Nota da Autora: Diante dos últimos acontecimentos, nos resta escrever. Esse capítulo tem um pouco de tudo, risos, situações sexies, casos e reflexões. Eu mudei o final da S2 para a S3, então tenho que arrumar a storyline e causar um certo atrito para nossos babies. Acalmem-se! Esse é light... Enjoy!
Atenção, NC17!!!
Cap.12
Kate Beckett
voltou outra pessoa depois do feriado do Memorial Day. Animada para trabalhar,
sorridente e leve. Os companheiros acharam um tanto estranho diante do que
havia acontecido. Ela não apenas terminara seu pequeno flerte com Demming como
não tinha mais Castle a seguindo por aonde ia. Ryan estava um pouco
decepcionado com a forma dela lidar com isso. Sempre achou que Beckett gostava
de ter o escritor a seu lado. Na visão dele, ela andaria um pouco rabugenta
nessa primeira fase, até o próprio Esposito que não tinha tanta admiração por
Castle estranhou o comportamento da colega.
Claro que a
única pessoa que falou com todas as letras da mudança foi Lanie. A médica não
tinha papas na língua então notou de imediato a mudança no comportamento da
detetive.
- Kate
Beckett, eu sei que Castle podia ser um chato, imaturo e irritante, mas
confesso que estou um pouco chocada com tanta alegria.
- Não exagera,
Lanie.
- Como não?
Você está toda sorridente, aliviada talvez seja a palavra certa. Não foi você
que agradeceu ao cara e disse que gostara de trabalhar com ele? Não está
sentindo falta?
- Esse é o
primeiro caso que não tenho Castle no meu pé, como poderia estar sentindo falta
se nem curti direito a ausência dele? – em sua mente, a resposta era outra.
Claro que sentia falta, do sorriso, dos olhos azuis... – vamos nos preocupar
com a vítima? Como ele morreu? – e fez todos focarem no trabalho.
De volta ao distrito,
ela se preparava para fazer as primeiras pesquisas sobre a vítima e montar seu
quadro de evidências quando o celular tocou. Castle.
- Beckett.
- Oh, você
está viva. Que bom. Podia ter ao menos ligado para dizer que chegou bem, Kate. Está
trabalhando? – antes de responder, ela checou se havia alguém por perto.
- Desculpe, eu
estava tão cansada que nem arrumei minhas coisas. Vou tentar fazer isso hoje,
se sair cedo daqui. Sim, tenho um novo caso. Como está o livro?
- Saindo.
Primeiro estranhei a calmaria da casa, senti falta das risadas. Mas encontrei
meu ritmo. Acho que o livro de Nikki Heat vai terminar antes que o previsto. Falando
em prazos, descansos isso me lembra que você prometeu pensar em voltar no fim
de semana.
- Disse que ia
pensar, não sei se vou poder. Não fique pensando que por conta desse feriado,
as coisas mudaram. Preciso trabalhar. Nem todos tem a sorte de ser milionário.
- Quando você
fala assim, chega a me ofender – na mesma hora ela se arrependeu.
- Não foi a
intenção, eu... saiu errado, desculpe. Preciso ir, tenho que checar uma pista.
Boa escrita, Castle.
- Boa caçada,
detetive.
Ela desligou o
telefone com um meio sorriso nos lábios. Gostara de receber a ligação dele.
Reconhecera que também pegara pesado na forma de trata-lo, porém não mentira
quanto a pensar sobre o fim de semana. Ela ainda dormira envolta às lembranças
que passara nos Hamptons. Não podia negar que estava tentada a voltar. De certa
forma, ela estava adorando aquela situação de se sentir bem perto dele. Não era
um relacionamento, mas estava curtindo essa possível nova fase que se
apresentava a sua frente com Castle. Ao ver Esposito se aproximando, ela
decidiu colocar os pensamentos numa caixinha para mais tarde. Focaria na
investigação.
O caso foi se
completando muito bem à medida que ligavam as pistas. Não foi muito difícil
chegar ao primeiro suspeito mesmo que ele não tivesse culpa. Seu álibi era
sólido, felizmente um novo nome surgiu no interrogatório e Beckett ordenou que
os rapazes o trouxesse cedo pela manhã para prestar depoimento enquanto eles
vasculhariam o apartamento em busca da arma do crime. E na quinta-feira foi
assim que Beckett arrasou com o suspeito quebrando-o completamente ouvindo sua
confissão. Ryan retornou ao distrito com a arma. Pediu para ficharem-no e se
dedicou a fazer o relatório.
Passava das
sete horas quando Beckett chegara em casa. Jogou a jaqueta no sofá. Abriu a
geladeira e serviu-se de um pouco de vinho. Estava delicioso, bem gelado.
Perambulou pelo novo apartamento com o copo na mão. Ainda tinha duas caixas
para desocupar, a maioria das coisas eram livros. Parou perto de seu
computador. Ao lado dele estava o seu exemplar de Heat Wave. Apoiando o copo na
sua mesa, ela pegou os livros nas mãos. Acariciou a dedicatória. Sorriu.
Era engraçado.
Estava há dois dias longe de Castle, investigara seu primeiro caso após sua
ausência e ela sentia falta de ouvir sua voz, do café de todas as manhãs, dos
olhos azuis. Meio por impulso, ela pegou o celular e discou o número dele.
Castle atendeu no segundo toque.
- Boa noite,
detetive. Por acaso está precisando de uma consulta desse escritor? – ela relaxou
ao ouvir a voz suave, então não estava com raiva.
- Oi, Castle.
Não quero consulta. O caso já está encerrado. Foi bem simples. Olha, eu só
liguei porque achei que minha atitude mais cedo não foi correta com você. Eu
estava meio enrolada no caso e não tinha direito de trata-lo mal.
- Eu entendi,
Kate. Na hora doeu, mas sabia que você não falara por mal. Então, está sem um
caso. Interessante.
- Eu sei o que
você está pensando, não vai funcionar assim. Escreveu alguma coisa nesses dois
dias ou está apenas zanzando nessa casa enorme?
- Dois
capítulos. É um progresso.
- Bom, melhor
eu deixar você trabalhar. Preciso de um banho....boa noite, Castle.
- Sabe, você
podia ter omitido essa última parte. Agora vou ficar imaginando a cena aqui –
ouviu a risada dela do outro lado da linha – boa noite, Kate e pense na minha
proposta – ela estava pensando, ele sabia disso.
Depois do
banho, Kate pegou o livro deitando-se na cama. Estava precisando de um momento
de diversão com Nikki. Estava tentando não pensar sobre o convite de Castle. No
fundo, ela já tomara a decisão usando sua intuição, mas ainda tinha um pé
atrás. Estaria certa, não era muito cedo para repetir a dose? Não levantaria a
ideia errada? O que ele entenderia de seu gesto? Apressar o que quer que fosse
que eles estavam fazendo, não era o objetivo dela. Tinha medo que ele
interpretasse como uma espécie de sinal verde. É claro que toda essa historia
não teria a mínima importância se um novo caso surgisse naquela manhã de
sexta-feira.
Assim que as
portas do elevador abriram-se, ela caminhou até sua mesa com um copo de café
nas mãos. Com a ausência de Castle, ela preferia comprar seu café do que usar
aquela máquina. Não levava jeito mesmo. Mal sentou-se em sua cadeira, ligou o
computador e focou em terminar o relatório para arquivar o caso de ontem. Se ia
passar o fim de semana longe de Manhattan, não podia deixar pendências. Uma
hora mais tarde, Esposito a chamou. Alguém fora assassinado. Pela primeira vez,
Kate detestou saber que alguém morrera. Isso definitivamente não cairia bem com
seus planos.
Fora para as
ruas fazer seu trabalho mesmo chateada. Alguém precisava da sua ajuda.
Elencando todos os dados que pode tirar da cena do crime, ela orientou os
rapazes do que fazer em seguida. Trocando uma ideia com Lanie, já sabia que a
causa da morte foi tiro no coração. O cartucho de uma 9mm estava próximo a uma
lixeira. Recolheu e pediu para leva-lo ao laboratório.
- Quando tiver
notícias, me avise.
Beckett seguiu
na direção de seu carro. Com o celular em mãos, pensava se deveria ligar e
contar a Castle que não haveria final de semana. Seria a melhor ideia? Revelar
que estava pronta para encontra-lo novamente? Melhor não. A investigação seguiu
e as pistas não pareciam ajuda-la a avançar. Somente às três da tarde Ryan
conseguiu algo sólido. Ela ordenou que buscasse a pessoa. Quando estava prestes
a entrar na sala de interrogatório, seu celular tocou. Castle. Ela não deveria
atender visto que estava trabalhando, porém não avisara nada sobre a sua
decisão.
- Oi, Kate...
diga que você está a caminho dos Hamptons.
- Castle – ela
sussurrou – estou no meio do trabalho, entrando na sala de interrogatório.
- Você está
trabalhando? Tem um caso? Não acredito! Você devia vir me ver... – ela percebeu
o desapontamento na voz dele.
- Estou, ele
apareceu hoje de manhã. Esqueça o fim de semana, concentre-se em escrever.
- Você não
pode passar o caso para os rapazes?
- Castle,
estou nas 48 horas criticas não posso largar agora. Desculpe, eu não queria lhe
decepcionar. Talvez uma outra vez.
- Ainda não
estou acreditando que você vai me trocar por um morto.
- Castle, eu
sou policial. Sempre tem um morto perto de mim. Vai escrever, a Nikki precisa
de você. Tenho que ir – desligou o telefone com um certo remorso na mente.
Suspirou e foi direto para o interrogatório. Ela precisou de muita paciência, o
cara além de metido era cheio de nuances, queria falar complicado e meia hora
depois, ela saia da sala bufando. Não conseguira a confissão e pior, ele
exigira o advogado. Pediu para Esposito entrar em contato com o representante
da lei. Ela estava de mau humor. Por mais que quisesse fechar esse caso a tempo
de aproveitar seu fim de semana, provavelmente não era o que aconteceria. De
volta a sua mesa, ela ordenou as fotos do quadro, as evidências e anexou a gravação
que acabara de realizar do interrogatório. Esperava que com a presença do
advogado ela conseguisse uma confissão. Viu quando Esposito se aproximou quinze
minutos depois.
- Beckett,
falei com o advogado. Ele está em Hobokan, volta à cidade apenas amanhã.
- Mais essa
agora! Cadê o Ryan? Preciso que você e ele revirem a vida desse cara de cabeça
para baixo, me deem alguma coisa que eu possa usar contra ele. Eu quero essa
confissão hoje.
- Mas, Beckett
e se – ela o cortou.
- Nada de mas...
achem algum podre, qualquer coisa! – ela voltou a sentar-se na sua cadeira com
as mãos apoiando a cabeça. Deixara transparecer a irritação de estar ali, não
podia. Tinha que fazer seu trabalho, pensar na vítima. Acionou o gravador para
ouvir novamente o depoimento do suspeito, deveria ter alguma coisa que a
ajudasse a desvendar de vez o motivo desse crime. Ryan e Esposito se afastaram
o suficientemente para estarem seguros a fim de comentar.
- O que está
acontecendo com a Beckett? Ela parecia tão bem quando voltara do feriado...
- Deve ser
aquelas coisas de mulher, Ryan. TPM.
- Não, acho
que o motivo é outro. Será a ausência de Castle?
- Deixa de ser
besta, você parece mulher. Beckett não se importou com a saída de Castle. Não
tem nada a ver com isso. Ele pode estar sentindo falta dela, mas o contrario
não é verdadeiro. Ela está namorando, vai ver brigou com Demming.
- Às vezes
você é tão insensível, Espo! Melhor a gente encontrar outra coisa senão já vi
que vem mais bronca aí.
Depois de três
horas, Ryan trouxe novidades sobre o suspeito para ela. Informações que
complicavam sua vida. Sem esperar o advogado, ela pediu para um dos guardas
trazerem-no de volta à sala. Mesmo alegando que não falaria sem seu
representante, Beckett despejou o que descobrira sobre ele, não abriu o bico,
mas ela pode notar que o assustara, sua linguagem corporal não negara.
Saiu do
distrito quase dez horas da noite. Cansada e ainda chateada, ela apenas tomou
um banho e dormiu. Não era nem sete da manhã quando Beckett chegara com um copo
de café nas mãos para esperar o tal advogado. Ryan e Esposito se surpreenderam
por já encontra-la em frente ao computador. O advogado finalmente apareceu. E
contrariando todas as possibilidades, Beckett descobriu que prendera o cara
errado. Com o apoio e conselho do advogado, ela teve acesso a outra pista e
praticamente voltaram a estaca zero do caso. Ia ser um longo sábado.
Beckett viu a
ligação perdida de Castle em seu celular. Provavelmente estava ansioso para saber
se ela iria encontra-lo. Resolveu não retornar a ligação por enquanto. Estava
chateada demais para falar com ele agora. Fora enrolada por um bandido, sim porque
ele poderia não ter cometido o assassinato, mas fez questão de fazê-la de boba.
O clima tenso do sábado continuou no domingo. Finalmente, Esposito conseguiu
trazer um novo suspeito para o distrito, Ryan com a equipe do CSU vasculhara o
apartamento dele em busca da arma do crime. Ela já estava na sala de
interrogatório quando recebeu uma ligação do detetive informando que achara o
revolver 9mm.
Ela demorou
para arrancar a confissão que precisava dele. Teve que usar de paciência e
estratégia, como no ditado comer pelas beiradas. Ao terminar, chamou os rapazes
para ficha-lo. De volta a sua mesa, começou no mesmo instante a fazer o
relatório, melhor não perder tempo já que não tinha o que fazer em casa.
Ao sair do
distrito foi que percebeu. Não comera nada o dia todo. Ficara apenas a base de
café. O estomago começava a doer. Ela parou em um restaurante chinês próximo ao
seu apartamento para comprar uma sopa. Fez a refeição sozinha olhando para o
canto onde estavam empilhados seus livros. Vários títulos de Rick Castle.
Suspirou. Não adiantava pensar mais sobre isso, seu final de semana fora
arruinado. Cansada, ela tomou um banho e jogou-se na cama. Avistou o celular
sobre o colchão. Não retornara a ligação dele. Seria prudente fazer isso agora?
E dizer o que? Gostaria muito de estar ai, infelizmente o dever vem em primeiro
lugar, senti sua falta... blablabla, isso soa tão carente! Tão... dependente. Não,
melhor dormir.
Mas enquanto
sua cabeça mandava dormir, seus dedos guiados por outra força destravavam o celular
e retornavam a ligação. Ao quarto toque, ele atendeu.
- Castle.
- Hey, vi sua
ligação agora... está tudo bem? – ele checou o relógio.
- Kate, são
quase dez da noite. Ainda está trabalhando?
- Acabei de
chegar. O caso demorou mais do que previ. Passei o sábado e o domingo no
distrito. Você escreveu?
- Era a única
coisa que tinha para fazer, não? Por um instante achei que você viria até aqui
me ver.
- Castle, por
favor, estou cansada. Só liguei para saber se estava tudo bem, como uma
cortesia assim que vi a chamada perdida. Não vamos ficar discutindo o que
deveria ter feito no fim de semana.
- Tudo bem,
você deveria descansar. E não fique trabalhando demais. Nova York não ficará
menos violenta se você dormir umas oito horas. Boa noite, Kate.
- Boa noite,
Castle – deixando o celular de lado, ela caiu no sono.
A semana começara
agitada. Beckett nem bem pisara no distrito quando Esposito disse para segui-lo,
pois Lanie acabara de ligar sobre um corpo encontrado a dois quarteirões dali.
Ela mal tomara o café que comprara em paz. Não teve outra opção senão seguir
para as ruas. Pelo menos dessa vez, fora um homicídio simples. Ao fim da tarde,
estava solucionado. Então, outro telefonema para sua mesa a chamou para um
outro ponto de Manhattan. Um homem esfaqueado três vezes no Battery park, seria
uma longa noite.
Beckett fez
algo que a muito não fazia. Dormira no distrito. O interessante era o que
acontecera durante as duas horas que ela fechara os olhos cochilando. Sonhara
com Castle. Ele estava ali com ela, rindo e teorizando sobre o caso que ela
começara a trabalhar aquela noite. De repente, ele fala algo que chama sua
atenção, algo que não havia passado pela sua cabeça. No sonho, ela ficara tão
contente de perceber a ligação que beijara-o em plena delegacia.
Acordando,
Beckett assustou-se antes de se recordar onde estava. Então, a última imagem do
seu sonho lhe veio à mente igualmente o sorriso. Seu olhar encontrou a cadeira
vazia. Mesmo longe, ele parecia estar participando de seu dia a dia. Lembrando
do comentário do sonho, ela fitou o quadro de evidências. Pegou uma foto em
suas mãos. Com uma lente de aumento checou a figura de um homem nas sombras.
Sabia o que devia fazer. Trabalhando a imagem e pesquisando o arquivo de dados
a procura de um nome. E encontrou.
Dali, ela se
preocupou em trazer o suspeito para o distrito.mHoras depois, ela estava na
mesa de frente para o criminoso, ou assim supunha. Beckett acabou por descobrir
que ele tinha um álibi. Porém, essa não foi a única descoberta que fizera durante
a conversa com o suspeito. Chamando Ryan, ela contou sua ideia e pediu para que
ele verificasse.
Na terça, na
parte da tarde ela saiu para as ruas com os rapazes a fim de efetuar a prisão.
Voltaram trazendo o culpado algemado. Assim que chegou ao distrito, o
representante da promotoria já a esperava. Conversou com ele, entregou algumas
evidências e prometeu entregar seu relatório para auxilia-lo na manhã seguinte.
Finalmente, ela estava sentada em sua mesa digitando os dados do relatório,
desfizera o quadro e ao pegar a caneca levando-a a boca, percebeu que o café
acabara.
Levantou indo
até a minicopa. Serviu-se de café comum, não sabia usar aquela máquina. Vendo-a
sozinha no salão sorvendo o café, Montgomery aproximou-se chamando por ela.
- Beckett, pode
vir a minha sala um minuto?
- Claro,
capitão – bebendo seu café, ela fechou a porta e sentou-se na cadeira como
indicara seu superior com o olhar – algum problema, senhor?
- Nenhum que
eu não consiga resolver. Beckett, eu tenho observado-a nessa semana. Você
trabalhou em quatro casos ininterruptamente. Fez viradão no fim de semana e
dormiu aqui. Esposito me contou.
- Senhor, eu
apenas.... eu me empolguei com o caso, não vi a hora – mas seu capitão levantou
a mão indicando para que ela se calasse.
- Sem
desculpas, Beckett. Você até pode ter ficado presa investigando, mas não é esse
o motivo de estar praticamente morando no 12th. Você quer falar sobre isso?
- Não é nada.
Na verdade, eu ia pedir para que o senhor me desse uns dois dias de folga.
Desde que me mudei, ainda tenho caixas para arrumar, alguns objetos e pensei
como trabalhei no fim de semana...
- Se você não
pedisse, eu iria lhe mandar para casa do mesmo jeito, nem que fosse à força.
Você tem quatro dias de folga pelo sábado e domingo. Como amanhã é quarta, tire
o resto da semana de folga. Não quero vê-la nesse distrito até segunda-feira.
Descanse, Beckett e lembre-se: se afogar no trabalho nem sempre é a melhor
solução.
- Do que está
falando, senhor? Eu só estava fazendo meu trabalho.
- Se você
diz... – mas a expressão no rosto de Montgomery mostrava que ele estava se
referindo a Castle. Kate se fez de desentendida. Voltou a sua mesa, terminou o
relatório e juntou suas coisas. Checou o relógio, oito da noite. Não era à toa
que estava exausta. Ao chegar em seu apartamento, desabou na cama.
Na manhã
seguinte, ela fez seu café, comeu frutas e olhou para as caixas colocadas de
lado no canto da sala. Tinha que arrumar aquilo. Sentou-se no chão e abriu a
primeira caixa ainda pensando o que poderia fazer com elas.
XXXXX
Castle estava
sentado numa das espreguiçadeiras do quintal com o seu notebook no colo. Ele
terminara mais um capitulo. Era o décimo. Estava evoluindo rapidamente, tudo
porque tivera tempo suficiente para se dedicar ao livro. Não estando presente,
Beckett, apesar de estar em seus pensamentos ajudara-o a escrever. Agora, ele
deveria começar o próximo capítulo, havia um gancho e sabia exatamente sobre o
que era preciso moldar na próxima pagina, porém sua mente estava em Nova York. Como
será que Kate estava? Ainda mergulhando no trabalho? Era essa a forma dela
evitar pensar nele, de entender o que acontecia? É possível que sua decisão de
ter deixado o distrito tenha feito mais mal do que bem?
Queria ligar
para ela. O problema era que se fizesse isso, o que a levaria a pensar? Que
estava seguindo-a? Sendo repetitivo? Ou pior irritante como ela mesma
detestava? Seria bem ruim ouvir que estava incomodando e manda-lo desaparecer.
Definitivamente essa era a relação mais complicada e estranha que já estivera.
Exceto que não era bem essa a definição do que tinha com Beckett. Ele a
admirava. Era atraído pela beleza e pela força dela. A personalidade era um
mistério, um delicioso quebra-cabeça que o atiçava, o encantava.
A decisão que
tomara podia ser revertida. Quando optou por vir para os Hamptons, ele sabia
que tinha o livro para escrever e que precisa escapar daquele lugar onde a
veria sorrindo e beijando-se com outro homem, saindo na companhia dele. Com o
fim do namoro, ele tinha uma chance. O feriado já provara isso e sua volta ao
distrito passava a ser algo plausível. Estaria divagando? De qualquer forma,
ele não iria desistir.
Dando uma
última olhada no relógio, ele se espantou por ser quase cinco da tarde. Não
iria escrever mais, pelo menos naquele momento. A noite ele voltaria a se
dedicar a Nikki Heat. Fechou o notebook encaminhando-se para o interior da
casa. Pensou em relaxar um pouco, umas boas braçadas na piscina seria bem
providencial.
De calção de
banho, ele mergulhava na água, nadando, exercitando-se e a mente pensava em
ninguém menos que ela e suas peripécias naquela mesma piscina. Terminada a
décima volta, ele emergiu em uma das bordas tirando a água do rosto. Então, ele
piscou adequando sua vista ao que aparecera a sua frente.
- Com calor,
Castle? – lá estava ela. Trajando uma calça jeans e uma camiseta de alcinhas.
Nos pés, uma rasteira. O sorriso iluminado. Ela tirou os óculos escuros para
fita-lo – o que foi, Castle? O gato comeu sua língua? Ou está achando que isso
é uma miragem? – perguntou provocando vendo o homem a sua frente de boca aberta
e sem reação.
- Kate... o- o
que faz aqui?
- Pensei que o
convite estava aberto para qualquer dia, não apenas fins de semana.
- Está! É
claro que está! – recompondo-se do primeiro choque ao vê-la ali a sua frente,
Castle se antecipou para deixar a piscina – apenas achei que estivesse
investigando assassinatos. Aconteceu alguma coisa?
- Aconteceu.
Eu trabalhei em quatro casos praticamente 24 horas por dia e Montgomery me
expulsou do distrito. Com a folga, pensei em fazer uma visita para ver se você
está mesmo escrevendo ou somente se divertindo e festejando. Parece que eu
estava certa. Você veio para os Hamptons escrever, não vejo nenhum notebook ou
papel por aqui.
- Para seu
governo, eu estou indo muito bem com o livro. Ao contrario de você, acredito em
horas de descanso – ele pegou a toalha para tirar o exceto de água de seu corpo
e não pode deixar de notar a forma como o olhar de Kate passeava pelo seu
corpo, faminto, percebeu quando ela mordiscou o lábio inferior. Ali na frente
dela estava seu oásis e sua perdição. Castle enrolou a toalha na cintura sob um
gemido de protesto da mulher que não conseguia tirar os olhos dele.
Passando a mão
pelos cabelos, Castle pensou em implicar mais um pouco com a sua convidada.
- Kate, sabe
que é bem-vinda aqui, quanto tempo pretende passar? – agora já ciente de si,
ele não parecia abalado ou contente em vê-la ali como ela esperava. Estava
zoando com sua cara ou realmente era indiferente? Naquele instante, pensou se
tudo aquilo não fora um erro ou era apenas parte do jogo?
- Talvez,
volte hoje mesmo se achar que não há nada interessante para fazer por aqui.
- E por
interessante, você quer dizer... – e ali estava. Aquele olhar pessoal, intenso e
provocante. O azul parecia penetrar pela sua roupa eriçando os pelos e fazendo
seu coração disparar. Kate avançou na direção dele e puxou a toalha. Com os
lábios, ela roçou o pescoço dele enquanto as mãos passeavam pelo peito, ombros,
apertando os músculos do braço. Beijou-lhe o pescoço bem no local do pomo de
adão. Ele já estava desarmado pelo toque dela. Kate poderia fazer o que
quisesse com ele bem ali. Com uma cara extremamente sensual, ela o empurrou com
as duas mãos de volta à piscina.
Vendo-o cair
na água, Kate abriu a calça jeans, somente de blusa e calcinha, jogou-se na
piscina. No instante que estava frente a frente com Castle, ela o puxou fazendo
suas bocas se encontrarem num beijo intenso. As faíscas se incendiaram apenas
por sentirem os corpos colados, pele contra pele. Não tinham nada planejado ou
decidido, o momento era para sentir. Kate aprofundava o contato deixando os
braços fortes a segurarem, acariciarem suas costas. As pernas enroscaram-se na
cintura dele e perderam-se em carícias. Quando finalmente afastaram-se, ele
sorria.
- Detetive
Beckett, você realmente sabe como fazer uma aparição. Isso foi inesperado...
- Mesmo? Bom
saber.
- Você não
respondeu minha primeira pergunta. Fica até quando?
- Talvez até o
fim de semana, mas tudo depende de você. Afinal, se estiver atrasado no seu
livro, não sou eu quem vai piorar a situação.
- Kate, deixe
de jogos, por que está aqui? – ela se distanciou dele. Fitou-o antes de decidir
sentar-se na borda da piscina para ganhar tempo e responder com calma.
- Castle,
estou aqui pelo mesmo motivo que vim naquele feriado. Um convite para
descansar. Não vamos transformar esses momentos em análises complicadas ou
conversas sérias. É possível apenas nos divertirmos?
- É possível,
por enquanto. Com uma condição: que essa sua diversão inclua cantar e tocar
mais uma vez para mim no piano.
- Posso fazer
esse sacrifício – ela riu distanciando-se dele para nadar um pouco.
Mais tarde,
saíram da piscina combinando o jantar. Castle queria sair, leva-la a um excelente
restaurante no píer. Mesmo relutante, acabou aceitando. Era um dia de semana,
não devia ter tanta gente por mais que fosse verão. Realmente, o lugar não
estava lotado, porém olhos curiosos vinham na direção dos dois. Castle escolheu
um lugar reservado para sentarem e a noite tornou-se em mais um ótimo programa
para os dois.
De volta à
mansão, Beckett recebeu uma taça de licor e uma xícara de café expresso, um
excelente jeito de terminar a noite. Sim, ela não tentaria mais nada naquela
noite. Não era a hora de jogar todas as suas cartas na mesa. Querendo deixar
isso claro, ela perguntou.
- Posso
assumir que meu quarto de hóspedes está disponível? Quer dizer, eu me troquei
lá. Tudo certo, não?
- Eu pensei –
mas decidiu se calar antes que dissesse algo que diminuíssem ou acabasse de vez
com suas chances, ela estava jogando ou levando isso devagar. Podia lidar com a
situação que ela estava sugerindo – nada. Sim, o quarto está ao seu dispor,
mademoiselle. Quer se deitar ou aceita outra dose de licor?
- Por mais
delicioso que seja – ela fez uma pausa, claramente o delicioso que ela se
referia não era o licor - eu prefiro dormir agora. Quero acordar cedo amanhã
para aproveitar a praia.
- A praia,
certo. Tudo bem, você aprecia as caminhadas matinais.
- Você já vai
para cama, Castle?
- Não, vou me
servir de mais uma dose e ficar no escritório. Quem sabe não escreva algo
interessante depois de uma noite agradável?
- É uma boa
pedida – ela se levantou do sofá, colocou o copo sobre a mesa de centro. Passou
por ele, sorrindo e inclinando-se para beijar-lhe o rosto – boa noite, Castle.
Boa aventura escrevendo.
- Até amanhã,
Kate. Bons sonhos – ele manteve o sorriso nos lábios após o gesto dela.
De fato,
Castle se manteve recluso em seu escritório para escrever parte do capitulo que
já havia moldado. O trabalho que deveria ter feito naquela tarde ao invés de
vagar em pensamentos sobre a bela detetive. Felizmente, estava de muito bom
humor após a visita surpresa que recebera. Teria paciência, o fato dela estar
tão perto era suficiente para prever boas coisas acontecendo. Seguir a cartilha
de Beckett era certamente a sua melhor opção de se dar bem.
Kate acordou
cedo. Passava das seis da manhã. Depois de fazer uma vitaminada para enfrentar
a corrida, ela sumiu pela porta da varanda que dava acesso à praia. Novamente,
sentiu-se inspirada pelo mar. Ontem tivera que conter sua louca vontade de
estar mais uma vez nos braços de Castle. Chegara inclusive a levantar-se e
espiar no meio da noite se ele estava em seu quarto. Encontrara a cama vazia
ainda aproximadamente duas da manhã. A escrita devia estar rendendo. Bom para
ela.
Pensar sobre
isso despertou outro sentimento em Kate. A curiosidade. Ao retornar da praia,
ela cuidadosamente procurou por sinais de que ele ainda estivesse dormindo. A
casa estava silenciosa. Ninguém na cozinha, ninguém na sala. Ótimo, sorrindo
ela dirigiu-se ao escritório dele. Entrou. O notebook sobre a mesa com a tela
de descanso mostrando a frase “You should be wirting”. Isso a fez sorrir. Ao
lado, vários papéis com anotações. Entre elas algumas sobre uma cena de sexo.
Balançando a cabeça, ela procurou focar no notebook. Queria muito ver o que ele
andava escrevendo nessa segunda aventura de Nikki Heat.
Ao tocar o
teclado, descobriu que o acesso precisava de uma senha. Era uma detetive, quão
difícil seria acertar a palavra secreta de Castle? Começou com uma bem simples.
Derrick Storm. Errada. Em seguida, usou seu alterego. Nada. Tentou seu nome,
suas iniciais juntas, seu distintivo. Nenhuma abrira a tela. O que poderia ser?
Lembrou-se dos primeiros casos que trabalharam juntos. A palavra de segurança.
Apples. E errado novamente. Não era possível.
Ela olhava ao
redor em busca de uma pista, algo que denunciasse qual era a palavra. Viu uma
foto da filha. Digitou Alexis e nada aconteceu. Então, um pensamento lhe
ocorreu, era sua última chance. Estava sem ideias. Respirando fundo, ela
digitou as palavras juntas. MuseBeckett. E a tela se mostrou a frente dela. Um
sorriso de satisfação despontou no rosto. Abrindo o gerenciador de arquivos,
ela procurava uma pasta com o nome do livro. Achara, imediatamente abriu o
arquivo.
Ali a sua
frente estava o segundo exemplar da série Heat. Ao invés de ler desde a
primeira pagina, ela optou por procurar as tais cenas de sexo, afinal ele mesmo
afirmara que tivera ótimas ideias após o feriado que passaram juntos. Acionando
a ferramenta de pesquisa rápida, ela digitou a palavra sexo encontrando algumas
aparições na tela. Passou pelo primeiro, o segundo, nenhuma relação com o que
procurava. A terceira, porém pareceu mais promissora. A cena começara com uma
conversa entre Nikki e Rook no carro. Era Nikki fantasiando sobre ele e
margaritas.
Kate estava
tão absorta na leitura em busca de qualquer referência às suas próprias
aventuras com Castle que sequer percebeu a presença dele na porta. Antes de
falar uma palavra, ele a observava. As sobrancelhas franziam, os olhos
alargavam-se, as expressões variavam à medida que ela avançava lendo. Não tinha
dúvida que sua musa estava lendo partes do seu livro. Percebendo que era uma boa
hora para surpreende-la, ele falou.
- Katherine
Beckett... – bastou ouvir seu nome para pular literalmente na cadeira quase
caindo - eu nunca pensei...
- Castle... –
a voz saiu baixa e cheia de culpa. Imediatamente ficou vermelha.
- Você está
bisbilhotando minhas coisas ou devo dizer lendo meu livro... – ele fechou o
notebook – a curiosidade matou o gato, Kate. Isso é invasão de privacidade.
Logo você uma detetive, que vergonha... tsctsctsc
- Olha, Castle
não fiz por mal. Você podia ter evitado isso se me deixasse ler um pedacinho –
ela se levantou da cadeira dele ainda sem graça por ter sido pega no flagra.
- Sem spoilers
para você, Kate. Por que essa vontade tão grande de ler minha história antes de
termina-la? Quando tiver o primeiro manuscrito, posso dar um jeito de chegar
até você como fiz com o primeiro. Um pouco de paciência, detetive. E como
descobriu minha senha?
- Não foi tão
difícil – obviamente mentindo – sou uma detetive e você não é um cara difícil
de ler.
- Bom saber, a
nova senha não será tão fácil. Já tomou café?
- Somente uma
vitaminada antes da praia – ele colocou a mão na cintura dela guiando-a para
fora do escritório.
- Ótimo! Farei
uma omelete para nós.
Depois do
café, eles foram para a praia. Uma bela caminhada seguida de um ótimo banho de
mar. Durante o passeio, ela apesar de envergonhada, tornou a buscar sua mão.
Gostava de manter os dedos entrelaçados aos dele. Ao voltarem para casa, Kate
insistiu em cozinhar para os dois como uma maneira de se redimir do feito da
manhã. Ela se sentia mal por ter deixado sua curiosidade falar mais alto. Negou
que quisesse ajuda. Ele não se importou, ficaria observando-a quando possível
para que ela não o expulsasse da cozinha.
Ele fingiu que
ia deixa-la sozinha refugiando-se em seu escritório. Claro que voltou em menos
de dez minutos com seu notebook e um bloco de anotações no qual escrevera as
ideias que desenvolveria. Escolheu um lugar estratégico para sentar a fim de
olhar para ela. Um novo lado de Kate Beckett surgia a sua frente. Ela transitava
pela cozinha muito bem. De avental, entre vasilhas temperava algo que ele não
sabia o que era. Tentava disfarçar, porém seus olhares não passaram
desapercebidos para Kate.
Quando
sugerira cozinhar, ela pensou em fazer uma das receitas que aprendera com a mãe.
Bolo de carne ao molho de tomate e manjericão. Para acompanhar um arroz no estilo
marroquino e batatas assadas com páprica. Apesar de estar atenta às atividades
da cozinha, Kate deixava seus olhos escaparem até onde ele estava. Percebia a forma
como ele passava um bom tempo admirando-a. De repente, ela decidiu por mudar de
tática. Por que não trazê-lo para a cozinha? Com um sorriso, era hora de tirar
a atenção de Castle do seu livro, não que estivesse tão ligado assim.
- Castle,
poderia vir até aqui me ajudar? – a forma manhosa estava na voz dela ao fazer
aquele pedido. Ele levantou-se aproximando-se do balcão onde ela misturava um
molho na panela – coloque o avental primeiro.
- E precisa?
- Claro, você
irá fazer fritura. Além do mais... – ela se aproximou para amarrar o avental
nas costas dele, não deixou de aproveitar para acariciar suas costas,
sussurrando o resto da frase próximo ao ouvido dele – eu acho sexy homens de
avental – a mão deslizou e apertou o bumbum dele sobre a calça.
- O que devo
fazer?
- Vai fritar
as batatas, eu ia assa-las, mas achei que fritas ficariam melhores. Eu preciso
ficar de olho nesse molho. O óleo já está quente. Tome cuidado para não se
queimar – ele sorriu para a mulher ao seu lado.
- Não é minha
primeira vez fazendo isso, Kate – a dinâmica na cozinha era tão boa quanto a
que tinham para resolver crimes. A carne começou a cheirar, o molho ficou
pronto e ela preparou toda a comida para por nas mesas. Castle terminara de
fritar as batatas. Com tudo pronto, eles sentaram-se à mesa. O cheiro estava
muito bom, ele estava curioso para saber se o gosto também agradaria. Kate o
serviu. Quando ele provou a primeira colher, fechou os olhos absorvendo o gosto
para então fita-la.
- Está muito
bom. Nossa, Kate! A carne está suculenta e esse queijo com o molho vermelho...
adorei. Acabei de descobrir mais uma qualidade de Kate Beckett.
- Que bom que
gostou. Sou uma mulher de muitos talentos, Castle. Essa receita era da minha
mãe, ela me ensinou a fazer. Sempre nos aventurávamos na cozinha aos domingos,
algumas vezes no sábado à noite. Aprendi alguns truques com a dona Johanna, mas
não consigo fazer um peru como ela. Eu não consigo acertar o ponto para deixar
a carne suculenta, molhadinha – calou-se, os olhos pareciam vidrados olhando o
nada. Ele podia imaginar o que estava em sua mente naquele momento, lembranças
saudosas da mãe, talvez de um almoço de domingo. Tocado pela cena, ele esticou
a mão para toca-la, um leve aperto e um sorriso fora o que oferecera a ela.
Kate suspirou e sorriu de volta apertando a mão dele.
- Desculpe,
eu...
- Não tem
porque se desculpar. São boas lembranças. Todos nós precisamos de um momento de
nostalgia. Ela era uma mulher muito especial pelo pouco que sei até hoje. Muito
parecida com você.
- Obrigada,
Castle. Eu ainda tenho muito o que crescer para ser como ela.
- É o que você
pensa, o que é bom porque não te impede de buscar mais, querer mais. Por isso você
é extraordinária – ela limpou a boca com o guardanapo, inclinou-se beijando o
rosto dele. Terminaram de comer, quando começou a recolher os pratos, voltou a
perguntar.
- Castle, você
está pretendendo escrever à tarde ou vai trocar o dia pela noite?
- O que eu
farei depende exclusivamente de você, Kate. O que tem em mente?
- Longe de mim,
atrapalhar seu trabalho, você tem um prazo e como não me deixa ter acesso ao
seu livro não sei se vou atrasa-lo.
- Nem adianta
agir como preocupada porque não vai rolar, nada de livro ou leitura para você.
- Quem disse
que eu quero ler? Estava pensando em fazer outra coisa interessante, talvez se
quiser dormir à noite como os humanos normais, podemos nos divertir – ela se
aproximou abraçando-o pela cintura.
- Mesmo? Não preciso
escrever agora, Kate. O que eu preciso é de uma degustação – ele puxou-a pela
nuca sorvendo os lábios com vontade. Kate foi amolecendo nos braços dele a cada
toque, a cada beijo, sentir o toque de Castle na sua pele era tão gostoso, tão intenso.
Ele a puxou pela mão em direção ao seu quarto.
- E a
cozinha....
- Deixe isso
aí, depois...
No quarto de
Castle, ele tornou a beija-la. As mãos passeavam em seu corpo experimentando
cada pedacinho de pele enquanto livrava-se das roupas que ela usava. Deitou-a
na cama, ficou um tempo admirando-a deitada e sorrindo. Tirou a própria roupa,
juntando-se a ela na cama. Ele sorveu a pele desde o pescoço até o centro dos
seios. Saboreou cada um deles sugando, lambendo e mordiscando. Ao apertar o
mamilo, ele ouviu os gemidos escapando dos lábios de Kate.
Determinado a
estender o prazer que ela começava a desfrutar, Castle afastou as pernas dela.
Primeiro, deslizou os lábios beijando a parte interna das coxas com direito a
pequenas mordidinhas na pele. Depois, usando os dedos ele acariciava a virilha
fazendo Kate estremecer ao toque. Então, ele colocou os dedos no centro dela. Estava
úmida, cheia de desejo para recebê-lo. Provou-a com os lábios deixando a própria
língua provocar sensações incríveis que faziam o corpo dela se contorcer apenas
com os movimentos da língua. O orgasmo foi se aproximando crescendo como uma
onda gigante, cada vez mais próximo de chegar à praia, provocando a explosão tão
ansiada.
- Mais,
mais... – o pedido era quase um lamento. Porém, Castle queria brincar mais com
ela antes de se deixar preenche-la completamente. Voltou a beija-la enquanto
suas mãos deslizavam na lateral do corpo, apertou os seios. Novamente, vagou
pela pele quente e vermelha de Kate usando os lábios para prova-la até chegar
mais uma vez ao objeto de desejo. Em minutos, ela teve um novo orgasmo. Sem deixar
a sensação passar, ele a penetrou de uma vez.
Era assim que
a união dos dois corpos acontecia todas às vezes, um misto de pele, desejo,
luxuria. Era intenso, verdadeiro, cada toque, cada beijo, cada gesto era muito
forte e especial. Ela deixou o nome dele escapar-lhe aos lábios quando ele se
entregou ao orgasmo junto com ela.
Deitados com
as pernas enroscadas, eles se deram a chance de dormir o resto da tarde. Durante
a noite, Castle preparou uma série de aperitivos que degustaram junto com vinho
e queijos. O clima entre eles era leve, as caricias surgiam em momentos mais
que naturais, os beijos deixava os dois leves e felizes. Kate sentou-se ao
piano e cantou Sinatra novamente. Duas garrafas de vinho depois, eles voltaram
a se amar, dessa vez no chão da sala. Esse foi o primeiro dia da folga que Kate
dividiu o mesmo quarto com Castle.
Foi assim até
o fim da temporada que ela passara nos Hamptons. Entre banhos de piscina,
passeio pela cidade, idas a restaurantes ou mesmo uma simples tarde lendo
enquanto Castle escrevia, sempre havia espaço para carinhos e fazer amor. Foram
ótimos dias nos quais Kate apenas se preocupava em desfrutar da companhia e do
lugar. Não perdeu tempo pensando ou conjecturando se aquilo era um
relacionamento, uma curtição ou qualquer outra determinação. Ao lado de Castle,
sentia-se bem como há muito tempo não acontecia.
Ela ia embora
no domingo à tarde. Castle estava com saudades desde já. Sabia que o tempo
passado ali iria servir de apoio para o período que estariam separados. Cada vez
mais, ele se via encantado por Kate, apaixonava-se pelos gestos, sorrisos,
segredos, todos os dias. Ao vê-la descer as escadas com a mala e a bolsa,
correu para ajuda-la. Dessa vez, ela viera de carro, portanto nada de gentileza
quanto à volta para casa. Com tudo pronto, chegara a hora da despedida.
Kate caminhou
sorrindo até onde ele estava. A mão tocou-lhe o rosto em uma demonstração simples
de carinho. Com as mãos no peito dele, ela beijou-o. Castle sabia que naquele
beijo tinha significado, não precisava de palavras para descrever saudade,
carinho e por que não um pouquinho de amor? Pelo menos de sua parte havia. Kate
entrelaçou as mãos na dele, falou sem perder um segundo o contato com os olhos
azuis profundos.
- Eu me
diverti muito. Obrigada por deixar seu trabalho de lado por mim.
- Quando
quiser, estarei aqui. Pode aparecer.
- Ainda não sei
quando voltarei, mas sinto falta de investigar ao seu lado – se distanciando do
contato com o corpo dele, manteve a mão enroscada na dele enquanto o puxava
para a área externa da casa. Antes de entrar no carro, ela beijou-o novamente
praticamente se jogando contra o corpo de Castle. Abriu a janela, sorriu e
disse as palavras.
- Não sei
quando te vejo de novo, mas não suma. E termine seu livro misterioso antes do
fim do verão. Posso precisar de você no 12th.
- Farei o possível,
Kate. Tenha uma boa viagem de volta e não esqueça o caminho dos Hamptons – ele ficou
ali fora até ver o carro azul desaparecer na estrada.
XXXXXXXX
Três dias
depois que estava de volta ao trabalho, não apenas o Capitão como os rapazes
comentavam que ela estava muito bem. Naquela noite, Castle ligara para ela
querendo fazer uma surpresa. Kate estava lendo o arquivo de um caso.
- Olá, Kate. Está
em casa ou no distrito?
- Em casa, mas
estou trabalhando. Por que pergunta?
- Trabalhando?
Em evidências do seu novo caso? Sobre o que é?
- Nada demais.
Uma mulher asfixiada encontrada numa lixeira. Tudo aponta para crime passional.
Amanhã vou interrogar um dos suspeitos. Ainda não tenho o real motivo do crime.
Você não ligou somente para saber o que eu estava fazendo. O que você quer,
Castle?
- Nossa,
detetive! Você já foi mais educada e receptiva. Assim, me faz pensar se o
motivo da minha ligação deve mesmo ser compartilhado após essa demonstração de
afeto tão bonita.
- Sério, você vai
ficar choramingando ao telefone? Não tem um livro para escrever?
- Sua sorte é
que adoro mulheres mandonas. Falando de livro, você pode acessar seu email da
NYPD da sua casa? É que não tenho outro, você não me deu o seu pessoal. Quero te
mandar uma coisa.
- Não é nenhum
caso para eu ajuda-lo a solucionar, certo?
- Na verdade,
acredito que você irá gostar. Pensei bastante sobre a possibilidade de matar
sua curiosidade sobre Naked Heat, portanto estou enviando um pedaço da história
do capítulo 8, apenas para você ficar com o gostinho. Vai me dar seu email
pessoal agora, Kate?
- Claro, anote
aí – ela ditou e sorrindo esperou a mensagem cair em sua caixa de email.
- Divirta-se,
Kate. Espero que sonhe comigo. Boa noite.
Duas semanas
se passaram. O primeiro mês do verão com Castle nos Hamptons não fora tão mal
quanto ele supunha, graças a presença de Kate na maioria dos finais de semanas.
Estavam mais próximos. Quando ela não podia juntar-se a ele, recebia ligações dele.
Não teve tempo de sentir falta porque quando pensava em Castle, ou ele ligava
ou ela mesma o procurava, conversavam sobre o caso que estavam investigando,
ele dizia suas suspeitas, ela escutava as teorias.
O segundo mês do
verão estava começando e Beckett estava atolada de trabalho. Tinha dois casos
em aberto, precisava ir ao tribunal para testemunhar em um caso e ainda um relatório
disciplinar da NYPD para responder. Estava sendo uma quinta e tanto. Seu objetivo
era um só: terminar tudo até amanhã para que pudesse voltar aos Hamptons. Claro
que não prometera nada a Castle, não tinha noção se conseguiria terminar tudo. Não
fora na semana anterior. Esmerou-se o quanto pode e após o horário de almoço, o
qual ela recusou a parar e sair com os rapazes, ela finalizara tudo.
Depois de
arquivar o último relatório, ela pensou em ligar para Castle informando que
iria estar por lá no sábado de manhã. Então, lembrando-se do quanto era bom
surpreende-lo, desistiu. Nada de criar expectativas ou interromper a escrita do
livro. Ele fizera um ótimo progresso já escrevera até o capítulo 15. Um grande
resultado e tudo indicava que antes do fim do verão, ele estaria de volta a
Manhattan.
Na manhã de
sábado, ela já tinha tudo preparado. Algo dizia para que ela ligasse para o celular
dele avisando que estava indo. Chame de instinto, palpite ou mesmo sexto
sentido de uma mulher. Decidida, ela pegou o telefone e discou o número de
Castle em discagem rápida. Três toques depois, atenderam. A voz não era aquela
que Beckett gostaria de ouvir.
- Olá! Celular
de Rick Castle, o melhor Best-seller de mistérios – a mulher parecia bêbada. O corpo
de Kate se retensou.
- Quem está
falando? Cadê o Castle?
- É a Gina
querida, e quem é você para falar de Rick assim, tão autoritária?
- É a Beckett.
- Nikki
Heat!!! – e gargalhou certamente por efeito da bebida. Do outro lado da linha, Kate
estava boquiaberta não acreditando no que provavelmente poderia estar
acontecendo.
Continua....