Nota da Autora: Demorou, mas saiu. Sei que minhas leitoras estão reclamando que tem muito angst nessa fic, então uma boa notícia: o angst pesado acabou. Dana irá fazer a cena mais pesada e pronto. Não que a vida esteja cor de rosa para Castle e Beckett, estamos falando da S4. NPorém, garanto uns momentos bons para vcs. Estou abordando o final de Rise, Heroes & Villains e o inicio de Eye of the beholder e quem sabe (ainda estou pensando) um plot twist... Divirtam-se!
Cap.44
- Eu sabia! Você nunca me enganou. Desde a
primeira vez que falou sobre suas lembranças daquele dia, havia algo que não
batia na história.
- Se sabia por que não disse nada? Logo
você que adora perguntar e instigar para que eu ceda e lhe conte tudo. Não, você
não sabia. Está mexendo com a minha cabeça.
- Kate, não vamos começar esse joguinho no
qual você tenta se enganar, o que foi exatamente o que fez nesses três meses.
Como estava dizendo, havia peças na sua história que não se encaixavam porque
podia ver que ao mesmo tempo que as palavras saiam de sua boca, seu corpo
demonstrava outra reação. Então, você cedeu a sua voz interior quando eu a
confrontei sobre seu relacionamento com Castle. Você me contou de livre e
espontânea vontade que tinha flashes do seu tiroteio, mas quando eu perguntei
se lembrava das palavras de Castle, fez questão de dizer que não. Sabe o que
estava errado na sua história? Os detalhes, Kate.
Dana levantou-se da cadeira para preparar
café. Com tudo que pretendia dizer para Kate, ela precisaria de algo que lhe
desse conforto.
- Você é uma mulher inteligente, em outra
situação, como observadora talvez, você repararia o mesmo que eu. Mas você era
o centro da história. O fato que a denunciou foi a maneira que falou ou melhor
descreveu os sentimentos de Castle, seu semblante. Para você entender melhor,
um paciente de PTSD, com um bloqueio de memória, não costuma lembrar de
detalhes tão vividos. Descrever a dor e angústia nos olhos de alguém significa
que você estava concentrada, tinha atenção ao que acontecia. A forma como falou
dos olhos de Castle, com tanta precisão, tanto sentimento de culpa por ele que
não havia como não se lembrar do que ele falara. Foi ali que soube.
- Por que não me pressionou para dizer a
verdade então? Isso é o que você normalmente faz.
- Sim, normalmente faço. O problema, Kate,
é que eu a conheço muito bem. Sei o quão paranoica pode se tornar especialmente
quando o assunto é relacionamento pessoal. Eu não a pressionei porque ao
contrário de você, sou capaz de enxergar seus reais sentimentos. Fazer você
falar na pressão, destruiria tudo o que tínhamos conquistando nos últimos
meses. Você precisava estar pronta para lidar com a verdade, eu sabia que em
algum momento você sentiria a necessidade de acabar com o mistério. Ao se
sentir pronta, você me contaria. Foi o que aconteceu.
- Às vezes me irrita o fato de você me
conhecer tanto!
- Risco da profissão, Kate. Agora a
verdadeira pergunta volta para você: após ser capaz de admitir que sabe
exatamente o que Castle lhe disse naquele dia, o que você irá fazer em relação
a isso?
- Eu não sei. Como disse a Castle não
posso estar em um relacionamento agora. Eu preciso encerrar essa parte da minha
vida, virar a página, se não fizer isso não serei eu mesma. É parte de mim,
Dana. Não posso seguir em frente fingindo estar tudo bem quando há pessoas na
rua que a qualquer momento podem me matar. Uma bala e tudo acaba. Se estiver em
um relacionamento com Castle como você acha que ele vai se sentir? Eu não posso
ver aquela dor novamente em seus olhos.
- O estranho é que antes de ouvir as três
palavras mágicas, você estava namorando, estavam em um relacionamento. Isso
mudou? Não consigo ver uma explicação plausível para isso.
- Então, estar sob a mira de uma arma
invisível não é bom o bastante para você? Eu lido com criminosos todos os dias,
tudo bem. Reconheço que tenho problemas, Dana. O sentimento, o lado emocional
se quebrou quando minha mãe morreu. Eu evito sentir dor, sofrer. Fiquei tanto
tempo evitando me relacionar que não sei como fazer isso novamente. É difícil
para mim. Sou quebrada. Primeiro eu preciso pôr um fim nessa história do
passado. Não tem ideia de como esse caso me persegue todos os dias, é
simplesmente doloroso.
- Primeiro, se me permite. O que há de
errado com você, Kate? Pare com essa mania de se diminuir e dizer que é
“quebrada”. Talvez um pouco desacostumada com o romance, o dia a dia de um
relacionamento, ou mesmo sentindo-se fora do ambiente, do eixo, não se
menospreze por isso. Você acha que não sei? Reconheço que deve ser um pesadelo
todos os dias ao se deparar com famílias despedaçadas por assassinos e ser
aquela que lhes dá conforto, apresenta a justiça, traz paz. Imagino o quanto é
duro, não poder fazer isso com a sua história, a sua família. Você disse que
desaprendeu como agir em um relacionamento. Adivinha? Castle pode ajuda-la. Ele
pode ensina-la como agir, dê uma chance para ele.
- Por que insiste tanto?
- Porque eu sei que é melhor para você.
Olha, não estou dizendo para sair daqui e se jogar nos braços dele fazendo sexo
selvagem, o que não seria nem de longe uma péssima ideia, estou recomendando
que aceite a ajuda, os carinhos, abraços e os beijos. Se a palavra
relacionamento a assusta, deixe-se levar pelos pequenos momentos. Ninguém está
mandando você dividir a mesma casa, cama. Somente viva um pouco. Garanto que
daqui a alguns meses, você entrará por aquela porta e dirá que eu tinha razão e
que você e Castle são um casal em um relacionamento sério.
Kate revirou os olhos.
- Você pode lutar contra a ideia de
assumir isso agora, revirar os olhos, mas o sentimento irá falar mais alto,
Kate. Esse tal muro, irá ceder. Abrace a oportunidade, chega de se fechar para
o mundo. A Kate Beckett pela qual Castle se apaixonou é uma mulher brilhante e
complicada, ele sabe disso e não desiste. Porém, eu sei que existe um outro
lado escondido em você, o lado moleque, a boba apaixonada e quando o muro
desabar, essa é a Kate que Castle irá conhecer, ele vai ama-la ainda mais.
- Falar é fácil.
- Talvez, mas pense no assunto. E esteja
atenta as oportunidades que surgirão. Eu sei que sente falta de outras coisas
além de tê-lo ao seu lado. Sabe do que estou falando...
- O que você queria? Eu sou uma mulher
como qualquer outra. Sou apaixonada por ele, sentir falta faz parte, porém
posso policiar a mim mesma para não se deixar enganar pelo seu charme, seus
gestos...
- Tarde demais para isso, garota. Você já
está tão apaixonada que um copo de café te deixa nas nuvens. Mesma hora semana
que vem?
- Mesma hora. Obrigada, Dana.
- Só estou fazendo minha parte de cupido,
o trabalho pesado é de Castle, pode acreditar – rindo, Kate deixou o
consultório.
Os dias seguintes voltaram a ser
rotineiros para Castle e Beckett. Casos apareciam feito frutas maduras caindo
das árvores. Desde a última conversa com Dana, ela não pensou muito no que
conversaram, porém, os pequenos sinais estavam lá. Tinha que reconhecer que
Dana tinha razão. Ela adorava ouvir as ideias malucas dele, desvendar suspeitos
completando as frases um do outro e o café...ah, o café. Aquele momento
especial do dia que era somente deles. Sim, a vida parecia ter dado uma trégua
a eles. Ela não fora surpreendida com nenhuma bala perdida nas últimas semanas.
Estavam com um novo caso. Castle estava
muito preocupado com a decisão de Alexis de ir para Stanford e definitivamente
o caso ia anima-lo. O cara foi partido literalmente no meio. A arma sugeria uma
espada o que lembrou Castle de Game of Thrones. Sim, após checar as imagens da
câmera de vigilância, eles descobriram que o suspeito era uma espécie de
justiceiro e isso mexeu com a imaginação de Castle, o que fez Beckett se
divertir um pouco.
Tudo indica que Castle tinha uma nova
teoria e ao apresenta-la para os detetives do 12th, apenas Beckett sabia do que
ele estava falando, após um momento bem estranho com Gates, ele concluiu que o
tal justiceiro é um colecionador de revistas em quadrinhos e só há um lugar na
cidade que ele iria sem medo.
Assim, Castle e Beckett seguiram para a
loja. Antes de entrar, Castle quer aproveitar o momento. Festejar por estar
indo à loja de quadrinhos até que fez uma descoberta. Kate Beckett é uma fã.
- Pode sentir o cheiro? O suave odor das páginas
impressas? Comicadia nos chama. Esse é a loja de quadrinho mais importante de
quadrinhos. É o Vaticano para o católico, Meca para o peregrino. É a correnteza
para a desova.
- Castle, pare. Eu sei. Eu comprei meu
primeiro quadrinho aqui aos quatorze anos. “Sin City, a dame to kill for”.
- Wow! Hardcore! - ficou muito
satisfeito em saber que Beckett era fã de quadrinhos – espere, espere, - ele
agarrou o braço dela impedindo-a de entrar na loja - pergunta rápida. Se você
pudesse ser qualquer super-herói, quem seria?
- Elektra.
- Hum, justiceira implacável que não gosta
de mostrar suas emoções... – bem Kate mesmo, pensou.
- Não, só acho que ela tem habilidades
ninjas da pesada. E você? Homem aranha, homem de ferro? Não espere, eu sei.
Homem irritante. - implicou.
- Tente bilionário industrial Bruce Wayne,
o cavaleiro das trevas. Ele é ressentido, bonito, e tem os melhores brinquedos.
Ao entrarem na loja foram logo
reconhecidos pelo vendedor. Obviamente, um fã de Castle. A ida a loja de
quadrinhos estava prestes a ficar bem interessante.
- E já mencionei que gosto refinado eles
têm aqui – falou ao ver seu quadrinho de Derrick Storm em exposição.
- Mr. Castle e você é Kate Beckett, certo?
Mike Hoover. Sou um grande fã é uma honra conhece-lo.
- A honra é minha. Acabamos de receber seu
Derrick Storm. Digo a arte, a escrita... é, em uma palavra, incrível.
- Diga-me, qual a sua parte favorita?
- Não precisa responder – se adiantou
Beckett – o ego dele não precisa de mais incentivo.
- Sem dúvida quando Derrick Storm escapa
dos bandidos batendo no taxi – todo empolgado respondeu o vendedor, mas logo em
seguida voltando-se para Beckett – desculpe detetive Beckett, eu deveria ter
avisado do spoiler.
- Não, tudo bem. Eu não vou ler – e Castle
olha para ela intrigado obviamente pensando “como você pode dizer isso na minha
frente”, mas o vendedor foi bem mais rápido.
- Sério? Vi seu nome na nossa lista. Você
encomendou uma cópia na pré-venda.
- É mesmo? – disse Castle querendo implicar
e saber mais.
- Só estava sendo solidária. Não estamos
aqui por isso. Precisamos fazer umas perguntas.
- Sim, precisamos. Você não conhece algum
colecionador dos primeiros Homem de ferro.
- Lamento, Mr. Castle. Não podemos dar
informações de clientes.
- Mike, reconhece esse homem? – perguntou
Beckett mostrando a foto do suspeito comum. A resposta foi negativa, mas quando
Castle mostrou a foto do super-herói, a reação foi diferente.
- Ele eu conheço – usando o computador,
ele mostrou os quadrinhos onde o super-herói aparece segurando a espada e
intitula-se Vingador Solitário. Explica que só existe online. Analisando a foto
da capa, Castle se deparou com um detalhe da fantasia, pensava que era um botão
na cena do crime, mas na verdade era parte da fantasia. Tinham que tentar
encontra-los. Eles voltaram ao beco e encontraram a tal parte da fantasia,
porem o suposto Vigilante apareceu e tirou a evidencia diretamente das mãos de
Beckett desaparecendo em seguida. Chateada, ela alcança seu telefone para dar
um alerta, mas Esposito liga na hora com o nome do suspeito e endereço.
Beckett surpreendeu o suspeito e o
arrastou até a delegacia. O problema era que Chad nem de longe parecia um
assassino ou mesmo um suposto super-herói. Na verdade, cinco minutos de
conversa foram suficientes para confirmarem que ele não era o assassino.
Contudo, descobriram que o cara era um tipo de stalker do Vingador. Chegou a
encontra-lo, infelizmente não sabe sua identidade.
Castle estava no loft lendo e analisando
as histórias do Vingador Solitário quando percebeu algo muito importante. Feliz
com a descoberta, ele não pensou. Foi direto ao apartamento de Beckett. Ao
abrir a porta, ela estava de malha, totalmente suada e com a respiração
ofegante. Por um momento, Castle ficou perdido diante da imagem a sua frente,
então outro pensamento lhe ocorreu. Estaria acompanhada?
- Eu devia ter ligado.
- Ioga. Estava fazendo ioga – ela
afastou-se da porta para deixa-lo entrar, após checar novamente a figura de
Kate lutando bravamente com a vontade de agarra-la ali mesmo, ele retomou a
conversa falando do motivo que levou ali.
- Achei uma informação que irá choca-la e
surpreende-la. Eu baixei todos os quadrinhos do Vingador Solitário.
- Wow! Isso é chocante ou surpreendente? –
afinal para ela isso era algo óbvio vindo de Castle.
- Não terminei. Estava procurando pistas
nos quadrinhos, o que não achei. Mas aí olhei os detalhes e lembra do crime, do
assassinato de Tony o açougueiro? A única pessoa que sabia disso era o vingador
e o cara que escreve suas histórias. Sean Elt – satisfeito ao ver que Beckett
concordava com ele sorriu e suspirou. Estava bem difícil ficar olhando para ela
vestida e suada daquele jeito.
- Espere alguns minutos enquanto me arrumo
e vamos para o distrito – ela sumiu rumo ao seu quarto. Castle aproveitou para
se sentar no sofá e respirar aliviado, procurando conter sua excitação. Quinze
minutos depois, seguiam para o distrito. É claro que o nome era um pseudônimo,
Castle sugeriu um anagrama. Também não ajudou. O Vingador não era um assassino
então por que matara Tyler, parecia pessoal. Conversaram novamente com a mãe de
Tyler e descobriram que ele lia os quadrinhos e que ela o viu conversando com
alguém de terno e gravata dizia que sabia quem ele era realmente.
Ao perguntar se poderia descreve-lo, a
senhora deu a descrição de um dos repórteres da cena do crime. Paul Whitaker.
Ex-artista gráfico, cobre crimes para um jornal de Nova York. Beckett disparou o
alerta e tinha o apartamento dele e os cartões de credito sobre vigília, também
descobriram que Tyler era um informante de Paul através de um celular
descartável, o que os conectava. Beckett recebe uma ligação de que um dos
cartões fora usado a uma quadra da Comicadia. Foi exatamente onde Castle e
Beckett o prenderam.
Na sala de interrogatório, Beckett
instigou ao máximo para fazer Paul admitir seu crime, o que ele fez. Ela pediu
para que ele o fizesse escrevendo e assinando. Porém, quando estava prestes a
começar, Castle começou a confronta-lo, tudo porque não acreditava no motivo
pelo qual matara Tyler.
- Como você se sentiu após matar Tyler?
- Me senti mal, bem mal – entendendo onde
Castle pretendia chegar, Beckett fez a próxima pergunta jogando a isca.
- Paul, por que você cortou a mão de Tyler
depois de mata-lo?
- Eu não sei. Apenas cortei. Posso
escrever minha confissão agora? – Beckett deu o espaço a ele já convencida de
que ele não era o assassino, ele protegia alguém.
- Sim, Paul é o escritor. Vingador Solitário
é o tema. Essa é a relação deles. Você e eu, outra vez, mas eu sou Paul e você
o vingador.
- Sério, Castle, você me vê como uma
assassina de espada?
- Depende. Ficará seminua?
- Nos seus sonhos.
- Ótimo! Já posso imaginar – e recebeu um
olhar típico de Kate Beckett por isso. Fantasias a parte, Esposito mencionou
que o mesmo endereço onde Paul fora assaltado era o lugar onde Chad havia
encontrado o Vingador. Castle e Beckett foram até a tal esquina. Conseguiram a
informação sobre os possíveis apartamentos usados já que a área estava
abandonada. Eles encontraram várias espadas e surpreenderam o tal vingador
exceto que era na verdade uma oficial da NYPD.
Beckett acabou descobrindo que Hastings
tinha uma história parecida com a dela. Após o pai ser morto por causa de
oitenta dólares, ela entrou para academia. Ótimas notas, condecorações e era
uma admiradora de Beckett. Ela decidiu fazer justiça além da NYPD porque nada
seria suficiente para justificar a morte do pai. Não tinha como Beckett não
simpatizar com ela. Porém, quando Ann jogou algumas verdades mostrando que elas
não eram tão diferentes, Beckett a acusou de matar Tyler o que ela negou.
Usando verdadeira investigação policial que foi suficiente para a detetive
considera-la inocente. Beckett sabia exatamente quem era o assassino.
Castle decidiu conversar com Paul,
informa-lo que prenderam Ann Hastings. Não foi surpresa para ele descobrir que
o jornalista estava apaixonado por ela. O que fez questão de informar a
Beckett.
Depois de prender um mafioso, ela liberou
Ann. Então, Kate Beckett deu o conselho mais estranho que poderia vir dela
considerando que suas palavras cairiam como uma luva para si mesma.
- Ann, você é uma boa oficial. Tem alguém
que se importa com você. Não se foque tanto no passado para não jogar seu
futuro fora. Cuide-se.
Castle e Beckett viram Ann deixar o
distrito com Paul. Sim, a história daqueles dois era muito parecida com a
deles, fato que o escritor não poderia deixar de comentar.
- Um escritor e sua musa. Lutando contra o
crime. Como nós – Beckett viu Ann beijar Paul antes das portas do elevador se
fecharem. De repente, ela teve que lutar contra a sua vontade de fazer o mesmo
com Castle, especialmente após aquelas palavras.
- Amanhã? – ela sorriu – certo – Castle
foi até a mesa dela buscar seu casaco. Beckett não pensou duas vezes. Já que
Gates estava feliz com a prisão, ela poderia ir para casa e terminar o
relatório amanhã. Seguiu até sua mesa e desligou o computador – pensei que ia
ficar trabalhando, detetive. Não tem a papelada chata para fazer?
- Pode esperar até amanhã. Vou aproveitar
o bom humor da capitã e ir para casa. Me acompanha no elevador?
- Claro – enquanto andavam no salão, ela
pensava em formas de manter a conversa amigável para evitar que outros tipos de
pensamentos surgissem em sua mente. O que estava acontecendo com ela?
- Estava pensando... essas histórias do
Vingador Solitário são realmente boas?
- Bem, não são como as de Derrick Storm,
ou Nikki Heat, mas podem ser divertidas de ler. Por que pergunta?
- Estou pensando em dar uma chance para
Paul. Você me emprestaria as suas?
- Sim, com uma condição – eles entraram no
elevador, a porta se fechou – você tem que ler primeiro o meu quadrinho e
comentar – ela ia abrir a boca para protestar, mas Castle foi mais rápido – nem
pense em me enganar com aquele papo furado de que comprou para ajudar. Você é
minha fã, pré-ordenou uma cópia o que imagino que descobriu quando estava se
recuperando longe do distrito, eu mesmo não tive a chance de contar sobre o
quadrinho para você. Promete?
- Castle, você está exagerando e mesmo que
fosse ler...
- Beckett, prometa... você vai ler, eu
sei. Apenas admita. Você não resiste ao charme desse Bruce Wayne...
Ela o empurrou contra a parede do elevador
beijando com vontade. Castle, a princípio surpreso, cedeu ao momento sorvendo
seus lábios. Não fora apenas um beijo, fora um momento de liberação de desejo
contido e saudade. Um amasso capaz de deixá-los completamente alertas. Quando a
campainha do elevador soou, ela se afastou depressa. A porta se abriu e para a
sorte deles não havia ninguém esperando no saguão. Sem jeito, ela saiu
caminhando ao lado dele até a rua.
- V-você quer as copias dos quadrinhos
agora?
- Não, er... – realmente mexida pelo
impulso que tivera – amanhã. Traga para mim, amanhã.
- Sabe, vou rele-las. A ideia de você
seminua com uma espada ficou bem mais real agora.
- Boa noite, Castle.
- É isso, só boa noite? Você praticamente
me atacou naquele elevador. Ficou inspirada pela história de Ann e Paul, ou
trata-se de algo mais?
- Castle, esqueça. Não vamos fazer do...
do ocorrido algo maior do que realmente foi. Eu me excedi, minha culpa. Sinto
muito. Esqueça, por favor... – ela estava embaraçada. Ele decidiu deixar para
lá por enquanto, não sem uma nova cutucada.
- O seu “ocorrido” será suficiente para
mantê-la em meus pensamentos, detetive. E nos meus sonhos. Até amanhã, Nikki –
virou-se caminhando pela rua distanciando-se dela com um sorriso maroto no
rosto. Kate passou a mão no rosto se culpando pelo gesto impulsivo que acabara
de cometer, recriminando-se. Por que era tão bom beijar aqueles lábios? Droga,
maldito seja, Castle! Ela deixou escapar enquanto caminhava pela rua.
Ela chegou em casa direto para a banheira,
colocou os sais de banho com essência de vanilla, tirou suas roupas e entrou na
água. Ela suspirou satisfeita em sentir o calor tocar sua pele. Precisava
relaxar. E pensar. O que acabara de acontecer naquele elevador? Não podia negar
que gostava dele, que era difícil estar ao lado de Castle e não tocá-lo. Mas,
um relacionamento? Ela não estava preparada. Quando os lábios se encontravam,
toda a razão desaparecia. Ela apenas sentia, será que era disso que Dana
falava? O sentimento era tão forte que a fazia jogar-se em seus braços? Não,
isso estava errado. Não podia perder o foco, continuar seu trabalho, se
acostumar com a nova capitã. Essas eram as coisas que devia se preocupar não se
estava namorando ou se precisava de sexo. Deus! O que ela estava pensando? Era
tudo culpa de Dana, ela iria deixá-la maluca. Levantou-se enrolando a toalha no
corpo. Ao sair do banheiro ainda enxugava seu cabelo quando a campainha tocou.
Checou o relógio, sete horas. Nossa! Ela realmente viera para casa muito cedo.
Quem poderia ser? Ao abrir a porta, Kate deparou-se com Lanie.
- Boa noite, Kate. Estava pensando se
ainda posso dividir uma garrafa de vinho com uma amiga? Desde que você voltou a
trabalhar, eu não tive tempo de conversar sem falar que você não parece
inclinada a falar comigo. Por isso quero saber se você ainda é minha amiga.
- Oh, Lanie. Entre. É claro que você é
minha amiga, eu sinto muito. Eu precisava de um tempo sozinha. Sabe, ficar
comigo, isolada. Porque os últimos acontecimentos foram muito fortes, era como
se voltasse no tempo. O tiro, minha mãe.
- É por isso que você deveria conversar
com alguém.
- Sim, eu fiz isso com um profissional.
Minha terapeuta.
- Eu pensei que tivesse ido para algum
lugar com Castle. Daí Javi me disse que você também o ignorou por três meses, o
que foi bem mais tempo que eu. Você estava com raiva dele? O cara praticamente
queria dar a vida para salvá-la e sofre esse tipo de tratamento? Ele gosta de
você, garota. Você não é cega.
- Lanie, eu não preciso de evidências
nesse momento. Estou tentando voltar à ativa, me acostumando com a nova capitã.
Tem muito no meu prato agora, além do mais, Castle já está de volta ao
distrito, estamos trabalhando juntos... sim, ele ficou irritado comigo, para
usar uma palavra educada. Mas, já resolvemos isso.
- É, pode ser, mas é suficiente para você
e especialmente para ele?
- Sim, por enquanto. Não posso falar por
Castle. Ele não me parece chateado. Por que não pergunta para ele? Estava bem
excitado com o último caso. Essas histórias de super-heróis sempre mexem com
ele.
- Tudo bem já entendi a indireta e a tapa.
Mas vou dizer apenas isso. Um dia ele vai cansar e quando você perceber isso,
quando finalmente decidir tomar alguma atitude nessa sua vida, pode ser tarde
demais. Por mais que ele goste de você, tudo tem limite. Castle não vai esperar
para sempre, Kate. Tenha certeza disso.
- Ok, será que podemos falar de outro
assunto? Soube que você e Javi são um casal agora.
- Se por casal você quer dizer temos uma
amizade colorida onde ambos estão se divertindo, acertou. Não é a definição de
Ryan, pelo menos não ainda. Preciso fazer alguns testes...
- Lanie! – elas riram – que tipo de
testes?
Elas continuaram conversando até terminar
a garrafa de vinho. Kate preparou uma salada rápida para comerem com queijo
feta e mozzarella de búfalo. Lanie deixou o apartamento de Kate por volta das
onze da noite. Ela apenas se jogou na cama e adormeceu completamente relaxada.
No dia seguinte, Beckett chega à delegacia
por volta das oito da manhã surpresa por encontrar um copo de café quente sobre
sua mesa. Pregado a ele, um post-it amarelo dizendo “Bom dia, detetive! Tenho
uma reunião às 9 horas na minha editora, mas não podia deixar de entregar seu
café. Não se afogue na papelada, beba sua cafeína. RC. PS.: Elektra encontrou
Bruce Wayne nos meus sonhos. DC encontra Marvel”. Isso fez Beckett sorrir. Ela
estava aliviada por ele não ter mencionado o beijo ou até por não estar lá
nessa manhã, esperava que as coisas não ficassem estranhas entre eles.
E realmente não ficaram. Castle parecia
ter esquecido o ocorrido ou fingia para evitar um clima entre eles. No fundo, o
silêncio incomodou Kate. Isso era um sinal de que não importava tanto assim?
Talvez o beijo não significara nada, ou não! Isso não era possível, ele dissera
que a amava há poucos meses atrás, obviamente ainda tinha os mesmos
sentimentos, desejos, certo? Droga! Será que era disso que Dana e Lanie
falavam? Ela detestava ficar criando esses cenários em sua mente. Não era o seu
foco. Talvez na terapia e nem deveria abordar isso para Dana porque ela apenas
jogaria tudo de novo na cara dela. Melhor esquecer.
Duas semanas se passaram, os casos que
apareceram eram bem simples, nada muito importante acontecia no 12th. Por isso
mesmo ela decidiu trazer o assunto dos quadrinhos novamente à tona. Ele acabara
de sentar-se ao lado dela entregando-lhe a caneca cheia.
- Hey, Castle. Eu sempre achei que você
era um homem de palavra, que mantém suas promessas.
- E sou. Do que você está falando?
- Você me prometeu as revistas em
quadrinhos de Paul para que eu lesse. O Vingador Solitário? Faz duas semanas.
- Ah, mas você não cumpriu sua parte do
acordo. Leu Derrick Storm? Porque não vi nenhum comentário seu sobre a minha
história – ela mordiscou os lábios – imaginei. Trato é trato. Comente e você
terá meus quadrinhos e talvez um bônus. Além disso, estou disponível para
autografar sua cópia a qualquer hora. É só pedir – ela torceu a boca – não faça
careta, apesar de achar adorável, você não me engana. Eu sei que já leu. Você é
uma daquelas fãs hardcore.
- Eu não... sou hardcore! E-eu apenas...
Arfff, eu detesto quando fica se exibindo achando que me conhece o bastante
para assumir o que fiz ou não.
- Não, você gosta porque sabe que estou
certo. Isso te irrita como eu costumava fazer nos nossos primeiros casos.
- Tudo bem. Eu já li.
- E? – ele a olhava ansioso pela resposta
– diga, Kate. Apenas seja honesta – ela suspirou e balançou a cabeça. Era
inevitável.
- Eu gostei. História interessante,
Derrick era ele mesmo é claro. E minha personagem preferida, Clara Strikes
arrasou – ele ainda olhava para ela esperando por mais – está bem. Você
arrasou, eu adorei. Satisfeito?
- Não totalmente. Qual a parte preferida?
- A sequência do taxi – ela sorriu.
- Eu sabia que concordaria comigo. Você
pode trazer sua cópia amanhã para eu autografar. Prometo cumprir minha parte do
acordo.
- Bem, na verdade, você pode fazer isso
agora – ela abriu sua segunda gaveta e tirou o seu exemplar colocando-o sobre a
mesa.
- Está vendo? Hardcore! – ele pegou o
quadrinho sorrindo. Tirou sua caneta do bolso e levantou-se.
- Onde pensa que vai?
- O escritor precisa de privacidade para
escrever a dedicatória. Volto em alguns minutos – ela não contestou ficou
quieta bebendo seu café. Gates a chamara em sua sala por algum tempo. Algo
sobre um julgamento. A capitã queria que Beckett fosse ao fórum auxiliar o
promotor em um caso de meses atrás investigado por ela mesma. Quando voltou a
sua mesa, Beckett encontrou o quadrinho e nem um sinal de Castle. Ela abriu o
livro na primeira página. Lá estava.
“Para Kate Beckett, alguém que supera
Elektra, Clara Strikes e Nikki Heat apenas por ser quem é. Obrigado por me
provar que existem heroínas de carne e osso, além das páginas dos quadrinhos.
Amor, Rick Castle”
Ela teve que se sentar. Não esperava por
essas palavras. Engoliu em seco. Sentiu as lágrimas chegando, ardendo-lhe a
garganta por causa da sua luta em contê-las. Ryan chegou nesse minuto reparando
que Beckett tinha os olhos vermelhos. Ela tratou de guardar o livro na bolsa.
- O que houve, Beckett? Algum problema?
- Não, acho que entrou algo no meu olho –
ela os esfregava tentando disfarçar - Ryan, tenho que ir ao fórum. Ordens da
Gates. Não volto hoje. Boa noite para vocês – ela se levantou pegando a bolsa e
o casaco e apressou o passo. Ao chegar no elevador, já estava mais calma.
Respirou fundo e abriu um lindo sorriso. Ele usará a palavra amor, então ainda
havia chance para os dois.
No dia seguinte, havia um pacote sobre a
mesa dela envolto em um laço de fita. Beckett abriu a caixa e encontrou não
apenas as revistas de Paul que Castle mencionara como também havia uma série
especial de Elektra e o Daredevil chamada Ultimate. Beckett prendeu a respiração
ao ver o presente que acabara de ganhar, nem percebeu que ele estava ao seu
lado somente observando-a se deleitar com as páginas. Ela leva um dos
quadrinhos ao nariz cheirando-os com os olhos fechados.
- Estou vendo que gostou mesmo do presente
– ela deu um pulo para trás.
- Meu Deus, Castle! Não faça isso! Quer me
matar de susto?
- Claro que não, mas você estava tão
concentrada admirando os quadrinhos que não quis atrapalhar.
- Sei, sei. De qualquer forma, obrigada.
Você não precisava me dar outros quadrinhos de Elektra. Essa é uma edição
considerada rara.
- Não para mim, achei que merecia já que
admira a personagem. E o convite para ver minha coleção permanece. Acho que
você iria gostar.
- Talvez outra hora.
- Ryan me contou que você foi ao tribunal
ontem. Algum problema?
- Não, apenas uma assessoria em um caso
antigo. Gates me mandou. E não posso dizer que não vou. Qualquer ponto ganho a
essa altura é valido. Ainda acho muito estranho não ter Montgomery por aqui
apesar de tudo.
- Eu entendo o que quer dizer. Você acha
que teremos um caso hoje?
- Não posso garantir. A propósito,
obrigada pela dedicatória. Por que você desapareceu ontem?
- Gina. Ela está me deixando louco com
essas reuniões e aparições que arranja para mim devido ao quadrinho de Derrick
Storm. Detesto essa parte do negócio. Quero mesmo é escrever.
- Novo quadrinho ou livro?
- Livro. Eu estou montando o próximo Heat.
Ainda está no início, estou organizando as ideias. Mais duas semanas de
pesquisas preliminares e começo a escrever no próximo mês.
- Nada de spoilers?
- Muito cedo. Contenha sua criatividade,
Beckett. Você já tem muito para ler.
Mais tarde naquele dia, Castle está em
casa trabalhando em sua pesquisa e escrevendo algumas ideias de cenas de crime
quando sua mãe o atrapalha querendo arrumar um encontro às cegas para o filho.
Castle diz não quer saber das sugestões de Martha já que a última, leia-se
Gina, foi um fiasco. Claro que Martha insiste já que o filho não tem vida
social há meses. Só faz escrever e trabalhar com Beckett. Castle argumenta que
está melhor assim. Quando a mãe ia pressiona-lo sobre sua situação com a
detetive, porém, o celular tocou. Era Beckett informando-o que tinham uma
chamada de um homicídio. Definitivamente, salvo pelo gongo.
Castle encontra a detetive no local do
crime, o museu, ele ficara admirando uma das esculturas com várias telas de tv.
- Interessado, Castle? – ela perguntou
assim que chegou.
- Estou tentando entender o real
significado, narcisismo, isolamento ou alguém que tem muitas tvs.
- Às vezes, é apenas arte.
- Oh, detetive Beckett. Que intuitivo da
sua parte. Deixe-me adivinha fez teoria da arte na faculdade.
- O mais perto que cheguei de arte foi
posar para um artista como modelo.
- E por posar você quer dizer... – Castle
já estava interessado, então ela apenas provocou um pouco mais.
- Usando absolutamente nada – e o escritor
engoliu em seco.
A vítima da vez era o diretor executivo do
museu. A última vez que fora visto era por volta das dez, foi encontrado as dez
e vinte um. Essa era a janela do assassino. Na verdade, aconteceram dois crimes
ali. Uma das obras mais valiosas fora roubada na mesma noite. A escultura
chamada de Punho do capitalismo custava 50 milhões de dólares. O punho fora
emprestado para o museu sob os cuidados do então morto. Era bem estranho já que
o lugar estava cheio de câmeras de segurança e tinha alarme, o mesmo não ter
sido disparado. Eles conversaram com a testemunha que o encontrou e solicitaram
todas as imagens do salão além da lista de convidados.
Antes de deixar o lugar, eles começaram a
teorizar juntos quando foram interrompidos por uma mulher que simplesmente
discordou com os dois.
- Tudo aponta que o ladrão veio pelo
telhado, pela ventilação, provavelmente e desativou os alarmes.
- Desculpe, quem é você? – perguntou
Beckett.
- Serena Kaye, a responsável investigação
do seguro do museu.
- Se ele veio pelo telhado, como saiu?
- Pelas docas de abastecimento. Os guardas
checam quem entra não quem sai. E a área estava cheia de vans de buffet, ele
poderia ter alguém esperando e se disfarçou.
- Oh, ela é boa – disse Castle.
- Em teoria, e quanto as provas? – perguntou
Beckett.
- Não preciso de provas para saber que
estou certa. É o meu trabalho e posso te ajudar com o seu.
- Como? – Castle observava atento a
interação das belas mulheres.
- Fico com 1% da taxa de recuperação de
perdas. Eu quero aquele punho. Você quer o seu assassino. Temos objetivos
comuns. Podia prestar consultoria e dar minha opinião.
- É uma ideia interessante – pulou Castle
na discussão. Queria ver as duas trabalhando.
- Não, obrigada. Não será necessário –
respondeu Beckett.
- Não pode me culpar por tentar. Mr.
Castle. Detetive Beckett – e deixou o salão.
- Nós poderíamos ter a usado. Ela tem
pontos válidos – ao ver a cara de reprovação de Beckett, ele completou – não
desse tipo.
- Castle, ela só cruzou o nosso caminho.
- Sério? E se ela tiver a par de algo? –
ela reconsiderou e pediu para Ryan checar as vans e o pessoal – isso foi tão difícil?
– ele observou-a distanciar-se. Mulheres.
De volta ao distrito, na manhã seguinte,
ela começara a montar seu quadro de evidências. Os fatos estavam aparecendo. Não
só CSU descobriu gel de cabelo no tubo de ventilação como o pessoal que
trabalhava nas vans viram uma astro van da mesma cor, porém sem o logo da
companhia. Para piorar a situação, Gates a chama em sua sala. Quando Beckett avista
quem está na sala teve que se segurar para não bufar.
Acontece que Serena vendeu sua ideia para
Gates que aprovou de imediato. Beckett tentou argumentar que não havia
necessidade, mas Gates a desarmou ao falar de Castle. Não havia escapatória,
seria obrigada a aturar a tal mulher nessa investigação. Claro que Serena sabia
que Beckett estava desconfortável diante da situação, mas não perdeu a chance
de mostrar na frente da capitã que estava ali para ajudar.
- Estou ansiosa para trabalhar com você,
detetive – ela estendeu a mão para Beckett que sem alternativa foi obrigada a
aperta-la aceitando o cumprimento. Beckett já conseguia prever que seria uma
investigação complicada em vários sentidos, estaria pisando em ovos. Porém, a
verdade era que a detetive não tinha ideia do quanto a presença daquela mulher
iria lhe afetar.
Assim que saíram da sala de Gates, Beckett
a confrontou mostrando que não estava em nada satisfeita com a intromissão de
Serena. Em seguida, mandou-a atualizar-se com Ryan. Ela virou o resto do café
na boca, irritada. Seria um longo dia.
E ela estava certa. Na primeira discussão
com a presença de Serena, tudo que Beckett conseguia ver eram os sorrisos e os
olhares de Castle para a tal especialista e a reciproca do gesto. Quando
Esposito juntou-se a eles com uma nova informação, o escritor fez questão de
apresentar a “consultora” e tudo que Beckett pensava era “ótimo! Tudo o que
preciso são três marmanjos babando nessa mulher”. Felizmente, Esposito não
pareceu muito interessado. Os peritos encontraram um dispositivo capaz de
bloquear os sinais do computador impedindo o alarme de ser acionado.
Serena demonstrou conhecimento do
dispositivo afirmando ser feito sob encomenda. Ela lera sobre isso em um
relatório de roubo em 1992, o ladrão usou isso para roubar doze quadros. É a
assinatura dele. Ela diz em seguida que sabe quem levou o punho. Chama-se
Falco.
- Falco do que? Ele tem um sobrenome?
- Não, ele nunca foi pego muito menos
fotografado. É o maior ladrão de artes da Europa, apesar de não trabalhar em
anos. O boato era que havia parado. Agora que temos alguma direção, posso
conseguir algumas pistas.
- Ótimo, vamos – disse Beckett.
- Você não pode vir – respondeu
diretamente Serena.
- Desculpe, acho que você não entendeu o
significado da palavra “consultora”. Esse é o meu caso.
- Essas pessoas não falarão com policiais.
Mas falarão comigo – no mesmo minuto, Castle se levantou preste a seguir
Serena, então Beckett perguntou.
- Aonde você está indo?
- Também não sou policial. Então...
- Tudo bem – mas estava claramente
irritada com isso. Ela deu ordens aos rapazes para contatarem a Interpol.
Precisava de uma vantagem contra Serena. Quando eles a deixaram sozinha, ela
bufou e cobriu o rosto com as mãos. Estava prestes a entrar em um
pesadelo.
Continua...
3 comentários:
Aqui estou depois de o que, 4 capítulos acumulados? rsrrsrsrsrsr
Pois é eu sempre fui de gostar de ler fic angustiante, ficar na expectativa de dias ou até meses para um desfecho, mas não tive um 2015 tranquilo e estou tum pouco ligth e muito sensível, portanto esperei a angustia passar...
Sei que a 4ª temporada não é um mar de flores mas é a 4ª temporada, aquela com vários episódios que vão mostrando aos poucos à Kate que o Castle é o homem da vida dela.
Já li os todos os capítulos atrasados e só tenho a dizer que você arrasou em todos, a Dana é perfeita, a Kate é problemática, mas como não ama-la e o Castle, nosso lindo Rick é o homem mais lindo e perfeito.
Amei a Laine ter aparecido, adoro ela, sei que a Dana é a Best aqui, mas a Laine é a Laine, ela é o calo do pé do Castle. #meninoescritor huahuhauhauhau
Como sempre digo para a Leidy, e disse para você no WS e talvez você não tenha visto. VOCÊ JÁ ESCREVE DE VERDADE, SÓ NÃO É REMUNERADA!
Bjos MarluLeles
Ha! Ciúmes detetive? kkkkkk
Ciúmes???É isso mesmo produção? 😂😂😂
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