terça-feira, 11 de agosto de 2015

[Castle Fic] One Night Only?! - Cap.31


Nota da Autora: Finalmente consegui fazer outro capitulo. Bienvenuto a Roma! Aproveitem a calmaria, estou em clima de romance. Tem palavras em italiano, musica e momentos fofos e quentes! Tudo que o casal merece nessas ferias ... divirtam-se! E perdoem pq meu teclado esta ruim ainda...

NC17... be aware! 


Cap.31


Como eram mais de oito horas da noite, Castle sugeriu que eles aproveitassem para jantar ali mesmo no restaurante do hotel. A viagem atravessando o atlântico era cansativa de qualquer maneira, ele tinha compromisso logo pela manhã. Uma entrevista com a TV local deveria encontrar Ellen as nove no saguão do hotel. Com um rápido banho, eles vestiram uma roupa elegante e seguiram para o restaurante de mãos dadas.

O restaurante Mirabelle tinha um ar de luxo que lembrava os antigos salões de cortes do século XVIII em sua decoração. Luz suave, flores e cristais compunham a beleza das mesas. Situado no sétimo andar com enormes janelas de vidro que se abrem revelando uma vista de tirar o fôlego da cidade. Kate estava admirando a beleza do local. Se já estava deslumbrada com o hotel, imaginava como se sentiria perambulando pela cidade.

O maitre os conduziu até uma mesa para dois próxima a uma das portas de vidro, o que proporcionava uma ótima vista para abrilhantar ainda mais a noite. Castle escolheu um vinho tinto merlot. Aceitando a sugestão do garçom optaram pelo menu especial do Chef daquela noite constituído de entrada, prato principal e sobremesa selecionada por ele mesmo para aquela noite. Ambos estavam curiosos com o que iam provar. A entrada foi Stracciatella com queijo burrata flores de abobrinha e trufas brancas. Ao colocar a primeira colher na boca, Kate parecia ter provado um pedacinho do céu, a combinação perfeita. Durante o prato principal, um risoto com cogumelos porcini, queijo castelmagno com molho de vinho do porto, eles conversavam sobre a agenda do dia seguinte.

- Que horas será sua entrevista amanhã?

- Ellen passará no saguão do hotel por volta das nove. A entrevista será as dez. Você já sabe o que vai fazer? Quero me encontrar logo após a entrevista com você. O próximo evento será na livraria no centro as quatro, tarde de autógrafos até as seis. Depois iremos jantar.

- Pretendo andar pelo centro de Roma, visitar alguns pontos históricos. Quando você estiver livre, me ligue então eu dou a minha localização e você vem me encontrar. O evento principal será no sábado, certo?

- Sim, se quer minha opinião, eu adoraria que você estivesse presente.

- Eu sei, babe. Mas isso seria nos expor demais. Conversamos sobre o assunto, se o evento for filmado há chances das imagens serem vinculadas nos Estados Unidos.

- Sinceramente? Vou checar com a Ellen se existe essa possibilidade. Após o evento acredito que teremos um jantar, por isso vou conversar com Ellen, quero sua companhia. E domingo será todo nosso. Somente nós dois – Kate bebeu um pouco mais de vinho.

- Como esse risoto está maravilhoso. Mal posso esperar pelo domingo. Segunda será outro dia cheio, não?

- Sim, tenho reuniões com a editora, almoço com executivos. Toda aquela parte chata que deveria ser feita por Gina. Devo ficar livre por volta das três. Terça, sou todo seu. O bom que a nossa volta será na madrugada de quarta, o que nos garante mais um dia completo em Roma – o garçom se aproximou trazendo a sobremesa. Uma mousse de mascarpone com calda de expresso.

Colocando a primeira colher na boca, Kate suspirou de satisfação.

- Meu Deus! Que delicia!

- Melhor que isso somente uma noite de amor com você, Kate.

- Hum...tentador, Castle. Se quiser posso te dar uma demonstração daqui a pouco – instigou com um sorriso genuíno apertando o joelho dele fazendo a mão deslizar até a altura da virilha.

- Não faz isso, Kate. Preciso descansar... – eles continuaram a saborear a sobremesa seguida de café expresso e uma dose de licor de framboesa. Juntos subiram para o quarto, despiram-se e contentaram-se em aconchegar-se nos braços um do outro entregando-se ao sono e ao cansaço.

Na manhã seguinte, Castle acordou por volta das sete ainda sob efeito do jetlag. Seguiu para o banheiro, tomou uma ducha para despertar e apareceu no quarto quase pronto. Kate já tinha acordado mesmo continuando deitada observando-o desfilar enquanto terminava de se vestir. Criando coragem para acompanha-lo no café da manhã, ela levantou-se e se arrumou em quinze minutos. Desejavam com todas as forças um café bem forte.        

O Buffett do café era um verdadeiro banquete de massas, pães e guloseimas. Optou por provar pequenos pedaços de pães italianos e comer frutas. Não podia abusar da comida se pretendia passar o dia caminhando pela cidade. O café macchiatto caiu como uma luva para despertar a ambos. Checando o relógio, Castle tinha dez minutos até a chegada de Ellen. Kate decidiu fazer companhia a ele enquanto esperava.

Eles estavam escorados em um pilar do hotel trocando beijinhos quando ela avistou a jornalista. Com um breve aceno, Castle se fez notar. Virando-se novamente para fita-la, segurou o rosto dela com ambas as mãos roçando o polegar nas bochechas.

- Vai sentir minha falta?

- Demais... – ela ajeitava o colarinho da camisa – mas talvez eu encontre uns italianos interessados em me fazer companhia – disse com um olhar tipicamente implicante – uma dama como eu andando sozinha pelas ruas de Roma...

- Nem pense nisso, comporte-se!

- O mesmo serve para você. Vou esperar para almoçarmos juntos. Boa sorte, babe – sorveu os lábios carinhosamente e ficou parada sorrindo vendo-o se afastar indo ao encontro de Ellen. A jornalista a cumprimentou de longe. Assim que Castle deixou o hotel, Kate subiu para pegar sua bolsa e informações. Hora de se divertir em Roma.

Enquanto Castle trabalhava, ela aproveitava para explorar a cidade. Com algumas dicas do concierge, começara o dia percorrendo as ruas e as praças do centro da cidade. Durante um dos passeios, conheceu outros turistas que a fizeram companhia e um italiano muito engraçado chamado Giuseppe que prometeu leva-la ao Coliseu e ao melhor gelatto de Roma. Não que isso importasse para Kate, mas em outra ocasião ela certamente teria reparado no porte atlético, nos belos olhos verdes e a barba em forma de cavanhaque ao redor dos lábios carnudos combinando com os cabelos negros que o tornava extremamente atraente.

Era design e naquela manhã acabara de visitar um cliente com o qual fechara negócio dando-lhe a oportunidade de curtir o resto do dia. Era um conceito bem diferente do vivido por americanos. No Coliseu, ela vivenciou parte da história italiana através das palavras de Giuseppe. Cada canto de Roma tinha uma curiosidade, uma história peculiar para ser dividida com aqueles que passavam e se interessavam. Tirou fotos de vários lugares e chegando próximo a piazza novata, encontrou um pequeno bar que se transformava em sorveteria durante o dia.

Pedindo um sorvete de chocolate e avelã, Kate se deliciou a cada colherada. O dono do estabelecimento, um senhor muito simpático se esforçava muito para conversar com a turista americana e insistiu que ela provasse quase todos os sabores de sorvete disponíveis. Uma verdadeira festa de gelatto. Ela comeu até não aguentar mais. Giuseppe perguntou se ela apreciava pizza, apesar de Roma não ser Napoli, havia um lugar com a verdadeira pizza italiana, uma variação enorme de tipos, calzones e vinhos deliciosos que ficava no centro.

Infelizmente não ia poder acompanha-la, mas garantiu que seu namorado ia gostar bastante. Comprometeu-se para encontra-la na segunda. Explorariam um museu maravilhoso da cidade e um bairro tradicional com construções bem características dos antepassados do grande império ao norte da Itália. Se topasse almoçar, havia um restaurante de uma nona italiana que fazia um nhoque divino. Kate não ia deixar de aceitar a ajuda do rapaz já que as dicas pareciam ser muito boas, podia conhecer e levar Castle. De qualquer maneira, Giuseppe deixou o nome dos lugares que mencionara para caso ela tivesse curiosidade de explorar, poderia fazer do jeito certo. Quando estavam para se despedir, ela tirou uma foto comendo um polpetone em uma barraquinha de rua.

Ela caminhava pelas lojinhas de produtos culinários e temperos quando seu celular tocou.

- Oi, Castle!

- Oi, amor. Divertindo-se?

- Muito. Já está livre? Estou louca para ir a feirinha com você. Passear de mãos dadas e receber seus beijos.

- Estou terminando. Acredito que em quinze minutos estou livre. Onde nos encontramos?

- Piazza novatta, de lá podemos sair a pé para o nosso passeio.

- Ótimo. Quero te levar numa cafeteria deliciosa que tem a dois quarteirões de lá, um expresso de morrer. Estou precisando de café, você não? E o melhor tiramisu de Roma. Vai querer comer todos os dias.

- Tudo numa cafeteria? Esse lugar será o meu paraíso.

- Não, o tiramisu fica em outro lugar. Daqui a meia hora na praça. Um beijo.

Castle desligou o telefone dirigindo-se a Ellen. O trabalho já havia terminado, porém iriam acertar os detalhes para a tarde. Ele queria conversar com ela sobre a possibilidade de Kate se juntar a eles na noite de sábado para o coquetel de lançamento de seus livros. Explicou a situação e o que seria um problema.

- Rick, você e Nikki. Não posso dizer que estou surpresa. Desconfiei assim que a conheci. Ela estava morrendo de ciúmes de mim. Nunca me engano quando acontece. De cara sabia que ela gostava de você. Será um prazer recebê-la no evento. Pode ser um appeal adicional para a editora e para os presentes. Muitos fãs adorariam conhecer sua inspiração.

- Esse é um ponto importante. Kate não gosta dessa badalação, fotógrafos e ser incomodada por muitas pessoas. Ela é reservada. Inclusive nosso relacionamento é um segredo em Nova York, nem mesmo seu superior desconfia. Quero sua cooperação quanto a isso.

- Pode vir a livraria por volta das sete, talvez não tenha mais tanta gente. Ia sugerir fazer uma entrevista com ela, mas já entendi que está fora de questão. Não se preocupe, não haverá equipes de televisão e o evento será divulgado apenas na Itália. Manteremos o segredo. Ah! Quase ia me esquecendo. Domingo já arranjei transporte para leva-los a Florence. E tenho dois ingressos hoje a noite ou domingo para a opera, sei que é um clássico e você já deve ter assistido várias vezes, para um apreciador nunca é demais. Les Miserables.

- Vou falar com Kate. Quatro horas estarei na livraria para a tarde de autógrafos. Vou andando.

- O motorista o espera na porta. Quando estiver pronto, ligue para esse numero – Ellen entregou-lhe um cartão – ele ira pegá-lo onde estiver.

- Obrigado.

Ele a avistou conversando com uma florista enquanto cheirava a diversidade de flores. Era uma imagem digna de uma foto. Pedindo para o motorista parar o carro a uma certa distância de onde ela se encontrava. Com o celular, ele capturou várias imagens de Kate sorrindo e apreciando as flores. Todas muito espontâneas. Guardou o dispositivo andando ao seu encontro. Castle a surpreendeu agarrando-a pela cintura tascando um beijo na lateral do pescoço ao mesmo tempo que uma das mãos estendia-se pegando um ramo de flores entregando a ela.

- Para mia Regina... piu bella – a florista bateu palmas e gritou.

- Ecco! La amore... – Kate virou-se para encara-lo não resistindo deixando-se envolver naqueles lábios que ela desejara por toda a manha.

- Está com fome?

- Eu comi umas besteiras durante a gravação, mas eu adoraria um bom copo de vinho e uma massa. Mas se formos almoçar realmente perderemos muito tempo e não saboreamos o café que lhe falei.

- Podemos ir de pizza, tem um lugar aqui perto segundo o Giuseppe, uma das melhores pizzas de Roma. Se quisermos a melhor teremos que ir a Nápoles – ela enroscou os dedos aos dele enquanto Castle pagava pelas flores já se afastando da barraca.

- Giuseppe? Quem já é esse?

- Um italiano que conheci andando pelo centro, ele estava ajudando um grupo de turistas que iria ao Coliseu e acabou me acompanhando no passeio. Contou histórias incríveis da Roma antiga e me apresentou uma casa de gelatto maravilhosa. Faço questão de leva-lo até lá. Sei que vai delirar quando provar o sorvete de chocolate com pedaços de chocolate amargo.

- Só falta você me dizer que o tal italiano gentilmente a acompanhou porque ele trabalha com isso. Do contrário aposto que ele não era capaz de um gesto tão altruísta com uma turista.

- Ele não trabalha com turismo. É design. Decora prédios e ambientes comerciais.

- Ah, então ele fez questão de dizer o que fazia. Ele era bonito, Kate?

- Ele é um jovem italiano, Castle. Obviamente que é bonito – ela viu o semblante dele se fechar. Estava com ciúmes – foi ele quem indicou o lugar pensando que eu poderia leva-lo para almoçar, eu disse que tinha namorado. Ele inclusive riu quando disse que ia registrar o sorvete de chocolate porque era seu preferido – ela mostrou a foto dela com a casquinha lambendo propositalmente para fazer inveja a Castle. Ele continuava emburrado. Remexeu entre as fotos e mostrou aquela que tirara com Giuseppe – pronto, aqui está o seu suposto inimigo. Cas, pare de besteira... eu passei a manhã toda pensando em você em todo o lugar que ia, agora que estamos juntos vai ficar tendo crise de ciúmes porque um italiano me ajudou?

Ela se aproximou colando seu corpo ao dele, mordiscando o lóbulo da sua orelha provocando para fazê-lo ceder.

- Estou com você, não? Escolhi o escritor ao médico então não seria um italiano lindo de olhos verdes e sarado que faria eu descarta-lo – um sorriso malicioso formou-se nos lábios dela – além do mais, ninguém sabe contar uma história como você, eles não me conhecem e nem seriam capazes de detonar uma bomba para me salvar...

- Isso é chantagem, Kate... – ela roçava os dentes pela mandíbula dele em plena praça deslizando a mão pelo peito dele.

- A verdade....somente a verdade....

- Acho que me convenceu, amor...

- Ótimo, podemos almoçar? Estou faminta! E não me esqueci do café que me prometeu.

Eles caminharam para o endereço que Giuseppe havia lhe informado. Era um lugar pequeno, frequentado na sua maioria por jovens. Sentaram-se numa mesa no meio do salão, uma garçonete veio lhes atender. Com uma rápida olhada no menu, eles optaram por uma pizza meia muzzarela, meia romana. Pediram o vinho da casa. Kate notou que a garota não tirava os olhos de Castle, nem parecia disfarçar. Ao pedir a conta, Kate não resistiu e perguntou.

- Você tem algum problema, moça? Eu reparei que não deixava de olhar para meu acompanhante. Algum motivo especial? – a garçonete ficou nervosa literalmente vermelha com o questionamento de Kate. Colocando as mãos no rosto, achou melhor responder.

- Desculpe, eu posso estar enganada, mas ele me lembra alguém.

- Um conhecido? – mas com seu instinto investigativo, ela já imaginava que a garota havia reconhecido Castle.

- Eu... de certa forma, ele – virou-se para Castle – você é o escritor de mistérios, o criador de Nikki Heat. Rick Castle, não? – viu um sorriso aparecer no rosto dele enquanto olhava dando de ombros para Kate. Ela não podia fazer nada, então sorriu também.

- Sou eu, sim. Rick Castle, prazer – estendeu a mão para a garota, com as mãos tremulas ela apertou-a fazendo o gesto de cumprimento.

- Sou sua fã. Li todos os seus livros em inglês. Fiquei tão feliz quando soube que seriam lançados em italiano. Eu vou ao evento mais tarde. Largo as quatro horas, passo em casa para pegar meu livro em inglês de Heat Wave e vou para a livraria. Oh Dio mio! Eu aqui tagarelando e... você pode me dar um autógrafo?

- Claro que ele pode. Depois você pega a assinatura dele no seu livro. Use o guardanapo, Castle – Kate sugeriu para atender esse desejo de fã – qual o seu nome?

- Nicole. Alguma chance de Nikki vir do meu nome?

- Não, Nikki é apenas Nikki. Sem derivados – disse Castle pegando um guardanapo rabiscando o autografo para a garota – prontinho. Vejo você mais tarde, Nicole.

- Obrigada, grazie! – então ela se afastou. Kate entortava a boca somente para implicar com ele.

- Então é assim que você espera passar a tarde e o dia inteiro amanhã, Castle? Com mulheres babando em você?

- Amor, elas são apenas fãs dos meus livros, das minhas histórias – ele disse já saindo da lanchonete rumo ao café que ele mencionara anteriormente.

- Sei, eu era uma fã. Olhe para mim agora.

- Ciúmes, agora? – ele parecia surpreso olhando para ela.

- Não é ciúmes. Eu conheço sua história, sua reputação e sou prova viva de que uma leitora pode se tornar interessante e até namorada.

- Mas nem todas são policiais e podem inspirar uma personagem, somente você – puxou Kate pela cintura, beijou-a no meio da rua.

- Sério, Castle. Eu pensei melhor e quero ir ao evento. Não poderia vir até Roma e não prestigiar seu sucesso. Seria errado. Claro que eu posso estar correndo o risco de brilhar mais do que você, chamar a atenção, sabe? – ela brincava com a gola da camisa dele, mordiscou seu pescoço.

- Tenho novidades para você. Mas primeiro vamos ao café, daí eu conto.

Eles sentaram numa mesa na área externa da cafeteria. Castle pediu dois macchiatos com essência de baunilha. Para acompanhar um bolo gelado de avelã e mascarpone. Ele tinha razão, o café era delicioso, o doce também. Por alguns minutos, ela esqueceu da conversa que estavam tendo antes de entrar na cafeteria. A bebida tirou sua atenção completamente, ela e um outro pequeno detalhe, um par de mãos que insistiam em vagar pelo seu corpo.

- Por favor, Castle...vamos voltar para o hotel... ainda temos tempo antes de ir trabalhar.

- Tem certeza, Kate? Estamos aproveitando uma tarde para passear em Roma e o tiramisu... – ele perguntou mordiscando os lábios dela, a mão apertando a coxa.

- Dane-se Roma! Quero você... – ela disse mordendo os lábios dele em retorno a provocação feita por ele.

- Meu Deus! O que tem nesse café? – disse Castle impressionado.

- Eu não sei, mas por segurança, leve maus dois copos do café para nós. Essa bebida tem poderes, como Roma – Castle pediu mais dois cafés para a viagem, pagou a conta e gritou por um taxi desesperadamente nas ruas de Roma. De volta ao hotel, eles correram para estar no quarto o quanto antes. Kate nem aguentou chegar próximo a cama. Arrancou a camisa dele jogando-a pelo chão. Empurrou-o contra a parede e devorou cada centímetro do corpo dele.

Língua, lábios, dentes marcavam todo o corpo de Castle. As unhas apertaram seu bumbum assim que livrou-se do boxer. Ele a trouxe novamente para encontrar seus lábios, erguendo-a pela cintura, tirando cada peça de roupa que o atrapalhava e atracando as pernas em seu corpo. Como dois loucos apaixonados eles se amaram. De pé escorados na parede, no chão do quarto, na cadeira da antesala da suíte luxuosa. Kate perdera a noção de quanto prazer sentira a cada momento, Castle perdera a hora.

Deitado sobre o cobertor no chão, ele consultou o celular ainda com Kate esparramada sobre seu peito, os cabelos embaraçados sobre seus ombros, linda. Eram exatamente quatro horas da tarde e o evento estava começando.

- Kate, amor, levanta... estou atrasado! – ela se espreguiçava no corpo dele, gemendo baixinho – Kate... são quatro da tarde.

- Oh, Deus! – ela saiu de cima dele e Castle correu para tomar um banho rápido. Em dez minutos, ele apareceu na sua frente pronto e charmoso como somente Rick Castle podia ser – wow! Está muito bonitão, escritor. Pretende encontrar alguém nesse seu evento?

- A única pessoa que me interessa está bem aqui – ele se aproximou roçando o polegar nos lábios dela – te vejo as sete e meia no saguão do hotel. Vista-se casualmente, não vamos a um lugar chique – ele acariciou os cabelos dela. Com os lábios posando sensualmente sobre o pescoço, ele sussurrou – ciao, Nikki... – rindo ele fechou a porta atrás de si. Kate continuou parada no meio da sala, apenas com a camisa dele sobre o corpo e um sorriso bobo nos lábios.

A bandeja com os copos de café estava sobre a mesa de centro. Kate decidiu esquentar e beber novamente aquela bebida deliciosa, agora extremamente relaxada. O liquido quente desceu pela garganta proporcionando mais um momento de prazer depois de tantos outros já realizados naquela tarde. Que loucura! Definitivamente, o ar de Roma estava lhe fazendo muito bem.

Por volta de sete e meia da noite, Kate deixou o elevador a procura de seu namorado. Ela optara por um vestido preto de alcinhas na altura dos joelhos. Não abrira mão do salto alto de um scarpan, segurava um casaco fino nos braços, os cabelos bem escovados caídos sobre os ombros.     

Aparentemente, Castle ainda não chegara. Sentou-se numa cadeira confortável para espera-lo. O celular estava na pequena bolsa. Sentiu o aparelho vibrar. Era ele.

- Hey...

- Estou chegando, amor. Pode me esperar do lado de fora do hotel? Já estou indo com o motorista e morrendo de fome.

- Claro! – em menos de cinco minutos, um carro preto parou na frente do hotel. A porta se abriu e Castle fez sinal para ela entrar. Trocaram um rápido beijo – sobreviveu algumas horas sem mim?

- Não foi fácil, Kate. Meu corpo ainda tem sinais claros da loucura da tarde – ele acariciou seu cabelo – você está linda. Vamos a um lugar tipicamente italiano. Uma cantina familiar com o melhor da cozinha italiana – o restaurante ficava ao norte de Roma em uma vizinhança simples formada basicamente de casas antigas. A cantina fora montada na própria casa da família Bonaccelli. Ao entrar no salão, Kate se sentiu em um filme italiano.

As mesas com toalhas quadriculadas em vermelho e branco, milhares de fotos e objetos pendurados nas paredes. O cheiro delicioso de queijo, manjericão e vinho estava no ar. E como não poderia faltar em um ambiente como esse, muita musica proveniente de um quarteto que tocava e cantava alegremente para os clientes. Castle a conduziu até sua mesa observando o jeito atento dela a cada detalhe do local. Os garçons gritavam pelas massas e pedidos, outros cantavam com os músicos. Uma verdadeira bagunça italiana.

Assim que sentaram a mesa, o garçom muito alegre e solicito veio servi-los. Trouxe logo uma jarra de água e um decantador com o vinho da casa. Um tinto de uva Shiraz. Ao prova-lo, Castle sorriu dizendo para Kate fazer o mesmo. Realmente delicioso. Como entrada, ele pediu uma porção de bruschetta e antepasto de berinjela. Estavam saboreando a mistura de pão, orégano, queijo e tomates com muita vontade quando Kate questionou como ele descobrira aquele lugar.

- Foi há alguns anos atrás. Estava fazendo uma pesquisa para um livro de Derrick Storm na Alemanha e aproveitei um final de semana para vir a Roma por conta de uma dica que recebi sobre a operação da máfia. Tive algumas reuniões e o meu consultor, um sociólogo italiano especializado no assunto, convidou-me para almoçar. Disse que me levaria em um lugar especial. Um restaurante com as melhores massas de Roma. Giovani era na verdade filho de Pepe, o dono do Bonnacelli na sua terceira geração. Miguel que e irmão de Pepe é o próximo a herdar o restaurante...

- Mas não diga isso na frente de papa – Giovani falou cumprimentando Castle.

- Gigio! Não sabia se te encontraria por aqui hoje – levantou-se e abraçou o amigo – essa é Kate Beckett, minha namorada e musa.

- Espera! Você e Clara Strike?

- Não! Ela é minha nova personagem. Nikki Heat.

- Encantado... – tomou a mão dela na sua e levou aos lábios – piu bella, Castle. Papa vai ficar feliz em ver você. Livro novo? Quer dizer que está mais rico?

- Nem tanto. Estava contando a história de como descobri o restaurante. Expliquei que você me trouxe aqui – Castle tomou outro copo de vinho – foi amor a primeira mordida. Tudo aqui é delicioso. Mal posso esperar para você provar o spaghetti a carbonara.  Quero sua opinião sobre esse prato em especial.

- Ah, Rick Castle! Você não muda. A história é verídica. Miguel é o próximo a assumir o restaurante porque eu segui outra carreira e a mana trabalha na cozinha, responsável pelas sobremesas. Quando trouxe Rick aqui, papa caiu de amores por ele, um cara boa pinta, divertido, sorridente e admirador dos italianos, como não poderia gostar? Isso sem falar nos livros de Storm. Papa fazia eu ler para ele todas as noites depois que encerrava as atividades do restaurante.

- Um fã? Já não basta o tanto que você encheu a bola dele ainda é fã.... haja paciência para aguentar seu ego – disse Kate.

- Olha quem fala, minha maior fã – Kate revirou os olhos – tem todos os meus livros, Gigio.

- Eu ainda não terminei de falar tudo, signorina Kate. Papa gostou tanto dele que acabou convencido a ensinar-lhe como preparar o nosso carbonara.

- Serio? Você conseguiu convencer o dono do restaurante a lhe ensinar sua receita secreta? – Kate estava impressionada com a cara de pau de Castle.

- Eu convenci você para me deixar segui-la e namorar comigo...

- Droga! Não tenho nada para argumentar nesse momento – Gigio caiu na gargalhada – agora fiquei curiosa. Quero experimentar essa massa.
- Vou mandar providenciar bem caprichada. E chamar o papa. O velho Pepe vai ficar feliz em lhe ver.

Kate ria do jeito que Castle se gabava. Tomou um pouco mais de vinho. Percebeu uma figura tipicamente italiana, bonachão com bigode e uma enorme barriga. Um sorriso no rosto.

- Rick! Que prazer te-lo aqui. Por que demorou tanto? Estava escrevendo muitos livros? – de repente, Castle levou um safanão – isso e por ter matado Derrick Storm! Caspita! - ele olhou para Beckett – ah! Já vi que andou ocupado, seu safado! – ele quase carregou Castle quando o abraçou, tacou um beijo no rosto dele – che bella ragazza! Como se chiama, bella?

- Kate. E obrigada pelos elogios. 

- Você é muito bonita para esse safado. Ah, como eu adoro questo ragazzo! Mesmo ele fazendo besteiras.

- Pepe, essa é Kate Beckett, minha namorada e a responsável pela minha nova série de livros – Castle pegou uma sacola que trouxera consigo – aqui estão os dois livros já escritos devidamente autografados. Tenho certeza que vai adorar. Nikki Heat é incrível.

- Se foi inspirada nessa linda moça...tenho certeza.

- Kate é detetive da NYPD. Está acostumada a prender bandidos dos grandes e assassinos. A melhor de seu distrito.

- E como você foi conhecê-la? Matou alguém além dos livros, sim porque em se tratando de Castle, somente se ela o prendesse que iria conseguir sua atenção.

- Há! E foi assim mesmo que aconteceu. Tive que prendê-lo por roubar provas de uma investigação.

- Está esquecendo que antes disso, você me procurou para entender um crime e eu me ofereci para ajuda-la na investigação.

- Mas prendi você.

- Ta, tudo bem apenas porque eu quis que você fizesse isso. 

- Certo, certo. Acertei na mosca. As histórias dela são verdadeiras, ela é da polizia, suas histórias são fantasias para vender livros e te deixar rico – Kate gargalhou com o jeito de Pepe.

- Posso te dar um abraço e um beijo? – Kate levantou-se abraçando e tascando um beijo estalado na bochecha de Pepe.

- Se cuida, acho que sua garota gostou de mim – foi a vez de Castle revirar os olhos - Mas por que não estão comendo nada? Miguel! Cadê a comida para Rick? Andiamo! – ele batia palmas chamando a atenção do filho – carbonara, não? Ele insiste em cozinhar minha receita, porém não chega nem perto. Miguel, mais vinho! Quero que aproveitem a noite, depois do jantar vamos bailar e cantar! Vou lá na cozinha para ver porque demora tanto, ninguém sabe fazer nada sem mim - o velho Pepe se afastou deixando os dois rindo.                     

- Ele é uma figura!

- Não conheço uma pessoa que não goste do velho Pepe. Ele é cativante.

- E sim, tanto quanto você – ela se aproximou e beijou-o apaixonadamente – será que o seu carbonara é melhor que o dele? – a entonação a palavra carbonara deu um duplo sentido a conversa. 

- Tenho certeza que sim... – ele falou malicioso.

- Estou falando do macarrão, seu pervertido! – tornando a beija-lo. Minutos depois, o garçom trouxe uma travessa fumegante e cheirosa de spaguetti a carbonara. Após servi-los, o atendente se afastou deixando-os tranquilos para saborear a refeição. Kate preparou a primeira garfada para leva-la a boca – vamos ver se Pepe sabe preparar essa massa – ao colocar o garfo na boca, Kate suspirou e fechou os olhos. Simplesmente dos deuses. Gemia baixinho – nossa! Isso está perfeito. Delicioso é pouco para descrevê-lo.

- Gostou tanto assim? Pensei que ia dizer que o meu é melhor...

- O seu é incrível também, mas esse? Simplesmente divino.

- Ah, você só está falando isso porque não quer admitir que sou o rei do carbonara – ela se inclinou sobre a mesa tocando a mão de Castle como quem vai confessar algo importante, o nome dele saiu com um sussurro.

- Castle... cala a boca e me deixe degustar dessa maravilha – eles comeram em silêncio. Na mesa, apenas se ouvia os pequenos gemidos de Kate a cada garfada dada. Castle comia com um sorrisinho maroto no canto da boca, sabia que ela estava lhe provocando. E ela tinha razão, o prato estava muito saboroso. Entre garfadas e goles de vinho, eles jantavam sem grandes comentários. Ao terminar, Kate limpou a boca – impressionante. O melhor que já comi.

- Tudo bem, Kate, pode implicar bastante. Talvez na volta para o hotel não esteja tão inspirado para atender seus desejos por carbonara já que não sou o favorito.

- Deixa de ser bobo, Cas – a conversa deles foi abafada pelo barulho quase ensurdecedor da melodia com o quarteto basicamente a seu lado. Pepe também se juntara a banda, puxando uma salva de palmas enquanto os cantores entoavam “Funicoli, funicola”, pessoas saiam da cozinha batendo colheres em panelas. Era um verdadeiro alvoroço aquele momento no salão. As musicas italianas clássicas começavam a serem cantadas com alegria e empolgação. Dentre tantas ouvidas estavam “io che amo solo te, amoré scusami, Caruso, io che non vivo senza te e champagne”. Castle a surpreendeu erguendo-se e tirando-a para jantar. Castle se empolgou dançando com ela em seus braços e começou a cantar em alto e bom som. 

Ti ricordi quella será che per gioco ti baciai
Sembrava quasi un'avventura
Un'avventura in riva al mar
Dolcemente ti baciavo e non potevo immaginar
Che stavo invece a poco a poco
Innamorandomi di te  
Amore baciami
Arrivederci amore baciami e se mi lascerai ricordati
Che amo te, che amo te

Os presentes deliravam com a festa que acontecia. Aplaudiam muito ao casal. Kate não se deixou intimidar pelo pequeno show de Castle, ao ouvir uma das suas letras preferidas e conhecidas, ela engajou no canto.  

Se vuoi ti acompagno, se vuoi la scusa più banale
Per rimanere soliti, io e te
E poi gettare via e perchè amarti come sei
La prima volta, l'ùltima
Champagne per un dolce segreto per noi un amore proibito
Ormai resta solo un bicchiere ed un ricordo da gettare via
Lo sò, mi guardate lo sò mi sembra una pazzia brindare solo senza compagnia
Ma io, io devo festeggiare la fine di un amore
Cameriere, champagne!

Todos no restaurante começaram a entoar o “ lalala”. Castle não aguentando mais puxou-a para um beijo apaixonado aos gritos dos presentes e tudo virou festa novamente. Os dois tornaram a sentar. Castle fez questão de diminuir a distância entre eles.

- Onde aprendeu a cantar assim, tão lindo em italiano? Você sempre me surpreendendo, Kate.

- Champagne era uma das canções preferidas da minha mãe. Ela era fã de musica italiana. Costumava tocar no piano aos sábados depois do almoço ou numa noite qualquer. Sempre me chamava e aprendi a tocar também.

- Da próxima vez que tivermos nos Hamptons vou me lembrar disso.

- Mas só poderá pedir champagne porque é a única que sei tocar. E você não fez feio cantando – nesse instante, Pepe veio ao seu encontro com dois pratos de sobremesa.

- Ma che show! Belíssimo! Trouxe a melhor sobremesa da casa, nosso tiramisu. Esse não ensinei ao Rick, segredo de família. Ficam até quando em Roma? Deviam voltar aqui no almoço. Posso preparar minha lasagna da mama que é esplendida. Que tal domenica? 

- Estaremos aqui até terça-feira. Domingo não poderemos devido a um outro compromisso em Florence, voltaremos aqui, prometo – lambendo os beiços depois de provar varias colheres da sobremesa, exclamou – Dio mio! Isso está muito gostoso. Foi sua filha que preparou?

- Ecco! Aprendeu comigo.

- É  verdade, muito bom. E o café, ah! Café – ela suspirava comendo o doce.

- Kate é uma viciada em café. Ama um bom latte com essência de baunilha ou mesmo um expresso. Provavelmente vicio da profissão como eu.

- Então, vou buscar agora o nosso café. Aspetta! – Pepe saiu rapidamente em direção ao balcão do bar. Em menos de cinco minutos voltava com duas xícaras de café expresso com leite vaporizado, pastilhas de menta e um cálice de licor de baunilha. Serviu aos dois e mandou-os experimentar. Novamente outro carinho ao paladar. A combinação do expresso com o licor era perfeita. Eles agradeceram a mordomia e Castle pediu a conta. Porém, Pepe se recusou a receber o dinheiro dele, disse que o jantar era por conta da casa, era o mínimo que poderia fazer pelo seu amigo e escritor favorito. Pepe fez questão de tirar uma foto com os dois para colocar na sua parede. Antes de sair, Castle mostrou uma foto sua com Pepe e Gigio na parede próxima ao bar.

Kate adorou ver seu namorado bem mais novo e lindo naquela foto, dando um último abraço em Pepe saíram com a certeza da volta daqui a alguns dias desde que Castle pudesse pagar dessa vez. De volta ao hotel, ela se livrou dos sapatos jogando-se na cama, cansada. Ele também ficou descalço, retirou a camisa e a calça deitando-se ao seu lado apenas de boxer. Kate deitou-se de lado para encara-lo.

- Nosso primeiro dia oficial em Roma foi um sucesso, superou as expectativas. Estou feliz de ter vindo com você nessa viagem.

- E as novidades do dia ainda não acabaram, Kate. Eu conversei com Ellen, ela me garantiu que não haverá divulgação do lançamento fora da Itália e sugeriu que você se juntasse a mim no evento. Fica ao seu critério se irá cedo ou por volta das sete da noite quando a sessão de autógrafos já terá terminado.

- Você tem algum problema com a minha presença durante a sessão? Eu realmente gostaria de acompanhar a leitura, apenas receio o assédio se descobrirem de Nikki. Não sei se estou preparada para lidar com seus fãs.

- Se você for discreta, talvez nem reparem, e o que há de mal se lhe descobrirem? Você é a razão de Nikki existir, de eu estar aqui. Posso contar com sua presença, amor? Significaria muito para mim.

- Tudo bem, eu irei – ela aproximou o nariz do dele, roçando levemente provocando um rente toque de lábios. Puxando-a pela nuca, Castle encaixou suas bocas em um beijo intenso. Com ela por cima, tratou de se livrar do vestido deixando-a apenas de calcinha. Depois a sucessão de carinhos levou-os a um novo momento de prazer. Uma hora depois, Kate estava na varanda com uma tigela de morangos observando o céu estrelado. De roupão, ela apenas cobrira o corpo nu. Castle veio ao seu encontro com duas taças de prosecco.

Bebericando o liquido, ela se deixou encostar no corpo dele sentindo os braços envolverem sua cintura. Castle cheirou o seu cabelo, o delicioso aroma de baunilha. Na pele, era cereja. Ele roubou uns morangos da tigela despejando-os nas taças dando um novo gosto ao prosecco. Após saborea-lo, Kate deixou a taca numa mesa de apoio, virou-se para fita-lo colocando suas mãos no peito dele através da abertura do roupão entreaberto.

- Preciso de um banho. Se continuarmos nesse ritmo, talvez não consiga voltar andando para Nova York – ela sorriu beijando-lhe o peito exposto - Eu amei o nosso jantar de hoje. Mal posso esperar por Florence – com um novo beijo, ela se afastou dele – já volto.

Castle sentou-se na cadeira da varanda para apreciar a vista. Estava feliz por ver Kate tão relaxada. Iria dar um tempo para que ela curtisse o banho, mas não tanto. Logo se juntaria para um banho no chuveiro. Uma hora depois, ambos satisfeitos deitavam-se na cama aconchegados nos braços um do outro, prontos para adormecer. Kate tinha quase os olhos fechados rendendo-se ao sono quando deixou escapar as palavras tão espontâneas.

- Nuestra e una bella storia, no dimenticare a me, Castle... sei uma storia che vale. Te voglio tanto benne...

Castle permaneceu calado, sabia que ela estava entrando em seu estagio leve de sono e talvez não se lembre daquelas palavras, pouco importava, ele lembraria pelos dois. Ficaria também a curiosidade de como ela sabia falar italiano.

Na manhã seguinte após o desjejum, Kate se despediu de Castle por volta de dez horas. O evento estava marcado para quatro da tarde. Ela tinha planejado dar uma nova volta em outros pontos turísticos de Roma, almoçar em algum lugar rápido e voltar para o hotel para se arrumar. Se ia participar do lançamento de Castle, iria caprichar para fazer justiça ao papel de namorada e musa do escritor.

Durante seu passeio pela cidade, Kate deparou-se com diversos tipos de pessoas. Estava em um café muito bonitinho que encontrou as voltas do Patheon quando um italiano apareceu ao seu lado. Ela fingiu não ter percebido que ele a encarava como se quisesse devora-la com os olhos. Não pode deixar de notar que era lindo, tinha os olhos azuis bem claros, a barba por fazer. Se fosse em outros tempos, talvez ela desse uma chance a ele, agora somente pensava em Rick Castle, era outro par de olhos azuis que a interessavam.

Sentia a mão do roçar em sua cintura, quando virou-se percebeu que o rosto dele estava quase perto da sua boca. Por instinto, ela o empurrou.

- Hey! O que pensa que está fazendo?

- Sei americana? – o rapaz se assustou.

- Sim, e da polizia.

- Scusami, eco, buona sera. Sei piu bella.

- Sono innamorata. Ciao – e Kate saiu apressada. Conhecia muito bem a fama dos italianos com as mulheres. Eles costumavam a agarrar belas mulheres na rua. Decidiu que já era o momento de volta ao hotel para se arrumar. Já pensava na reação de Castle ao vê-la. Levou duas horas para se arrumar. Com uma ultima olhada no espelho, ficou satisfeita com o que viu. Hora de prestigiar seu escritor favorito.

Livraria e Editora Fazi

O lugar estava bem movimentado. Havia fãs espelhadas por todos os cantos da livraria, além de uma fila bem grande esperando pelo autografo do escritor. Como estava programado, ele primeiramente faria a leitura de um capitulo para o público e somente após essa pequena demonstração das aventuras da detetive era que começaria a distribuir as assinaturas.

Kate entrou na livraria com cautela, observando o espaço. A construção era um encontro de modernidade com a história através da arquitetura predominante de Roma. Havia banners dos livros de Castle espalhados pela livraria, pilhas de exemplares das obras da serie Storm e o destaque especial para as pilhas com os dois títulos da serie Heat. Avistou Ellen próximo ao púlpito onde provavelmente Castle faria a leitura. Ela conversava com mais duas pessoas dando ordens, ainda acertava os últimos detalhes do evento.

Ela pretendia manter-se anônima. Não queria roubar o brilho dele naquela noite. Vestiu-se de maneira discreta apesar de estar bela com um vestido vermelho, um belo decote nas costas e uma saia longa. Prendera o cabelo para cima em forma de coque. Por um longo tempo ficou de coadjuvante. Assim que o relógio marcou cinco horas, Ellen anunciou a chegada do escritor para fazer a leitura de Heat Wave. O público sentou-se silenciando para prestar atenção ao que o escritor iria dizer.

De forma garbosa, Castle cumprimentou os fãs e começou a leitura. Kate adorava escuta-lo contar suas próprias histórias. A entonação que ele empregava, os trejeitos e as feições faziam parte da magia do contador que encantava a quem o ouvia, ao menos era isso que acontecia com ela, desligava do mundo e concentrava-se no poder da voz de Castle.

Diferentemente do que ela pensara, Castle a percebeu no meio das pessoas que o escutavam. Como magnetismo, seus olhos se encontraram e conectados permaneceram. As palavras recitadas pelo escritor dirigiam-se somente a ela, no grande salão era como se apenas os dois importassem. Não havia mais nada nem ninguém. O tom da leitura era estimulante e sensual, Kate mordiscava o canto da boca absorta no movimento dos lábios dele enquanto deixava aqueles profundos olhos azuis a invadirem quase a devorando por dentro. O corpo reagiu automaticamente. Os pelos dos braços estavam arrepiados e um calor súbito começava a tomar conta de seu corpo. Engoliu em seco. Mesmo a uma certa distância, Castle podia ver o desejo formando-se naquele olhar. 

Por experiência, sabia que se continuassem essa dança de sedução, provavelmente correriam o risco de ultrapassar a linha tênue entre decoro e desejo. Lembrando-se onde estava e o que prometera a ela, Castle suspirou meneando a cabeça e desviando o olhar. Kate respirou um pouco mais aliviada embora a sensação de desconexão com ele deixasse um vazio incomodo. Ela concentrou-se em observar o publico, na verdade sua competição de alguma maneira.

As pessoas sentadas ouvindo ao escritor não tinham um perfil único. Havia mocinhas bem jovens, mulheres de quarenta, senhoras, homens na faixa dos trinta, alguns claramente gays. A predominância era certamente de mulheres. Pode observar que a maioria trazia livros do escritor em mãos, ansiosas pelo autógrafo. Também aproveitou a oportunidade para checar a amiga de Castle. Ellen, muito bem vestida, circulava pelo salão coordenando o evento. Kate podia ver que ela tinha total domínio da situação. Percebendo que a leitura se aproximava do fim, optou por distanciar-se das fãs para não ser questionada ou identificada como alguém chave no universo de Rick Castle.

Estava quieta folheando um exemplar de Heat Wave em italiano, quando alguém se aproximou da pilha de livros para pegar um exemplar. A mulher era bonita e tinha um ar de estrangeira. Vendo que Kate parecia interessada no livro, ela puxou conversa.

- Incrivel! Eu estou de férias em Roma e me deparo com um evento de Rick Castle. Nunca consegui encontra-lo nos Estados Unidos. Parla inglese?

- Sim, sou americana.

- Ah! Que ótimo, sou da California. Se está com duvidas quando ao livro, eu recomendo. Castle sabe escrever mistérios como ninguém. Muito melhor que Patterson na minha opinião. Pode comprar sem medo se gosta desse gênero. Essa nova personagem criada por ele é ainda melhor que Storm. Nikki é envolvente, inteligente, determinada. Uma mulher completa, ou quase. Falta apenas se render de vez a Rook. Não vou dar spoilers, mas tem uma cena nesse livro que mama mia!

- Hum, você está me deixando curiosa – Kate estava gostando de ouvi-la falar de sua personagem e da influência que Castle causava em seus leitores.

- Estou falando! Vai gostar, garanto. A tal detetive que o inspirou e linda e competente. Se quer minha opinião, acho que Castle se apaixonou por ela e ela seria muito burra se não ficasse com um homem lindo e charmoso como ele, fazem um casal incrível. Se não fosse casada e não amasse meu marido, juro que investia nesse escritor.

- Mas você não acha que a tal policial estaria se aproveitando de uma situação? Quer dizer, somente porque ele a escolheu como musa não significa que deva dormir com ele.

- Ah, não! Kate Beckett é uma mulher que não precisa se envolver com um escritor para aparecer. Ela já tem sucesso em sua vida e pode ter o homem que quiser. Acho que ali e uma questão de sentimento mesmo, quando você ler o que ele escreveu na pagina 105, ira concordar comigo.

- Não preciso ler, sei de cor – a frase saiu espontaneamente. Kate nem se percebeu. De repente, a mulher a fitou. Pela cara de espanto, sabia que tinha sido reconhecida.

- Você... Nikki Heat! Quer dizer, Kate Beckett. Como? Você está aqui na Itália com ele – o pânico tomou conta do semblante dela.

- Por favor, acho que está me confundindo. Nunca vi essa pessoa antes, nem sei quem é o escritor. Moro em Paris, estou de passagem em Roma a trabalho.

- Mas... você é muito parecida com ela! Será que me enganei?

- Garanto que sim – receosa que estivesse molestando Kate de certa forma, a moça decidiu considerar que estava errada.

- Desculpe, devo ter me enganado. Eu preciso ir para a fila. Quero meu autógrafo e uma foto. Com licença – assim que a americana se afastou, Kate respirou aliviada por ter conseguido enganar a mulher. Resolveu manter distância da concentração de fãs que formava fila para falar com Castle. Era mais seguro permanecer longe e anônima. Quando começou a dar passos na direção contraria da muvuca, Ellen a encontrou.

- Ola, Kate. Seja bem-vinda ao lançamento da série Heat. Você é parte disso. Quer um pouco de vinho?

- Oi, Ellen. Obrigada. Esse lance de fama não é muito a minha praia. Estou meio perdida nessa festa toda. E receosa porque eu acabei de despistar uma americana que me reconheceu.

- Então, você realmente está precisando de um vinho. Venha comigo, tem um lugar excelente para se esconder aqui na livraria. Ideal para manter o anonimato – Kate sorriu e seguiu-a até um dos cantos do salão onde um pequeno bar havia sido montado. Pegando duas taças de vinho tinto, ela indicou o caminho de uma área reservada para leitura com poltronas confortáveis e mesinhas de apoio – sente-se e fique a vontade.

- Obrigada, Ellen. Você acha que esses autógrafos vão demorar muito?

- Na programação do evento terá que assinar até as sete da noite. Depois, fechamos a livraria para o público ficando apenas com os convidados especiais. Logo terá um tempo com ele – Kate sorriu sem graça, podia jurar que sentiu o rosto esquentar – sabe que quando a vi da primeira vez naquela delegacia, percebi de cara que você gostava dele. Está apaixonada. Ele também. Aliás, ele fala todas as horas de você. Um prazer poder proporcionar esse momento e a viagem para vocês.

- Desse jeito você me deixa constrangida, Ellen. Não sou acostumada a ser bajulada, a toda essa ostentação da vida de Castle. Já que está tão inclinada a fazer dessa viagem um sucesso, você podia diminuir o numero de compromissos dele para que ficasse mais tempo comigo, não? – ele riu.

- Acredita que talvez isso seja um dos motivos pelo qual ele se sentiu atraído por você? Sua reserva, serenidade e a figura de autoridade que representa. E acabei de descobrir que você também é determinada. Sem esquecer a beleza, Kate. Prometo verificar o que posso fazer para libera-lo para você – elas bebericaram o vinho, mudando de assunto. Kate perguntou sobre a vida profissional de Ellen e acabaram se entretendo com a conversa.

Era próximo das sete e quinze quando Castle tornou a procura-la. Kate estava escorada em uma estante observando os últimos movimentos no caixa. Muitas pessoas compraram os livros dele, motivo de orgulho para ela por ajuda-lo nessa empreitada ao emprestar parte de suas características e sua história para Nikki. Sentiu uma presença aproximar-se acariciando suas costas levemente por trás. Encostando a boca em seu ouvido, ele falou.

- Senti sua falta, Nikki – beijou-lhe o rosto.

- Você já acabou de sorrir e fazer cara de bobo para aquele bando de mulheres?

- Hum... detecto algum ciúme?

- Não, elas não são páreo para mim. A propósito, pare de me chamar de Nikki em público. Esqueceu que não quero ser reconhecida? Será que pode assinar o meu exemplar, escritor?

- Com prazer, detetive. E deixe de ser tão paranoica, ninguém te reconheceu.

- Você é que pensa. Tive que desmentir a pessoa e inventar uma história.

- Vem comigo, eu assino seu livro e te apresento a algumas pessoas importantes – voltando a mesa na qual ele autografara seus livros, Castle pegou um pincel fazendo o mesmo com o exemplar dela. Em seguida, ele a levou para conhecer o dono da editora e alguns executivos. Claro que ele apresentou-a como Kate Beckett, a pessoa responsável por seus momentos criativos, a detetive da NYPD e por último acabava falando que eram namorados.

- Agora entendo porque Nikki é um sucesso. Um prazer imenso conhecer a detetive que deu vida a ela. Você soube escolher, Castle.

- Na verdade, ela que me escolheu – disse Castle sorrindo para ela.   

Eles beberam, comeram e tiveram ótimos momentos de descontração ao lado de pessoas realmente interessantes. Ao final da noite, após se despedirem de todos voltaram para o hotel com a recomendação de Ellen sobre tudo estar acertado para amanhã, um carro os esperaria sete da manhã na recepção. A viagem a Florence demorava três horas, portanto era bom sair cedo para aproveitar ao máximo. Finalmente teriam um dia inteiro para desfrutarem juntos.



Continua..... 

4 comentários:

Mônica Ellias disse...

Ah q sonho mais bom, Caskett em Roma 😍
Já pode posta o cap 32 rsrs

Mônica Ellias disse...

Ah q sonho mais bom, Caskett em Roma 😍
Já pode posta o cap 32 rsrs

cleotavares disse...

Está tão bom, que chega a assustar. Isso não é comum pra eles. Estou amando.

Silma disse...

Amando esse clima de Roma ❤️