Nota da Autora: Esse capitulo não tem fortes reviravoltas, é uma preparação para as próximas etapas. Mas tem momentos bacanas também. Espero que eu tenha forças para escrever um novo cap na outra semana dps de tantas emoções que estão por vir.... divirtam-se!
Cap.26
Foram quase
quatro horas de julgamento. O advogado de defesa começou com toda a pompa e
segurança retaliando, questionando e protestando o quanto pudesse. Chegou a
achar que ganharia a causa pelo seu cliente facilmente, até o momento que a
principal testemunha de acusação sentou no banco. A promotora deu um show
graças as argumentações montadas por Beckett. Ao deixar o fórum, ela estava
cansada, com fome e desejando um café. Satisfeita com o resultado e os
cumprimentos da Dr. Robbins, seguiu pela rua em busca de uma cafeteria. Na
fila, ligou para Castle.
- Onde você
está?
- Hey... pelo
menos diga algo como “olá, meu amor, tudo bem?” eu estou ótimo, obrigado por
perguntar. E respondendo a sua pergunta, estou em casa.
- Desculpe,
estou com fome e sem café.
- Como foi o
julgamento? Ganhamos?
- Sim, mais um
criminoso atrás das grades. Nadine me ligou queria que me encontrasse com Jeff
hoje, só podemos depois do expediente. Você pode ir para o distrito assim
seguimos juntos.
- Farei
melhor. Levarei um bom almoço e café para você. Também tenho boas notícias, a
nova aventura de Derrick Storm foi aprovada. Entrará em produção na próxima
semana. Gina quer lança-lo em, no máximo, dois meses o que dá um certo fôlego para nossa
aventura de Heat.
- Isso é bom.
Se Jeff provar ser tudo o que imaginamos, nosso dia terá sido um sucesso. Vou
esperar meu almoço. Promete que não demora?
- Prometo.
Vinte minutos
depois, Beckett estava comendo na mini copa. Castle trouxera comida chinesa e
um latte especial do jeitinho que ela gostava com essência de baunilha
caprichada. Ele a observava degustar um dos seus pratos favoritos com prazer.
Tomando um pouco do café, ela fechou os olhos para contemplar o sabor
delicioso. Ao abri-los sorriu.
- Acho que te
devo muito mais do que desculpas. Pode me cobrar mais tarde.
- Bom saber –
ele estendeu a mão para toca-la – você está ansiosa, é perceptível. Precisamos
nos ocupar com algo e esquecer por algumas horas o que teremos pela frente.
- É, eu sei.
Está tão claro assim? – perguntou Beckett quebrando o biscoitinho da sorte – “A
vida tratá coisas boas se tiveres paciência”. Bem apropriado, não acha?
- Para mim que
conheço cada gesto seu, sim. Tome cuidado para que outros não desconfiem. Esses
chineses devem ser bruxos se você pensar bem isso já aconteceu conosco.
Precisei de muita paciência para finalmente ter você. Para sua informação,
valeu cada minuto – foi a vez dela apertar a mão do homem a sua frente – vamos
ver se encontro algo produtivo para fazer antes de encontrarmos Nadine. Quando
chegou a sua mesa, porém, Gates vem ao seu encontro.
- Lieutenant
Beckett, pode vir à minha sala um minuto?
- Claro,
senhora – respondeu trocando um olhar com Castle que entendeu a deixa para
arrumar o que fazer. Resolveu perturbar os rapazes.
À portas fechadas, Gates
fez sinal para ela se sentar. Beckett já imaginava qual o assunto dessa
conversa. Provavelmente, a capitã queria ouvir o relato sobre o julgamento
ocorrido mais cedo e o ponto de vista dela.
- Recebi a
ligação da Dr. Robbins sobre o resultado da manhã de hoje. Vencenos o caso, o
que é muito bom para a NYPD e nossas estatísticas afinal, se o Comandante está
feliz, eu estou feliz o que torna nosso trabalho muito mais fácil. Tenho
certeza que você concorda comigo tenente. Independente do julgamento positivo,
quero ouvir suas impressões. Como foi trabalhar nessa argumentação?
- Senhora não
vou negar que cansativo embora estimulante. Algumas vezes tropecei, mas com
apenas dois dias posso dizer que o resultado foi muito bom. O caso em si não deixava
dúvidas, não havia brechas. E a forma como a promotora conduziu a acusação
ficou muito claro qual seria o posicionamento do juiz.
- Reconheço
que foi pouco tempo. O que apenas reforça o que vou dizer a você, Kate.
Excelente trabalho. Claro, não é a primeira vez que falo isso. estou me
sentindo inclusive repetitiva por isso dessa vez vou direto ao ponto. Em poucos
meses como tenente, você já provou o quanto merecia essa promoção. As suas
assessorias à promotoria foram recebidas com muito entusiasmo, sua competência
reconhecida por pessoas de fora desse distrito e mais importante, sem deixar de
atuar nas investigações e manter o nível de casos soluciados em linha. O que
quero dizer, Kate, sem rodeios é que sua carreira na NYPD será, se assim
desejar, meteórica. Você tem as habilidades, a inteligência e sagacidade. Minha
última descoberta foi a veia do Direito. Ela está em você. Tem noção disso?
- Cresci numa
família de advogados, senhora. É difícil não possuir uma noção de como tudo
funciona.
- É exatamente
nesse ponto que quero focar. Você pode fazer carreira na polícia e fora dela se
quiser. Pelo seu currículo, sei que fez pre-law então sugiro que você volte à
faculdade de Direito. Isso pode lhe abrir portas. Eu venho de uma família de
policiais, tenente. Gosto do que faço, está no sangue. Talvez esse seja o
motivo de enxergar um pouco além. Você é uma das melhores investigadoras que já
tive prazer em trabalhar, quando reconheço é porque há algo de especial. Faça a
faculdade, invista em você. Quero que pense em mim como alguém disposta a
apoia-la. Sei reconhecer meus iguais, Kate. Porém, hoje posso dizer que
encontrei alguém que me superou.
- Senhora, eu
não sei o que dizer, ou melhor, obrigada. Sinto-me lisonjeada por suas
palavras.
- No entanto...
– Gates replicou.
- Capitã,
desde a primeira vez que a senhora mencionou a possibilidade de voltar a cursar
Direito, eu encarei como um conselho. À medida que fui desenvolvendo esses
trabalhos junto a promotoria percebi que tenho aptidão para trabalhar as leis
em prol da justiça, não que prefira isso às investigações de assassinato.
Pensei bastante sobre o caso e a conclusão que cheguei é que não é o momento.
Voltar à faculdade agora é mais complicado com um bebê e Castle. Tenho outras
prioridades.
- Kate tenho
certeza que o Sr.Castle a apoiaria.
- Eu também,
mas não é somente por ele, é por mim e Alex. Ele ainda nem anda. Entenda que
não estou contra a sua ideia, apenas preciso de mais tempo. Quando Alex for
para a creche ou escola, eu voltaria a estudar. Seria o melhor momento.
- Entendo
você. Como mãe, sei perfeitamente o que
a preocupa. Você é uma mulher inteligente e de palavra, sei que vai levar isso
adiante. De qualquer forma, estou muito satisfeita com seu desempenho e posso
lhe garantir que a vejo sentando nessa cadeira, como minha sucessora bem antes
do que você imagina. Excelente trabalho, Lieutenant Beckett. Pode ir.
- Obrigada,
senhora.
Ao chegar em
sua mesa, Kate Beckett estava pensativa, pela primeira vez ela realmente
considerava a sugestão da sua Capitã. Das outras vezes, apenas fazia o jogo de
concordância porém, dessa vez era diferente. Não que ela quisesse o lugar de
Gates, pensava em sua carreira e na sua mãe, uma excelente advogada. Castle
estava sentado em sua cadeira cativa mexendo no celular.
- O que a
Capitã queria?
- Falar sobre
o caso do tribunal, saber minha opinião.
- Como assim?
Você não me disse que ganharam a causa? Então por que quer sua opinião?
- Apenas para
saber a minha visão quanto ao resultado, nada demais - em algum momento
apropriado falaria desse assunto como ele merecia ser tratado com Castle – vou
ligar para Nadine. Falta apenas meia hora para sairmos daqui e algo me diz que
ela irá nos levar em algum lugar bem escondido. Essa fonte dela parece ser alguém
um pouco paranóico.
- Por que diz
isso?
- Sei lá, tive
essa impressão principalmente quando ela me ligou hoje de manhã, como se eu
precisasse me dispor ao horário do cara, como se ele desse as cartas. Espero
estar errada e tudo não passar de uma precaução exagerada – o celular de Nadine
tocou umas três vezes antes dela atender – Nadine, é Kate. Está tudo certo para
daqui a pouco? – a conversa com a jornalista fluiu numa boa. Castle ficara de
pé encostando seu ouvido ao celular de Beckett para prestar atenção a conversa
já que a mesma não podia ser feita em viva voz. Após desligar, ela olhou para
Castle – é isso. Resta-nos esperar. Quer café? Vou buscar e então arrumamos as
coisas para sair.
- Vou com você
até a copa.
Terminado o
café, Beckett voltou à sua mesa. Estava arrumando seus pertences quando reparou
na foto isolada no quadro branco. Era uma página retirada de uma revista, nela
Castle e Beckett de mãos dadas deixavam o teatro e na outra eles estavam se
beijando. A legenda abaixo
dizia: “Mr. and Mrs. Castle enjoying Broadway. Looks like things heat up for
the writer and his muse”. Só podia ser obra dos rapazes.
- Espo? Pare
de bancar o engraçadinho porque a piada, como pode ver, não fez efeito. Não
estou rindo. Quer fazer o favor de retirar isso do quadro. A foto não é assunto
da NYPD, muito menos prova de algum assassinato que estejamos investigando.
- Quem disse
que fui eu? Isso veio de revista de fofocas. O tipo de leitura do Ryan – Castle
que se aproximava naquele instante olhou para o quadro e sorriu. Ryan vinha
atrás dele.
- Nossa, como
ficamos bem. Excelente noite, não gorgeous? E as coisas realmente esquentaram
naquela noite – o sorrisinho maroto dele e os olhares de deboche trocados entre
Esposito e Ryan a fez revirar os olhos.
- Cala a boca,
Castle. E vocês dois, tratem de sumir com isso.
- Sério,
Beckett como foi o musical? Estou querendo levar Jenny para assistir mas é
muito difícil conseguir lugares bons. Tem que estar sempre de olho.
- Não disse
que era coisa do Ryan? Revistas de fofocas e musicais só ele mesmo – zombou
Espo.
- Hey! Eu
apenas mostrei a foto, foi você que a arrancou e colocou no quadro.
- Como se eu
não soubesse – porém, foi Castle quem tirou a foto do quadro e entregou a Ryan
– chega por hoje. Boa noite para vocês. Vamos, Castle – juntos caminharam em
direção ao elevador deixando os rapazes rindo da reação dela. Nadine combinara
de encontrar com eles no café da esquina do distrito por volta das sete da
noite. Eles estavam meia hora adiantados,. Kate ligou para casa pedindo a Amy
que ficasse por mais algumas horas, mas Alexis estava em casa e se ofereceu
para cuidar do irmão. Dois copos de café depois e nada da jornalista chegar.
Kate já estava ficando impaciente.
- Cadê a
Nadine?
- Deve estar a
caminho. Ainda faltam cinco minutos da hora acordada, estamos adiantados, Kate.
Tenha um pouco de paciência – ele tocava a mão dela sobre a mesa, depois
trouxe-a até seus lábios – sei que está ansiosa, logo saberemos a dimensão do
que teremos em mãos com as informações coletadas por Nadine e seu informante, o
tal do Jeff – mal terminara de falar, ela surge na porta do café. Avistou de
cara os dois e aproximou-se.
- Olá, Kate,
Castle. Consegui fugir do engarrafamento. Estou louca por um café gelado.
Preciso somente de uns minutinhos – largou a bolsa na cadeira ao lado de Kate
apenas com a carteira na mão, seguiu para o balcão. Eles entreolharam-se e Castle deu de ombros. Nadine retornou
para junto deles. Sentou-se ao lado de Kate e sorveu o café cheio de chantilly
– finalmente. Passei a tarde desejando um bom frappuccino.
- Para onde
vamos? – perguntou Kate.
- Vamos para o East side, Low Manhattan. Vocês
vão comigo e depois os deixo em casa. O seu carro pode ficar no distrito não?
- Pode, mas
por que não seguimos você?
- Evitamos
transito e torna tudo mais fácil. Jeff conhece meu carro – sugando o canudo uma
última vez, ela largou o copo – vamos?
Eles deixaram
o café e seguiram Nadine até o carro. Dirigiram por cerca de meia hora até
chegar ao East side devido ao tráfego. Kate reparou que Nadine entrava e saía
de várias ruas, a sensação era de que estavam em um labirinto. Será que ela
estava querendo despistar quanto ao local onde Jeff se escondia? Logo obteve
sua resposta. Nadine parou o seu carro em frente a um portão negro. A casa
tinha um muro muito alto e do lado de fora via-se apenas um interfone com um
display de sete polegadas.
- Chegamos –
disse Nadine abrindo a porta do carro – vou avisa-lo que estamos aqui – pegou o
celular e começou a digitar.
- Pensei que
ia usar o interfone – disse Castle.
- Jeff e eu
temos nosso método. É mais fácil. Viu? A porta já está aberta podemos entrar –
Kate empurrou a porta que se abriu diante deles mostrando uma escada lateral a
uns dez metros, Nadine tomou a frente guiando os demais. Após subir, um homem
moreno, careca de óculos e grandes olhos verdes esperava por eles. Tinha um
sorriso fácil,bonito. Kate reparou que ele era esbelto e definido além de
possuir tatuagens nos braços. Pelo olhar que trocara com Nadine, ela apostava
seu distintivo se a jornalista não desse uns amassos de vez em quando nele,
seria uma espécie de companheiro casual, mas deixaria para questiona-la quando
estivessem sozinhas.
- Olá, Nad...
– Castle e Beckett se entreolharam. Definitivamente se pegavam, pensou Kate.
- Oi, Jeff.
Aqui estamos, conheça Rick Castle o escritor e parceiro da Lieutenant Kate
Beckett. Não se preocupe, eles são pessoas completamente confiáveis.
- Você é o
escritor de Storm – Jeff esticou a mão para cumprimenta-lo – gosto muito dos
seus livros. Ah! Nadine eu pensei que não íamos envolver a polícia, combinamos
isso – virou-se para fitar a tenente relutante.
- Beckett é
uma das melhores da NYPD porém, está aqui como uma cidadã comum buscando
justiça. Baixe a guarda, Jeff. Ele afastou-se um pouco para dar espaço para
adentrarem e sentarem-se. Passava as mãos nos cabelos avaliando a situação.
Resolveu abrir o jogo.
- Tenente, vou
ser direto. Meu passado e minhas atividades não são bem vistas aos olhos da
lei. Não gosto de polícia. Temos muitos oficiais bitolados que não entendem a
real necessidade de solucionar crimes e prender bandidos. Sou um hacker, ganho
a vida invadindo a internet, quebrando códigos e sites porque acredito em expor
a verdade. Antes de me formar, recebi um convite para ir cursar a academia do
FBI. Eles me queriam no laboratório para trabalhar com segurança. Não aceitei.
Acho que os federais são boçais, acreditam que tem o mundo ao seus pés mas
muitas vezes não são capazes de resolver um crime sem a ajuda de um bom
detetive ou do geek da informática. Prefiro trabalhar por conta própria com
jornalistas e fazendo meus games – sentou-se na frente de Beckett antes de
continuar – qualquer policial que investigasse meu passado encontraria crimes,
hoje nãso mais porque sei me esconder. Preciso saber se estou entrando numa
fria e posso acabar atrás das grades. Em caso positivo, acabamos por aqui. Do
contrário, estou disposto a fornecer meu cerebro e minhas mãos pela justiça
desde que com imunidade.
- Jeff, eu
trabalhei para o FBI sei exatamente do que você está falando. Não quero lhe
obrigar a nada. Não irei indicia-lo por crimes passados ou novos. Se vamos
trabalhar juntos, eu mesma serei a primeira a pedir para que invada sites e
quebre barreiras cibernéticas. Viemos aqui buscar um acordo para trabalharmos
juntos a fim de colocar um bandido muito perigoso atrás das grades. Sim, você
está entrando numa fria e pode acabar morto. Todos corremos o mesmo risco. Pode
ficar tranquilo que não serei eu quem vai leva-lo para a prisão. Eu confio em
Nadine, gosto da forma como ela trabalha. Se ela confia em você, isso me basta
por enquanto – os dois ficaram em silêncio por uns instantes – então, Jeff?
Temos um acordo?
- Vamos
colocar esse safado na cadeia – respondeu por fim, sorrindo e estendendo a mão
para Beckett – gostei de você, durona, determinada. Acho que vamos nos dar bem.
Por onde querem começar?
- Não sei o
quanto Nadine explicou a você sobre o porque do meu envolvimento e de Castle
nisso tudo. Então, vou lhe dar a minha versão da história além das razões para
buscarmos justiça – Beckett explana para o hacker a história conhecida de
Bracken até ali, as parcerias, o dinheiro sujo para campanhas, os assassinatos
e o seu último caso no FBI, ele a escutava atentamente. Ao final, Beckett
sentiu-se na obrigação, como a boa policial que era, de perguntar por
evidências – após saber disso tudo, imagino que não tenha mudado de ideia –
Jeff balançou a cabeça concordando – Jeff, sou uma detetive acima de tudo e
nesse momento, eu preciso de provas. Nadine mencionou que você conseguiu o
registro de transferencias de laranjas para a campanha de Bracken, dinheiro
cedido por Vulcan Simmons. Posso ver esses papéis?
- Claro. Posso
mostra-los como também providenciar uma cópia para você. Pode me acompanhar até
o computador? – Jeff trocou de cadeira ficando a frente de um monitor de 21” da
apple. Após digitar alguns comandos, a tela se abriu à frente deles. Ele
digitava freneticamente no teclado e as pastas e arquivos surgiam na tela.
Mostrou alguns para Kate que atestou sua veracidade facilmente. Não foi difícil
constatar tudo o que Nadine contara através das informações que pipocavam na
tela. Jeff colocou um microchip em um pequeno dispositivo lateral. Em questão
de minutos, todas as descobertas do hacker estavam naquele pequeno objeto que
seria entregue a ela.
- Ainda está
buscando alguma informação adicional, Jeff? – era Castle quem perguntava.
- Sim, uma vez
que começo a procurar por algúem, eu não paro. Ainda estou brigando com a fonte
da última conta que achei de Bracken. Por que? Quer que eu procure algo
específico?
- Não nesse
momento. Na verdade, estou intrigado. Como pode ter certeza que suas invasões
não são percebidas? Como garantir que seu próprio equipamento seja hackeado,
quer dizer, há outros como você e com tantos arquivos perigosos tem certeza que
não é vigiado? CIA, FBI, NSA, todos são bem paranóicos com segurança.
- Sr. Castle,
claro que conheço a preocupação do governo americano com segurança. Aliás,
desde o onze de setembro temos visto um rigor quase anormal das autoridades
nesse quesito. Eu conheço bastante da arquitetura de segurança desses orgãos
porque tão logo saí da faculdade, participei do desenvolvimento de alguns
deles. Cerca de três anos atrás, um amigo do FBI me contatou para criar um
bloqueador mais potente para a agência e também conheço o desenvolvedor do
sistema da CIA. Acredite, meu computador é uma fortaleza.
- Fico
tranquilo diante dessa informação e ainda mais curioso para saber como tudo
funciona – disse Castle.
- Esse
microchip que entregarei a tenente, terá todas as proteções necessárias para
caso alguém invada seu computador, não consiga saber o que há no dispositivo –
Beckett que prestava atenção a conversa dos dois ficou satisfeita em saber do
conhecimento de sistemas de Jeff, seria fundamental nos próximos passos da
investigação. Ela estava contente com o que ouvira, porém ainda tinha algo
incomodando-a. O suposto arquivo do caso de sua mãe.
- Jeff,
acredito que estamos falando a mesma língua a partir de agora. Essa
investigação não será nada fácil. Precisamos amarrar datas, álibis, rastro do
dinheiro e os assassinatos. Levaremos alguns meses levantando tudo para montar
um caso consistente que possa ser apresentado à procuradoria geral do estado.
Nadine mencionou um arquivo sobre o caso de assassinato. Você pode mostra-lo e
onde exatamente você o encontrou?
- Claro, vou
colocar no microchip e lhe dar uma cópia impressa. Eu sinto muito, tenente. Não
deve ter sido fácil descobrir a verdade e não poder efetuar uma prisão. O
arquivo que encontrei estava em um link da NYPD como confidencial. Estava lacrado,
nada que eu não pudesse quebrar. Só que investiguei um pouco mais. O caminho
era falso. Um endereço fantasma mantido por várias camadas de firewall
supostamente na rede da NYPD, a verdade é que o original era de um IP
pertencente a um tal de Knoxx, você o investigou não?
- Sim,
investiguei e lutei com ele. Está morto. Uma explosão. Quero esse arquivo.
- Vou copia-lo
para você. Nadine que se mantivera calada apenas observando a conversa dos
três, pronunciou-se.
- Agora que já
nos conhecemos melhor, estamos alinhados, qual será o próximo passo, Kate?
- Temos que
fazer a primeira reunião, colocar todos sobre a mesma perspectiva, informações
e conhecimentos. Montaremos uma linha do tempo com os fatos mais relevantes.
Hoje eu conheço muito da história de Bracken, Castle também. Não somos os
únicos, McQuinn conhece pouco mas assim que eu o colocar a par de tudo, tenho
certeza que achara caminhos para nos prover novidades e Tory conhece a figura
pública e um pouco do envolvimento do distrito. Minha pista mais recente veio
dela. Castle, podemos agendar para a próxima semana? Você consegue arrumar o
espaço da forma que precisamos?
- Consigo.
Podemos fazer na quinta mesmo.
- Se me
permitem, gostaria de instalar a proteção desses equipamentos. Vocês se
sentiriam mais seguros, eu também.
- Não vejo
problema. Castle deixo essa parte ao seu comando. Compre o que achar necessario
apenas não esqueça do meu quadro branco. Nadine, tudo bem pra você?
- Sim, já
estou ansiosa por começar.
- Ótimo.
Falarei com os demais. Minha dúvida é apenas McQuinn que pode não conseguir
estar por aqui no dia, nada que não possa ser feito via conferência. Jeff nem
preciso dizer o quanto esse projeto é confidencial. Vidas estão em risco aqui,
inclusive a sua.
- Está claro.
Nadine me comentou sobre você, sua história. É bem parecida com ela. Dura na
queda, determinada. E se Nadine diz que você é a melhor, quem sou eu para
duvidar. A coisa mais difícil do mundo é ela reconhecer alguém. Nem precisei
pesquisar, podia ter feito. Dessa vez apostei na confiança – estendeu a mão
para a tenente entregando o microchip. Pegou uma pasta e enviou uma boa
quantidade de papel. Por fim estendeu a mão e Beckett a apertou.
- Obrigada,
gostei muito de conhece-lo. Vejo vocês no The Old Haunt. Quinta às sete da noite. Se
houver mudanças, Nadine avisará você.
Ao sairem da
casa acompanhados por Nadine, não mencionaram nada porém trocavam olhares
significativos. Não havia mais volta. A bola estava em jogo. A jornalista
tagarelou todo o caminho, um pouco sobre Jeff, depois sobre o transito e ao
parar na frente do prédio de Castle, finalmente fitou aos dois.
- Então, vocês
estão muito calados desde que saímos da casa de Jeff. O que foi? Tem algo que
não gostaram e querem dividir? Não gosto de vê-los em silêncio trocando esse
bando de olhares, especialmente Castle. O seu silêncio indica que algo não está
certo.
- Não é nada
disso. Estamos apenas pensativos - disse Kate - De repente a ficha caiu. Nós
realmente estamos fazendo isso. investigando e montando um caso contra o
senador escondidos. Você não sente um frio na barriga? Um perigo iminente?
- Claro, é daí
que parte toda a vontade e a inspiração para coloca-lo atrás das grades.
- Tomara que o
objetivo final seja alcançado – Kate deixou escapar.
- Será, Kate.
Faremos com que seja – respondeu Nadine – vejo vocês semana que vem e Kate?
Vamos preparar uma nova reportagem, precisamos manter a audiência boa com a
tenente no ar.
- Pensaremos
em algo. Desceram do carro após agradecer Nadine e subiram imediatamente para o
loft. Kate correu para o banheiro a fim de lavar as mãos e verificar o filho.
Alex estava sentado no berço com alguns brinquedos. A irmã adulava-o para
dormir sem sucesso. Ao ver a mãe chegando, o menino apontou na direção de Kate
e abriu um sorriso.
- Mamamama...
- Kate... que
bom que vocês já estão em casa. Alex não quer dormir. Já tentei de tudo!
- Ele comeu?
- Sim, jantou
e está com a fralda trocada.
- Tudo bem,
Alexis. Deixa eu resolver isso. Oi, meu amor! Estava com saudades da mamãe? –
Kate pega o pequeno no colo e já sente as mãozinhas em seu rosto, procurando
beija-la – oh, beijo bom. Você vai ser igual seu pai quando crescer. Metido a
conquistador – ela se sentou na cadeira cativa e arrumou o menino no seu colo –
chega de brincadeira por hoje, está na hora de dormir. Alexis viu a criança se
aconchegar no peito da mãe, fechando os olhinhos e apoiando a mãozinha no peito
de Kate. Parecia outra criança. Estava mesmo era sentindo falta da mãe. Kate
começou a cantar uma canção de ninar e Alexis entendeu que era sua deixa. Quinze
minutos depois, Kate apareceu na sala. Castle e Alexis estavam remexendo
vasilhas no balcão da cozinha americana.
- Ele já
dormiu. Era manha, Alexis.
- Queria mesmo
era você. Vem, Kate sente-se conosco. Estamos fazendo omelete. Juntos jantaram
conversando um pouco sobre a faculdade de Alexis. Um papo bem diferente do que
acontecera mais cedo, mesmo que Castle ainda pudesse notar as rugas de
preocupação no rosto da amada. Conhecia muito bem a pessoa com quem vivia e
sabia que seu pensamento estava voltado para um certo arquivo no microchip que
tinha em seu bolso. Ao se recolherem após limpar a cozinha, Kate levou consigo
o notebook de Castle e o envelope que Jeff a entregara. Não podia esperar para
ver os dados e remexer os papéis do caso.
- Castle
enquanto você liga o notebook, vou verificar os documentos do envelope. Preciso
saber o que contem esse arquivo.
- Kate – ele
segurou a mão dela na sua – vá com calma. Você conhece tudo sobre o assassinato
da sua mãe, duvido que haja qualquer pista referente a Bracken ou evidência
capaz de incrimina-lo. Você está tensa. Devagar, ok? – ela respirou fundo.
- Ok. Vamos
fazer isso juntos. Kate tirou os papéis do envelope colocando a pasta do caso
em seu colo. Ao abrir, sentiu o coração disparar. Não era uma pasta qualquer
usada costumeiramente pela NYPD, tratava-se de uma espécie de diário. A pasta
reunia algumas evidências reunidas por Kate Beckett durante seus anos de
investigação daquele caso em particular. Claro que nem se comparava ao acervo
de informações que ela mantinha em casa. Continha todo o seu conhecimento sobre
a investigação. Nomes e lugares investigados. Dick Coonan, sua morte no salão
do 12th distrito, Lockward, Reaglan. O encontro no hangar e a morte de
Montgomery. O homem das sombras mais conhecido como Smith e a queima de
arquivo. Essa parecia ser a última entrada na pasta. Era como se Knoxx
mantivesse um registro pessoal dos passos dela. Cada nova descoberta. Ver
aquilo escancarado a sua frente, a deixara impressionada e irritada.
- Todo esse
tempo, Castle. Eles me vigiavam, sabiam meus passos. Parece que eu nunca tive
chance com eles.
- Não, Kate.
Você sabe muito sobre esse caso, coisas que não estão listadas aí. Para mim,
esse arquivo deixou de ter importância quando Knoxx morreu. Nós já vivemos
muitas coisas após isso. Talvez esse arquivo nem seja relevante. Sabemos o que
atacar e focar. Temos que achar evidências para desmascarar o esquema de
Bracken para evitar que ele se torne presidente.
- E quanto ao
assassinato? Vamos esquecer, Castle? – ele notou o tom de voz ressentido. A
raiva começava a diminuir deixando-a triste.
- Não, claro
que não. Deve haver algumas coisas entre Vulcan e ele que nos direcione a
pistas concretas. Aposto que Vulcan sabe como tudo ocorreu. Pegamos o cara e
forçamos a contar-nos.
- Castle, você
não se lembra do que aconteceu da última vez que eu estive numa sala de
interrogatório com esse homem? Esqueceu que ele me torturou? Não será ele a
pessoa a me dar respostas.
- Não esqueci
nada. Bracken deixou-a viver ali. Sim, para depois tentar acabar com você no
hospital. Na cabeça dele, enquanto ele controlar seus passos, não precisa
mata-la. Foi exatamente o que ele fez ao sequestrar você. Usou o seu ponto
fraco, eu e nosso filho. Você saiu do FBI, voltou para NYPD porque ele a
ameaçou. Nesse momento, ele acredita ter completo domínio sobre você e sua
família. Vamos deixar que pense assim. Vamos alimentar isso pagando de bons
pais, amantes e trabalhando juntos resolvendo assassinatos. Ele baixará a
guarda, sentirá que você se acomodou. Então será a nossa vez – ele acariciou o
rosto dela antes de continuar – temos boas chances. Gostei de Jeff, ele tem
curiosidade, é cuidadoso e meio rebelde. Os equipamentos dele são de primeira e
Nadine é um caso a parte. Ela comprou a briga como se fosse dela.
- Sei que
temos uma ótima equipe. Também reconhecço que estão dispostos a entrar de
cabeça. A excitação, a adrenalina. Durante a viagem para casa, o que não contei
à jornalista, conto a você, estou com outra espécie de sensação, a do medo
real. Nadine estava empolgada e quem poderia culpa-la? Estava agindo como a boa
jornalista atrás de justiça e de história. Ela não sabe o que é ficar cara a
cara com Bracken e seus capangas. Vou enfrenta-los conforme já fiz outras vezes,
mas isso não me impede de sentir medo, ele me faz ultrapassar meus limites, ser
forte. Sem o medo, não há a renovação da coragem – Kate puxou a camiseta que
vestia mostrando a cicatriz no meio dos seios – olhar para essa marca todos os
dias, me lembra do quanto eu já lutei. Sou uma sobrevivente, usei meu medo para
superar e ser feliz. Não sei o que aconteceria se eu não levasse esse tiro. Porém,
o fato de ter sido vítima de um atentado me proporcionou momentos ruins e bons.
Numa balança, o saldo é positivo e não vou deixar que Bracken mude isso. Vou
lutar por nós.
- Meu Deus,
isso me faz ama-la muito mais. Você não irá lutar sozinha, Kate. Lutaremos
juntos, talvez esse seja o nosso segredo. Sempre enfrentamos os problemas, os
inimigos assim. Teremos a nossa justiça e a da sua mãe também – ele a abraçou
beijando-lhe os lábios rapidamente. Kate se aconchegou ao peito dele e fechou
os olhos.
- Gosto do seu
otimismo apesar de não acreditar que podemos fazer justiça para minha mãe, não
vou deixar de lutar para colocar esse monstro na cadeia – Castle ergueu o rosto
dela para fita-lo, o olhar azul profundo mostrava compaixão e cumplicidade de
sentimentos. Porém, havia algo que estava disposto a propor.
- Kate, tem
algo que gostaria de perguntar sobre o caso da sua mãe. Você realmente já
explorou tudo o que podia? Sei que já revirou o caso de cima abaixo conhece
cada nuance dele, os nomes, locais, horários das mortes, causa da morte, tudo. E
quanto às informações da sua mãe? Reviramos as anotações dela no passado, logo
antes de Montgomery falecer. Será que não deixamos passar nada?
- Castle nós
já estressamos isso. eu já li e reli cada página daqueles diários. Não tem mais
nada lá. Os registros... – ele a interrompeu.
- Kate,
espera... você os viu e releu algum tempo atrás. Hoje possuimos mais
informações do que antes e talvez tenhamos acesso a muitas outras com a
investigação. É tudo uma questão de contexto. Pense a respeito, não precisa
decidir agora sobre isso. Caso acredite que não vale a pena, poderia ao menos
deixar que eu olhe? – ela ficou em silêncio por alguns instantes, ele não
estava pedindo nada impossível ou estranho. Era uma maneira de certificar-se de
que não deixaram nada passar.
- Tudo bem,
vou pensar a respeito – então inclinou a cabeça para o lado e admirando-o
sorria – sabe, você realmente é um excelente parceiro, em todos os sentidos
devo ressaltar.
- Oh,
Lieutenant Beckett... isso que é um elogio – fechou a pasta com os documentos –
vamos tirar isso da cama e tratar de dormir – ele empurrou a pasta para o chão,
colocou o notebook na cabeceira da cama e puxou-a para si. O corpo de Beckett
ficou sobre o seu, as bocas alinhadas, próximas, os lábios ansiando pelo toque.
Segurando-a pela nuca, Castle beijou-a intensamente, as mãos vagaram pelas
costas dela indo se fixar sobre o bumbum. Ela já podia sentir o volume da
ereção contra si.
- Pensei que
íamos dormir... – ela comentou após quebrar o beijo sorrindo para ele.
- E vamos... –
disse mordiscando a orelha dela – depois...
Os dias da
semana passavam com uma certa normalidade para todos. Kate havia contatado os
envolvidos e tinha a confirmação de todos. McQuinn usaria um dia de folga para
vir a New York. Contou a ela que por conta própria, começou a procurar casos
que envolvam a equipe ou tenham jurisdição em Manhattan com a cooperação do
FBI, dessa forma haveria a possibilidade dele ficar alguns dias na cidade e
realizar trabalhos com a equipe de Beckett. Castle recebeu uma ligação de Gina
na terça informando que a arte do próximo livro de Storm estava pronta, enviara
amostras para sua análise e gostaria de discuti-la com ele na quinta juntamente
com a festa de lançamento. Sugeriu que ele levasse Kate para a reunião, mesmo
sabendo que ela não colaborara com essa obra. Castle porém, antecipou-se a
qualquer outro comentário que ela pudesse fazer dizendo que eles não poderiam
se encontrar na data estipulada por Gina. A desculpa utilizada foi que estavam
no meio de um caso complicado e ele não deixaria Kate sozinha. Sua
contra-proposta foi de se reunirem na próxima semana, logo na segunda-feira.
Contrariada, Gina cedeu.
Castle recebeu
a arte em casa naquela noite. Alex já estava dormido e eles estavam na sala
vendo o resto do noticiário das nove na ABC esperando pela reportagem da semana
de Nadine. Ele comunicou sua decisão e mudança de agenda abrindo assim o tópico
para pedir a opinião dela.
- isso não
quer dizer que podemos fugir de avaliar as sugestões de capa que ela nos enviou
– puxou um envelope amarelo retirando de dentro duas amostras entregando-as nas
mãos de Kate – então, o que você acha?
- As cores são
bonitas. Tanto o amarelo como o vermelho-alaranjado caem bem no contexto da
capa. Eu não sei, pelo que li e também pensando em chamar a atenção, ficaria
com a vermelha, essa mistura lembra fogo, tensão. E você, tem uma preferida?
- Só posso
dizer que você tem toda a razão. Aparentemente, temos o mesmo gosto pelas
coisas bonitas.
- É mesmo? –
ela brincou.
- Sim, do
contrário como explica estarmos casados?
- E quem disse
que isso tem a ver com beleza? No fundo me acostumei a ter você me levando café
todos os dias. E os livros. Nem todos tem a sorte de casar com seu escritor
favorito.
- Mentirosa!
Se bem que o lance do escritor você tem razão – colocando os braços ao redor do
pescoço dele, Kate retribuiu a brincadeira com um beijo. Mais tarde, por volta
das três da manhã, o choro de Alex quebra o silêncio do quarto. Ela espreguiçou
na cama sonolenta, não queria levantar. Esticou a mão para toca-lo. Castle
ainda dormia alheio ao barulho provocado pelo filho. Batia de leve no peito
dele.
-
Cas...acorda... Castle....- repetia o gesto de batidas repetitivas no estomago
dele até que se mexesse – Castle...o Alex...
- Hum... o que
foi... – mal abrira os olhos quando ouviu mesmo que baixo o som da criança –
Kate...é o Alex?
- Sim...vai
lá, sua vez....por favor...
- Eu....já vou
– sentou-se na cama ainda com os olhos fechados, esfregou-os e levantou da cama
tateando no escuro até o quarto do filho. Alex estava acordado e chorando
muito. Castle se aproximou do berço acariciando a criança com as mãos. Ergueu-o
cuidadosamente no colo aninhando a cabecinha em seu ombro. Começou a balança-lo
buscando acalmar o choro.
- O que
aconteceu, Alex? Será que é a fralda? – Castle cheirou o bumbum do menino e
constatou que estava limpo – está com fome? – saiu com o filho nos braços indo
até a cozinha para pegar uma das mamadeiras já preparadas para essas
emergências. Alex ainda chorava. Ao oferecer o leite, o menino recusou
empurrando a mamadeira continuando a choramingar – será que foi um pedadelo? –
retornou ao quarto sentando-se na cadeira para nina-lo. Mesmo com o balanço e
as conversas baixinhas, o choro ainda persistia, menos que antes, era verdade
mas, os gemidos não deixavam de ser ouvidos. Ele estava ficando preocupado.
No quarto,
Kate que antes dormia não conseguia mais pregar o olho. Ouvir a constância do
choro. Aquilo a deixou angustiada. Será que Alex estava sentindo dor? Por que
Castle não conseguia acalma-lo? Preocupada, ela fazia menção de se levantar da
cama quando Castle entrou no quarto trazendo o filho nos braços choroso.
- Por que ele
não para de chorar? – Castle estava agoniado diante da situação. Kate virou-se
ainda sentada na cama e acomodou-se para pegar o filho nos braços. Alex ainda
chorava ao sentir o corpo da mãe junto ao seu. Ela acariciava os cabelos dele
procurando acalma-lo. O chorinho fino persistia. Checou o estomago apertando-o
como Martha ensinara antes para certificar-se que não era cólica, de certa
forma ficou aliviada por perceber que não havia nada de errado com Alex nesse
sentido. Restava aninha-lo e esperar que se acalmasse. Vendo a forma como o
menino se colocava agarrado ao seu corpo, ela viu uma possibilidade.
Ela se
acomodou para oferecer o seio a ele. Alex percebeu e abocanhou-o quase
instantaneamente. Sugou o leite por uns cinco minutos. Kate já não amamentava
com frequencia, parara quando ele fizera seis meses introduzindo a mamadeira. Uma
vez ou outra ela fazia um mimo para o filho a fim de aproxima-los, para curtir
um momento só deles. Diante do choro, essa foi a única ideia que lhe ocorreu.
Aliviada por ver o filho responder, suspirou e fechou os olhos por um segundo.
Ao virar, viu Castle observando-a quase hipnotizado pela imagem a sua frente.
Ela esticou a mão em direção a dele, apertando-a. Assim que se sentiu
satisfeito, Alex fechou os olhos e cochilou.
Cautelosamente,
Kate tirou-o do peito e acomodou-o na cama ao seu lado. No momento que fez
isso, ele reclamou começando a chorar. Suspeitando do que poderia ser o
problema, ela retornou o menino deitado-o sobre seu corpo. Rapidamente, ele se
acalmou.
- Por que ele
está assim? – sussurrou Castle.
- Acho que
teve um pesadelo ou apenas sentiu-se sozinho. Deixe-o aqui. Ele vai dormir
agora.
- E você? Vai
ficar toda doída, cansada.
- Tudo bem,
Castle é somente até ele cair em sono profundo, depois o levarei de volta ao
berço. Volte a dormir – ele se ajeitou na cama, mas não conseguia se concentrar
para retomar o sono. Infelizmente, foi vencido pelo cansaço e cochilou por uma
hora. Acordou assustado e ao virar-se para o lado viu que Kate dormia com o
filho ainda sobre o seu corpo. Provavelmente fora traída pelo sono e nem sequer
conseguiu levar o menino para o berço. Ele tirou o filho de cima dela e com
cuidado o colocou deitado no colchão entre os dois. Cobriu-o com o lençol e
permaneceu velando o sono dele até ter certeza que não acordaria mais, para
então dormir.
Na manhã
seguinte ao acordar, Kate se depara com o filho deitado sobre a barriga de
Castle que certamente não estava ciente disso. Como esse menino fora parar ali?
Viu quando Alex acordou e engatinhando sobre o corpo do pai, acomodou-se de
forma a brincar com o rosto dele. As mãozinhas espalmadas nas bochechas de
Castle. O dedinho indicador alcançou o nariz apertando-o. Depois seguiu para os
olhos.
Kate viu que Castle começava a se mexer, ela estava adorando tudo
aquilo. A cena era de um encanto tão puro, tão lindo.
Castle abriu
os olhos achando que era Kate quem mexia consigo. Ao ver o filho, esfregando a
pequena mão em seu rosto sorriu.
-
Dadadadada... – apesar de não falar a palavra ainda, Castle já considerava que
Alex chamara “dad” e não tinha quem mudasse isso. Para ele, mama e dada eram a
forma carinhosa do filho se dirigir aos dois. Claro que Kate sabia ser isso
apenas uma forma de reconhecimento e expressão. Bebês especialmente do sexo
masculino demoravam a falar suas primeiras palavras. Geralmente ocorriam por
volta de pouco mais de um ano, o que era bem diferente com meninas. Ela mesma
começara a falar aos dez meses e também cantava.
- Olá, Alex!
Foi sua mãe que mandou você me acordar? Aposto que sim – pegou o filho beijando
seu rosto, tornando a coloca-lo sobre seu estomago – ela nem percebeu que tirei
você do colo dela para a cama. Dormiu e esqueceu de você.
- Então, por que
ele acordou sobre você ao invés do colchão?
- Você apagou,
amor. Acomodei Alex na cama porque estava com pena de você. Ele pesa – Kate
pegou o filho em seu colo beijando-lhe a cabeça – afinal, ele só queria mesmo
seu colo e o leite materno ontem?
- Não, aposto
que ele teve um pesadelo ou se assustou dormindo. O leite foi uma forma de
proteção ao estar perto de mim. Acredito que os bebês sentem muito a falta da
mãe à medida que crescem, é uma forma de pedir colo e proteção como eles tinham
no útero.
- Onde você
aprendeu tudo isso? – ele parecia impressionado.
- Lendo. Se
quiser podemos perguntar para a pediatra dele na próxima consulta.
- Não estou
duvidando de você, pelo contrário, achei a explicação plausível e fiquei
surpreso de uma maneira boa com o seu conhecimento. Confessa que se tornou uma
mãezona – Castle a viu sorrir e inclinou-se para beija-la porém, foi impedido
por Alex ao colocar as pequenas mãozinhas no rosto dele como quem quisesse
empurra-lo – ciúmes, Alex? Não quer que eu beije a mamãe? Sinto muito, campeão.
Eu cheguei primeiro – tirou o menino dos braços de Kate acomodando-o em seu
colo e por fim beijou a esposa.
- Como você é
bobo, Castle... vamos tomar café. Não podemos chegar atrasados.
XXXXXXXXX Na
quinta-feira, pontualmente às cinco da tarde, Beckett e Castle deixam o
distrito direto para o The Old Haunt. Foram os primeiros a chegar pois Kate
queria ver como havia ficado a sala. Castle chegara a pegar umas dicas sobre o
que comprar com Jeff que ficara de dar uma inspeção final e instalar o sistema
de segurança hoje antes da reunião. O escritório do bar estava bem diferente.
Equipamentos de ponta espalhavam-se pela larga mesa onde trabalhariam. Ela
ficou contente ao encontrar o quadro branco posicionado da maneira ideal para
trabalharem nele.
Tory foi a
primeira a chegar depois deles. Como não os encontrou, mandou uma mensagem para
Beckett. Ela resolveu voltar ao bar para encontrar a técnica. Assim que a
cumprimentou, McQuinn liga para seu celular dizendo que irá chegar em meia
hora. Checando o relógio, percebeu que era antes do combinado. Parece que todos
estavam mesmo a fim de começar essa investigação. Sentou-se ao lado de Tory
para dar uma pequeno resumo a ela do que pretendiam fazer ali. De todos, ela
era a que tinha menos informação e contato com a história. Tomavam um drinque
quando Castle surgiu quase no mesmo instante que McQuinn aparecia.
- Lieutenant
Beckett, que prazer em vê-la! – ele a abraçou - Rick Castle! – estendeu a mão
para cumprimentar o escritor.
- Nada de
patentes aqui. Vocês devem me chamar pelo nome. Essa é Tory, ela trabalha
conosco no 12th distrito lidando com a parte eletrônica e a informatica dos
casos, mas está aqui sem qualquer ligação com a NYPD, da mesma forma que
McQuinn. Nada de FBI. Somos apenas investigadores.
- É um prazer,
Tory – disse estendendo a mão que Tory retribuiu e sorriu – como está o
herdeiro? Aposto que puxou para a mãe.
- Errou, tem
meus olhos – Castle puxa o celular orgulhoso para mostrar algumas fotos do
filho – e certamene meu charme – Kate revirou os olhos se preparando para
retrucar mas o colega foi mais rápido.
- Só os olhos,
o resto todo é da mãe e aposto que a inteligência. Se bem que uma mistura de
qualidade dos dois o faria muito difícil de superar – Castle já ia estender o
comentário quando Kate viu Nadine e Jeff entrando no bar e impediu Castle de
falar. Trocaram um olhar significativo ao ver os dois. Definitivamente se
pegavam, era o que se passava na mente dos dois.
- Boa noite,
pessoal.
- Olá, Nadine.
Jeff. Conheçam Tory e McQuinn que farão parte da nossa equipe – disse Kate e
deixou que eles se introsassem fazendo sinal para Castle providenciar bebidas.
Era necessário um momento de distração antes de mergulharem na investigação.
Conversaram sobre o que faziam, suas experiências e para a surpresa dela,
estavam se dando muito bem. Nadine disse que ia ao toilette e foi a deixa para
que Castle puxasse Jeff para acompanha-lo até o escritório onde ele iria setar
a rede de segurança.
Vinte minutos
depois, Kate e os demais se juntaram aos dois no escritório do bar. McQuinn
estava empolgado com o local. Jeff já havia iniciado todos os notebooks e
testado o sistema. Tudo funcionando devidamente. Sentaram-se ao redor da mesa
esperando por Kate. Era ela quem iria falar do trabalho que tinham pela frente.
- Bem, não
preciso entrar em detalhes do motivo que nos reuniu e do perigo que essa
investigação representa para todos nós. Quero agradecer por estarem aqui
apoiando essa causa que além de buscar justiça para o nosso país, acaba por ser
uma busca pessoal para mim. A história vem de longe, vinte anos atrás e a
injustiça e as fraudes continuam acontecendo até hoje. O senador William
Bracken quer se tornar presidente dos Estados Unidos a custa de crimes e
dinheiro sujo. O nosso objetivo aqui é encontrar provas, evidências de tudo o
que ele fez nesses anos e montar um caso sólido, sem erros ou margens para
argumentação sobre ele. Se falharmos, ele será eleito. Não será um trabalho
fácil e rápido, por isso conto com vocês experts em informática para ajudar a
mim, Castle e Nadine a desmascarar esse monstro. Sim, ele é um monstro e vou
mostrar porque.
As duas horas
seguintes, Kate passou explicando todo o dossiê que tinha montado sobre
Bracken. Havia uma cópia para cada e sua explanação cobria desde os crimes
envolvendo Vulcan e drogas até a fraude na receita federal. Não deixou de
mencionar o assassinato de sua mãe e os futuros planos do senador para sumir de
vez com qualquer possibilidade de incrimina-lo, tornando-o dessa maneira, o
homem mais poderoso dos Estados Unidos.
Ao concluir, a
sala estava em silêncio. Nadine foi a segunda pessoa a falar já colocando os
demais a par do que ela descobrira. Cada um fazia suas anotações ao seu jeito.
Enquanto a jornalista vagava pelos seus pontos, Kate e Castle aproveitavam para
atualizar o quadro branco com as informações relevantes e fotos já coletadas,
parte do arquivo pessoal de Kate, parte do que Jeff lhe dera.
À medida que
Nadine avançava nas explicações, os demais contribuíam tecendo comentários ou
adicionando parte da história que conheciam. Perguntas e dúvidas pertinentes e
indispensáveis para a continuação da investigação iam surgindo e eram
devidamente coletadas por Jeff que montava uma espécie de quadro branco virtual
a exemplo do que Castle fazia com seus livros.
Passava de
onze da noite quando Kate decidiu dar a reunião por encerrada. Havia feito
muito progresso. O quadro branco e o arquivo virtual mostrado em um telão
colocado por Castle, continham informações ricas de ambos os casos. A fraude do
FBI, no qual o senador Denver perdeu o mandato e a relação do passado com as
drogas e Vulcan Simmons que incluia o assassinato de sua mãe. Antes de
dispensa-los, ela fez resumo do que conseguiram até agora e qual deveriam ser
os próximos passos.
- Acredito que
McQuinn e Tory devem analisar a conta e o dinheiro trnasferido para a conta que
Tory identificou como de Bracken. Sugiro que olhem as demais contas previamente
identificadas por Jeff. Descubram quem são os laranjas e se seu passado nos
trás mais informações que enriqueçam nossa investigação. Apesar dele estar a
par da nossa descoberta, quero que avaliem se podem existir outros recentes como
esse e uma maneira de passar desapercebido para a vigilância do senador. Jeff é
possível encontrar alguma pista ou informação sobre esse sistema que Bracken
afirma querer implementar nos orgãos do governo?
- Sim, eu
conheço o sistema que a Nasa usa hoje porque ajudei a desenvolver uma parte
dele. Tenho alguns contatos e acredito que eles podem me fornecer uma ideia de
que plataforma será usada e quem sabe até um demo do programa.
- Tem um cara
que estudou comigo na faculdade e trabalha para a CIA. Ele é fera. Posso tentar
conseguir algo com ele. Sondar quais são as novidades em termos de programação.
Nunca se sabe.
- Ótimo, Tory.
Faça isso mas lembre-se, cuidado com as conversas.
- Nadine, você
e eu iremos analisar a linha do tempo e procurar mais coisas sobre o passado de
Bracken. Castle estará conosco. Tem mais um ponto. Vocês acham ser possível
fazermos uma varredura no sistema de segurança do senador, na época do atentado
a mim e Castle? Estou me referindo ao sistema de câmeras da casa dele.
- Se hackearmos,
sim. Não pode ser por meios oficiais – disse McQuinn – você não está pensando
na hipótese de ele usar...
- É exatamente
isso. Que lugar melhor para testar seu nome programa que sua residência. Além
do mais, temos a chance de descobrir se Denver e ele mantiveram contato na
época dos atentados.
- Vou atrás
disso – disse Jeff.
- Tudo bem,
mesmo horário na próxima semana? McQuinn telefonaremos para você.
- Sem
problema. Vou organizar minha agenda para acomodar algumas viagens a New
York.
- Esse aqui
será nosso quartel general. É o lugar mais seguro para fazer qualquer pesquisa,
com exceção da fortaleza de Jeff, claro. Castle deixará avisado que vocês terão
passe livre para trabalharem aqui se quiserem. Dirijam-se sempre ao gerente do
bar. Muito obrigada pela ajuda.
Despediram-se
também agradecendo a Castle e Beckett pela oportunidade. Tory e McQuinn optaram
por ficar um tempo no bar enquanto combinavam como a comunicação se daria entre
eles para a relaização do trabalho. Jeff aguardava Nadine que ainda trocava
algumas ideias com Kate.
- Eu ligo para
você amanhã, Kate. Acertamos o que podemos fazer no nosso próximo programa e
segunda está excelente para mim se quiser dar continuidade a nossa
investigação.
- Segunda não
podemos, temos uma reunião com a editora sobre o meu próximo livro – disse
Castle olhando para Kate - Você não esqueceu, certo?
- Não, amor.
Terça, Nadine?
- Tudo bem.
Novo livro? Já vão lançar a continuação de Heat Blows? Como vocês não me
avisam! Quero uma exclusiva.
- Não é uma
aventura de Nikki Heat, é Storm. Para acalmar os fãs que esperam pela
continuação. Kate e eu ainda não finalizamos o outro romance.
- Hum... mas
pode ser um bom tópico a explorar para o nosso próximo programa. Vou pensar a
respeito. A gente se vê. Vamos, Jeff? Kate observou os dois deixarem o bar.
Castle se aproximou abraçando-a por trás. Beijou-lhe o rosto.
- Parece que
foi um sucesso. Todos estão determinados a nos ajudar. Você não acha?
- Sim, correu
tudo bem.
- E afinal?
Qual é a desses dois? Eles se pegam de verdade ou só é joguinho de sedução e
provocação como você fazia comigo?
- Ah, isso é
sexo puro e para sua informação eu não fazia joguinhos com você – mas o
sorrisinho sacana estava presente no canto dos lábios – você que tinha mania de
ver provocação em tudo.
- Oh,
Katherine Beckett Castle, eu nunca pensei que você pagaria de inocente. Lembro
vividamente você aqui mesmo nesse bar, ajeitando os cabelos, desabotoando a
blusa e comendo cerejas de um jeito extremamente sensual e não era para seduzir
o barman, fazia de propósito para chamar a atenção dele e me deixar louco ao vê-la.
Não negue, é muito feio...
- Eu estava
disfarçada resolvendo uma investigação, sua mente viu o que quis e deturpou
toda a situação – ela olhou fixamente para Castle e sugeriu – quee que eu faça
uma demonstração novamente para provar que estava tudo na sua mente poluída?
- Ah, adoraria
que provasse que estava errado... vodca? – ela caiu na gargalhada.
Continua......
Um comentário:
Preciso dizer que...MAL POSSO ESPERAR PARA O ATAQUE COMRÇAR!!
Claro que tô com o coração na mão ñ quero que nimguém se machuque,mas quero ve-los derrubando esse desgraçado.Sobre Nadine e Jeff,também saquei a deles e se pegam é a palavra mais pura que posso colocar aqui =p
E o Alex,que cutie dá muita vontade de morder fiquei agoniada quando ele não parou de chorar mas ele queria colinho de mãe sempre é bom não importa a idade e eles 3 na cama foi tão lindo.
Aguardo o proximo cap.
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