sábado, 21 de maio de 2016

[Stanathan] Kiss and Don´t Tell - Cap.74



Nota da Autora: Esse capitulo tem de tudo, toda a familia está presente e está bem grande. Sei que não agradarei gregos e troianos, mas juro que tentei, As aventuras de Dona Rada estão chegando ao fim, será que ela volta satisfeita para o Canadá....hum... Enfim... Enjoy! 


Cap.74


Nathan trocou um olhar com a esposa antes de continuar.

- Nós estamos casados há um ano e quatro meses. Decidimos nos casar logo depois do casamento de Castle e Beckett na série, assim podíamos usar nossas alianças sem maiores problemas – ela mostrou o anel para a mãe – Nathan mandou confeccionar igual ao prop para que não tivéssemos problemas e quase tivemos algumas vezes.

- Não, não. Parem! Eu ainda não entendi ou quero não entender. Vocês estão casados, de verdade casados? – Rada não conseguia processar a informação.

- Sim, mãe. Estamos.

- Sim, eu pedi a sua filha para oficializarmos nossa relação. Nada mais justo após todos esses anos e... – Nathan foi obrigado a parar de falar quando Rada avançou em Stana puxando sua orelha da mesma maneira que ela fizera com ele na primeira temporada. Ele arregalou os olhos ao ver a esposa gritar.

- Ai, mãe!

- Nathan, você tem pipoca? O negócio vai pegar – disse Gigi.

- Como você ousa fazer algo assim e não avisar sua mãe? Por que eu sou a última a saber de tudo? Isso é desrespeito com a própria mãe! Devia lhe dar uma surra! – e começou a dar vários tapinhas na filha da mesma forma que fizera com Gigi. Anne que até aquele momento havia ficado calada, se aproximou de Gigi e sussurrou.

- Tia, a vovó vai bater no tio também?

- Dependendo da raiva dela, talvez...

- Eu não acredito nisso! Vocês estão casados!

- Mãe, não foi nada. Foi uma simples cerimonia. Aproveitamos a ocasião e pareceu tão certo. Já dissemos que precisávamos deixar tudo às escondidas. Imagina se a mídia descobre a loucura que seria? – ela levou mais tapas – ai, mãe quer parar? Não sou criança e não vou admitir isso. A Gigi pode ter aceitado calada, eu não. Lembra do que lhe disse ontem? – a mãe suspirou, afastou-se de Stana - Aceite. Afinal, não era isso que...aí! A senhora queria, não? – Rada não se importou de puxar a orelha de Stana outra vez.

- Eu não sou a mídia! E você... – virou-se para Nathan que se encolheu todo com medo de levar uma tapa também – você a pediu em casamento! Deu alianças para ela!

- É o que se faz quando está apaixonado – ela teve que resistir para não puxar a orelha dele da mesma forma que fez com Stana. Quando percebeu que o tio podia apanhar, Anne se levantou do sofá colocando-se entre ele e a avó. Puxou o braço de Rada para livrar Nathan de qualquer possibilidade de apanhar. Tapando a orelha com a própria mão, ela falou.

- Pare, vovó! Isso é feio. O tio não é seu filho. E a tia Stana não merece isso. Eles se amam! São marido e mulher e fazem tudo para deixar o outro feliz. Eu não vou deixar você bater neles, vó! – ela se pendurou no corpo de Nathan que a ergueu no colo – duvido querer bater nele agora que estou aqui.

- Anne, não fale assim com sua vó... – era Stana quem repreendia a sobrinha – ela está chateada, tem direito de estar, mas ela é sua vó. Respeite.

- Desculpa, tia – a menina olhou para a vó um pouco chorosa e depois para Nathan – tio, me põe no chão? – ele fez o que a pequena pediu. Anne foi até onde a vó estava e tomou sua mão – vó, desculpa. Anne não faz mais. Só que a tia e o tio se amam, eles cuidam da Anne direitinho. Eles estão treinando para ter uma bebezinha. O tio já falou que quer e tia Stana disse que será que nem eu. Mas não igual porque eu sou única, né tia? – agora quem estava de olhos arregalados era Stana. Ouvia a gargalhada de Gigi.

- Fica melhor a cada minuto! Como eu queria uma pipoca...

- Gigi, você não está ajudando... – disse Jeff.

- Espera, essa é a próxima bomba? Você vai dizer que está gravida? Eu nem me recuperei da notícia do casamento!

- Não estou gravida, mãe!

- Mas está tentando, a tia faz sexo para tentar – a gargalhada de Gigi quebrou o clima tenso. Todos estavam rindo. Nathan sentou-se para se recuperar do momento louco que estavam vivendo. Parece que a revelação do relacionamento deles acabara se transformando em uma bela peça de tragicomédia. Nunca pensou que ia passar por algo assim por ter se casado.

- Caramba! Nunca imaginei que podia apanhar da minha sogra.

- Você não apanhou! – Stana retrucou – eu sim!

- Agora já sei de onde Stana herdou a mão afiada para beliscão...

- Hey! Querem parar vocês dois? O assunto é sério! Vocês estão falando de casamento – era dona Rada quem chamava a atenção deles – ainda estou me familiarizando com tudo e já descubro que estão pensando em bebês? Se não tivesse vindo para LA ia descobrir que tinha três netos quando fossem me contar! Isso é muito...m--muito surreal – ela sentou-se no sofá, passou a mão nos cabelos. Parecia um pouco zonza com tudo isso. Stana ficou preocupada ao olhar para mãe. Estava pálida. Ajoelhou-se na frente dela, pegou sua mão.

- Mãe, a senhora está bem? Nate, pegue um copo d´água. Desculpe, mãe. Não queria que descobrisse assim, mas eu não podia arriscar a minha felicidade. Estamos tão bem. Nunca fui tão feliz na vida. Nathan é o homem que amo e não quero que nada estrague o que temos. Mesmo meu trabalho. Eu ainda sou capaz de sacrificar meu trabalho por ele. A senhora entende, não? Lembra quando contou para nós sua história com o papai? Eu sou louca por ele e se minha felicidade depender de eu viver em segredo, eu viverei. Peço desculpas, foi errado. Deveria ter contado há algum tempo para a senhora, mas como Nathan mesmo diz, eu sou muito paranoica com esse lance da mídia. Não se trata de confiança, sou apenas cuidadosa e reservada. Não quero arriscar o que conquistei.

A mãe estava calada. Nathan entregou o copo para a sogra. Rada tomou alguns goles. Devolveu-o para ele. Stana sentou-se ao lado da mãe. O semblante preocupado. Tinha medo da reação da mãe a partir de agora, não queria ser responsável por deixa-la doente ou coisa pior.

- Mãe? Está tudo bem? Fale comigo, mãe... – Stana olhava preocupada apertava a mão de Rada sem saber ao certo o que fazer. Sentiu o pulso. Estava acelerado. Ela olhou apreensiva para Nathan.  

Anne se aproximou da vó, começou a fazer cafuné nela. Beijou-lhe o rosto. Rada abriu um sorriso, Stana pode ver as lagrimas se formando nos olhos. A mãe estava chorando.

- Oh, filha... vaša sreća je moja sreća... – abraçou Stana com força. Beijou-lhe o rosto várias vezes. Sorria. Gigi também sorria abraçando Jeff. Vendo a cara de perdido de Nathan, ela resolveu tira-lo da agonia.

- Nathan? Ela disse que a felicidade de Stana é a felicidade dela também – o alivio no rosto dele foi imediato. Rada então virou-se para fita-lo, pegou sua mão e levantou-se do sofá. Abraçou o genro com carinho, beijou-lhe o rosto para depois segurar com as duas mãos a exemplo de como Stana fazia.

- Nathan, sam stekao sina... ganhei um filho. Obrigada por fazer minha menina feliz.

- É um prazer. Sem ressentimentos?

- Sem ressentimentos – ela virou-se para Gigi apontando para ela - você!

- Vai sobrar, sempre sobra... estava bom demais ser apenas espectadora... – Stana riu da reação da irmã enquanto abraçava o marido.

- Será a nossa vez de desejar a pipoca? – Nathan perguntou implicando.

- Gigi, vem cá. Vocês dois – eles se levantaram do sofá ficando de mãos dadas na frente da mãe – minha filha, desculpe não ter acreditado em você, na verdade até acreditei um pouco quando disse que estava apaixonada, porém fiquei confusa... e Jeff, o que posso dizer de você? Mal lhe conheço e já posso dizer o quanto você quer bem a minha família. Poucos fariam papel de bobo e mentiriam para ajudar a namorada e a irmã. E quais as chances de algo assim acontecer? Namoros entre irmãos? – ela puxou a filha para um abraço – você não existe, Gigi. Deus jogou a forma fora. Meu orgulho – sussurrou em seu ouvido.

- Ah mãe... – Rada olhou para Jeff. Acariciou o rosto dele.

- Bem-vindo a família Katic, Jeff! É um prazer ter você conosco – ela abraçou o rapaz sorrindo.

- O prazer é meu, dona Rada. A senhora criou duas mulheres incríveis. Sério, mesmo. Deve ficar muito orgulhosa dessas duas.

- Acho que agora nós podemos brindar, não? - disse Nathan – vou pegar a champagne.

- Espere, Nathan. Tenho ainda uma coisinha a dizer. Anne, vem aqui – a menina se aproximou da vó – você fez um ótimo trabalho para sua tia mantendo o segredo, a defendendo. Gostei muito de ver como você defendeu Nathan. Sabe, às vezes, você parece mais filha da Stana que do Marko. É incrível! Esse amor incondicional pela sua tia é muito lindo. Vovó a ama ainda mais por isso – e beijou a menina – acho que agora podemos brindar, Nathan.

Ele foi com Stana até a cozinha providenciar a bebida e as taças. Nesse meio tempo, foi a vez da Anne se aproximar de Gigi e Jeff. Sorrindo, a menina esticou a mão para Jeff.

- Oi, sou a Anne. Ninguém me apresentou você, mas já sei que é namorado da tia Gigi e irmão do tio. É um prazer conhece-lo – Jeff apertou a mão da garota rindo.

- Sim, um prazer conhecer a famosa Anne. Meu irmão fala muito de você. Conquistou o coração dele. Mas sabe o que ele mais gosta em você? Seus beijos. Será que eu posso ganhar um também? Estou curioso para saber se são bons mesmo como ele diz...

- São ótimos! Posso dar um beijo nele, tia? Tenho que perguntar porque elas são muito ciumentas... o tio Nate que me disse... – Gigi riu.

- Pode sim, só não abusa! – a menina olhou para Jeff como quem diz “não disse? ”. Se aproximou dele e segurando o rosto do homem a sua frente deu um beijo estalado nele.

- Nossa! Que beijo gostoso... tomara que sempre ganhe um desses quando nos virmos por aí. Você gosta de jogar, não? Será que algum dia podemos dar uma surra no Nate juntos?

- Ganhar do tio? É difícil! Eu preciso sempre da tia Stana porque ele é muito “compepitivo”. Você joga, tio Jeff? Posso chamar de tio?

- Claro! Jogo sim, eu e Nate sempre competimos. Vamos marcar um dia para acabar com ele, topa?

- Sim! – o sorriso da menina era lindo.

- Então, Anne, aprovou meu namorado?

- Ele parece ser legal que nem o tio, gostei. Tem olhos azuis, Anne ama essa cor, mas o tio Nate é mais bonito...

- Sinceridade de criança – Jeff riu – mas ele sempre foi o que fez mais sucesso com as garotas por causa da timidez. Nem ligo mais, desde que sua tia me ache mais bonito...

- É claro que acho – e puxou o rosto de Jeff beijando-lhe a boca.

- Aqui está a champagne, pessoal – disse Nathan distribuindo as taças cheias e entregando uma taça com ginger ale para Anne – o seu é refrigerante. Não tenha medo de tomar. Agora, vamos ao brinde. Quer falar algumas palavras, dona Rada?

- Porque não! Apenas quero dizer o quanto estou feliz ao ver como a vida de vocês está bem. Tudo que uma mãe quer é ver seus filhos bem e acho que sou afortunada por ter conseguido criar filhos e vê-los conquistar tudo o que querem na vida. Também peço desculpas, sei que não tornei a vida de vocês fácil nessas duas semanas. Extrapolei, deixei-as triste. Gigi, sua mãe perde a linha algumas vezes, porém isso não quer dizer que se esqueça de você. Você é minha caçulinha, eu a amo demais. Stana, só quero que me perdoe por todas as besteiras que fiz. Sinto muito, de verdade – ela suspirou vendo a filha sorrir de volta para ela - Então, a felicidade e ao amor. 

- E a família, sem ela nada do que está acontecendo aqui seria possível – disse Stana – love you, sis – piscou para Gigi.

- E que ela continue crescendo! – disse Rada. No mesmo instante, Stana e Gigi reagiram.

- Mãe!!!! – todos caíram na gargalhada. Por fim, brindaram. Stana aproveitou para beijar o marido com vontade. Estava querendo fazer isso há um bom tempo. Pelo menos ali, podiam agir como um casal sem qualquer ressalva.

- Vou colocar o jantar para esquentar. Por que não faz um pequeno tour pela nossa casa com sua mãe, Staninha?

- Staninha? – a mãe olhou para a filha.

- Não é fofo como ele a chama, mãe? – disse Gigi – Jeff, vai ajudar seu irmão na cozinha. Você sabe que esse não é meu departamento.

- Jeff, você sabe cozinhar meu filho? Porque como mãe devo alerta-lo que Gigi é um caso perdido.   

- Oh, mãe! Mas é verdade. Ele sabe disso e Jeff cozinha bem, ambos. Coisas de Fillion.

- Vamos andando, mãe. Você vem também, docinho?

- Sim, vou mostrar meu quarto para vovó.

- Você tem um quarto, Anne? – a menina sorria e seguia tagarelando com a vó. Gigi acabou indo para a cozinha com os dois. Nathan preparava as coisas no forno para esquentar, os demais iam para o micro-ondas.

- Acho que acabou tudo bem, não? Fiquei com medo da mãe de vocês ter um treco. Ia me sentir culpado pelo resto da vida.

- Era muita emoção para a dona Rada. Vocês simplesmente realizaram o sonho dela, ou quase. Ainda não acabou, Nate. Está só começando. Logo ela volta naquele assunto tão temido que Anne falou. Bebês. Pelo menos, estou livre disso.

- Do que você está falando? Não quer filhos? – Jeff perguntou a ela. Nathan se escorou no balcão para prestar atenção a conversa.

- Não disse isso. Você quer?

- Porque não? Ainda mais se tiver seu gênio...

- E-eu não sabia disso... quer dizer, acho que nunca pensei sobre isso – Nathan ria do jeito que Gigi se enrolava – não para, agora, Stana está na fila e... o que? – ela estava agoniada com o jeito que Jeff olhava para ela – Jeff... por favor...

- Bro, relaxa. Esse é um outro problema das mulheres Katics são muito indecisas nesse assunto, vê a Stana é uma verdadeira mãe com Anne, mas quando falamos em ter os nossos... se apavora.

- Você disse nossos? Quer mais de um, Nathan? – ele balançou a cabeça concordando – oh, Deus! Stana vai morrer.

- Eu quero pelo menos dois. Um casal – disse Jeff.

- Eu também – concordou o irmão.

- O que? – Gigi estava quase em pânico – escutem aqui vocês dois. Nem uma palavra sobre esse assunto perto de dona Rada, ouviram? É sério! Você então Nathan, deveria ser o primeiro a ficar calado. Ai, Deus, não quero nem ver – rindo, Nathan tirou o bacalhau do forno e levou para a mesa. Ao ver Stana descendo as escadas com a mãe e a sobrinha, chamou-as para jantar.

A refeição correu muito bem. Algumas histórias dos irmãos, outras de Stana e Nathan para burlar o segredo, Rada perguntou se eles estavam juntos quando ela telefonou naquele domingo. Eles contaram a verdade. Houveram risos, belas palavras, muita alegria. Era um jantar de família como há muito tempo não experimentavam. Ao terminarem, Nathan sugeriu que voltassem a sala enquanto ele providenciava a sobremesa e o café. Stana o seguiu.

Enquanto os outros mantinham a conversa na sala, ela aproveitou para namorar um pouquinho na cozinha esperando o café ser feito. Ela o abraçou colocando seus braços ao redor do pescoço dele. Beijou-o inclinando ao máximo seu corpo contra o dele, empurrando-o contra a geladeira. Nathan tinha as mãos na lateral do corpo dela, acariciando-a. Perderam-se por alguns minutos naquele beijo parando apenas quando o apito da máquina de expresso soou. Ele cuidava dos cafés, ela servia a torta. Ao concluir o que fazia, ele a abraçou por trás, beijando sua nuca fazendo Stana arrepiar-se na mesma hora.

- Nate... não faz isso...

- Parece que tudo terminou bem, não Staninha? Mal posso esperar para estarmos sozinhos na nossa casa. Estou morrendo de saudades de dormir coladinho com você – ela ergueu a mão com a aliança para admirar a joia.

- Estou feliz de poder usar isso novamente. Sei que uso no trabalho, mas não é a mesma coisa. Essa é a minha, a nossa. E falta uma semana para seu aniversário. O que você quer de presente? – ela virou o rosto para fita-lo.

- Só quero você. De volta a nossa casa. Vamos curtir Nova York.

- Algo me diz que só sairemos do quarto para ver o musical...

- É o que você quer, Staninha? – ele não esperou resposta tomando os lábios dela nos seus. Ela usava a mão para trazer o rosto dele mais próximo aprofundando o beijo.

- Hey! Queremos a sobremesa! – eles se separaram com a reclamação de Anne – não é hora de ficar namorando, tia! – eles riram – tem visitas!

- Certo, vamos levar o café. Você pode segurar o chantilly? – Nathan saiu na frente levando a bandeja com os cafés. Anne vinha logo em seguida e por último, Stana.

- Estavam namorando! Beijando na boca. Por isso demoraram... vai ver que esse café está frio, vó – disse a menina – diz para a tia que é falta de educação deixar as visitas esperando, vó.

- Tudo bem, Anne. Estávamos conversando. Dessa vez vamos deixar passar, mas você tem razão, é feio deixar as visitas esperando – eles distribuíram a sobremesa e o café para todos e sentaram-se em uma das poltronas restantes. Como havia apenas um lugar, Stana sentou-se no colo de Nathan. A conversa continuava animada. De repente, Rada toca em outro assunto que causa uma certa apreensão a qualquer casal.

- Então, agora que estão casados há pelo menos um ano, quando pensam em me dar netos? – Stana quase engasgou com o café – já posso sonhar outra vez. Antes nem tinha esperança porque nem namorado tinham, um marido é diferente.

- Mãe...

- Nada de mãe. Responda logo à pergunta – Stana olhou para Nathan, ele entendeu que deveria se pronunciar, o olhar de sua esposa dizia tudo – ah, só falta me dizerem que Nathan fez vasectomia!

- O que é “vasecomia”, vó?  

- Vasectomia. É quando o homem faz uma cirurgia para impedi-lo de ter filhos, sabe, não engravidar a mulher – disse Gigi.

- Ah, tio Nate não fez isso não. Ele quer uma filha. Ele me disse – Anne como sempre os colocando em apuros.

- Verdade, Anne? – a vó parecia bem interessada na declaração da menina. Antes que continuassem, Nathan resolveu se pronunciar.

- Dona Rada, não vou mentir. Stana sabe que sou louco para ser pai. Porém, nós já conversamos sobre isso algumas vezes e chegamos à conclusão que não iremos dar esse passo antes de saber de nosso futuro. As coisas estão estranhas na ABC agora, temos que ter certeza do que acontecerá com nosso trabalho para então pensar nisso. Não adianta pressionar sua filha. Nós não iremos ceder nesse caso.

- Mas a tia tá tomando injeção...

- Anne! – repreendeu Stana.

- Injeção? Mas, nós não temos problemas para engravidar Stana.

- Não se trata de problemas, mãe. Estou fazendo reposição hormonal. Normal para a idade. Vamos mudar de assunto? Nathan já explicou o que pensamos sobre isso.

- Tudo bem – Gigi concordou porque não queria ser o próximo alvo, não que isso fosse algo fácil de evitar – quando a senhora volta para casa, mãe?

- Wow! Você está me expulsando, Gigi?

- Claro que não, mãe. Foi só uma pergunta inocente. A Stana nem vai voltar para casa hoje, só quero saber até quando terei companhia.

- Sei, é bem esse o motivo que você quer saber. Segunda eu volto para casa. Satisfeita? Vai se livrar de mim. Tenho uma pergunta para o Jeff. Querido, quão sério é o seu relacionamento com a minha filha? Posso esperar celebrar ao menos um casamento na família?

- Mamãe! – Gigi gritou arregalando os olhos. Jeff ria da reação da namorada. Stana só olhava para Nathan, parece que se livraram da berlinda.

- Hum, devemos pedir pipoca, Gigi? – provocou rindo a irmã.  

- É uma pergunta justa, Gigi. Vou responder – agora Gigi olhava para ele mais assustada ainda com a resposta que Jeff poderia dar – eu e sua filha nos conhecemos há pouco tempo. Estamos namorando, nos conhecendo, não chegamos ao nível de Nate e Stana, porém, se depender de mim, podemos sim. Eu estou apaixonado pela sua filha e se ela gostar de mim tanto assim, no futuro... porque não?

Gigi olhava para o namorado atônita. Ela sabia que Jeff gostava dela, já se declarara nas entrelinhas, mas casamento? Isso a pegou completamente de surpresa. Stana viu que até prendera a respiração. Alguém roubara o chão de sua irmã. De uma forma maravilhosa.

- Parece que a tagarela e implicante Gigi ficou sem palavras. Parabéns, Jeff! Você conseguiu... – Stana sorria – e Gigi, melhor se acostumar, isso parece ser um dom dos Fillions. Nos deixar sem palavras – Gigi ainda olhava para Jeff como se quisesse escolher algo para dizer, Rada observava a cena talvez mais abismada que a filha.

- V-você pensa em casar? Deus! Como eu te amo! – ela não resistiu e beijou-o apaixonadamente. Todos bateram palmas diante do que acontecia diante dos seus olhos.

- Também te amo, Gi – ele respondeu. Stana aproveitou para dar um novo beijo no marido, feliz. Tudo acabara bem. Duas semanas cheias de emoções, agora sabia que valera cada segundo.

- Até eu estou surpresa, ótima resposta rapaz. Acho que ganhou mais do que uns pontinhos – disse Rada – filha, está ficando tarde. Melhor irmos andando. Ainda temos que levar Anne em casa.

- Falei para o Marko para ela dormir lá em casa com vocês – disse Stana – você pode dormir no meu antigo quarto, Anne. Vou ficar por aqui. Sinto falta da minha cama, do meu canto, do meu marido.

- Claro, Stana. Tem mais que ficar – disse a mãe.

- Tio, seu aniversário é domingo. Vai ter festa?

- Sua tia e eu vamos para Nova York na sexta, iremos assistir um musical e voltamos no sábado à noite. Prometo que pensarei sobre isso.

- Anne faz o bolo se o tio quiser... de chocolate, porque o tio ama que eu sei.

- Oh, já estou curioso por esse bolo.
Gigi e Jeff se levantaram do sofá. Hora de ir embora. Despediram-se de Stana e Nathan. Depois foi a vez de dona Rada falar com eles.

- Essa deve ser a última vez que o vejo antes de voltar. Obrigada por tudo, Nathan. E novamente peço desculpas pelo inconveniente. Agora que você nunca me enganou, isso é fato. Cuide bem da minha menina.

- Não se preocupe, cuidarei. E prometo que de agora em diante, sem segredos. A senhora será uma das primeiras a saber caso ganhe um neto ou uma neta.

- Acho bom mesmo!

- Filha, te vejo na segunda?

- Claro, mãe. Eu a levarei no aeroporto. Gigi vai cuidar da senhora esses dois dias.

- Mais fácil eu cuidar dela. Agora que ela está mais avoada que antes. Olhem para ela! Mais apaixonada impossível. Está com aquele olhar perdido, bobo – eles riram – mas ela merece, todos nós merecemos amar – ela inclinou-se para beijar seu genro. Percebendo pela primeira vez que ele não era apenas um namorado ou um conhecido – e você, Stana, cuide bem do meu genro favorito.

- Quer saber? Por que não vem para cá amanhã? Podemos fazer um churrasco, curtir a piscina. O que acha Jeff, me ajuda com a carne?

- Claro, bro.

- Um almoço em família para a minha sogra levar de recordação – Stana revirava os olhos diante da bajulação.  

- A tia está dando uma de Beckett, olha tia Gigi! – eles riram.

- Pare de puxar o saco da sua sogra, Nate. Ela já te ama, se duvidar mais do que a mim!

- Deixa de ser boba, Stana. Eu aceito o convite se você me deixar fazer a sobremesa. Eu trago para nós.

- Tudo bem. Temos um acordo. Podem aparecer por aqui lá pelas dez – levou um beliscão de Stana – ai!  Onze, depois das onze.

- Vejo vocês amanhã – disse Stana. Nathan acompanhou-os até a porta. Quando voltou, encontrou a esposa lambendo a faca da torta.

- Você não podia resistir em passar outro dia agradando a sogrinha.

- É o último dia dela, amor...

- Dez horas, Nathan? Você claramente não quer fazer amor comigo hoje, então?

- Que pergunta idiota! Claro que quero.

- E nem amanhã de manhã.

- Stana... se você não fizer por bem, vai fazer por mal.

- Vou, é? Quem disse? Você não manda em mim.

- Sou seu marido e você tem obrigações conjugais comigo.

- Mesmo? – ela deixou o doce sobre o balcão – tente – e saiu correndo pela casa. Nathan não pensou duas vezes, correu atrás. A noite ia ser bem longa para os dois.

No dia seguinte, ela acordou sendo brindada por uma série de beijinhos ao longo de seu corpo. Pescoço, colo, seios, estomago. Sorrindo, ela abriu os olhos segurando a mão dele.

- Bom dia, gorgeous.

- Nate... estava com saudades de acordar assim. Que horas são?

- Quase nove. Quer café na cama? Ainda temos tempo até a família chegar...

- Família... nossa! Você um dia imaginou que isso ia acontecer, babe? Almoço de domingo em família? Parece tão surreal.

- Eu sempre imaginei. Todos à beira da piscina, comendo, bebendo, se divertindo. E daqui para frente será assim. Especialmente se tivermos os nossos filhos... um dia.

- Nossos? Posso saber exatamente quanto é “nossos”?

- Um casal? – ele sorria para Stana que olhava desconfiada. Ela queria poder conversar logo sobre esse assunto com ele, mas sua consulta na médica era dali a uma semana ainda.

- Melhor focarmos no café. Estou esperando minha panqueca. Acho que mereço, não?

- Claro que sim – ele a beijou mais uma vez e levantou-se da cama.

- Não esqueça a maple syrup! – gritou, apesar de duvidar que ainda tivesse alguma em casa. Nathan sozinho duas semanas? Acabava com qualquer coisa doce na casa.

Ela tornou a pensar sobre as palavras dele. Família. Filhos. A verdade era que Stana vinha ponderando suas opções há algum tempo. Queria começar a sua família, realizar o sonho de ser pai de Nathan, porém, ela sabia que teria algumas considerações a fazer. E talvez tomar a maior decisão da sua vida desde que decidira vir para LA ser atriz.

Havia muito em jogo. E como todas as decisões que afetam a ambos, essa também teria quer ser tomada junta com o marido. Suspirou. Não podia fazer nenhum plano ainda. Não era hora nem lugar.
Ele retornou com uma bandeja com panquecas, frutas, brioches e o café. Sentou-se ao lado dela, cortou o primeiro pedaço da panqueca e deu na boca da esposa. Saboreando, ela brincava com os dedos dele. Tomou um gole de café e roubou o garfo para devorar o resto. Passaram meia hora apenas curtindo aquele momento a dois. Ao terminarem, ela criou coragem para levantar-se. Tinha visitas chegando em pouco tempo.

Ela optou por vestir um biquíni e uma saia leve propicia para o clima de piscina. Nathan estava de bermuda e camiseta separando as carnes para levar até a área externa. Ela se encarregava das bebidas. Pensou em fazer margaritas, porém lembrou-se do estrago que a tequila provoca em Gigi. Melhor não arriscar. Decidiu fazer uma maionese de batatas porque tinha certeza que nem Jeff nem Nathan iam comer folhas. Separou apenas um pouco para ela e Gigi. Em seguida, cortou os pães como o marido pediu para colocar a pasta de alho e levar ao fogo.

Enquanto dividiam as tarefas na cozinha, Stana não pode deixar de sorrir diante do momento doméstico. Finalmente um pouco de paz. Lembrou-se da irmã. Comentou.

- Incrível a cara da Gigi ontem quando Jeff falou em casamento. Ela ficou atônita. Como se aquilo não estivesse acontecendo. Ela se declarar para o seu irmão, foi um passo muito grande para Gigi. Eu a conheço bem. Ela somente fez isso duas vezes na vida, dizer “eu te amo” para alguém. Posso afirmar que Jeff tem grandes chances em se casar.

- Grandes chances? Ela está caidinha por ele, Staninha. Basta olhar para a cara dela. Estava definitivamente nas nuvens ontem depois daquela declaração. Acho que nunca vi alguém com mais cara de boba apaixonada que ela... não, isso não é verdade. Você talvez fosse um pouco pior.

- Haha! Olha quem fala! Você só faltava babar em mim e sequer estávamos juntos. Lembra do seu aniversário no píer de Santa Monica? Nunca vou esquecer aquele olhar bobo depois daquele abraço. Era uma das minhas memórias preferidas antes de estarmos juntos. Que bom que pudemos aumentar essas memórias. Tenho tantas que é difícil lembrar.

- Você lembrou da música do nosso primeiro encontro.

- Sim, porque além de especial diz muito sobre eu e você. It had to be you, Nate – ele se aproxima, acaricia o rosto dela, Stana se deixa levar pelo carinho.

- Eles serão felizes. Como eu e você somos. E Gigi, ela mais do que ninguém merece ser feliz.

- Nunca vou poder retribuir tudo o que ela fez por nós a altura, Nate. Mas vou passar o resto da vida tentando.

- Ela tem a melhor irmã do mundo. Seu reconhecimento já basta, amor – o celular de Stana vibrou. Era a própria avisando que já estavam a caminho. Eles levaram as coisas para a área da churrasqueira. Stana pegou duas cervejas na geladeira, abriu-as e entregou uma ao marido. Quando a campainha tocou, ela foi abrir a porta. Anne agarrou-se nas suas pernas parecia que não via a tia há dois anos. Em seguida, cumprimentou a mãe e a irmã, deixando o cunhado por último.

- O que você traz nessa sacola, Jeff?

- Bebidas e linguiça. Coisas que Nate pediu.

- Ah! Mãe, quer que eu coloque isso na geladeira? – ela apontava para o prato de sobremesa que a mãe segurava – é mousse de limão?

- É sim. E pode botar na geladeira. Aposto que Nathan vai adorar.

- Eu já fiz para ele. Adora mesmo.

- Já fez é? Hum... será que é melhor que o meu?

- O que é melhor? – Nathan se aproximou beijando a sogra – isso é a sobremesa? Mousse de limão? Nossa! Eu sou viciado em chocolate, mas quando a Staninha fez isso para mim eu não conseguia parar de comer.

- Parece que teremos uma competição... – disse Gigi rindo.

- Fiquem à vontade. A piscina os espera. O que querem beber? Cerveja? Jeff, Gigi? – eles sinalizaram com o polegar – e a senhora, minha sogra, aceita uma limonada, um refrigerante?

- Limonada. Obrigada.

- Certo, e você....cadê a Anne? – ele perguntou.

- Na piscina. Aonde mais? – Stana apontou – afinal ela já é de casa. Vamos entrando, sentem-se. Por favor, nada de cerimonias. Somos todos família. Eu vou aproveitar para pegar um pouco desse sol, minha pele precisa de melanina. Ainda bem que o tempo hoje colaborou. Dezoito graus e não é época.

- Você não vai ajudar seu marido? Vai deixar ele fazer o almoço sozinho? Isso não é comportamento de esposa.

- Mãe, eu já ajudei. Agora é a carne, somente ele e Jeff. É assim que ele quer.

- Se prepara que a sogrinha vai mimar o Nathan hoje – disse Gigi.

- E quem disse que ela não vai mimar os dois? Afinal você tem um potencial casamento a vista – Gigi ficou vermelha – ah, sis. Você está tão linda apaixonada. Estou tão feliz por vocês. Quando podia imaginar que minha união com Nathan podia ser a nossa felicidade? Castle diria que é destino, mágica. Estávamos comentando hoje sobre a revelação de ontem, sis. Você realmente se rendeu ao Jeff, não?

- Ah, sis... é impossível não me render. Ele me mima, me cobre de carinhos, cozinha e o sexo... ah... o sexo!

- Não é sexo, Gigi. É amor.

- Sim, ele faz amor como ninguém – Stana olhou para a irmã, os olhos estavam mareados de lágrimas – nada disso seria possível sem vocês. Graças ao seu segredo, eu o conheci. Não tenho como retribuir isso.

- Você já fez, sis. Quando você nos apoiou, nos ajudou. Sem arrependimentos, sem cobranças. Estamos aqui reunidos em pleno domingo, curtindo as pessoas mais importantes da nossa vida. Agradeço todos os dias por ter pedido a Nathan para cortar aquela blusa. Foi ali que tudo começou.

Gigi a abraçou. Brindaram com a garrafa de cerveja. Stana virou-se para observar o marido. A mãe estava sentada na mesa próxima a churrasqueira conversando com os dois. Ela nem queria imaginar o tipo de conversa. Anne pulava na piscina brincando com a bola.

- Vamos dar um mergulho, Gigi?

Elas levantaram-se e pularam na piscina indo ao encontro de Anne. De repente, tudo virou uma festa. A mãe observava o jeito das filhas com a sobrinha, especialmente de Stana. Sorrindo, virou-se para Nathan.

- Ela é louca por essa menina. Desde que soube que Marko teria um bebe. Quando ele revelou que ela seria a madrinha, foi o céu para Stana. Fico imaginando como será com seus próprios filhos. Será que vai conseguir ama-los tanto quanto ama Anne? Às vezes, acho que Stana evita o assunto por causa dela. O que você acha, Nathan?

- Como eu disse ontem para a senhora, falamos sobre isso – sabia que a sogra ia trazer esse assunto outra vez – queremos ter filhos, porém cada coisa a seu tempo. Eu sei somente de olhar para Stana com Anne que ela será uma mãe incrível, ela já é mãe. Anne é tudo para a minha esposa. Tanto que uma vez, a pequena chorou ao imaginar a tia gravida e com uma filha. Tivemos que conversar muito com ela. É por essas e outras situações que sei o quanto ela será perfeita como mãe. Quando chegar a hora.

- É tão bonito vê-lo chamando-a de minha esposa. Não quero que pense que estou pressionando, só digo isso porque eu sei, assim como você, que ela está pronta.

- Staninha, você pode pegar um pouco daquele molho barbecue no armário? Vou precisar dele para temperar o frango que Jeff trouxe. E se trouxer mais uma cerveja para mim seria ótimo.

- Vamos, filha. Não ouviu seu marido? Não o deixe esperando – Stana olhou para a irmã – onde está a cerveja, querido? Eu mesma pego para você – virou-se para Jeff – você também quer uma cerveja, Jeff? – Stana saiu da piscina rindo, isso ia durar a tarde toda. E Nathan estava amando essa bajulação toda. Ao retornar da cozinha com o vidro de molho, ela colou seu corpo no dele, molhando a bermuda que ele usava. Beliscou o bumbum e sussurrou em seu ouvido.

- Não vai se acostumando com a mordomia. Sua sogra vai embora amanhã.

- Filha, por que você não assume a churrasqueira e deixa Nathan se refrescar um pouco. O pobrezinho está suado!

- E quem vai substituir o Jeff quando ele quiser dar um mergulho? A Gigi que não vai ser...

- Não mesmo! – ela gritou.

- Está tudo bem, dona Rada. Estou apenas terminando de temperar o frango e já sairei um pouco do fogo. E a senhora? Vai ficar aqui nos observando? Não quer ao menos colocar os pés na piscina? Se quiser coloco um guarda-sol nas espreguiçadeiras para ficar perto das meninas.

- Ah, estou bem aqui perto dos rapazes. Deixe as meninas terem um tempo sozinhas, elas estão querendo fofocar que eu sei. Gigi está aérea desde ontem, precisa da irmã e não irei atrapalha-las.

- Ah, mãe... – Stana foi até a dona Rada e tascou um beijo estalado na bochecha dela.

- Menina! Você está me molhando – de propósito, ela abraçou a mãe e tascou vários beijinhos deixando gotas de agua pela roupa toda de dona Rada – sai daqui, Stana! – ela gritava sorrindo. Satisfeita com a pequena brincadeira, ela roubou mais um beijo do marido e caiu na piscina outra vez.

- Às vezes acho que essas duas não cresceram.

- A senhora fala assim porque ainda não viu o Nate. Ele é mais criança que todas elas juntas incluindo Anne – disse Jeff.

- Mais alguns minutos e podemos todos aproveitar a piscina. Os pães de alho estão quase no ponto e tem linguiça também.

De volta a piscina, Stana brincava com a pequena enquanto Gigi desembaraçava os cabelos da menina que estavam um emaranhado só. Vendo-se sozinhas, a irmã encontrou uma forma de despistar Anne para poder perguntar algo a Stana. Pediu para a menina pegar cerveja para as duas na geladeira. Assim que a pequena se afastou, Gigi perguntou.

- Você já conversou com o Nathan sobre a sua vontade de engravidar?

- Não, estou esperando a consulta para ter certeza de que está tudo bem. Ele realmente não vê a hora de ser pai, Gigi, mas temos outras coisas a ponderar. Teremos que conversar muito para tomarmos a decisão.

- Você está preocupada com o seu futuro na ABC? Acha que corre risco de acabarem com Castle?

- Sim, mas não é bem com o destino de Castle que estou preocupada. É o meu. Isso é uma conversa longa e realmente não queria estragar nosso dia com o assunto.

- Tudo bem. Vocês vão mesmo para Nova York na sexta?

- Sim, já tínhamos esse programa agendado desde que fomos ver o show de Sara. Tenho certeza que Nathan vai querer fazer algo em seu aniversário no domingo. Mas me fale de você, depois daquela declaração de ontem. Aconteceu mais alguma coisa?

- Não, quer dizer, nem tivemos tempo. Acabei só me despedindo com um beijo dele. Ah, sis! Eu não sei o que deu em mim ontem. Eu nunca pensei em dizer que o amava na frente de tanta gente, mas ele não me deu opção. Eu queria que tivesse sido algo mais íntimo, sabe. Algo só nosso.

- Ainda pode ser, Gigi. Vocês ainda vão falar sobre isso. E quando o momento chegar, abra seu coração. Fale para ele o que disse para mim – nesse instante, Nathan se juntou a esposa na piscina. Jeff chegou pelo outro lado sentando-se na borda da piscina puxando Gigi pelas com as fazendo-a soltar um grito. Anne ao ver a pequena festinha que estava próxima a acontecer veio correndo com as cervejas na mão. Levou um ralho da vó.

- Menina! Não corra segurando essas garrafas!

Felizmente Jeff pegou as cervejas da mão dela e Anne se jogou na piscina indo a procura do tio. Agarrou-se em seu corpo dando-lhe um beijo no rosto. Stana virou-se para observar onde a mãe estava. Como prometera, Nathan colocara o guarda sol em uma das espreguiçadeiras para a sogra que bebia limonada e comia as linguiças que ele cortara para ela.

- Por que só a vovó está comendo, tio?

- Vocês estavam se divertindo na piscina, pensei que não queriam...

- Eu quero tio!

- Então, vá lá pedir da sua vó. Tem suficiente para vocês duas – na mesma hora a menina nadou até a escada para se juntar a vó deixando os casais livres por uns instantes. Com as mãos na cintura dele, Stana beijou-lhe o ombro.

- Você está mimando minha mãe, Nate?

- Eu só coloquei o guarda sol, Jeff foi quem a serviu cortando linguiça. Afinal, é ele que tem que se preocupar com aprovação para casar. Já passei dessa fase – eles riram.

- Quer parar com isso, bro? Não sou interesseiro.

- Nem eu. Tanto que nem consultei a sogra quando casei.

- Olha só para esses dois, sis! Disputando a atenção de dona Rada. Onde vamos parar? – elas riram.

Os paparicos não pararam por aí. Ao anunciar que o almoço estava servido. Dona Rada fez questão de servir o genro, até cortou a carne para Nathan. Stana olhava o jeito da mãe. Ela estava adorando tudo aquilo. Além de servi-lo, lhe dar cerveja ainda colocou uma toalha em suas costas para secar as costas. O safado estava se divertindo. Podia ver na cara dele.

- Gigi, olha o jeito do Nathan com as bobagens da mamãe... – a irmã riu e resolveu implicar com o cunhado.

- Hey, Nathan! Cuidado para não machucar o saco com tanto puxão. Depois a Stana pode reclamar.

- Gigi! Modos! Não fale assim... – eles riram. Anne não entendera a piada, mas também não ligou. Nathan sabia que tinha dedo da esposa nesse comentário de Gigi.

- Verdade, mas se tem uma coisa que sua irmã não pode reclamar é do marido. Faço tudo o que ela quer.

- Pronto, atacou o ego... – comentou Stana.

- E faz mesmo! Não tenho dúvidas disso – concordou a mãe.

- É sis, melhor não entrar nessa discussão porque você vai perder.

Na hora da sobremesa, eles já não estavam mais na área da piscina. Stana se encarregara de supervisionar o banho de Anne enquanto a mãe insistia em servir a sobremesa. Nathan aproveitou para tomar uma chuveirada também deixando Gigi e Jeff sozinhos na sala. Sentados no sofá, eles estavam de mãos dadas. Jeff beijava-lhe o pescoço fazendo Gigi rir.

- Para, Jeff... se você insistir nisso, vou ficar muito a fim... você sabe – ela acomodou-se no ombro dele, a mão vagava pelo peito dele. Inclinando o rosto para fita-lo, ela sorria buscando os olhos azuis – você foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida, sabia?

- Acho que essa fala é minha, amor. Ainda teremos muitas memórias para criar e amanhã, depois que a sua mãe for embora, eu te espero na minha casa. Não vejo a hora de comemorarmos adequadamente e te dizer com gestos o que significa “eu te amo” – ela suspirou e beijou-o apaixonadamente.

Quando Stana, Nathan e Anne apareceram na sala, dona Rada chamou a todos para comerem a tal mousse de limão. Sentados quase que do mesmo jeito da noite anterior na sala, ela entregou uma taça para cada um. Claro que a primeira taça foi para Nathan. Assim que experimentou o doce, ele sorriu. Era delicioso, mas o da esposa era melhor. Porém, não era louco de dizer isso para a sogra. Tinha que ser educado.

- Nossa! Isso está muito bom, dona Rada – a sogra sorriu – desculpe, Staninha. Mas sua mãe ganhou por milésimos de pontos... – Stana sorriu. Sabia o que ele estava fazendo. Ela conhecia bem o marido que tinha. Anne foi a próxima a se manifestar.

- Tá bom, vovó. Mas acho que o bolo de chocolate que fez com Anne tava melhor – a sinceridade de criança era algo mágico. Jeff também comentou.

- Eu adoro qualquer coisa com limão. Tinha uma padaria perto da minha casa em Edmonton que tinha essas pequenas tortas de limão. Todos os dias eu comprava uma quando voltava do trabalho. Mas essa está divina.

- Quem está de ego inflado agora, não? – disse Stana – mas está muito bom, mãe. Gigi, eu acho que o Jeff acabou de lhe dar uma indireta para aprender a fazer a mousse, se quiser eu ensino a receita. Não será tão boa quanto a da mamãe segundo o Nate, porém deve ser melhor que a da padaria.

- Indireta? Sei... você terá que ensinar para ele, sis. Não conte comigo. Já avisei antes, não engano ninguém quanto a esse assunto. Nem casando mudo de ideia – eles riram. Em seguida, Nathan encarregou-se de preparar um café para todos. Anne pediu para jogar um pouco de videogame e Jeff se ofereceu para fazer companhia a ela. Em menos de cinco minutos, os dois pareciam os melhores amigos. Gigi aproveitou para deitar a cabeça no colo da mãe. A verdade era que ia sentir saudades da mordomia que experimentara com a mãe por perto.

- Vou ficar com saudades, mãe...

- De mim ou da minha comida, Gigi?

- Das duas coisas. Ainda bem que tenho o Jeff para cozinhar para mim – ela mesmo riu recebendo o cafuné que a mãe fazia. Stana observava o jeito das duas do balcão da cozinha – ele é um amor, não mãe?

- É sim, Gigi. Ele gosta muito de você. Posso ver seu futuro ao lado dele, filha. Sabe por que?

- Por favor não diga que me vê com um barrigão de grávida e outra criança nos braços – a mãe riu, beijou a testa da filha.

- Não, boba. Porque ele enxergou a verdadeira Gigi com suas qualidades, seus defeitos, suas loucuras e isso só fez ele a querer mais. Minha caçulinha, apaixonada. Como eu esperei por esse dia. Você será muito feliz, Gigi.

- Obrigada, mãe. Eu também acho.

Nathan chegou com o café. Eles começaram a conversar numa boa. Nem sinal de Jeff e Anne, haviam se perdido no videogame. Gigi resolveu ir até a sala de vídeo de Nathan, também estava ficando tarde. Para fazer média, Nathan pediu a esposa outra porção de mousse de limão. A sogra sequer deixou Stana contestar, já se levantou para servir o genro.

- Hey... viciados em jogos, não acham que já chega? Você não quer café, amor?

- Ah, aceito sim.

- Vai ter que largar o videogame, então.

- Ah, tia! Ainda não! Estamos treinando estratégias para derrotar o tio Nathan. O tio Jeff sabe como ele joga, ensinou vários truques para Anne – Gigi sentou-se ao lado da sobrinha no sofá – estou ficando boa.

- Foi mesmo? Tio Jeff entende desse treco?

- Claro! Ele é irmão do tio Nathan. Sempre jogaram juntos. Né, tio?

- É sim. Desde que tínhamos a sua idade, Anne.

- Parece que você ganhou uma fã, não? – ele sorriu com o comentário da namorada – só mais uma partida e acabou, está bem? Tenho que levá-la em casa e amanhã tem trabalho cedo. E escola para você, mocinha.

- Tá bom, tia. Mas deixa o tio Jeff aqui comigo. Depois ele toma café.

- Já vi que arranjei competição dupla. Anne e o videogame – ela deu um beijo na cabeça da sobrinha e virou-se para beijar Jeff. Ele se distraiu com Gigi e perdeu a vida.

- Tia! Quer parar de namorar enquanto estamos jogando? Isso é sério!

- Sério? Vou lhe mostrar o que é sério... – ela agarrou a menina pela cintura e começou a fazer cócegas. Anne não conseguia se concentrar no jogo. Derrubou o controle, mas Gigi não parou devorando a barriguinha da menina com a boca e com os dedos. A risada gostosa da menina ecoava pela sala.

- Socorro, tio Jeff, socorro! – ele ria da situação. Com dó da pequena e louco para entrar na brincadeira, ele puxou Anne para o seu colo pendurando-a em seus ombros. Segurando as mãos da menina, ele saiu andando pela casa com ela, Gigi vinha logo atrás no seu encalço – desce as escadas, tio! Ela quer pegar meus pés, rápido! – Gigi ria da situação. Estava amando a interação deles. Jeff desceu as escadas com as risadas e gritinhos de Anne ao seu ouvido cada vez que Gigi ameaçava fazer cócegas em seus pés. Ao ver a agitação, dona Rada perguntou.

- O que está acontecendo aí? – Stana e Nathan admiravam a cena. Família. Tinha coisa melhor? Ela entrelaçou a mão na dele.

- Parece que Anne não teve problemas de se enturmar com Jeff... olha só para os três.

- Acho que pensariam a mesma coisa se nos vissem com ela, Staninha. Hey! Acabou o jogo? Agora que ia subir para desafiar você, Anne.

- Tia Gigi me fez morrer. E o tio também. Ninguém pode namorar quando está jogando.

- Não pode mesmo. Nunca deixo a sua tia atrapalhar nossos jogos, certo princesa?

- Verdade, mas a tia Stana manda desligar e o tio obedece.

- Sem moral, Nathan? – perguntou Gigi.

- Ou ela pega o controle e mata ele no jogo – agora a cara de Nathan demonstrava vergonha. Estava sendo difamado na frente da sogra.

- Anne, o que sua vó vai pensar assim?

- Que criei mulheres fortes a minha imagem. Aceite, está no sangue das Katics. Elas sempre mandam.

Com essa, decidiram encerrar o dia. Quando foi se despedir do genro, dona Rada deu um longo abraço em Nathan, beijou-o no rosto e agradeceu mais uma vez.

- É um prazer ter você em minha família. Não sabe quanto estou feliz.

- Mãe, por favor, promete que manterá segredo. Não comentará com ninguém. Nem com o papai? É importante. Nossa vida depende disso.

- Eu sei, filha. Não se preocupe. É o nosso segredo.

- Dona Rada, faça uma boa viagem e volte sempre que quiser. 

Eles acompanharam as visitas até a porta. Quando estavam finalmente a sós, Nathan pegou outra cerveja, abriu e sentou-se no sofá fazendo sinal para Stana sentar-se em seu colo. Tomou um gole da bebida e ofereceu a garrafa a ela que não recusou.

- Enfim, tudo acabou bem. Alguns tombos pelo caminho, mas conseguimos sobreviver a essas duas semanas, não? Melhor ainda, deixamos sua mãe feliz. Ela não ganhou apenas um genro e sim dois de uma vez.

- É, com todas as loucuras, conseguimos.

- Tenho apenas uma consideração a fazer. Sobre a mousse de limão. Eu menti. A sua é melhor, amor. Só não queria dizer isso a ela.

- Eu sei. Você não me engana, Nate.

- Sabe? – ela sorriu tocando seu nariz com o dele – por que a sua é melhor?

- Porque acrescento raspas de limão siciliano ao creme e favas de baunilha para diminuir a acidez sem usar muito açúcar.

- Belo truque. Segredinhos de Stana Katic.


- É, mas meu maior segredo é você – ela sorveu os lábios dele ainda sorrindo. Mais uma etapa de suas vidas cumpridas, a próxima estava a caminho. E como todas as outras, também não seria perfeita como a estrada de tijolos amarelos para Oz. Não importava. Naquele momento, tudo o que queriam era festejar.


Continua...

8 comentários:

Silma disse...

Daí a pessoa vem vê se têm capítulo novo e se depara com ele todo lindo e maravilhoso esperando por você.Quase tive um treco!Obrigada mundo!

Silma disse...

Dona Rada batendo na Stana(Kkkkkkk),ela é fogo se cuida viu Nathan?!Ela bajulando o genro,aumentando o ego dele(Kkkkk).Gigi toda apaixonada.Anne melhor pessoa sempre.

justsmile disse...

A S apanhando foi demais hahahah consegui imaginar perfeitamente!
Sabia que no começo Dona Rada não ia reagir muito bem a essa historia, mas que bom que saiu tudo certo....
E Anne como sempre fazendo sempre todos rirem... fazer o que, é criança hahah
Se o casamento foi essa confusão toda pra esconder, imagina quando tiver um baby a caminho?

Unknown disse...

Dona Rada quase infartou kkkkkkkkk Gigi entao nem se fala ainda bem acabou tudo bem dona Rada como sempre com Papo de Netos Gigi apaixonada pelo Jeff Stana apanhando da Dona Rada essa Fic foi top Nathan mimando a Sogra Anne como sempre defendendo seus tios amo de mais essa pequena ❤️

Unknown disse...

Anne a melhor sempre kkkkkkk Dona Rada paparicando o genro hahhaha Gigi apaixonada toda fofa e agora TODOS inclusive eu a espera do baby stanathan!!

Luciana disse...

Dona Rada foi mt boazinha, pensei q ela ia fazer birra qd soubesse do casamento. kkkkkkkkk
Adorandoooo essa fic!!!
Esse final deixou suspense.. o q será q vem por aí????

cleotavares disse...

Aha! Mas, essa D. Rada é uma sogra babona mesmo. kkkkkkk E o sr Fillion, está la se achando com a sogrinha.

Vanessa disse...

Dona Rada batendo na Stana, eu tive que rir, apesar de tudo... haha
Anne defendendo o tio, que gracinha... Depois de tanta confusão... Giff! OMG! Jeff deixando Gigi, ou melhor Gi, sem palavras... E o que foi aquele EU TE AMO? E não contente com isso ainda coloca filhos no meio... Babies Giff! <3 Gi, toda atrapalhada...haha.. Vc quer me matar? Nathan sendo mimado pela sogra... Anne sempre arrasando... Conversa fofa das irmãs... Jeff conquistando Anne... Muita emoção em um capitulo só...