terça-feira, 18 de novembro de 2014

[Castle Fic] There's Always Tomorrow - Cap.27


Nota da Autora: Esse capítulo é curto e trás novas informações para o projeto de Kate. Alguns pontos são necessários serem abordados. O próximo prometo um certo angst, o caso vai esquentar. Enjoy!


Cap.27


Na segunda, Gina os recebeu por volta de duas da tarde. Após os cumprimentos, eles se sentaram para ouvir a editora. Entregou a eles cinco exemplares do livro para folhearem. A ideia era verificar se estava tudo em ordem com capa, letras, dedicatória e a sinopse na orelha do livro. Dessa vez, Kate não havia visto a dedicatória, prendeu a respiração ao ler aquelas palavras.

“To Alex and Kate, thank you for showing the Importance of love and new beginnings. ILY”

- É lindo… - disse Kate estendendo a mão para toca-lo em meio a um sorriso.

- Acredito estar tudo em ordem, Gina. Quando você pretende fazer o lançamento? – perguntou Castle.

- A editora já se comprometeu em lançar no próximo mês, estou fechando com as livrarias. Quero a Barnes da quinta avenida e a melhor data que eles tem é meados de abril. Pensei em fazer no dia primeiro por conta do seu aniversário, mas não rolou, a expectativa é dia 10. Temos pouco mais de um mês para nos organizar. Quanto à turnê, o que pretende fazer? Costa leste e oeste? Quero começar no final de abril mesmo.

- Gina, eu não tenho nenhum problema com o lançamento, mas turnê? Quanto tempo eu passaria fora? Não quero me ausentar tanto ainda mais com Alex agora, não é justo com Kate – ele fita a esposa que sabe não ser o filho o real motivo dele não querer a tour – podemos concentrar apenas nas cidades da costa leste, algumas mais importantes tipo Chicago, Washingnton, Nashville, Memphis, Boston, Atlanta e Orlando?

- Posso avaliar, mas você vai deixar de fora Los Angeles? São Francisco?

- Por hora sim, prometo que pensarei sobre o assunto. Quando você terá a confirmação da data? Estava pensando em ceder uma exclusiva para a Nadine, pode ser durante a festa de lançamento mesmo. Essa entrevista teria que ser com nós dois.

- Excelente ideia. A repórter acabou caindo nas graças de vocês. Ela é muito boa. Deixa eu confirmar a data correta e vocês acertam com Nadine. Ganhar destaque no horário nobre é sempre bom. E como anda o outro livro? Vocês estão escrevendo? Já podem me dar uma ideia de data para lançamento?

- Não, Gina. Entre a escrita da aventura de Storm e todo o trabalho de Kate agora como tenente e cuidar de Alex, não sobra muito tempo para nos dedicarmos ao livro. Você deve ter um pouco mais de paciência.

Gina não insistiu mais, sabia que a rotina dos dois estava bastante alterada. Conversaram sobre detalhes das festas e avaliaram o calendário para determinar como seria o roteiro da tour. Castle não aceitaria mais que dez dias, para ele o ideal era uma semana. Kate deu a sugestão de quebrar o período em dois, o que pareceu funcionar muito bem para todos.

No dia seguinte, Kate e Castle encontraram com Nadine no Old Haunt. Sentaram-se lado a lado com a repórter a frente do notebook. Concentram-se em montar a linha do tempo correta de acordo com as informações que juntaram até ali. O caso de fraude estava bem mais simples de visualizar, quanto ao passado desde a época da aliança de Bracken com Denver e a utilização dos serviços de Vulcan e seu dinheiro de drogas ilegais, o trio patinou até chegar a uma etapa coerente que incluía o assassinato de Johanna Beckett. Nadine revela que Jeff enviou um arquivo antigo que pertencia ao homem conhecido como o terceiro policial, Capitão Montgomery. A repórter fez o download das informações mostrando-as para Kate.

- Olhei os dados por alto, mas me parece que a maioria das informações já está disponível devido a sua própria investigação. Ele escreve sobre descobertas que você mesma realizou, Kate. Talvez seu olhar de detetive encontre algo a mais que tenha passado desapercebido por mim. Aliás, você ainda não explicou direito a relação do seu ex-capitão com o senador. Deve ter sido um choque quando você descobriu que ele era corrupto e esteve ao lado do seu maior inimigo – ela levantou e foi diretamente a impressora, juntando várias folhas de papel, ela as entregou a Kate.

Castle viu o semblante de Kate mudar. Ela estava séria. Certamente não estava preparada para ouvir Nadine falar tão diretamente mal de seu capitão e mentor. Viu a esposa morder os lábios enquanto lia as anotações de seu capitão. As palavras de Nadine doíam, pois considera-lo um traidor, um inimigo, era algo inconcebível para a tenente. Claro que não adiantava descontar na repórter sem que ela conhecesse a história completa.

Calada, ela examinava o arquivo. Viu anotações sobre sua descoberta de Coonan, a briga com Lockward e tantos outros comentários. Reler sobre o caso mexeu com os sentimentos de Kate. Em uma das páginas, havia uma declaração sobre sua pessoa. Montgomery escreveu: “Kate Beckett é uma fortaleza. Tem a sagacidade de uma investigadora da melhor qualidade, uma sede de justiça e um respeito às vítimas difícil de encontrar nos policiais de hoje. Ela é inteligente e determinada. Possui  todas as qualidades para subir muito rápido na NYPD. Temo que a única coisa que a impeça de seguir em frente seja o assassinato ainda sem solução da mãe. No que depender de mim, cuidarei dela e a transformarei na melhor. Consigo enxergar duas Kates, a workaholic e destemida porém reclusa antes de Castle e a determinada e sorridente Kate após começar a se dividir entre o trabalho e a companhia do escritor. Ela sorri mais, se diverte ao trabalhar. Talvez Rick Castle seja o que ela precisa para seguir em frente. “

Kate engoliu em seco ao ler as palavras do capitão, fitou Castle por um instante e sorriu. Um sentimento de nostalgia tomou conta dela. Ele estendeu a mão para toca-la e apoia-la. A troca de olhares permitiu a ela criar coragem para falar dele com Nadine.

- Olhe, Nadine. Não julgue um livro pela capa. Quando se trata de Roy Montgomery é preciso conhecer sua história. Ele morreu como um herói. Salvou minha vida. Sim, no passado cometeu erros pelo desconhecimento, por ser um novato e confiar em pessoas erradas. Foi ele quem me incentivou a ser detetive e ao vir trabalhar para o 12th distrito, ele se dedicou a me ensinar. O Capitão foi meu mentor, meu apoio e meu amigo. Se hoje sou uma tenente respeitada na NYPD, devo isso aos ensinamentos e às broncas dele. Brigou comigo quando precisei, me tirou da zona de conforto. Ele mais do que ninguém entende o quanto é importante solucionar o caso da minha mãe. Estou viva por causa de um arquivo de provas que Montgomery entregou ao Sr. Smith apesar de termos perdido essa vantagem hoje. Porém, talvez o maior ensinamento do meu capitão tenha sido esse, dizer que haveriam apenas batalhas e o mais importante era escolher de que lado ficar e quem estaria ao seu lado – ela sorriu ao olhar para Castle – eu escolhi e agradeço todos os dias por Montgomery ter me obrigado a aceitar Castle como minha sombra.

- Puxa, Kate. Eu não sabia. Então o capitão é nosso aliado? Isso daria uma boa história.

- Não, Nadine. Existem certas informações que precisam ficar em sigilo, pela família dele, pela polícia, pela investigação. Essa é uma daquelas histórias que não podem ser contadas ou escritas. Ela viverá na memória daqueles que realmente importam.

- Então, sou uma privilegiada por ter a escutado diretamente de você.

Eles ainda ficaram por mais meia hora discutindo os próximos passos da investigação. Despediram-se e Kate prometeu verificar quando poderiam fazer outro programa direto da NYPD. O próximo encontro era dali a dois dias.              

Na quinta-feira, no horário combinado, estavam todos reunidos no escritório. Kate estava ansiosa pelas novidades. Contava que McQuinn e Jeff tivessem encontrado algo válido. Tory já comentara que tinha novidades. Às sete horas, estavam todos reunidos para conversarem sobre as descobertas. McQuinn foi o primeiro, via telefone, pois já voltara a Washington.

- Seguimos a pista levantada por Tory do depósito na conta do senador. Realmente estava ligado a uma conta de uma das empresas de fachada do ex-senador Denver. Só que a história não acaba aí. A trilha do dinheiro veio através de outra companhia, estamos falando de uma série de débitos e créditos para mascarar a origem real do dinheiro sujo. A empresa que recebeu a grana de Vulcan é, na verdade, de um dos laranjas da lista que Jeff encontrou. Um tal de Jack Collins, empresário da indústria têxtil mas com algumas passagens por negócios escusos, já foi dono de cassino a uns cinco anos atrás, mexia com todo tipo de jogos clandestinos. Temos uma trilha para algumas outras contas da empresa, provavelmente em paraísos fiscais.

- Ótimo, continuem cavando e obtendo provas. Talvez possamos investigar e interrogar esse tal de Jack.

- Vou pedir para Tory fazer isso porque eu estou enrolado em um caso aqui no bureau.

- Sem problemas, deixe comigo. Também mexi meus pauzinhos e contatei meu amigo de faculdade que trabalha na CIA. Marquei um almoço com ele, inventei que queria uns conselhos para tentar uma vaga no grande esquema de segurança do país. Ele ficou empolgado e claro que vou querer me atualizar com a tecnologia. Na próxima reunião deve ter algo mais para contar.

- Tudo bem. Os progressos foram bons. E quanto a você, Jeff? Ainda em busca de descobrir algo sobre o software? Ah, antes que eu me esqueça. Recebemos o arquivo de Montgomery e analisamos. Claro que a maioria das informações já eram conhecidas, porém fiquei pensando. O arquivo destruído de Smith, será que realmente não haveria uma cópia dele em algum lugar?

- Kate por mais que eu torça por isso, os arquivos vieram do Capitão. Entendi que eram únicos – disse Castle – mas é claro que se Jeff conseguir achar algo seria muito bom porque metade das provas que existiam contra Bracken estavam naqueles papeis. Da mesma forma que você quer que Jeff busque pelos documentos, eu acredito que tenhamos outras formas de voltar ao passado.

- Castle, nós já falamos sobre isso. A minha resposta continua sendo a mesma.

- Tudo bem, vamos ao que Jeff descobriu, certo? – Nadine intrometeu-se para evitar maior desconforto a eles, pela forma como Kate falara, a sugestão de Castle não era algo que ela gostaria de discutir na frente deles.

- Certo, você estava certa Kate. O senador realmente instalou o tal software para teste na casa dele. Estou afirmando isso porque apenas ontem eu consegui entender um pouco dele, o que me leva a mesma conclusão que você. Tecnologia de ponta e ainda não estou muito familiarizado. Calma, não há motivos para pânico ou descrença. Estou correndo atrás para quebrar esse código-fonte. Não desisto fácil. Consegui capturar uma das câmeras da entrada da residência dele, mas ainda não decifrei o algoritmo. Chegarei lá.

- Diante de tudo que vocês me contaram, já fizemos bons progressos. Excelente trabalho, pessoal. Estou orgulhosa da dedicação de todos. Agradeço mesmo.

- Que isso, Lieutenant Beckett. É uma honra trabalhar com você novamente. Sinto sua falta no FBI, mas realmente isso aqui não era sua área, muito pouco. Você é muito maior que essa burocracia, - disse McQuinn – Tory, se precisar de ajuda sabe onde me encontrar.

- Pode deixar, McQuinn. Quero ver se trago mais sobre esse tal de Collins na próxima reunião.

- Obrigada, McQuinn e cuide dos seus casos no FBI. Essa semana está liberado. Bem, vamos recapitular o que cada um irá fazer. Tory além da pista do tal laranja, aguardo atualização do seu encontro. Castle e eu estamos enrolados com um caso no distrito, mesmo assim tentarei fazer algo diferente, pesquisar. Jeff continue brigando com o sistema de segurança, independente do tempo, esse será um dos pontos chaves da investigação. Tente contatar aquele seu amigo na NASA, talvez ele lhe ajude a entender o código. Nadine, você está livre para pesquisar o que quiser. Não poderemos ter nossa reunião na semana que vem, tenho casos no tribunal para assessorar – o celular de Beckett vibrou, era uma mensagem de Esposito – e temos mais um assassinato, Castle. Melhor pararmos por aqui.  Obrigada mais uma vez, mesmo lugar e horário na próxima semana.

- Oh, Beckett! Era para você dizer no mesmo bat canal, no meamo bat local. – ela revirou os olhos, mas os demais começaram a rir.

Eles saíram da reunao e Kate ligou para Martha avisando que iriam chegar mais tarde, pois acabavam de receber um chamado de um assassinato. Pediu para dispensar Amy e que a vó, por favor, cuidasse do neto, o que ela aceitou de bom grado. Antes de chegarem à cena do crime, Castle sugeriu pararem em uma cafeteria pelo menos para comerem brioches e tomar um café. Ela não foi contra. Ao chegarem ao local, Lanie já terminara o exame do corpo e atualizou aos dois. Acabaram voltando para o distrito e retornando para casa por volta das duas da manhã.

A semana que se seguiu foi intensa. Com dois casos complicados no distrito, eles mal tiveram tempo de fazer qualquer coisa referente ao projeto. A reunião da quinta também não trouxe mais novidades, exceto a ficha de Jack Collins que estava cheia de delitos. Seria uma festa investiga-lo, porém Beckett pediu um tempo para analisar todos os antecedentes.

As semanas passavam sem grandes novidades. Jeff conseguiu quebrar o código apenas das câmeras e ao acessar as gravações, encontrou um encontro entre o ex-senador Denver na época do atentado a Beckett. Isso era uma prova irrefutável que ele guardou a sete chaves, para mostrar ao grupo quando tivesse maiores informações. Claro que precisariam de muito mais para chegar à conclusão de que aquela visita era puramente de negócios e não um happy hour entre amigos.

As investigações esfriaram e o dia a dia do distrito parecia consumir as energias de Beckett. Faltavam poucos dias para o lançamento do livro de Storm quando Kate julgou ser uma boa hora para comunicar a Nadine que ela teria uma exclusiva. A repórter vibrou com a notícia.

Sozinha, ela continuava investigando por conta própria. A partir da ficha levantada por Tory de Jack Collins, a jornalista investigativa persistiu em buscar podres do tal empresário. Em uma semana, nada parecia fluir, o que a deixou irritada, mas não a fez desistir.

Às vésperas do lançamento, Kate mergulhou no arquivo de Jack Collins. Apesar de esperto, ele já sofrera muitas acusações. Abrira cerca de cinco empresas em intervalos de tempo diferentes. Com a ajuda de Castle, também descobriu que havia pelo menos quatro processos nas costas, infelizmente livrara-se de todos provavelemente através de um juiz corrupto, foi o pensamento de Beckett. Se ao menos eles encontrassem algo no âmbito federal que McQuinn pudesse investigar.


Barnes & Noble – 10 de abril


O evento estava marcado para às seis da tarde, mas a livraria já estava cheia de fãs do escritor. Gina combinou com eles que apesar de ter liberado a entrada de vários fotógrafos e repórteres, as entrevistas poderiam ser concedidas apenas após a exclusiva de Nadine. Martha desfilava com o neto no colo exibindo-o para todos. Kate desistiu de lutar contra a vontade da sogra.

Nadine chegou arrasando no evento. Sempre muito bem vestida, chamou a atenção dos presentes. Faltando quinze minutos para o inicio da leitura e do discurso de Castle, Gina autorizou a jornalista a gravar sua entrevista. Ela chamou o operador de câmera para se posicionar onde a editora sugerisse e se dirigiu ao camarim improvisado onde Castle e Beckett estavam para chama-los.  

Kate estava pronta para receber os fãs de Castle. Tanto que resolveu dar uma esquentada na adrenalina antes de começarem. Castle estava vestindo o blazer azul marinho quando ela o impediu. Os lábios encontraram o pescoço beijando, cheirando a pele. A peça de roupa foi parar na cadeira.

- O que você está fazendo, Kate? – mordiscando a mandíbula dele, falou.

- Apenas esquentando o clima um pouquinho – ela sorveu os lábios dele num beijo intenso ao mesmo tempo que o empurrava para a cadeira. Castle caiu sentado e mal teve tempo de se ajeitar, Kate já estava debruçada sobre ele, sentando-se nas pernas com as mãos segurando o rosto dele. Uma das mãos escapuliu sorrateiramente até o meio das calças apertando-lhe o membro, instigando. Ouviu o gemido de prazer escapando da boca. Estimulado por ela, Castle apertou-lhe o bumbum subindo as mãos sobre as costas dela até empurra-la um pouco para trás a fim de devorar-lhe o colo. Os lábios deslizaram pelo decote enquanto desfazia os botões espaçando o tecido fino da blusa de seda para ter melhor acesso aos seios dela.

Agora quem gemia era ela. A sedução que começara como uma brincadeira ganhara um tom mais intenso. Ele estava curtindo tanto o momento que entrou com toda a sede ao pote. Mordiscava a pele, sugava-lhe os seios mesmo com o tecido do soutian ainda no caminho. A intensidade do toque e dos dentes deixavam marcas na pele branca. Kate já sentia seu centro úmido, o desejo aflorava na pele. Eles tinham que se controlar ou fariam uma loucura juntos.

Batidas na porta, fizeram Kate largar do marido de supetão. O susto a fez olhar espantada para ele. Ambos estavam vermelhos, ofegantes. Levantou-se do colo dele e se olhou no espelho, a blusa aberta, o colo marcado pelos beijos e dentadas. Rapidamente, ela tentava fechar a blusa para atender a porta, as batidas continuavam.

- Kate, é a Nadine. Você está aí? Gina pediu para chama-los e começarmos a entrevista.

- Um minuto, Nadine – ela sussurrou para Castle – se arrume, rápido! – ela abotoava a blusa ainda atrapalhada, deu uma última olhada no espelho passando um pó compacto no rosto para extinguir as gotas de suor. Castle estava de costas para a porta recuperando o fôlego que foi agravado pelo susto de ser quase pego, vestia novamente o blazer e pensava em coisas ruins para acalmar a ereção formada entre as pernas. Suspirando, ela abriu a porta.

- Estamos quase... – ela estranhou o olhar de lince que Nadine a dirigia – o que foi?

- Isso é... meu Deus, Kate isso é um chupão? No seu pescoço... caramba! – os olhos arregalados da repórter fizeram Kate estremecer, ela não tinha reparado em nenhuma marca em seu corpo como era possível – é um baita chupão! Vocês estavam se agarrando aqui dentro? – e desatou a rir – quase seria um flagra! – Kate se olhou no espelho e entendeu o que ela vira.

- Nadine não tem graça. Oh meu Deus, estou marcada. Castle, por que você fez isso?

- Eu fiz? Você que começou me agarrando, me beijando falando de esquentar o clima... – Nadine que continuava rindo da situação resolveu interceder para acalmar os ânimos, afinal tinham um compromisso em menos de quinze minutos.

- Tudo bem, vocês se excederam um pouco em suas demonstrações de afeto, nada preocupante. Vamos dar um jeito nessa marca e tratar de seguir com a festa. Vem cá, Kate – Nadine pegou um pouco de maquiagem, fez Kate sentar-se na cadeira ficar quieta – posso resolver isso em dois tempos. Ah, como eu queria ter uma câmera... ia ser o flagra do ano.

- Nem pense nisso – alertou Kate.

- Mr. e Mrs. Castle foram pegos caindo de boca em pleno camarim – ela riu.

- Ah, cala a boca, Nadine – disse Kate emburrada.

- Relaxa, tenente. Estou implicando com você. E Castle? É melhor você sair e dar uma circulada na livraria, cumprimentar seus fãs e se preparar para começar o evento. Já terminaremos aqui. Vai antes que a Gina dê um piti. Acho que a nossa entrevista terá que ficar para depois – assim que Castle saiu, a repórter voltou sua atenção ao rosto e ao colo de Kate. Cinco minutos depois e tudo estava resolvido. Ela virou a cadeira onde Kate estava para que pudesse observar o resultado no espelho.

- Então?

- Nossa, Nadine. Ficou ótimo.

- Eu disse. Agora falta mais alguma coisa?

- Sim, o colar – Kate remexeu na caixinha deixada pela assistente de Gina – pronto.

- Devo dizer que você ficou muito bem com essa saia lápis. Confesso que achei que iria colocar um vestido.

- Era a primeira opção, mas optei pela saia. Não está amassada? É que eu tive, bem eu puxei a roupa para...

- Ok, não preciso dos detalhes, você está ótima. Melhor irmos para o salão está na hora do evento.

Elas deixaram o camarim improvisado e encontraram Castle conversando com a editora, os fãs já estavam a postos para ouvir o seu escritor favorito. Kate pediu licença a Nadine se dirigindo até Martha estava louca para segurar o filho nos braços. Alguns fãs se aproximaram pedindo autógrafos. Desde que ela assinara o livro inacabado de Castle, isso sempre acontecia. Segurando Alex, ela assinou os livros e sorriu agradecendo o carinho. Gina fez sinal para que ela se aproximasse. Sem alternativas, entregou o menino para Alexis. Kate acenou ao ver Jenny e Ryan na plateia.

- Kate, eu vou fazer uma pequena introdução, Rick vai falar um pouco sobre o livro e depois você se junta a ele para a leitura. Já percebi que os fãs continuam a querer seu autógrafo então ao final, nada mais justo que você também fazer o mesmo. Gina distanciou-se e subiu ao púlpito.

- Boa noite a todos. Hoje nos reunimos aqui para conhecer mais uma aventura de Derrick Storm. Esse livro tem um significado especial para todos nós. Quando lançamos Heat Blows, pensamos o pior. É verdade, pensamos que talvez aquele fosse o último livro de Richard Castle. Claro que torcíamos para ele acordar e termos nosso escritor de volta. Felizmente isso aconteceu e sabe o que foi a melhor recompensa dessa longa e difícil história? Acabamos ganhando uma escritora. Espero que se divirtam com o novo livro e aguardem, pois mais novidades virão por ai. Recebam com uma salva de palmas, o mestre do macabro. Rick Castle!

Ele caminhou em meio às palmas da platéia. Alguns assobiavam, outros gritavam. Cumprimentou Gina com um beijo e acenou para seus fãs. Como um homem que domina as palavras muito bem, não escreveu qualquer discurso. Optou por falar livremente.

- É bom estar de volta. Muito bom. Ao contrário do que você pensa, Gina, não irá se livrar tão fácil de mim – ele pegou uma cópia do livro nas mãos – esse é meu novo trabalho. Considero-o importante, tem sabor especial. Não apenas por ser um novo começo para Derrick Storm, é um recomeço para mim. Esse livro não seria possível se minha esposa, minha musa Kate Beckett não tivesse mantido viva do seu jeito a memória do escritor em meus leitores – olhou para ela que sorria, o olhar silencioso retribuía as palavras ditas por Castle - Ela que esteve sempre ao meu lado e ainda me presenteou com um lindo menino. Essa obra é uma prova de que sempre há novas historias para contar. Para o escritor, há sempre o amanhã. Agradeço imensamente a cada um dos fãs por acreditarem e continuarem comprando e lendo minhas aventuras.  É com prazer que chamo minha esposa para dividir o palco comigo nessa leitura. Damas e cavalheiros, Mrs. Kate Beckett Castle, ou simplesmente Nikki Heat.

Kate sorrindo se juntou a ele. Beijou-o e cumprimentou alegremente o público. Os flashes explodiam na direção deles.

- Boa noite, sejam bem-vindos. Prontos para uma pequena amostra da aventura de Storm? – a plateia reagiu e os dois deram inicio à leitura. De forma divertida, Castle dramatizava a sequencia onde ele e Clara passavam por maus bocados. Isso acabava tirando a concentração da leitura de Kate, o que deixava o público ainda mais satisfeito e alvoroçado com a interação e a química dos dois. Nadine acompanhava e não perdia um segundo sequer do que acontecia, gravava tudo. Quase ao final, Kate franziu a testa diante do que acabara de ler e soltou um comentário – hey! Eu conheço essa cena! Foi de um caso que trabalhamos!

- Sim, onde eu, permitam-me acrescentar, salvei sua vida – replicou Castle sorrindo.

- Não, não foi assim que aconteceu. Você não salvou minha vida. Na verdade, seu erro quase colocou nós dois em contato com a morte – as pessoas riam do jeito deles discutindo sobre o livro.

- Esse não é o ponto – olhava para ela como alguém que fosse continuar a discussão – Eu sei...Podemos voltar à leitura? As pessoas querem saber o que acontece depois que Storm livra Clara da morte... – ela olhou para a plateia que se divertia com a briguinha interna dos dois. Sorriu e mordiscou os lábios.

- Se querem saber o que acontece, compre o livro certo? Eu estou viva então...

- Quer parar de dar spoilers? – Castle ralhou com ela em tom de brincadeira – ela tem razão. Adquiram suas cópias e terei o maior prazer em autografa-los para vocês.  Gina subiu ao palco agradecendo aos dois.

- Vocês ouviram o escritor. Aposto que ficaram curiosos depois dessa pequena demosntração de afeto desses dois, não? Fiquem à vontade para desfrutar de um pouco de salgadinhos e bebidas. Para aqueles que queiram o autógrafo, façam uma fila à esquerda na frente da mesa onde Castle e Kate irão autogravar os livros, ok? A sessão terá duas horas. Obrigada.

Castle e Kate autografaram uma quantidade imensa de livros. Eles sorriam, conversavam com os fãs, tiravam fotos. Tudo na maior alegria. Alguns fãs trouxeram outras obras para serem assinadas por eles. Gina estava satisfeita com o resultado do evento. Mais de trezentas cópias foram vendidas apenas durante o período em que o escritor sentara para fazer as honras dos autógrafos. Segundo a gerente da livraria, também receberam muitos pedidos online, mas ainda não tinham apurado os números. Sorrindo, a editora aproximou-se de Nadine.

- Você já os entrevistou? Posso abrir a oportunidade para os demais jornalistas presentes?

- Não fiz a entrevista ainda. Eles se atrasaram nos camarins. Estou esperando o momento final dos autógrafos para trazê-los à frente da câmera. Posso filma-los ali mesmo naquela mesa, certo?

- Certo. Apenas não demore muito. Se quer a exclusiva, se apresse – Nadine pegou uma cópia da obra de Castle e sabendo que a sessão estava terminando, entrou na fila. Havia três pessoas antes dela. Fez sinal para o operador de câmera aproximar-se. Quando chegou a vez dela, Kate estava sorvendo um pouco do café colocado na caneca quentinha a sua frente.

- Podem autografar minha cópia? – Nadine sorria para eles – os dois.

- Claro, Nadine. Será um prazer – disse Castle já assinando na página de abertura. Kate pegou o livro das mãos dele e abriu-o na página da dedicatória, assim escreveu “Para Nadine, da amiga” e assinou.

- Bela dedicatória.

- É tudo verdade – disse Castle.

- Vamos à entrevista? Gina já me deu uma bronca porque não fiz isso antes. Claro que não ia contar o real motivo porque os pombinhos não me concederam seu tempo – Kate fez menção de falar algo, mas a repórter a impediu – antes que você comece a me questionar sobre os assuntos que serão abordados, quero deixar claro que irei me ater a história do livro, a volta de Castle ao mundo literário e como anda a vida da tenente. Tudo fará parte do nosso disfarce como combinado. Posso começar?

Nesse instante o celular de Kate tocou. Ela olha para o visor. McQuinn.

- Tenho que atender, Nadine. Só um minuto, por favor, é o McQuinn – ela levantou o indicador como um sinal de alerta para a repórter – olá, McQuinn. Como vão as coisas? – ela ouvia atentamente as notícias que o agente passava para ela, sorria e tirava brincadeiras com o colega – isso é ótimo. Claro que podemos assisti-lo nessa investigação. Quando você chega? – novo silêncio até que ela tornou a falar – tudo bem, espero você no mesmo lugar – ele comentou algo e ela riu de novo – tá bom, prometo. Um beijo e faça boa viagem. Ela desligou o celular e percebeu o olhar curioso de Castle e Nadine.

- Desembucha, Kate – a repórter se antecipou.

- McQuinn está vindo para New York amanhã. Tem um caso no qual quer nossa ajuda, Castle. Irá apresenta-lo a Gates. E, também deve passar duas semanas em Manhattan. Uma com o caso e outra, bem, vocês sabem. Ele tem novidades já me comentou um pouco, mas não posso falar aqui. Fica para a semana que vem. Ah, ele pediu para autografarmos uma cópia do livro e levar na próxima reunião – fitou Nadine – ele é fã de Castle. 

- Ah, isso não é justo. Você vai contar para o Castle assim que chegar em casa – Nadine fez uma cara emburrada porém teve uma ideia – já sei! Vamos todos depois desse evento comemorar no Old Haunt!

- Poderíamos fazer isso, mas seria para realmente comemorar com nossos amigos mais próximos e com a família. Hoje não é dia de ficar investigando, Nadine. Hoje é o dia do Castle, sua volta ao ambiente da literatura e falando nisso, você não tem uma entrevista para fazer?

- Você é má, Kate Beckett. Muito má.

- Também gosto muito de você, Nadine – disse Kate rindo. A repórter se arrumou e fazendo sinal para o seu parceiro de câmera, iniciou a entrevista.

- Ele é Rick Castle. Autor de vários Best-sellers em muitos anos. Criador da série Heat, inspirada na Lieutenant Kate Beckett, hoje sua esposa. Castle após passar por uma situação delicada está de volta com a personagem que o fez famoso. Derrick Storm. Então, Castle como você se sente ao trazer seu herói de volta à ativa?  

- É muito bom. Poder retomar a escrita após tudo o que passei é gratificante. De certa forma, não fui esquecido. Kate me representou bem. Eu só tenho a agradecer aos fãs e a imprensa que acreditaram e apoiaram-na.

- E com quase um ano sem um novo título, agora que você voltou, o que podemos esperar para frente? Os fãs realmente estão ansiosos para saber da série Heat. Sua editora mencionou que escreverão a continuação a quatro mãos. Pode nos contar sobre isso?

- Wow! Quase um ano, já faz tanto tempo assim? – ele estava um tanto surpreso – parece que foi ontem.

- Basta olhar para o seu filho, ele já está crescido – disse Nadine.

- É verdade. Voltar é sempre bom, optei por escrever essa aventura de Storm para ganhar ritmo novamente e também dar um tempo para Kate. Entre a maternidade e suas novas funções na NYPD, não sobra muito tempo para escrever. Depois do que aconteceu, nós dois merecíamos encontrar nosso próprio tempo, devagar. Quanto à série Heat, você quer falar, amor?

- Tudo bem. Estamos começando a trabalhar na próxima trama. Já temos alguns esboços, mas como Castle já disse, leva tempo.

- Pelo que vimos ali naquela pequena demonstração durante a leitura, não deve faltar ideias dado o número de casos que já solucionaram juntos. Tem ideia de quantos, Kate?

- Ah, você tem razão. São muitos casos, muitas ideias. Quantos você acha, Cas? – ela olhou para ele com um jeito meigo, algo que seria capiturado facilmente na câmera. Durante toda a entrevista, eles não deixaram de se olhar ou tocar, na verdade mantinham as mãos entrelaçadas – sei que são mais de cem.

- Talvez estejamos beirando os duzentos, não?

- Por aí, se não tivéssemos parado por mais de seis meses. Enfim, as ideias estão cozinhando, não temos uma data ainda.

- Isso, pedimos aos fãs paciência – completou Castle.

- Falando em casos, como vai seu trabalho no 12th distrito?

- Muito bom. Como Lieutenant eu estou aprendendo muito com minha capitã, Victoria Gates e amando cada momento. Eu gosto da homicídios e foi um prazer voltar para NYPD. Você devia aparecer por lá, vamos providenciar isso não, Castle?

- Eu adoraria. Minha última pergunta. Castle, você tinha algum arrependimento por ter matado Derrick Storm a alguns anos atrás? Foi por isso que você resolveu trazê-lo de volta? 

- Não, de jeito nenhum. Não era interessante escrever sobre Storm fazia algum tempo. Eu o ressuscitei por causa de uma fã, sua fã número um – ele tornou a fitar Kate sorrindo.

- Obrigada. O livro está à venda em todas as livrarias do país e também online. O autor é Rick Castle e foi um prazer conversar com ele e sua esposa, Katherine Beckett. Sou Nadine Furst, direto da Barnes & Noble para a ABC.

Assim que o operador de câmera apagou a luz, Nadine sorriu vitoriosa.

- Ficou ótimo. Adorei o jeito de vocês na câmera. Vai ajudar muito nosso plano. Acho que vou deixa-los curtir um momento à sós, vou atrás de champagne. – ela já se distanciava deles quando virou-se - Ah! Quase esqueci! Também tenho novidades, mas vocês terão que esperar até a próxima quinta – Kate abriu a boca meio surpresa, mas não conseguiu emitir um som, Castle acariciou a perna dela e completou a isca da repórter.

- Esperaremos e Nadine? Kate não estava brincando quando disse para nos reunirmos no Old Haunt e celebrar. Você é nossa amiga.

- Obrigada, Castle – saiu rindo porque a expressão de Kate valia cada segundo da implicância que jogara para ela.
Castle deu mais algumas entrevistas e tirou fotos até Gina dar por encerrado o evento. Despediram-se das pessoas do staff, agradeceram o apoio da livraria e seguiram para o bar a fim de comemorar. Além deles, Alexis e Martha, juntaram-se a eles Ryan, Jenny, Esposito que aparecera depois e Lanie. Nadine chegou uma hora depois, havia passado na redação para editar a entrevista e coloca-la no ar ainda na edição das nove do dia seguinte. Risos, conversas, brindes, fora uma noite bem divertida.

De volta ao loft, Kate dedicou-se a passar um tempo com o filho. Sentando na poltrona onde antes amamentou muitas vezes o menino, ela o acalentava rente ao peito, beijando a cabeça dele, cantava melodias para que ele dormisse.

- Somewhere over the rainbow, way up high there’s a land where I heard of once in a lullaby. Somewhere over the rainbow, skies are blue and the dream that we used to dream really do come true. If little blue birds fly over the rainbow, why, oh, why can’t I?  

Castle a observava escorado na porta, sorrindo ao ouvir o doce som da voz de Kate. Ela se levantou cuidadosamente para colocar Alex de volta ao berço. Ele dormira bem rápido. Ao virar-se, percebeu que ele a fitava. Caminhou até onde ele estava e envolveu o pescoço dele, beijando-o rapidamente nos lábios.

- Estava aí há muito tempo?

- Um pouquinho. O suficiente para admira-la ao cantar. Imaginei que estava aqui quando não a encontrei no quarto.

- Ele logo irá fazer um ano, Cas. O tempo realmente voa. Falando em tempo, estávamos tão enrolados com os dois casos na outra semana que mal comemoramos seu aniversário, percebeu?

- Passamos a madrugada investigando um assassinato. Funciona para mim.

- Não, você merece uma comemoração adequada. Que tal aproveitarmos o lançamento do seu livro e festejar tudo junto. Uma escapada aos Hamptons também não faria mal.

- Gosto da ideia, podemos começar logo a fazer uma prévia dessa festa? – ele começou a desabotoar a camisa de seda que ela ainda vestia, beijando-lhe os lábios – a amostra do camarim foi interessante...

- O que está esperando? – e o empurrou na direção do quarto com a blusa aberta expondo o soutian.     

Na noite seguinte, a entrevista de Nadine fora ao ar no noticiário das nove. Nadine fez questão de comentar como havia sido o evento e o quão simpáticos os entrevistados foram.

- Para dizer o mínimo, eles são um casal exemplar. Os verdadeiros queridinhos de Manhattan. A melhor tenente da NYPD e seu escritor que já está novamente no topo da lista dos mais vendidos do New York Times. Parabéns a Richard Castle. Aproveitem a entrevista e se tiverem perguntas mandem para o meu twitter, quem sabe eu não consiga uma resposta para vocês?

Em Washington, alguém também estava bastante interessado naquela entrevista. Sentado em seu sofá de frente para a TV de 50” com um copo de whisky nas mãos, o senador Bracken examinava os entrevistados, especialmente a tenente. Essa repórter era realmente interessante, tinha toda aquela vivacidade de jornalista que caça o furo até o limite e o ultrapassa. Apenas de olhar para ela, lembrava-se da sua inimiga. Tinham perfis parecidos. Felizmente, as declarações dadas por Kate Beckett eram tranquilas. Parece que a tenente resolveu acatar seus conselhos enfim. Talvez o casamento e o filho tenham feito bem a ela. Não precisava se preocupar, ao menos por enquanto. Porém, era sempre bom manter uma certa vigilância, pessoas como ela não mudam da noite para o dia.


XXXXXX


McQuinn apareceu no distrito cedo para conversar com a Capitã Gates. O caso que investigava tivera uma testemunha morta na sua jurisdição, portanto precisava da ajuda dos seus detetives para descobrir o assassino e conecta-lo ao caso do FBI. Por conhecer o trabalho que o agente fizera juntamente com a sua tenente, Gates designou que Beckett o assistisse nesse caso sem ao menos McQuinn pedir, o que era um ótimo sinal. A tenente também recrutou Ryan e Esposito para trabalhar na equipe que fechou com a participação de Castle.  Após colocar todos a par do caso, começaram a trabalhar. O desenrolar da história foi bem produtivo. Levaram quatro dias para fecharem o caso e conecta-lo a linha de tempo do caso em Washington. O resulltado foi bem recebido pelo chefe de McQuinn. 

Terminado o caso, eles voltaram a se reunir no Old Haunt. Kate tinha se mantido calada sobre o que andara investigando sobre o tal Jack Collins. Aguardou os demais contarem o que acharam.

- Então, bom poder estar por aqui novamente. Tenho boas novidades. Andei vasculhando o passado do Sr.Jack Collins e não só o rapaz é enrolado como temos várias formas de montar um caso no FBI para ele. As contas já decifradas por Tory na semana passada incluem ilhas Caymãs e Suiça. Além disso, descobri outro depósito na conta do senador Bracken feita pela empresa de Martin Reynolds que também recebia o dinheiro das drogas. Ele está na nossa lista.

- O que realmente precisamos para abrir o processo?

- Considerando algumas sonegações de impostos, o cassino clandestino nos arredores de Washington que certamente envolveu as drogas e as doações para o senador, acredito que a mídia.

- Ele é dono de indústria têxtil, andei pesquisando também e descobrir que ele é adepto ao trabalho infantil – declarou Beckett.

- Pelo visto todos andamos vasculhando a vida de Collins, descobri o mesmo que você, Kate. Se quiserem posso colocar o show no horário nobre. Será bem interessante. Devido à posição do empresário, será considerado um furo. É só me dizer que topam e coletarem todos os dados para que eu monte a reportagem. Então, Kate, vamos dar uma agitada na vida de Collins?

- McQuinn é possível gerir esse caso com o apoio da NYPD? Porque isso seria uma forma de aperta-lo contra a parede sob os olhos da lei.

- Com o tanto de coisas suspeitas? Será fácil. Ele mora em New York, o que dá jurisdição a NYPD só que você trabalha na divisão de homicídios como vai investigar o histórico de Collins sobre fraude? Não achei nenhum assassinato na ficha dele. Você achou? Nadine?

- Não – respondeu Nadine – mas você não pode fazer um pedido para ela lhe assessorar? Alegando a maneira como os detetives da NYPD geralmente não gostam de ser atacados, por assim dizer, pelos federais?

- Nadine, esse é um excelente ponto – exclamou Kate.

- E correto. Os detetives de New York realmente odeiam a intervenção dos federais – afirmou Castle – e eu também. Não a sua – ele corrigiu olhando para McQuinn.

- Tory , tem novidades? Como anda seus encontros com o carinha da CIA? Descobriu algo?

- Está me levando em banho maria. Eu não queria ter que apelar, mas acho que vou seguir para o próximo estagio do plano. Dormir com ele. Assim posso garantir acesso a casa dele e quem sabe ao seu notebook.

- Não é arriscado? – perguntou Nadine.

- Nada que algumas garrafas de vinho e uns tranquilizantes não ajudem. Calma, pessoal. Não irei aplicar um “boa noite Cinderela” somente deixa-lo apagado por algumas horas. Confiem em mim.

- Garota ousada, hein? Gostei! – Nadine estava se divertindo com o plano de Tory. Jeff foi o próximo a falar.

- Consegui acesso às imagens da câmera do senador. Eu mesmo já chequei a data, vejam o vídeo – Jeff apertou o play e o vídeo de segurança foi mostrado no telão – vejam a data no canto superior esquerdo. Ali está o ex-senador Denver entrando na casa, sendo recebido pelo Bracken mesmo. Parece bem nervoso. Notem a hora, oito e trinta da noite. Agora, vou passar um pouco. Aqui está Denver deixando o local. Dez da noite.

- Ele está apavorado, não? – disse Castle – a data... Kate você estava internada em Washington, não?

- Sim, foi nessa madrugada que Denver.... – Jeff a cortou.

- Esteve no hospital. Aqui está a câmera de segurança que anexamos à nossa investigação. Já passava de meia-noite quando ele resolveu checar se você sobreviveria.

- Temos outros encontros? Você conseguiu algo mais do sistema? – perguntou Beckett ansiosa.

- Não. Pelo menos não ainda. Continuarei tentando. Os vídeos estão salvos. Fazem parte da investigação agora.

- O problema é que são evidências pobres. Não há áudio. Tudo isso pode parecer apenas uma visita a um amigo, um happy hour – Beckett andava de um lado a outro.

- Não, Kate. Isso parecerá suspeito quando colocado na linha do tempo. Exatamente naquele dia você gravou as declarações de Denver, seu capanga quase a matou e ele vai visitar o amigo para deabafar, o mesmo cara que não queria estar envolvido em nada e até salvou sua vida. Sozinho, o vídeo não diz nada, é verdade. Mas, se conseguirmos outras provas, ele pesará.

- Castle tem razão. É um dado importante.

- Tudo bem. Acho que já sabemos quaiis são nossas próximas ações. Jeff continue correndo atrás do software. McQuinn e Tory, vou enviar a vocês tudo o que descobri de Jack Collins, Nadine faça o mesmo. Você pode adiantar o material do caso para quando a mídia alertar toda New York, o FBI queira o caso para ontem. E Tory, faça o que achar melhor sobre seu amiguinho da CIA, apenas tome cuidado. Acredito que finalmente temos uma boa pista para seguir e tentar encontrar algo contra o senador.

- E quanto à reportagem? – Nadine fitou-a. Kate sentou-se na cadeira e passou a mão no rosto. Ficou olhando para o nada com a mão apoiada ao queixo. A repórter fez menção de falar algo, mas foi interrompida por Castle que balançando a cabeça negativamente, orientou a jornalista a não falar nada com o indicador entre os lábios. Ele sabia que ela estava pensando sobre o melhor a fazer.

- Pessoal, estão dispensados. Podem me dar um minuto com Nadine?

- Jeff, me espere lá em cima. Ficaram apenas os três.

- Você acredita que podemos fazer isso numa boa? Seu chefe vai engolir como um furo?

- Tenho certeza. Basta eu colocar a história da maneira certa. Não tem erro. Confie em mim. Quando você quer que vá ao ar? Posso fazer acontecer amanhã.

- Não, amanhã é sexta. Não podemos dar o final de semana para o cara se arrumar e desaparecer. Precisamos do elemento surpresa. Melhor durante a semana. Você sabe que terá que procura-lo antes de McQuinn para uma declaração. Eu também gostaria de dar uma olhada no seu texto. Temos que ser bem cuidadosos com isso.

- Kate a jornalista aqui sou eu. Sei como criar uma boa reportagem para fazer isso parecer um caso isolado.

- Nadine, eu sou a policial e acredite, nem por um segundo Bracken vai achar que isso é um caso isolado. Façamos assim, você e Jeff vem passar o final de semana conosco nos Hamptons, relaxamos e trabalhamos na reportagem. Garanto que comigo e Castle assessorando você, será bem fácil.

- Eu e Jeff? Hamptons? Por que eu e Jeff? – Nadine estava espantada.  

- Por favor, Nadine. Não subestime minha inteligência. Sou investigadora acima de tudo. Vocês se pegam sim e há bastante tempo, talvez desde a faculdade.

- Como você descobriu? Nós somos discretos e sem vínculos e...

- Nadine, esconder sentimentos é uma arte. Eu e Kate somos mestres nela. Quando você faz isso por um tempo, percebe facilmente outros que lutam com o mesmo problema. Não se preocupe, seu segredo está seguro conosco.

- Obrigada, mas não posso aceitar o convite. Jeff não gosta dessas coisas. Ele é recluso, ficaria louco se soubesse que vocês desconfiam que dirá saber. Se quiserem trabalhar amanhã, estou à disposição.

- Tudo bem, amanhã depois das cinco. Encontre-nos aqui – Nadine se levantou, despediu-se deles e quando estava prestes a subir as escadas, Kate fez questão de colocar a pulguinha atrás da orelha – Nadine, tem certeza que o problema é o Jeff? Suspirando, a repórter subiu as escadas xingando mentalmente. Droga, Kate!

- Você foi bem direta com ela.

- Está meio óbvio que esses dois precisam de um empurrãozinho, especialmente Nadine. Estou com fome, tem algo para comer nesse bar ou vamos para casa?

- Tenho um chef exatamente para essas ocasiões – eles subiam as escadas de mãos dadas – você estava falando sério sobre os Hamptons?

- Estava pensando... ainda não comemoramos seu aniversário... – com uma cara sacana ela sorriu para ele.


- Partimos sábado bem cedo. 


Continua....

Um comentário:

Unknown disse...

Sinto cheiro de angust e se ni or!!!!!
Citar o Montgomery é tão lindo e triste ao mesmo tempo,saudades!
Nadine sempre chega nos momentos mais inapropriados ou ñ =p
ajudou a katie a esconder o chupão,isso que é amiga,pq ñ tive essa sorte.
Maaaaas,nada se compara a Kate provocando a Nadine com o boy magia,perdi a amizade mas ñ a piada adoooooroamo!!!!!
Respirando fundo e esperando o proximo cap.