou-se um pouco do contato com o corpo dele, apesar de realmente ser um
sacrifício fazer isso nesse momento, ela se levantou e puxou-o pela mão. Sem
saber o que ela pretendia, ele não exitou em acompanha-la, afinal tudo vindo de
Kate era sempre prazeroso e dada a forma como ela o atacou atiçando o desejo de
ambos, só podia esperar algo bom. Ela parou na área da piscina, a água azul
totalmente estática, cintilava o luar.
- O que você
está fazendo? – ele perguntou.
- Você se
lembra da nossa primeira noite nos Hamptons, como estávamos felizes e dispostos
a aproveitar cada momento?
- Até aquele
corpo cair morto na minha piscina? Sim, eu lembro. Compensamos depois, não
gorgeous? – ele disse enlaçando-a pela cintura.
- Sim, isso
fizemos, mas o que eu mais queria era mesmo ter nadado com você aqui. Sendo
assim, que tal uma sessão de nado nu, Castle? Acho que cairá muito bem como comemoração
de aniversário, não?
- Uma
excelente ideia. Como sempre, Kate. Você me conhece muito bem para saber que
esse é um ótimo presente de aniversário – ela tirou os sapatos, enquanto sentiu
os braços de Castle ainda ao redor de si e as ágeis mãos desfazendo o fecho de
seu vestido. Em seguida se afastou do abraço dele para olha-lo. Suas mãos foram
direto para o botão da calça, fazendo-a deslizar nas pernas dele quase que
instantaneamente. Castle livrou-se das peças assim como dos sapatos. Ele se
aproximou de novo de Kate e com as mãos vagarosamente afastou as alças de seu
vestido para vê-lo deslizar direto para o chão. Ela não usava nada por baixo,
havia tirado a calcinha quando entrara na casa, bem como os acessórios que
usava.
- Acho que
você tem roupas demais, Castle... – não esperou por resposta e jogou-se na
piscina. Esse foi o sinal para que Castle se livrasse das demais peças ficando
totalmente nu e pulando logo atrás dela. A água da piscina estava morna em
contraste com o ar frio da noite apesar de primavera. Ele a encontrou
rapidamente já trazendo-a para seus braços em um movimento que deixara Kate
milimetricamente colada ao seu corpo. Ela acariciou seu rosto segurando-o com
ambas as mãos sorvendo os lábios. Satisfeita com o efeito do primeiro beijo,
pois ficara visível a reação dele, sorriu empurrando-o contra a parede.
Seus lábios
brincavam passeando pelo rosto de Castle roçando seus dentes na mandíbula, se
estendendo pelo pescoço. Fez questão de morder-lhe a garganta enquanto suas
mãos tateavam seu peito, apertando-lhe o mamilo no mesmo instante que mordia um
dos ombros, um gemido escapou aos lábios dele formando um sorriso no rosto de
Kate. As mãos dela estavam agora segurando o membro ereto, acariciando em suas
mãos com movimentos sincronizados. Castle fechou os olhos e se dedicou a apenas
sentir. A provocação continuou arrancando vários gemidos e murmúrios incluindo
o nome dela algumas vezes. Sabendo que explorara o limite dele, ela voltou a
instiga-lo com os lábios fingindo um quase beijo, usando a língua para
contornar seus lábios, mordiscou-os até toma-los em um beijo ardente, urgente.
Nesse
instante, Kate sentiu o corpo sendo erguido e pressionado contra a parede.
Castle trocara de posição com ela, acariciando-lhe os seios ainda saboreando a
boca como um todo. Ao apertar os mamilos dela, foi a vez de Kate gemer. Como
reação, ela enroscou suas pernas na cintura dele, podia sentir o membro urgente
pulsando, o que a tornava ainda mais ansiosa pelo toque e por tê-lo dentro de
si.
- Castle, por favor...
preciso senti-lo dentro de mim... – a voz era um sussurro já carregado pelo
frisson do prazer. Ainda não, ele pensou. Abaixou seus lábios para sorver os
seios de Kate, a sensação era tão incrível. Podia sentir a excitação apenas
aumentando em seu centro, ele estava provocando-a. Após deliciar-se naquelas
pequenas perfeições, tornou a buscar os lábios dela. O desejo de Kate estava no
limite então ela agarrou-o pelos cabelos sem querer soltar, o coração batia
descompassado e ainda nem começaram realmente a sentir tudo o que fazer amor
poderia representar para aqueles dois.
De repente,
Castle quebrou o beijo mantendo o olhar fixo ao dela. Um pequeno sorriso se
formou no canto dos lábios.
- O que foi? –
ela perguntou inclinando um pouco a cabeça para o lado.
- Tive uma
sensação incrível de deja vu, quando você bateu na minha porta naquela noite
chuvosa, talvez seja por causa de seus cabelos molhados, você tem o mesmo
olhar, como agora, intenso e determinado, você focava apenas os meus lábios,
urgente – ao ouvi-lo dizer isso, ela o puxou pela nuca e beijou-o
apaixonadamente. Ela teve o grito suprimido pela boca de Castle quando ele a
penetrou de uma vez. Seus movimentos eram sincronizados e a água friccionando
entre seus corpos tornava todos os sentidos diferentes, mais aguçados.
Castle a
empurrava contra a parede a cada nova estocada. Kate que agora desvencilhava
dos lábios, mordiscava seu ombro num misto de prazer e desejo. Quando ele
apertou-lhe o bumbum para penetrar ainda mais fundo, ela não resistiu deixando
o orgasmo a dominar cravando as unhas para se manter presa ao corpo dele porque
nesse momento todo seu corpo estava mole, zonza pelas sensações provocadas pelo
prazer que ainda não acabara. Castle continuava movimentando-se dentro dela,
Kate o envolveu com os dois braços cravando as unhas nas costas dela.
Recuperada dos
primeiros turbilhões do orgasmo, ela deslizou as pernas até encostar os pés no
chão da piscina. Ainda abraçada ao corpo de Castle, ela beijou-o enquanto
guiava-o até os degraus da piscina. Eles caberiam convenientemente na sua
próxima ideia. Kate o fez apoiar as costas em um dos degraus, a fim de ter o
corpo quase deitado tornando a altura da água de fácil acesso a ambos. Ela
posicionou-se sobre ele tentando preencher o vazio que deixara após escapar de
dentro dela. Ele não se preocupou ao ter suas costas pressionadas contra um dos
batentes ao sentir Kate deslizar completamente sobre o seu membro.
Com as mãos
apoiadas ao peito dele, ela começou a mover-se precisamente e de modo sensual
sentindo-o preencher todo o seu interior. Ela fazia aqueles movimentos precisos
e extremamente excitantes que faziam Castle esquecer até seu nome, o velho
truque da sua primeira noite. A respiração de Castle tornava-se difícil,
movendo-se ainda mais rápido que antes, apertava os seios dela. Não aguentaria
muito mais tempo, queria que ela atingisse o orgasmo junto com ele. Puxou-a
pela nuca, mordiscando seus lábios e fazendo-a se apoiar no batente atrás dele
para sentir a urgência dos lábios e o choque da onda que a consumiu nesse exato
instante, sentindo o gozo explodir dentro dela, ele fechou os olhos
intensificando o beijo e entregando-se completamente ao prazer.
Castle
inclinou o corpo para frente segurando-a pela cintura. As mãos não paravam de vagar
pela sua pele rumo aos seios para acaricia-los apoiam os lábios exaustos na
curva do pescoço dela, aninhando-se até que os últimos tremores cessassem em
seus corpos.
Abrindo um
sorriso, ela mordiscou o próprio lábio inferior exibindo uma cara maliciosa e
satisfeita.
- Feliz
aniversário atrasado, Rick Castle...
- Ah, se todas
às vezes que não comemorarmos meu aniversário eu tiver essa surpresa deliciosa,
por favor, esqueça sempre – a gargalhada gostosa ecoou na noite quando ela
jogou a cabeça para trás.
- Você não
existe, Castle. Eu te amo tanto...
- Eu também,
gorgeous. Muito...
De volta a New
York revigorada, Kate Beckett somente pensava nos próximos passos da sua
investigação assim que Nadine soltasse a bomba no ar. Uma das primeiras pessoas
que encontrou no distrito foi Tory que sorridente cochicou ao ouvido dela.
- Tive um
ótimo final de semana, excelentes resultados. Conto pra você na quinta – disse
piscando. A curiosidade de Kate apenas aumentou. Sentando em sua mesa, ela
pegou o telefone e fez a primeira ligação para McQuinn, ansiosa por saber se
estavam todos prontos para a agitação que tomaria suas vidas a partir da noite
de terça-feira.
- Oi, McQuinn!
Como foi o fim de semana?
- Tudo certo.
Já despachei todos os casos e as papeladas que tinha nas minhas mãos apenas
para me dedicar à nossa saga. Falou com Nadine?
- Não desde
sexta. Vou ligar para ela em seguida.
- Ótimo. Eu já
separei uma pastinha exclusiva para o nosso amigo e devo dizer que estou
impressionado com o trabalho de Tory. Ela é muito boa, Beckett. Você verá o
detalhe das informações que ela montou sobre Collins. Ela tem muito futuro.
Quem sabe não venha trabalhar comigo por aqui já que você nos abandonou...
- Se ela
quiser, eu só tenho uma condição, tudo após o fechamento do nosso projeto.
- Nem pensaria
em algo diferente. Estou preparado para agir no momento que Nadine expor a
sujeira na televisão em horário nobre. Mostrei o dossiê ao chefe e expliquei
meus motivos para investiga-lo. Diante do pano de fundo do caso Denver, foi
muito fácil convence-lo. Já estou correndo atrás dos mandados para quebra de
sigilo bancário e a intimação para prestar depoimento, aí mesmo em Manhattan.
Expliquei que precisava dividir jurisdição já que o suspeito de fraude reside e
trabalha na cidade. Estou viajando hoje à noite. Amanhã começamos a mudar essa
história, Beckett.
- É meu maior
desejo, McQuinn. A gente se fala – ao colocar o fone no gancho, Castle estendeu
a caneca de café para ela.
- Fazendo
follow up no time? Alguma novidade? – perguntou.
- Parece que
nossa reunião na quinta será bem agitada. Vou ligar para Nadine. Fique de olho
nos outros para mim, ok? Nada de darmos bandeira – ele piscou pra ela que
retornou a pegar o fone discando o número de Nadine, ao terceiro toque, ela
atendeu – Olá, Nadine. Como foi seu final de semana?
- Não tão bom
quanto o seu, posso garantir. Estou bem, Kate e sei exatamente porque você está
me ligando. Está tudo sob controle. Eu já tenho as imagens da matéria editada
prontas para ir ao ar. Já decorei o que vou falar e daqui a meia hora pretendo
ligar para McQuinn acertando os pontos sobre mencionar o envolvimento do FBI,
ele precisa conseguir a autorização do seu chefe para investigar. Em seguida,
vou para a minha tentativa de contatar o nosso personagem principal. Aposto que
receberei um nada a declarar.
- Tenho que
concordar com você, mas não importa. McQuinn está com tudo encaminhado. Mal
posso esperar pela repercussão dessa notícia.
- Se você está
empolgada, imagina eu que estarei divulgando tudo isso em primeira mão? Aliás,
pensei em pegar uma pequena declaração de sua Capitã sobre a cooperação com o
FBI, o que acha?
- Melhor não,
foque no FBI Nadine, não podemos mostrar todas as nossas armas. Se você
divulgar que o FBI pediu a ajuda do 12th distrito, Bracken vai rapidamente
fazer a ligação e todo o nosso trabalho vai por água abaixo, isso sem falar na
exposição e no risco que estaríamos correndo. Concentre-se no FBI e veremos
como tudo irá se desenrolar.
- Você conhece
o cara melhor do que eu. Vou seguir seu conselho por enquanto. A gente se fala
amanhã.
Na terca, Kate
estava sentada no sofá de frente para a TV esperando o jornal da noite na ABC.
Castle sentara ao lado dela trazendo um balde de pipoca. Ao perceber isso, ela
franziu as sobrancelhas olhando diretamente para ele.
- O que
significa isso, Castle? Não vamos assistir a um filme.
- Não, é para passar
o tempo enquanto esperamos a notícia da noite. Nadine vai ganhar vários
pontinhos com esse furo e se for esperta vai consegur logo o que quer com a
emissora. Isso se o resultado final for positivo, o que vai ser, tenho certeza
– ele tratou de emendar antes que ganhasse um olhar fulminante de Kate Beckett
– eu mesmo estou pensando em escrever um artigo investigativo mais sério sobre
esee caso e sua correlação com a política. Posso até concorrer ao Pulitzer.
- Não acha que
está sonhando muito alto, Castle? Ainda temos um livro para terminar.
- Não esqueci
disso, Kate – ela suspirou passando a mão sobre os cabelos.
- Tudo que
quero é colocar esse monstro na cadeia.
- E vamos
conseguir, Kate – ele ofereceu o balde de pipoca que ela acabou aceitando, o
telejornal acabava de começar. Durante os quarenta minutos que se seguiram, a
tela da televisão encheu-se de notícias sobre economia, saúde, mercado
financeiro e política. Kate começava a sentir a excitação e o nervosismo tomar
conta de si. Tinha o celular ao seu lado além do ipad, pois segundo Castle era
possível acompanhar a repercussão da novidade pelo twitter. O seu celular
vibrou. Era uma mensagem de Nadine “No ar já no próximo bloco.” A vinheta do
jornal acabara de aparecer na tela.
- É agora,
Cas... – ele estendeu a mão para ela entrelaçando os dedos para dar-lhe
conforto.
- E a última
notícia do dia. Parece que o caso Denver descoberto e solucionado pela equipe
do FBI alguns meses atrás, teve uma nova reviravolta. O empresário da indústria
têxtil Jack Colins está sendo investigado pelo seu suposto envolvimento no
crime de fraude financeira e drogas ilegais. A suspeita foi descoberta por uma
fonte anônima que chegou às mãos dessa repórter e consequentemente à equipe do
FBI já familiarizada com o caso. Jack Collins possui alguns processos e
problemas com a lei no seu passado, todos julgados e solucionados em corte
interna. Procurado para uma declaração, o empresário se recusou a falar comigo.
O agente especial McQuinn está como investigador responsável pelo caso e
afirmou que já possuem várias informações que ainda não poderão ser reveladas
em respeito ao processo aberto pela polícia federal. Eis alguns dos negócios do
Sr. Collins – enquanto Nadine explicava os casos do passado, os comentários no
twitter eram bombásticos. Outros jornais que não sabia do furo, demonstravam um
certo alvoroço em descobrir mais, já era o momento de encerrar a reportagem –
nós da ABC continuaremos trazendo as notícias desse caso em primeira mão. Eu
sou Nadine Furst, direto da ABC, boa noite.
- Conseguimos,
Kate. A notícia espalhou-se como rastro de pólvora. Agora dependemos de McQuinn
para o nosso próximo passo – ele percebeu o alívio no rosto da mulher ao seu
lado, ela suspirou e o abraçou.
Em Washington,
outra pessoa assistia atentamente aquele noticiário. Bracken observava a
jornalista que já chamara sua atenção uma vez colocar uma nova pista da sua
organização no ar, como uma bomba relógio. Por que as mulheres hoje em dia não
se contentavam em achar um marido, casar e ter filhos? Por que queriam provar
que podem ser mais que os homens. Essa repórter era outro osso duro de roer.
Perigosa. Pegou o celular e discou o número de seu capanga de confiança, aquele
que recrutara após a morte de Knoxx.
- Tenho um
serviço importante para você. Nadine Furst. Jornalista da ABC. Preciso que a
siga. Quero saber tudo o que ela anda fazendo, com quem fala, aonde vai.
Entendido? – ele aguardou – certo. Pegue o avião ainda hoje para Manhattan –
Bracken desligou o telefone – Jack Collins... por que essa repórter foi mexer
em sua vida exatamente agora? Isso não pode ter qualquer resultado que o
implique e o atrapalhe. E ainda tem esses federais... o mesmo que trabalhou com
Beckett em Washington para prender Denver. Definitivamente precisava ter olhos
e ouvidos ao redor de Nadine.
12th Distrito
– 8am
A porta do
elevador abriu-se. McQuinn caminhou confiante pelo salão do distrito. Parecia
bem diferente em seu terno engomado, bem cortado demonstrando autoridade. Ao
aproximar-se de Beckett, cumprimentou-a polidamente.
- Lieutenant
Beckett, como vai?
- Estou bem.
Faz algum tempo, não? – Esposito e Ryan observavam de longe a interação com a
colega de trabalho – o que o trás aqui?
- Assunto
federal delicado. Pode me levar até sua capitã?
- Claro – ao
passar pelos rapazes acenou.
- Detetives,
bom dia.
- Olá, McQuinn
– Ryan respondeu com um sorriso. Beckett bateu de leve na porta de sua Capitã
antes de abri-la.
- Com licença,
Capitã. O agente McQuinn do FBI está aqui para vê-la – ela fez sinal para que o
agente entrasse em sua sala. Gates levantou-se e o cumprimentou com um aperto
de mão, indicando a cadeira para que ele sentasse. Beckett fechou a porta logo
atrás de si.
- Então,
agente McQuinn, o que o trás aqui ao meu distrito?
- Capitã,
acredito que a senhora já saiba. Tenho certeza que assistiu ao noticiário das
nove na ABC ontem. Se não, terei o prazer em lhe colocar a par do caso que
estou trabalhando e a razão da minha visita – ele repetiu boa parte da matéria
de Nadine acrescentando itens pertinentes à sua investigação. Mostrou alguns
dos arquivos com evidências suspeitas e os mandados que trouxera para a quebra
do sigilo bancário e a intimação para questionar Jack Collins.
- Se você tem
tudo isso, por que precisa da minha ajuda? Por que não leva-lo para o bureau
diretamente? Ou mesmo para um distrito ligado à fraude ou contrabando?
- Por algumas
razões. O que nós temos é uma investigação e algumas evidências que sugerem seu
envolvimento em fraude ligada ao caso Denver, o que me leva ao pedido que vim
fazer à senhora. Sua equipe trabalhou no caso Denver parcialmente, exceto por
Beckett. Ela conhece todas as nuances desse caso assim como eu, éramos
parceiros de equipe. Ela seria de extrema ajuda para a nossa investigação. Ah,
antes que me esqueça, jurisdição. A empresa de Jack Collins fica em Manhattan,
portanto é um caso de coparticipação entre o FBI e a NYPD. Tenho sua cooperação,
Capitã?
- Certamente.
Um minuto. Irei chamar Beckett – em dois minutos ela voltou com a tenente
pedindo que ela sentasse – Lieutenant Beckett, o agente McQuinn está
solicitando nossa ajuda em um caso do FBI, especificamente a sua. O que você
sabe sobre Jack Collins?
- O empresário
da indústria têxtil? Ele estava no jornal ontem à noite. Suspeito de fraude e
ligação com o caso Denver. Nadine foi quem apresentou a notícia.
- Exato. E
como os negócios dele estão em nossa cidade, algumas coisas deverão ser
gerenciada por aqui. Você trabalhará diretamente com o agente McQuinn. Caso
precise de mais detetives, pode solicitar diretamente à tenente. Ela será capaz
de designar o pessoal adequado. Beckett delegue todos os casos que estava
trabalhando. Quero seu foco total nesse.
- Sim,
senhora.
- Agente
McQuinn, bem-vindo novamente ao 12th – esticou a mão para cumprimenta-lo mais
uma vez – a tenente Beckett vai dar todo o suporte que precisar. Por favor, me
mantenham informada sobre o andamento.
- Claro,
faremos isso. Obrigado, Capitã Gates - Assim que saíram da sala de Gates,
caminharam até a mesa de Beckett onde apenas Castle aguardava, percebendo
estarem finalmente em território seguro, McQuinn falou – é oficial. Temos um
caso.
- Qual nosso
próximo passo? – foi a pergunta direta de Castle.
- Mandado.
Precisamos fazer o mandado para quebrar oficialmente o sigilo bancário e trazer
Jack Collins para interrogatório ser validado pela corte de New York.
- Deixe isso
comigo, vou ligar para a promotora Robbins. Tenho certeza que em menos de uma
hora teremos isso em nossas mãos, então posso pedir para Ryan vasculhar as
contas apenas para juntar as nossas evidências. Por enquanto, vou pedir a eles
que nos consigam todos os arquivos de seus processos, especialmente os do
cassino. Podemos encontrar algo útil ali.
- Excelente.
Onde podemos nos reunir para montar nosso quadro?
- Que tal a
mesma sala que usamos da outra vez? Vou pedir para Tory ajuda-lo.
- Será ótimo.
Beckett explicou
o que precisava dos rapazes, além do motivo da investigação que ela estaria
trabalhando. Em seguida, ligou para a promotora e após dar detalhes do que
precisava, ela não errada ao dizer que teriam os mandados validados em menos de
uma hora. Levou quarenta e cinco minutos. Passando a tarefa das finanças para
Ryan, McQuinn, Beckett e Castle saíram para encontrar Jack Collins e trazê-lo
para interrogatório.
O escritório
comercial de Jack Collins ficava em uma das torres do Rockfeller Center mais
precisamente no 32th andar. Assim que chegaram ao andar após ter a sua entrada
liberada por causa de suas credenciais, eles estavam tendo dificuldades para
convencer a secretária da recepção de que precisavam falar com Collins. Já sem
paciência, Beckett apelou usando a cláusula de obstrução da justiça ameaçando
prender a moça, funcionou. Ela os acompanhou até a sala de Collins explicando a
situação para a outra secretária. Dessa vez, não houve mal entendidos.
Rapidamente, ela contactou o seu patrão informando da visita. Encurralado, não
teve outra alternativa a não ser deixa-los entrar. Beckett deixou a comunicação
para McQuinn, como autoridade federal.
- Oficiais, a
que devo a honra da visita?
- Sr. Collins,
sou o agente federal McQuinn, está é a Lieutenant Beckett e o Sr. Castle.
Estamos aqui para escolta-lo para o 12th distrito onde querermos interroga-lo
sobre algumas atividades estranhas em seus negócios e depósitos financeiros –
ele estendeu o mandado. Collins pegou-o da sua mão e antes de abri-lo,
perguntou.
- Estou sendo
preso? – finalmente observou o papel em mãos.
- Não, senhor.
Queremos pegar seu depoimento, algumas declarações, fazer perguntas. Pode nos
acompanhar?
- Parece que
com esse documento, eu não tenho escolha.
Eles
escoltaram Jack Collins de volta ao distrito sem grande alarde. Chegando,
Beckett o levou diretamente para a sala de interrogatório, McQuinn se juntou a
ela enquanto Castle ficou na sala de observação.
- Então, Sr.
Collins. Essa conversa pode ser rápida e objetiva ou dolorosa e difícil. Nós
apenas queremos sua cooperação para responder algumas perguntas e sanar as
lacunas que ainda existem em nossa investigação. Irei ler seus direitos e
gravar o que conversamos, estou sendo clara?
- Sim,
querida. Apenas acho que esqueceu de mencionar meu advogado. Se existe qualquer
chance de você me acusar aqui, por mais bonita e sexy que você seja, eu não sou
idiota, portanto não direi nada sem a presença do meu advogado – a cara cínica
causava náuseas em Beckett, ela trocou um olhar com McQuinn e abriu o jogo com
Collins.
- Sr. Collins,
acho que não me fiz entender direito. Eu já tenho provas das acusações contra o
senhor. Independente do seu advogado, o FBI pode congelar todas as suas contas
e fazê-lo não acessar seus bens. A procuradoria do estado receberá seu dossiê
contendo não somente suas atividades pregressas como as últimas. Sendo assim, o
senhor pode ser inteligente e cooperar conosco contando um pouco mais ou irá
daqui direto para prisão federal, aí sim seu advogado terá muito o que fazer
para tira-lo de lá de dentro. Dependendo de sua cooperação podemos até ser mais
gentis, negociar algo. O que me diz? Temos um entendimento? – ele permaneceu
calado, Beckett jogou com as evidências – certo, talvez isso refresque sua
memória para compreender exatamente onde o senhor está pisando – ela colocou
uma cópia dos depósitos feitos por ele às empresas de Denver no Alabama, vários
prints incluindo a trilha do dinheiro até Vulcan Simmons, um exemplo do passado
e outro atual. Collins observava atentamente os papéis com as marcas amarelas
simbolizando cada uma das transações – entende a perspectiva, Sr. Collins?
Agora fale!
O empresário
engoliu em seco. Não tinha como negar o que estava a sua frente. Esses federais
tinham vasculhado sua vida, mas não iam conseguir tudo tão fácil. Não. Ele
podia enrola-los.
- São
transações comerciais. Sou um empresário. Fiz negócios com as empresas de
Denver. Ele trabalhava com importação e exportação comprei tecidos dele. O que
há de errado nisso?
- Que tal as
quantias? Trezentos mil dólares a cada quinze dias e o fato dessa empresa do
Alabama não ser de importação e sim do ramo de entretenimento? Boates,
Sr.Collins não seria compra de drogas? Onde usaria tanta droga assim... ah! Em
seu cassino clandestino, claro! Mesmo depois de ser processado, o senhor ainda
mantém o lugar não? Reparou nas datas? O depósito para a empresa no Alabama é
recente, já o de Simmons ainda é na época que gerenciava seus negócios escusos
no cassino. É por isso que sabemos serem drogas.
Collins
patinou nas respostas, mas acabou admitindo o que Beckett queria. As evidências
estavam lá. Negando ou não, a palavra dele não faria muita diferença. Foi aí
que o assunto mudou para Bracken, Beckett havia guardado essa carta para o
final.
- Tem negócios
com o senador Bracken, Sr.Collins?
- Não.
- Não... é
essa sua resposta final? – ele olhava ainda um tanto debochado para ela
avaliando se deveria falar ou deixa-la chegar ao ponto.
- Tenho
negócios com muita gente, não posso me lembrar de todos.
- Certo. Mas o
senador não é qualquer um, é um homem poderoso e que não gosta de ser esquecido
ou comparado com outros. Vou perguntar de novo, você tem negócios com o senador
Bracken?
- Eu contribui
e participei de um dos projetos que ele lançou no senado, satisfeita?
- E que
projeto era esse, Sr. Collins?
- Não me
recordo ao certo, algo sobre reciclagem, lixo... minha memória não é tão
perfeita assim, detetive.
- É tenente.
Sabe o que acho estranho? Os projetos geralmente tem suas próprias contas ou
vão para uma conta no Capitólio, certo? Agente McQuinn, talvez o Sr.Collins
possa nos ajudar com aqueles depósitos.
- A tenente
Beckett tem razão, Sr. Collins. Projetos de lei tem sua própria conta. Então,
gostaria que o senhor explicasse esse depósito de duzentos mil dólares na conta
pessoal do senador. Alías dois depósitos. Por que na conta pessoal e não na
conta do projeto, Sr. Collins? Isso é dinheiro sujo, não?
- Eu depositei
onde o Bracken me pediu – estava nervoso.
- É dinheiro
sujo? – Beckett perguntou – dinheiro de contrabando e drogas? Como já fez no
passado usando Vulcan Simmons? – ela jogou o arquivo do processo do cassino na
frente dele – Responda! Ainda trabalha com o dinheiro de operações ilegais de
Vulcan?
- Esse caso do
cassino foi encerrado. Fui absolvido. As acusações retiradas. Não devo nada do
meu passado.
- É verdade,
graças a um juiz corrupto que infelizmente não está mais aqui para livra-lo
novamente. Porque você não aprendeu, Jack. Continua contrabandeando drogas
ilegais compradas de Vulcan, lavando dinheiro no cassino e em sua indústria e
beneficiando políticos corruptos e sujos além de empresários como você. Desde
muito longe, não Jack? Só que eles estão bem e você, bem ao que parece está
prestes a perder tudo o que construiu com dinheiro sujo ou não. Denver já caiu,
você quer ser o próximo?
- Eu não tenho
nada a declarar.
- Interessante
– disse McQuinn - Essa foi a resposta que você deu à repórter da ABC ontem.
Apenas deixe-me refrescar sua memória, isso é uma investigação oficial do FBI.
Eu o aconselho a ter muito cuidado com o que diz.
- Tudo bem, eu
tive ligações no passado com Vulcan – Beckett o fuminou com o olhar e ele cedeu
– ainda tenho. Também já admiti que trabalhei com Denver. É isso o que querem?
- E quanto a
Bracken? Que trabalho escuso fez com ele? Está ajudando-o a se eleger novamente
como há anos atrás quando ele ganhou a primeira campanha para o senado? Qual o
seu negócio com Bracken?
- Eu não falo
mais nada, quero meu advogado. Beckett olhava séria para ele. Depois de um
longo minuto encarando-o, ela fez sinal para McQuinn e deixaram-no sozinho. Na
sala de observação, Beckett argumentou com McQuinn sobre a possibilidade de
usa-lo um pouco mais.
- McQuinn ele
está quase cedendo. Trazer o advogado aqui só irá comprar o silêncio dele. Não
podemos negociar? Podemos dar garantias, redução de pena, imunidade qualquer
coisa desde que conseguamos fazê-lo falar sobre Bracken. Ele é peixe pequeno.
Nossas evidências o derrubarão facilmente. O que precisamos é de munição para o
senador.
- Ela tem
razão. Ele estava quase cedendo – disse Castle.
- Tudo bem,
vamos ver como ele se comporta. Ao voltarem para a sala de interrogatório,
Beckett faz a proposta para o empresário. Um acordo pelo que ele sabe de
Bracken. Jack fica balançado, ficar sem dinheiro e bens era algo inadimissivel
para ele, além de ser preso. Eles estavam oferecendo esquecer alguns lances do
passado e usá-lo como testemunha. Era um preço razoável a se pagar. Bracken era
esperto, não ia ser pego tão fácil assim.
- Eu concordo
em colaborar. Olha, eu fiz o depósito para o senador. Era uma dívida antiga.
Bracken me ajudou a começar meus negócios no ramo têxtil, quando fez isso disse
que não me preocupasse, pois chegaria o dia de retribuir o que estava fazendo.
Eu fiz o primeiro pagamento na época da campanha para o senado. No segundo
mandato, Bracken quis outro tipo de negociação. Queria minha ajuda para a
campanha presidencial. Não pude recusar ou você acha que é fácil manter aquele
escritório enorme no Rockfeller Center? Eu concordei em fazer depósitos de
tempos em tempos na conta dele em valores pré-determinados e a cada quarter com
parte dos lucros da minha empresa. É como se ele fosse um sócio.
- Apesar de
não ter nada registrado sobre ele ser parte do seu conselho ou acionista, estou
correta Sr. Collins? – ele ficou calado por um momento, já estava zonzo com
tantas perguntas.
- Olha,
tenente. Eu... eu gostaria de parar por hoje. Podemos continuar outro dia?
Prometo que respondo suas perguntas, porém não agora. Eu realmente preciso
relaxar – Beckett trocou olhares com McQuinn.
- Tudo bem,
Sr. Collins. O agente McQuinn vai providenciar proteção para você. Não deve
deixar sua residência e a qualquer sinal de perigo avise os policiais que
estarão escoltando-o. Fui clara?
- Você acha
que corro risco de vida, tenente?
- Nosso dever
é garantir sua proteção, Sr. Collins, é uma testemunha de uma investigação
federal. Todo o cuidado é pouco. Então, acredito que o senhor entendeu.
McQuinn,deixo essa parte com você. Podemos nos encontrar sexta-feira aqui
mesmo, Sr. Collins?
- Tudo bem.
Beckett vai
encontrar com Castle na sala de observação. O olhar em sua face dizia tudo. Não
havia necessidade de palavras. Ela estava feliz com o desenrolar da
investigação. Tinha um trunfo nas mãos. Agora era questão de tempo para
pressiona-lo um pouco mais no passado até, quem sabe, chegar até ao caso de sua
mãe. Por impulso, ela o abraçou. Castle retribuiu e levou-a para tomar um café
na mini copa. Tudo estava gravado. Fizeram um excelente progresso com o seu
caso pessoal e do FBI. McQuinn cuidou pessoalmente de garantir a segurança de
Collins.
Nadine deixou
a redação após um telefonema de McQuinn para deixa-la a par da investigação.
Combinou que o encontraria para uma declaração exclusiva. Ela sugeriu um lugar
neutro, o hotel onde estava hospedado, podiam usar uma das salas de reuniões
para gravar. Todo cuidado era necessário, ainda não queriam revelar a ligação
com o 12th distrito para o caso de colocarem Kate e sua família em perigo. A
repórter não notou que estava sendo seguida ao deixar o prédio da ABC rumo ao
hotel Best Western na 48th. Estava focada na próxima tarefa especialmente
depois da repercussão de sua reportagem de ontem à noite.
O encontro com
McQuinn foi tranquilo. Ele deu uma declaração parcial sobre o andamento do caso
sem mencionar o envolvimento da NYPD. Comentou sobre o suposto acusado e
testemunha no processo de investigação estando sobre proteção do FBI. Parte das
evidências já haviam sido confirmadas, porém não podia revelar mais informações
sem comprometer o caso. Quando perguntado sobre a ligação entre esse e o caso
Denver, McQuinn confirmou. Nadine estava mais que satisfeita com a declaração,
estava radiante. Essa cobertura iria fazer maravilhas na sua carreira. Decidiu
voltar correndo para a redação. Queria editar a matéria o quanto antes.
Novamente, não percebeu a sombra que a acompanhava.
No distrito os
trabalhos sobre o passado de Collins continuavam. Tory levantou a ficha de
Martin Reynolds encontrando várias ligações entre ele e Jack além de Vulcan e
Denver. Beckett preparou-se para pedir uma intimação para ele também. Na
quinta, o Sr. Reynolds veio ao distrito e apesar de ser advogado e ter
socorrido Jack algumas vezes, devido ao seu passado corrupto foi bem mais fácil
arrancar tudo o que queria dele. Infelizmente, sua ligação parava em Denver.
Não havia nada que os levassem a Bracken, porém o suficiente para confirmar a
podridão de Collins e o conectar a Vulcan. Esse seria o alvo do novo
interrogatório com a testemunha. McQuinn abriu um processo em separado para
investiga-lo e condena-lo. Aconselhou-o a arranjar um bom advogado.
Na quinta à
noite, eles se encontraram no The Old Haunt. Como chegara cedo com Castle,
Beckett já estava na sala de guerra esperando pelos demais com McQuinn. Nadine
chegou ao local e foi direto ao bar pedindo um Martini com cerejas ao invés de
azeitonas. O capanga de Bracken entrou no bar para ver se ela iria se encontrar
com alguém. Observou detalhadamente o local. Procurou por algo suspeito, mas
não identificou nada. Percebeu quando uma moça se aproximou da repórter
cumprimentando-a. Sentou-se ao seu lado e também pediu uma bebida, brindaram e
tagerelavam. Coisas de mulheres. Provavelmente uma amiga para um momento de
happy hour. Já estavam há quase uma hora ali e com o terceiro drinque na mão.
Não havia nada de estranho ali. Decidiu ele mesmo tomar uma cerveja e deixou o
bar em seguida. Ficaria do lado de fora esperando para o caso dela decidir ir a
algum outro lugar. Ao sair do lugar, esbarrou em Jeff pedindo desculpas. Assim que
viram o hacker, acenaram e desceram para o escritório.
- Olá,
pessoas! – cumprimentou Nadine – estamos todos felizes, não? As coisas lá na redação
estão uma loucura. Esse caso realmente irá revolucionar tudo. Sinto que meu
lugar como âncora está quase garantido. Já gravei a declaração de McQuinn, vai
ao ar na edição de hoje.
- A jornalista
vai virar notícia. Bom para você, Nadine – disse Castle – parabéns.
- Sim, tudo
parece estar andando muito bem, mas não esqueçam que estamos falando de Bracken
e nada parece tão fácil assim. Ainda temos muito trabalho à frente. Tory já conseguiu
mais informações e usamos contra o Sr. Reynolds enriquecendo nossa conversa de
amanhã com Collins.
- Tenho mais
novidades. Finalmente eu dormi com o cara da CIA e devo dizer que valeu a pena
em todos os sentidos – ela puxou o minúsculo pendrive do bolso e plugou no
notebook abrindo um programa no telão para todos observarem – isso é uma
exclusividade da CIA. Um programa de última geração de decodificação de fontes.
Tecnologia nova e de ponta. Acredito que isso possa ajudar Jeff a quebrar os códigos
do programa de Bracken. Eu mesma brinquei com ele procurando entender, fiz
alguns testes e devo dizer que é uma ótima ferramenta – tirou o pendrive do
notebook e entregou-o para Jeff.
- Excelente,
Tory. Alguém mais tem algo a acrescentar? – perguntou Beckett.
- Além da audiência
estar nas alturas? Desculpe, eu estou realmente empolgada.
- Isso é
ótimo, Nadine. Mas todo cuidado é pouco. Se notarem qualquer coisa estranha, me
avisem. Amanhã espero conseguir boas declarações de Jack para incriminar Vulcan
e Bracken. Se tivermos boas provas, sólidas podemos ir atrás de Vulcan. Nem preciso
dizer que vocês tem que cavar para encontrar podres. Tudo o que eu quero é uma
prova do assassinato da minha mãe, aí sim, teremos realmente pego Bracken.
- Kate,
faremos nosso melhor – disse Jeff – eu estou tentando acessar o computador e as
câmeras do gabinete do senador, ele usa o mesmo programa também lá. E agora com
esse programa de Tory, talvez tenhamos áudio nas conversas de Denver e Bracken.
- Ótimo. McQuinn,
você checou a nossa testemunha?
- Tudo sob
controle.
- Ok. Dispensados
e todos de olho no jornal de hoje à noite.
- Beckett, pode
ficar comigo por um instante? Tem algo que gostaria de conversar com você.
Os demais
deixaram o escritório. Jeff agradeceu a carona de Nadine, mas disse que ia
ficar para tomar umas bebidas, Tory aceitou sair com ela. O caminho da
jornalista era o mesmo seu, ela voltaria à redação para apresentar a reportagem
ao vivo no jornal. Ao vê-las saírem juntas do bar, o capanga teve certeza que
era apenas uma noite de conversas entre mulheres. Ele a seguiu e viu quando
novamente parou seu carro na redação. Faltava meia hora para o jornal.
Castle abraçou-a
por um momento mantendo-a envolvida com o seu braço em sua cintura.
- O que foi,
Castle?
- Quero ter
certeza que você está bem. Você foi brilhante hoje na sala de interrogatório. Sei
o quanto tudo isso significa para você e preciso sentir que está centrada, em
controle – ela o beijou com carinho, acariciou seu rosto e sorriu.
- Estou bem,
Castle. Estamos no caminho certo. Apesar de acreditar que ainda não tivemos o
momento ideal. Precisamos de algo bombástico para pegar Bracken de uma vez. Isso
ainda não apareceu. Isso me deixa apreensiva, mas estou focada.
- Apenas peço
para não se fechar. Qualquer dúvida, ideia, medo. Qualquer coisa mesmo. Converse
comigo, por favor.
- Não se
preocupe, babe. Eu sempre contarei a você – eles trocaram um novo beijo – vamos
para casa. Quero ver Nadine brilhar.
Eles assistiram
o jornal juntos. A declaração de McQuinn foi concisa e objetiva. Para quem
assistia, ele fora bem claro. A investigação avançara, a ligação com Denver
existia. O senador só precisava fazer as contas e entender que poderia estar
exposto. Claro que entendera o recado ao assistir a repórter destilar um pouco
de veneno sobre a corrupção na alta cúpula do governo. Algo o dizia que isso
estava apenas começando e se dependesse do FBI e dessa jornalistazinha
desaforada, eles não desistiriam. Bracken não poderia deixar isso acontecer. Com
o celular na mão, contatou seu capanga.
Por volta das
três da manhã, o celular de Kate tocava insistentemente. Enroscada nos braços de
Castle, ela ouviu um som ao longe ainda não identificado. O toque foi se
tornando mais constante até que finalmente percebesse que era o celular. Castle
despertou assim que ela sentou na cama com o aparelho nas mãos.
- O que foi? –
ele perguntou.
- Beckett. Sei,
sim. Tudo bem,estarei aí em quinze minutos – desligou o celular – homicídio. Acabei
de ser informada pelo policial que recebeu o chamado – ela jogou as cobertas
para o lado se levantando da cama, Castle esfregou os olhos ainda sonolento.
- Você precisa
ir? Não tem outro detetive para atender o chamado?
- Eles
tentaram. Ninguém respondeu. Se quiser pode ficar, vou sozinha.
- Não, prefiro
ir junto. Assim sei que está segura. Deixarei um recado na geladeira para a
minha mãe caso não voltemos logo para casa.
Quinze minutos
depois, Beckett cumprimentava o policial. Ele atendeu o chamado de um bêbado que
os parou na esquima.
- O corpo foi
achado na lixeira pelo rapaz ali com o meu parceiro. Segundo ele, estava
procurando comida e se deparou com a vítima, está bastante alcoolizado. Ele foi
baleado duas vezes, no peito bem no coração e na cabeça. Não tinha como
sobreviver. A equipe da CSU já chegou, estamos esperando eles identificarem o
corpo pelas digitais, não havia identidade, nem carteira com a vítima apesar de
parecer de boa classe social, bem vestida.
Ao olhar para
o corpo estirado no chão, Beckett instintivamente deu um passo para trás. Castle
a viu empalidecer e segurou em sua mão para dar-lhe equilíbrio e força. Certamente
não era quem a tenente esperava encontrar naquela madrugada na rua Amsterdam. Engoliu
em seco, tentando se recompor do choque para se dirigir ao policial.
- Não precisamos
das digitais. Sei quem é, infelizmente... A vítima é Jack Collins.
Continua....