sexta-feira, 21 de setembro de 2012

[Castle Fic] Starting Over - Cap.19


Nota da Autora: Prometo que o angst acaba nesse capítulo, mesmo porque é o penúltimo. Não foi fácil achar uma alternativa para encerrar essa história. O caso da mãe de Beckett é o maior mistério de Castle até hoje. Não sou o Marlowe, volto a reforçar. Espero sinceramente que o desfecho tenha ficado à altura, afinal isso é apenas uma fic para diversão. E aguardem o próximo e último capitulo....



Cap.19


A vida. Um campo de batalha. Alegria, tristeza, medo e coragem. Justiça e amor. Nós lutamos pequenas batalhas todos os dias. Perdura-se, sofre-se. Colecionamos vitórias e aprendemos com as derrotas. A vida exige grande sacrifícios de uns, gera atos nobres em outros. Em busca da vitória, todos carregamos a esperança. O maior trunfo na batalha da vida não é conhecer todos os segredos do seu inimigo, não é derramar a maior quantidade de sangue ou ser vencedor sempre. Para triunfar, apenas basta reconhecer quando é a hora de recuar. Na vida, é preciso escolher por quais batalhas vale a pena lutar.            

Esse era o dilema que Kate Beckett iria enfrentar. Ela parou o seu carro ao lado do Corolla. Desceu e de arma em punho e colete à prova de bala, ela suspirou buscando reunir toda a concentração que precisava para ir ao encontro dele. Com passos precisos e cautelosos, ela se aproximava de um armazém abandonado. Não havia uma única alma ao redor. Beckett saira tão rápido do distrito que nem os policiais responsáveis pela vigilância dela perceberam. Ela sabia que estava sozinha. Percebeu que a porta do lugar estava entreaberta. Ela entrou vagarosamente. Receosa, ela procurava fazer o mínimo possível de barulho. De repente, ela pressentiu um vulto passar perto de si fazendo com que ela girasse o corpo para tentar visualiza-lo. Nesse instante, sentiu a mão forte no seu braço. Fora pega. As luzes do armazém acenderam-se.

- Ora, ora... olha que me achou. Olá, Kate. Pronta para morrer hoje?

Ele torceu o braço dela com força fazendo-a gritar. Ele a amarrou numa cadeira e tirou a arma dela. De frente para ela, Maddoxx segurava uma 9mm.

- Então, Kate. Como você prefere morrer: de maneira rápida e precisa ou lenta e angustiante? Porque dessa vez, você não vai escapar ou ser salva. A Detetive terá que encarar o seu destino, eu.

- Porque quer me matar? Porque mataram minha mãe? Quem contratou você? Responda!

- Você não se cansa desse disco rachado hein? Quantas vezes vou ter que dizer que nada disso lhe diz respeito?

- Se vou morrer, eu tenho o direito de saber!

- É, está decidido. Será uma longa noite...


12th Distrito


Castle olhava para o quadro pensativo. Nada parecia diferente. Concentre-se! Ele obrigava a si mesmo para manter a calma e procurar respostas. A vida dela dependia disso. De pé em frente ao quadro, ele passava os olhos em cada foto ou anotação. Nada chamava sua atenção, nem um sinal, uma nova informação. Ele consultou o relógio. Dez minutos se passaram. Quem olhava de fora, era pouco tempo, para o drama que ele vivia era uma eternidade.

Frustrado, ele passou a mão no rosto. Começou a teorizar. Se ela recebera um telefonema então deve ter feito alguma anotação em papel ou rascunho, post-it. Talvez... o computador! Ele sentou-se no lugar dela e olhou para a tela travada. Na mesa, sequer um papel jogado. Pressionando CTRL+ALT+DEL, a tela pediu a senha. Qual seria a senha dela? Algo significativo? Será que trocava de tempos em tempos?

- Vamos ver, Johanna  - Senha errada – RCastle – Nada – Muita pretensão sua não? O que mais pode ser? Ah! – digitou NikkiHeat, senha errada – Ah, Kate o que você usou como senha? Qual o minimo de caracteres necessários? Hey, Ryan!

- Oi, Castle.

- Quantos caracteres precisa-se numa senha? Estou tentando abrir o computador da Beckett.

- De 8 a 10 mas até onde sei Beckett usa sempre 10. Ainda não consegui localizar o policial que repassou a informação a ela, tudo indica que foi armação. Só não entendo como ela cairia numa conversa dessas.

- Acredite, ela cairia possivelmente, está ávida por informação. Qualquer coisa – ele parou um momento e fechou os olhos, mexia os dedos como se contasse algo. Hum, valeria a pena tentar, ele digitou “Apples2012” e a tela do computador se abriu.

- Bingo!

Ele percebeu o sistema de rastreamento. Um carro. Na outra tela aberta, uma placa de carro. Ah, não Kate... você não fez isso! Ele viu a marcação do endereço. Rapidamente abriu o navegador de internet e entrou no Google maps. Pelo endereço, ele imaginava que fosse no Brooklin mas precisava confirmar. Lembrou também de checar da tela consultada por ela a fim de entender o que ela pretendera. Minimizando as telas, Castle encontrou um sticky note com a placa e o nome: Maddoxx...

- Oh, Deus...Kate...

O google confirmou suas suspeitas, não tinha mais tempo a perder. Tirou uma foto da tela do computador dela e saiu depressa rumo ao elevador. Pegou um taxi, ia consultando o GPS no celular no meio do caminho. Só então lembrou-se de chamar os rapazes. Ele definitivamente precisava de back-up.


XXXXXXX


Ela mantinha o olhar fixo nele. Se fosse para morrer, ela precisava saber. Estava com o celular no bolso interno da jaqueta, ele não a revistara. Apenas prendera os pés e as mãos amarradas a uma cadeira. Dessa vez, porém, Beckett foi esperta. Antes de entrar no armazém, ela acoplou um gravador ao colete à prova de balas que usava pela parte de dentro e manteve-o ligado desde a hora que entrara no lugar. Esperava arrancar qualquer coisa de Maddoxx, precisava de uma confissão. Porém colocara o celular no silencioso, sem vibração.

- Me diga, quem o contratou?

- Sabe Detetive, quem me contratou não faz nenhuma diferença. Você é tão insistente e teimosa como sua mãe. Não me admira que seu destino será igual ao dela. Você quer saber demais, fala demais. A curiosidade é perigosa, detetive. Vou satisfazer a sua curiosidade, um pouco pelo menos. Você já sabe que Dick Coonan foi contratado para matar sua mãe, Lockwood devia ter matado você mas seu Capitão resolveu salvá-la. Ninguém é perfeito nem competente como eu.

- Competente? Há controvérsias. Estou aqui, não?

O rosto de Maddoxx endureceu com a provocação. Continuou a conversa.

- É verdade, mas não por minha incompetência. Por causa daquele idiota que anda feito um cachorrinho atrás de você, o tal escritor. Eu ia atirar uma segunda vez e você estaria hoje a sete palmos, mas não aquele cara teve que empurrar você no chão, não pude terminar o serviço.

- Só que você não me matou a segunda vez... – ela provocou.

- Pura sorte! Não vai acontecer dessa vez. Bem, mas continuando a responder o que você me perguntou. Dick Coonan não assassinou somente a sua mãe. Também assassinou o pai da sua Capitã. Você não acha estranho ela ter ido ficar no lugar do Montgomery logo depois da morte dele? Sua relação com ela não é nada amigável não? Como poderia ser? O pai dela está morto por causa da sua mãe, ela te odeia. Como você não percebeu isso antes?

- Gates não mandou me matar. Você está inventando.

- Ah, sim. Ela não me contratou. Foi alguém bem importante. Inatingível. Você poderia viver se não fosse tão insistente em remexer o passado. Esse negócio é grande e importante. Quem você pensa que é para ameaça-lo? Voltando ao assunto Gates, ela não gostou da sua volta à polícia. E sempre que puder vai lhe prejudicar. Já estamos sabendo que você é cotada para uma vaga de Tenente. Ela nos disse.

Beckett não conseguiu disfarçar a surpresa. Mesmo assim continuou cavando.

- Quem é “nós”?

- Você acha que vou dizer quem é meu empregador? Sonhe!

Kate não queria se deixar levar pela idéia de Gates ter participação nisso. O momento era de decisões. Tudo dependia da maneira como ela orquestraria aquela conversa. Seus melhores momentos numa sala de interrogação eram primordiais, precisava atingi-lo. Então ela continuou a provocação.

- Interessante, acontece que não sou detetive por acaso, eu também tenho meus meios, minhas fontes.  Você pensa que tem todos na sua mão? Você não passa de mais um peão descartável nesse jogo todo. Assim que se livrar de mim, irão mata-lo. Você não terá mais nenhuma utilidade para eles. Nada. Há dois destinos para você : a morte ou a prisão. Se quiser cooperar comigo, posso interceder por você. Diminuir seus anos, uma oferta justa.

- Não vou discutir isso com você, cabeça dura essa sua. Meu empregador não lhe interessa e não sou dedo duro, detetive.

- Engraçado,o que esse senador pode ter prometido tanto a você? Pra merecer essa lealdade toda provavelmente algo muito bom!

- Senador... Boa tentativa, está blefando.

- Estou? O nome John Smith te diz alguma coisa? Não? Foi ele que me contou.

- John Smith está morto.

- Como sabe? Ah claro! Você o matou com a mesma arma que atirou em mim - Beckett percebeu que ele estava começando a fraquejar, a linguagem corporal o denunciava apesar da pose.

- Ele precisava ser eliminado. Queima de arquivo assim como sua mãe. Como disse antes, a curiosidade e a teimosia podem ser mortais. E você irá pelo mesmo caminho.

- Pode ser mas antes vou querer entender, me conta o que o senador prometeu a você ? Dinheiro? Comando de uma das operações ilegais? Drogas? Imunidade? Diga Maddoxx! - e a tigresa tomava conta dela.

- Não adianta fingir que sabe de algo. Beckett você não sabe de nada!

O tom de voz já não era tão confiante. Ela continuou.

- Hum que tal o nome Brian McCarthy? Também não o conhece? Paul Young, Lockwood posso recitar uma lista dos seus conhecidos. Ah, e não vamos esquecer do bode espiatório do caso Armen, Joe Pulgatti. Foi através dele que descobri toda essa armação para pegar minha mãe porque ela apenas estava fazendo seu papel de advogada. Então, quer que eu continue a falar? Raymond Gates. Isso, oficial Gates, o pai da minha superiora que foi morto assim como minha mãe. Vai dizer que estou blefando agora, Maddoxx? Responda!

Ele estava irritado. As veias da testa pulavam. Ela conseguira fazer a máscara cair. Kate não podia prever o que ele faria, esperava que ao irrita-lo ela tivesse chance de brigar com ele e lutar pela sua vida.

- Como se atreve? Você não tem nada que se meter nisso. Nada! Você é uma detetivezinha muito arrogante! Pensa que é dona do mundo, senhora da verdade. Por isso vai morrer.

- Chocado por eu saber de tudo? Me contento em saber e ver o quanto estou certa. Sua cara não nega. Seu senador pode ser um homem poderoso, não sei se terá justiça, para mim o mais importante é conhecer a verdade. Eu conclui o trabalho que minha mãe começou.

Maddoxx visivelmente dominado pela raiva aproximou-se dela e manteve seu rosto quase colado ao de Beckett. O ritmo da respiração dele estava alterado, ela o encara com aquele olhar fulminante de quem acabou de encurralar o suspeito. A voz dele era baixa, tensa mas ainda mantinha a vantagem colocando a arma contra a têmpora dela.

- Você não pode provar nada disso. Nem que matei Smith, nem sobre o senador ou Pulgatti. Quem acreditaria? Logo na sua palavra, a pessoa mais obcecada pelo caso. Não, pode esquecer. Você não vai fechar esses casos. E sabe porque Detetive? Porque irá se juntar a eles.

- Você tem razão, Maddoxx. Quer saber? Me contento com você.

O sorriso no rosto de Kate Beckett era genuino. Tudo o que ela gostaria de dizer era "Te peguei seu filho da puta!". Ele se afastou dela e gargalhou. Ao voltar a fita-la falou.

- Você é uma grande lutadora, Detetive. Isso devo reconhecer, uma inimiga à altura daquelas que tornam qualquer missão ainda mais interessante. Quer saber? Não vou mata-la em segundos com balas. Quero corpo a corpo, quero ver você implorar por uma bala no seu coração, pedir misericórdia.

Ele colocou a arma que estava em sua mão num canto afastado. Se aproximou dela.

- Vai funcionar assim: vou solta-la e vamos lutar. Nada de armas. Que vença o melhor. Se você ousar me desafiar, será uma mulher morta em segundos. Ele desatou os nós que a prendiam à cadeira. Beckett se colocou de pé. Teria que lutar, estava sem sua arma e sem a sobressalente porque tinha dado a mesma a Castle. Já lutara com ele antes, podia repetir a dose. Ela se colocou em posição de luta e chamou por ele.

- Vamos, Maddoxx. Estou pronta!

Ele avançou sobre ela que em um golpe esquivou-se dele deixando-o no vácuo. Ela acertou um chute na canela dele - Cole, você está lutando com uma mulher! Vai perder? - ela provocou. Ele virou-se e com um golpe preciso a derrubou no chão. Beckett aplicou outra rasteira nele para logo em seguida se levantar e estar a postos. Socos e pontapés voavam de ambos os lados. Uns certeiros, outros no ar. Eles ainda mantinham uma boa performance não estavam cansados. De repente, ele a encurralou com um golpe contra a parede. Kate usou a cabeça para afasta-lo batendo de encontro a dele. Em seguida mordeu-lhe a mão que tentava alcançar seu pescoço. Afastando-se um pouco dele, ela sabia que deveria derruba-lo era a única forma de ter uma chance de vence-lo. Precisava ganhar tempo e correr para alcançar a arma. Ela instigou chamando-o. Desviou de um pontapé mas foi atingida por outro no joelho caindo ao chão e gritando. Ele já ia derruba-lá quando Beckett o acertou com um soco de direita. Empurrou seu corpo contra o dele e tentou manter os braços dele imóveis. Maddoxx era forte, ela sabia que não resistiria por muito tempo. Apertava o joelho contra o estômago dele mas ele impulsionou o corpo e conseguiu ficar sobre ela.

- Acho que a nossa brincadeira está chegando ao fim detetive...

- Ainda...não! E reunindo toda a sua força, Beckett aplicou um golpe com o joelho no meio das pernas fazendo-o grunhir e sair de cima dela.

Ela respirava rapidamente. Ergueu-se e correu em busca da arma. Quando seus dedos a tocaram, ele a puxou pela cintura e aplicou uma chave de braço nela. A arma caiu no chão a poucos metros de distância dela. Precisava da sua arma antes que ele a estrangulasse.

- Já desistiu de lutar? Vai pedir arrego, detetive ? Buscando pela arma? Eu já disse você deve implorar...

E ele derrubou-a no chão, prendendo-a com as pernas. Ela gritou. Usou as unhas para arranhar a cara dele mas isso pouco afetava ao seu oponente, se ele a tomasse pela garganta, estaria tudo acabado.

- Me diga, está preparada para morrer, Kate Beckett?


12th Distrito


Esposito estava na sala de Gates quando recebeu a ligação de Castle. A Capitã estava bufando e gritando ao telefone. Bateu o aparelho com força sobre o receptor.

- Um absurdo! Como possuo duas viaturas de vigilância para seguir os passos de Beckett e ninguém sabe informar onde ela está? Incompetentes! Não acredito que a detetive Beckett cometeu o mesmo erro. Porque é tão difícil trabalhar em equipe? Detesto essa mania de salvadora do mundo que ela tem.

- Capitã, na verdade Beckett informou para onde ia a Castle. Já temos a localização correta. Ele acabou de ligar para levarmos reforços. Preciso ir, senhora.

- Vá, vá e tentem se manter vivos!

Gates pegou o celular e discou um número. Ela precisava alertar a quem era necessário.


XXXXXXXXX


Castle acabara de cruzar a ponte do Brookiln. Tinha ligado para os rapazes a dez minutos informando o endereço e pedindo reforços. A dois quarteirões da ponte, ele vislumbrou um conjunto de armazéns abandonados. Ao se aproximar, checou o GPS e confirmou sua posição. Avistou o carro de Beckett. Saltou do carro e vestiu o colete à prova de balas com o nome writer. Puxou a arma que Beckett lhe dera e a empunhou. Tudo estava perigosamente silencioso naquele lugar. Ele suspirou. Percebeu a mão tremula. E se ele chegara tarde demais?

Nesse momento, ele ouviu gritos." Não!". Luta. Era ela, ainda lutava. Ele correu para a porta do armazém. Estava aberta como Beckett havia deixado. Castle posicionou a arma e entrou silenciosamente no local. Não podia se deixar ver, se isso acontecesse, ele poderia colocar tudo a perder.

Kate estava ainda socando Maddoxx. Porém, ao tentar derruba-lo novamente, ele a golpeou. Seu corpo foi suspenso e atingiu o chão num baque oco. Ela gemeu. A coluna doía. Ela tentou se levantar devagar, ofegando.

- O que acha de pedir misericórdia agora, Detetive?

Ela ergueu-se devagar, a dor no corpo era quase insuportável, seus membros pesavam. Buscando forças de sabe-se lá onde, ela deu um impulso com o corpo e foi com tudo para cima dele. Maddoxx levou o primeiro golpe mas agarrou-a pelos cabelos e pôs a outra mão em seu pescoço apertando, impedindo-a de respirar. Ela se debatia, braços e pernas procurando acerta-lo porém sem precisão. Satisfeito que agora a luta realmente chegara ao fim, ele a soltou. Beckett levou a mão à garganta e buscou desesperadamente por ar, ofegava e gemia. Ela não percebeu que ele pegara a 9mm de volta. Maddoxx tomou distância e mirou. Destravou a arma.

- Acho que já me diverti o suficiente, afinal você mal respira como poderá implorar por misericórdia? Adeus, Kate Beckett.

- Nãoooooooooooooo!

O tiro foi disparado. Seu barulho ecoara diante do silêncio. Um corpo jazia no chão. 

Maddoxx olhava estarrecido para a cena à sua frente. Castle estava caído aos pés dela e Beckett olhava apavorada para ele. A bala perfurara o colete abaixo da letra “e” de writer. O desespero tomou conta dela. No reflexo, pegou a arma da mão de Castle e disparou atingindo seu algoz na perna. Ele caiu com o impacto. Ela voltou sua atenção para Castle. Ele sangrava.

- Não, Castle por favor, não... Olhe pra mim! Castle!

Ela estava pressionando a entrada da bala. Tinha sangue em seus dedos. Com esforço ele falou para ela.

- Estou...bem o colete...protege...

- Não! Castle você precisa ficar bem....você não vai morrer, Rick...por favor...n-não, fica comigo – ela sentia as lagrimas quentes molharem o rosto – olhe pra mim, Castle...

Ela estava chorando...não podia fraquejar agora, não Kate. Com esforço, ele falou.

- Maddoxx não deixe ele...escap...

Ela virou-se e viu Maddoxx mancando para a saída. Beckett não pensou duas vezes. Atirou. Dois tiros nas costas. Ele caiu de joelhos. Ela se levantou, correu até ele e o encarou.

- Não mais, Maddoxx. Você não terá outra chance de me matar...

- Morro...p-pela causa...vai conti...nuar sem prov...provas.

- Engano seu... - ela tirou o gravador acoplado no colete – está tudo aqui.

Os olhos de Maddoxx arregalaram-se e num reflexo, ele atirou contra ela. Beckett esquivou-se porém não o sufiente para sentir a bala rapar seu braço e queimar a pele fazendo-a gritar de dor, no próximo segundo, viu o corpo dele cair ao chão. O sangue jorrava do peito. Ela olhou para trás e viu Ryan com a arma apontada na direção dele. Ela chutou a cara dele com vontade.

- Essa é pelo Castle... Oh meu Deus! Castle...

Ela correu até ele. Buscou o bolso e encontrou o celular. Discou 911 por puro instinto pois dois paramédicos acabaram de chegar ao seu lado e começaram a trabalhar em Castle. Ela segurava a mão dele e se recusava a sair do lado dele. Eles o levaram para a ambulância, Ryan e Esposito cuidavam de Maddoxx. Ela foi sentada ao lado dele na ambulância sem largar a mão dele. Castle ia e vinha em pequenos espaços de tempo tornando difícil permanecer totalmente consciente. Ela conversava com ele.

- Você precisa resistir, por favor Rick, eu preciso de você. Fique comigo... Fique... I love you, Rick Castle.

- Eu amo ... você também... A-always...

E ele apagou de vez.


Hospital St. Michaels


Três horas depois, ela estava andando de um lado a outro na sala de espera do hospital. Ryan e Esposito estavam com ela, esperando notícias do Maddoxx. Martha estava sentada no sofá, Kate ligara para ela precisava de alguém porque também estava apavorada. A idéia de perde-lo era inconcebível. Ela já perdera alguém, não poderia acontecer de novo. Lanie chegara e fora direto abraçar a amiga. Seu estado era lastimável, o braço doía, tinha metade do rosto vermelho, seu corpo todo dolorido porém Lanie sabia que não adiantaria falar sobre isso. No momento em que o cirurgião apareceu, ela prendeu a respiração.

- Detetive Beckett? Ele parecia sério. A cor começava a sumir do rosto dela. Martha a abraçou.

- Fale logo doutor. Como ele está?

- O Sr.Castle foi operado e a bala removida. Ela estava alojada em uma das costelas inferiores. Atingiu apenas músculos e trincou um micro pedaço do seu osso. Teve sorte, alguns milímetros e atingiria o coração. Ele está estável porém, ainda não podemos dizer se ele sofreu sequelas.

Kate fechou os olhos e suspirou um pouco mais aliviada, nada estava resolvido ao menos estava fora de perigo. Martha percebeu que ela tremia. Deu um beijo nela e as duas se abraçaram. Os rapazes fizeram o mesmo e sorriam.

- Podemos vê-lo?

- Nesse momento apenas a família. O pequeno sorriso que se formara no rosto de Beckett foi murchando. Porém, Martha não deixou que ela se abalasse por isso.

- Então somos você e eu kiddo. Ela é a esposa dele - Kate mordeu o lábio inferior - vai entrar comigo.

- Desculpe Detetive não sabia que eram casados.

- Ela não gosta de comentar sobre esse detalhe quando está trabalhando doutor, o senhor entende não? Risco da profissão?

- Entendo perfeitamente. E sorriu. Beckett retribuiu o sorriso.

- E quanto ao outro cara, o Maddoxx? Perguntou Esposito.

- Ainda está em cirurgia mas a situação dele é bastante grave. Me acompanha detetive?

E o médico seguiu com ela pelo corredor do hospital. Ao abrir a porta do quarto, ela o viu deitado de olhos fechados. O rosto sereno. Aproximou-se dele e acariciou os cabelos e a testa antes de beija-lo. Sua mão buscou a dele e entrelaçou seus dedos. Ela queria muito que ele falasse com ela, que abrisse os olhos e dissesse qualquer besteira digna de Castle.  

- Hey, Castle... sei que pode me ouvir. Queria tanto que você abrisse os olhos. Fale comigo, conte uma daquelas suas teorias malucas, me diga como foi heroico ao salvar minha vida, mais uma vez.

Ela beijou os lábios dele de leve. Sentou-se numa cadeira que estava ao lado da cama. Deixou uma das mãos deslizarem pelo peito dele. Viu a faixa do curativo que se estendia por metade do peito e segurava no ombro. Os dedos passavam de leve sobre o lugar da bala. Ele quase morrera por ela. Kate encostou a cabeça no abdômen dele. Castle abriu os olhos e deparou-se com ela ao seu lado.

- Hey...

Beckett ergueu o rosto para fita-lo e ao vê-lo olhando para ela, abriu um lindo sorriso.

- Hey...Como está se sentindo?

- Um pouco grogue, o que é bom... e dolorido. Estou feliz por você estar bem. E por ter salvado sua vida novamente. Você é teimosa demais, Kate...

- Obrigada por salvar minha vida... Não atendia o celular... Eu tentei falar com você como prometi mas não consegui, não podia perder a pista, simplesmente não podia. Como você soube?

- Seu computador. Descobri sua senha. Tudo a ver não?

- Ainda bem que você é inteligente,Castle. Ou me conhece o suficiente.

- Aceito as duas justificativas.

Ela beijou-lhe os lábios. Encostou sua testa na dele. Suspirou.

- Estou tão feliz por você estar bem... não poderia suportar a idéia de perder você, Castle. - ela inclinou-se para beijá-lo e Castle esticou a mão para puxa-la pela cintura. Ela gemeu.

- Você está com dor...

- Não é nada...

- Como não? Aquele cara bateu e não foi pouco, você tem que ver o médico. Você já se olhou no espelho? Seu pescoço tem as marcas dos dedos dele - ele ergueu a blusa dela e havia uma área vermelha da largura de três dedos - olhe isso!

- Tudo bem, Castle já entendi. Vou me cuidar assim que a Martha chegar aqui. Preciso saber se Maddoxx sobreviverá. Vou fazer corpo delito.

- Ele ainda pode escapar?

- Mesmo que morra, tenho sua confissão.

- Ah, minha musa Kate Beckett. Minha Lieutenant.

- É Detetive. Não coloque o carro a frente dos bois, Castle... E inclinou-se para beija-lo novamente quando Martha entrou no quarto.

- Se divertindo com sua esposa Richard?

Ele olhou para ela intrigado. Beckett riu.

- Martha mentiu para o doutor, caso contrário não poderia vê-lo.

- Não é bem uma mentira, vocês estão praticamente casados. Como você está, filho?

- Bem, agora melhor. E Alexis?

- Resolvemos esperar o resultado para ligar para ela. Já tranqüilizei a garota e ela vem amanhã para New York.

- Vá se cuidar Kate. Você precisa de cuidados médicos.

Ela apertou a mão dele e deixou-o em companhia de Martha.

Assim que surgiu na sala de espera recebeu a notícia de que Maddoxx não sobrevivera. Sua arma foi recuperada pela CSU e Lanie a levou para fazer o exame e se medicar. A bala apenas deixara um arranhão na pele. Logo depois ela retornou ao quarto após uma ligação para o Chefe dos Detetives e outra para Gates explicando a situação e nomeando Ryan e Esposito para reunir todas as provas e relatórios enquanto ela estava no hospital com Castle.

- Doutor, preciso ver o corpo de Cole Maddoxx. E também leva-lo ao necortério da NYPD. Ele é o assassino de uma vítima que estava investigando e tentou me matar três vezes.

- Tudo bem, detetive. Me siga.

Ela o acompanhou até o subsolo do hospital onde ficava o necrotério. O médico abriu a porta e ela pode ver o corpo nu de Maddoxx na mesa. A pele já estava acinzentada e gelada. O tiro de Ryan fora certeiro, no coração. Ela viu o buraco na perna e na altura dos pulmões. Morto, finalmente. Ela se aproximou do ouvido dele e como uma espécie de rendição, ela falou.

- Você fracassou novamente Maddoxx. Eu venci.  

Kate passou a noite no hospital com Castle. Ele teria alta no dia seguinte. Por volta das nove da manhã do outro dia, o médico foi até o quarto dar as últimas recomendações e assinar a alta. Não havia problemas, Castle apenas devia evitar grandes esforços por uma semana quando deveria retornar ao hospital para uma radiografia de check e a troca do curativo. Kate agradeceu e eles deixaram o hospital.


Apartamento de Castle


Ele estava sentado na cama apoiado com vários travesseiros. Ela entrou no quarto com uma bandeja trazendo o almoço.

- Adoro ser paparicado por você.

- Não se acostume... - ela colocou a bandeja na frente dele e sentou-se na cama com ele - Alexis ligou, já está a caminho, deve chegar daqui a duas horas. Você está bem? Está sentindo alguma dor?

- Não gorgeous está tudo bem. Agora. Tive tanto medo de não chegar a tempo, de encontrar apenas seu corpo estirado no chão. Não saberia o que fazer se isso acontecesse.

- Já passou. Estamos aqui. Juntos. – ela acariciiou o rosto dele e continuou - Agendei uma reunião amanhã com o meu Chefe. Para explicar sobre as investigações e mostrar as provas que coletamos. Além da confissão de Maddoxx. Não sei o que acontecerá com o senador, se a justiça será feita. Para mim, está encerrado. Peguei o assassino de Smith e meu atirador. Basta.

- Está falando sério Kate?

- Estou. O Chefe dos detetives terá todas as provas. Cabe a ele incriminar o Senador.

- Fico feliz, muito feliz. Posso ir à reunião?

- Claro que sim. Você é meu parceiro e testemunha. Está intimado.

Ele sorriu.

Durante à tarde, Kate dedicou-se a reunir tudo que havia de informações no escritório de Castle. Deixara a filha dele curtir o pai por um tempo. Mais tarde, ela saiu e foi ao seu apartamento.  Tomou um banho longo de banheira, serviu-se de um vinho e escolheu algumas roupas para levar para o apartamento de Castle. Pegou a sua caixinha. Tirou a carta de Royce e sorriu. Depois pegou o anel da mãe. Brincou com ele entre os dedos e colocou-o na mão esquerda. Ficou olhando para ela por algum tempo. Sorriu. Ficaria bem bonita uma aliança… mordendo o lábio inferior, ela balançou a cabeça e recolocou o anel na caixa. Chega de viajar na imaginação, Kate. Você precisa se concentrar e descansar para encarar a reunião de amanhã com o seu superior.

Sentada na cama, ela fechou os olhos e fez uma reflexão dos últimos dias. Foram intensos. Todas às vezes que ela passava por um momento onde sua vida era ameaçada e ficava por um triz, ela se dava ao direito de refletir. O engraçado era que sempre prometia que teria cuidado na próxima vez, que não iria arriscar-se ou fazer loucuras. Porém, todas as vezes que a situação de ameaça surgia na frente dela, Kate era traída pela sua determinação e impulsividade. Nesse episódio, além da sua vida, Kate arriscara a vida do homem que ama. Por muito pouco ambos não acabaram mortos. Dessa vez, era diferente. Sua busca de quase quinze anos chegara ao fim. Descobrira a verdade, infelizmente dessa vez ela não podia lutar contra seus inimigos. Tinha que confiar essa missão a alguém de mais alta hierarquia. Pela primeira vez, Beckett se sentia bem com isso. Aliviada por estar viva e Castle também. Ela pegou o celular e discou.

- Hey, daddy... sim está tudo bem agora. Tenho algo para te contar. Eu descobri a verdade pai, toda ela, sobre a mamãe. – e Kate começou a contar a história desde o principio. Foi meia hora de conversa que levou ambos a reviver momentos tristes e felizes. Ela deixou lágrimas se derramarem pelo rosto enquanto dividia essa confissão com o pai. Ao terminar, ela falou que para ela a batalha acabara ali. O pai deu-se por satisfeito e disse a ela que essa foi a melhor noticia que recebeu dela. Em seguida, ele perguntou sobre o exame de tenente.

- Fiz todos os exames e testes físicos e psicológicos. O resultado ainda não saiu. Não quero manter expectativas. Estou bem onde estou. De verdade.

-Só que poderia ter mais, merece ser mais, Katie...

- Pai, nesse momento posso dizer que tenho tudo o preciso.

- Bom saber…

-Hey, estou com saudades e tenho um convite para você. Quero que venha me visitar daqui a duas semanas independente do resultado do meu teste de tenente, quero que você passe um tempo em New York comigo e almoçar conosco, conhecer a família de Castle. Você vai gostar deles pai.

- É importante para você, Katie?

-Muito.

-Então, eu irei filha. Vou verificar os detalhes e te aviso tudo bem?

- Obrigada,pai. Um beijo. Te amo.

- Outro Katie, também te amo.

Ao desligar o telefone, sorriu. Ela tinha certeza que Martha não se importaria com a decisão dela, na verdade, ela adoraria.

Cedo pela manhã, ela saiu de casa e passou no apartamento de Castle. Prometera a ele que o levaria para a reunião na Central. Martha foi quem atendeu a porta e já foi beijando-a e abraçando-a. Beckett perguntou como Castle estava e como tinha passado a noite.

- Ele está como sempre quis, pararicado por todos os lados. Não é todo homem que pode se dar ao luxo de ter três belas mulheres preocupadas com ele. Só reclamou porque você foi embora.

- Precisava dar um tempo a Alexis. Aquele momento de pai e filha sabe? – ela sorriu e Martha piscou para ela – por falar em relação pai e filha, ontem falei com o meu e o convidei para vir a New York daqui a duas semanas. Espero que não se importe.

- Me importar? Eu adorei! Nao vejo a hora de conhece-lo e oferecer um jantar a ele. Será um prazer preparar tudo isso pra você.

- O que você vai preparar para Kate, mãe? Bom dia – Castle apareceu já devidamente pronto e beijou-lhe a bochecha. Ela segurou o braço dele e falou.

- Dormi com você,Castle? Não está esquecendo alguma coisa?

Ele sorriu e inclinou-se para beijá-la nos lábios.

- O pai de Kate vem a Manhattan daqui a duas semanas. Vou preparar meu jantar tão esperado.

- Verdade?

- Sim, estou com saudades – ela consultou o relógio – vamos? Não quero chegar atrasada para a reunião.

- Tem todas as informações com você?

- Sim, tenho.

- Então vamos.


Central da NYPD


Beckett e Castle tiveram permissão imediata para entrar na sala do Chefe. Beckett ficou um pouco surpresa ao ver que na sala estava o comandante da policia, um membro da corregedoria e sua capitã. Trocou um olhar com Castle.

- Bom dia, Detetive Beckett. Sr. Castle. Queiram sentar-se.

Eles obedeceram. Abrindo a pasta que carregava, Beckett tirou um calhamaço de documentos e colocou sobre a mesa do Chefe. Percebeu o semblante sério de Gates para ela. Respirou fundo. O Chefe dirigiu-se a ela.

-Detetive, tomei a liberdade de chamar aqui aquelas pessoas que julgo pertimentes para ouvir o que tem a dizer e em seguida tomar as devidas providências. Por favor, pode começar sua explanação.

- Sim, senhor – ela se levantou e espetou o pendrive com o arquivo montado por ela e Castle começando sua explanação. Por quase uma hora, Beckett falou initerruptamente montando toda a base de investigação e apresentando suas conclusões. Em vários momentos, ela ressaltou a ajuda de Castle e suas ideias para buscar novas pistas. Deixou por fim o confronto com o seu algoz e o tiroteio de Castle. Além disso, ela não comentou nada diretamente sobre o envolvimento de sua capitã. A lista com o saldo de mortos e seus respectivos assassinos ou pelo menos aqueles que conseguira identificar, foi o último tema.

Quando terminou, o seu superior agradeceu a explanação e dirigiu-se ao comandante.

- Comandante, acredito que nem minha equipe teria feito um trabalho tão completo e meticuloso. Esses dados são suficientes para fechar vários casos, dentre eles a da morte de Armen e dos familiares de dois dos nossos. Precisamos procurar o presidente e agir com relação a Brian McCarthy. Ele precisa ser deposto do cargo de senador que hoje ocupa.

- Tomarei as devidas providências.

-E quanto a você detective, podemos fechar o seu caso também. O do atentado, já que seu algoz está morto – ele entregou as provas que recebeu dela para o comandante, inclusive a gravação com a confissão de Maddoxx – senhores, muito obrigado por sua presença e seu tempo, podem se retirar e façamos justiça – ele virou-se para Beckett – Detetive, gostaria de tratar um assunto particular com você, a Capitão Gates e o Sr.Castle.

Kate voltou a trocar olhares com Castle. Sabia que o momento do confronto entre ela e Gates chegaria a qualquer momento. Julgou estar preparada para isso mas no fundo sentiu um arrepio percorrer-lhe a espinha. Ela tornou a se sentar ao lado de Castle e dedicou sua atenção ao Chefe dos detetives.

- Quando você veio até a mim trazendo os primeiros detalhes desse caso, você mencionou o envolvimento do pai da sua capitã, Raymond Gates e também do suposto irmão. Na qualidade de autoridade superior, me senti na obrigação de investigar Victoria Gates. O resultado foi exatamente o que esperava. Ela está limpa. Sua ida para o 12th distrito se deu por uma promoção que recebeu e estava sendo subutilizada na sua unidade. Ela é tão vítima nessa história quanto você, Beckett. Capitã, gostaria de acrescentar algo?

- Se me permite senhor, acredito que tenho alguns esclarecimentos a fazer a Detetive Beckett.

- Fique à vontade, Gates. E a capitã virou-se para encarar Beckett de frente.

- Quando surgiu a oportunidade de chefiar um distrito, me senti pressionada e muito satisfeita por estar tendo uma chance dessas em minha carreira. Desde a minha entrada na academia, que fiz inspirada no meu pai, meus dias na força policial foram difíceis. Você mais do que ninguém Detetive deve saber disso. É um mundo masculino onde exala-se testosterona. Para mulheres, devemos sempre superar expectativas. Dar três vezes mais de si para ser reconhecida e vencer. Passei por isso, lutei por isso. O fato de ter meu pai na força não me ajudava. Tinha que procurar fugir da proteção. E então, meu pai foi assassinado deixando para trás uma família de seis filhos e muitas dividas. Apenas eu e Jr. trabalhávamos. Eu sofri muito com a perda do meu pai e assim como você, quis desvendar o porquê daquele assassinato. Eu e meu irmão vasculhamos o caso e todas as informações que conseguimos por as mãos. Foi assim que soubemos que a sua mãe, de certa forma, foi a responsável pela morte do meu pai. Sua busca por justiça, custou a vida de um inocente e de uma família que lutou demais para se reerguer. Eu prometi que ia ser um exemplo na policia, iria galgar meu sucesso, fazer meu pai onde quer que estivesse, ter orgulho de mim. Meu irmão não pensou assim e se bandeou para o lado da corrupção. Fez amizades perigosas e se afastou de todos da família.

Gates tomou fôlego para continuar.

- Quando vi a relação de pessoal do 12th, seu nome me fez sentir uma raiva profunda que eu não sentia a muito tempo. Pesquisei sobre você, seu histórico na policia, tudo o que pude encontrar. Fiquei surpresa e frustrada ao saber que você assim como eu escolhera o caminho da justiça e tivera sucesso. Somos muito parecidas detetive quer você admita ou não. Nossa perda nos transformou, nos moveu. A raiva que senti de você me fez endurecer ainda mais como sua capitã. Queria testar seus limites e de certa forma ter meus momentos, uma espécie de vingança pessoal é verdade. Mas aprendi que estava diante de uma das melhores e mais destemidas detetives que já trabalhei. No dia em que você arriscou sua vida pela sua causa e se demitiu, eu tive que reconhecer duas coisas muito importantes: a primeira era que você, ao contrario de mim, não desistiu de dar um fechamento ao caso da sua mãe, você teve colhões, detetive. Segundo, eu a detestei por desistir do seu distintivo. Independente do motivo que a levou a tomar aquela decisão, foi o momento que a detestei. Ali, eu jurei que não a veria novamente mesmo que isso significasse perder minha credibilidade ou prejudicar minha carreira. Me senti incompetente por perder minha melhor detetive e ser orgulhosa demais para admitir. Ter que recebe-la novamente no meu distrito foi um soco no estomago e estava mesmo pretendendo tornar sua vida bem mais difícil. Percebi tarde demais que estava errada e deveria ajuda-la, você foi uma vitima tanto quanto eu. Eu não sabia sobre meu irmão, não falo com ele a anos.

Beckett percebeu que a Capitã estava emocionada. Ela também estava mexida com as palavras e a declaração da mulher durona a sua frente e sua opinião sobre ela própria. Gates suspirou profundamente.

- Acredito que devo um pedido de desculpas a você, Detetive Beckett.

Beckett franziu o cenho. Taí algo que não se vê todos os dias.

- Eu não sei ao certo o que dizer, obrigada? Eu também não fui justa, duvidei da senhora. Cheguei a pensar que estava envolvida na caçada para me matar.

- Não, eu cheguei a cogitar em deixar o 12th especialmente quando você me contou que estava concorrendo à vaga de tenente. Sei que é capaz de crescer e talvez até estar à frente do distrito. Tive que checar minhas opções. Quando fui chamada para conversar com o Chefe dos detetives, pensei em mencionar meus provaveis planos mas quando ele trouxe à tona o caso da sua mãe, todas as emoções conflitantes reapareceram.

- Acho que podemos passar uma borracha nisso tudo não Capitã?

- Acho que você está correta, detetive. Oh, desculpe! Não Detetive, Lieutenant agora. Lieutenant Kate Beckett. Parabéns, uma das vagas é sua. Com louvor, 98% de acerto.  

Gates estendeu a mão para cumprimenta-la, Beckett sorriu e apertou a mão dela. O chefe dos detetives fez o mesmo além de entregar a ela seu novo distintivo.

- E quanto a você Mr.Castle, ótimo trabalho como parceiro de Beckett. Estou impressionado.

- É mas não pense que por causa disso você terá qualquer tratamento especial no meu distrito. Ainda é um civil e foi machucado no meio de uma investigação. Isso vai gerar muita papelada e será sua responsabilidade Beckett.

- Sim, senhora.

-Podemos encerrar por hoje. Obrigado pelo excelente trabalho, Lieutenant. E assim que tiver novidades sobre o caso do senador, aviso vocês.

- Obrigada, senhor. E fazendo sinal para Castle, eles deixaram a Central.

Já na rua, Castle comentou.

- Fiquei de certa forma surpreso com a reação de Gates.

- É sinal de que um trauma pode realmente mudar as pessoas para melhor ou pior. Agora tudo parece fazer sentido.

-É, você está certa. Falando nisso, temos muito o que celebrar não? Eu tinha certeza que você seria peomovida. Você que não acreditava em mim.

Ela sorriu e entrelaçou seus dedos aos dele.

- Acho que você sempre mantem suas expectativas muito elevadas. Pena que agora como tenente talvez não possa inspirar mais Nikki Heat... – ela provocou.

- Ao contrário! Traz ainda mais sex appeal para a minha personagem. Posso promove-la ou usar a informação para provocar Rook minha cara metade exatamente como minha musa está fazendo agora.

- Sex appeal, Castle?

-Claro, explore a beleza de tudo isso, Lieutenant Kate Beckett... ah tão excitante, tão quente como Nikki...

Ela não resistiu e colou seus lábios ao dele num beijo rápido e intenso. Antes de voltar ao carro, ela sorriu para ele e falou.

- Depois de tantos anos… finalmente eu me sinto livre. Leve. E você tem razão, devemos celebrar. mas antes, podemos parar em um lugar?

- Claro!

E Beckett foi com ele levar flores ao túmulo da mãe. Depois de pasar algum tempo ali de frente para a lápide, Kate concordou com a frase ali descrita: VINCIT OMNIA VERITAS. A verdade vence todas as coisas. Ela sabia o real poder daquela frase agora. Ela encontrara a verdade depois de tantos anos e como ela esperava que um dia o fizesse, a verdade a libertou. 

Continua.......


4 comentários:

Sra. Gonzaga disse...

Tô chorando horrores. Muito lindo esse capitulo. Um desfecho digno do que Beckett merece. Castle cute como sempre.
Só me resta esperar mais do que ansiosa pelo próximo capitulo que, penso eu, terá quentes comemorações?

larynhapaulista disse...

Vamos ao penúltimo comentário da fic, estou ansiosa para dia 24, não aguento mais esperar.

Rick tentando descobrir aonde Kate se meteu, ela poderia pelo menos ter deixado uma mensagem para ele, mas lógico que assim ficaria muito fácil e não teríamos a parte da senha do computador.

Kate lutando com Maddoxx mais uma vez, só que dessa vez foi Rick que a salvou e não Ryan. Pena que ele foi atingido e o colete não segurou a bala.

Já falei que amo a Martha, dizendo no hospital que Kate era esposa do Rick só para ela poder entrar no quarto (quero uma sogra dessa para mim kkkk). E Alexis não surtou pelo pai ter sido baleado? Achei legal da parte da Kate deixar o Castle ter um momento pai/filha com Alexis.

Maddoxx finalmente morto.

Momento Katie e o Pai dela, mesmo que por telefone é lindo. Gostaria que tivesse isso na própria série, ele aparece muito pouco.

Conversa na Central com os seus chefes, principalmente com a Gates me tocou profundamente. E no final sendo promovida a Tenente com 98% de acerto UAU

Ah e não podia deixar de mencionar o final, Beckett visitando o tumulo da mãe. Essa frase VINCIT OMNIA VERITAS não pode estar mais do que correta.

Aguardando o último capítulo e mais ansiosa ainda para a próxima fic.

Unknown disse...

OMG!!! Muito perfeito... Pena que tá acabando!!

Unknown disse...

ótimo desfechooo...espero comemorações hot no ultimo capitulo...