sábado, 22 de maio de 2010

[Bones Fics] A Espera

Título: A Espera
Autora: Karen Jobim
Classificação: PG-13
Gênero: Angst, songfic, Brennan POV
Advertências: Spoilers da SF 5x22.
Capítulos: 1 One-shot
Completa: [x] Sim [ ] Não
Resumo: Temperance Brennan está em Maluku e o tempo a desafia mostrando o quanto a espera pode ser difícil.

Não costumo usar canções nacionais para fics salvo raríssimas exceções mas ontem ao ouvir Renato Russo não pude deixar de pensar em Bones.Espero que gostem!

Música: Vento no litoral

A Espera


Maluku island
1 mês depois...

Eram 4 da tarde de uma sexta-feira e Temperance Brennan acabara de passar as últimas recomendações ao time de pesquisadores e assinou o relatório da semana. Estava exausta. A semana exigira demais dela foram mais de 12 horas debruçada sobre uma ossada catalogando cada um dos ossos. Daisy se aproximou sorrindo.

- Dr.Brennan, você vem conosco? Vamos a um barzinho tomar algo, um pequeno happy hour.

- Não Ms. Wick. Tenho outros planos.

- Ok, bom final de semana e a vejo na segunda.

Brennan pegou sua mochila com o notebook e rumou para o carro. Dirigiu por uns 15 minutos até a praia. Tirou os sapatos e descalça desceu uma pequena escada de madeira que dava acesso a praia. Ao sentir a areia fria em seus pés não pode deixar de abrir um sorriso. Ela puxou a barra da calça jeans até os joelhos e começou a caminhar lentamente pela praia em direção ao mar. Um mês se passara e para ela pareciam anos, o tempo se arrastava a deixando ainda mais solitária. Sentiu as ondas lamberem seus pés, o vento no rosto e os raios de sol no rosto. Abriu os braços.


De tarde quero descansar
Chegar até a praia e ver
Se o vento ainda esta forte
E vai ser bom subir nas pedras
Sei que faço isso pra esquecer
Eu deixo a onda me acertar
E o vento vai levando
Tudo embora...

A imensidão azul a sua frente a fazia sentir-se tão perdida,tão pequena. Por alguns momentos, a antropóloga tão renomada deixara aquele corpo dando lugar ao ser humano. Um mês. Está tão difícil aguentar isso tudo. Sinto-me sozinha. Sabia o que estava fazendo aqui, seria responsável por uma das maiores descobertas da evolução humana mas de que adianta se não posso compartilhar isso com você. Ao aceitar esse trabalho, fiz o que deveria fazer para protege-lo. Era a chance de tirar o perigo constante da sua vida, parecia a coisa certa a fazer mas agora? Tudo é estranho, me falta energia, a alegria da descoberta.Com você a meu lado talvez pudesse trocar idéias, você me ajudaria a enxergar tudo isso através dos seus olhos. Não tenho notícias suas, não satisfatórias – uma pequena carta não me diz como você está, o que está fazendo... Não tenho medo de nada. Está na hora de corrigir essa frase, tenho medo por você, de perde-lo para uma guerra, eu queria protege-lo mas acabei te jogando direto no meio do ambiente mais hostil criado pelo homem. Ao olhar pro mar, não consigo deixar de refletir e lembrar os momentos que passamos juntos, como você sempre viu meu lado sentimental em tudo que fazia mesmo eu não enxergando e entendendo nada disso. As vezes que você me salvou, se ofereceu para morrer por mim, será que agimos corretamente? Será que eu deveria te-lo afastado após aquela sessão de terapia e da revelação do amor que você sentia por mim? Sweets estaria certo? Perdemos nosso tempo, erramos e nos punimos? Cada vez que pensava nas palavras de Sweets isso me parecia mais certo. Nos separarmos e deixarmos de ser parceiros, essa viagem poderia explicar isso. Um ponto final na nossa história.

Uma lágrima rolava pelo rosto dela, ainda de olhos fechados, sentindo as ondas nas pernas, um flashback passava em sua mente. Seis anos atrás, um encontro, uma discussão, uma faísca e um beijo. O que parecia improvável de acontecer entre eles, aconteceu. Ficaram apenas no beijo.

Ainda sinto o impacto daquele beijo em mim.debaixo de chuva e vento frio, nós estávamos quentes,envolvidos. As vezes me arrependo de ter entrado naquele taxi.

Agora está tão longe
ver a linha do horizonte me distrai
Dos nossos planos é que tenho mais saudade
Quando olhávamos juntos
Na mesma direção
Aonde está você agora
Alem de aqui dentro de mim...
Agimos certo sem querer
Foi só o tempo que errou
Vai ser difícil sem você
Porque você esta comigo
O tempo todo
E quando vejo o mar
Existe algo que diz
Que a vida continua
E se entregar é uma bobagem...

Preciso me recompor, tenho trabalho a fazer. Booth, como gostaria que você estivesse aqui. Hoje posso dizer com certeza que Sweets nunca teve razão. Nunca puni a nós dois. Eu apenas não sei como agir diante de algo tão estranho quanto o amor. Deixá-lo ir foi a coisa mais difícil que tive que fazer. Como explicar a sua presença todo instante na minha mente? Em tudo que faço? Você está comigo sempre. Talvez seja por isso que consiga trabalhar, pensar. Espero que você esteja bem, eu nunca acreditei naquela sua história de instinto mas posso dizer que de alguma forma sinto que você está bem. Queria ver sua cara me vendo falar essas coisas. Faltam onze meses para o nosso encontro. Preciso aguentar até lá. Foi o que nos prometemos, um ano separados. Estaremos bem e nos encontraremos, sinto isso.
Acho que nunca empreguei tanto a palavra sentir antes. O que você fez comigo,Booth?

Ela sorriu. A vida continua. Somos fortes, conseguiremos passar esse tempo separados. Minha decisão já tomei. Quero ser feliz da forma que você me desejou da última vez que bebemos juntos. Como farei isso? Só existe um jeito. Ao seu lado.


Já que você não está aqui
O que posso fazer
É cuidar de mim
Quero ser feliz ao menos,
Lembra que o plano
Era ficarmos bem...

Eieieieiei!
Olha só o que eu achei
Humrun
Cavalos-marinhos...

Saiu caminhando pela beira do mar. Sentiu algo na ponta do calcanhar.abaixou-se para verificar o que era. Pequenas conchas de uma coloração meio azulada. Ela tomou as conchas na mão e jogou-as de volta ao mar. Automaticamente, enfiou a mão no bolso esquerdo da calça e tirou de lá o pequeno smurf gênio que Booth lhe dera uma vez. Te-lo consigo era uma forma de lembrar-se porque estava ali. Tinha um trabalho que só eu poderia fazer. Trago comigo para lembrar que isso tudo é temporário. É também uma forma de esquecer que o tempo e a distância existem por mais louco que isso possa parecer vindo de alguém tão racional como eu. Olhar para esse simples objeto me dá forças, porque me lembro dele. Que as horas e os dias passem na mesma velocidade do vento. Acho que Booth me transformou mais do que imagina, mais do que eu mesma tenha me dado conta.

É por isso que tudo vai passar e então o encontrarei no espelho d’água do shopping ao lado do carrinho de café. Uma outra onda acertou-lhe as pernas. Segurando o smurf na mão esquerda, ela levou a mão direita ao pescoço e tocou a medalha. São Cristovão, o santo dos viajantes. Ela não era uma pessoa religiosa mas quando Booth a presenteou no natal com essa medalha, em princípio ele disfarçou dizendo que era uma espécie de símbolo histórico dos viajantes e contou uma história bem convincente que no fundo era apenas o jeito que ele encotrara para ela um dia usar a medalhinha.

Eu lembro que ela estava sobre minha cômoda. Sei que ele tem uma igual e nada melhor que usá-la naquele momento para que ele percebesse que ele estaria comigo o tempo todo.

O sol já estava a perdendo-se no horizonte. Brennan caminhou de volta para seu carro. Antes de entrar, deu mais uma olhada para o mar.

Um dia de cada vez,Temperance. Um dia de cada vez.

Sei que faço isso
Pra esquecer
Eu deixo a onda me acertar
E o vento vai levando
Tudo embora...

FIM

2 comentários:

Estefane disse...

Muito linda fic, senti realmente a Brennan falando cada palavra.
Depois da SF a fic está perfeita pra ajudar o pobre corações dos shippers.
Parabéns.

Bá (# disse...

Emocionante. Quase pude sentir a dor dela... E essa música é realmente muito linda, combina perfeitamente com essa separação dos dois.
Maravilhoso!