domingo, 8 de maio de 2016

[Castle Fic] One Night Only?! - Cap.52


Nota da Autora: Enfim, a continuação. Devo dizer que vocês me surpreenderam com a pervice hahaha! Mas como "Cuffed" é um dos episodios preferidos da S4, nada mais justo de que no dia de 4 anos de Always, não role uma brincadeira.... com muitas provocações antes, devo acrescentar. Enjoy! 

Atenção... NC17!


Cap.52
- Dormir comigo? Dormir, dormir ou...?
- Não nesse sentido... quer saber? Você deve estar em achando uma idiota. Nem devia ter vindo – ela virou-se para caminhar de volta a porta quando ele segurou seu pulso. Ele reparara que além da bolsa, ela tinha uma pequena sacola consigo.  
- Hey... não disse nada. Pode explicar o que está acontecendo? Está com medo?
- Não, eu... ah sei lá! Eu sou uma policial, não devia ter medo dessas coisas.
- Por que não? Era um tigre, podia ter nos comido, você não tinha sua arma. Isso não a faz menos corajosa, Beckett. Foi bastante perturbador mesmo. Sente-se. Você quer beber alguma coisa? – ela repara no copo sobre a mesa – eu estava bebendo whisky para me acalmar. Não foi um dia fácil.
- Eu aceito whisky. Você já comeu?
- Não, se estiver com fome podemos pedir uma pizza.
- Já passa da meia-noite, ninguém entrega essa hora.
- Isso é Nova York, Kate. Além do mais, tenho contatos. Vou pedir uma pizza, fique à vontade – ele se distanciou para servi-la e depois pegou o telefone. Minutos depois, ele sentou-se ao lado dela – quer conversar sobre o que você está sentindo?
- Não muito. Eu tenho a impressão que foi uma mistura de tudo, a adrenalina, o lance de estar perto da morte outra vez. E nesse caso, você é a única pessoa capaz de entender porque estava lá comigo – ela bebeu um pouco do whisky – estou dolorida. Como você está? Imagino que pior. Teve que me aguentar em seus ombros. Desculpe por isso.
- Não precisa se desculpar. Vale tudo para escapar com vida. E você não pesa tanto assim. Posso aguentar – ela olhou para ele como quem não acredita no que diz – tudo bem, estou dolorido, cansado, mas culpo a adrenalina, não a malhação – ela sorriu – não se preocupe, estamos sozinhos, não vou contar para ninguém que você fraquejou por causa de um tigre. Seu segredo está salvo comigo.
- É engraçado como vivemos nos metendo em enrascadas. Casos loucos. Já escapamos de morrer várias vezes.
- Tem razão. Ainda acho que o pior foi quando congelamos, juntos quero dizer. Para mim, nada superará vê-la ser baleada no coração, meu coração parou naquela ambulância junto com o seu – ele a olhava intensamente, percebeu que ela estava embaraçada, não queria que esse momento fosse arruinado com lembranças tristes – tudo bem, nada de falar de coisas ruins. Quer um pouco de queijo, a pizza deve estar chegando a qualquer momento. Mal ele falou, o interfone tocou – como se lessem meu pensamento... – ele se levantou sorrindo. Kate suspirou aliviada. Não queria entrar no assunto do seu atentado porque isso a lembrava da mentira que vinha contando pelos últimos meses.
O entregador apareceu na porta. Castle pagou o rapaz e colocou a pizza sobre a mesa. Fez sinal para que se juntasse a ele.
- Está cheirando. Não tinha percebido o quanto estava com fome até agora – ela sentou-se ao lado dele. Não se preocupou com pratos pegando uma fatia com a mão. Ele fez o mesmo – hum, muito bom.
- Vai me contar porque estava tão irritada hoje de manhã? E não me diga que foi apenas a situação de estarmos algemados. Você estava de mal humor – ela ficou calada por uns instantes, não queria falar sobre isso. Ele estava errado, parcialmente. Tinha a ver com hormônios, não tpm. Não podia dizer para ele que estava sentindo falta de sexo.
- Não é nada. Não quero falar sobre isso – deu outra mordida na pizza. Não mentira quanto a não conseguir dormir pensando no tigre. Mas estar ali não deixava de ser um bônus – e antes que insinue, não é tpm.
- Não falei nada.
- Mas pensou – ela bebeu um pouco do vinho que ele servira para acompanhar a pizza, quando ele estendeu o braço para pegar outro pedaço, ela viu que o pulso estava ferido, segurando a mão dele observou – você se machucou muito com a algema? – ela tocou-lhe o pulso vermelho. Havia ferido a pele, o polegar roçava carinhosamente no machucado. Castle estava gostando do carinho, mas aproveitou a chance para saber se ela realmente falara sério sobre tentarem mais uma vez.
- Não foi nada. Coisa simples, nada que me impeça de usar algemas novamente se você quiser... – insinuou em meio a um sorriso.
- Usar de novo? Talvez... você devia passar um antisséptico.
- Você está ferida? Deixe-me ver o seu pulso – ela não relutou em mostrar. Castle examinou com cuidado. Ela havia passado um creme – está melhor que o meu.
- É, eu meio que assumo a culpa pelo seu ferimento. Você teve que fazer a maior parte do trabalho duro especialmente ao me carregar e me equilibrar nos ombros. Eu estou satisfeita. Quero mesmo esticar o corpo.
- Você quer dormir no quarto de hóspedes ou comigo? – claro que ele sabia que era na sua cama, mas quis provocar.
- Eu não vim até aqui para ficar sozinha entre quatro paredes, esse foi o motivo pelo qual deixei meu apartamento. Algum problema, Castle? Não me quer aqui?
- Não é nada disso. Estava apenas me certificando de que você ainda quer isso. Podia estar melhor, mais confiante.
- O problema não é conversar ou esquecer o que aconteceu por algumas horas. É ao fechar os olhos – ela passou a mão no rosto e espreguiçou-se – estou cansada. Amanhã tenho que trabalhar.
- Amanhã é sábado, Kate. Você está de plantão?
- Oh, não sei onde estou com a cabeça. Esse caso me deixou desorientada, acho.
- Então, chega de beber – ele tomou a taça dela levando o resto da louça para a pia – vamos dormir, detetive. Pode ir na frente, se quiser usar o banheiro, fique à vontade. Vou organizar as coisas aqui e já encontro com você.
- Tudo bem – ela saiu em direção ao quarto. No banheiro, lavou o rosto, escovou os dentes, olhou para sua imagem no espelho. Sim, estava cansada e não pretendia fazer nada além de dormir ao lado dele essa noite. Vasculhando as gavetas de Castle, encontrou a caixa de primeiros socorros e um creme antisséptico. Levou a pomada consigo. Ela vestia um pijama. Sentou-se na cama, da sua bolsa, tirou um hidratante e começou a passar o creme nas pernas.
Nesse instante, Castle entra no quarto. Ele dá uma olhada no que ela estava fazendo. Era uma visão agradabilíssima. As pernas de Beckett, a simplicidade como ela se cuidava e sentia-se à vontade na cama dele. Seria um pouco do que a Dana comentara com ele no outro dia? Que aos poucos Kate estava cedendo ao possível relacionamento deles e aos próprios sentimentos?
- Pensei que já estava dormindo. Você me parece bem cansada, Beckett.
- Já disse que esperaria por você.
- Tudo bem, vou ao banheiro. Prometo não demorar – ela sorriu continuando a passar seu creme. Quando ele volta encontra a sua detetive terminando de passar creme no pé. Ele enfiou-se debaixo das cobertas ainda sentado e ficou admirando-a. O pensamento que se formava em sua mente era que, naquele momento, eles pareciam um casal de verdade que está junto há anos. Havia uma naturalidade, uma sensação de lar que ele não sabia explicar.
Ela deixou o creme na cabeceira da cama, pegou a pomada antisséptica. Quando virou-se, percebeu que ele estava observando-a. Um arrepio percorreu sua espinha.
- O que foi?
- Nada. Não vai se deitar, Beckett? – sim, ele evitava chama-la de Kate devido a intimidade tão intensa já presente.
- Vou, mas antes, me dê seu pulso – ele esticou o braço, colocando sobre sua coxa abriu a pomada. Com a ponta do dedo, ela espalhou suavemente o creme sobre o machucado causado pela algema. A sensação casual voltou a tomar conta da mente de Castle. A delicadeza do toque, o cuidado, para ele era um gesto de amor. Ao terminar, ela o fitou sorrindo. Ainda segurava o pulso dele – só queria garantir que você tivesse curado esse machucado. Vamos dormir?
Ela se deitou puxando o edredom cobrindo-se. Ele fez o mesmo. Sem saber que posição tomar, deixou que ela tivesse a iniciativa. Então, Kate virou-se para o lado e fechou os olhos. Sabia que ele estava ali, isso já bastava por enquanto.
- Boa noite, Castle.
- Boa noite, Beckett – respondeu o escritor virando-se de costas para a parceira – pode me chamar se sonhar com o tigre – ela sorriu, mas não falou nada. Fato: dormira quase que instantaneamente.
Cerca de duas horas se passaram antes de Beckett sentir a agonia da experiência de mais cedo, um misto de medo e frio a dominara. Respirando fundo, ela virou-se para o lado que Castle dormia em busca de apoio. Encostou seu corpo totalmente no dele, deixando os pés se misturarem em meio aos de Castle. Estavam muito gelados. Por fim, enterrou o nariz na camisa dele e deixou uma das mãos envolverem o corpo pousando sobre o peito do homem a seu lado.
Ele percebeu o contato dos pés gelados junto aos seus. Ficou quieto entendendo o que acontecia até o momento que sentiu a respiração quente próximo ao pescoço e a mão em seu peito. Sorriu e não se mexeu. A posição estava confortável demais para assusta-la. Podia ter feito tudo isso inconscientemente.
O relógio marcava 3:47 da manhã. Kate começou a murmurar algo estranho.
- Não, cuidado Castle, não chegue tão perto. Não, por favor... Castle, ele vai come-lo vivo! – havia pavor em sua voz, ela agarrou ao peito dele continuando a falar – fique comigo. Segure a minha mão, o tigre... – ela continuava balbuciando o diálogo, nervosa. Castle acordara e ouvia o que dizia – não posso deixa-lo, precisamos ficar juntos. Castle... uma arma, ele tem... – o sonho mudara, Beckett agora se via no meio do pesadelo que a perseguia em sua PTSD – não atire, não! Castle...não morra, não... o tigre...Castle?
Ele virara-se para abraça-la. Chamava por ela várias vezes tentando traze-la de volta do mundo dos sonhos. Acariciava seu rosto, balançava seus ombros e falava com ela.
- Estou aqui, Beckett. Abra os olhos, estou bem aqui. Kate...acorde, por favor...Kate... – ele beijou-lhe o rosto, colocou-a colada em seu corpo próxima ao coração – está ouvindo, Kate? Meu coração, estou vivo. Abra os olhos, Kate – com um sobressalto, ela arregalou os olhos bem tensa.
- O tigre!
- Shhh, está tudo bem. Não há tigre algum e ninguém foi comido ou morto. Estamos bem, eu e você. Olhe para mim, Kate – devagar, ela virou o rosto para fita-lo – você teve um pesadelo, já passou. Estamos apenas nós dois aqui, no meu quarto, seguros. Tigre nenhum entrará aqui – ela respirou fundo. Sentia-se uma boba. Enterrou a cabeça no peito dele com vergonha.
- Você deve estar me achando uma idiota. Mas foi tão real! Ele ia come-lo, mordeu sua perna, sangrava. Eu não sabia o que fazer e de repente... – ela se calou. Não sabia se deveria falar da PTSD nesse momento. Não era idiota e tinha certeza que ele sabia que ainda vivia com as crises – o tiro, você levou o tiro. Como sempre acontece.
- Estou bem. Não houve tiro, nem mordida. O pesadelo passou – ele ergueu o rosto dela através do queixo fazendo-a fita-lo. Olhos nos olhos – e você não é idiota, Kate. Estivemos bem perto de virar comida de tigre, não a culpo por ainda estar impressionada. Você quer alguma coisa? Agua? Um comprimido para dormir? Pode pedir qualquer coisa.
- E-eu estou melhor. Desculpa.
- Não precisa se desculpar, afinal não foi por esse motivo que você pediu para ficar aqui hoje? – ele sorriu. Beijou o topo da cabeça dela – vamos dormir, ainda está muito cedo para acordar em pleno sábado.
- Castle? – ele ergueu a sobrancelha para mostrar que a ouvia – pode me abraçar? Não quero me sentir sozinha outra vez – ele não disse nada. Deitando-se de volta na cama, a puxou consigo ficando na posição de conchinha. Acariciou seus cabelos e finalmente beijou-lhe o pescoço fechando os olhos em seguida com a mão sobre o estomago dela. Kate buscou a mesma mão e entrelaçou os dedos com os dele. Adormeceu.
Na manhã ao acordar, ela sabia exatamente onde estava. Eles haviam se remexido na cama. Castle dormia de barriga para cima, uma das pernas sobre ela enquanto Kate estava sobre o peito dele. Com cuidado para não acordá-lo, ela inspirou seu cheiro pela camisa. Depois ergueu-se da cama tirando as pernas dele de cima dela, devagar. Seguiu para o banheiro. Após a higiene matinal, foi para a cozinha preparar o café. Era o mínimo que podia oferecer após tê-la deixado passar a noite no loft.
O cheiro do bacon frito e o barulho das panelas o acordaram. Ao se deparar com o lado da cama vazio, deduziu que era Kate quem estava cozinhando. Era uma pena. Depois do ocorrido na madrugada, ele esperava conseguir convence-la a se divertir essa manhã. Afinal tinha mais de um mês que não dormiam juntos. A tal parceria com benefícios estava praticamente esquecida. Esse último caso com o tigre podia ser uma boa desculpa para faze-los acabar com esse marasmo. Levantou-se e cinco minutos depois apareceu na cozinha.
- Bom dia, Beckett. Acordou inspirada? Está cheirando a bacon.
- Bom dia, Castle. Decidir preparar um café da manhã para nós. É o mínimo que posso fazer como retribuição por ontem.
- Não que precise realmente fazer isso, estou aqui para ajudá-la porque é isso que parceiros fazem, mas mesmo assim, obrigado pelo gesto. E estou com fome.
- Sente-se. Já está tudo pronto.
- Vejo que conseguiu dormir melhor após o pesadelo – ele comentou pegando um pedaço de pão, levando-o a boca. Beckett serviu-o de café e colocou o prato com ovos e bacon na frente dele. Os pães pularam na torradeira, passou manteiga e colocou sobre o balcão. Ela mesma serviu-se de um pouco do ovo para comer com o pão. Calada observava-o degustar o café da manhã – hey, terra para Kate. Ouviu o que eu disse?    
- Sim, desculpe. Me distrai. Dormi melhor. Esse lance da PTSD ainda não terminou, o processo é demorado.
- Mas você sonhou primeiro com o tigre.
- Sim, mas o tigre era a lembrança mais viva do dia, serviu para engatilhar a crise. Não quero mais falar sobre isso, por favor.
- Tudo bem. Já esqueci. Você tem planos para hoje ou podemos inventar algo para curtir o sábado em Manhattan? Estava pensando em dar uma volta pelo Chelsea Market, comer uma lagosta. Dar uma caminhada na high line, parece interessante para você, Beckett?
- Talvez, preciso perguntar. Como você está se sentindo? Ainda cansado?
- Não! Estou ótimo. Por que? Tem outra sugestão?
- Não sei. Deixe-me ver seu pulso – ela puxou a mão dele sem dar chance de Castle protestar. Examinou o ferimento. Estava seco. A pomada agira maravilhosamente. Sorriu – que bom que eu vim dormir aqui, caso contrário aposto que o machucado ainda estaria aí. Você não se cuida, tenho certeza. E com Alexis e Martha longe ia ficar reclamando do pulso por vários dias – o comentário sobre as duas ruivas a fez lembrar de outra coisa que precisava saber – a propósito, quando elas vêm para casa? Hoje?
- Não, retornam na segunda pela manhã.
- Hummm...
- No que está pensando, detetive?
- Acho que vou aceitar seu convite, Castle. Com uma condição.
- Você quer dormir de novo aqui? Condição aceita.
- Não era isso. Ia dizer que precisava passar em casa para trocar de roupa, mas posso aceitar essa condição também.
- Ótimo – ele levantou-se do banco de onde estava sentado, levou o prato até a pia e beijou-a no rosto – obrigado pelo café. Estava delicioso. Vou me vestir e não se preocupe com a louça, depois eu dou um jeito nisso – ela o viu dirigir-se para o quarto caminhando alegremente. Sabia somente pelo movimento do corpo. Claro que não deixaria uma sujeira na cozinha. Ela limpou o máximo que pode e retornou ao quarto para trocar de roupa.
Deixaram o loft quase na hora do almoço. Depois de uma rápida passada no apartamento de Beckett, eles seguiram para o Chelsea. Castle tinha razão. Aquele era um dos lugares de Nova York que sempre agradava quem transitava por lá. Havia constantemente um fluxo de pessoas interessadas nos produtos que se vendia por ali, desde massas especiais, itens importados, frutos do mar e itens de delicatessen. Algumas vitrines eram um colírio para os olhos.
Castle fez algumas compras. Umas garrafas de vinho, alguns queijos, patês especiais e claro decidiram saborear a lagosta no molho de manteiga e alho. O mais interessante era o modo de se comê-la. Com as mãos, sujando os dedos com a carne branca lambuzada de gordura da manteiga. Castle pegou duas garrafas de cerveja para eles e uma salada coleslaw como acompanhamento. Beckett não se lembrava da última vez que sentira tanto prazer ao degustar uma refeição.
Lambia os dedos melados do molho e da carne da lagosta. Castle não deixou o ato passar em branco. Ela percebeu que ele a olhava intensamente quando fazia isso. Havia um pouco da manteiga derretida no canto da boca e no queixo dele.
- Você tem um pouco de molho no canto da boca.
- Onde? – ele perguntou. Ao invés de indicar, ela tomou o guardanapo da mão dele tomando a frente para limpar a área. Passou o papel com delicadeza, provocando. Não satisfeita, inclinou-se e usou a língua para tirar o excesso levando a provocação para um outro nível. Castle não disse nada, apenas desfrutou do momento. Assim que ela se afastou, ele não quis continuar o jogo de sedução, queria ser direto.
- Por que fez isso, Beckett?
- Algum problema?
- Não, quer dizer. Não diretamente. Ultimamente andamos fazendo muito joguinhos de gato e rato, não?
- O que quer dizer com isso, Castle? Não sei onde você quer chegar... – ela obviamente estava se fazendo de desentendida.
- É claro que sabe do que estou falando. Nem adianta se fazer de vítima. Você é muito inteligente para querer se safar como uma “bimbo” qualquer. Tem algo a ver com o nosso acordo? Porque se não fosse o pesadelo que a vi ter ontem à noite, estava inclinado a dizer que o tigre era apenas um pretexto para estar na minha casa. Abra o jogo, Beckett. Você quer alguma coisa de mim? Além da parceria?
- Não sei o que está insinuando. Eu pedi ajuda ao meu parceiro pelo que passamos juntos.
- Eu sei que sim, mas você não respondeu a minha pergunta – ela suspirou. Se realmente dissesse o motivo pelo qual estava pensando nele e queria ficar próximo, o que ele pensaria dela? Podia confundir tudo.
- Você quer ter esse tipo de conversa comigo justamente quando estávamos aproveitando algo tão bom?
- Beckett, se ainda não percebeu ou prefere que eu insinue o que está em sua mente, estou falando de uma conversa tão ou mais agradável que a nossa comida. Ou você não considera nossa parceria com benefícios prazerosa? – ela ficou calada por alguns instantes. Sua mente protelava entre dizer o que queria e deixar Castle responder pelos dois. Era óbvio que ambos sentiam falta dos momentos, do sexo, porém ela tinha medo de que admitindo o que queria, ele inferisse que ela estava tendenciosa a dar o próximo passo, evoluir de parceria para relacionamento. Ela não podia deixa-lo pensar erroneamente sobre isso.
- Quer que eu responda por nós? Acredito que ambos estejamos precisando de um momento de relaxamento. Um instante do dia para fazer bem a nós mesmos. Sim, estou falando da nossa parceria com benefícios.
- Castle, eu não quero que pense errado. Nem que assuma algo que não existe. E-eu...
- Você quer apenas uma noite tranquila usufruindo de nossa parceria para suprir uma necessidade básica, nesse caso, o sexo. Nenhuma cobrança ou complicação. Distração é a palavra mais adequada. Estou certo? Porque se me responder, nesse minuto que sim, eu esqueço o passeio na high line e vamos para o loft o mais rápido possível.
Ela sorriu.
- Não vamos abortar o passeio. Você está certo, mas ainda podemos apreciar a nossa tarde. Além do mais, temos a noite livre e eu esqueci de mencionar um detalhe. Eu coloquei meu par de algemas na minha sacola de mão. Até o momento não sabia porque...
- Oh, detetive, desse jeito não vou conseguir me concentrar no passeio.
- Sinto muito, Castle. Você terá que esperar, ainda quero dar uma passada na feira da Union Square, ou você acha que vai escapar de cozinhar para mim hoje à noite? É sua vez.
- Você está abusando da parceria, detetive. Jantar não estava incluído no acordo.
- Que pena que você não tem para quem reclamar. Somos as duas únicas pessoas que sabemos dele, portanto eu fiz a regra e terá que cozinhar para que possamos passar para a próxima etapa.
- Chantagista! – ela riu.
- Vamos, Castle. Hora de caminharmos, o dia ainda promete. Tem um jantar para fazer.
Eles foram de fato a High line. Enquanto caminhavam pelo local, Kate avistou uma moça vendendo picolé e decidiu que queria um. Castle comprou para ela, o que se tornou uma verdadeira tortura. Ela brincava com o picolé como se estivesse provocando. A maneira como saboreava, fazia os pensamentos de Castle serem os mais pervertidos possíveis. Teve que lutar contra as reações de seu próprio corpo para manter a compostura ao lado dela.
Terminado o passeio, pegaram o metro para a Union Square. Não sabiam o que estava acontecendo na cidade, porém o metro estava muito cheio. Tanto que Beckett foi obrigada a ficar de costas para Castle, grudada nele. A posição era bastante cômoda para ambos. Ela porque podia aproveitar e provoca-lo um pouco mais, ele porque tinha o corpo dela colado ao seu, mesmo que de maneira forçada. Ela não parecia se importar com o fato. Pelo contrário, sempre que podia usava o movimento do metro como justificativa para roçar seu corpo no dele.
Podia sentir a respiração de Castle em seu pescoço, as mãos seguravam-na pela cintura. Era seu apoio. E tirava proveito disso. Tanto que percebeu uma ligeira excitação crescendo em suas costas. Tentou se afastar, porém o espaço era mínimo e com uma das paradas, ela foi jogada de volta nos braços dele. Seus lábios quase se encontraram, mas Beckett conseguiu segurar-se sem precisar beija-lo, mesmo indo contra todo o desejo que sentia.
Desceram na estação da Union Square diretamente no local onde acontecia a feira dos fazendeiros. Beckett se entretinha vendo os produtos enquanto Castle tentava se recuperar do episódio no metro. Fora pego completamente de surpresa. Após duas voltas nas barracas, ela sugeriu algumas coisas para ele comprar e definiu o prato da noite. Ratatouille.
- Apenas isso? Só uma entrada? E quanto ao prato principal?
- Podemos comer apenas a ratatouille com pão e queijo. Nada mais.
- Não. Deixe-me ao menos fazer uma carne. Um contrafilé de forno com aspargos.
- Tudo bem. Faça a sua carne. Lembre-se que não poderemos exagerar muito na comida... precisaremos de energia depois.
- E você quer que eu tenha energia comendo somente vegetais... vai sonhando, Beckett.
Após pagarem, eles retornaram ao metro. O trem continuava cheio, porém menos que antes. Isso não foi desculpa para Castle que apesar de estar com as sacolas de compras, ainda mantinha Beckett colada em seu corpo. Uma cadeira vagou, então ele ofereceu para que ela sentasse. Recusando, ela o empurrou para sentar. A sacola de compras entre as pernas dele e Beckett sentou-se em seu colo.
- Melhor do que você sentar no meu, não? – essa fora a desculpa esfarrapada que ela o dera. De volta ao loft, ela anunciou que ia tomar banho enquanto ele se encarregava do jantar. Meia hora depois, a carne já estava no forno e a ratatouille encaminhada. Beckett surgiu na sala vestindo apenas uma calça jeans e uma camiseta branca. Ele podia ver que estava sem sutiã.
- O jantar está quase pronto, portanto você pode ficar de olho enquanto eu tomo um banho? A carne estará pronta em vinte minutos, prometo que não demoro só quero tirar esse cheiro de tempero do corpo.
- Vou quebrar o seu galho dessa vez. Eu espero.
Quando voltou, ela colocava o ratatouille em uma tigela funda ao lado de prato de pães italianos cortados em largas fatias e queijo parmesão em lascas grandes. Castle foi direto olhar a carne, quase pronta. Aproveitou os próximos minutos para servir um bom vinho que deixara resfriando para ambos. Brindaram, beberam e em poucos minutos sentaram-se para comer. A conversa durante o jantar não indicou nada do que era pretendido naquela noite. Ele não sabia se haveriam planos ou se poderia sugerir ultrapassarem o lance da amizade. Ela dissera do seu jeito que queria, porém não deveria ser ele a tomar a iniciativa.
E realmente não foi. Após jantarem, ela sentou-se no sofá ainda saboreando o vinho. Queria uma abertura para começar a brincadeira.
- Castle, sei que a nossa experiência com o tigre foi meio frustrante e certamente não queremos repetir esse feito. Mas, houve alguma coisa positiva em tudo isso para você?
- Talvez algumas coisas interessantes. Como o fato de você estar tão irritada. Depois, acabamos achando nosso ritmo, como sempre fazemos. Aliás, esse é um dos motivos porque sobrevivemos a esse tipo de enrascada. Nossa parceria. Sempre respeitamos um ao outro, nós nos apoiamos mesmo com as ideias mais imbecis. Gosto disso.
- É, você é um bom parceiro. Mesmo com as teorias malucas. Só isso?
- Acho que sim – ele sabia que ela esperava que falasse sobre as algemas – por que? Tem algo mais?
- Não realmente. É que pensei, estarmos algemados não o incomodou? Nem ter que lidar com coisas como me carregar nas costas...
- Tudo isso é parte da parceria. Por que pergunta? O que foi positivo para você?
- Sua preocupação, sua proteção e saber que conseguimos nos virar muito bem com algemas. Só que eu acredito que podemos aprofundar os estudos. Se realmente somos bons parceiros.
- Está sugerindo que usemos as algemas novamente? Pensei que estava apenas provocando ao mencionar isso.
- Não necessariamente. Ou você tem medo de ficar conectado a mim por umas duas horas?
- Claro que não. Esse experimento é parte da nossa parceria com benefícios?
- Por que não? Mas tenho algumas regras – ela se levantou retornando em minutos do quarto com as algemas na mão - Pronto para ouvi-las? – ele sinalizou positivamente – certo, eu coordeno os movimentos. Digo o que faremos e antes que pergunte não é negociável. Também não ficaremos presos a cadeiras, cama ou mesa. As algemas estarão em nossos pulsos. Podemos perambular pela casa já que estamos sozinhos. A primeira coisa que farei é colocar as algemas.
- Espera. Você vai colocar sem tirar a roupa?
- Isso faz parte do experimento. Mas as camisas teremos que tirar ou vão nos atrapalhar – ele já tirava a camisa rapidamente. Jogou no sofá – com pressa, Castle? Ela tirou a sua lentamente. Os seios expostos na frente dele. Castle já dera um passo para frente querendo toca-la – não, nada de toque ainda. Me dá seu pulso. Vou colocar na sua esquerda e na minha. Como estávamos da outra vez – ela prendeu a algema – pronto.
- Qual nosso próximo passo, Beckett? E posso perguntar onde está a chave?
- Está comigo. Vamos ao seu escritório.
- Não deveríamos tirar o resto das roupas antes?
- Acho que tem razão... – ela chegou bem perto dele e começou a baixar a calça de moletom. Foi até os joelhos – use suas pernas ou abaixe para que eu possa chegar até o chão – ele obedeceu. Logo estava sem somente de boxer. De proposito, ela usou a mão esquerda com as algemas para roçar o boxer e instigar o membro dele com o metal.
- Cuidado, Beckett. Não vai querer danificar o material... – ela tocou no membro sobre o tecido. Sorriu. Já estava começando a se animar. Ela encosta os lábios no ouvido dele.
- Terei cuidado... – colou o corpo com o dele por uns instantes. Pele contra pele. Os dedos da mão livre brincavam com o elástico da cueca. Fitou-o antes de começar a baixa-la também. Logo ele estava como viera ao mundo. Ela se colocou por trás dele, a bunda empinada continuava perfeita. Ela usou a mão direita para deslizar por toda a costa dele até o bumbum e apertou-o.
- O que você está fazendo?
- Verificando.
- Você tem roupas demais. Reparou que estou pelado no meio da minha sala e todas as janelas estão escancaradas? Devíamos ao menos fechar as cortinas, Kate. Estou me sentindo exposto. Vai que tenha algum maluco espionando os vizinhos?
- Como em janela indiscreta? Acho pouco provável, mas vou fechar as cortinas. Me acompanha? – quando ela fechou todas, ele a empurrou contra uma delas – estava imaginando quando a diversão ia começar... – ele sorveu seus lábios, a mão foi direto ao seio, apertou-o, beliscou o mamilo fazendo-a gemer em sua boca. O jeans que ela usava atrapalhava o contato dos corpos. Quebrando o beijo, ele falou.
- Você precisa se livrar desse jeans...
- Tudo bem – ela se colocou de pé, de costas para ele. Com a mão esquerda, ela o guiou para desabotoar o botão da calça. Castle puxou o zíper e deslizou a calça pelas pernas dela levando junto a calcinha. Propositalmente, Beckett aproveitou a posição para empinar o bumbum enquanto ele baixava as calças. Ele gemeu. Não aguentava mais aquela tortura – espera a chave... – ela meteu a mão no bolso retirando a chave das algemas, mas o pequeno objeto escapuliu das suas mãos caindo diretamente na abertura do aquecedor desaparecendo pela tubulação – Ops!
Castle olhou para ela. Kate mordiscou os lábios. Isso era um mau sinal.
- Diga que essa não era sua única chave... – nem precisou. Seu olhar dizia tudo - sério? O que iremos fazer? Temos que descobrir uma forma de abrir essas algemas e... – ela colocou o indicador nos lábios dele para impedi-lo de falar.
- Ou podemos aproveitar o tempo e nos dedicar a experiência. Já estamos ambos sem roupa mesmo... – ela se aproximou colando seu corpo no dele, tentou colocar sua mão no pescoço dele, porém a outra atrapalhava para dar acesso aos lábios, tentou novamente. Nada – acho que só teremos uma ou duas posições – ficando de costas para ele caminhou até o escritório. A visão de Castle era maravilhosa de onde estava. Aquilo o fez acalmar um pouco e o fez apreciar o momento.
Kate observou o lugar.
- Você prefere a mesa ou a cadeira?
- Depende do que você tem em mente, Beckett. O que irá fazer em cada uma delas?
- Em uma faríamos sentados, a outra de pé... não precisa de nenhum gênio para entender ao que me refiro.
- Ouch! Só pela graça, vou escolher em pé – ela riu.
- Oh, Castle, era exatamente o que eu queria... – ela o empurrou contra a estante, beijou-lhe avidamente. Deixou os lábios deslizarem pelo peito dele sugando, provando, lambendo. Ele a parou antes que chegasse ao membro completamente ereto.
- Já perdemos muito tempo... – ele a virou de costas, Kate se apoiou na mesa inclinando o corpo e abrindo as pernas, sabia o que ele ia fazer. E não deu outra. Nada de provocações, joguinhos, ele não aguentava mais esperar. Com a mão algemada próximo ao pescoço dela, segurando-lhe a nuca, Castle penetrou-a devagar. Como era esperado, ela começara a gemer. Quando estava completamente dentro dela, ele usou a outra mão para agarrar um dos seios dela, apertava-o no intuito de desviar a atenção de Kate. Então, tirou seu pênis de dentro dela deixando um vazio. Ela reclamou de imediato.
- Não, Castle... – porém nem teve tempo para pedir que ele a preenchesse novamente. Castle a pegou de surpresa estocando-a de uma vez – Deus! – rindo, ele começou a movimentar-se. Apesar de ter dito que as regras eram dela, acabou dando o comando ao homem que a instigava a cada movimento. Indo e vindo, ele usava a boca nas costas dela. Quando estava profundamente dentro dela, ele roubava um beijo de seus lábios. O ritmo aumentou e ambos esqueceram que estavam algemados tamanho era o sincronismo. Ele tirou o membro de dentro dela apenas para faze-la virar-se de frente para si.
Castle a ergueu colocando-a sentada na ponta da mesa. Tornou a penetra-la após trocar a posição dos braços. Então, com uma mão ele acariciava o seio dela, a outra o rosto perdendo-se em um beijo ardente enquanto retomava os movimentos. Ela sentia o corpo ceder aos tremores que antecipavam o orgasmo. Ele estocava mais forte e rápido. Kate agarrava-se a ele não querendo se separar dele. Castle enterrou o rosto entre seus ombros e usou toda a energia que podia para traze-la ao clímax. Ele mesmo já estava no limite. Pressionando-se sobre ela, finalmente a ouviu gemer e amolecer em seus braços. Ele liberou-se dentro dela.
Kate agarrava-se aos seus ombros sentindo o coração disparar. Isso fora além do que ela esperava, o orgasmo apesar de um só foi tão forte que apagara sua mente por uns instantes. Talvez pelo tempo que passaram sem sentir essa sensação. Tudo fora muito poderoso. Devagar, ela mexeu-se por baixo dele.
- Castle? Mexa-se... está me apertando contra suas coisas...
- E qual seria o problema com as minhas coisas?
- Não estou falando disso, suas coisas sobre a mesa. Algo está me espetando as costas.
- Oh, certo... – ele a puxou da mesa colocando-a de pé na frente dele – como está seu pulso?
- Tudo bem. Agora precisamos encontrar uma forma de nos livrarmos das algemas.
- Antes, me diga detetive, a experiência foi satisfatória?
- Muito – ela acariciou o peito dele beijando-lhe o pescoço – obrigada. O que podemos usar para quebrar essas algemas? Você tem algum alicate, alguma ferramenta de corte?
- Tenho. Estão todas no porão do prédio. Não guardo essas coisas aqui em cima – a cara de espanto de Kate disse tudo, ela queria brigar com Castle por isso, porém não fora culpa dele a chave ter caído no aquecimento – você não tem outra chave reserva?
- Tenho. No 12th, mas acho que a ideia de nos vestirmos e irmos até lá algemados não vai ser boa. As pessoas provavelmente perguntariam porque estávamos algemados outra vez, em pleno sábado. Quer tentar o porão?
- Como você não tem uma reserva em casa?
- Castle, quer parar de reclamar e pensar numa maneira de nos livrarmos disso? – ela erguia o braço bem na cara dele.
- E a detetive irritada está de volta. Demorou, o que depois daquele obrigada, uns dois minutos?
- Não estou irritada. Estou tentando ser prática, objetiva. Por que você também não tenta? Quanto mais rápido resolvermos esse problema, mais rápido podemos ir para a cama... – a ideia agradou Castle que passou a guiar o caminho, subindo as escadas – para onde você está indo?
- No quarto da minha mãe. Sei que ela tem grampos aqui.
- Castle, grampos não abrem algemas. Isso é ficção. Temos que achar um objeto cortante. Tem que ter um alicate em algum lugar aqui ou uma chave de fenda, talvez com força possamos quebrar o mecanismo das algemas e abri-las.
- Quero tentar os grampos – ele encontrou o que procurava. Saíram do quarto. Ela pediu para ir à cozinha. Enquanto Castle teimava usando o grampo para abrir o objeto, Kate procurava algo nas gavetas que pudesse ajuda-los. Eles estavam tão focados em resolver o problema das algemas que nem se lembravam de estar completamente pelados. Apesar dos esforços de Castle, nada aconteceu com o grampo.
- Eu disse que não funcionava – ele fez uma cara de deboche para Beckett – podemos mudar de estratégia?
- Ok, qual é sua ideia espertinha?
- Procurar por uma ferramenta que me ajude a danificar o mecanismo de abertura. Tem certeza que não tem nada em seu escritório? Acho que devíamos procurar com mais cuidado. Vamos! – ele revirou os olhos, não tinha outra alternativa senão segui-la. Ficaram quase uma hora perambulando pelados pela casa.
Castle que antes havia adorado a ideia da detetive, agora estava começando a se arrepender de ter concordado com isso. Tudo bem, o sexo foi excelente, mas se não tivessem perdido a chave, podiam estar na cama repetindo o feito.
- Isso está sendo um fiasco. Acho melhor nos vestirmos e deitarmos na cama. Amanhã pensamos no que fazer. Não acredito que não tem nada nessa casa que possamos usar.
- Poderia tentar passar sua mão pelas algemas. Ela é menor...
- Ah, claro, porque você não vai machucar a sua. Que conveniente! Mesmo a minha sendo menor, de nada adianta forçar, eu apertei a algema proporcionalmente as nossas mãos, Castle.
- Então é isso? Vamos nos vestir e dormir? Que fim de noite... – ele entortava a boca claramente chateado. Ela o puxava para o quarto. Decidira colocar apenas uma calcinha e uma camiseta se encontrasse, caso contrário era melhor usar o roupão para dormir. Castle sentou-se na cama. Estava detestando ver sua noite cheia de possibilidades acabar dessa forma. Kate sentou ao lado dele, igualmente chateada. Apoiou a cabeça sobre o ombro dele, suspirou.
- Desculpe. Foi minha culpa. Provoquei demais e perdi a chave. Acabei estragando a noite. Tudo porque quis algema-lo outra vez. Que vergonha...
- Algemar-me outra vez... é isso! Como não lembrei disso antes? – ele se levantou da cama obrigando Beckett a segui-lo pelo quarto enquanto procurava o objeto – como no nosso primeiro caso! Droga, onde está minha carteira?
- Na cabeceira da cama, escritor.
- Ah, ótimo!
- Castle, o que sua carteira pode ajudar em abrir uma algema?
- Você não se lembra? – ele remexia na carteira - Como me livrei das algemas que você usou para me prender no carro no caso Tisdale? Ahá! Voilá! – ele mostrou a chave de algema para Beckett.
- Onde você arranjou isso? É propriedade da NYPD e rouba-la é crime, Castle!
- Você realmente quer falar de crime nesse instante? – ele balançava a chave – ganhei de um detetive que conheci quando escrevia um dos livros de Storm. Será que posso abri-las agora ou você ainda quer discutir regras comigo, detetive?
- Abra logo! – ele usou a chave e em segundos ouviram o clique da algema se abrindo. Ele sorria vitorioso. Ao deixar as algemas caírem no chão, ela amaciou o pulso e no instante seguinte avançou sobre Castle beijando-o. Ele não recusou o carinho e podendo usar ambas as mãos, ele segurou o rosto dela firme entre as mãos aprofundando o contato. Ao se afastarem, ela sorriu – pelo menos seus atos de rebeldia serviram para alguma coisa.
- Eu diria que foi um belo exemplo do que nossa parceria é capaz, detetive Beckett. Experimento concluído com sucesso.
- Devo concordar. Só tem uma coisa...
- O que? – ele já olhava para Kate vendo alguma tendência de pecado no rosto dela.
- Hora de comemorar... – ela o empurrou sobre o colchão, sentando-se sobre o corpo dele, as mãos espalmadas sobre o peito – dessa vez quem vai comandar sou eu, Castle.

- Como sempre, você primeiro, não? Tudo bem, posso conviver com isso – ela o calou com um beijo. Dessa vez, nada os impediria de curtir cada minuto. Nem pessoas, algemas ou tigres. Estavam sós.

Continua.... 

3 comentários:

rita disse...

Muito bom e sei que a cada capítulo vai melhorara ainda mais!! Beijos.

cleotavares disse...

OMG! Nada acontece normalmente com esses dois,kkkkkkkkk Até na hora H, tem que ser do modo "Castle e Beckett", complicados.

Silma disse...

"Que pena que você não tem para quem reclamar.Somos as duas únicas pessoas que sabemos dele,portanto eu fiz a regra e terá que cozinhar para que possamos passar para a próxima etapa" a comida sempre no meio do fogo desses 2! 😍😏 Nem preciso comentar sobre as algemas 😌👌🏽😏