Nota da Autora: Certo, estou postando esse capitulo agora porque não posso postar mais cedo. Vocês irão encontrar coisas bem interessantes nele. Uma personagem volta a cena para uma participação especial e não será sua unica aparição...vem mais dela por aí. Esse capitulo teve como inspiração a bela Nikki Heat... não que Kate tenha se transformado nela.... enjoy, a tensão está próxima...logo o angst chega...no proximo, acredito...
Cap.59
Para a
sorte de Kate, as lojas de Nova York acompanhavam o ritmo, eram quase como a
cidade, praticamente não dormiam. Claro que não faria compras na quinta
avenida, embora Dana tivesse insinuado que provavelmente seria de onde viria o
vestido que Castle daria a ela, se não fosse tão orgulhosa.
- Dana,
eu chamei você para me ajudar, não para ficar dizendo o que deveria ter feito.
Isso não é uma sessão de terapia e se fosse, que tipo de conselho é esse? –
elas estavam no metro, Kate sendo literalmente guiada por Dana. Não tinha a
mínima ideia de onde a amiga a levaria.
- Oh, mas
não estou falando como sua terapeuta. Hoje sou exclusivamente sua amiga. Aposto
que teria sido um Versace, não talvez um Gucci. Ferragamo, definitivamente.
Apesar de ter visto um Carolina Herrera simplesmente fantástico há duas
semanas...
- Dana,
quer parar de falar de vestidos que custam o preço da parcela da minha
hipoteca? Precisamos ser práticas.
- Mas eu
estou sendo! Vou te levar ao paraíso dos vestidos de grife. Um lugar que
descobri em Chelsea. E pare de resmungar. Olha que oportunidade ótima, não era você
que estava reclamando por não ter o que fazer no fim de semana? Imagino o menu.
Deve ser de morrer! Vamos, a nossa parada é a próxima, você vai amar esse
lugar.
Elas
saíram da estação do metrô e andaram três quarteirões. A porta da loja era
discreta, de fato, ela nunca ia imaginar que lá dentro havia uma pequena
boutique cheia de tesouros. Dana não mentira sobre a preciosidade da loja.
Tinha modelos das coleções passadas de vários estilistas, uma variedade
maravilhosa de sapatos e bolsas sem falar nas joias e demais acessórios. Ao ver
a cara da amiga, Dana comentou.
- O que
eu te disse?
- Nossa!
Como você descobriu esse lugar?
- Tenho
meus contatos. Que tal começarmos a escolher seu traje, Kate? – ela fez sinal
para uma das vendedoras – Susan, você pode nos ajudar a encontrar um vestido
arrasador porém discreto para a minha amiga ir a um jantar beneficente?
- Dana,
um vestido não pode ser arrasador e discreto ao mesmo tempo!
- É claro
que pode, querida. O modelo pode ser arrasador numa cor discreta. Ou detalhes
como decotes são perfeitos e fazem o vestido sem qualquer brilho ou exagero. Aliás,
o segredo dos belos vestidos está nesse equilíbrio. Vejamos, você certamente é
um 4.
- Como você
sabe?
- É o meu
trabalho, qual o seu nome mesmo?
- Kate.
- Certo,
Kate. Você tem algum estilista em mente ou talvez um modelo?
- Não,
estou aceitando sugestões. Quero algo discreto principalmente em relação a
cores.
- Na
verdade, Susan, da última vez que estive aqui vi um Carolina Herrera
deslumbrante. Era uma cor pastel quase entre o laranja e um salmão. Muito
bonito. Ficaria perfeito para Kate.
- Acho
que sei do que você está falando. Venham comigo – Susan as guiou pela loja até
uma sessão de vestidos separados por estilistas. Na coluna de Herrera, elas
começaram a avaliar as opções enquanto Susan checava o tal vestido – você está
com sorte, ele ainda está aqui. Temos em dois tons, o verde que é tamanho 6 e o
salmão que é exatamente do seu tamanho. Deve ser o destino – Dana riu do
comentário e Kate revirou os olhos. Mas o momento de rebeldia acabou no
instante que ela viu o vestido. Dana tinha razão, era perfeito para a ocasião.
Sem exageros, um belo corte. Moldava-se no corpo, a saia possuía a partir do
meio da coxa, uma fenda lateral que certamente realçariam as pernas de Kate. O
decote era cavado, embora ainda discreto. Lembrava um pouco seu Leger. Tinha um
drapeado no tronco e nas laterais que davam vida ao vestido sem ser exagerado.
Discreto era uma boa palavra para defini-lo.
-
Experimente, Kate – disse Dana – Susan precisamos de sapatos.
- Eu
tenho um par perfeito – desapareceu enquanto Dana empurrava a amiga para o
provador. Alguns minutos depois, Kate abriu o provador e foi recebida com um
sorriso de aprovação da amiga.
- Ficou
deslumbrante em você!
- É, tenho
que concordar. Parece feito sob medida para o que eu preciso – disse Kate.
- Aqui,
calce os sapatos. São quase do mesmo tom o que deve criar um ótimo contraste –
quando Kate ficou de pé a frente de Dana, ela podia imaginar a cara de Castle
ao olhar para a sua acompanhante. Ele ia babar. Decidiu não fazer esse
comentário no momento – agora, só precisa arrumar o cabelo para cima, um coque
com alguns fios caindo na lateral. Uma maquiagem em tons de laranja e salmão e
uma peça para o pescoço ou um par de brincos grandes o suficiente para
descartar o colar. Oh, quase esqueci! Achamos uma bolsa também.
- Dana,
isso é tudo maravilhoso, mas quando vai sair essa brincadeira? Não tenho
dinheiro para ostentar.
- Hey,
essa aqui não é a Saks, relaxe. Os preços daqui são excelentes e vou conseguir
um desconto para você. Que tal esse colar? – era um colar comprido imitando
ouro branco com uma forma circular na ponta que parecia estar cheia de
brilhantes – você será a estrela desse jantar, Kate. Ou devo dizer, Nikki Heat?
Susan, terminamos aqui. Quanto sai o pacote?
- Para você?
Deixe eu calcular, um minuto – Kate já trocara de roupa e estava um pouco
apreensiva. Não podia arcar com uma conta milionária. Tinha certeza que na loja
da quinta avenida, esse vestido não saia por menos de quatro mil dólares, ainda
tinha os sapatos. Deus! Onde ela viera se meter?
- Todo o
pacote sairá por 500 dólares.
- O que?
– ela sussurrou para Dana – esses sapatos sozinhos devem custar uns 300...
- O que
eu disse? Um verdadeiro paraíso.
- Dana,
como você sabe que isso é legal? E se esses vestidos foram roubados? Ou são
cópias como as bolsas em Chinatown?
- Quer
desligar o seu modo detetive? São peças verdadeiras que não foram adquiridas na
loja ou apresentaram pequenos defeitos. Eles compram, consertam e vendem. Estão
sempre uma coleção atrasados. Não tem perigo de competir com os atuais que as
dondocas esbanjam. Agora que tal fazer um favor a todas nós e pagar logo essa
conta?
Dana e
Kate saíram bem satisfeitas com as compras que fizeram. Kate estava mais
aliviada por não ter que depender de Castle dessa vez e ainda conseguir um
vestido realmente espetacular. Antes de voltarem ao metro, as amigas pararam em
um café 24 horas para fazer um pequeno lanche.
- O que
exatamente é essa festa, Kate?
- Já
expliquei, é só um jantar para angariar fundos que o chef da Maddie está
realizando. Ele é bem engajado em causas sociais.
- E por
que ela fez tanta questão da presença do Castle? Ele vai fazer algo especial no
evento?
- Não que
eu saiba. Dana, o evento é da Maddie, não meu.
- Já
parou para pensar que Maddie possa ter algum interesse em Castle? – sim, Dana
estava plantando a sementinha da dúvida. O que podia ser bom para desafiar
Kate, uma espécie de experimento. Nem de longe o que ela planejara para os
próximos encontros, mas se a vida lhe dá uma oportunidade, por que não brincar
com ela? Ciúmes sempre foram o ponto fraco de Kate em relação ao escritor, era
ali que acabava por demonstrar um pouco do que sentia. E uma crise de ciúmes
após o rompimento da parceria com benefícios faria Beckett se questionar com
certeza.
- Maddie?
Interessada em Castle? Não!
- Você
tem certeza? Há quanto tempo ela não vê ou fala com Castle?
- Uns
dois anos... o que você está insinuando, Dana? – pronto, a pulga já estava
atrás da orelha.
- Não
estou insinuando nada. Apenas achei interessante o súbito desejo de Maddie
querer Castle em sua festa já que não o vê há bastante tempo. Vamos para casa?
Amanhã tenho um dia cheio – elas deixaram o café rumo ao metro, pelo semblante
de Kate podia ver que ela estava analisando a situação que Dana acabava de
criar do nada. Isso certamente seria testado na noite de sexta-feira.
A caminho
de seu apartamento, Dana manda uma mensagem para Castle “Acredito que você irá
se divertir muito na sexta... a provocação está liberada”. Castle estava
escrevendo quando o alerta de mensagem soou. Ao ler o que a terapeuta lhe
enviara, sorriu. Sexta-feira tinha tudo para ser uma excelente noite.
Sexta-feira
Rick
Castle estava terminando de dar um nó em sua gravata borboleta vermelha. Fazia
os últimos acertos em seu traje, ajeitava o cabelo. Estava muito lindo e
charmoso. Ao aparecer na sala, Martha assobiou.
- Oh,
kiddo! Você está lindo. Posso saber a ocasião? Outro daqueles trabalhos disfarçados
com a detetive?
- Um
jantar beneficente no restaurante na melhor amiga de Kate.
- Oh, um
encontro... bom para você, Richard.
- Mãe,
não é um encontro. A amiga de Kate a convidou e como sabe que eu trabalho com
ela, estendeu o convite.
-
Continua sendo um encontro romântico para mim.
-
Encontro é quando duas pessoas concordam em passar uma noite apreciando boa
comida, um bom vinho, a dois em um restaurante e não o dividindo com duzentas
pessoas.
-
Potato... potato... você que sabe, kiddo. Ela vem aqui ou você vai busca-la
como um perfeito cavalheiro?
- Vou
busca-la.
- Vê o
que digo? Na linguagem secreta de Martha Rodgers, isso é um encontro.
Divirta-se! – Castle saiu revirando os olhos para as palavras de sua mãe. Ele
gostaria que fosse um encontro. Há pouco tempo atrás, ele chamaria exatamente
assim. Porém, a ele restava comportar-se como um cavalheiro durante um belo
jantar. Quem sabe a sorte não sorria para ele naquela noite? Afinal, ele podia
provoca-la, não?
Ao chegar
na frente do apartamento de Beckett, ele enviou uma mensagem de texto avisando
que estava lá em baixo esperando por ela. Recebeu a resposta de que estava
descendo e cinco minutos depois, ela apareceu abrindo a porta do prédio. Castle
esperava pela sua acompanhante já com a porta aberta. Ela usava um casaco sobre
o vestido, que servia para manter o suspense entorno da peça e da curiosidade
de Castle.
- Boa
noite, detetive. Pronta para um jantar cinco estrelas?
- Castle,
qualquer outra ideia que você esteja tendo desse jantar, delete. É apenas um
evento beneficente.
-
Beckett, não é apenas um evento. É o evento. Você sabia que o Chef é um dos
melhores de Nova York? O último restaurante que ele trabalhou tem três estrelas
Michelin. Não é somente um jantar. É como subir o monte Olimpo e saborear
ambrosia – ela revirou os olhos – faça careta, torça a boca, revire os olhos,
não me importo. Quando provar a comida, vai me entender. Quero ver o que vai me
dizer no final da noite.
Eles
chegaram no restaurante. Entregaram o carro para o valete e dirigiram-se para a
porta. Logo na entrada, havia uma moça tomando os casacos. Foi nessa hora que
Castle parou de respirar por alguns segundos. Ao retirar o casaco, ele pode ver
Beckett por inteiro pela primeira vez naquela noite. Nossa! Ela estava
deslumbrante.
- Você
está realmente linda, Beckett. Uma verdadeira lady em noite de gala. Parece que
você não precisava da minha ajuda afinal – ela sorriu adorando o efeito que
causara nele – esse jantar fica mais interessante a cada minuto – sim, definitivamente
haveria muita provocação essa noite. Se Beckett acreditava que podia andar ao
seu lado usando esse vestido que só o fazia pensar besteiras, ele também iria
deixa-la em maus lençóis. Quid pro quo, detetive, era sua vez de faze-la se
arrepender da parceria sem benefícios essa noite. Sua mãe tinha razão, poderia
ter sido um excelente encontro - podemos? – ele ofereceu o braço para ela.
Uma outra
moça os aguardava com uma lista em mãos. Beckett se apressou em dizer seu nome
para não demonstrar que eram um casal.
-
Beckett, Katherine – a moça sorriu e checou a lista. Ao voltar seu olhar para o
casal a sua frente, ela disse.
- Kate Beckett e Rick Castle. Vocês estão na mesa VIP com a senhorita Queller.
Sigam-me, por favor.
- Nada
como ser famoso... – ele implicou.
- Dessa
vez, você está entre os Vips por minha causa, Castle. Maddie é minha amiga,
esqueceu?
- Mesmo?
Então por que ela praticamente me intimou a vir? – a pergunta de Castle fez
Beckett lembrar-se das palavras de Dana. Havia realmente outro interesse ali?
- Becks!
Wow! Você está arrasando! – ela deu um beijo e um abraço na amiga, voltou a
olhar para ele comentando – ela sempre soube como entrar em cena, todos aqui
estão olhando para ela. Devia ter sido modelo.
- Ah,
seria uma top model de sucesso. Mas mesmo hoje, ela chama a atenção onde entra,
claro que perde um pouco do brilho quando ela esfrega o distintivo na cara das
pessoas – eles riram deixando Beckett envergonhada.
- E você,
Rick Castle, continua charmoso. É um prazer recebe-los – ela beijou o rosto de
Castle que propositalmente a abraçou pela cintura. O gesto foi notado pela
detetive – sentem-se! Este são Paul e Suzanna Clarke, os meus sócios no
restaurante. E logo irão conhecer o meu chef maravilhoso. Aposto que você vai
adorar, Castle. Eu sei que gosta dele. Sua especialidade é a cozinha francesa. Ah!
Ai está ele! Rocco! – Maddie deu um beijo no chef e fez as devidas
apresentações – você já conhece Castle e essa é Kate Beckett.
-
Maddie... por isso você me convidou...dessa vez posso finalmente provar o
nhoque?
- Pode
apostar que sim – disse Maddie – eu sabia que você adoraria a chance de
revisitar nosso jantar não terminado – ela sorriu para Castle. Beckett mordeu
os lábios, não estava gostando nada daquela insinuação ao passado.
- Um
prazer conhecer a inspiração de Nikki Heat. Castle a descreve muito bem.
Maddie, preciso de sua ajuda, pode vir na cozinha? – ela acompanhou o chef,
dando espaço aos convidados para checar algumas coisas na cozinha.
- Maddie
está muito bonita hoje... – comentou Castle – eu não a vejo em o que, dois
anos? Sabe, eu ainda não a perdoei por não deixar eu terminar aquele jantar
maravilhoso. Ainda bem que Maddie lembrou de mim...
- É, até
parece que ela fez esse evento somente para você poder provar o tal nhoque... –
ele sentiu o tom contrariado na voz da detetive.
- Não
diria que fez o evento para mim, Beckett. Isso seria presunçoso demais, apesar
que lembrar que eu aprecio a comida de Rocco depois do nosso breve encontro há
dois anos? Talvez eu tenha causado um impacto, não? Rocco sequer trabalhava
para ela na época. Aliás, estou curioso como eles acabaram trabalhando juntos
se ele tinha seu próprio restaurante.
- Você
pode perguntar para Maddie.
- Pode
apostar que farei isso.
Logo que
Maddie voltou para a mesa, Castle não perdeu tempo agradecendo pelo convite.
-
Madison, não sei como agradece-la. Eu realmente queria ter a oportunidade de
comer um jantar de Rocco. Satisfaça uma curiosidade, como ele se tornou seu
chef? O que aconteceu com o restaurante dele? Sei que continua aberto.
- Ah, sim.
Nós nos tornamos sócios nesse novo empreendimento. Rocco queria investir em
outra cadeia de restaurantes, eu queria abrir outro Q3, juntamente com Suzanna
que foi nossa mediadora acabamos chegando a um acordo perfeito. Essa é a
segunda unidade do Q3 com o Chef Rocco no comando da cozinha e eu do negócio. Para
não dar ideia de franchising chamamos de Q4, somos quatro sócios. Uma parceria
dos céus, posso dizer.
-
Interessante... – Kate estava calada. Se sentia realmente um peixe fora d´agua
nas conversas sobre culinária entre Castle e Maddie. O pior é que ambos parecia
estar ignorando sua presença ali. Será que Castle tinha razão? A amiga a
convidara somente por saber que ela poderia trazer o escritor? Desde que se
reencontraram há dois anos, Beckett e Maddie se viam esporadicamente, uma ou
duas vezes no mês quando Maddie não estava viajando ou ocupadas com eventos. A
amizade do colégio retornou, mas Beckett nunca conseguira contar a ela o que
sentia por Castle, apesar da insistência da amiga em dizer que gostava dele.
- Becks,
e você? Está namorando alguém? – a pergunta fez Beckett voltar sua atenção a
mesa.
- Ah,
não...ninguém.
- Sério?
Isso não é comum. Tem dois anos que nos reencontramos e você não está namorando
ninguém. Acho que esse trabalho de policial te deixa sem vida social. Se
quiser, pode aparecer aqui no restaurante para eu te indicar alguns ótimos
partidos. Tem muitos advogados, médicos e homens de negócios que frequentam
esse lugar para almoços importantes e alguns são lindos e solteiros. Apesar que
enxergo um ótimo partido em seu radar.
-
Talvez... – mas ela não soou bem convincente – eu preciso ir ao toalete. Com
licença – assim que Beckett se levantou, Maddison voltou sua atenção a Castle
sendo bastante direta.
- Certo,
pode me explicar qual é o problema com vocês dois? Ela gosta de você, eu já
percebi desde a última vez. Não apenas por ter estragado nosso pequeno jantar,
mas pelo pouco que me contou no dia que foi me procurar no restaurante. Sempre
menciona você nas nossas conversas, Castle fez isso, Castle disse aquilo. Por
que em nome de Deus vocês não estão juntos? Eu vi o jeito que olha para ela,
nem tente negar que é só trabalho – de repente, Maddie arregalou os olhos –
isso não é apenas atuação, certo? Não me diga que a imagem de playboy
mulherengo é apenas fachada e você é gay! Não ia aguentar, não pode ser
possível. Um homem tão lindo e charmoso., não. Droga, eu me sinto atraída pelo
seu charme, Castle.
- Obrigado
pelos elogios. E parte do que você lê sobre mim, playboy milionário e
mulherengo é uma estratégia de marketing, talvez anos atrás eu fosse assim.
Hoje não mais.
- Por
causa da Becks... eu sei.
- Tudo
bem, sim eu gosto dela, muito. Mas Kate tem alguns problemas que aconteceram em
seu passado que precisa lidar, ela realmente está se esforçando.
- Eu sei
que a morte da mãe a mudou. Becks costumava ser aventureira e se jogava na vida
sabe? Não estou falando só de festa, ela gostava de experimentar coisas novas.
Se desafiar.
- Ela é
bem parecida com a mãe pelo que ela conta.
- Ela
adorava Johanna. Falava com orgulho dela, eu sabia que ia seguir na advocacia.
Depois do colégio, perdemos contato, eu fui estudar na França e nos encontramos
naquelas circunstâncias. Ela sofre até hoje por causa do caso da mãe. Deve ser
difícil ser detetive e não conseguir solucionar o único caso que realmente
importa. Mas não era isso que estava falando. Quero saber o que impede os dois
de estarem juntos.
- É
complicado.
- Nada é
complicado. Nós que complicamos. Ela tem ciúmes de você, obviamente. Já rolou
algo? Um beijo, talvez? – mesmo não respondendo, Castle se denunciou – vejo que
sim, diria que até mais... hum, estou tendo uma ideia...
-
Maddison, é complicado. Ela realmente está tentando mudar, quer deixar esse
passado, essa obsessão para trás. Está investindo pesado no tratamento, na
terapia e Dana, vem fazendo milagres. Acho que se continuarmos dando o espaço
que ela precisa, os muros virão abaixo. Não quero criar uma situação onde ela
se sinta pressionada. Isso pode ser ruim para o tratamento.
- Meu
Deus! Você é apaixonado por Becks, você a ama. Wow! Castle, que tal fazer uma
brincadeira comigo? Está a fim de provocar Beckett? Acho que ela vai ter uma
crise de ciúmes.
- Você
quer que Beckett faça uma cena no seu restaurante? Isso arruinaria seu evento.
- Kate
Beckett não fará uma cena. A briga dela será comigo. Não se preocupe, não irei
te beijar, estou comprometida. O que me lembra que preciso avisa-lo do nosso
plano... volto já – Kate retorna do banheiro achando estranho a ausência de
Maddie na mesa. Castle conversava alegremente com o outro casal. Ao sentar-se
ao lado dele, Castle sussurrou.
- Melhore
essa cara, detetive. Uma noite tão agradável precisa de sorrisos. Quer mais
vinho?
- Que
cara? E agradável para você que me esqueceu e ficou papeando sobre o mundo
gastronômico com Maddie.
- Oh,
desculpe. Mas achei que isso não era um encontro então, resolvi me entreter de
outra maneira para não deixa-la em uma situação desconfortável.
- Não é
um encontro, mas você pode conversar comigo e não me ignorar.
-
Desculpe, Beckett. É que realmente me empolguei falando de comida. Maddie é
fascinante! – ele viu Beckett se segurar para não revirar os olhos – acho que
entendi finalmente o motivo por ela ter me convidado – a cara de interrogação
serviu como um estimulo para continuar – acredito que ela está com segundas
intenções – a sementinha do mal plantada por Dana na noite anterior, começava a
germinar. Será que era essa a intenção da amiga desde o princípio? Usa-la para
chegar a Castle? Não, ele estava apenas provocando-a.
Castle
podia ver o quanto Beckett estava intrigada com tudo. A mente da detetive
deveria estar tentando montar o quebra-cabeça, juntando as peças para entender
se havia alguma verdade nas palavras dele. Poderia ser uma excelente maneira de
provoca-la como Dana sugeria. Nesse instante, a entrada começava a ser servida
e Maddison se juntava a mesa.
Haviam
dois cardápios disponíveis e Maddison fez questão de servir o mesmo para Castle
e Beckett a fim de ter o outro para si, o que ajudaria na sua brincadeira. Ao
provar seu prato, Castle fechou os olhos suspirando.
- Isso
está fantástico. O que achou, Beckett?
- Muito
bom, diferente.
- Quer
provar o meu, Rick? – Maddison ofereceu já levando a colher na boca do
escritor. Kate observava a cena entortando a boca – divino, não?
- Sim,
especial demais – sorriu para ela. Maddison aproximou sua cadeira dele. Beckett
percebeu que ela tentava toca-lo através de pequenos gestos. Não sabia se
aguentaria ver essas cenas bem na sua frente. Maddie não tirava os olhos de
Castle.
- Mal
posso esperar para você provar o nhoque do Rocco. Esse sim é especial –
enquanto comia, Madisson deixava a mão esbarrar na de Castle, tocava seu braço
fazendo caricias e sorria sem perder o contato dos olhos. Ela estava flertando
com ele descaradamente. Castle tentava inseri-la na conversa, mas a situação
estava causando tanta irritação a Beckett que ela mal conseguia responder,
ficara monossilábica. Obviamente, ele sabia o porquê. O plano de Maddison
estava dando certo. O prato principal chegou. O tão sonhado nhoque.
Castle
contemplava o prato a sua frente. Pegou o celular e tirou uma foto.
- O que você
está fazendo? – Beckett perguntou.
-
Salvando o momento para a posteridade e vou twittar sobre isso assim que
provar. Não é todo mundo que tem a oportunidade de comer essa maravilha.
- Você
ainda nem provou, como sabe que é bom?
- Se você
assistisse a guerra dos chefs não faria uma pergunta dessas. Somente de olhar o
prato na tv você sabe que será uma obra de arte da culinária.
- Sim!
Nossa, Rick! Você pensa como eu. Somos quase almas gêmeas separadas no mundo e
unidas pela boa cozinha – ela propositalmente tocou o rosto dele. Beckett
prendeu a respiração - Vamos experimentar? – eles debruçaram-se no prato e
outra vez gemiam ao sentir o gosto da comida. Beckett observava o jeito dos
dois, pareciam estar se dando muito bem, na verdade bem demais em sua opinião –
não sou religiosa, mas esse nhoque é de comer rezando! Estou me sentindo a Meg
Ryan em Harry e Sally.
-
Realmente dos deuses – concordou Castle. Maddie colocou outra colher na boca e
deixou-se deslizar para o lado de Castle repousando a cabeça sobre seu ombro. A
mão de Kate apertou com tanta força o garfo que as juntas ficaram brancas. O
ciúme começava a fugir do controle. Na mente de Beckett, o que estava se
desenhando em sua frente era uma situação similar à que aconteceu com as duas
amigas no último ano do colegial. Castle estava se tornando o novo Brent
Edwards. Controle-se, Kate. Ela repetia para si mesma, quase um mantra. Não era
como se Castle fosse agarra-la ou beija-la, certo? Quer dizer, ele gostava,
não, ele a amava. E se... porém Kate não completou o pensamento ao se deparar
com a cena de Maddie oferecendo o nhoque na boca de Castle. Aquilo estava
passando dos limites.
- Que
delícia, Maddie – os dois riam como bobos. Era isso, já chega. Precisava dar um
basta nessa palhaçada.
- Maddie,
vou ao toalete.
- Ah,
tá... – disse a amiga voltando a sua atenção para Rick.
- Vem
comigo, Maddie – o olhar de Beckett dizia tudo. Estava irritada e seus olhos
gritavam ciúmes, Maddison se levantou da cadeira, acariciou o ombro de Castle e
disse.
- Volto
já... – sorrindo e piscando para ele que levantou a taça como se fizesse um
brinde. Castle sabia que a discussão entre as duas ia ser bem quente. Gostaria
de presenciar se pudesse.
Quando
chegaram no corredor do banheiro, Beckett primeiro se certificou que não havia
ninguém no toalete feminino então fechou a porta com a amiga lá dentro.
- Becks,
o que está fazendo?
- Você! O
que você pensa que está fazendo? – ela estava exaltada. Maddie calmamente
responde.
-
Aproveitando um jantar delicioso em ótima companhia, ao contrário de você.
- Jantar,
você está usando seu jantar para dar em cima de Castle. Está flertando com ele
na minha frente! Descaradamente! É Brent Edwards outra vez, Maddie! Como você
pode fazer isso? Foi por isso que me convidou? Por que só queria que eu
trouxesse Castle? – a voz totalmente alterada. Beckett andava de um lado para
outro.
- Eu
pensei que vocês não tivessem nada. Não estão agindo como namorados e você
foi... oh, meu Deus! Becks! Você está se roendo de ciúmes! Você gosta dele! Como
é possível conviver quase quatro anos com um cara charmoso, maravilhoso como
Rick e não namorá-lo? O que há de errado com você?
- O que
há de errado? Você se insinuando para ele!
- Não, é
o que qualquer mulher inteligente e com bom gosto faria.
- Não sou
qualquer mulher.
- Não,
Becks. Você é a mulher que ele escolheu, você é a musa, de quem ele realmente
gosta. Eu sabia que você também é louca por Castle, saquei isso da primeira vez
e hoje não foi diferente. Você tenta disfarçar, mas está no seu jeito de olhar,
nas suas palavras. Sempre que nos encontramos, você o menciona, de um jeito ou
de outro. Aposto que teve que se enganar sobre esse jantar não ser um encontro.
Eu provoquei Becks. Eu não quero nada com Castle. Eu já estou comprometida e
muito bem com o Rocco – Beckett ficou boquiaberta – sim, foi uma das razões porque
abrimos esse restaurante juntos. Eu estou apaixonada. Criei a situação para
testa-la. E funcionou. Quem está encurralada agora? Então, pergunto de novo, o
que há de errado com você?
Beckett
soltou um longo suspiro. Passou a mão pelos cabelos e encostou-se na pia.
- Você me
provocou...
- E
funcionou.
- Ele
sabe? Tem dedo dele nisso também ou ele estava apenas adorando a bajulação? Ele
realmente estava gostando do flerte ou... – Maddie viu a preocupação com a
resposta. Se disse não, Kate era capaz de assumir que ele não gostava tanto
dela assim, caso respondesse sim, ela ficaria irritada com os dois, optou pela
resposta que livraria Castle da forca.
- Não
realmente. Eu estava conversando com ele e perguntei se estavam juntos. Quando
ele me respondeu que não, fiquei impressionada. Não, chocada. Disse que dava
para ver que ele gostava de você. A resposta de Rick foi “é complicado”. Falou
que você tem outra prioridade e que confia em você, mas as vezes se pergunta se
um dia terá seu sentimento retribuído. Ele tem dúvidas se você gosta tanto dele
como ele de você – teatro era outra especialidade de Maddie – eu disse que
podia provar. Acertei, não? Você está louca de ciúmes.
- Você
não provou nada. Tudo o que Castle viu foi eu chamando-a para ir ao banheiro.
- Becks, você
não viu a sua cara. Não vai querer fazer uma cena no meu jantar, vai?
- Não,
mas seria interessante acabar com os sonhos de Castle de usar você para me
fazer ciúmes.
- Não foi
por esse motivo que decidi fazer isso, Becks. Custa mostrar para o cara que
gosta dele? Tirar essa dúvida? Por que tem que entrar no jogo e fingir quando a
verdade é bem mais interessante? Você já perdeu quatro anos. Quantos mais você
acha que ele estará disposto a perder esperando a sua boa vontade de se
declarar? Já parou para pensar que podia ter sido outra mulher realmente
querendo algo mais com ele?
- Não...
- Kate,
eu sei que você tem alguns pontos pendentes na sua vida. Sei que não é fácil
perder alguém tão importante como sua mãe. Seu trabalho também exige que se
proteja, crie uma fortaleza. Mas não afaste as pessoas que gostam de você, que
querem seu bem.
- Maddie,
desde quando você virou psicóloga?
- Acho
que todos nós gostamos de dar conselhos de vez em quando. Seria bom que você
ouvisse também – Maddison se aproximou de Kate apertando-lhe a mão – você está
chateada comigo? Becks, isso não teve nada de Brent Edwards. Eu gosto de
Castle, mas quero vê-lo com você. Ele escreve sobre você, quer melhor
declaração de amor que essa? Se te magoei, me perdoa.
- Não,
Maddie. Tudo bem. Entendi sua boa intenção. Mas é complicado...
- Vocês
combinam as respostas? Complicado é a palavra da vez? Posso ver no seu
semblante que gosta dele, está apaixonada. Por que não assume que é louca pelo
cara? Solteiro, charmoso, bonitão, milionário e apaixonado por você! É acertar
na loteria. Tem ideia de quantas mulheres queriam o seu lugar no coração dele?
- Não
precisa me lembrar disso. Nada é fácil. Ele está certo. Ainda não estou pronta
para dizer e demonstrar tudo o que sinto, quero chegar lá. Tenho pendências
comigo mesma que vem antes de Castle. Estou me esforçando, de verdade. E
Castle, ele... eu nem sei como ele ainda tem paciência depois de tudo.
- Tudo?
Como assim, tudo?
- É uma
longa história.
- Oh, meu
Deus! Você já dormiu com ele! Kate Beckett, eu sabia que não poderia perder
minha fé em você. Quero detalhes.
- Não.
Esse não é o lugar. Além do mais, ele já deve estar apreensivo achando que eu
cometi um homicídio.
- Tudo
bem, promete que me conta depois?
- Vou
pensar no seu caso e por favor, pare com o teatro.
- Sem
problemas.
Elas
voltaram para a mesa. Castle, como Beckett previra, estava impaciente.
- Onde
vocês estavam? O nhoque de vocês esfriou! É um sacrilégio comer isso frio.
Pensei que você tinha encontrado um corpo no banheiro pela demora, o que seria
muito legal, mas extremamente frustrante por estragar minha segunda chance de
jantar com o chef Rocco e...
- Castle,
cala a boca!
- Ok... –
ele sussurrou para Maddie – o que deu nela? – ela respondeu em igual tom.
-
Pergunte você, sabe aquele bichinho, o do ciúme? Foi mordida... – ela virou-se
pegando os pratos – vou esquentar nosso jantar, Becks. Já volto – assim que
Maddie saiu, Castle testou a teoria da amiga de Kate.
- Maddie
é realmente encantadora, não? Uma verdadeira anfitriã. Ela sabe muito do
assunto e sempre admiro mulheres que dissertam bem sobre um conteúdo
especifico. Mulheres bonitas e inteligentes definitivamente são meu ponto
fraco, Beckett.
- Odeio
ter que estourar sua bolha de fantasia, Castle, mas Maddie está em outra.
-
Beckett, isso é seu jeito de expressar que não gostou da maneira que ela me
tratou? Porque ela estava sendo atenciosa, carinhosa, brincalhona e sim,
flertava como você fazia antes do nosso rompimento de benefícios. Demonstrar
interesse em uma amiga até onde sei não viola nossa parceria profissional,
certo? – provocou e não teve medo de talvez ter passado dos limites. Sua vez,
detetive.
- Isso
não tem nada a ver com a nossa parceria com benefícios.
- Não,
nas entrelinhas de seu discurso eu leio... – ele se aproximou dela sussurrando
ao seu ouvido enquanto os dedos deslizavam pelo braço dela suavemente –
ciúmes... você queria estar no lugar dela, detetive? – Kate engoliu em seco, o
tom da voz de Castle especialmente quando falava “detetive” sempre mexia com
seus pensamentos.
-
Castle... em seus sonhos.
- Oh!
Isso acaba de ficar muito interessante... nos meus sonhos tudo acontece, não há
limites – ela passou a mão pela garganta – está quente aqui, Beckett? Está com
calor? - Quid pro quo, pensou.
- Não,
eu... – concentre-se Beckett, brigava consigo mesma. Porém, Castle sabia
exatamente que botões apertar para deixa-la sem reação – e-eu te odeio,
Castle...
-
Verdade, você diz que me odeia desde de o primeiro dia que me conheceu, já está
um pouco batido. Que tal mudar o discurso? Pode dizer que gosta de mim, que sou
bonitão, charmoso, que se deleita com as minhas histórias e que adora meus
beijos, você tem conhecimento para opinar – a cada sussurro, Kate ficava mais
envolvida. Castle parara de tocar seu braço, agora ele segurava o colar que ela
usava e mexia de um lado a outro roçando propositadamente nos seios dela. O
movimento começava a enrijecer seus mamilos fazendo a respiração de Kate mudar.
- Nada,
Beckett? Tenho uma sugestão. Que tal se colocar no lugar de sua álter ego? Se
está com dúvidas de como agir nesse momento, seja Nikki e pergunte: o que a
detetive inteligente, sagaz e sexy... – ele mordiscou o lóbulo da orelha dela,
ela fechara os olhos – extremamente sexy, Nikki Heat, faria? – Castle tornou a
roçar o colar já ciente que alcançara o efeito desejado, Beckett estava
entregue – pergunta difícil quando se tem limites, não? Eu poderia sugerir
muitas coisas interessantes para Nikki fazer, para você fazer, está quase
desejando que isso fosse um encontro de verdade... – ele a ouviu gemer - infelizmente
seria inapropriado diante do fato de que nossa parceria não inclui
benefícios... oh! – ele mordiscou novamente o lóbulo da orelha dela – cedo
demais? – disse esbarrando os dedos em um dos seios ao largar o colar.
Um
segundo depois, afastou-se completamente dela e como se nada tivesse
acontecido, comentou.
- Hum...
parece que vão servir a sobremesa – a voz completamente normal e os olhos
observando a luta interna da mulher ao seu lado. Seu semblante dizia tudo. Ele
a provocara, quase ultrapassara limites e sabia muito bem o que fizera com ela.
Beckett
não conseguia abrir os olhos ainda. Ela não resistira a provocação. A voz
sussurrada, a ideia plantada na mente despertara todos os sentidos em seu
corpo, Castle brincara com sua mente usando apenas palavras. Ela estava quente
e excitada. Essa foi a reação que teve. Duas palavras lhe vieram à mente.
Masturbação verbal.
Reunindo
todas as forças que conseguia, ela se colocou de pé. As pernas um pouco bambas.
Pegou a taça de vinho e bebeu-a de uma vez.
- Aqui
está, podemos saborear nossos...- Maddie chegava com seu prato principal outra
vez, sorrindo mas parou de falar quando a amiga a interrompeu parecendo um pouco
zonza.
- Eu
vou...ali... – Kate caminhou outra vez para o banheiro.
- O que
deu nela? – perguntou Maddison já se sentando para voltar a comer.
- Nada
demais. Foi se recompor, acabou de receber uma dose especial de Castle. Acabei
de fazer o sei de melhor, irrita-la e excita-la, definitivamente algo que faço
com maestria.
- Você, o
que? Como você sabe?
- Ah,
acredite em mim. Eu sei – ele tirou uma garfada do nhoque do prato de Kate –
será um desperdício se esfriar outra vez.
- Antes
que ela volte, lembra quando me disse que gostaria de saber se ela gosta de
você? – Castle afirmou com a cabeça enquanto Maddie digitava avidamente no
telefone – aqui, escreva seu número.
- Acho
que já fizemos nossa brincadeira por hoje, Maddie. Tudo tem limite.
- Castle,
digite logo. E confie em mim – ele digitou, ela apertou o botão enviar e em
segundos uma mensagem surgiu no celular de Castle – esse é um presentinho meu
para você. Só não escute aqui, por favor.
- Um
áudio? Você gravou a conversa de vocês?
- Você
pode me agradecer me convidando para jantar, de preferência no meu restaurante.
Sempre sou a favor de uma situação ganha-ganha – piscou para ele.
No
banheiro, Kate tentava acalmar seu corpo. O problema era que mesmo começando a
ficar irritada com Castle, pensar nele era pior porque a fazia lembrar do
momento que acabaram de ter. Ele a dobrara com palavras, meros sussurros ao pé
do ouvido! Como podia ser tão fraca? Se render tão fácil?
- O que
Nikki Heat faria! Dane-se, Nikki! O que importa é o que Kate Beckett faria e
Deus! Eu queria avançar naqueles lábios e beija-los até deixá-los inchados,
morder até sangrar... – ela gemeu outra vez – idiota! Você é uma idiota! Não
pode ceder, não pode... o tratamento... uma idiota apaixonada...- suspirou. Os
olhos estavam cheios de lagrimas. Lutava para não derrama-las. Entre a cruz e a
espada, o desejo e a razão. Após vários longos suspiros, ela recompôs-se e
decidiu voltar ao salão.
Ao vê-la,
ele sorriu.
-
Beckett, tive que comer parte do seu nhoque. Massa fria não é gostosa, mas
ainda está em uma temperatura adequada para comer. Eu pedi para o garçom mantê-lo
sobre um prato aquecido. Já que voltou, faça companhia para Maddie. É a minha
vez de ir à toalete – ele apenas queria ouvir a gravação que Maddie lhe
passara, a curiosidade era maior e não podia esperar.
- Está
tudo bem com você, Becks?
- Não sei
definir o sentido de bem nesse momento.
- Vocês,
Castle, discutiu com ele? Estão numa boa?
- Por que
pergunta? Ele disse alguma coisa?
- Não,
Castle é um perfeito cavalheiro. Sua saída da mesa é que foi meio abrupta. E eu
vi, vocês de longe, pareciam bem ocupados – Kate suspirou.
- Maddie,
por favor, você pode me conseguir algo gelado? – ela queria arranjar um
pretexto para a amiga parar de falar de Castle e sumir por alguns minutos.
Quando Maddie se levantou da cadeira desaparecendo pelo salão, ela tentou
comer. Ao colocar uma porção na boca, experimentou os sabores deliciosos que
Castle falara, tão bom quanto fazer amor, pensou. A cada garfada, uma
verdadeira explosão de sabores, delicados, que floresciam no palato tal qual os
beijos de Castle.... ela gemeu com o pensamento. Ao abrir os olhos, se deparou
com o escritor a olhando com um sorriso enorme nos lábios. Sorriso esse que não
se desfizera desde que ouvira o áudio.
- De
comer rezando não, Kate? Quase tão bom quanto o ato de fazer amor... eu disse
“quase”, algumas coisas são insubstituíveis. Concorda?
- Não
seriam inesquecíveis, Castle?
- Bem é
quase como “trocar seis por meia dúzia”, Beckett... – ele piscou para ela.
Maddie
voltou a mesa com um copo cheio de agua gelada e vários cubos de gelo. Também
chamou o garçom para lhes servir a sobremesa. Kate agradeceu aos deuses pela
sobremesa ser de chocolate. Comeu com gosto sua porção e virou-se para a amiga
quase suplicando.
- Maddie,
pode me arranjar outro desses?
- Hum...
parece que Rocco finalmente conquistou seu paladar, Becks. Ou seria o
chocolate? – ela fez sinal para o garçom e entregou outra sobremesa a amiga.
Kate devorou o chocolate do doce como quem aprecia um beijo, para ela era
exatamente isso que imaginava. Chocolate era o substituto dos beijos de
Castle.
O café
expresso foi servido. Ciente de toda a tentação que estava diante da amiga,
Maddie optou por tópicos de conversa que não deixassem ninguém constrangido. Finalmente,
o jantar terminara. Após a dose de licor que acompanhara o delicioso expresso,
Beckett decidiu que estava na hora de encerrar a noite. Despediu-se da amiga e
após um beijo, Maddie falou.
- Você me
deve um almoço, Becks. Temos muito o que conversar. E você, Rick, fique à
vontade para aparecer aqui sempre que desejar um nhoque de Rocco – ela piscou
para ele claramente lembrando-o da dívida.
-
Definitivamente. E obrigado por pensar em mim para esse evento. Memorável é o
mínimo que consigo dizer para descreve-lo.
Castle
entregou seu ticket ao valete e em dois minutos, seu carro já estava a
disponível. A volta para casa foi praticamente em silencio. Beckett tinha medo
de começar a falar e acabar provocando outra cena como aquela no restaurante.
Era a última coisa que precisava para encerrar a noite. Ele parou o carro na
frente do prédio dela. Desceu do carro e abriu a porta para que ela saísse. Virou-se
para fita-la, ficando frente a frente.
- Foi uma
noite muito interessante e extremamente prazerosa ao seu lado, Beckett.
Obrigado pelo convite. É reconfortante apreciar o prazer de uma bela refeição
com você. Os sabores, as texturas, as reações que provocam em nosso corpo,
mente. Uma experiência capaz de nos tirar o fôlego... – a voz dele estava outra
vez sedutora e quase rouca já enviando sinais de perigo para a mente de
Beckett.
- Não
deveria agradecer a Maddie?
- Ah,
não...quem tornou o jantar gratificante foi você, detetive. Eu acho que só nos
resta desejar ao outro uma boa noite e sonhos, doces sonhos, Kate. A menos... –
ele estava bem próximo do rosto dela, os olhares fixos um no outro até que o
par amendoado se desviou para os lábios dele, sussurrando.
- A
menos...
- Quid
pro quo, Kate – ele passou a língua nos lábios, agora seus lábios doíam
desejando beija-lo – se quiser, venha pegar...apenas faça... – era tentação
demais, desejo demais... ela sentia-se hipnotizada e o encontro das bocas
aconteceu, ela o puxou pela gravata borboleta sorvendo os lábios quase no
desespero. Queria cessar a dor e a vontade que faziam seus lábios arderem. As
línguas se cumprimentavam em um ritmo vagaroso e extremamente sexy, como
imaginara, ela mordiscava seus lábios provocando. Castle brincava outra vez com
o colar que ela usava, porém agora seus dedos deslizavam pela pele exposta
entre os seios, o contato a fazia gemer entre os lábios. Kate afastou-se quase
ofegante, não por falta de ar, mas pelo domínio que o desejo provocava em seu
corpo. Castle olhou-a de maneira enigmática.
- Deus...
– ela deixou escapar escorando-se na lateral do carro.
- Faça de
novo... apenas faça de novo... – os olhos azuis pareciam devorar-lhe por
completo. Ela sorriu maliciosa.
- Quid
pro quo, Castle... – era tudo o que ele queria que ela dissesse.
- Bem,
nesse caso... bons sonhos, detetive – e caminhou para o lado do motorista
fazendo Beckett se virar para observa-lo atônita com o gesto. Ele deu partida
no carro e desapareceu pela rua. Ele fizera novamente. Provocara e atiçara.
Seus sonhos não seriam nada bons, seriam provavelmente ao estilo de Nikki Heat.
Quentes...
- Droga,
Castle! – foi tudo que ela conseguiu dizer antes de entrar em seu prédio
naquele início de madrugada.
Continua....
5 comentários:
Muito bom. Gente do céu! se a Dana e a Madie se juntarem, eu tenho pena da Kate. kkkkkk
Amoooooo o Castle provocante.
Um banhozinho gelado cai bem agora, não é d. Kate?
Wow que Per Sabia que a Detetive não ai resistir kkkkk olha o Ciumes adoro
Jesussssssssss, esses dois sabem provocar a coitadinha da Kate..ou seriam esses três?? Ainda tem Dana, a mais maléfica!kkkkkkkkkkkkkkkkkk
Confesso que fiquei com pena dela no começo do cap!! Kate consegue ser irritante e ao mesmo tempo tão carente! Fico com mt dó em vê-la sofrer!!!
Maddie melhor pessoa 2 hahaha
Se juntar com a Dana, ja vira formação de quadrilha... Amei! hahaha
Kate com ciumes é tão bom... Adorei os toques da Maddie... Ele a ama, mas ela não pode ficar achando que ele vai esperar pra sempre...
Castle arrasou nas provocações... Não vai sobrar chocolate em NY. kkkkkk
Da uma agonia essa luta da Beckett. Socorro! Quem vai precisar de gelo e chocolate somos nós... ahhahaha
Até quando vão ficar nessa? 😩 Só com muito chocolate pra sobreviver né Kate? 😂😂😂
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