Nota da Autora: A voz do povo é a voz de Deus! Acho que as fotos de ontem deixaram todo mundo com vontade de ler sobre SN, não? A verdade é que a loucura continua. Dona Rada está com a corda toda, mas algo me diz que vão me xngar depois... LOL, anyways... espero que esteja como vocês queiam...ou pelo menos perto! Ficou bem grande.... Enjoy!
Cap.72
Ao chegar em casa encontrou a irmã toda
produzida. Sorriu. Ela ia aprontar.
- Hey, sis! Onde você vai assim?
- Tenho um jantar com um dos meus investidores.
Não posso faltar já que ele foi uma das empresas que me deu dinheiro.
- Perguntei se esse investidor é solteiro, vai
que é a chance de Gigi se arrumar de vez? – Stana revirou os olhos – e pare de
fazer caretas, Stana.
- Mãe, pare com essa obsessão.
- Eu já desisti, sis. O fato é que tivemos um
ótimo dia no píer. Tomamos sorvete, vimos um pôr do sol magnifico e agora eu
vou para o meu jantar. Vocês se divirtam porque dona Rada está inspirada, está
fazendo meu prato preferido, então coma por mim. Ah, Stana, você pode me ajudar
a ajeitar o cabelo um segundo?
- Claro! Volto já, mãe – as duas sumiram para o
quarto de Gigi. Finalmente a sós, puderam conversar – certo, milagrosamente
hoje não houve interrogatório. Só me perguntou do investidor e você sabe o que
isso significa. Ou ela vai te atacar agora...
- Ou vai sobrar para Nathan.
- Exato.
- Espero que ele não se enrole amanhã. Vou
levar reforço. Tenho que ligar para o Marko. Aliás, eu conversei sobre contar a
verdade. Nate quer encarar a mamãe primeiro. Dependendo do que aconteça, ele
disse que convida todos para um jantar e contamos a verdade. Como você está,
Gigi? Sei que os últimos dias não estão sendo fáceis. Ele mandou um beijo para
você e agradeceu por tudo.
- Ah, sis. Já disse que não precisam. Espera,
você contou para ele sobre o Jeff? Ah não... ele vai ficar me olhando estranho
ou vai ficar com pena e...
- Quer parar? Jeff contou uma parte e eu contei
outra. Ele não vai pensar nada além do quanto você é maravilhosa.
- Por favor, Stana. A última coisa que preciso
é vocês me olhando com pena.
- Isso não vai acontecer, mesmo porque, olha só
para você! Toda produzida, linda. Nem parece aquela mesma Gigi de antes,
cabisbaixa. Quero te ver feliz, portanto, saia daqui agora e vai curtir seu
namorado. Pelo menos uma de nós pode fazer isso. Você mais do que merece. E juro
que vou arranjar um meio de ficar com meu marido porque não está dando certo
isso...
- Saudades dos beijos de Nathan?
- Se fosse só dos beijos... – elas riram – é
tudo! Sexta, não vou trabalhar sexta. Pronto! Está decidido. Vamos fugir.
- Você é muito boba. Podia ter feito isso bem
antes. Eu vou curtir minha noite – beijou o rosto da irmã – boa sorte - e saiu.
Ao se juntar a mãe na cozinha, ela sentou-se à mesa para observa-la cozinhando.
O celular a sua frente. Resolveu contar logo sobre a visita para deixar dona
Rada feliz.
- Então, mãe. Eu falei com o pessoal no
estúdio. Tudo certo para amanhã. Chegaremos por volta das onze. Vou ligar para
Marko. Vou levar a Anne, ela pediu tanto. E acho que faz quase um ano que eu me
lembre da sua última visita, quer saber? Não me lembro mesmo.
- Ah, excelente! Tudo bem levarmos minha neta.
Mas você se certificou que Nathan estará gravando? Quero vê-lo. Essa visita não
tem graça nem propósito se ele não estiver lá.
- Poxa, mãe. Obrigada pela consideração ao
trabalho de sua filha. Está mais interessada em falar com o meu costar do que
passear comigo no set.
- Ah, Stana. Não é nada disso. É claro que
quero ver seu escritório de capitã, tirar fotos, mas quero ver todos não apenas
Nathan. Você sabe dizer se Susan estará lá?
- Provavelmente sim, tenho uma cena com ela e
Molly.
- Ah! Perfeito. Ela é maravilhosa e sempre fala
tão bem de você. Podemos trocar uns truques de beleza com a diva – Stana riu,
se conseguisse fazer Susan roubar a atenção da mãe, podia poupar Nathan de
muitos momentos estranhos – o jantar está quase pronto, querida. Você vai beber
vinho? Acho que devia evitar...
- Não, tem razão. Estou cansada. Acho que tem
chá gelado na geladeira. Vou ligar para o mano – ela pegou o celular e
conversou com o irmão alguns minutos. Depois, falou com a sobrinha sem levantar
suspeitas do que realmente queria com a menina ao seu lado – pronto, mãe, tudo
certo, amanhã pegamos a Anne e seguimos para o estúdio. Vamos jantar?
E da mesma forma que Gigi previra, o jantar
aconteceu sem maiores perguntas ou comentários da mãe em relação a sua vida.
Porém, depois de comer dona Rada queria ouvir um pouco mais sobre a vida da
filha, o que ela estava planejando para o futuro e de alguma forma isso podia
lhe dar pistas sobre como a vida amorosa andava.
Sentadas no sofá, de frente para a tv, ela
começou a arrancar alguma informação de Stana.
- Então, filha, além de Castle, o que você anda
fazendo? Tem alguns projetos pela frente? Pretende viajar no hiatus com Jeff?
- Tenho projetos, mãe. Meus filmes estão em fim
de produção. Sisters Cities, lembra? Estou conversando com a minha agencia
sobre produzir um programa para a tv a cabo. Agora entende porque sou tão
ocupada? E de novo, Jeff não é meu namorado.
- Stana, sou sua mãe. Você não me engana. É tão
obvio o porquê de estar com ele... espera, você vai assumir outro projeto? E
quanto a Castle? Você vai abandonar a série?
- Não sei de nada, mãe. É cedo para falar do
destino de Castle ainda mais com essa nova gerente de programação, ela é bem fã
de Shonda, não sei se quer ver a série na grade. Talvez seja esse o motivo da
produtora de Rhimes ter desenvolvido The Catch, tudo é especulação ainda. Temos
que esperar a ABC se pronunciar sobre as negociações de contrato, tanto eu como
Nathan temos apenas um ano – o que Stana estava escondendo da mãe era o
possível motivo pelo qual ela pensaria em deixar a série. Vinha pensando muito
sobre isso ultimamente. Porém, ainda tinha um mês para ter certeza de que podia
tomar a decisão.
- Sinceramente, seria uma pena se não
continuassem com Castle. Imagina? Vocês têm muitos fãs, é trabalho certo, com
gente talentosa e bacana. Sem falar que seria um desperdício ficar longe
daquele homem maravilhoso – Stana não aguentou. Teve que rir do jeito da mãe.
- Se não soubesse que a senhora é bem casada,
diria que está apaixonada por Nathan, mãe.
- Stana, se eu fosse um pouco mais nova, com a
chance que você tem. Esse homem já seria meu! Impossível não se apaixonar por
ele, filha.
- Ele tem defeitos, sabia? Não é o príncipe
encantado de contos de fadas. Pode ser implicante e chato muitas vezes.
Principalmente em se tratando de trabalho.
- Querida, todos os homens têm defeitos. É para
isso que precisam das mulheres, com jeitinho nós conseguimos fazê-los melhorar
um pouquinho, não muito! Tudo em um relacionamento deve ser feito na medida
certa – Rada ficou observando o jeito da filha por alguns minutos. De repente,
ela parecia ter viajado para outra dimensão, o olhar indicava que estava
pensando em outra coisa, outro alguém. Seria no assunto em questão? Estava
pensando em Nathan? Ou Jeff?
- Filha, você não quer aproveitar para sair com
seu namorado? Fique à vontade. Não se prenda por mim.
- Estou cansada, mãe – interessante, ela não
negou o namoro dessa vez. Mas será que estava pensando nele ou no co-star?
Resolveu provocar.
- Satisfaça uma curiosidade minha. Como é
filmar essas cenas na cama com o seu co-star? Como você age, se sente?
- Dona Rada! A senhora tem cada ideia! – ela
ria, mas sabia que estava ficando vermelha – são cenas como qualquer outras. Um
bando de gente olhando dois atores fingirem. Chega a ser estranho. Embaraçoso.
Não é nada agradável.
- Stana, é claro que é embaraçoso porque você
tem que ficar quase sem roupa na frente de algumas pessoas, mas não me diga que
não é agradável. Imagino o cheiro daquele homem.
- Mãe!
- Ah, Stana sou mulher também. Eu vi seu jeito
naquela cena do aniversário. Você estava muito à vontade. E cheirou-o, não foi
a primeira vez. Sabe disso. Como são os beijos?
- Estava atuando! Não era a Stana, era a
Beckett.
- Filha, tem horas que eu assisto as cenas e
vejo você ali, não uma personagem. Essa foi uma delas. Tudo bem admitir isso,
você não seria a primeira nem a última artista a se deixar levar por sua
personagem. Grandes estrelas de cinema fazem isso. Conheço minha filha.
- A senhora não vai esquecer esse assunto, vai?
Quer saber, já deu. Sim, Nathan beija bem. Satisfeita? Agora vou dormir – ela
deixou a sala como um furacão. Rada sorria, aos poucos ela acabara arrancando o
que queria da filha. Havia esperança para aqueles dois então. Podia ver no
olhar dela, um brilho diferente. O mesmo que vira no natal, o mesmo que vira
quando chegara em Los Angeles. Definitivamente o pobre Jeff não tinha chance, o
que era uma pena porque era um ótimo rapaz.
Decidiu ir dormir. O dia seguinte prometia.
Stana fitava o teto do quarto. Droga! Por que sua
mãe tinha que fazer aquele tipo de pergunta? Ela se enrolava quando o assunto
era Nathan e agora não conseguia dormir porque ficava pensando nele. Nos beijos
dele. Oh, Deus! Será que ela teria coragem de perguntar sobre beijos para o
Nathan? Amanhã será um pesadelo. E Gigi dizendo que não a mãe não ia pegar no
seu pé.... pura ilusão.
Em outro lugar de Los Angeles, alguém não se
preocupava em pensar em beijos, apenas em da-los. Gigi rolava na cama. Sentia
frio. Puxou o edredom para perto de si, mas não conseguiu sentir-se melhor.
Resolveu subir no corpo do namorado. Ele resmungou. O calor da pele era
aconchegante. Ela começou a distribuir vários beijinhos em seu peito, pescoço,
ombros até Jeff abrir os olhos para fita-la.
- O que você está fazendo, Gi?
- Acordando você porque quero mais beijos antes
de ir embora.
- Tem mesmo que ir? Podia dormir aqui. deixe
Stana cuidar de sua mãe.
- E dar mais munição a ela? Sem chance. Ainda
estou chateada por ela não acreditar em mim.
- Amor, ela está focada em mostrar para Stana
que Nate é o homem da vida dela. Não ligue para isso. O importante é que
enquanto você está aqui comigo, aqueles dois estão curtindo a fossa, sozinhos –
ela riu – se ele sonha que estou dizendo isso vai querer me matar.
- Mesmo assim, melhor voltar. Chega de ser
alvo. O dia hoje foi até interessante no píer. Então, vai me beijar ou terei
que te agarrar a força? – ele segurou-a pela nuca e em um movimento rápido
trocou de posição ficando sobre o corpo dela.
- Darei tantos beijos quantos forem necessários
para você não esquecer de mim por vários dias...
- Hum... isso vai demorar... – e sentiu os
lábios de Jeff colando nos seus, suspirando após o contato.
XXXXXX
De manhã cedo, ela aproveitou para ligar e
conversar com Anne antes de busca-la. Precisaria muito da menina. Passou quase
meia hora dentro de seu quarto conversando com a sobrinha. Sentindo-se um pouco
mais confiante, ela foi tomar café. Encontrou Gigi com uma cara de sono e
felicidade entupindo-se de café.
- Noite difícil? - riu ao ver a irmã jogar a
cabeça sobre a mesa – posso imaginar.
- Ah, sis...obrigada. O duro é ter que
trabalhar.
- Se quiser trocar de lugar comigo. Daria tudo
para não levar a mamãe no estúdio hoje.
- Ela pegou pesado com você?
- Na boa? Tenho medo do que ela possa perguntar
para o Nathan. Nem sei se Jeff vai entrar na conversa para ser bem sincera. Ela
vai ser direta. Acredita que ela me perguntou como era beija-lo? - Gigi riu –
não ria! Estou nervosa, em pânico.
- E você disse o que? Sobre o beijo? – ela viu
o olhar envergonhado da irmã – ah, sis....
- Eu disse a verdade. Quem sabe ela não para de
perguntar essas coisas?
- Você se entregou! Deu munição para ela.
- É, eu sei que estraguei tudo. Aliás, cadê a
mamãe?
- No banho. Se arrumando para o Nathan – Stana
jogou o guardanapo na direção da irmã – ué! Ela vai encontra-lo, não?
- Acredita que ela me disse que se fosse mais
nova ela ficaria com ele?
- Ela não estava te provocando?
- Estava, mas o jeito que falou... sei lá! –
Gigi gargalhou.
- Sis, nós temos a quem puxar. Safadeza também
é genética.
- Gigi!
- Aí, não grita... estou com dor de cabeça.
Bebi tequila de novo.
- Você disse que não ia fazer mais isso - Stana
baixou o tom de voz - Por que não pode se contentar só em fazer sexo com seu
namorado?
- Foi para isso que bebi, encenamos a cena de
Heat wave... aquela das margaritas, sabe? Muito bom. Você já tentou com Nathan?
Seu corpo fica molinho... – Stana arregalou os olhos e chutou a irmã por baixo
da mesa ao ver a mãe chegar.
- Bom dia, mãe. Wow! Está muito gata! – Gigi
virou-se para conferir o que a irmã dizia.
- Hum, mamys! Arrasou. Kate Beckett que se
cuide.
- Gigi, não fale assim. Sua irmã vai ficar
encucada. Não se preocupe, Stana e nem fique com ciúmes – Stana olhava para
Gigi como quem diz “viu o que você fez? ” – que horas saímos daqui?
- Daqui a meia hora. Pegamos Anne e vamos para
o estúdio.
- Ótimo – a mãe olhou para Gigi – outra
noitada, filha? O investidor era bonito? Você tem que parar com isso, procurar
esquecer essas tais de ... como chama mesmo... baladas. Devia procurar alguém
para namorar sério. Que nem sua irmã com Jeff, pelo menos ela está tentando,
você nem isso.
- A senhora realmente não acredita que Jeff é
meu namorado, não?
- Gigi, mude o disco. Suas mentiras não me convencem.
- Quer saber? Vou trabalhar. Tenho uma maquete
para entregar. Vejo vocês a noite, se sobreviverem.
Conforme combinado, deixaram a casa e foram
pegar Anne. A menina estava toda animada para ver o tio e também para tirar
foto na mesa de capitã da tia. Carregava uma mochilinha que Stana lhe dera,
dentro havia três fotos grandes. Uma de Stana com Nathan em um photoshoot
antigo, outra de Nathan apenas e uma de Castle e Beckett no caso da bomba
quando ambos sorriam para o próximo beijo. A vó olhava intrigada para o jeito
que a neta cuidava daqueles papeis, como se fossem pequenos tesouros.
- Anne, por que tem essas fotos?
- Ora, vovó. Estamos indo para o estúdio onde
grava Castle. Vou falar com o tio Nathan e como eu sou uma fã, vou tirar foto
com ele e pedir para ele assinar minhas fotos com umas palavras bem bonitas de
Castle. A senhora não trouxe as suas? Porque eu não vou dar nenhuma para você.
É tudo da Anne. Papai que imprimiu.
Stana riu do jeito da menina agindo como
fanzoca.
- Acho que prefiro somente a foto com ele,
Anne.
- Uma selfie? Porque ele gosta de tirar selfie.
Vejo no twitter dele.
- Pode ser... – Stana estacionou o carro. Fez
sinal para Rob Kyker que estava escorado em um dos trailers conversando. Ela
havia mandado uma mensagem para o amigo pedindo que fizesse o tour pelo estúdio
com a mãe e a sobrinha, que podia demorar o quanto quisesse. Na verdade, quanto
menos tempo a mãe passasse com Nathan, melhor. A intenção de Stana era procurar
por Susan a fim de ser a primeira pessoa que a mãe tivesse a oportunidade de
conversar. A cartada final era com Nathan e o tempo.
- Chegamos. Agora atenção para as regras
mocinhas. Estão todos trabalhando, portanto, pedi ao Rob fazer a gentileza de
fazer o tour com vocês enquanto checo se já preciso gravar, não posso deixar
meus colegas esperando. Nada de gritar, falar alto, em todo o lugar pode haver
câmeras e gravações, certo? Outra coisa, nada de ficar fazendo perguntas
indiscretas para Rob. E por último, não podem ficar muito tempo aqui, no máximo
umas duas horas. Lembrem-se que não posso dar muita atenção para vocês porque
provavelmente irei me ocupar. Está claro?
- Tantas recomendações! Não sabia que essa
visita ia ser tão restrita – disse Rada – por que todas essas regras?
- Porque é um ambiente de trabalho. Mesmo que
eu faça parte da equipe precisamos ser responsáveis e respeitar o que os demais
estão fazendo e sua vida profissional e pessoal. Quanto a falar com os demais
atores, esperem por mim, tudo bem?
- Que jeito! Mas você não vai sumir gravando,
né filha?
- Vou tentar – Stana saiu do carro. Rob já a
esperava cumprimentando-a com um beijo e um abraço – hey, Rob. Obrigada por
fazer isso.
- É um prazer – de frente para a dona Rada e
Anne, ele estendeu a mão para cumprimenta-las – sou Rob, a senhora é muito
bem-vinda. Agora sei porque Stana é tão bonita.
- Ah, obrigada. Pode me chamar de Rada, é um
prazer Rob.
- E essa pequena? Nossa! Você cresceu! Já tem
quinze anos? – Anne riu.
- Tenho oito, tio. Vou fazer nove em abril.
- Ah, quando ficar maior, você pode substituir
sua tia. Acho que vai ser uma ótima Beckett no futuro. Já pensou em ser atriz,
Anne?
- Já. Mas essa é apenas uma opção. Sou muito
nova. Quero curtir a vida.
- Meu tipo de garota. Vamos começar? Stana,
acredito que Jessica e Nathan estão esperando você para gravar. Eles me
perguntaram se você já estava chegando.
- Deixa eu correr. Comportem-se meninas – Stana
saiu apressada. Tinha que passar no figurino, maquiagem e cabelo para poder
filmar. Lisa já esperava por ela. Viu Nathan de longe conversando com a
diretora. Torcia para Rob enrolar bastante com o passeio, além de contar com
Anne para retardar a visita em sets o máximo possível. Eles estariam filmando
no loft, o que era bem melhor.
E para variar a sobrinha não decepcionou a tia.
Em cada cômodo que ia, ela pedia para tirar fotos, fazia pose, queria estar
sozinha e com a vó. Fez questão de demorar bastante. Ao chegar no cenário da
sala da capitã, sentou-se na cadeira imitando a tia no computador. Fez uma
festa ao ver o porta-retratos com a foto de Castle e Beckett sobre a mesa.
A vó acabou se distraindo com a pequena. Rindo
das bobagens que falava. Ela bem que merecia outros netos como Anne. Quando
chegaram na sala de descanso, também conhecida como mini copa, onde estava a máquina
de café, Rob serviu uma xicara para Rada e entregou um suco para Anne
conversando animadamente.
- Tio, é café de verdade mesmo nessa máquina?
Achei que era só de brincadeira.
- Não, faz café mesmo. Serve para nós quando
estamos trabalhando.
- Mas o tio Nathan faz café para a tia de
verdade, para levar para a Beckett?
- Às vezes sim, quando sua tia quer café. Ele é
o expert dessa máquina. Manja tudo.
- Ele é bem inteligente que nem o Castle?
- Sim, e palhaço também. Tanto quanto, as vezes
até mais. Vou contar uma história que ele aprontou com Jon – e continuaram a
conversar.
Enquanto isso, Stana terminava sua cena com
Nathan e esperava por Susan para filmar a próxima. Era uma ótima oportunidade
para conversarem.
- Então, onde estão as duas?
- Com Rob. Espero que Anne esteja fazendo sua
parte do acordo. Vou pedir para a Susan conversar muito com a mamãe, só para
atrasar. E você, tome cuidado. Não se deixe levar pelo seu charme, não exagere
porque ela não está para brincadeira. Vai falar do Jeff?
- Se ela perguntar... mas estou com um
pressentimento de que ela não quer saber de Jeff. Quer saber de mim, de nós.
- Vai inventar uma namorada?
- Não. Melhor estar solteiro. Aí vem, Susan.
Depois dessa cena vou espera-las na mini copa, tudo bem?
- Ok – ela gravou com a atriz e Nathan, assim
que a cena acabou mal ele tinha desaparecido, Rob apareceu com a mãe e a
sobrinha. Momento perfeito para entretê-la com Susan – olha quem chegou. Susan,
quero que você conheça minha mãe. Rada e essa é minha sobrinha, Anne já esteve
aqui antes, mas você não estava.
- Que linda menina, Stana. Podia ser sua filha.
Já pensou? Dá até para fazer o papel da filha de Richard e Katherine – Anne
sorriu toda empolgada com o comentário da atriz. Depois, Susan dirigiu-se para
a mãe – Incrível. É um prazer conhece-la, Rada. Parabéns pela filha maravilhosa
que tem. É um prazer imenso trabalhar com alguém com Stana. Talentosa, linda,
um doce de menina – Stana foi ficando vermelha – e você, devo dizer que está
maravilhosa para ser mãe de uma mulher dessas.
- Ah, que isso! Você que é a diva aqui. Sou
apenas uma dona de casa. Aliás, qual é o seu segredo? Não envelhece.
- Ah, truques da maquiagem. Esses produtos de
hoje fazem maravilhas, cremes, tônicos, mas a alimentação ainda é a coisa mais
importante quando se fala de cuidado para a pele. Nada de porcaria e junk food,
é o que sempre digo ao Nathan. Ele não é meu filho de verdade, mas é do
coração. Ele adora uma massa. Ainda bem que vem se cuidando de uns tempos para
cá. Outro dia chegou dizendo que comeu uma salada mediterrânea deliciosa. Perguntei
se ele tinha comprado, ele disse que aprendeu a fazer com alguém.
- Tia Stana sempre faz Anne comer verdura e
brócolis – era a menina querendo ajudar a tia para evitar que o assunto ficasse
em Nathan.
- E ela tem razão, por que você acha que ela é
linda assim? Se quer ser como ela quando crescer, obedeça e coma saudável. Mas
tudo na vida é moderação. Podemos ter de tudo, sem exageros. Parece que Nathan
finalmente entendeu isso.
- Eu estava reparando. Ele está bem mais
elegante, bonito mesmo. Quando isso acontece geralmente tem um toque feminino.
O que você acha, Susan?
- Além de meus conselhos de alimentação, vivo
dizendo isso para ele. Sou como a minha personagem vivo dando conselhos não
solicitados. E por mais incrível que seja, ele está solteiro. Sua filha não o
quer – Stana tomou um susto. Isso não estava acontecendo. Seu plano parecia ter
se voltado contra ela – eles formam um casal tão lindo.
- Fico feliz em saber que alguém mais concorda
comigo – ela deu aquela olhada para Stana que tentou com todas as forças
disfarçar – fale um pouco mais sobre isso, Susan, acha que ele gosta dela?
- Quem sou eu para afirmar o sentimento dos
outros, mas que eles exalam química, ah isso sim! Tenho muitos anos na estrada,
já trabalhei e vi atores fantásticos atuando, porém confesso que raras vezes vi
duas pessoas tão perfeitas juntas.
- Hey! Eu estou bem aqui! – isso não pareceu
intimidar as duas na conversa.
- Eu sei, Stana. Apenas comentei o que todos já
sabem. Qualquer fã de Castle pode confirmar isso - disse Susan – basta entrar
nas redes sociais. Agora descobri como usar essas coisas graças ao Nathan e a
Molly, fiquei viciada. Tem muita coisa interessante. E o amor das pessoas por
esses dois é surpreendente. Por esse motivo, amo meu trabalho.
- Ah, sim, acredito – disse Rada – mas voltando
a Nathan, está solteiro. Que desperdício, sinto falta dos meus anos de
juventude. Um homem como ele não me escapava – a situação piorava a cada
minuto.
- E eu não sei? Nathan comentou várias vezes
que ele não é do tipo para casar. Eu não acredito nisso. Às vezes fico
observando-os gravar uma cena e não acredito. Pode ser talento de sobra, mas eu
olho para Castle e Beckett e não consigo deixar de ver um casal real.
- Meu ponto, exatamente – Rada concordou. Anne,
então soltou uma de suas pérolas.
- Tia, acho que é um problema de vó. Nem a
vovó, nem a mãe do Castle entendem que aquilo tudo é mentira. Será que é porque
elas são velhinhas? A tia nem é policial de verdade como poderia ser casada com
o Castle? – Susan não aguentou caindo na gargalhada.
- Você é uma menina muito esperta, sabia? Quero
um beijo, e pode me chamar de vovó. Não me importo.
- Posso tirar uma foto também?
- Claro que sim – Anne deu um abraço apertado
em Susan e um beijo daqueles que só criança sabe dar. Stana tirou a foto da
sobrinha, depois com a mãe e agradeceu pelo tempo da atriz, Rada despediu-se e
soltou um último comentário.
- Vamos ver se consigo colocar um pouco de
juízo na cabeça desses dois.
- Tudo bem, vamos andando. Eu realmente preciso
de um café. Minha cabeça está explodindo - Já que não tinha como evitar, melhor
passar pelo teste de uma vez, pensou Stana – mamãe, veja lá o que vai dizer,
por favor. A senhora fica falando da minha vida amorosa como se soubesse muito
dela, nem sequer respeita o Jeff – a mãe deu uma olhada fingindo-se de
inocente, sua filha não a convencia com esse romance. Ao se aproximarem da mini
copa, Anne foi a primeira a avistar Nathan. Ele estava conversando com Rob. Não
se contendo, a menina correu até ele. Brincalhão como sempre, ele abriu os
braços para segura-la. Falou para Rob.
- Shhh, silêncio que lá vem minha namorada.
Rada fez questão de olhar para a cara da filha
com esse comentário, felizmente ela estava preparada para não reagir. Ponto
para Stana.
- Como você está, princesa? – ele a carregou no
colo, beijou-lhe o rosto – você cresceu!
- Como sabia que eu vinha? Não vejo o tio a
tanto tempooooo – ela fez questão de enfatizar – só na televisão.
- Sua tia me contou que você vinha ontem. Não
se pode abandonar o namorado, fale baixo que lá vem a Beckett.
- Não é a Beckett, é a tia Stana – a menina ria
da cara de pânico que ele fazia.
- Touché! Tenho um negócio para você. Sente
aqui e espere um pouco. Oi, Stana. Você demorou.
- Susan papeando com a minha mãe. A propósito,
vocês já se falaram ao telefone então... além disso não é a primeira vez que se
veem – ele sorriu estendeu a mão pegando a da sogra e levando até os lábios.
- Dona Rada, é um prazer vê-la pessoalmente.
Nossa, tem certeza que não é irmã de Stana? A senhora está muito jovem.
- Ah, querido. Sempre educado. Obrigada. Galanteador
e cavalheiro. Tem gente que é cega mesmo.
- Por que não se sentam? Querem café? Como a
senhora prefere seu café, dona Rada?
- Apenas preto e com pouco creme.
- Tem certeza que não quer um cappuccino? Essa
máquina faz maravilhas.
- Tudo bem, aceitarei sua sugestão – ele sorriu
e dirigiu-se para a máquina, providenciando três cafés diferentes, ele se distanciou
pegando algo no armário. Eram duas barras de chocolate – aqui está princesa.
Especialmente para você – os olhos da menina brilharam e encheu-o de beijos.
Rindo, Nathan finalmente entregou as xícaras de café a elas sentando-se ao lado
de Rada e de frente para Stana. Ao primeiro gole de café, recebeu logo o
elogio.
- Tinha razão. Está muito bom – antes que ela
pudesse continuar a conversa, Anne os interrompeu.
- Tio, eu trouxe fotos para você assinar e para
tia também. Quero seu autografo – ela puxou as fotos da mochila mostrando para
Nathan, ele sorriu.
- Lindas fotos, Anne. Essa aqui foi muito
bacana. O photoshoot da EW. Melhor casal. Nos divertimos não, Stana? – ele
sorriu para a esposa que não pode evitar o sorriso. A mãe reparou nos olhares –
oh, essa sou apenas eu, para exibir para suas coleguinhas, não? – ele assinou
com carinho, pegou a próxima – Castle e Beckett, um dos episódios preferidos
dos fãs. Vou deixar sua tia assinar primeiro essas duas, ok? Faça as honras,
Stana – ele entregou o pincel para ela enquanto Anne lia o que ele escreveu na
outra foto.
- Para Anne, minha princesa e eterna namorada.
Amor. Nathan. Que lindo, tio! Obrigada – assim que Stana terminou de assinar,
ele fez o mesmo e devolveu as fotos para a menina. Rada que estava quieta
apenas observando o jeito dos dois, resolveu se pronunciar.
- Então, estava conversando com Susan a pouco,
ela me disse que está solteiro? É verdade? Porque devo dizer que é um
desperdício!
- É verdade, sim. A única razão de eu usar uma
dessas – ele mostrou a aliança no dedo da mão esquerda – é por causa de Beckett
– riu de sua própria brincadeira. Rada não se deixou encantar com a piada e
resolveu pegar pesado.
- Por que você mentiu para mim, Nathan? No
telefone, você disse que Stana não tinha namorado. Por que não falou sobre
Jeff?
- Eu...bem... na verdade....é – ele não sabia
como conseguir convencer a sogra sobre Jeff. Trocou um olhar com a esposa
procurando ajuda, precisava mentir. Stana já ficara apreensiva.
- Você fez igual, Gigi. Enrolando-se para
explicar. Me faz pensar se tudo não é uma grande mentira.
- Ela, Stana pediu para não contar.
- Por que você fez isso, Stana? Gigi, Nathan,
todos mentindo por você. Para que? Sou sua mãe, não tenho o direito de saber? –
ele viu que Stana ficara em maus lençóis por isso a socorreu.
- Dona Rada, a senhora conhece a filha que tem.
Stana é uma pessoa bastante reservada, ela é uma figura pública, já imaginou o assédio
a ela e ao namorado? Tem muito fã bacana, mas também tem vários malucos. Todo
cuidado é pouco.
- Interessante como você logo a defende. E o
que a mãe vai fazer? Tinha o direito de saber. E você? O que acha disso? Jeff é
seu amigo, não?
- Sim, meu melhor amigo. Fico satisfeito.
- Satisfeito? Não me pareceu muito convincente,
Nathan – e realmente não tinha sido.
- Não, eu quero ver sua filha feliz, Jeff
feliz. Ele é muito amigo, leal, um cara como poucos, e o que dizer de sua
filha? Ela é uma mulher maravilhosa por dentro e por fora. Não existe outra
igual, simples, de sorriso fácil, inteligente. Como não ficar feliz? – Stana
estava outra vez envergonhada. A mãe olhava para os dois. Eles evitavam de se
olharem nesse momento, mas se era para ser teatro que fosse.
- Poxa, Nathan, obrigada. Assim, você vai me
deixar com vergonha. E você tem razão, Jeff é um cara maravilhoso também. E
estamos juntos por sua causa.
- Engraçado, eu fico olhando para os dois e
lembrando da Gigi querendo me convencer que Jeff era seu namorado. Eu quase
acreditei, mas... tudo bem, se você acha que está feliz. Como sua mãe tenho que
acreditar. Não me entendam mal. Jeff é bonito, educado, um bom partido. Ele me lembra
muito de você, Nathan – suspirou – eu não queria tanto conhecer o namorado da
minha filha? Missão cumprida. Vou convida-lo para jantar lá em casa. Fazer uma
reunião especial em família como se fosse umas boas-vindas a nossa família e
quero conhecer mais dele, afinal pode ser meu futuro genro, não?
Ao imaginar a cena, Stana tendo que andar de
mãos dadas com o seu irmão, forçar uma situação e provavelmente beija-lo,
Nathan estremeceu e fez o que seu coração mandou.
- Ou... podemos todos jantar na minha? O que
acham? – Stana nervosa o fitou em desespero como quem diz “o que você está fazendo?
” – sábado.
- Excelente! Não recusaria um convite desses –
Rada respondeu, Anne que não tinha nada de boba, já se convidou também.
- Posso ir também, tio? Anne adora jantar de
família e prometo que como todos os brócolis, deixa tia, por favorzinho? – ela
fitava Stana segurando sua mão, quase implorando. Que seja, ela precisaria de
toda a ajuda possível para encarar esse jantar.
- Tudo bem, falo com seu pai.
- E não esqueça de sua irmã.
Rada olhava para os dois, por mais que
tentassem, pareciam desconfortáveis diante da situação – sabe, eu achei que era
somente a Stana, mas os dois são cegos e idiotas. Não consigo entender. Nathan,
querido, satisfaça uma curiosidade de fã. Como é filmar essas cenas entre
Castle e Beckett especialmente essas da cama? – ele jurava que ouvira errado,
só que a pergunta era aquela mesma. Ele ponderou antes de responder.
- Por mais bonito que pareça para o
telespectador, acredite não é nada parecido. Na verdade, estamos cercados de
câmeras, luzes, pessoas nos observando. Chega a ser bem estranho, embaraçoso –
isso poderia ficar pior, pensou Nathan.
- Não me pareceram nada embaraçados naquela
última cena do aniversário. Foi muito natural. Era quase como se fosse vocês
dois, quer dizer, eu vi a Stana ali, não a personagem. Mãe percebe e sabe
dessas coisas.
- Mãe, por favor... – agora as coisas estavam
realmente passando dos limites. Ela precisava parar com essa conversa antes que
ficasse pior. Então, Anne que estava quieta comendo o chocolate e ouvindo a
conversa deu sua opinião.
- Eu gostei muitão da cena de aniversário. Do
balão, da faixa. E Anne aprendeu que dá para beijar na boca e falar ao mesmo
tempo como a tia fez.
- Anne, querida, fique quietinha um instante,
isso é conversa de adulto – disse a vó, voltando-se para Nathan continuou – me
diga, é embaraçoso porque, você sabe, fica animado?
- Mãe! Tem uma criança bem aqui!
- Dona Rada, por favor, me desculpe. Em
respeito à sua filha vou fingir que não entendi a pergunta.
- Tudo bem, é justo. Então, responda. O que
você acha do beijo da Stana? – pronto, era a gota d´agua. Até Nathan ficou
boquiaberto com a pergunta audaciosa. Completamente desnorteado, ele tentava
salvar o momento sem ter que responder ao que a sogra perguntava.
- Dona Rada, por favor, não me coloque em uma
situação complicada, me sinto no meio de um tiroteio, isso é constrangedor. Sua
filha está bem aqui, do meu lado. Somos parceiros, companheiros de trabalho,
não me sinto à vontade com isso. Ela namora meu amigo e...
- Mãe, o que eu falei sobre perguntas pessoais?
Já passou dos limites! Isso é desrespeito. Vamos, embora – ela evitava de olhar
para a mãe tentando esconder o embaraço – Nathan, me desculpe, sinto muito
mesmo.
- Tudo bem, Stana.
- Ah, por favor, foi só uma pergunta inocente,
pare de fazer confusão à toa.
- Vamos, Anne – a menina se mexeu, deu um beijo
no tio e acompanhou a tia – eu vou coloca-las em um taxi e já volto para
continuarmos trabalhando.
- É muito bom... – ele disse. Stana virara a
cabeça para fita-lo quase em câmera lenta – o beijo, é muito bom – o coração
dela parecia que ia saltar pela boca. Viu a mãe abrir um imenso sorriso. Ele
sorria também. Os olhos fixos nela. Até Anne ficou de boca aberta com o que ele
falara. Tentando se recuperar, ela soltou um suspiro profundo. Dos lábios
escapou uma palavra que ela pretendia ser de repreensão, mas foi de puro
sentimento.
- Nathan... – fechou os olhos certa de que
acabara de estragar tudo – vamos embora, vocês duas.
- Espere, o jantar ainda está de pé?
- É claro que n... – Nathan fora mais rápido
que ela.
- Sim, está. Sábado as sete horas – dessa vez
ele recebeu o olhar fuzilante no estilo de Beckett. Dona Rada não notou tamanha
era sua empolgação.
- Perfeito! – Stana saiu empurrando as duas para
fora do estúdio. Conseguiu um taxi e deu o endereço de sua casa. Ao ver o taxi
partir, ela se sentia enjoada. Tudo por causa do nervoso. O que ele estava
pensando? Por que respondeu à pergunta? Ela voltava para o estúdio quase sem
forças. Ele continuava no mesmo lugar. Esperando por ela. Tinha certeza que ela
queria mata-lo, porém ele sabia que fizera a coisa certa.
Quando olhou para ele novamente, teve que se
segurar para não avançar e soca-lo. Sentou-se desolada na cadeira e deixou
escapar a mesma pergunta que martelava em sua cabeça.
- O que você fez?
- O que combinamos. Você tinha razão, sua mãe
arrasou conosco. Melhor contar a verdade.
- Agora sim, você praticamente se declarou na
frente dela!
- Então você preferia que eu tivesse ficado
calado, deixando você louca por um buraco para se enterrar que nem um pimentão,
sem contar no tal jantar que ela ia fazer para Jeff. Já imaginou a cena? Sua
mãe perguntando sobre você para ele, forçando um romance que não existe e pior,
bem na frente da Gigi! Não, chega de sofrer, de fazer malabarismos. Ela merece
a verdade.
Ela ficou calada. As mãos na testa cobrindo os
olhos. Digerindo tudo o que se passara nos últimos minutos.
- Hey, Stana... – ela ergueu o rosto por fim,
não havia lágrimas apenas a preocupação – vai ficar tudo bem.
- Terá que ficar, Nathan. Vamos acabar logo com
isso – ela deu um sorriso cansado.
- Ótimo, além do mais, eu não disse a verdade
para sua mãe. Seus beijos não são muito bons, são espetaculares – isso a fez
sorrir – melhor, não? Vamos trabalhar – ele se levantou colocando as xicaras na
pia quando Seamus entrou e viu a cara de Stana.
- Está tudo bem, pessoal?
- Está sim, Seamus. Só a Stana que está com a
cabeça estourando. Por acaso, você não teria um analgésico? Ainda temos que
gravar três cenas.
- Acho que tenho no armário, posso pegar, mas
sei que tem na sala dos escritores.
- Bem, lembrado – Stana disse sorrindo para ele
– vou pegar um comprimido. Não deveria ter comido aquele doce que a mamãe fez –
assim que ela saiu da sala, Nathan completou.
- Quer apostar que isso é TPM? – provocou
Nathan para que o amigo não suspeitasse de nada errado.
- Tenho certeza, já até acostumei com as da
Juliana – eles riram – estou indo para o set.
- Já chegamos – Stana retornou tomou o
comprimido e seguiram para trabalhar.
Ela estava tão chateada naquele dia que estava
sem ânimo de voltar para casa. Antes de deixar o set, Nathan a surpreendeu
agarrando-a no corredor e levando-a até um pequeno depósito de material de
limpeza. Ele literalmente a agarrou, beijou-a, passou a mão no corpo dela e da
mesma forma maluca que começara, terminara. Suas únicas palavras foram “algo
para colocar um sorriso essa noite em seu rosto, você estava precisando, amor”
e desapareceu.
De volta ao seu trailer, ela se pegou pensando
em como evitar a mãe nesses próximos dois dias até antes do jantar. Não queria
mais falar sobre Nathan. Foi quando o pensamento lhe ocorreu. Iria cancelar o
trabalho na sexta. Iria para sua casa. Curtir um momento de paz com seu marido.
Ia falar com Alexi agora mesmo e a tal dor de cabeça que ela ouvira Seamus
comentar com a diretora seria seu pretexto. Mandou uma mensagem para Nathan
falando para ele inventar algo também para não vir ao estúdio amanhã ou ao
menos diminuir suas horas.
Após a conversa com Alexi, ela conseguiu o que
queria. Apenas o pensamento de que estaria em sua casa no dia seguinte, já
serviu para dar uma melhorada em seu humor. Checando o celular viu uma mensagem
de Gigi. Ligou para a irmã.
- Hey, sis.
- Hey, como foi o interrogatório no estúdio?
- Um pesadelo! Tão difícil que Nathan acabou
inventando um jantar. Chega. Vamos contar a verdade. Nós praticamente já
entregamos evidências suficientes para a mamãe de que gostamos um do outro
mesmo. Será melhor. Simplesmente expor você e Jeff a um circo de mentiras seria
demais. Acho que ela está satisfeita com o que conseguiu, mas com raiva de mim.
- Por que, Stana? Ela disse algo? Conte o que
aconteceu – Stana repetiu para a irmã os momentos constrangedores que foram
expostos. Gigi ouvia tudo atenta aos detalhes. Sua mãe realmente passara dos
limites, podia imaginar a vergonha e a cara dos dois. Não deve ter sido fácil –
nossa! Ela exagerou. Acho que Nathan tomou a decisão correta. Já pensou o meu
namorado tendo que agir como seu? Eu não aprovo isso. Se mamãe quer Nathan como
seu namorado, deixa-a ser surpreendida ao saber que ele é, na verdade, seu
marido.
- É, chega. Mas preciso que lide com ela hoje,
Gigi. Não estou com cabeça. Eu já terminei meu trabalho e ainda estou no
estúdio trancada no meu trailer somente porque não quero ir para casa,
encara-la. Acho que vou dar uma volta pela cidade, respirar ar puro. Deixei
minha bicicleta por aqui, então. Só apareço em casa bem tarde e amanhã vou
passar o dia na minha casa. Preciso do meu marido.
- Já não era sem tempo. Você merece, sis. Deixa
que eu me entendo com a fera. Você se preocupe em relaxar.
Foi o que ela fez. Stana deixou o estúdio na
bicicleta. Pedalou por longos quilômetros. O vento em seus cabelos, os pequenos
cheiros da cidade, fizeram sua cabeça melhorar. Quando foi que chegaram até
ali? Vivendo uma mentira e ao mesmo tempo o melhor momento de suas vidas? Sete
anos. Quase três juntos, um ano de casados. É verdade o que dizem, as mães
sabem tudo. Ela apenas queria que a situação se resolvesse, tanto no ambiente
pessoal, quanto profissional para que pudessem dar o próximo passo. A ideia a
fazia sorrir.
Stana voltou para casa com um único pensamento
em sua mente naquela noite. Estar com Nathan na manhã seguinte. Passava de
meia-noite quando entrou em casa. Encontrou Gigi sentada no sofá lendo.
- Hey, estava esperando você. Não se preocupe,
mamãe já foi dormir há algum tempo. Somos só nós duas. Ela estava radiante,
sis. E ainda acho que vai ficar mais ao saber a verdade.
- É, imagino – sentou-se do lado da irmã – você
está bem, quero dizer, com tudo isso? Sei que ela está te colocando para
escanteio, Gigi.
- Está, mas não me importo. Especialmente ao
saber que ela quis acreditar em mim e falou bem do meu namorado. Não preciso
dos refletores, sis, quero apenas ficar bem, todos devemos ficar bem – ela deu
um beijo na irmã – você vai sair cedo amanhã?
- Sim, irei trabalhar para todos os efeitos.
- Ah, sim... trabalhar muito... – elas riram –
boa noite, sis – foram para o quarto.
Na manhã seguinte, como se nada tivesse
acontecido, Stana sentou-se à mesa para tomar café vestida para trabalhar. A mãe
observava o jeito dela. Parecia calma depois de ontem. Resolveu cutucar.
- Você chegou tarde ontem. Estava trabalhando
ou com seu namorado?
- Os dois. Fiquei no estúdio até nove da noite,
depois fui jantar com Jeff. Quer saber se eu fiz sexo também?
- Hum... alguém está de mau humor. Nem parece
que estava se divertindo com o namorado.
- Mãe, eu não gostei do jeito que falou com o
Nathan. Aquilo foi inapropriado. A senhora não pode ficar se metendo na vida
dos outros assim, invadindo sua intimidade. Apenas complica minha vida no
ambiente de trabalho.
- Não precisaria se os dois conseguissem
enxergar um palmo além do nariz – a mãe se aproximou dela segurando seu pescoço
e virando-o para olhar melhor – Stana, o que é isso no seu pescoço? É um
chupão? Meu Deus, filha! É um chupão! – Stana arregalou os olhos, não
acreditava que tinha uma marca – tem um espelho? – ela se levantou da cadeira
para se olhar no espelho da sala. Droga! A mãe estava certa. Nathan a marcara ontem
durante os amassos. Era só o que faltava para deixar a mãe toda acessa.
- Não tinha visto. Que droga! Agora vou ter que
retocar com base e disfarçar ou isso vai gerar o maior comentário no estúdio.
- Então a noite realmente valeu a pena, não
filha? Mas Jeff precisa ter mais cuidado. Seu trabalho depende de sua imagem –
ela ainda estava avaliando a extensão da marca em seu pescoço, era verdade que
o cabelo escondia, mas se precisasse filmar com um coque ou rabo de cavalo
estaria perdida – a menos que não tenha sido o Jeff...
- Do que a senhora está falando?
- Talvez essa sua marca tenha sido feita no
set, pelo seu co-star, possível não? Ele tem jeito de quem é capaz de marcar a
pessoa amada...
- Mãe! Acabei de falar que não gostei da forma
desrespeitosa que a senhora tratou Nathan e de novo vem com essas insinuações
infundadas. Será que não dá para esquecer isso? Eu e Nathan temos apenas uma
relação de amizade e trabalho – Stana estava realmente irritada com a
insistência da mãe
- Quer saber? Não vou discutir. Vou trabalhar.
- Espera, filha. Desculpe. Eu só quero o melhor
para você. Estou muito ansiosa pelo jantar e pela oportunidade de conhecer seu
namorado melhor.
- Tudo bem, mãe. Porém, as vezes não precisa me
pressionar. As coisas na vida precisam de tempo e dedicação. Relacionamentos
não caem do céu, nem acontecem do dia para a noite, precisam ser trabalhados.
Só esperava que entendesse isso.
- Eu entendo, filha. Mais do que você imagina.
Tenha um bom dia de trabalho, Stana e mande minhas desculpas sinceras para
Nathan, por ontem.
- Obrigada, mãe – assim que a filha saiu pela
porta, dona Rada comentou.
- Insinuações infundadas, uma ova! Hoje eu vou
descobrir o que Stana está me escondendo. Filhos! Não entendem que as mães
sabem de tudo. Ela sorriu ao ver o crachá de entrada no estúdio sobre a mesa.
Se ela esquecera, faria questão de entregar a filha pessoalmente.
Stana saiu de casa sorrindo. Ela não ia se
preocupar com as tentativas da mãe de empurra-la para Nathan. Hoje, ela queria
se jogar em Nate, quantas vezes pudesse. O celular vibrou. Mensagem dele. “Hey,
honey! Só consigo chegar em casa depois das dez da manhã. Não se preocupe,
estarei lá. Relaxe um pouco. LU.NF”. Ela sorriu. Tudo bem, esperaria por ele.
Ela estava tão feliz com a possibilidade de
passar um dia com o marido que não percebeu, ao entrar no carro, que estava
sendo seguida. Dona Rada estava desconfiada e decidiu confirmar se a filha
estava mesmo falando a verdade. No taxi, guiava o motorista para segui-la sem
dar mancada, o que não faria qualquer diferença, pois Stana tinha a cabeça nas
nuvens. Viu a filha desviar do caminho do estúdio. Será que estava indo para a
casa de Jeff? Ou filmaria em outro local?
Quando a viu estacionar na frente de uma bela
casa, sabia que não ia trabalhar. Pediu para o taxista parar e permaneceu no
carro observando Stana calmamente entrar em casa, aparentemente ela tinha uma
chave. Decidiu não deixar o carro ainda, será que ela estava sozinha?
- Dona, a senhora vai sair do carro? Desse
jeito terei que deixar o taxímetro rodando.
- Deixe rodando, não me importo. Estou fazendo
algo sério aqui.
- Sei, sei... por acaso aquela moça é amante do
seu marido?
- Cale a boca, senão não terá gorjeta.
Vinte minutos depois, parte das perguntas de
dona Rada foram respondidas. Um carro estacionou de frente para a garagem
enquanto a mesma abria. Seus olhos não acreditaram primeiramente no que viam.
Era Nathan! Mas, isso não podia ser uma locação. Não havia sinais de
interdição, caminhões, pessoas. Isso estava muito estranho.
Pagando o taxista e tendo certeza de que ele
desaparecera rua abaixo, ela correu para a garagem. A porta estava terminando
de fechar e ela ainda conseguiu passar pela brecha. Nem sinal dele. Com
cuidado, ela caminhava não querendo fazer qualquer movimento brusco.
Stana ouviu um barulho vindo lá de baixo.
Desceu as escadas.
- Nate? É você? – ele apareceu na sua frente
segurando um buque de flores do campo, sorria.
- Bem-vinda de volta, Staninha – ela pegou as
flores, cheirou-as e colocou no degrau da escada. Não tinha muito interesse no
romance apesar de apreciar o gesto, tudo que ela queria era um beijo – oh,
gorgeous, senti tanto sua falta... – agarrando-a pela cintura, ele a puxou para
si. Segurando o rosto dele com as duas mãos ela o beijou, cheia de paixão.
- Eu também...- beijava – muito, muito –
beijava deixando os braços deslizarem enroscando-se no pescoço dele bem na
beira da escada. Então uma voz os assustou.
- Querem me explicar o que é isso? – pálida,
Stana olhava para Nathan que, boquiaberto, não conseguia emitir uma só palavra.
A expressão no rosto da mãe dizia tudo. Eu ganhei.
Continua...
14 comentários:
Não acreditoo que terminou assimmm!!!! :(
Sabia que dona Rada tava desconfiada!!! kkkkkkkkkkkkkkkkk
Só acho que ela vai ficar bem decepcionada qd souber q eles são casados há anos!!
Correeee Kate!!
Karennn posta logo outro essa semana, vc foi bem má conosco!!!
Naaaaoooooooooooo não não não podia ter terminado assim
De hora em hora eu vou vir aqui ver se já tem o 73!! Ain jesussss
Eu ri, eu gritei, eu fiquei decepcionada, tudo ao mesmo tempo
Karen posta logo, nuncatipedinadann
Meu Deus, como que terminou assim????
Dona Rada dando uma de James Bond hahahah adorei!!!
Sabia que ela ia pegar eles, essa familia só descobre os relacionamentos sendo pegos de surpresa hahahah
Posta mais logo please, nao demore muito senao vou infartar aqui!!
Puta que pariu Marcinha Dona Rada pego os dois com a boca na butija Karen posta logo outro capitulo agora porra fico seria 😱😱
Essa história toda mexeu tanto comigo que não sei nem raciocinar direito!Venho todos os dias olhar se dona Karen teve pena e postou um capítulo novo!
OMG OMG OMG não acredito que vc terminou assim!!! Sabia que dona Rada ia aprontar alguma kkkkk
Por favorzinho posta essa semana dnv, n vou agüentar esperar kkkkk
Isso foi simplesmente perfeito, quase tendo um ataque aqui...
Posta o próximo cap logo pelo amor de Deus doida p sabe o q vai acontecer, claro q dona Rada vai amar...
Isso foi simplesmente perfeito, quase tendo um ataque aqui...
Posta o próximo cap logo pelo amor de Deus doida p sabe o q vai acontecer, claro q dona Rada vai amar...
Meuuuuuuuuuuuuuu Deus!!!! eu to MEGA curiosa para saber a continuação disso, eu não sei se sou capaz de esperar o próximo capítulo!! Por favor posta o próximo essa semana mesmo!!! POR FAVORRRR
Karenzita, você é "fuck". Encaixou o "chupão", a D. Rada muito ninja, seguindo a Stana, e o flagra. kkkkkkk Sorte dela(ou não) que os dois ainda estavam vestidos. Agora estou ansiosa pela continuação.
Dona Rada é teimosa demais,credo!Curiosa é pouco para o que eu estou sentindo!O bom é que ela pegou eles só se beijando,imagina acontecer com ela o mesmo que aconteceu com Jeff(Kkkkkkkkkkkkk).
Espero que o relacionamento deles ainda fique em segredo.Já me acostumei,confesso.
*Posta logo Karen têm misericórdia de nós e da nossa curiosidade!
Essa dona Rada, ninguém merece! Poste logo o próximo Karen por favor. Estou louca para que um dos dois diga para essa "mãe" que são casados. Beijos.
Pelo amor de deus posta logo um novo capitulo ������
Se eu quero gritar as 2:30 da madrugada?! Sim,eu quero PQP!!!!!
Esse Cap. DIXTROIIIIIII!!!!!!!
Ela consegui mesmo viadooooo,vou contratar os serviçosda do Rada para investigar e avaliar ou shipper meu,tá tudo óbvio mas mesmo assim faz de conta que não tá.... enfim,voltando. A CASA CAIU!!!!
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