Nota da Autora: Enfim, a continuação. Devo dizer que vocês me surpreenderam com a pervice hahaha! Mas como "Cuffed" é um dos episodios preferidos da S4, nada mais justo de que no dia de 4 anos de Always, não role uma brincadeira.... com muitas provocações antes, devo acrescentar. Enjoy!
Atenção... NC17!
Cap.52
- Dormir comigo? Dormir, dormir ou...?
- Não nesse sentido... quer saber? Você
deve estar em achando uma idiota. Nem devia ter vindo – ela virou-se para
caminhar de volta a porta quando ele segurou seu pulso. Ele reparara que além
da bolsa, ela tinha uma pequena sacola consigo.
- Hey... não disse nada. Pode explicar o
que está acontecendo? Está com medo?
- Não, eu... ah sei lá! Eu sou uma
policial, não devia ter medo dessas coisas.
- Por que não? Era um tigre, podia ter nos
comido, você não tinha sua arma. Isso não a faz menos corajosa, Beckett. Foi
bastante perturbador mesmo. Sente-se. Você quer beber alguma coisa? – ela
repara no copo sobre a mesa – eu estava bebendo whisky para me acalmar. Não foi
um dia fácil.
- Eu aceito whisky. Você já comeu?
- Não, se estiver com fome podemos pedir
uma pizza.
- Já passa da meia-noite, ninguém entrega
essa hora.
- Isso é Nova York, Kate. Além do mais,
tenho contatos. Vou pedir uma pizza, fique à vontade – ele se distanciou para
servi-la e depois pegou o telefone. Minutos depois, ele sentou-se ao lado dela
– quer conversar sobre o que você está sentindo?
- Não muito. Eu tenho a impressão que foi
uma mistura de tudo, a adrenalina, o lance de estar perto da morte outra vez. E
nesse caso, você é a única pessoa capaz de entender porque estava lá comigo –
ela bebeu um pouco do whisky – estou dolorida. Como você está? Imagino que
pior. Teve que me aguentar em seus ombros. Desculpe por isso.
- Não precisa se desculpar. Vale tudo para
escapar com vida. E você não pesa tanto assim. Posso aguentar – ela olhou para
ele como quem não acredita no que diz – tudo bem, estou dolorido, cansado, mas
culpo a adrenalina, não a malhação – ela sorriu – não se preocupe, estamos
sozinhos, não vou contar para ninguém que você fraquejou por causa de um tigre.
Seu segredo está salvo comigo.
- É engraçado como vivemos nos metendo em
enrascadas. Casos loucos. Já escapamos de morrer várias vezes.
- Tem razão. Ainda acho que o pior foi
quando congelamos, juntos quero dizer. Para mim, nada superará vê-la ser
baleada no coração, meu coração parou naquela ambulância junto com o seu – ele
a olhava intensamente, percebeu que ela estava embaraçada, não queria que esse
momento fosse arruinado com lembranças tristes – tudo bem, nada de falar de
coisas ruins. Quer um pouco de queijo, a pizza deve estar chegando a qualquer
momento. Mal ele falou, o interfone tocou – como se lessem meu pensamento... –
ele se levantou sorrindo. Kate suspirou aliviada. Não queria entrar no assunto
do seu atentado porque isso a lembrava da mentira que vinha contando pelos
últimos meses.
O entregador apareceu na porta. Castle
pagou o rapaz e colocou a pizza sobre a mesa. Fez sinal para que se juntasse a
ele.
- Está cheirando. Não tinha percebido o
quanto estava com fome até agora – ela sentou-se ao lado dele. Não se preocupou
com pratos pegando uma fatia com a mão. Ele fez o mesmo – hum, muito bom.
- Vai me contar porque estava tão irritada
hoje de manhã? E não me diga que foi apenas a situação de estarmos algemados.
Você estava de mal humor – ela ficou calada por uns instantes, não queria falar
sobre isso. Ele estava errado, parcialmente. Tinha a ver com hormônios, não
tpm. Não podia dizer para ele que estava sentindo falta de sexo.
- Não é nada. Não quero falar sobre isso –
deu outra mordida na pizza. Não mentira quanto a não conseguir dormir pensando
no tigre. Mas estar ali não deixava de ser um bônus – e antes que insinue, não
é tpm.
- Não falei nada.
- Mas pensou – ela bebeu um pouco do vinho
que ele servira para acompanhar a pizza, quando ele estendeu o braço para pegar
outro pedaço, ela viu que o pulso estava ferido, segurando a mão dele observou
– você se machucou muito com a algema? – ela tocou-lhe o pulso vermelho. Havia
ferido a pele, o polegar roçava carinhosamente no machucado. Castle estava
gostando do carinho, mas aproveitou a chance para saber se ela realmente falara
sério sobre tentarem mais uma vez.
- Não foi nada. Coisa simples, nada que me
impeça de usar algemas novamente se você quiser... – insinuou em meio a um
sorriso.
- Usar de novo? Talvez... você devia
passar um antisséptico.
- Você está ferida? Deixe-me ver o seu
pulso – ela não relutou em mostrar. Castle examinou com cuidado. Ela havia
passado um creme – está melhor que o meu.
- É, eu meio que assumo a culpa pelo seu
ferimento. Você teve que fazer a maior parte do trabalho duro especialmente ao
me carregar e me equilibrar nos ombros. Eu estou satisfeita. Quero mesmo
esticar o corpo.
- Você quer dormir no quarto de hóspedes
ou comigo? – claro que ele sabia que era na sua cama, mas quis provocar.
- Eu não vim até aqui para ficar sozinha
entre quatro paredes, esse foi o motivo pelo qual deixei meu apartamento. Algum
problema, Castle? Não me quer aqui?
- Não é nada disso. Estava apenas me
certificando de que você ainda quer isso. Podia estar melhor, mais confiante.
- O problema não é conversar ou esquecer o
que aconteceu por algumas horas. É ao fechar os olhos – ela passou a mão no
rosto e espreguiçou-se – estou cansada. Amanhã tenho que trabalhar.
- Amanhã é sábado, Kate. Você está de
plantão?
- Oh, não sei onde estou com a cabeça.
Esse caso me deixou desorientada, acho.
- Então, chega de beber – ele tomou a taça
dela levando o resto da louça para a pia – vamos dormir, detetive. Pode ir na
frente, se quiser usar o banheiro, fique à vontade. Vou organizar as coisas
aqui e já encontro com você.
- Tudo bem – ela saiu em direção ao
quarto. No banheiro, lavou o rosto, escovou os dentes, olhou para sua imagem no
espelho. Sim, estava cansada e não pretendia fazer nada além de dormir ao lado
dele essa noite. Vasculhando as gavetas de Castle, encontrou a caixa de
primeiros socorros e um creme antisséptico. Levou a pomada consigo. Ela vestia
um pijama. Sentou-se na cama, da sua bolsa, tirou um hidratante e começou a
passar o creme nas pernas.
Nesse instante, Castle entra no quarto.
Ele dá uma olhada no que ela estava fazendo. Era uma visão agradabilíssima. As
pernas de Beckett, a simplicidade como ela se cuidava e sentia-se à vontade na
cama dele. Seria um pouco do que a Dana comentara com ele no outro dia? Que aos
poucos Kate estava cedendo ao possível relacionamento deles e aos próprios
sentimentos?
- Pensei que já estava dormindo. Você me
parece bem cansada, Beckett.
- Já disse que esperaria por você.
- Tudo bem, vou ao banheiro. Prometo não
demorar – ela sorriu continuando a passar seu creme. Quando ele volta encontra
a sua detetive terminando de passar creme no pé. Ele enfiou-se debaixo das
cobertas ainda sentado e ficou admirando-a. O pensamento que se formava em sua
mente era que, naquele momento, eles pareciam um casal de verdade que está
junto há anos. Havia uma naturalidade, uma sensação de lar que ele não sabia
explicar.
Ela deixou o creme na cabeceira da cama,
pegou a pomada antisséptica. Quando virou-se, percebeu que ele estava
observando-a. Um arrepio percorreu sua espinha.
- O que foi?
- Nada. Não vai se deitar, Beckett? – sim,
ele evitava chama-la de Kate devido a intimidade tão intensa já presente.
- Vou, mas antes, me dê seu pulso – ele
esticou o braço, colocando sobre sua coxa abriu a pomada. Com a ponta do dedo,
ela espalhou suavemente o creme sobre o machucado causado pela algema. A
sensação casual voltou a tomar conta da mente de Castle. A delicadeza do toque,
o cuidado, para ele era um gesto de amor. Ao terminar, ela o fitou sorrindo.
Ainda segurava o pulso dele – só queria garantir que você tivesse curado esse
machucado. Vamos dormir?
Ela se deitou puxando o edredom
cobrindo-se. Ele fez o mesmo. Sem saber que posição tomar, deixou que ela
tivesse a iniciativa. Então, Kate virou-se para o lado e fechou os olhos. Sabia
que ele estava ali, isso já bastava por enquanto.
- Boa noite, Castle.
- Boa noite, Beckett – respondeu o
escritor virando-se de costas para a parceira – pode me chamar se sonhar com o
tigre – ela sorriu, mas não falou nada. Fato: dormira quase que
instantaneamente.
Cerca de duas horas se passaram antes de
Beckett sentir a agonia da experiência de mais cedo, um misto de medo e frio a
dominara. Respirando fundo, ela virou-se para o lado que Castle dormia em busca
de apoio. Encostou seu corpo totalmente no dele, deixando os pés se misturarem
em meio aos de Castle. Estavam muito gelados. Por fim, enterrou o nariz na
camisa dele e deixou uma das mãos envolverem o corpo pousando sobre o peito do
homem a seu lado.
Ele percebeu o contato dos pés gelados
junto aos seus. Ficou quieto entendendo o que acontecia até o momento que
sentiu a respiração quente próximo ao pescoço e a mão em seu peito. Sorriu e
não se mexeu. A posição estava confortável demais para assusta-la. Podia ter
feito tudo isso inconscientemente.
O relógio marcava 3:47 da manhã. Kate
começou a murmurar algo estranho.
- Não, cuidado Castle, não chegue tão
perto. Não, por favor... Castle, ele vai come-lo vivo! – havia pavor em sua
voz, ela agarrou ao peito dele continuando a falar – fique comigo. Segure a
minha mão, o tigre... – ela continuava balbuciando o diálogo, nervosa. Castle
acordara e ouvia o que dizia – não posso deixa-lo, precisamos ficar juntos.
Castle... uma arma, ele tem... – o sonho mudara, Beckett agora se via no meio
do pesadelo que a perseguia em sua PTSD – não atire, não! Castle...não morra,
não... o tigre...Castle?
Ele virara-se para abraça-la. Chamava por
ela várias vezes tentando traze-la de volta do mundo dos sonhos. Acariciava seu
rosto, balançava seus ombros e falava com ela.
- Estou aqui, Beckett. Abra os olhos,
estou bem aqui. Kate...acorde, por favor...Kate... – ele beijou-lhe o rosto,
colocou-a colada em seu corpo próxima ao coração – está ouvindo, Kate? Meu
coração, estou vivo. Abra os olhos, Kate – com um sobressalto, ela arregalou os
olhos bem tensa.
- O tigre!
- Shhh, está tudo bem. Não há tigre algum
e ninguém foi comido ou morto. Estamos bem, eu e você. Olhe para mim, Kate –
devagar, ela virou o rosto para fita-lo – você teve um pesadelo, já passou.
Estamos apenas nós dois aqui, no meu quarto, seguros. Tigre nenhum entrará aqui
– ela respirou fundo. Sentia-se uma boba. Enterrou a cabeça no peito dele com
vergonha.
- Você deve estar me achando uma idiota.
Mas foi tão real! Ele ia come-lo, mordeu sua perna, sangrava. Eu não sabia o
que fazer e de repente... – ela se calou. Não sabia se deveria falar da PTSD
nesse momento. Não era idiota e tinha certeza que ele sabia que ainda vivia com
as crises – o tiro, você levou o tiro. Como sempre acontece.
- Estou bem. Não houve tiro, nem mordida.
O pesadelo passou – ele ergueu o rosto dela através do queixo fazendo-a
fita-lo. Olhos nos olhos – e você não é idiota, Kate. Estivemos bem perto de
virar comida de tigre, não a culpo por ainda estar impressionada. Você quer
alguma coisa? Agua? Um comprimido para dormir? Pode pedir qualquer coisa.
- E-eu estou melhor. Desculpa.
- Não precisa se desculpar, afinal não foi
por esse motivo que você pediu para ficar aqui hoje? – ele sorriu. Beijou o
topo da cabeça dela – vamos dormir, ainda está muito cedo para acordar em pleno
sábado.
- Castle? – ele ergueu a sobrancelha para
mostrar que a ouvia – pode me abraçar? Não quero me sentir sozinha outra vez –
ele não disse nada. Deitando-se de volta na cama, a puxou consigo ficando na
posição de conchinha. Acariciou seus cabelos e finalmente beijou-lhe o pescoço
fechando os olhos em seguida com a mão sobre o estomago dela. Kate buscou a
mesma mão e entrelaçou os dedos com os dele. Adormeceu.
Na manhã ao acordar, ela sabia exatamente
onde estava. Eles haviam se remexido na cama. Castle dormia de barriga para
cima, uma das pernas sobre ela enquanto Kate estava sobre o peito dele. Com
cuidado para não acordá-lo, ela inspirou seu cheiro pela camisa. Depois
ergueu-se da cama tirando as pernas dele de cima dela, devagar. Seguiu para o
banheiro. Após a higiene matinal, foi para a cozinha preparar o café. Era o
mínimo que podia oferecer após tê-la deixado passar a noite no loft.
O cheiro do bacon frito e o barulho das
panelas o acordaram. Ao se deparar com o lado da cama vazio, deduziu que era
Kate quem estava cozinhando. Era uma pena. Depois do ocorrido na madrugada, ele
esperava conseguir convence-la a se divertir essa manhã. Afinal tinha mais de
um mês que não dormiam juntos. A tal parceria com benefícios estava
praticamente esquecida. Esse último caso com o tigre podia ser uma boa desculpa
para faze-los acabar com esse marasmo. Levantou-se e cinco minutos depois
apareceu na cozinha.
- Bom dia, Beckett. Acordou inspirada?
Está cheirando a bacon.
- Bom dia, Castle. Decidir preparar um
café da manhã para nós. É o mínimo que posso fazer como retribuição por ontem.
- Não que precise realmente fazer isso,
estou aqui para ajudá-la porque é isso que parceiros fazem, mas mesmo assim,
obrigado pelo gesto. E estou com fome.
- Sente-se. Já está tudo pronto.
- Vejo que conseguiu dormir melhor após o
pesadelo – ele comentou pegando um pedaço de pão, levando-o a boca. Beckett
serviu-o de café e colocou o prato com ovos e bacon na frente dele. Os pães
pularam na torradeira, passou manteiga e colocou sobre o balcão. Ela mesma
serviu-se de um pouco do ovo para comer com o pão. Calada observava-o degustar
o café da manhã – hey, terra para Kate. Ouviu o que eu disse?
- Sim, desculpe. Me distrai. Dormi melhor.
Esse lance da PTSD ainda não terminou, o processo é demorado.
- Mas você sonhou primeiro com o tigre.
- Sim, mas o tigre era a lembrança mais
viva do dia, serviu para engatilhar a crise. Não quero mais falar sobre isso,
por favor.
- Tudo bem. Já esqueci. Você tem planos
para hoje ou podemos inventar algo para curtir o sábado em Manhattan? Estava
pensando em dar uma volta pelo Chelsea Market, comer uma lagosta. Dar uma
caminhada na high line, parece interessante para você, Beckett?
- Talvez, preciso perguntar. Como você
está se sentindo? Ainda cansado?
- Não! Estou ótimo. Por que? Tem outra
sugestão?
- Não sei. Deixe-me ver seu pulso – ela
puxou a mão dele sem dar chance de Castle protestar. Examinou o ferimento. Estava
seco. A pomada agira maravilhosamente. Sorriu – que bom que eu vim dormir aqui,
caso contrário aposto que o machucado ainda estaria aí. Você não se cuida,
tenho certeza. E com Alexis e Martha longe ia ficar reclamando do pulso por
vários dias – o comentário sobre as duas ruivas a fez lembrar de outra coisa
que precisava saber – a propósito, quando elas vêm para casa? Hoje?
- Não, retornam na segunda pela manhã.
- Hummm...
- No que está pensando, detetive?
- Acho que vou aceitar seu convite,
Castle. Com uma condição.
- Você quer dormir de novo aqui? Condição
aceita.
- Não era isso. Ia dizer que precisava
passar em casa para trocar de roupa, mas posso aceitar essa condição também.
- Ótimo – ele levantou-se do banco de onde
estava sentado, levou o prato até a pia e beijou-a no rosto – obrigado pelo
café. Estava delicioso. Vou me vestir e não se preocupe com a louça, depois eu
dou um jeito nisso – ela o viu dirigir-se para o quarto caminhando alegremente.
Sabia somente pelo movimento do corpo. Claro que não deixaria uma sujeira na
cozinha. Ela limpou o máximo que pode e retornou ao quarto para trocar de
roupa.
Deixaram o loft quase na hora do almoço.
Depois de uma rápida passada no apartamento de Beckett, eles seguiram para o
Chelsea. Castle tinha razão. Aquele era um dos lugares de Nova York que sempre
agradava quem transitava por lá. Havia constantemente um fluxo de pessoas
interessadas nos produtos que se vendia por ali, desde massas especiais, itens
importados, frutos do mar e itens de delicatessen. Algumas vitrines eram um
colírio para os olhos.
Castle fez algumas compras. Umas garrafas
de vinho, alguns queijos, patês especiais e claro decidiram saborear a lagosta
no molho de manteiga e alho. O mais interessante era o modo de se comê-la. Com
as mãos, sujando os dedos com a carne branca lambuzada de gordura da manteiga.
Castle pegou duas garrafas de cerveja para eles e uma salada coleslaw como
acompanhamento. Beckett não se lembrava da última vez que sentira tanto prazer
ao degustar uma refeição.
Lambia os dedos melados do molho e da
carne da lagosta. Castle não deixou o ato passar em branco. Ela percebeu que
ele a olhava intensamente quando fazia isso. Havia um pouco da manteiga
derretida no canto da boca e no queixo dele.
- Você tem um pouco de molho no canto da
boca.
- Onde? – ele perguntou. Ao invés de
indicar, ela tomou o guardanapo da mão dele tomando a frente para limpar a
área. Passou o papel com delicadeza, provocando. Não satisfeita, inclinou-se e
usou a língua para tirar o excesso levando a provocação para um outro nível.
Castle não disse nada, apenas desfrutou do momento. Assim que ela se afastou,
ele não quis continuar o jogo de sedução, queria ser direto.
- Por que fez isso, Beckett?
- Algum problema?
- Não, quer dizer. Não diretamente.
Ultimamente andamos fazendo muito joguinhos de gato e rato, não?
- O que quer dizer com isso, Castle? Não
sei onde você quer chegar... – ela obviamente estava se fazendo de
desentendida.
- É claro que sabe do que estou falando.
Nem adianta se fazer de vítima. Você é muito inteligente para querer se safar
como uma “bimbo” qualquer. Tem algo a ver com o nosso acordo? Porque se não
fosse o pesadelo que a vi ter ontem à noite, estava inclinado a dizer que o
tigre era apenas um pretexto para estar na minha casa. Abra o jogo, Beckett.
Você quer alguma coisa de mim? Além da parceria?
- Não sei o que está insinuando. Eu pedi
ajuda ao meu parceiro pelo que passamos juntos.
- Eu sei que sim, mas você não respondeu a
minha pergunta – ela suspirou. Se realmente dissesse o motivo pelo qual estava
pensando nele e queria ficar próximo, o que ele pensaria dela? Podia confundir
tudo.
- Você quer ter esse tipo de conversa
comigo justamente quando estávamos aproveitando algo tão bom?
- Beckett, se ainda não percebeu ou
prefere que eu insinue o que está em sua mente, estou falando de uma conversa
tão ou mais agradável que a nossa comida. Ou você não considera nossa parceria
com benefícios prazerosa? – ela ficou calada por alguns instantes. Sua mente
protelava entre dizer o que queria e deixar Castle responder pelos dois. Era óbvio
que ambos sentiam falta dos momentos, do sexo, porém ela tinha medo de que
admitindo o que queria, ele inferisse que ela estava tendenciosa a dar o
próximo passo, evoluir de parceria para relacionamento. Ela não podia deixa-lo
pensar erroneamente sobre isso.
- Quer que eu responda por nós? Acredito
que ambos estejamos precisando de um momento de relaxamento. Um instante do dia
para fazer bem a nós mesmos. Sim, estou falando da nossa parceria com
benefícios.
- Castle, eu não quero que pense errado.
Nem que assuma algo que não existe. E-eu...
- Você quer apenas uma noite tranquila
usufruindo de nossa parceria para suprir uma necessidade básica, nesse caso, o
sexo. Nenhuma cobrança ou complicação. Distração é a palavra mais adequada.
Estou certo? Porque se me responder, nesse minuto que sim, eu esqueço o passeio
na high line e vamos para o loft o mais rápido possível.
Ela sorriu.
- Não vamos abortar o passeio. Você está
certo, mas ainda podemos apreciar a nossa tarde. Além do mais, temos a noite
livre e eu esqueci de mencionar um detalhe. Eu coloquei meu par de algemas na
minha sacola de mão. Até o momento não sabia porque...
- Oh, detetive, desse jeito não vou
conseguir me concentrar no passeio.
- Sinto muito, Castle. Você terá que
esperar, ainda quero dar uma passada na feira da Union Square, ou você acha que
vai escapar de cozinhar para mim hoje à noite? É sua vez.
- Você está abusando da parceria,
detetive. Jantar não estava incluído no acordo.
- Que pena que você não tem para quem
reclamar. Somos as duas únicas pessoas que sabemos dele, portanto eu fiz a
regra e terá que cozinhar para que possamos passar para a próxima etapa.
- Chantagista! – ela riu.
- Vamos, Castle. Hora de caminharmos, o
dia ainda promete. Tem um jantar para fazer.
Eles foram de fato a High line. Enquanto
caminhavam pelo local, Kate avistou uma moça vendendo picolé e decidiu que
queria um. Castle comprou para ela, o que se tornou uma verdadeira tortura. Ela
brincava com o picolé como se estivesse provocando. A maneira como saboreava,
fazia os pensamentos de Castle serem os mais pervertidos possíveis. Teve que
lutar contra as reações de seu próprio corpo para manter a compostura ao lado
dela.
Terminado o passeio, pegaram o metro para
a Union Square. Não sabiam o que estava acontecendo na cidade, porém o metro
estava muito cheio. Tanto que Beckett foi obrigada a ficar de costas para
Castle, grudada nele. A posição era bastante cômoda para ambos. Ela porque podia
aproveitar e provoca-lo um pouco mais, ele porque tinha o corpo dela colado ao
seu, mesmo que de maneira forçada. Ela não parecia se importar com o fato. Pelo
contrário, sempre que podia usava o movimento do metro como justificativa para
roçar seu corpo no dele.
Podia sentir a respiração de Castle em seu
pescoço, as mãos seguravam-na pela cintura. Era seu apoio. E tirava proveito
disso. Tanto que percebeu uma ligeira excitação crescendo em suas costas.
Tentou se afastar, porém o espaço era mínimo e com uma das paradas, ela foi
jogada de volta nos braços dele. Seus lábios quase se encontraram, mas Beckett
conseguiu segurar-se sem precisar beija-lo, mesmo indo contra todo o desejo que
sentia.
Desceram na estação da Union Square
diretamente no local onde acontecia a feira dos fazendeiros. Beckett se
entretinha vendo os produtos enquanto Castle tentava se recuperar do episódio
no metro. Fora pego completamente de surpresa. Após duas voltas nas barracas,
ela sugeriu algumas coisas para ele comprar e definiu o prato da noite.
Ratatouille.
- Apenas isso? Só uma entrada? E quanto ao
prato principal?
- Podemos comer apenas a ratatouille com
pão e queijo. Nada mais.
- Não. Deixe-me ao menos fazer uma carne.
Um contrafilé de forno com aspargos.
- Tudo bem. Faça a sua carne. Lembre-se
que não poderemos exagerar muito na comida... precisaremos de energia depois.
- E você quer que eu tenha energia comendo
somente vegetais... vai sonhando, Beckett.
Após pagarem, eles retornaram ao metro. O
trem continuava cheio, porém menos que antes. Isso não foi desculpa para Castle
que apesar de estar com as sacolas de compras, ainda mantinha Beckett colada em
seu corpo. Uma cadeira vagou, então ele ofereceu para que ela sentasse.
Recusando, ela o empurrou para sentar. A sacola de compras entre as pernas dele
e Beckett sentou-se em seu colo.
- Melhor do que você sentar no meu, não? –
essa fora a desculpa esfarrapada que ela o dera. De volta ao loft, ela anunciou
que ia tomar banho enquanto ele se encarregava do jantar. Meia hora depois, a
carne já estava no forno e a ratatouille encaminhada. Beckett surgiu na sala
vestindo apenas uma calça jeans e uma camiseta branca. Ele podia ver que estava
sem sutiã.
- O jantar está quase pronto, portanto
você pode ficar de olho enquanto eu tomo um banho? A carne estará pronta em
vinte minutos, prometo que não demoro só quero tirar esse cheiro de tempero do
corpo.
- Vou quebrar o seu galho dessa vez. Eu
espero.
Quando voltou, ela colocava o ratatouille
em uma tigela funda ao lado de prato de pães italianos cortados em largas
fatias e queijo parmesão em lascas grandes. Castle foi direto olhar a carne,
quase pronta. Aproveitou os próximos minutos para servir um bom vinho que
deixara resfriando para ambos. Brindaram, beberam e em poucos minutos sentaram-se
para comer. A conversa durante o jantar não indicou nada do que era pretendido
naquela noite. Ele não sabia se haveriam planos ou se poderia sugerir
ultrapassarem o lance da amizade. Ela dissera do seu jeito que queria, porém
não deveria ser ele a tomar a iniciativa.
E realmente não foi. Após jantarem, ela
sentou-se no sofá ainda saboreando o vinho. Queria uma abertura para começar a
brincadeira.
- Castle, sei que a nossa experiência com
o tigre foi meio frustrante e certamente não queremos repetir esse feito. Mas,
houve alguma coisa positiva em tudo isso para você?
- Talvez algumas coisas interessantes.
Como o fato de você estar tão irritada. Depois, acabamos achando nosso ritmo,
como sempre fazemos. Aliás, esse é um dos motivos porque sobrevivemos a esse
tipo de enrascada. Nossa parceria. Sempre respeitamos um ao outro, nós nos
apoiamos mesmo com as ideias mais imbecis. Gosto disso.
- É, você é um bom parceiro. Mesmo com as
teorias malucas. Só isso?
- Acho que sim – ele sabia que ela
esperava que falasse sobre as algemas – por que? Tem algo mais?
- Não realmente. É que pensei, estarmos
algemados não o incomodou? Nem ter que lidar com coisas como me carregar nas
costas...
- Tudo isso é parte da parceria. Por que
pergunta? O que foi positivo para você?
- Sua preocupação, sua proteção e saber
que conseguimos nos virar muito bem com algemas. Só que eu acredito que podemos
aprofundar os estudos. Se realmente somos bons parceiros.
- Está sugerindo que usemos as algemas
novamente? Pensei que estava apenas provocando ao mencionar isso.
- Não necessariamente. Ou você tem medo de
ficar conectado a mim por umas duas horas?
- Claro que não. Esse experimento é parte
da nossa parceria com benefícios?
- Por que não? Mas tenho algumas regras –
ela se levantou retornando em minutos do quarto com as algemas na mão - Pronto
para ouvi-las? – ele sinalizou positivamente – certo, eu coordeno os
movimentos. Digo o que faremos e antes que pergunte não é negociável. Também
não ficaremos presos a cadeiras, cama ou mesa. As algemas estarão em nossos
pulsos. Podemos perambular pela casa já que estamos sozinhos. A primeira coisa
que farei é colocar as algemas.
- Espera. Você vai colocar sem tirar a
roupa?
- Isso faz parte do experimento. Mas as
camisas teremos que tirar ou vão nos atrapalhar – ele já tirava a camisa
rapidamente. Jogou no sofá – com pressa, Castle? Ela tirou a sua lentamente. Os
seios expostos na frente dele. Castle já dera um passo para frente querendo
toca-la – não, nada de toque ainda. Me dá seu pulso. Vou colocar na sua
esquerda e na minha. Como estávamos da outra vez – ela prendeu a algema –
pronto.
- Qual nosso próximo passo, Beckett? E
posso perguntar onde está a chave?
- Está comigo. Vamos ao seu escritório.
- Não deveríamos tirar o resto das roupas
antes?
- Acho que tem razão... – ela chegou bem
perto dele e começou a baixar a calça de moletom. Foi até os joelhos – use suas
pernas ou abaixe para que eu possa chegar até o chão – ele obedeceu. Logo
estava sem somente de boxer. De proposito, ela usou a mão esquerda com as
algemas para roçar o boxer e instigar o membro dele com o metal.
- Cuidado, Beckett. Não vai querer
danificar o material... – ela tocou no membro sobre o tecido. Sorriu. Já estava
começando a se animar. Ela encosta os lábios no ouvido dele.
- Terei cuidado... – colou o corpo com o
dele por uns instantes. Pele contra pele. Os dedos da mão livre brincavam com o
elástico da cueca. Fitou-o antes de começar a baixa-la também. Logo ele estava
como viera ao mundo. Ela se colocou por trás dele, a bunda empinada continuava
perfeita. Ela usou a mão direita para deslizar por toda a costa dele até o
bumbum e apertou-o.
- O que você está fazendo?
- Verificando.
- Você tem roupas demais. Reparou que
estou pelado no meio da minha sala e todas as janelas estão escancaradas?
Devíamos ao menos fechar as cortinas, Kate. Estou me sentindo exposto. Vai que
tenha algum maluco espionando os vizinhos?
- Como em janela indiscreta? Acho pouco
provável, mas vou fechar as cortinas. Me acompanha? – quando ela fechou todas,
ele a empurrou contra uma delas – estava imaginando quando a diversão ia
começar... – ele sorveu seus lábios, a mão foi direto ao seio, apertou-o,
beliscou o mamilo fazendo-a gemer em sua boca. O jeans que ela usava
atrapalhava o contato dos corpos. Quebrando o beijo, ele falou.
- Você precisa se livrar desse jeans...
- Tudo bem – ela se colocou de pé, de
costas para ele. Com a mão esquerda, ela o guiou para desabotoar o botão da
calça. Castle puxou o zíper e deslizou a calça pelas pernas dela levando junto
a calcinha. Propositalmente, Beckett aproveitou a posição para empinar o bumbum
enquanto ele baixava as calças. Ele gemeu. Não aguentava mais aquela tortura –
espera a chave... – ela meteu a mão no bolso retirando a chave das algemas, mas
o pequeno objeto escapuliu das suas mãos caindo diretamente na abertura do
aquecedor desaparecendo pela tubulação – Ops!
Castle olhou para ela. Kate mordiscou os
lábios. Isso era um mau sinal.
- Diga que essa não era sua única chave...
– nem precisou. Seu olhar dizia tudo - sério? O que iremos fazer? Temos que
descobrir uma forma de abrir essas algemas e... – ela colocou o indicador nos
lábios dele para impedi-lo de falar.
- Ou podemos aproveitar o tempo e nos
dedicar a experiência. Já estamos ambos sem roupa mesmo... – ela se aproximou
colando seu corpo no dele, tentou colocar sua mão no pescoço dele, porém a
outra atrapalhava para dar acesso aos lábios, tentou novamente. Nada – acho que
só teremos uma ou duas posições – ficando de costas para ele caminhou até o
escritório. A visão de Castle era maravilhosa de onde estava. Aquilo o fez
acalmar um pouco e o fez apreciar o momento.
Kate observou o lugar.
- Você prefere a mesa ou a cadeira?
- Depende do que você tem em mente,
Beckett. O que irá fazer em cada uma delas?
- Em uma faríamos sentados, a outra de
pé... não precisa de nenhum gênio para entender ao que me refiro.
- Ouch! Só pela graça, vou escolher em pé
– ela riu.
- Oh, Castle, era exatamente o que eu
queria... – ela o empurrou contra a estante, beijou-lhe avidamente. Deixou os
lábios deslizarem pelo peito dele sugando, provando, lambendo. Ele a parou
antes que chegasse ao membro completamente ereto.
- Já perdemos muito tempo... – ele a virou
de costas, Kate se apoiou na mesa inclinando o corpo e abrindo as pernas, sabia
o que ele ia fazer. E não deu outra. Nada de provocações, joguinhos, ele não
aguentava mais esperar. Com a mão algemada próximo ao pescoço dela,
segurando-lhe a nuca, Castle penetrou-a devagar. Como era esperado, ela
começara a gemer. Quando estava completamente dentro dela, ele usou a outra mão
para agarrar um dos seios dela, apertava-o no intuito de desviar a atenção de
Kate. Então, tirou seu pênis de dentro dela deixando um vazio. Ela reclamou de
imediato.
- Não, Castle... – porém nem teve tempo
para pedir que ele a preenchesse novamente. Castle a pegou de surpresa
estocando-a de uma vez – Deus! – rindo, ele começou a movimentar-se. Apesar de
ter dito que as regras eram dela, acabou dando o comando ao homem que a
instigava a cada movimento. Indo e vindo, ele usava a boca nas costas dela.
Quando estava profundamente dentro dela, ele roubava um beijo de seus lábios. O
ritmo aumentou e ambos esqueceram que estavam algemados tamanho era o
sincronismo. Ele tirou o membro de dentro dela apenas para faze-la virar-se de
frente para si.
Castle a ergueu colocando-a sentada na
ponta da mesa. Tornou a penetra-la após trocar a posição dos braços. Então, com
uma mão ele acariciava o seio dela, a outra o rosto perdendo-se em um beijo
ardente enquanto retomava os movimentos. Ela sentia o corpo ceder aos tremores
que antecipavam o orgasmo. Ele estocava mais forte e rápido. Kate agarrava-se a
ele não querendo se separar dele. Castle enterrou o rosto entre seus ombros e
usou toda a energia que podia para traze-la ao clímax. Ele mesmo já estava no
limite. Pressionando-se sobre ela, finalmente a ouviu gemer e amolecer em seus
braços. Ele liberou-se dentro dela.
Kate agarrava-se aos seus ombros sentindo
o coração disparar. Isso fora além do que ela esperava, o orgasmo apesar de um
só foi tão forte que apagara sua mente por uns instantes. Talvez pelo tempo que
passaram sem sentir essa sensação. Tudo fora muito poderoso. Devagar, ela
mexeu-se por baixo dele.
- Castle? Mexa-se... está me apertando
contra suas coisas...
- E qual seria o problema com as minhas
coisas?
- Não estou falando disso, suas coisas
sobre a mesa. Algo está me espetando as costas.
- Oh, certo... – ele a puxou da mesa
colocando-a de pé na frente dele – como está seu pulso?
- Tudo bem. Agora precisamos encontrar uma
forma de nos livrarmos das algemas.
- Antes, me diga detetive, a experiência
foi satisfatória?
- Muito – ela acariciou o peito dele
beijando-lhe o pescoço – obrigada. O que podemos usar para quebrar essas
algemas? Você tem algum alicate, alguma ferramenta de corte?
- Tenho. Estão todas no porão do prédio.
Não guardo essas coisas aqui em cima – a cara de espanto de Kate disse tudo,
ela queria brigar com Castle por isso, porém não fora culpa dele a chave ter
caído no aquecimento – você não tem outra chave reserva?
- Tenho. No 12th, mas acho que a ideia de
nos vestirmos e irmos até lá algemados não vai ser boa. As pessoas
provavelmente perguntariam porque estávamos algemados outra vez, em pleno
sábado. Quer tentar o porão?
- Como você não tem uma reserva em casa?
- Castle, quer parar de reclamar e pensar
numa maneira de nos livrarmos disso? – ela erguia o braço bem na cara dele.
- E a detetive irritada está de volta. Demorou,
o que depois daquele obrigada, uns dois minutos?
- Não estou irritada. Estou tentando ser
prática, objetiva. Por que você também não tenta? Quanto mais rápido
resolvermos esse problema, mais rápido podemos ir para a cama... – a ideia
agradou Castle que passou a guiar o caminho, subindo as escadas – para onde
você está indo?
- No quarto da minha mãe. Sei que ela tem
grampos aqui.
- Castle, grampos não abrem algemas. Isso
é ficção. Temos que achar um objeto cortante. Tem que ter um alicate em algum
lugar aqui ou uma chave de fenda, talvez com força possamos quebrar o mecanismo
das algemas e abri-las.
- Quero tentar os grampos – ele encontrou
o que procurava. Saíram do quarto. Ela pediu para ir à cozinha. Enquanto Castle
teimava usando o grampo para abrir o objeto, Kate procurava algo nas gavetas
que pudesse ajuda-los. Eles estavam tão focados em resolver o problema das
algemas que nem se lembravam de estar completamente pelados. Apesar dos
esforços de Castle, nada aconteceu com o grampo.
- Eu disse que não funcionava – ele fez
uma cara de deboche para Beckett – podemos mudar de estratégia?
- Ok, qual é sua ideia espertinha?
- Procurar por uma ferramenta que me ajude
a danificar o mecanismo de abertura. Tem certeza que não tem nada em seu
escritório? Acho que devíamos procurar com mais cuidado. Vamos! – ele revirou
os olhos, não tinha outra alternativa senão segui-la. Ficaram quase uma hora
perambulando pelados pela casa.
Castle que antes havia adorado a ideia da
detetive, agora estava começando a se arrepender de ter concordado com isso.
Tudo bem, o sexo foi excelente, mas se não tivessem perdido a chave, podiam
estar na cama repetindo o feito.
- Isso está sendo um fiasco. Acho melhor
nos vestirmos e deitarmos na cama. Amanhã pensamos no que fazer. Não acredito
que não tem nada nessa casa que possamos usar.
- Poderia tentar passar sua mão pelas
algemas. Ela é menor...
- Ah, claro, porque você não vai machucar
a sua. Que conveniente! Mesmo a minha sendo menor, de nada adianta forçar, eu
apertei a algema proporcionalmente as nossas mãos, Castle.
- Então é isso? Vamos nos vestir e dormir?
Que fim de noite... – ele entortava a boca claramente chateado. Ela o puxava
para o quarto. Decidira colocar apenas uma calcinha e uma camiseta se
encontrasse, caso contrário era melhor usar o roupão para dormir. Castle sentou-se
na cama. Estava detestando ver sua noite cheia de possibilidades acabar dessa
forma. Kate sentou ao lado dele, igualmente chateada. Apoiou a cabeça sobre o
ombro dele, suspirou.
- Desculpe. Foi minha culpa. Provoquei
demais e perdi a chave. Acabei estragando a noite. Tudo porque quis algema-lo
outra vez. Que vergonha...
- Algemar-me outra vez... é isso! Como não
lembrei disso antes? – ele se levantou da cama obrigando Beckett a segui-lo
pelo quarto enquanto procurava o objeto – como no nosso primeiro caso! Droga,
onde está minha carteira?
- Na cabeceira da cama, escritor.
- Ah, ótimo!
- Castle, o que sua carteira pode ajudar
em abrir uma algema?
- Você não se lembra? – ele remexia na
carteira - Como me livrei das algemas que você usou para me prender no carro no
caso Tisdale? Ahá! Voilá! – ele mostrou a chave de algema para Beckett.
- Onde você arranjou isso? É propriedade
da NYPD e rouba-la é crime, Castle!
- Você realmente quer falar de crime nesse
instante? – ele balançava a chave – ganhei de um detetive que conheci quando
escrevia um dos livros de Storm. Será que posso abri-las agora ou você ainda
quer discutir regras comigo, detetive?
- Abra logo! – ele usou a chave e em
segundos ouviram o clique da algema se abrindo. Ele sorria vitorioso. Ao deixar
as algemas caírem no chão, ela amaciou o pulso e no instante seguinte avançou
sobre Castle beijando-o. Ele não recusou o carinho e podendo usar ambas as
mãos, ele segurou o rosto dela firme entre as mãos aprofundando o contato. Ao
se afastarem, ela sorriu – pelo menos seus atos de rebeldia serviram para
alguma coisa.
- Eu diria que foi um belo exemplo do que
nossa parceria é capaz, detetive Beckett. Experimento concluído com sucesso.
- Devo concordar. Só tem uma coisa...
- O que? – ele já olhava para Kate vendo
alguma tendência de pecado no rosto dela.
- Hora de comemorar... – ela o empurrou
sobre o colchão, sentando-se sobre o corpo dele, as mãos espalmadas sobre o
peito – dessa vez quem vai comandar sou eu, Castle.
- Como sempre, você primeiro, não? Tudo
bem, posso conviver com isso – ela o calou com um beijo. Dessa vez, nada os
impediria de curtir cada minuto. Nem pessoas, algemas ou tigres. Estavam sós.
Continua....
3 comentários:
Muito bom e sei que a cada capítulo vai melhorara ainda mais!! Beijos.
OMG! Nada acontece normalmente com esses dois,kkkkkkkkk Até na hora H, tem que ser do modo "Castle e Beckett", complicados.
"Que pena que você não tem para quem reclamar.Somos as duas únicas pessoas que sabemos dele,portanto eu fiz a regra e terá que cozinhar para que possamos passar para a próxima etapa" a comida sempre no meio do fogo desses 2! 😍😏 Nem preciso comentar sobre as algemas 😌👌🏽😏
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