terça-feira, 18 de setembro de 2012

[Castle Fic] Starting Over - Cap.18


Nota da Autora: E o angst continua, esses caps estão sendo críticos.Espero poder ser coerente com minhas idéias. Não darei um fim complicado à esse caso. Será uma simples forma de fechar uma fase na vida de Beckett, com uma pitada interessante do bom angst... espero que gostem! Enjoy!


Cap.18


A agitação poderia ter deixado-a ainda mais alerta. Ter uma pista como aquela na mão a faria passar a noite toda acordada buscando por mais. Porém a tensão drenara qualquer força que ainda restava em Kate Beckett e ela adormeceu assim que caiu na cama.

As seis da manhã, ambos estavam de pé. Kate entrara em contato uma equipe do CSU para deixa-los de sobreaviso se necessário ela ligaria para eles providenciando informações e um endereço porém eles apenas poderiam entrar com ordens dela. Tomaram café e foram direto para o suposto apartamento. Ficava no segundo andar de um prédio de esquina. Eles subiram a escada juntos. Castle já sabia que ela iria arrombar a porta. Antes de fazer isso, ela abaixou-se e pegou a arma que estava na perna dela e tirou. Estendeu a ele.

- Somos somente nós dois, Castle. Não quero arriscar. Smith pode estar morto mas sabemos que Maddoxx não está. Pronto?

- Ok.

E ela arrombou a porta caminhando na frente e checando o apartamento. Cômodo a cômodo, ela não encontrou ninguém. Castle estava apontando a arma na direção dela para dar cobertura. Ela guardou-a e olhou em volta. O apartamento era bem mobiliado. Num cômodo que parecia um escritório, ela reparou na lareira. Ali naquele lugar poderiam ter sido destruídas várias provas. Poderiam ser apenas cinzas ressecadas. Não, ela não podia pensar assim! Foco, Kate. Deve haver alguma informação por aqui.

Ela começou a revirar a mesa e as gavetas em busca de qualquer coisa que ligasse o tal Sr. Smith ao seu tiroteio, a sua mãe. Havia poucos papéis guardados mas ela era persistente. Acharia algo. Castle estava na sala fazendo o mesmo que ela. Ele folheava os livros atrás de uma evidência. A cada busca frustrada, ele suspirava. Então, parou e observou o ambiente. Se essa fosse sua história e Smith sua personagem, como ele escreveria? Onde ele esconderia informações preciosas, que valiam vidas? Com a mão no queixo ele ficou pensativo.

- Não achei nada no escritório, vou tentar o quarto – então ela percebeu ele parado no meio da sala – Castle? O que está fazendo? Deveria estar revirando essa sala de cabeça pra baixo!

- Shhh...estou pensando. Como um escritor. E não tem nada na sala.

- Enquanto você pensa, eu vou para o quarto.

- Quarto! É isso! Deve ter uma cômoda ou uma cabeceira...

Beckett olhou para ele intrigada. Ele estava pensando em alguma teoria maluca. Virou-se e entrou no quarto. Além da cama e guarda-roupa, ela viu duas cabeceiras com lâmpadas de leitura, uma pequena mesa para colocar um notebook ou uma leitura de última hora e uma TV de LED na frente da cama. Ela começou pela mesa onde havia alguns papéis e mais livros. Castle entrou no quarto, sabia que algo importante estava ali porque sugeria intimidade, escondido em algo pouco ou em nada relacionado com os dados. Seu olhar foi para as cabeceiras ao lado da cama. Sobre uma delas estava apenas o telefone. Na outra, um exemplar da Arte da Guerra de Sun Tzu.

- "Não é preciso ter olhos abertos para ver o sol, nem é preciso ter ouvidos afiados para ouvir o trovão. Para ser vitorioso você precisa ver o que não está visível.”

- Castle porque você está citando uma frase da arte da guerra?

- É isso. Kate qualquer coisa que procuramos está... – ele abriu a pequena gaveta da cabeceira. Nada que saltasse aos olhos. Seguiu para o outro lado da cama, abriu a outra gaveta. Castle mordeu os lábios. Uma bíblia. Kate parou o que fazia e ficou observando-o. Viu que ele tinha a bíblia nas mãos. Não se movia.

- Castle...?

Ele olhou para ela. Kate sentou-se na cama e ficou esperando uma explicação.

- Se eu fosse escrever uma história e quisesse esconder algo, usaria um lugar inusitado. Talvez... – ele bateu o dedo na capa da bíblia.
- Queremos papel, Castle. Como esconder documentos numa bíblia?
- Não podemos e Smith também não faria mas isso... – Castle folheou as páginas do livro e de repente se deparou com uma parte cortada. Um quadrado fora feito no meio da bíblia por várias páginas, um buraco com dois dedos de profundidade, dentro dele uma chave. Ele olhou para Kate que tinha a boca aberta diante da descoberta dele. Castle pegou-a e estendeu-a na palma da sua mão. Kate pegou-a entre seus dedos.

- Como você sabia? A voz saiu como um sussurro.

- Não sabia, apenas tive um pressentimento de escritor. De onde você acha que ela pode ser?

- Um armário qualquer numa estação? Não pode ser de um cofre de banco, não com esse formato. Essa chave está relacionada com o tal número B227. Mas o que significa?

- Eu ainda não sei, dada às circunstâncias, iremos descobrir. Chegamos até aqui não?

- O que vamos fazer? Acredito que não é o momento de ir até o seu superior.

- Não... – ela começou a rodar pelo quarto com a mão no queixo pensando e então uma ideia estranha lhe passou pela mente. Não isso era muito além das teorias de Castle, mas talvez se ela descobrisse de onde era essa chave – Castle tire uma foto com seu telefone dessa chave. Acredito ter visto um aplicativo que identificava chaves uma vez online para download.

- Ah sei do que você está falando porém a julgar pelo desenho, esse modelo parece uma chave de uma casa, ou um apartamento, sabe? Uma chave comum de uma fechadura de porta.
- Uma porta? Não, seria muito errado. Outro lugar perdido em Manhattan? Não...não...

Ele fez o que ela pediu e como já esperava, o tal aplicativo revelou que ele estava certo. Era uma chave comum para qualquer porta. Também não tinha nenhuma indicação de número então a grande questão era como liga-la ao tal código B227.
- Vamos Castle, não temos mais o que fazer aqui.

Eles deixaram o lugar e ao ficar de frente para o volante, Kate teve dificuldade em decidir para onde ir. Deveria voltar ao distrito? Para que? Sem outras pistas para seguir, eles ficariam andando em círculos. Ela precisava descobrir de onde era essa chave. Castle esperava pacientemente pela próxima decisão dela. Ao seu modo, ele encontrava-se no mesmo labirinto que ela. A pergunta continuava sem resposta. Nenhum insight parecia lhe ocorrer.

- Castle, diz que você tem alguma teoria maluca pra me ajudar agora, seria um bom momento.

- Sinto muito, eu não tenho.

A possibilidade que lhe ocorrera no apartamento de Smith, voltou a sua mente. Era novamente arriscar, ela precisava de qualquer coisa. Não podia parar. Não agora. Suspirou e fez a pergunta a ele.

- Castle, a garagem onde você o viu, era subterrânea?

- Sim, na verdade era um edifício garagem porém nos encontramos no subsolo imagino. Por que?

- Você pode me chamar de doida mas acredito que essa chave tem alguma ligação com aquela garagem. Muito ridículo? Não, estou errada.

- Kate é tão ridículo quanto o fato de Smith morar nos arredores da garagem. O que o seu instinto de policial lhe diz?

- Diz que precisamos checar a garagem... não sei ainda porque apenas preciso ir até lá.
- O que está esperando?

Ela estacionou do lado de fora da garagem. Mostrando o distintivo de detetive, ela conseguiu livre acesso. Castle a guiava até o ponto onde ele encontrara Smith. Mesmo de dia, a garagem era escura e ao perceber que isso poderia expor os dois ao perigo, ela sacou sua lanterna e a arma. Pediu para Castle permanecer ao lado dela e manter a arma em punho, isso lhe daria uma certa vantagem caso fosse atacados. As parcas luzes do lugar apenas os guiavam pobremente, a luz da lanterna era mais eficiente. Depois de uns bons metros caminhados. Castle parou.

- Eu estava aqui. Ele apareceu naquela direção.
Ela ergueu a lanterna estudando os arredores do local. Nada incomum parecia saltar aos olhos de Beckett. Era uma garagem como tantas outras em New York. Cantos escuros, óleo e gasolina pairando no ar. Manchas de pneus no chão. Ela até viu alguns ratos passando. Ela se perguntava, porque esse lugar? Tinha que haver algo de diferente ali. Ela recomeçou a andar distanciando do local indicado por Castle. A luz buscava ao comando dela um algo mais. Castle ia ao seu encalço. E então, a lanterna captou algo inesperado. Numa das colunas, havia uma letra D pintada. O coração de Beckett acelerou. Será? Ela apressou o passo e permanecendo na mesma direção procurava pela colunas. De duas em duas podia-se ver a letra D. andando um pouco mais para a esquerda, ela encontrou uma seção E. E depois mais uma, adiante ela enxergou um F. isso queria dizer que as colunas com a letra B estariam para a direita.

Mudando de direção, ela estava quase correndo para encontrar as colunas que continham a letra B. Castle compreendeu o que estava se passando na mente dela, era o mesmo que ele vislumbrava na dele. Devia estar certo, tinha que estar. Finalmente ela alcançou a primeira coluna com a letra B e com a lanterna focou o chão em busca da outra peça do quebra-cabeça, o número 227. Temia que isso fosse algo louco mas no fundo ela queria acreditar que seu pensamento não tinha sido em vão.

Ao focar o chão, ela demorou uns cinco minutos para localizar o primeiro número que deveria corresponder à vaga na garagem. Ela balançou a cabeça ao ver o número pintado no chão. 412.

- Não, isso não pode estar certo. Não há colunas suficientes para mais de quatrocentos números nessa garagem, não que combinem com a coluna B. Droga!

A frustração dela era de causar tristeza. Não poderiam chegar até ali e sair sem nada concreto. Era decepcionante para ambos porém muito mais impactante para ela. Tudo que eles galgaram nessa investigação até ali estaria perdido. Ela arriscara pensar diferente, seguira seus instintos. Para ele, Kate Beckett não poderia estar errada nessa, não fazia sentido.

- Voltamos à estaca zero. Ela começou a andar de volta para a entrada da garagem, ao passar por ele, Castle segurou seu braço. Seus olhares se encontraram.

- Espere, ainda não desista. Chegamos até aqui, você seguiu sua intuição. Então, e se eu estiver enganado? Kate não deve ter quatrocentas vagas nesse piso e se tiver em outro? É um edifício como qualquer outro. Dois pisos abaixo seriam as vagas que iniciam com o número 2.

Ao dizer isso, ele viu o olhar dela mudar. Sim, ele podia estar certo. Na verdade. Ela precisava que ele estivesse.

- Vem Castle, precisamos descer.

E dessa vez, ela se deixou correr. Ele a acompanhou procurando manter o passo. As passadas dela eram quase em desespero. A cada respiração ela sentia-se mais próxima da verdade. Chegou ao elevador de ferro e esperou Castle se juntar a ela. Abriu a porta e apertou o número dois no painel. Para Kate Beckett, aquele elevador levara uma eternidade para chegar ao seu destino. Como se cada segundo durasse o tempo de uma hora. A ansiedade voltou a domina-la. Pararam no andar e Castle abriu a porta de ferro. A face dela estava tensa. Ele deslizou a mão e entrelaçou os dedos ao dela. trocaram um olhar.

De mãos dadas, eles caminhavam em direção a direita procurando as colunas com a letra B. Kate respirava mais rapidamente, obedecendo o ritmo do próprio coração. Ela focou o primeiro número que encontrou no chão. 214. Após uma troca de olhares, eles continuaram andando. Os números subiam. 216. 218. 220. Todos pares. Ela tornou a olhar para ele mas sem dizer uma palavra, ela atravessou a vaga apenas para encontrar o número 221 pintado ao chão. Um pequeno sorriso formou-se no canto dos lábios de Kate.

223. 225. 227.

- Aqui.

Eles estavam de frente para a vaga que estava vazia. Ambos olharam-se como quem pergunta: e agora? Beckett tomou a iniciativa de começar a vasculhar o perímetro da vaga. O lugar parecia uma vaga comum, o chão estava mal cuidado, com alguns buracos mas nada que levantasse suspeita. Ela comecara a desanimar. Tinha sido uma perda de tempo, uma loucura.

- Kate, vem aqui. Me empresta sua lanterna.

Ela foi até ele e entregou a lanterna. Castle focou o chão, havia uma parte da pedra de cimento quebrada no que parecia ser uma entrada de esgoto. Um retângulo de cerca de 40 cm2. Ele agachou-se para sentir o peso. Precisava das duas mãos.

- Segure a lanterna nessa direção.

Ela obedeceu e Castle pode puxar a suposta tampa. A princípio, ele tentou pela parte quebrada porém o cimento machucava e não dava a sustentação necessária. Mudando de tática, ele segurou com as duas mãos um puxador enferrujado e puxou deixando escapar um gemido pela força que fazia. Kate chegou mais perto e focou o buraco a frente deles. Surpresos, eles prenderam a respiração por um momento. Castle puxou o objeto de metal e mostrou a ela. Uma caixa de formato retangular com uma fechadura. Beckett não estava acreditando. Estaria ali tudo o que precisava para solucionar suas dúvidas ou seria essa caixa mais uma charada para frustra-la e atrasa-la um pouco mais na busca pela verdade? Ele olhou para ela e perguntou.

- Quer fazer as honras detetive?

Ela agachou-se ao lado dele e com as mãos trêmulas, enfiou a chave e girou. A caixa se abrira. Seu conteúdo? Um verdadeiro poço de informações. Cartas, fotos, negativos. Ela reconheceu o símbolo da NYPD em alguns papéis. Ali em suas mãos, ela poderia estar segurando as respostas que procurava a quinze anos. O tremor das mãos aumentou. Ela sentiu as pernas falharem por um momento e Castle a apoiou. Ajudou-a a erguer-se e fechou a caixa.

- Vamos sair daqui.

 
Apartamento de Castle – 20 minutos depois

 
Eles estavam sentados no escritório. O monitor ligado com todas as informações já conseguidas. Sobre a mesa a caixa encontrada por eles na garagem. Castle insistira para eles irem para o distrito porém, Beckett o convenceu do contrário. Não sabiam exatamente o que encontrariam naquela caixa, estavam falando de corrupção pesada na polícia, era melhor verificarem e se fosse o caso selecionarem as informações que disponibilizariam para a continuidade do caso de homicídio.

- Kate apenas me prometa que não vamos esconder evidências, lembre-se do que aconteceu da última vez. Vamos analisar o que temos e depois comunicamos ao seu superior e compartilhamos o que descobrimos com os rapazes.

- Prometo, Castle. Não vou repetir o erro. Vamos dividir os dados para avalia-los.

Ela pegou a caixa e retirou os papéis. Separando fotos, negativos e documentos, ela pegou uma parte dos relatórios e começou a avaliar. Ele também escolheu uns relatórios e caiu de cabeça. Por uma longa meia hora, eles simplesmente não falaram nada. Beckett lia e relia marcando os pontos que achava relevante. Depois, usando o notebook de Castle fez umas pesquisas. Não podia ser. Digitou novamente o dado no sistema da polícia. Esperou. Obteve o mesmo resultado. Ela voltou ao papel e pegando um bloco de notas, começou a escrever o que descobrira seguindo a sequencia de eventos que já conhecia. A cada nova etapa que escrevia, ela ia ficando mais excitada. Seria isso mesmo verdade? Pegou as fotos. Atrás delas ou mesmo na própria foto havia observações sobre as ligações. Porém, foi Castle quem falou primeiro.

- Kate tem várias fotos suas aqui. Algumas tiradas pelo Lockwood, outras pelo Maddoxx. Você sempre foi um alvo. Quanto ao Smith, ele fez parte do julgamento que condenou Pulgatti pelo crime que não cometeu, o assassinato de Armen. Segundo alguns registros Armen estava trabalhando com alguns policiais de narcóticos. Um nome significativo apareceu aqui. Raymond Edward Gates. Era o policial ligado ao Armen, trabalhavam juntos para desmascarar o esquema em Washington Heights.

- Novamente! Escute isso: julgamento comprado de Armen a pedido do “Dragon”. Pulgatti condenado. Johanna Beckett pega o caso de Pugatti para defende-lo e descobre inconsistências no julgamento. Dick Coonan é contratado para matá-la. Queima de arquivo – ela deu uma pausa e respirou profundamente tentando dominar a emoção – tem mais. A máfia era apadrinhada não apenas pelos policiais que forjavam os sequestros mas também por pessoas influentes no governo. Acredito que estamos falando do Senador. O nome Raymond Gates aparece como morto, ele foi assassinado também por Coonan, aparentemente o agente do FBI tinha prometido alguma promoção para ele e com sua morte ele recebeu um cala boca de Raglan para evitar a ameaça de colocar a boca no trombone. Ele morreu por causa da minha mãe, Castle. Ela desconfiou do erro de Pulgatti e quebrou o acordo que Raglan fez com Raymond em troca do silêncio. Outra queima de arquivo. Ele tinha seis filhos. E adivinha? – ela puxou uma foto e mostrou a ele – parece familiar?

- Ele parece com o cara que perseguia você. O que não identificamos.

- Exceto que é o filho dele. Raymond Gates Jr. Sobre o nome, veja – ela mostrou a tela do notebook para ele – Raymond é o pai de Gates, Castle. A Capitã perdeu o pai por causa da minha mãe. Seu irmão quer minha cabeça. Vingança.

A foto do pai de Gates estava na tela. Listado como família o nome de Victoria Gates aparecia assim como o de Raymond.

- Isso é grande! Ela sabe?

- Do envolvimento do irmão? Não posso dizer mas que minha mãe foi a razão pela qual o pai dela morreu, disso tenho certeza. Explica muita coisa. Porém, não explica quem ordenou o ataque.

- Talvez eu possa ajudar. Acredito que o tal Dragon é o senador que o Chefe dos detetives encontrou. Ele já foi do exército antes de tornar-se político. A máfia financiou sua campanha. Desde então ele vem recrutando ex-militares para satisfazer seus interesses e manter a conexão com a máfia. Lembra do caso do prefeito? Aquele advogado que apareceu para tirar o nosso assassino da cadeia? Smith fez uma observação sobre eles, ambos foram escolhidos por Maddoxx, o tal advogado? É sujo e deve favores à máfia. O ataque à sua mãe foi negociado com o próprio Dragon para encobrir novamente a farsa do julgamento de Pulgatti porém na época, ele não era o homem todo poderoso que é hoje. Era um deputado. Brian McCarthy, soa familiar?
- Mas ele é o presidente do senado! Senador de New York.

- E o homem por trás de toda essa cadeia de corrupção, máfia e mortes – ele mostrou um relatório a ela onde o nome do senador aparecia - Você não vai chegar a ele, Kate. O homem é intocável. Talvez esse fosse um trabalho para a CIA.

- Você está dizendo que a única pessoa que realmente ameaçou toda essa operação foi a minha mãe?

- E você. É o que parece. Todos os outros que tentaram expor algo, foram comprados. Assim como agora, ele chamou Maddoxx para acabar com você, por você estar muito perto quando descobriu o que realmente aconteceu no caso de Pulgatti e pelo que sua mãe morreu, você está prestes a desmascarar todo o esquema. Lockwood ia matá-la, Montgomery morreu por você. Maddoxx entrou em cena, cometeu o atentado mas falhou. E vai tentar novamente.

- Maddoxx matou Smith. E agora, resta apenas eu. Você acha que a chegada da Capitã ao 12th foi programada? Para ela ficar próxima a mim?

- Não sei, Kate. Talvez o seu superior possa responder a essa pergunta.

- Castle, como vamos achar Maddoxx?

- Não tenho ideia porém meu maior medo é que ele ache você primeiro. Você vai mesmo persegui-lo? Vai entrar nesse jogo?

Ela esticou a mão para toca-lo – Castle não posso prever o que vai acontecer. Não posso também virar as costas a tudo isso. Tenho que estar preparada. Pior será se eu for pega de surpresa. Não quero morrer. O que quero é incriminar Maddoxx pelo assassinato de Smith, pelo meu atentado e para trazer alguma justiça para todos esses que morreram por causa dessa sujeira. Me ajude a encontrar uma prova para pegar Maddoxx. É somente isso que preciso.

Ela arrumou alguns documentos e fotos. Não iria levar toda a informação para o distrito. Pegou algumas informações e tirou cópias usando a impressoara multifuncional de Castle. Certa de que não esquecera nada, ela voltou os dados para a caixa e fechou.

- Castle, você tem um cofre?
Ele entendeu o que ela queria. Assim que guardou a caixa, ela falou.

- Vamos Castle, temos um encontro importante na Central.

 
Central da NYPD


Beckett entrou na antesala do Chefe dos Detetives e solicitou para vê-lo imediatamente. A secretária já escolada sobre a prioridade que era dada a detetive, pediu um momento e deixou-os entrar na sala do seu superior. Ele já pode perceber ao olhar para as feições de Beckett que o assunto era sério.

- Detetive Beckett... algo errado?

- Senhor, ontem pela manhã fui chamada ao píer para iniciar uma investigação de assassinato. A vitima é John Smith, o amigo do Capitão Roy Montgomery.

Foi a vez das feições do Chefe dos detetives tornarem-se duras. Beckett explicou a ele o curso da investigação e suas descobertas. Relatou as suspeitas sobre o assassino de Smith ser Maddoxx e de como ainda não achara uma prova para incrimina-lo. Ela explicou que também descobrira a ligação entre a máfia e o senador. Beckett deixou claro que não tinha interesse em atingir o senador. Esse trabalho ela deixava para ele ou para a CIA.

- Vingança, Detetive?

- Justiça, senhor. Para Smith e para mim. Tenho mais uma informação senhor, delicada. É sobre a Capitã Gates – Beckett começou a contar o que descobrira e o Chefe dos detetives parecia cada vez mais interessado. Mostrou os relatórios, as fotos e suas conclusões.

- Tenho que perguntar, porque Gates foi escolhida para substituir Montgomery?

- Não sei a resposta, Detetive mas diante do que você me apresentou, irei descobrir. Provavelmente terei que envolver a corregedoria na investigação. Não comente isso com ninguém. Nem mesmo com seus colegas do 12th, entendido?

- Perfeitamente, senhor. Iremos para o distrito atualizar o que descobrimos que possa ajudar a resolver o caso de Smith. Posso pedir para o senhor me manter informada?

- Claro, o mesmo aplica-se a você.

Quando Beckett ia saindo, ele tornou a falar.

- Excelente trabalho detetive, será um prazer promove-la a tenente quando o momento chegar, afinal você agiu como tal.

- Obrigada senhor.

Saindo da Central rumo ao carro, Castle comentou.

- É impressão minha ou ele já está considerando você uma Lieutenant?

- Devagar Castle... temos outra prioridade agora.

De uma distância razoável, Cole Maddoxx a observava. Sempre confiante, tão sedenta por justiça. Kate Beckett já provara a ele que podia usar toda a sua inteligência para fazer burrices. Essa era o problema dos justiceiros e heróis, estavam dispostos a morrer por uma causa, a arriscar sua vida pela verdade que muitas vezes se perdia num simples piscar de olhos. Para ele não importava, tinha um trabalho a fazer. Deixaria que ela o encontrasse. Bastava mostrar o caminho, ser visto em algum lugar. Sabia o que precisava fazer. Ela viria até ele e diferente da última vez, que ela tivera sorte, ele a derrubaria, a veria sangrar e podia até imagina-la implorando para saber a verdade. Talvez ele contasse a ela, talvez a torturasse. De todas as suas vítimas, Kate Beckett era de longe a preferida. Uma rival à altura, não desistia facilmente. Seu único defeito? Agir com o coração. E era exatamente isso que a mataria, a emoção e a impulsividade.


12th Distrito
11am

Beckett chegou ao distrito e reuniu Esposito e Ryan para atualiza-los daquelas informações pertinentes ao caso. Animados com as novidades, eles começaram a discutir possíveis alternativas e teorias para encontrar Maddoxx. Beckett ligou para Lanie a fim de verificar se ela tinha alguma nova informação. Nada. Ela cuidou pessoalmente de atualizar o quadro. Depois, passou uma boa parte do tempo observando as informações que tinha disponível. Algo tinha que aparecer.

Cansada, ela passou as mãos no rosto. Levantou-se e foi até a copa. Serviu-se de café e encostou-se no balcão bebericando o liquido quente. Estava pensativa quando Castle se aproximou e foi servir-se também de café. Ela sabia porque ele estava ali, para dar apoio. Lembra-la que ela podia contar com ele. Se alguém dissesse a ela a quatro anos atrás que o escritor inconsequente e cheio de teorias malucas ia tornar-se seu parceiro na vida, ela riria. Ali, de frente para ele, Kate compreendia que ele era mais que parceiro, era seu esteio, seu chão. A pessoa que estaria a seu lado sempre que ela precisasse, ele já provara isso mais de uma vez. Ela suspirou e começou a falar em voz alta. Queria externar um pensamento.

- Essa situação toda, é tão estranha. Tão frustrante. Não sei o que pensar. Quanto mais perto estou de descobrir a verdade, eu me sinto impotente. Uma parte de mim quer seguir adiante, caçar esses culpados, coloca-los na cadeia. Outra parte quer esquecer, deixar que a vida se encarregue do que tiver que acontecer. Como explicar isso? Passei quinze anos da minha vida procurando por essas respostas, agora que estou tão próxima sinto que não deveria seguir em frente. Como é possível querer algo tão fervorosamente e não querer ao mesmo tempo?

- Você não explica, Kate. Apenas sente. Segue seus instintos e seu coração. Não há certo ou errado nesse momento. É um jogo sujo, perigoso. Apenas você poderá definir qual o seu limite, até onde está disposta a ir. Em que momento deve tirar seu time de campo ou jogar as cartas. Comparativamente a um jogo de pôquer, um blefe pode ser fatal. Você pagará com a vida.

- Obrigada por me deixar mais confusa – ela sorriu – não era bem isso que estava esperando ouvir...

- Hey, gorgeous... não entre de cabeça. Pare de analisar. Se tivermos que pegar Maddoxx, isso vai acontecer. Se não, outro fará. Seu coração à frente do dever de seu distintivo.

- Vou me lembrar disso, Rick.

- Aproveitando que estamos fazendo uma pausa, que tal pedirmos o almoço? Chinesa?

- Vá em frente.

Estavam terminando de almoçar de frente para o quadro quando o celular de Castle tocou. Era da editora. Castle conversava e argumentava mas depois de uns dez minutos ele desligou. Virou-se para ela e explicou.

- Preciso ir até a editora. Não vou demorar no máximo umas duas horas. É sobre o acordo de confidencialidade que assinei, lembra? Parece que eles já tem algo pra me mostrar e não pode ser adiado. Continue a investigação mas me prometa se você achar alguma pista, tiver um insight por favor, me ligue e se precisar ir para rua não vá sozinha, leve Esposito ou Ryan com você.

- Ok, duvido que apareça algo. Pode ir, Castle. Boa sorte.

- Obrigado.

Ela ficou uma boa parte do tempo olhando para o quadro, à medida que os minutos passavam, ela ia se frustrando cada vez mais. O telefone da mesa tocou.

- Beckett.

- Detetive, aqui é o policial James sou da patrulha de rua e acabei de receber um comunicado de um colega de uniforme que avistou o possível suspeito que a senhora está procurando. O tal Maddoxx – Beckett sentiu um arrepio percorrer-lhe a espinha – ele foi visto num corolla preto de placa G397CB. Foi avistado descendo a Lexington rumo ao centro de Manhattan.

- Parecia carro alugado? Tem certeza que era ele?

- Sim, senhora. Tal como na foto.

- Ok, obrigada.

Beckett desligou o telefone e por alguns segundos permaneceu estática. Ele aparecera. Um rastro. Era tudo o que ela precisava para continuar a investigação. Ela entrou no sistema e digitou a placa. Se o carro é de locadora possui um chip de rastreamento e ela poderia descobrir onde ele estava indo, cada passo seu. Era bom demais para ser verdade e mesmo assim... a placa surgiu na tela apontando um corolla preto da locadora Hertz. Ela solicitou a opção de visualizar rastreamento. Alguns telefonemas depois e o vídeo foi liberado. Um excitação tomava conta dela, o carro aparecia em movimento pela rua. Viu que ele se dirigia a ponte do Brooklin, ele estava indo a algum lugar específico. E então ela reconheceu o antigo Fulton ferry. Beckett sabia que aquela área possuía muitos terrenos desocupados e armazéns abandonados. O carro parara. A marcação do GPS revelara o endereço. Ela anotou.
Levantou-se da cadeira e procurou pelos rapazes. Lembrou que eles tinham saído para investigar outro caso. Decidiu ligar para Castle. O celular dele chamou uma, duas, até cinco vezes e não atendeu cainda na caixa postal. Droga, Castle! O coração dela batia em ritmo frenético. O que faria? Era uma pista quente! Se ela perdesse isso... e sua impulsividade falou mais alto. Pegou o casaco, as chaves e saiu às pressas do distrito.

Três horas depois...

Castle saiu do elevador. Tinha um sorriso no rosto. Não via a hora de contar a novidade a Beckett. Taí uma coisa que ele nunca imaginara acontecer como escritor. Viu que ela não estava na mesa, olhou na copa e nada. Percebeu que os rapazes também não estavam lá. Estranhou. Será que foram para a rua atrás de algo? Pegou o celular e ligou. Seis toques e nada de atender. Nesse instante, Ryan e Esposito aparecem.

- Hey, cadê a Beckett?

- Ué, não estava com você?

- Nào, pensei que tinham saído com ela pra investigar algo.

- Não. Eles se entreolharam e Castle soube que algo ruim estava acontecendo. Esposito chamou um dos outros policiais e perguntou sobre ela. Mencionou que ela saíra fazia umas 3 horas e não retornara. Fora logo depois de um telefonema que recebera. Ele contou a Castle.

- Kate... o que você fez? Ele correu em direção ao quadro. Tentou o celular novamente. Sem sucesso. A apreensão tomava conta dele porque isso somente podia significar uma coisa: ela descobrira algo muito importante na investigação e decidira contra todos os riscos, ir atrás disso. Ele apertou o redial e continuava sem resposta. Viu então uma chamada perdida. Era ela. Duas e quinze. Já eram cinco da tarde, isso queria dizer que ela estava sumida a três horas.

- Ryan, Esposito. Precisamos acha-la. Tenho certeza que ela foi atrás do Maddoxx. Ela descobriu algo.

- Vou checar com os policiais de vigília. Disse Ryan.

- Vou avisar Gates. Disse Esposito.

Ele passou a mão no rosto e a preocupação dele não podia mais ser escondida. Ele estava muito nervoso. Não podia perde-la, não agora. Castle respirava mais rapidamente, a adrenalina estava disparando todas as sensações possivels em seu corpo. Foco, Castle. Ela precisa de você. Tem que acha-la. Deus, Kate... porque você fez isso? O que você descobriu? Ele sabia que a resposta estava bem à sua frente. Ele apenas precisava encontra-la.

Para Castle não existia tentar encontra-la. Ele precisava. A vida de Beckett dependia dele, exclusivamente dele.

Continua....

2 comentários:

Sra. Gonzaga disse...

Meu Deus, ta dificil me controlar. Casa paragrafo eu fico esperando algo ruim acontecer. É angst demais. É muito real.
Parabéns por mais esse capitulo. Perfeito!!!

larynhapaulista disse...

Outro capítulo muito bom e angustiante mesmo.
Adoro quando a Beckett confia no Castle a ponto de dar sua arma reserva para ele poder dar cobertura a ela.
Castle com seus pensamentos de escritor e isso que faz ele ser tão bom.
Uau família Gates envolvida no caso da família Beckett.
Pelo menos para um superior ela foi informar sobre o que achou, ela não pode meter os pés pelas mãos. Adorei as informações encontradas pelo casal no estacionamento.
E praticamente está dada como certa a promoção de Kate a tenente? Pelo jeito que o chefe dos detetives falou, acho que sim, hein? Mas com esse fato dela ir atrás do Maddoxx sozinha não é nada bom, nem para os fãs da fic, nem para Castle e nem para a carreira dela.