Nota da Autora: Taí o capitulo que faltava antes do hiatus da fic. Esse em especial foi difícil de escrever porque muito do que Castle falou lembra minha mãe e meu pai. Tudo muito especial, o natal é mágico para minha família tanto quanto é para Castle e foi por isso que esse episódio tornou-se um dos meus preferidos e estando longe deles me deixa um pouco down.... mas é natal então vamos celebrar!!! Enjoy!
Atenção ....NC-17!
Cap.9
Ah Natal... não tem melhor época do ano que essa. Castle pensava
enquanto estava empolgado remexendo nas caixas com os enfeites. E esse ano
seria ainda mais especial por causa de Kate. Ele planejara uma noite especial
para eles e fazia questão de incluí-la nas tradições familiares de natal. Ele
ainda não havia convidado-a mas esperava fazer isso hoje. Assim terminou de
descer as caixas, deixou-as num canto para arruma-las no final de semana quando
Alexis vinha para casa. Em seguida arrumou-se e foi encontrar com ela no
distrito.
Eles estavam indo muito bem ultimamente. Após o tal jantar com os pais,
as coisas ficaram ainda melhores. E certamente o natal era a ocasião perfeita
para celebrar. Ele deixou o café dentro de um saco na mesa dela e esperou
sentado no seu lugar. Viu que ela estava na sala de Gates. Cinco minutos
depois, ela apareceu.
- Bom dia, Castle.
- Bom dia Detetive Beckett. Trouxe seu café.
- Obrigada – ao abrir o saco, ela encontrou um “bagel” e um copo de café
todo enfeitado com dizeres de natal. No guardanapo, ele escrevera: “Passe o
natal comigo?” Ela o olhou e sorriu.
- O convite é sério. Adoraria passar esse natal com você. Será o nosso
primeiro realmente juntos. Nós poderemos cear, trocar presentes, beber eggnogs
e quem sabe o que o papai Noel poderá reservar para você, hum? Você foi uma
menina boazinha esse ano, Kate?
- Castle não precisamos de tudo isso.
- Mas são tradições natalinas que fazem parte da família Castle. E
adoraria vê-la experimentar tudo isso. Então, você aceita?
- Tudo bem mas sem presentes não acredito que seria bom pra gente.
Lembre-se porém que se precisarem de mim no trabalho...
- Não vão precisar. O que você estava fazendo na sala da Gates?
- Acertando os últimos detalhes do último caso. Colheram meu depoimento
hoje pela manhã. Preciso finalizar o relatório.
Naquela noite, Kate se pegou pensando em casa sobre o convite de Castle.
Como pude concordar com isso? Não posso. E Castle está contando com a minha
presença, ele ficará chateado se eu não for. Tudo que queria fazer era
desaparecer nessa época, sumir! Todas essas luzes, enfeites, músicas. Tudo isso
só me faz querer me isolar em casa e sair um mês depois. Não fora fácil. Quinze
anos longe de tudo que lembra alegria, recomeçar e celebrar. Ela não seria boa
companhia. Certamente estragaria a noite dele. Não, ela sequer pensava em ir.
Seu maior problema? Como contar a Castle sem magoa-lo?
Uma semana para o natal
Castle estava às voltas com a decoração de seu apartamento. Alexis lhe
deu um bolo no final de semana que iam arrumar tudo e ele ainda tinha algumas
coisas para finalizar. Ele revirava varias caixas buscando por algo.
- Achei!
- Pai, livre-se disso. Está ficando nojento.
- Livrar-me do anjo de biscoito? Sem chances. Você fez para mim na
primeira série com suas mãos fofinhas.
- Querido, poderia pegar uma garrafa extra de Aquavita da nossa adega?
- Extra de 50% de álcool? Está adulterando nossa receita sagrada?
- Não, só quero fazer um estoque para levar comigo na Cantata de Natal.
Será depois do nosso jantar de Natal. Não se importa, não é?
- É noite de Natal. É quando abrimos os presentes.
- Talvez possamos abri-los de manhã – Alexis sugeriu.
- De manhã? Manhãs são para meias!
- Acho que Alexis está tentando dizer é que ela também tem outros
planos.
E o rosto de Castle foi se transformando de alegria para decepção.
Franzia as sobrancelhas não acreditando no que ouvia da mãe e da filha.
- Só com alguns amigos...
- Que amigos? Que planos? O que aconteceu com nossa tradição familiar? –
Castle não poderia estar mais chateado. Ele respeitava muito essa época e tudo
que ela representava para ele.
- Pai, acho que você está exagerando.
Ele calou-se e olhou para a decoração ao seu redor. Estava triste.
Porque as pessoas não valorizavam as tradições? O natal é uma época mágica. Para
ele nada justificava não aproveitar esse momento feliz em família.
Dois dias para o Natal
Castle ainda remoia a ideia de passar o natal sem a família quando seu
celular tocou. Beckett. Um assassinato. Pelo menos ele iria esquecer um pouco a
decepção que sua família estava fazendo-o passar.
Porém ao ver Beckett, ele percebeu que podia comentar o assunto com ela
afinal eles estavam juntos e num relacionamento você pode falar de seus
momentos tristes e das suas frustrações também não? Eles prometeram não manter
segredos. E foi assim que ao encontra-la, ele despejou sua desilusão de natal
nela. Beckett via que ele realmente estava chateado o que não facilitaria nada
para ela mais tarde.
- Não estou exagerando. É uma noite no ano. É pedir muito para aderir à
programação?
- Talvez sua programação precise evoluir.
- Está evoluindo. Convidei você, não foi? Você ainda virá, não é? – o
rosto dele denotava medo e insegurança, aquilo lhe dava um aperto no coração.
- Se eu não tiver que trabalhar. Mas veja. Sem presentes, lembra? Nós
prometemos. É um pouco estressante no primeiro ano.
- Sem presentes. Sou flexível – enquanto caminhavam para o local do
crime ela percebia o jeito como ele levava a data a sério - Há certos aspectos que
precisam ser honrados... O coração... O batimento do coração no feriado de
Natal.
Quando ele olhou para o corpo estendido no chão vestido de papai Noel
foi a gota d’água.
- E agora o Papai Noel está morto? Quando isso vai acabar?
- Odeio te desapontar Castle, mas não existe Papai Noel.
- Não mais – ele soara tão sincero, como um garotinho que acabara de
encarar a verdade. Era até um tanto bonitinho ver a reação dele. Talvez esse
fosse o caminho para Beckett trilhar, tentar coloca-lo numa situação de que a
data não seria tão importante, assim não o magoaria demais ao contar que não
pretendia passar o feriado com ele.
- Precisa admitir, com essa barba e essa barriga, ele parece de verdade
– disse Lanie.
-"De verdade", quer dizer um homem acima do peso de roupa
vermelha que, espero, estava com seus documentos.
- Sim. Junto com embalagens de bengalas doces. Embora eu não ache que a
identidade dele fará muito bem.
- "Kris Kringle." Endereço: Polo Norte? Que fofo.
- Talvez seja mesmo o Papai Noel, como em "Milagre na Rua 34."
– disse Castle fantasiando.
-Mas sem final feliz. Este Papai Noel caiu do céu por volta das 21h30.
-De uma aeronave?
-Talvez, mas não de um avião comercial, posso assegurar. Com uma queda
desta altura, veríamos queimaduras de frio em seus olhos e rosto.
Ryan se aproximou - Acabei de falar com a família. Não viram ou ouviram algum
avião de carga.
- Não faz sentido – disse Beckett - Ele caiu de algum lugar.
- Desculpem-me. Estamos cegos para o óbvio aqui? Ele pegou turbulência e
caiu do trenó, para sua desgraça – disse Castle o que fez Beckett revirar os
olhos.
- Papai Noel... a mentira morta. Em que tipo de mundo vivemos? Ryan
corroborou.
- Em um que não existe Papai Noel e pessoas não caem de lugar nenhum. Pode
checar com o Tráfego Aéreo e descobrir quem sobrevoou a área?
- Claro."Bah humbug".
- A queda foi a causa da morte?
- Parece que sim, só terei certeza quando voltar ao necrotério.
- Papai Noel ou não, ele estava comprometido. E não há nada na carteira
dele que indique uma pausa na carreira?
-Nada.
- Exceto estas botas – Beckett estava abaixada examinando o cadáver - Definitivamente
não são do Polo Norte. São de uma loja de calçados de couro no Queens. Tenho um
par de botas de lá. Esperemos que tenham registro de quem ele é.
De volta ao distrito, Castle se encarregava de preencher o quadro de
evidencias enquanto Beckett o observava. Ryan se aproximou.
- Falei com o Controle de Tráfego Aéreo, mas não vai gostar das
notícias. Não há registros de voos no parque no horário que ele caiu no chão.
-Como isso é possível?
-O trenó estava no silencioso.
- Não. Depois do 11/09, como é possível que alguém simplesmente sobrevoe
por Manhattan?
- Helicópteros de turismo fazem isso sempre – disse Castle - Uma vez dei
uma volta à meia noite pela Estátua da Liberdade com essa latina... – ele
percebeu a mancada e o olhar de Kate e corrigiu rapidamente - editora.
- Não, está certo. Há um corredor aéreo em Manhattan que não exige
autorização se estiver abaixo de 400m – era Gates - Minha sogra é piloto
licenciada, como faz questão de me lembrar. Parte do esforço para que eu me
sinta inferior – eles ficaram surpresos por ver a capitã reclamando de algo
pessoal - Sinto muito. Eu disse isso em
voz alta?
- Parece que ela está com vocês, Capitã? – disse Ryan.
- Em breve, seus sogros também irão te visitar e, quando eles forem, procure
um hotel. Senhor, eu odeio feriados.
- Mais uma qualidade que ela tem em comum com o Grinch – observou
Castle.
- Se não sabemos de onde ele caiu, descobriremos quem ele é?
Então Esposito informou que estavam procurando nas faturas da loja de
botas. Beckett recebeu uma mensagem de Lanie para ir ao necrotério. Aproveitando
que estavam sós, Esposito perguntou se Ryan e ele iriam manter as tradições da
noite de natal mas Ryan claramente tinha outros planos agora que ele estava
casado. Por um momento, Esposito sentiu-se só, parece que todos tinham planos
menos ele.
No necrotério
- Lembra que perguntou se a queda foi o que o matou? Não foi. Tirei isto
das costas dele.
- E isso é um calibre 38. – ela olhou provocando - Ainda acha que ele
caiu do trenó, Castle?
- Não. Claramente, ele foi baleado para fora dele. Uma guerra no Natal.
- Ou ele foi baleado no avião e empurrado para fora.Temos mais alguma
coisa?
-Só isto... integrado no traje dele. Um pedaço de tinta ou algum tipo de
esmalte, vermelho cereja.
-De um trenó.
-Não sei ainda. Estou enviando ao laboratório para análise.
- Provavelmente de um trenó – insistiu Castle.
- Estamos mais perto de descobrir quem ele é? E Beckett foi surpreendida
por Esposito. Ele revelou que o nome da vitima era Edmund Smith do Bronx.
- Desculpe. Veio até aqui para me entregar isto?
- Sim. Você me disse para te manter informada. Você disse isso, certo?
- Quer saber? Castle e eu vamos verificar o local e ver o que há para
ver.
É claro que a ida de Espo até o necrotério nada tinha a ver com o caso.
Ele queria jogar charme para ela a fim de quem sabe passarem o natal juntos.
Claro que Lanie percebeu o que ele estava fazendo e decidiu poupa-lo de
qualquer situação constrangedora. Ela
falou que tinha planos para o natal mas que depois se ele realmente quisesse
ficar junto, bastava ligar. Não era bem o que ele tinha em mente porém era bom
saber que Lanie ainda estava disposta a dar uma chance a eles.
Castle e Beckett foram até o endereço que conseguiram com Esposito.
Claramente não tinha ninguém em casa mas os vizinhos tinham a chave e abriram o
apartamento. Disseram que Ed era um papai Noel profissional, o que Beckett pode
perceber tanto pela decoração do lugar quanto pelo guarda-roupa. Ela contou que
ele fora assassinado. Ela o vira ontem a noite achava que ele estava saindo
para trabalhar. Só tinha elogios para Ed. Além de voluntário num abrigo de
crianças, ele também ajudou-os com um processo.
- Ele era Noel e advogado? Perguntou Castle.
- Não, nós perdemos nossa casa e ele só estava tentando nos ajudar. Ele
era assim.
- Parece que se envolveu na vida de muitas pessoas. Acha que ele fez
algum inimigo pelo caminho?
- Eu não achava, mas, semana passada, ouvi um homem batendo na porta de
Ed, gritando palavrões.
-Você viu quem ele era?
- Eu vi. Eu olhei – disse o garoto - Era um... cara mais velho, com cara
de durão. Quando me viu, ele disse: "Diga a Ed que se eu o vir de novo,
vou matá-lo". Então eu disse a Ed.
-Como ele reagiu?
- Disse para não nos preocuparmos, mas dava para ver que ele estava
abalado.
- Acha que pode descrevê-lo?
- Quer saber? Não preciso. Aquele é ele – e mostrou uma foto no mural de
Ed, alguém num avião.
- Quem quer que ele seja, é um piloto.
Beckett mandou uma mensagem para Ryan com a foto e o cara foi
identificado através do avião David Dunne. Com o endereço, eles decidiram visita-lo.
Kate se surpreendeu quando deparou com o lugar. Enfeites por todos os
lados, luzes, bolas, guirlandas.
- Alguém leva o Natal a sério.
- Deveria ter visto nossa casa. Nossa árvore é uma noble fir de 4,5 m, nossa
guirlanda importada de um lago que não sei pronunciar da fronteira canadense, e
espere até ver meus trens.
- Mal posso esperar – e sentiu o estomago embrulhar por engana-lo mais
um pouco.
-Oi. Feliz Natal.
- Procuramos por David Dunne.
- Dave está na sala grande dando uma aula.
- O que vocês fazem aqui, exatamente? Perguntou Castle.
- Fazemos mágica. E a atendente sorriu fazendo Castle olhar para Beckett
com um lindo sorriso, aquela resposta a fez sorrir também.
- De novo! De novo e vindo do diafragma – Dave gritava enquanto vários
homens vestidos de papai Noel faziam hohoho - Excelente!
- Escola de Papai Noel? Disse Castle.
- E aposto que está faltando um Noel.
- Isso é loucura. Eu não matei Edmund.
- Acredite, terá que fazer melhor para convencê-la.
- Pode começar nos dizendo a última vez que voou.
- Faz semanas. Podem verificar.
- Pretendemos. Onde estava às 21h30 de ontem?
- No Centro Harlem de Jovens entregando presentes às crianças. Não
estava perto de Edmund.
- Mas você se envolveu em um comportamento anti-Noel no apartamento dele.
- É disso que se trata? Isso não foi nada.
- Você ameaçou matá-lo e agora ele está morto. Não chamaria isso de
"nada".
-Eu posso explicar. Ele pegou um de meus melhores serviços. Um anúncio
impresso para a Cartier. Eu era o Papai Noel deles. Este ano eles queriam deixar
mais acolhedor e fofo. Olhe para mim. Sou acolhedor. Sou fofo. Mas não. Eles
escolheram Edmund. Então bebi muita Schnapps de menta e fui à casa dele e o
ameacei. Não me orgulho disso, mas foi tudo o que fiz.
-Voltou a vê-lo depois disso?
-Não. Precisa entender, quando conheci Edmund há 5 anos, ele passava por
dificuldades. Eu o levantei. Ensinei-lhe tudo o que sabia. Transformei-o num
Papai Noel de classe e agora perco serviços para ele? Talvez seja isso. Talvez
seja hora de pendurar o saco vermelho.
- Isso é uma metáfora ou realmente... mas Castle não completou seu
raciocínio, Beckett o interrompeu.
- Quando Edmund foi morto, estava usando o traje de Noel. Ele fez algum
serviço ontem à noite?
-Pergunte ao agente dele.
-Papais Noéis têm agentes? Agora Castle estava surpreso.
- Claro. Usamos mais a Agência Sinos Divinos.
- Disse que Edmund estava passando por dificuldades. O que quis dizer
com isso?
- Acho que ele se tornou Noel para mudar de vida. E de trabalho, também.
- Mudar de vida? Estava com que tipo de problema?
- Tudo o que sei é que quando o conheci, Edmund era um cara totalmente
diferente.
O álibi de David Dunne conferiu e além disso o avião não era usado fazia
um mês. Também descobriram o que ele fazia antes de decidir virar papai Noel.
Era gerente de patrimônio de uma grande empresa. E não decidira ser papai Noel
pelo dinheiro ganhava meio milhão por ano. Como Noel, 1/10 disso. Pelas
finanças descobriram que ele sacara 2 mil dólares e sabiam que não possuía
dinheiro na carteira quando encontraram.
- Olhem a filmagem desse caixa e vejam se havia alguém com ele. Pode ter
sido assaltado.
-Assaltado e lançado do céu? Provocou Castle.
- Como isso é menos plausível que o seu trenó? Retrucou Beckett.
- Acho que quis dizer menos "natalino".
Ryan informara que ele ligara para uma advogada no Brooklin e a última foi
para a ex-mulher e não ligava para ela a três anos.
-Sr.ª Noel.
-Gwenn Harwin.
- Ele saca US$ 2 mil, liga para a ex-mulher e, horas depois, acaba
morto? Vamos trazê-la.
Assim que a Sra. Harwin chegou, Beckett logo iniciou a conversa com ela.
Edmund ligou para ela porque queria se desculpar.
- Desculpar-se pelo quê?
- Pelo jeito como saiu da minha vida.
- Nos dávamos bem. Ao menos eu achava que sim. 12 anos de casamento, construindo
uma vida juntos e, então, há 5 anos, na véspera de
Natal, fomos a uma festa e, depois,
ficamos para assistir "A felicidade não se compra". Na manhã
seguinte, ele foi embora só com umas roupas e nenhuma explicação.
- Por que ele te visitou agora?
- Queria que eu soubesse o quanto lamentava pelo jeito como partiu, caso...
algo acontecesse com ele.
- O que ele quis dizer?
- Também não sei. Eu nem sabia quem era esse homem. Ele parecia muito
nervoso e no limite.
- Ele deu alguma indicação do que tinha medo ou quem estaria atrás dele?
- Depois que saiu, fui à janela para vê-lo entrar no táxi. Quando o táxi
saiu, um motociclista o seguiu.
- Precisaremos de uma descrição dessa moto e do homem.
Esposito viu uma caixa de presente na mesa de Ryan, curioso quis saber o
que era.
- Presente de Natal antecipado da Jenny?
- Algo assim. Importa-se de não tocar? Mas Espo nem ouviu o que ele
dissera e foi logo abrindo o pacote.
- Ora, ora, ora – Espo puxou a lingerie sensual - Agora vejo o que você
e Jenny planejaram para a véspera de Natal. Todos estarão ocupados – e começou
a dançar com a roupa a sua frente provocando Ryan. Gates sai da sala e se
depara com Esposito segurando a camisola
- Essa é a sua ideia de trabalho no caso do Papai Noel? Detetive
Esposito, deveria estar examinando as filmagens do caixa rápido. E você está...
- Atrás da advogada com quem a vítima falou, senhora.
- Certo. Vamos parar com as gracinhas e nos concentrarmos nisso.
- Sim, senhora.
- Culpa sua.
Kate voltava da mini copa com a caneca de café na mão e na companhia de
Castle. Ela estava intrigada com o caso.
- Como uma cara numa moto se conecta a Edmund pousando no parque?
- Nada se conecta. Por que ver um filme natalino e largar tudo para se
tornar o Papai Noel? A menos que a chave para a história de Edmund seja "A
Felicidade não se compra" – disse Castle - lembra que no filme George
Bailey tenta se suicidar na dia 24 e foi salvo por um anjo?
- Que na nossa história é David Dunne – acrescentou Beckett acompanhando
o raciocínio.
- Elenco estranho, eu sei, mas e se Edmund queria pular de uma ponte
metafórica, sabe, recomeçar?
- Como Papai Noel?
- É. É, a partir daí não faz sentido – Castle teve que concordar com
ela.
Ryan veio até eles com informações interessantes. A advogada que Edmund
falava entrou com o processo em nome de seus vizinhos, os Cabots, que perderam
a casa num esquema de empréstimos, o Fundo Suncove. Envolvendo práticas ilegais
e documentos falsificados. É um processo conjunto representando 43 famílias com
milhões de dólares em jogo. Ela perdeu muito com o caso e ia larga-lo, Edmund
implorara para que ela não fizesse isso. Pediu que esperasse alguns dias que ia
virar o jogo. E a única coisa que viraria o jogo eram 25 mil dólares.
- O que sabemos dessa empresa que Edmund enfrentava?
- Suncove? Nada confiável. Eles fizeram dinheiro e se mandaram. Gates
tem um amigo no SEC tentando descobrir mais.
- Pode falar com a Divisão de Fraudes, ver o que sabem?
-Pode deixar.
-Obrigada.
Beckett tornou a beber seu café depois que Ryan saiu. Castle aproveitou
a deixa para falar novamente de natal.
- Falando em "A felicidade não se compra", estive pensando em
amanhã. Talvez pudéssemos fazer uma maratona de filmes natalinos, ou outra
maratona que traz felicidades que não se compram – ele percebeu a cara dela - O
quê?
Beckett sabia que era agora ou nunca. Não poderia enrola-lo mais e teria
que ser o mais sutil possível. Ela ficava de coração partido por ter que fazer
isso mas sabia que estando junto a ele naquela data não suportaria, somente
estragaria tudo e contar o real motivo era muito doloroso então era mais
simples dizer que trabalharia. Ela se levantou e passou a mão nos cabelos.
Diria de uma vez.
- Castle, sei o quanto as festas significam para você e sei que você ama
o Natal, mas não posso ir amanhã.
-O quê?
-A delegacia está com pouco pessoal, então terei que trabalhar.
- Como... O que... Você não tem prioridade? – ele não acreditava no que
ouvia - Não... Como... – estava realmente chateado, ele contava com ela - Como
isso pode acontecer?
- Olhe... Eu não pude contar à Gates. Ela não sabe sobre nós – a cada
palavra dita, ela sentia um nó se formar na garganta, odiava ter que fazer isso
- Desculpe-me. Sei que está desapontado.
- Não. Não... – disse Castle - Não é culpa sua, eu sei. Está tudo...
Tudo bem – mas ela sabia que não estava, ele não conseguira disfarçar - Tenho
que ir embora mesmo. Vou encontrar Alexis. Fazer umas compras de Natal.
-Certo. Divirta-se.
-Certo.
-E não me compre nada.
-Certo.
Esposito se aproximou. Ele tinha ouvido parte da conversa. Ele sabia o
real motivo. Tentou desviar a mente dela do pensamento falando sobre o caso.
- Peguei esta gravação do caixa rápido. Edmund estava só quando retirou
o dinheiro, mas ele entrou num taxi.
-Sabe aonde foi?
- Rastreei o taxi pelo número da licença.
O taxista disse que o levou a Ho-Ho-Kus, um campo de decolagem em
Jersey.
-Foi onde pegou o avião?
-Era de se pensar, mas não. O taxista disse que esperou enquanto ele
encontrou alguém. Quando voltou para o taxi, foram para Long Island City.
- Isso não faz sentido. Como ele foi parar no ar se foi para Long
Island?
- Não sei, mas quem o encontrou no campo deve saber.
Eles saíram juntos para investigar. Espósito percebeu que ela estava
calada e seu semblante demonstrava preocupação. Como conhecia o motivo,
resolveu abrir caminho caso ela quisesse conversar sobre isso.
- Então... Você pegou o turno do Natal de novo?
- Sabia que não deveria ouvir a conversa dos outros? – e mudou de
assunto ao perceber a cor do helicóptero - Espo, aquilo parece vermelho-cereja
para você?
- Parece.
- Que nem a lasca de tinta encontrada em Edmund – ela caminhou até o
helicóptero, calçou as luvas e mexeu na porta para abri-la - Mexeram na
fechadura. Parece que foi forçada. Há sangue fresco aqui. E muito.
- Parece que achamos a cena do crime.
Eles chamaram a equipe para vasculhar dados e digitais. Também
conversaram com o encarregado do lugar. Aparentemente, não havia controle nem
segurança no lugar. Sem câmeras, registros, qualquer um poderia pegar o R-44 e
sair dali se soubesse pilota-lo. o dono do equipamento, Mr. Ames, estava de
férias no Havaí. A única informação que
obtiveram era que seu tanque estava cheio e Beckett pediu o contato do Sr. Ames.
De volta ao distrito, Ryan já esperava Beckett com algumas ideias do possível
plano de voo do helicóptero.
Ryan disse que fora gasto 1/5 do tanque. O R-44 queima cerca de um galão
a cada 6 ou 8 Km portanto voou tempo suficiente para ir e voltar de Long
Island. Edmund foi até lá de taxi e deve ter pego o helicóptero. Beckett pediu
para checar todos os heliportos em Long Island.
Castle voltava das compras com Alexis que insistia em não passar o natal
com ele.
- Já é ruim que o Papai Noel foi assassinado. Será a primeira noite de
Natal, em 18 anos, que não passamos juntos. Abre precedente tenebroso.
- Pai, está sendo dramático.
- Pode ver seus amigos toda hora.
- Bom... E se for só uma pessoa e ele não for, exatamente, um amigo?
- Um cara novo. Certo. Essa única pessoa não amigo tem nome?
- É Max.
- Max.
- Eu o conheci na Competição Anual de Poesia, logo antes da Ação de
Graças.
- Entendo. Traga-o também. Adoraria conhecer esse poeta.
-Conhecer meu pai no Natal?
-É.
-É muita pressão.
-Pressão sobre o quê? Comer, beber e ser feliz? Será...
- Max irá para Londres com a família no dia seguinte. Só o verei de novo
depois do recesso. Queríamos ir patinar no gelo no parque.
Castle compreendeu que não tinha chance e de certa forma queria que a
filha se divertisse, era o que esperava fazer com Kate.
- Claro, claro. Vá. Divirta-se.
- Além do mais, você estará com Beckett.
- Verdade – ele não diria que estaria só para ela e apenas de lembrar a
tristeza voltava ao rosto.
- E não se preocupe. Estarei na cama antes do Papai Noel passar.
- Certo. Ele olhou pensativo para a árvore de natal. Ainda não aceitava
o fato de não poder passar a data sem Beckett. E então ele teve uma ideia.
Castle voltou ao distrito com um plano em mente e esperava não encontrar
Beckett antes de Gates. E conseguiu. Logo que saiu do elevador, ele encontrou
Gates no corredor.
-Capitã Gates.
-Sim, o que foi?
- Só queria que recebesse isto antes da folga de fim de ano – e entregou
um embrulho de presente para ela.
- Obrigada, sr. Castle.
- Desculpe. Não tenho nada para você.
- Só de estar aqui todos os dias é um presente. Só queria que soubesse o
quanto valorizo tudo que faz, você e a detetive Beckett.
Estou indo para a zona norte encontrar com minha sogra para tomar chá e
comer aqueles sanduíches mínimos. – é claro que Gates não caíra na dele, esses
elogios tinham outro propósito - Então por que não diz logo o que quer?
- Estou muito preocupado com a detetive Beckett. Ela trabalha pesado. Não
acha que merece uma folga? Não há alguém que possa cobrir o turno do Natal?
- Primeiro, como escalo meu pessoal não é problema seu. Dito isso, a
detetive Beckett se voluntariou para esse turno.
Agora ele estava surpreso. Era quase uma apunhalada nas costas.
-Quando ela fez isso?
- Hoje mais cedo. Ela me pediu para pegar o turno do detetive Eldin. Ele
tem família e ela, não.
- Tudo bem, então – e Castle sentiu uma pontada no estomago - Problema
resolvido. Olhando de longe para ela ele se pegou pensando : O que isso
significa? Kate não queria passar o natal com ele? Será que ele se precipitara
em convida-la? Ou havia outro motivo para ela não estar com ele? Sabia que o
natal não tinha a mesma importância para ela e Castle já se perguntava se não
havia forçado ao para o qual ela não estava preparada. Ele se aproximou dela e
Ryan para observa-la melhor. De alguma forma ele iria trazer o assunto à tona.
Se tinha algo perturbando Kate sobre o natal ou a relação deles, ele a faria
falar.
- Isso reduz para 5 heliportos na cidade de Long Island.
- Um é em uma delegacia. Outro, em um hospital. Os dois são monitorados,
sobram os do prédio Bankcorp, do Hotel One West e do prédio Case Commerce –
disse Ryan.
- Case Commerce... CC – Beckett ja havia ouvido sobre essa empresa, então
lembrou - As bengalas doces. Case Commerce. CC. É onde Edmund estava. Vamos
descobrir o motivo.
Ela ainda não tinha notado ele ali até virar-se do quadro.
- Oi, Castle. Você vem?
- Sim, claro.
Na sede da Case Commerce, Castle aproveita a atmosfera para fazer
Beckett confessar o real motivo de não passar o feriado de natal com ele.
- Não pode fugir. O Natal está em todos os lugares. Tanta pressão para
que nos divirtamos.
- Você está bem? – ela perguntou notando um tom estranho na voz dele.
- Por que não estaria?
- Case Commerce. Aí está.
- Oi. O que está havendo aqui?
- Houve um roubo durante a festa da firma noite passada.
-Roubo?
- Não percebi que algo tinha sumido até esta manhã. Foi quando chamei a
polícia.
- Havia um Papai Noel trabalhando em sua festa?
-Havia.
-Ele tinha esta aparência? – Beckett mostrou a foto.
- Tinha. Era nosso Noel. Por quê?
- Parece que o Noel era mais malvado que bonzinho – disse Castle a
Beckett.
- Não, nunca o tinha visto até a noite passada. Eu não sabia que tinha
roubado algo. Mas, pelo nosso trabalho, poderia ter sido bem pior.
- E com que sua empresa trabalha, sr. Case? Perguntou Beckett.
- Serviços de investimentos. Gerenciamento de bens. Dado o montante de
informações sobre clientes e contas, seríamos uma mina de ouro para ladrões de
identidade. Nenhum dos sistemas foi tocado.
- Então o que roubaram?
-Um relógio de um escritório.
-Desculpe. Disse "relógio"? Beckett rapidamente perguntou.
- Não qualquer um, detetive. Um antigo Tomas Tilledge.
- Relojoeiro lendário do Período da Restauração. Deve valer muito
dinheiro.
-Era avaliado em US$ 30 mil.
- Nossa. Qual era seu tamanho?
- Mais ou menos, deste tamanho.
- Cabia no saco.
- Já é difícil imaginar um dos convidados roubando, mas Papai Noel?
- Certeza que não há mais nada sumido? Beckett insistiu.
- Absoluta. Por quê?
- As provas indicam que ele fugiu de helicóptero que estava no
heliporto. Por que pegaria um helicóptero? Não ouviram nada da festa?
- Não, mas a música estava alta e as paredes são à prova de som.
- Havia mais algo de especial nesse relógio?
- Não que eu saiba.
- Certo, um dos meus detetives interrogará sua equipe. Enquanto isso,
passe-me uma lista de todos os presentes.
- Claro.
- Olharemos vídeos dos elevadores para ter certeza de que não houve
penetras.
De volta ao distrito, Beckett atualizava o quadro com a foto do relógio
roubado.
- US$ 30 mil. Um pouco mais do que os Cabots precisam para seu processo.
Talvez o Noel seja Robin Hood, rouba dos ricos para dar aos pobres?
- Mas por que usaria um helicóptero para roubar isso? Poderia ter só
colocado no saco e saído de lá disfarçadamente. O relógio não pode ser o único
motivo.
- Havia mais relógios em sua bancada.Talvez esse seja significativo.
- Certo. Qual sua teoria? Ela perguntou a Castle.
- Há um mapa do tesouro dentro. Não. Não. O relógio foi programado por
uma sociedade secreta para contar até o fim dos dias. Uma sociedade secreta de
Papais Noéis, que são os guardiões do tempo. Essa foi boa.
Beckett disfarçou o riso e pegou
o único gancho na viagem de Castle que parecia fazer sentido.
- Certo, deixando de lado o mistério do helicóptero, vamos dizer que é
sobre o relógio. Como Edmund soube sobre isso?
Ninguém do escritório o reconheceu.
-Talvez já tenha trabalhado lá.
Mas Esposito checou e Edmund não havia trabalhado ali a única informação
interessante era que Ed queria ser o papai Noel daquela festa. A empresa havia
selecionado outro Noel com uma semana para a festa, alguém ligou para cancelar.
Tudo esquema de Edmund que apareceu na festa como se nada tivesse acontecido.
Alguém desconfiou, alias os próprios sócios de Ed. Beckett pediu para informar
o departamento de Roubos e mandar a foto para verificação em casas de penhores
e leilões.
Castle estava preparando um café para ela na mini copa enquanto Beckett
examinava a pasta do caso que estava lhe intrigando muito. em busca de
respostas, começou a divagar em voz alta.
- Um homem deixa a sua vida e um bom trabalho para se tornar o santo do
bairro e acaba morto a tiros depois de roubar um relógio que vale menos que o
seu carro popular. E então ele é jogado de um helicóptero que ele nem deveria
estar, para começar. Não faz sentido. Concluindo por tudo que sabemos desse
cara, isto não é seu perfil.
- Às vezes, as pessoas fazem coisas inexplicáveis – Castle entregou a
ela a xícara de café, ela sorriu ao ver o zelo dele e o carinho apenas em uma
xícara de café.
- Há uma explicação para tudo.
- Há mesmo? Você se ofereceu para pegar o turno do Eldin. – ela estava
saboreando o café e sentiu o mesmo aperto de antes no coração - Não finja. Se
não está pronta, por que não me disse?
- Sinto muito, Castle. Eu não quis... – era isso, a hora da verdade. Não
esconderia o motivo dele mesmo que isso significasse não vê-lo por vários dias,
mesmo que isso causasse problemas para eles.
- Você não quis o quê?
- Natal significa algo diferente para mim e para você.
- É o Natal. Como pode ser diferente?
- Castle, a cada inverno, assim que chega o frio, eu volto àquele beco. Era
9 de janeiro e não tínhamos tirado a decoração de Natal. Assim que meu pai e eu
a retiramos, foi como se estivéssemos enterrando o Natal. Não abrimos aquelas
caixas desde então.
- Não sabia.
- É por isso que, que todo ano, meu pai viaja para sua cabana e, desde
meu primeiro ano, pego o turno do Natal. Porque sei que há famílias lá fora que
estão celebrando juntos em suas casas e eu estou vigiando, é a minha tradição –
enquanto ela falava tentado conter as emoções, Castle finalmente teve a sua
resposta - E isso é importante para mim. É tão importante quanto sua tradição é
para você. E eu sinto muito, Castle. Eu pensei que poderia deixar para trás. Mas
eu...
-Eu entendo – e sorriu pra ela que retribuiu o sorriso de forma aliviada
por ele não ter feito uma tempestade sobre tudo aqui.
O celular de Beckett tocou e Ryan informou que fora achado alguns itens
no heliporto que provavelmente continham DNA entre eles, tabaco para cachimbo. Eles
já sabiam quem procurar. Pediram a Esposito e Ryan para ir a escola de papai
Noel. Ele explicava algumas instruções para os seus alunos e pegando o gancho,
Esposito questionou sobre o helicóptero. Bastou isso para que Dunne partisse
para cima dele. Depois de muito brigar e levar umas pancadas dos papais noéis,
Ryan interceptou o suspeito e finalmente o prenderam.
Pressionado por Castle e Beckett, ele ainda insistira que não estava no
helicóptero naquela noite mas eles confirmaram que o álibi dele não confirmara.
Apenas quando Beckett revelou que encontrara o relógio na casa dele foi que
Dunne se viu sem saída. Beckett decidiu fazer sua leitura dos fatos a ele.
- Deixe-me te ajudar novamente. Edmund descobriu uma forma de obter
dinheiro rápido. Ele trabalhava na festa e você era o piloto da fuga. E quando
voltou ao helicóptero, você decidiu que queria tudo para si mesmo.
- Tudo o quê? Tudo o que ele tinha era um maldito relógio.
- Não um relógio qualquer. Um Tilledge Tomas no valor de US$ 30 mil.
- Essa porcaria vale US$ 30 mil?
- Você não sabia disso? Castle surpreendeu-se.
- Não, eu... E eu não o matei.
- Qual é, Dave! Você admitiu estar lá – Beckett pressionou.
- Tudo bem! Eu estava lá. Disse que me pagaria US$ 2 mil para ir até lá
de helicóptero, esperar enquanto pegava algo e levantar voo. E não era relógio
algum. Ele queria saber quanto peso extra o helicóptero aguentava.
-O que ele planejava pegar?
-Por US$ 2 mil, não perguntei. Só voei até o heliporto e esperei. Do
nada, veio Edmund correndo com o relógio e dizendo para ir. Quando vejo, estão
abrindo fogo.
-Alguém atirou em vocês?
-Foi. Acertaram Edmund assim que ele embarcou no helicóptero.
-Você viu quem era?
-Não, estava escuro. Só saí correndo de lá. Pobre Ed. Eu gritando com
ele para fechar a maldita porta, mas quando me virei, ele já estava morto. O
helicóptero sacudiu muito. Quando vi, ele já tinha caído.
Castle e Beckett continuavam discutindo o caso.
- Se Dave diz a verdade, o atirador estava no prédio.
- Não apenas no prédio. O único acesso ao heliporto é pela Case
Commerce, então nosso assassino estava na festa.
- Certo, mas o que Edmund fazia? O que ele planejava roubar que pesava
tanto? E por que ele pegaria aquele relógio? Não faz sentido.
-Faz ainda menos agora. Esposito e Ryan encontraram nas câmeras do
elevador da festa ninguém menos que Tim Cabot, ele era o motociclista que
seguiu Edmund. E Gates parecia ter mais informações.
- Lembram daquele processo contra o Fundo Suncove? Meu contato na SEC encontrou
isto. O artigo de incorporação original da Suncove, com o nome do signatário da
conta. Parece familiar? – ela mostrou uma pasta para Beckett.
- "James Edmund Smith", a vítima.
- Noel é o culpado dessas pessoas terem perdido seus lares?
- Ele tem ainda mais sangue em mãos. O pai de Tim Cabot morreu em um
acidente de carro. Dormiu ao volante porque tinha três empregos para pagar a
hipoteca cara, cortesia de Edmund Smith. Foi na véspera de Natal há 5 anos.
- O Natal em que Edmund abandonou sua vida – disse Ryan.
- Então... É um conto de redenção. Edmund vai morar ao lado da família
que destruiu, dedicando sua vida a consertar a deles, sem nunca contar quem
realmente é.
- Mas e se Tim descobriu?
- Então é um conto bem diferente.
Castle e Beckett foram ao apartamento de Tim.
- Sua mãe não sabia, não é? Mas você sabia. Você sabia quem ele era e
como ele arruinou suas vidas.
- É. Eu sabia.
-Tim, o que...
-Foi o Ed, mãe. Ele era da Suncove. Ele que nos tirou tudo.
- Ed? Nosso Ed?
- Você deve ter ficado bravo quando soube.
- É, fiquei bravo. Quanto ele me contou, quis matá-lo. Mas não matei.
-Espere. Ele te contou?
- É. Semana passada. Ele pediu meu perdão e disse que queria consertar as
coisas. A advogada ia largar o processo, mas Ed disse que não permitiria. Ele
sabia que havia evidência para ganhar o caso, mas precisava da minha ajuda.
-Que tipo de ajuda?
- Sou bom com fechaduras, certo? Ele precisava que eu entrasse na festa e
abrisse a fechadura do depósito.
-Por que não disse isso antes?
-Não podia me encrencar de novo. Preciso estar ao lado da minha mãe.
-O que havia no depósito?
-Arquivos. Várias caixas deles. Ed disse que eram os documentos originais
da Suncove.Eram a evidência que ele precisava para consertar tudo.
- Um de seus velhos parceiros deve trabalhar lá – Beckett virou-se para
Castle - Ele reconheceu Edmund, viu que ele queria os arquivos.
- Por isso ele precisava do helicóptero.
Beckett pediu um mandato e invadiu a sala da CC.
-Que diabos é isto?
-Íamos perguntar a mesma coisa.
- Estou dizendo, nunca vi esses arquivos antes.
- Então o que faziam no depósito do seu escritório, sr. Case?
- Não faço a mínima ideia.
Beckett então começou seu interrogatório colocando cada um dos pontos
que reunira e conectavam Edmund, ele e Suncove. Apesar da pressão de Beckett,
Sr. Case continuo negando mesmo quando ela se referiu ao relógio dos Cabots
dado como garantia do empréstimo que conectavam os dois. Ao ameaçar Case sobre o congelamento de seus bens, que perderia
todo o dinheiro, seria o fim dele e que ele tinha motivo e oportunidade, Case
abriu o jogo.
- Eu não matei Edmund. Mas sei quem matou. Ela estava aqui. Ela passou
na festa.
Beckett chamou a esposa de Edmund ao distrito. Ao expor que ela matara
Edmund, claro que teve a mesma reação de qualquer suspeito.
- Você está brincando. Por que o mataria?
- Porque ele não aguentava mais o que havia feito, então tomaria a única
coisa que te deixou no divórcio. Seu estilo de vida. Pago com os lucros da
Suncove – disse Beckett.
- Ele não foi se desculpar naquela noite, não é? Ele foi te avisar, pois
sabia que se expusesse a Suncove, você perderia tudo – Castle completou.
-Isso é absurdo.
- Você sabia aonde ele ia e o que faria. Então o seguiu ao telhado e
atirou nele.
-Eu fui à festa de caridade.
-Foi à Case Commerce. Temos uma testemunha. Você matou Edmund – acusou
Beckett. Resignada, ela admitiu.
- Quando me deixou, ele me disse que nunca ia querer me machucar. É o
que as pessoas dizem logo antes de te machucarem. Sim, ele me deixou meu estilo
de vida. 5 anos depois, ele aparece na minha porta dizendo, de novo, que não
quer me machucar. Sabem qual é a pior parte? Por um momento, quando ele estava
lá, fiquei feliz em vê-lo.
Com o caso encerrado, Beckett recolhia o material enquanto explicava o
desfecho a Gates. Castle estava com a foto de Edmund nas mãos.
- Precisa admirar o cara. Ele sacrificou tudo para se redimir. É uma
pena que o passado o alcançou.
- Mas os arquivos estão à caminho do escritório do promotor – disse
Gates - Agora os Cabots têm mesmo chance de recuperarem suas coisas.
- Assim como outras 42 famílias. Tudo graças a Edmund – completou
Beckett.
Uma mensagem tocou e Gates olhou o celular - Falando em pessoas que
tiveram a casa roubada...
- É sua sogra de novo, senhora? Beckett perguntou.
- Detetive, se receber uma denúncia de homicídio hoje, no meu endereço, faça-me
um favor, ignore-a.
- Sim, senhora – respondeu Beckett rindo - Castle, parece que você tinha
razão. Talvez exista um Papai Noel.
-Quer exista ou não, não é por isso que amo Natal – eles saíram
caminhando rumo ao elevador e Castle explicava - Quando eu era pequeno, não
importava quão feia estivesse a coisa, minha mãe sempre fazia da noite de Natal
algo mágico. Todos os anos, ela colocava a fantasia de "O
Quebra-Nozes". Se conseguia fazer isso em nosso pequeno apto, quando a
grana era pouca e éramos só nós... Isso me dava esperança de que tudo
melhoraria. Amo esse sentimento, essa esperança – Kate não poderia deixar de
achar aquelas palavras muito bonitas e de certa forma emocionais fazendo-a
sorrir - É loucura, não é? No dia mais curto e escuro do ano, pessoas de todas
as crenças celebram a luz. Além disso, quem não ama presentes?
Nessa hora, eles perceberam que estavam debaixo do visgo. Como a
tradição mandava, deveriam se beijar. Mas ali, no meio do distrito essa seria
uma tradição de natal quebrada. Por um momento ela pensou em esquecer tudo e
apenas beija-lo talvez mesmo ele tivesse tido a mesma ideia, não seguiu
adiante. Era um momento estranho entre eles, Castle ia embora e ela somente o
veria após o natal. Parte dela não queria ter que se despedir. Então, ele
facilitou as coisas.
- Feliz Natal.
- Para você também. E ela o viu entrar no elevador esboçando um pequeno
sorriso para ela, no fundo sabia que ele não estava realmente feliz ao
deixa-la. Beckett suspirou e voltou a sua mesa. Ela iria para casa e voltaria
amanhã para trabalhar na véspera do natal.
Ryan estava olhando para o presente de Jenny pensativo.
- O que ainda faz aqui? Não deveria estar em casa, enchendo a meia de
sua mulher?
- Acho que não estou pronto, Javi.
- Para sexo?
- Não. Para a consequência do sexo. Estávamos montando a árvore de Natal
e Jenny disse: "Não parece Natal se não há crianças". Ela quer
tentar. Mas eu venho trabalhar, vejo as notícias todo dia... Parece que o mundo
está desmoronando. E devo trazer uma criança para ele?
- O mundo sempre está desmoronando, mano, desde o começo dos tempos – e
Esposito sorriu - Mas, ter filhos, formar uma família, é o que nos mantêm
firme. Então, vá para casa. Faça um bebê. Você está pronto.
- Obrigado, irmão.
-Feliz Natal.
-Feliz Natal.
Beckett saiu do distrito e decidiu deixar o carro por lá afinal o
trânsito nesses dias estava muito carregado. Pegaria o metrô para casa. Tudo
que ela queria era tirar essas roupas, servir-se de um bom vinho e ficar de
molho na banheira. Voltaria ao distrito no dia seguinte depois das quatro da
tarde e ficaria trabalhando até sete da manhã do dia seguinte.
No caminho de casa, Kate foi bombardeada por luzes, enfeites brilhantes,
músicas tudo referente à época de natal. Pais e filhos caminhavam pelas ruas e
eram só sorrisos. Ao passar na frente do Rockfeller Centre, Kate parou para
admirar a enorme árvore montada. Era linda. As palavras de Castle voltaram a
sua mente. Alegria, esperança, família, presentes. Para onde ela olhasse via
uma demonstração disso.
Ao chegar em casa, ela fez exatamente o que planejara. Um longo banho e
uma taça de vinho.
Véspera de natal
Kate já estava pronta para ir trabalhar antes de sair de casa, pegou o
celular e ligou para o pai. Não esperava que ele atendesse mas foi
surpreendida.
- Pai? Já na cabana?
- Sim, filha. E você?
- Em casa, vou trabalhar daqui a pouco. Achei que você nem atenderia o
telefone.
- Não atendo mesmo mas quando vi que era você, não poderia deixar de
atender. Está tudo bem?
- Na mesma. Essa época do ano... ainda sinto a falta dela. Tanto. E
Castle com toda a alegria de natal, eu não consigo... dói muito.
- Você explicou a ele?
- Sim, ele entendeu. Eu apenas sei que está triste.
- Filha, porque você não passa o natal com ele? Faria bem para você.
- Não, pai. Não conseguiria. Apenas estragaria a festa dele. Não estou
nesse clima de festividade a muito tempo.
- Kate, você já deu um grande passo aceitando tudo que aconteceu com sua
mãe. Começando um relacionamento e será que não está na hora de deixar isso
também para trás? Eu sou velho e não consigo mudar mas você... devia se dar uma
chance.
- Não sei pai... não sei.
Ao caminhar na direção do metro, o clima continuava o mesmo. Na estação,
um rapaz com um sax tocava uma canção de natal. Várias pessoas pararam para
escuta-lo. Santa Claus is coming to town, ela se lembrava da canção. Ao fim,
elas colocavam moedas e cédulas na caixa do instrumento dele. Quando já estava
para embarcar no trem, viu uma menininha de cabelos loiros e olhos verdes toda
vestida de vermelho segurando um presente na mão. A garota se aproximou de Kate
e sorriu. Estendeu a mãozinha e falou.
- Feliz Natal – Kate retribuiu o gesto e sorriu – sabe esse presente que
tenho nas mãos? Não é pra mim. É pra um garotinho magrinho que mora na rua. Ele
fica perto da minha escola. É um menino muito legal, o nome dele é Tom. Gosto
muito dele mas ele perdeu a mamãe dele ano passado e só tem um moço que cuida
dele. Ele fica triste nessa época sabe? Mas a gente não pode ficar triste, a
mãe dele não está aqui mas o moço está e eu. Sempre achamos outras pessoas pra
cuidar da gente, amar a gente não? Sei que papai Noel não existe mas combinei
com o moço que ia fazer isso pra ele. Acho que ele vai gostar não?
- Sim, ele vai gostar muito – e a garota percebeu que as lágrimas
escapavam do rosto de Kate – ele vai ficar muito feliz.
- Porque você está chorando? É natal. Não podemos chorar. Qual o seu
nome? O meu é Holly.
- Kate.
- Você vai ter que parar de chorar porque é natal. Comida, presentes,
tudo é tão bom...
- Ai, está você! Não disse que era para me esperar ali no canto do
guichê, Holly... desculpe por ela estar te incomodando.
- Ela não estava, sua filha é um amor.
- Obrigada. Vamos filha, temos que levar o presente do Tom e voltar para
arrumar e ir para casa da vovó. Feliz natal, moça.
- Feliz Natal!
- Feliz Natal, Kate...e nada de chorar.
Pensativa, Kate entrou no trem.
Esposito ao ver o relógio sobre a mesa, decide visitar os Cabots e
entregar-lhes o que os pertence. Bateu a porta.
- Sr.ª Cabot? Sou o detetive Esposito. Tenho algo aqui que acho que
pertence a você. Descobrimos que seu marido o colocou como garantia na hipoteca
de sua casa.
- Não vejo isto há tanto tempo... – a mulher se surpreendeu - Foi
passado pela família dele por gerações.
- Creio que por isso Edmund o pegou. Ele queria que o tivessem de volta.
- Obrigada – e quando Esposito ia saindo, ela o chamou - Espere. Não
quer entrar? Íamos jantar.
- Claro.
XXXXXX
Kate estava sentada a sua mesa. Olhava para o monitor do computador com
uma tela em branco a sua frente. Virou-se para fitar a cadeira vazia a seu
lado. A imagem daquela garotinha não saia da sua cabeça. Por muitos anos ela se
fechara para várias coisas importantes na vida. No último ano porém, ela vinha
aos poucos mudando seu ponto de vista. Não fora uma jornada fácil, ainda não
terminara mas uma das melhores decisões que tomara foi iniciar um
relacionamento com Castle. Não se arrependera nem por um minuto. Claro que
houveram vezes onde as dúvidas a perturbaram em pensamento, porém esses
momentos passaram. Kate se permitira experimentar coisas novas, fazer mudanças.
Até agora nenhuma tinha sido ruim.
Apartamento de Castle
7pm
Eles estavam sentados à mesa começando o jantar.
- Mãe, o vinho quente está excelente.
- Obrigado. Tudo parece excelente. Como sempre – mas a expressão no
rosto de Castle o traía, mesmo tudo estando lindo e sua família estando ali com
ele, faltava algo, faltava uma pessoa muito importante.
- Richard, Richard, querido, não precisa ficar tão triste.
- Ela tem razão, pai. Sabemos a importância dessa tradição para você. Então
decidimos cancelar nossos planos. Estaremos aqui a noite toda, como sempre.
- Amo tanto vocês por fazerem isso por mim. Mas eu estava errado sobre
esta noite. Há um lugar onde preciso estar.
-Pai...
-Vá – Martha insistiu, ela sabia que o filho não conseguiria ficar longe
de Kate - Vá, vá, vá.
Ele levantou e correu para a porta. Assim que a abriu, deu de cara com
Kate com um sorriso no rosto.
- Eu... Eu estava indo te ver.
- Eu estava vindo te ver – disse ela e simplesmente não conseguia parar
de sorrir.
- E seu turno?
- Karpowski o fará. E sua tradição familiar?
- Estava pensando que é hora de fazer novas.
- Eu também.
Eles ficaram parados por um momento apenas olhando-se.
- Pelo amor de Deus, Richard, convide a moça para entrar.
- Claro. Quer...
- Claro – ao reparar na decoração do apartamento, Kate sentiu-se
inundada por um sentimento tão puro, tão aconchegante - Está lindo.
Eles estavam de frente para a linda árvore de natal. Ao olhar para ele,
Kate sabia que tinha feito a escolha certa então o beijou com os braços de
Castle ao seu redor. Sim, seria sua nova tradição de natal pensou Kate. Ao
quebrar o beijo, ela manteve a testa junto a dele e falou.
- Feliz Natal.
- Não te comprei nada.
- O quê?
- Apenas fiz o que você me pediu - Ela sorriu e voltou a beijá-lo - Não
importa... estamos aqui não?
- Sim, e estou faminta.
De mãos dadas, ele a guiou até a mesa. Kate cumprimentou Martha e Alexis
e sentou no lugar de Martha pois a mesma já havia providenciado isso. Eles cearam
juntos e conversavam alegremente. Beberam o vinho especial da família Castle e
assim que terminaram, ele pediu que elas se sentassem próximo a árvore de natal
para que ele entregasse os presentes. Kate observou a interação da família,
havia muito amor e cumplicidade ali. Martha tornou a abraça-la e dizia que
estava muito feliz com tudo isso. Ver seu filho sorrindo era seu melhor
presente de natal. De repente, Martha lembrou-se de algo importante.
- Richard, cadê o presente da Kate?
- Nós concordamos em não comprar presentes mãe, sabe para evitar
qualquer problema na hora da escolha?
- Eu disse a ele Martha que não precisava, acho que seu filho não entendeu...
- Richard! Eu não te ensinei nada? Quando uma mulher diz que não quer
presentes é exatamente o contrário! Aposto que Kate falou mais de uma vez sobre
não comprar nada, estou certa Kate?
- Está – e Kate ria da cara contrariada dele.
- Eu obedeci a detetive e não vou ficar discutindo com vocês.
Ela acariciou a perna dele – Está tudo bem, Castle. Estou me divertindo
muito.
- Falando em diversão, pai. Já que você está com Beckett e já trocamos
os presentes, será que eu poderia ir encontrar o Max?
- Claro, querida.
Alexis se levantou e beijou o rosto do pai.
- Feliz Natal. Feliz Natal, Kate.
- Pra você também Alexis.
- Bem vou aproveitar a carona da minha neta e sair também para ver
minhas amigas, juízo vocês dois.
Assim que elas saíram, Castle e Kate foram se sentar no sofá. Antes, Castle
voltou à cozinha e trouxe duas xícaras de eggnog.
- Nada de café hoje.
Ao provar o primeiro gole da bebida, Kate fechou os olhos por um momento
e ao abri-los começou a falar.
- Eggnog... fazem anos que não tomo, era o que mais eu gostava do natal
junto com as rabanadas.
- Você não tomava eggnog desde ...
- Sim, como eu disse, acabei com todas as tradições que me lembravam
natal. Mas hoje – ela acariciou o rosto dele e sorriu – estou muito feliz de
estar aqui.
- O que a fez mudar de ideia?
- Você, suas palavras e uma garotinha que encontrei no metrô a caminho
do distrito. Vocês me fizeram perceber que estar ao lado de alguém que você gosta
é o mais importante da noite de natal. Percebi o quanto você ficou triste ao
sair do distrito. Eu também estava triste, não seria justo com nenhum de nós. Se
isso significa tanto a ponto de você quebrar uma tradição, só posso achar que
vale muito a pena. Tudo que significa muito para você, também é importante para
mim, Rick.
Ele estava emocionado, Kate pode perceber, ela também sentiu o coração bater
mais forte ao dizer aquelas palavras.
- Sabe, eu não esqueci de comprar um presente para você. Convivo com
mulheres a muito tempo para saber suas reais intenções. Ele se levantou e
buscou uma caixa grande com um laço vermelho. Entregou a ela. Kate desfez o laço
com pressa, parecia uma menina. Ao abrir a caixa, ela viu um lindo casaco. Exatamente
do jeito que ela gostava.
- Castle é lindo... obrigada! E beijou-o.
- Sei que vai ficar ainda mais lindo em você.
- Eu realmente não comprei nada para você.
- Não importa, tudo o que eu quero está bem aqui à minha frente. Minha noite
de natal está quase perfeita agora.
Ela inclinou-se na direção dele e beijou-o apaixonadamente. As mãos se
deixaram percorrer pelas costas dele enquanto sentia as mãos de Castle
tocando-a do jeito que ela adorava. Depois de alguns bons minutos de namorico,
ela quebrou o beijo.
- Quase?
- Você vai dormir hoje aqui não?
- Isso é um convite, Castle?
- Era desde o início. Mas antes de nós subirmos, eu estava pensando qual
a sua música preferida de natal? Você deve ter uma especial não, todos tem. A minha
é White XMas.
- Você tem razão, tenho uma música preferida. Have yourself a merry little XMas, essa é a
minha.
- Ah, é uma linda canção. Um segundo. E Castle colocou a música para
tocar. Estendeu a mão e tirou-a para dançar. Eles se abraçavam dançando aconchegados
ao calor do corpo do outro. A cada minuto que passava, a noite ficava mais
linda e mais perfeita. Kate não esperava descobrir que sentia tanta falta de
tudo isso. Eles ainda ficaram por ali um bom tempo, tomando eggnog e curtindo
um ao outro.
Já no quarto de Castle, ela beijou-o rapidamente e foi para o banheiro. Como
um menino ansioso pelo presente, Castle começou a despir-se ficando apenas de
boxer. Ele deitara na cama e esperava. Já fazia uns quinze minutos que ela
estava no banheiro, resolveu chamar por ela.
- Hey, Kate... você vem?
Mal terminou de falar e ela apareceu trajando o casaco que ganhara de
presente. A visão era tão linda.
- Sabe você disse que sua noite de natal estava quase perfeita. Estou prestes
a livra-la desse quase. Kate abriu o casaco revelando que não usava nada por
baixo. Ela sorria. Ele abriu o sorriso e falou.
- Obrigado Papai Noel...
Ela caiu na gargalhada e logo em seguida nos braços dele. Os beijos
aumentavam e mesmo que fossem urgentes e excitantes, eram carregados de emoção.
Castle a deitou na cama e começou a acariciar toda a extensão do corpo. Das pernas,
ao estomago, ao colo, seus lábios percorriam a pele macia e cheirosa, ela
apenas gemia baixinho com o toque dele. Os lábios se encontraram mais uma vez e
ela acariciava o rosto dele, sentindo o peso do corpo dele sobre o seu. Quando Castle
quebrou o beijo e tomou um de seus seios nos lábios, ela se contorceu abaixo
dele e sentiu o próprio desejo aflorar em sua pele e em seu centro. Ela queria
mais, sempre mais. Ele sugou o outro seio e ouviu-a gemer mais alto. Com destreza,
ele introduziu dois dedos nela e passou a massagea-la vagarosamente. Kate começou
a sentir o calor domina-la, um misto de prazer e tremores. Tudo que ela queria
era tê-lo completamente. Ele continuava os movimentos buscando leva-la ao clímax.
Com esse pensamento, ele tornou a beija-la. Ela sucumbiu entre tremores e o
desejo a invadiu por completo.
Assim que recuperou o fôlego, ela tornou a beija-lo. Trocando de posição,
Kate se viu sobre as coxas dele. Fez uma carreira de beijinhos por todo o rosto
dele seguindo pelo pescoço, queixo e voltando para os lábios. Queria muito
mais. As mãos perdiam-se no corpo dele e já sentia o membro contra seu estomago
ao debruçar-se sobre ele. Beijando-o mais uma vez, deixou os lábios vagarem
pelo peito dele, mordiscou um dos mamilos e sorriu ao ouvi-lo gemer. Então, ela
decidiu não mais esperar e movendo-se com jeitinho, deixou o membro dele
toma-la por completo. A sensação era deliciosa. Começou a mover-se com ele,
curtindo cada momento possível. Sentia a pele esquentar, as mãos de Castle
percorriam seu corpo e tocavam-lhe os seios, apertando-os, instigando-a. os movimentos
aumentaram e tudo o que ela podia sentir era o corpo ceder ao prazer, a pele
vermelha, o tremor e os gemidos a dominando e então a explosão aconteceu. Ambos
sentiram o impacto do prazer juntos.
Gemidos, toques, suor e desejo, tudo se misturava ao deixar-se desabar
sobre Castle. Ele a abraçou e permaneceram quietos sentindo a força do ato que
acabaram de fazer. Kate adorava a sensação que a dominava após fazer amor com
ele. Deitou a cabeça sobre o peito dele e beijou-o levemente. Ela suspirou.
- Feliz Natal, Castle.
- Feliz Natal, Kate. Que esse seja o primeiro de muitos.
- Acho que essa foi a cereja no bolo que tem sido minha noite, graças a você,
Castle – ela apoiou o queixo no peito dele para fita-lo – obrigada por me fazer
reviver o espírito do natal. Tinha esquecido como tudo pode ser especial, só
precisava da companhia certa.
- Nossa! Agora a noite ficou perfeita.
Eles trocaram mais um beijo e aconchegaram-se para dormir.
Na manhã seguinte, Castle ainda dormia quando Kate acordou. Ela foi
sorrateiramente até o pé da cama e deixou um pequeno embrulho. Voltou para cama
a fim dele não desconfiar. Fingindo estar acordando agora, ela começou a
acaricia-lo e beijar-lhe o rosto, o corpo. Percebeu quando ele abriu o sorriso.
- Ah, então o senhor já estava acordado...fingido!
Ele abriu os olhos e puxou-a para si. Após um beijo, ele sorriu como um
menino maroto.
- Presentes de papai Noel! Vamos checar as meias? Ela teve que rir. Kate
não reparara que havia duas meias penduradas no canto da cama. Uma vermelha com
o nome dele e uma verde ainda sem nome.
- Tive que improvisar uma meia para você.
- Meias não deveriam estar sobre a lareira?
- Voce tem razão mas queria uma certa privacidade – ele foi até a meia
verde e tirou uma caixinha de lá – acho que Papai Noel considerou que você foi
boazinha esse ano. Feliz natal, minha musa.
- Castle, você já tinha me dado um presente! – ela estava surpresa e ao
segurar a caixa viu a fita da Tiffany, pelo tamanho da caixa, ela sabia que não
era um anel, o que a deixava um pouco aliviada mas o que seria? Ela abriu a
caixa. Kate segurou a respiração. Era uma pulseira de ouro branco cheia de pequenos
pingentes, miniaturas de algemas, uma arma, uma xícara de café, um coração e a
letra K. Kate não tinha palavras. Ela avançou nele e beijou-o com vontade por vários
minutos para então falar.
- É linda demais, Castle. Adorei. Mas acho que está faltando algo
importante. Não vejo nem a letra R ou C, elas fazem parte do presente não?
- Você acha?
- Tenho certeza.
- Hum, podemos providenciar – ele disse e deu mais um beijo nela foi
verificar sua meia novamente – é parece que eu não agradei ao papai Noel. Não fui
bonzinho esse ano?
- Acho que nem eu queria você bonzinho. Meu pai costumava colocar os
presentes ao pé da cama. Você já olhou lá?
Um sorriso maroto apareceu no rosto dele. Fazendo o que ela sugerira,
Castle encontrou um pequeno presente – Você?
- Não sei, talvez papai Noel realmente exista.
Ao abrir, ele se deparou com um lindo conjunto de lingerie preta com
cinta liga e um gorro de papai noel vermelho.
- Parece que você mereceu todos os presentes esse ano, Kate.
- Eu não sei, Castle – ela andou até ele enrolada no lençol – acho que a
mensagem do Noel era para você ser malicioso esse natal, não bonzinho – ela piscou
para ele e colocou o gorro na cabeça – achava que devia deixar para a noite mas
quer saber? Me deu uma vontade de testar isso não? – ela tomou o embrulho das mãos
dele e foi correndo para o banheiro deixando o lençol cair no chão.
Ao voltar e ficar de frente para ele, Castle prendeu a respiração por
uns segundos. Estonteante. Ela se aproximou dele e o abraçou.
- Merry naughty XMas, Rick Castle… - ela tirou o gorro da cabeça e
colocou na dele e deslizou a mão até que ela segurou o membro dele sorrindo
maliciosa.
- Oh, Detective Beckett… oh…Deus!
Continua....