[Stanathan] Kiss and Don't Tell - Cap.10

Nota da Autora: Fazia tempo que não postava essa fic. O capítulo estava pela metade infelizmente por causa do tempo e das coisas no trampo que continuam me tirando do sério, impedindo de fazer o que mais gosto: escrever. Tentei mostrar para vcs nesse cap, algo que toda Casketter anseia e espero ter passado o que queria com as palavras. Sobre os acontecimentos de ontem, só aparecerão daqui a dois caps, tudo a seu tempo já que Staninha me fez mudar 2x a storyline da fic com apenas um tweet. Enjoy!

Atenção NC-17! 

Cap.10

Depois de uma reunião com todo o elenco sobre o novo episodio que filmariam, Nathan e Stana separaram-se dos demais para gravar suas primeiras cenas que aconteceriam no set do loft. Sem qualquer problemas durante essa parte do episodio pois que cenas eram mais fáceis de se filmar senão as domesticas do casal? Fizeram apenas um take e já ficou perfeito. Assim que terminaram, Stana devorou o prato de frutas que o personagem de Nathan arrumara para ela.

As próximas cenas foram externas com Tamala e os demais. Em seguida, mais duas cenas do distrito. Para encerrar o dia, Stana gravou sua última cena com Tamala no set do necrotério. Ao terminarem passava das oito da noite e não sabendo qual seria o paradeiro de Nathan resolveu convidar a amiga para comerem algo antes de ir para casa. Quando estavam saindo do estúdio encontraram Marlowe no corredor que pediu a elas para estarem às seis para continuar o cronograma de gravação.

Uma boa noite com tamala era sempre uma maneira de espairecer após um dia cheio e rir bastante. Apenas falaram besteira e comentaram algumas coisas do trabalho mas nada que chegasse a levantar qualquer suspeita sobre ela e Nathan. Stana sentiu-se revigorada quando chegou em seu apartamento. Encontrou uma caixa sobre o balcão de sua cozinha americana e uma rosa com um cartão. Ao le-lo, sorriu.

“Algo para você lembrar de mim, não tão gostoso mas serve. Beijo. N”

Ela abriu a caixa. Doze bombons de chocolate branco.Sorriu. um mimo típico de Nathan. Algo certamente imprevisível para ela. Será que era sobre isso que ele estava conversando com Dara naquele dia? Pequenos gestos. Pegou o celular já levando um dos bombons a boca e enviou uma mensagem a ele.

“Realmente são deliciosos mas não são você. Thx. X S”

Dois segundos depois, o celular dela tocou. Nathan, quem mais? Stana atendeu com um dos bombons na boca.

- Hey...

- Já vi que você gostou bastante da surpresa.  

- Sim, literalmente gostosa. Obrigada por me surpreender. Que horas você saiu do set hoje?

- Por volta das sete. Imaginei que não fossemos nos ver hoje então resolvi deixar um mimo para você. Claro que mandei via delivery para não ter problemas, você sabe. Marlowe me falou que começamos às seis amanhã então melhor irmos para a cama. Mas antes sugiro você dar uma passada no twitter para ver a loucura que seus fãs estão fazendo nessa votação.

- Ok vou dar uma olhada mas nada de pedir para votarem por mim hein, Nate?

- Eu prometi. Boa noite, gorgeous.

- Sonhe comigo, Nate.

Na manhã seguinte, eles começaram a trabalhar bem cedo. Tinham uma série de filmagens externas e com convidados especiais. Ao ver Nathan vestindo vermelho, ela prendeu a respiração. Ele estava de tirar o fôlego. O ritmo de gravações era intenso e da mesma forma o episódio tinha uma atmosfera tensa e assustadora. Claro que eles sabiam o que Marlowe estava aprontando mas ainda assim ele mantinha algumas coisas em segredo, como as cenas finais do episódio.

A semana fora tão pesada que eles mal tiveram um tempo a sós. Trabalhando até altas horas da madrugada, a exaustão tomou conta deles. Entre pequenos intervalos, eles sempre checavam como andavam as coisas pelo twitter e a votação do PCA estava a mil. Ela aproveitou para dar os parabéns aos rapazes e mostrar sua simpatia aos fãs. Mas ao contrario de outros candidatos, ela não pediria votos para si, talvez para o shipper mas não para si. Tão eletrizante e cansativa como começara, a semana acabou. Stana não via a hora de tomar um bom banho de espuma e dormir. No fim de semana ela tinha planos, eventos na verdade e passar um tempo sozinha com Nathan estava totalmente fora de questão.

Ao retomarem as gravações na segunda-feira, Stana não estava ciente dos babados que aconteceram durante o final de semana. Ela foi direto para as filmagens e sequer teve tempo para saber o que estava se passando. Eles tinham algumas cenas juntos com os convidados e também sozinha com ele.

Apenas no dia seguinte Dara a encontrou na copa servindo-se de café. Não ia perder a chance de perguntar a Stana sobre os rumores.

- Hey, Stana. Como anda o episódio? Muito trabalho não?

- Sim, espero que esse ritmo diminua logo ou pelo menos antecipe o episódio de Thanksgiving. Não vejo a hora de conhecer o bebê.

- Hum, detecto instinto maternal chamando? Você devia aproveitar e já encomendar um para o próximo ano, que tal?

- Dara, nem namorado eu tenho.

- Sei, conta outra. Ou melhor, deixa que eu conto. Você por acaso viu o zumzumzum que está rolando na internet? Sobre uma cena cortada que Terri e Marlowe levaram para um simpósio esse fim de semana? Está dando o que falar com o nosso fandom.

- Cena cortada? Não sei do que se trata.

- Você não checou o twitter esses dias? Está uma loucura! Aconteceu mais ou menos assim, Marlowe e Terri foram apresentar nesse simpósio de escritores algo sobre a análise de cenas, algo como quando realmente há a necessidade de cortar determinada passagem escrita e tal. Depois da explicação técnica, eles mencionaram uma cena de Castle que foi cortada de um episódio onde eles julgaram que seu complemento como sequência não era importante para o teor do episódio.

- Mesmo? – Stana disfarçou tomando um gole de café, sabia exatamente onde aquela conversa poderia acabar e precisava disfarçar. Manter a compostura e não deixar nada transparecer para Dara.

- Então de repente, Terri diz que mostrará a cena mas pede aos presentes que ninguém filme ou fotografe e sejam discretos com o que estão para assistir. Era apenas um exemplo de escrita e edição. Daí, as luzes são baixadas e surge na tela uma cena supostamente nunca vista por ninguém de Always – Stana permaneceu calada – always, Stana! Logo após a cena da reconciliação de vocês. Como nunca ouvi falar dessa cena? Quem mais sabe sobre isso?

- Aparentemente agora todo mundo. Dara olha – ela deixou a caneca sobre a mesa – era apenas uma cena, como tantas outras já filmadas e deletadas. Como aquela que o Andrew acidentalmente filmou do meu beijo no seu episódio. Terri e Marlowe eram os únicos além de Bowman, Nathan e eu que estavam no estúdio durante a filmagem. Não era nada demais, apenas trabalho.

- Para um nada demais, as pessoas estão dando muito ibope não acha? Sério, Stana veja você mesma – Dara estendeu o celular para ela mostrando as movimentações dos fãs de Castle no twitter e o tanto de respostas a Terri e Andrew perguntando sobre a cena deletada.

- Como eu disse, Dara. Eu e Nathan filmamos a cena sob a orientação de Bowman e supervisão de Terri e Andrew. Durante a edição, eles decidiram por corta-la e foi isso que aconteceu.

- Você fala disso com a maior naturalidade? Como você reagiu ao ver que a cena não fez parte do episódio? Quer dizer, você é a pessoa mais shipper desse elenco, deve ter ficado bem decepcionada não?

- Nem tanto – Stana tentava manter a calma e não deixar transparecer sua real impressão, aquela cena tinha um significado muito maior para ela do que se mostraria na tela mesmo que tivesse ido ao ar – como escritores e criadores eles podem decidir o que vai ao ar e o que deve ser excluído em um episódio. Eles julgaram que a cena não adicionava nada mais a história então foi assim que se decidiram por mostra-la ao público. A historia, não a cena. Você entendeu.

- Stana, na boa? Estou fazendo um esforço sobrehumano para acreditar em tudo o que você me disse, apenas por saber que existe uma cena a mais entre Castle e Beckett de Always me dá vontade de gritar. Não consigo entender como você, uma shipper não pode ter ficado chateada ao ver que a cena não fora ao ar. Você mesma declarou no Paley que Always era o seu episódio preferido! A menos que... – um sorriso enigmático – será por causa dessa cena que você gosta tanto do episódio? Ou porque você e Nathan estão juntos a partir desse momento, por causa dele?

Stana revirou os olhos tentando mais uma vez disfarçar.

- Dara, quem ficou junto nesse episodio foram Castle e Beckett, as personagens! Não entendo porque você está agindo com tanta insistência nesse assunto. Está parecendo os fãs mesmo.

- É isso mesmo, Stana. Estou me colocando na pele dos fãs nesse momento mas também sei que existe algo a mais nessa cena, quer dizer porque filmar uma cena Caskett talvez o sonho de qualquer shipper e simplesmente não leva-la ao ar?

- Até parece que você é shipper ao extremo. Não me recordo de ter colocado um beijo sequer no episodio que escreveu e dirigiu.

- Ah, entendi. Vou manter isso em mente para a próxima. Bem, você pode dizer o que quiser mas não me convence que não ficou chateada com os dois por não ver essa cena no ar. Mas de certa forma, deve ter sido muito bom pra você – e piscou para Stana saindo da copa.

Stana suspirou e passou a mão pelos cabelos. A cena de Always. Por que eles foram lembrar disso agora? Será que Nathan já sabia? Ela resolveu se concentrar no trabalho que tinha para fazer. Seguiu para o set do distrito. Nathan já estava por lá conversando com os rapazes da técnica. Ela tentaria parecer natural, como se nada estivesse mexendo com seu emocional naquele momento. Esperava sinceramente que não comentassem novamente esse assunto com ela hoje.

- Oi, pessoal.

- Oi, Stana. Pronta para gravar?

- Sim, vamos lá.

E começaram a primeira gravação. Depois seguiram filmando mais três cenas. Quando estavam filmando uma cena sozinhos, aquela onde o personagem de Nathan sugeria a possível volta do 3XK, Stana não conseguia, estando no set sozinha com ele,  olhar para Nathan e simplesmente não pensar na cena mencionada por Dara horas atrás. O resultado disso? Ela errou as suas falas duas vezes. Na terceira vez que filmavam ela esqueceu sua hora de falar.

- Corta!

- Ah droga! Agora eu esqueço a fala. Ele a fitou por um momento.

- Está tudo bem? – perguntou Nathan em voz baixa. Ela não respondeu e claro isso queria dizer que não deixando-o mais preocupado em saber o que acontecera.  

- Desculpe, posso ir ao toalete um instante?

- Claro, vamos fazer uma pausa de dez minutos.

- Stana, o que...

- Por favor, Nathan preciso ir ao banheiro.

Ele observou-a apressar o passo para chegar ao toilete, algo não estava bem. Conhecia Stana a ponto de saber que havia algo a incomodando. Precisava descobrir o que era mas sem levantar suspeitas. Será que ela viu algo que não gostou? Preocupado, ele checou o que estava acontecendo nas redes sociais porém não encontrou nada suspeito. Esperava ficar a sós com ela para entender o que se passava.

No banheiro, Stana se trancou em uma das cabines e sentou respirando fundo. Porque a Dara tinha que falar aquilo para ela? Aquela cena de Always era um momento que Stana guardava a sete chaves em seu coração. De fato, quando assistiu ao episódio sem a tal cena, ela sentiu uma pontinha de decepção. Então sorriu. No fundo ela entendeu o motivo pelo qual Terri decidiu retira-la, sim a decisão final não foi de Marlowe. Aquela cena era talvez um dos momentos mais belos do show para ela porém intimo demais. ao filmarem uma cena tão poderosa para Castle e Beckett, eles acabaram expressando muito mais do que um simples sentimento como a emoção através da atuação. Ali, eles foram Nathan e Stana. Sem reservas, sem rodeios.

Apenas por lembrar disso, Stana sentia seu corpo reagir. Um arrepio percorria sua pele. Fora intenso e tão majestosamente íntimo que ela agradeceu por ter sido a última cena filmada da temporada. Seus sentimentos por Nathan a atingiram como um furacão arrebatando todo o juízo que ainda mantinha escondido por ele. Deixou Beckett se tornar a culpada pelo que ela mesma gostaria de receber e viver. Levou umas duas semanas para se desligar de tudo aquilo durante o hiatus.

Mesmo agora estando com Nathan, as memórias daqueles segundos de cena mexiam com seus desejos mais puros, seus sentimentos e suas emoções. O corpo fala, disso não tinha dúvida. Tentando controlar-se, ela passou a mão pelos cabelos e procurou respirar pausadamente para buscar um pouco de calma e retomar a concentração. Precisava voltar e gravar aquela última cena do dia em um único take.

Olhando-se no espelho, ela ajeitou os cabelos e reparou se havia alguma falha de maquiagem. Ajeitando a roupa, suspirou e deixou o banheiro. Era hora de acabar com isso e ir para casa antes que algo totalmente indesejável acontecesse nesse dia. Ao ve-la caminhando na direção dele, Nathan sentiu-se mais calmo. O semblante dela estava melhor, apesar de que Stana muitas vezes o enganara quanto a isso. Assim que ficou ao seu lado, perguntou.

- Tudo bem?

- Sim, podemos gravar? – ela esboçou um sorriso.

- Só depende de você, Stana – disse o diretor.                     

E dessa vez, ela cumpriu seu papel de atriz exatamente como mandava o script. Sem intervenções, risos ou esquecimento de falas. O diretor agradeceu a ela e partiram para a próxima cena. Enquanto trocavam de set, Nathan a puxou pelo braço e perguntou o que tinha acontecido.

- Não quero falar agora, não é o momento. Depois a gente conversa ok?

Essa resposta deixou-o ainda mais intrigado. Fizera algo errado? Esquecera de algo importante? Ou Stana passava por algum problema que não dizia respeito a ele mas não estava disposta a revela-lo? Ele teria que descobrir o motivo depois que saissem do estúdio. Terminaram de gravar mais duas cenas e foram dispensados. Antes de deixar o local porém, ela estava no celular dando RT nos votos para Castle e bromance. Conforme combinaram, ele evitou de fazer o mesmo com a indicação dela.

Ao chegar em casa, Stana tirou o casaco, os sapatos e jogou-se na cama. Fechou os olhos por um instante. Queria deixar sua mente limpa, livre de qualquer pensamento nem que fosse por apenas cinco minutos. Um feito que ela teria conseguido se não fosse o barulho da mensagem que chegara ao seu celular e que certamente era de Nathan. Ela ignorou o som por uns minutos até o mesmo começar a se repetir insistentemente. Esse era o problema do what’s app. Nathan seria incrivelmente persistente até o momento que ela o respondesse. Era capaz de dizer que o próximo passo seria ligar para ela.

Mas Stana não queria falar com ele agora, ela precisava desse tempo. Sabia que era estranho essa sua reação e Nathan, dessa vez, não tinha nada a ver com isso. Nem ao menos sabia do que se tratara aquele descontrole de hoje. Precisava deixar isso claro para ele ou também não a deixaria em paz. Pegando o celular, ela leu as mensagens enviadas por ele. estava preocupado achando que ele provocara aquela reação nela. Pedia para ve-la, queria ajudar. Stana teve que inventar uma mentira branca a fim de evitar que ele batesse em sua casa naquele momento. Escreveu uma mensagem de volta dizendo que não estava em casa e que tinha um compromisso. Mais tarde voltaria a falar com ele. Mandou um beijo o que serviria para acalma-lo e o fazer perceber que não estava com raiva dele.  

Colocou o celular ao seu lado na cama após ver a resposta de Nathan agora mais calma. Ele entendera. Ergueu-se da cama e tirou a roupa. Precisava de um banho gelado e bem demorado capaz de tirar as cenas que povoavam sua mente esta tarde de uma vez por todas da memória.

Ao abrir o chuveiro, Stana deixou a água molhar completamente os cabelos. Fechou os olhos e aquietou-se para a água tomar cada parte do seu corpo, a sensação era de uma viagem imaginaria coberta de toques ao sentir as gotas deslizando pela sua pele, atiçando seus poros e fazendo os mamilos enrijecerem debaixo do chuveiro. A mesma emoção que a visitara à tarde no set, se fez presente a partir dali mesmo que lutasse contra isso, nunca poderia esquecer o momento mais extraordinário que já vivera antes de se relacionar com Nathan Fillion. Os anos passariam, sua vida, seu futuro se alteraria porém a quem ela queria enganar? Aquela cena de Always estava gravada para a eternidade em sua pele, sua mente e mais importante em seu coração. Ela encostou-se na parede de azulejos e como um flash a reviveu por completo.

Ao avançar como Beckett para ele pela primeira vez, eles perderam o rumo tamanha a ansiedade que sentiam por se tocarem pela primeira vez verdadeiramente em quatro anos. Depois da loucura, já recompostos e após ouvir o diretor sobre todo o significado daquela cena, eles tentariam novamente. Mas não foram as orientações e as palavras de Bowman que tornaram o próximo take perfeito. Não. O segredo de uma explosão de sentimentos daquela magnitude se explicava apenas por um olhar. Um gesto considerado por muitos simples e por outros poderoso. Nathan e Stana conheciam o poder de seu olhar, nunca duvidaram dele. E naquele momento, quando os olhos azuis encontraram-se com os olhos verdes de Stana, eles souberam o que estava em jogo e a mágica aconteceu.

Nathan a empurrou contra a porta em um gesto sensual e viril mas ainda assim apaixonado e vulnerável. O beijo intenso, as mãos e o toque urgente, a vontade de sentir o que estava além do tecido, desejo de pele. O coração acelerava, a pulsação subia e a adrenalina corria em seus corpos como o sangue em suas veias. Ao ter Nathan devorando seu pescoço, ela gemia e ele respondia. Quando desabotoou sua camisa, Stana sentiu um arrepio percorrer sua espinha. Excitação. Ali, ela era novamente uma menina inocente, sob as mãos delicadas de Nathan se sentiu quase uma virgem, como se aquela fosse sua primeira vez. O que de fato não deixava de ser mesmo que na ficção.

Stana gemeu mais quando os lábios dele beijavam seu colo e o meio dos seios, viu a forma como ele olhava para a cicatriz dela e tomou-lhe a mão para juntos toca-la. Em seu centro, ela pode sentir a resposta de seu corpo a tudo isso. Estava úmida e as borboletas no estomago também se manifestavam. Mas isso era apenas o começo de tudo. Como mandava o script, ela o guiou até o quarto de Castle e lá o que estava no roteiro se perdeu dando lugar ao seu próprio conteúdo, Stana deixou sua mente e seu coração a guiarem na cena e Nathan pareceu fazer o mesmo. 

Vagarosamente ela se colocou na frente dele e após mais um beijo, ela começou a desfazer cada um dos botões da camisa dele. Sem pressa, destruiu um após o outro, voltando a fita-lo e beija-lo quando tinha vontde. A camisa foi ao chão e Stana pode admirar o peito nu dele a sua frente. Mas era apenas até ali que Stana tivera as rédeas da situação. Como um cavalheiro, ele passou a dominar o ato e delicadamente desabotoou a blusa dela deixando o soutian a amostra. Com ambas as mãos, ele empurrou o tecido da blusa dela levemente até a peça cair no chão. Seus dedos continuaram a dança do toque por todo o comprimento dos braços até pegar suas mãos novamente. Tudo sem perder um segundo sequer de contato com aqueles olhos misteriosos que estavam agora cor de mel e com as pupilas semidilatadas. Colocando uma mecha de cabelo para trás da orelha dela, ele tornou a envolve-la em seus braços e beija-la apaixonadamente. Quebrou o beijo apenas para beijar-lhe o colo novamente e sentir Stana gemendo e ansiando por mais. Em menos de um minuto, eles se beijavam mais uma vez.

Finalmente, Nathan a guiou próximo à cama e a deitou gentilmente, colocando seu corpo sobre o dela sem qualquer cerimônia. Stana deixa suas pernas enroscarem-se as dele e continuam os beijos e os gemidos. As mãos passeavam pelo corpo dela enquanto a beijava e ela o puxavam com urgência tentando manter o contato da pele ao máximo. Nathan quebrou o beijo e ficou admirando-a. Percebia em seu olhar que aquilo era mais que uma simples cena. Havia no olhar dela uma mistura de sentimentos, paixão, desejo, vulnerabilidade. Ela se entregara por inteiro, intensamente. Ao passar o polegar sobre os lábios dela, ele a ouviu gemer. Era quase como se a primeira silaba fosse Na, mas ela conseguira deixar escapar um suspiro que significava Cas e Stana o puxou pela nuca sorvendo os lábios de Nathan com a mesma paixão da primeira vez e soube que ela não era a única completamente perdida e envolvida ao sentir o membro dele contra sua coxa.

Loucura. Sentimento. Carinho. Suas personagens estavam bem longe dali. A cena que se desenhou bem à frente de Terri e Andrew fora real, como somente Stana e Nathan poderiam agir. Não ouviram o corta, nem tão pouco quando as luzes se apagaram. Eles fizeram seu próprio tempo e pararam exatamente no momento que sabiam caso ultrapassassem não haveria retorno e talvez tudo se perdesse em segundos.

Stana gemeu debaixo do chuveiro. Teve que se apoiar com as duas mãos na parede. Todas as sensações de prazer estavam novamente presentes para ela. Sentia o corpo tremer e sabia que acabara de ser atingida por um orgasmo. Ela não sabia explicar porque uma cena podia se tornar algo tão poderoso para ela e funcionar tão bem como o ato de fazer amor. Com o coração acelerado, ela forçou a si mesma na busca pelo autocontrole concentrando-se em voltar a respirar pausadamente.

Dez minutos depois, ela saia do banheiro enrolada em um roupão secando os cabelos. O corpo estava revigorado mas ainda clamava por mais. Sentia-se viva. O corpo era uma caixinha de surpresas e nesse momento queria ser preenchido. A sensação de vazio era imensa. Pegando o celular, escreveu uma mensagem para ele. Precisava dele, sua urgência era grande demais.  

Quando a porta do apartamento de Stana se abriu, Nathan se deparou com uma visão bem interessante. Stana vestida em um roupão de seda branca, aparentemente sem nada por baixo, os cabelos molhados e segurava uma taça de vinho. Pensando bem, a visão era excitante.

- Hey...

- Hey, entre.

Assim que fechou a porta, ela se colocou na frente dele olhando-o intensamente. Nathan teve a sensação de que ela ia devora-lo. No fundo, gostaria muito disso mas antes ele precisava entender o que realmente estava acontecendo com ela. Arrancaria uma explicação dela essa noite. não sairia dali sem isso.

- Stana, você pode me explicar o que aconteceu durante aquela gravação? Porque você errou a cena e de repente sumiu por alguns minutos? Fiquei preocupado com você. Mais ainda quando não quis me dizer o que acontecera. Eu já pensei um monte de besteiras, pensei em coisas boas, ruins. Pensei em algo grande mas – ele observou o copo de vinho na mão dela – essa claramente posso descartar. Me sinto perdido e de mãos atadas. Se estiver precisando de mim, me diga o que fazer mas não saio daqui sem uma explicação. Pode chamar a policia se quiser mas não arredo o pé daqui enquanto você não me contar o que te fez agir daquele jeito.

Ela esperou ele acabar de falar e certamente pontos daquele discurso chamaram sua atenção. Entendera direito? Nathan chegou a pensar que ela podia estar grávida? Suspirou profundamente, queria sorrir apenas por saber que ele considerava uma gravidez algo grande. Mas não podia mudar o foco da conversa. Ela devia uma explicação pelo seu comportamento e era isso que ela queria fazer nesse exato momento.

- Tudo bem, sente-se Nathan – ele a obedeceu sentando no sofá. Stana sentou-se na mesinha de centro de frente para ele e tomou suas mãos nas dela. ficou por alguns segundos fitando os dedos dele e o formato daquelas mãos responsáveis por parte do que ela sentira hoje novamente. Nathan aguardava ela se pronunciar pacientemente. Por fim, Stana ergue a cabeça para fita-lo. O mesmo tipo de olhar que usava para demosntrar todo o sentimento que tinha por ele. Com isso, ele relaxou e ela começou a falar.

- Nathan, hoje aconteceu algo intenso. Iniciou-se de maneira displicente com uma provocação entre amigas mas o resultado alterou completamente meu estado de espírito. Imagino que você deve estar a par do que aconteceu no final de semana no twitter. Eu não sabia e Dara fez questão de comentar e de me pressionar, parece que o canhão dela se virou para o meu lado agora graças à nova munição dada por Terri e Marlowe.

- Do que você está falando? O que aconteceu no twitter?

- Você não sabe? Sério? – ele viu a preocupação aparecer nos olhos dela – Nathan... a cena de Always. De alguma forma, eles usaram em um simpósio e agora os fãs estão loucos por conta disso.

- A cena vazou? – ele estava sério ao perguntar isso a ela.

- Não, parece que eles mostraram no tal simpósio e pediram sigilo mas mesmo sem liberar as imagens as pessoas vazaram o que aconteceu pela internet. Parece que a loucura aconteceu durante todo o fim de semana e continua ainda. Os fãs estão enchendo os dois de tweets perguntando sobre a cena, querendo que eles liberem.

- O que certamente eles não irão fazer, Stana. Não precisa se preocupar. Terri e Marlowe não são loucos, eles sabem o que aquela cena representa. Eu ainda não entendi porque isso mudou o seu estado de espírito. Foi algo que Dara lhe disse?

- Não totalmente. É uma mistura de coisas. Ela me questionou sobre a cena, se sabia porque fora cortada e qual fora minha reação. Insistiu no ponto que por ser shipper devia ter ficado bem chateada ao não ver a cena no episodio. Nathan, ela cavou e cavou por uma resposta torta minha, por um deslize. Eu lutei e não revelei nada. Mas sei que ela não acreditou e jogou dizendo que talvez fosse por essa cena que Always fosse meu episodio favorito. Mesmo disfarçando, sei que não a convenci mas isso não foi o pior. A cada comentário que ela fazia, as imagens daquela cena surgiam em minha mente. Foi por muito pouco que consegui me controlar na frente dela. Então meu dia estava impactado – ela soltou as mãos dele por um instante e cobriu o próprio rosto. Ele tocou o joelho dela, acariciando dando-lhe forças para continuar.

Nathan sabia que aquela cena fora intensa para ambos mas reconhecia que fora bem mais importante e impactante para ela mas agora que estavam juntos, porque isso a incomodava tanto ainda?

- As lembranças teimaram em ficar na minha mente e quando me vi sozinha naquela cena com você, todas as sensações voltaram. Eu não conseguia me concentrar. Apenas em olhar para você via tudo que acontecera vividamente. Foi por isso que errei as falas, por isso que não consegui ir adiante e pedi para parar. Foi o motivo pelo qual não contei a você o que estava acontecendo, porque tinha medo de que ao olha-lo pudesse perder o controle e sentir tudo mais uma vez. 

- Staninha, posso te fazer uma pergunta?

- Pode.

- Por que essa cena te afeta tanto agora que estamos juntos? Não deveria ter sido encarada por você numa boa? Por que todas essas sensações? Eu realmente ainda não consegui entender. Não me entenda mal. A cena foi intensa, importante. O momento também mas agora não somos mais estranhos, estamos em um relacionamento e lembrar dela deveria te fazer sorrir e não surtar como aparentemente aconteceu.

- Tem algo que não contei para você sobre essa cena. Ela foi tudo isso que você disse. Para mim, você teria que amplifica-la pelo menos dez vezes. Eu dei graças a Deus que aquela fora a última cena filmada por nós antes das férias. Eu levei um bom tempo para esquece-la, ou melhor supera-la porque obviamente não a esqueci. Minha mente teimava em querer entender que aquilo não era real. Que não éramos eu e você naquela cama mas como enganar o coração quando o mesmo podia sentir todo o amor e a paixão que existiram naqueles minutos? Como negar o desejo? Foi difícil me fazer compreender que eu não era a Beckett e você não era o Castle, sofri para entender que Nathan e Stana não eram um casal. Levou tempo, mais do que eu imaginava para finalmente superar.

Sensibilizado com as palavras dela, com a revelação, ele a puxou para junto dele no sofá e a abraçou forte. Beijou o topo da cabeça dela e permaneceu calado para entender que ela terminara antes de começar a falar. Stana beijou o rosto dele e continuou.

- Sei que estamos juntos mas talvez nada supere o que essa cena significou para mim. Não quer dizer que eu não te ame mais por causa do que passei. Eu te amo, Nate. Nada mudou mas aquela cena foi para mim a nossa primeira vez. Para mim, ela seria o mais próximo que chegaria de fazer amor com Nathan Fillion. Por isso eu fiquei mexida, meu corpo reage a cada detalhe, a cada gesto que aconteceu entre nós. Ela é tão intensa que.... – ela enfiou a cara no peito dele com vergonha – você vai rir de mim – disse abafando a voz no corpo dele – a cena me provocou um orgasmo pouco antes de mandar aquela mensagem pedindo para você vir aqui. Isso é embaraçoso, Deus!

Ela continuou com a face enterrada no peito dele e Nathan acariciava seus cabelos enquanto sorria. Sorriso esse que Stana não podia ver no momento quando ele constatara que a poucas horas ela estivera debaixo do chuveiro, tomada por um desejo intenso. Gentilmente, ele ergueu o rosto dela obrigando-a a fita-lo.

- Deve estar me achando uma idiota.

- Não, não nem em um milhão de anos. Estou surpreso por saber desse seu segredo. Por saber o quanto você lutou contra o sentimento. Obviamente, também fico um pouco lisongeado por saber que os meus gestos, nossos gestos em uma cena são capazes de te provocar desejo e paixão. Stana, isso que você me contou hoje é na verdade uma nova declaração de amor. É assim que gostaria de encara-la. Acredite que a partir desee momento, o carinho que eu tinha por aquela cena ganhou uma outra dimensão. Somente me faz te admirar e te amar mais.

- Nate.... – ela o olhava intensamente, os olhos começavam a demonstrar estarem sendo movidos pelo desejo – faça amor comigo. Me tenha e me domine. Eu preciso de você.

Ele sabia exatamente do que ela precisava. Acariciando o rosto dela em meio a um sorriso, ele tomou seus lábios carinhosamente ao primeiro contato e que gradativamente se encaminhava para um beijo mais sensual e intenso. Ele levantou do sofá e a puxou consigo para o quarto. Com um único gesto, puxou a faixa do roupão que ela usava fazendo a peça se abrir revelando o corpo completamente nu a sua frente. Ela se encarregou de tirar a peça dos ombros e joga-la ao chão. Caminhou até ele e desfez os botões da camisa e a sensação foi de completo deja vu. Mas as semelhanças paravam por aí.

Nathan levou-a gentilmente até a cama e com todo o amor que tinha por ela, acariciou-a, beijou-a e fez amor com ela da maneira como ela merecia levando-a ao orgasmo não somente uma mas três vezes. Sempre atento as vontades e aquilo que a fazia bem. Foram longas horas de afeto, paixão e cumplicidade compartilhada naquelas quatro paredes. Ao terminar, ela adormeceu em seus braços.

Pela manhã, ela acordou relaxada e preguiçosa. Ao se lembrar dos acontecimentos da noite anterior, sorriu e virou-se buscando por ele na cama. Sua frustração foi grande ao perceber que ele não estava na cama ao seu lado e os lençóis estavam frios. Gemeu chateada. Ao sentar-se na cama porém, o avistou no outro ambiente do apartamento. Pelo barulho, deveria estar na cozinha. Quando ia fazer menção de se levantar, ele surgiu na porta do quarto com duas canecas de café.

- Nossa! Desde ontem eu estou vivendo vários deja vus. Que horas são?

- Sete, não se preocupe. As gravações hoje começam com Jon,Seamus e Tamala. Temos que estar no estúdio às nove. Trouxe café para começar bem sua manhã. Estou preparando os ovos e as torradas francesas. Pode se juntar a mim para tomarmos o café juntos? – ela tomou a caneca das mãos dele e sorriu sentindo o aroma maravilhoso do expresso. Sorveu o primeiro gole e sentiu o corpo esquentar com o calor do café. Ergueu-se da cama e vestiu o roupão novamente.

- Estou morrendo de fome mas antes quero meu beijo de bom dia.

Ele inclinou-se e fez o que ela pediu. Beijou-a carinhosamente nos lábios e ofereceu a mão para Stana levando-a para a sala de jantar. Sentaram-se para comer e Nathan trouxe berries e os ovos juntamente com as torradas. Ela comeu com gosto. Estava no final de seus ovos quando lembrou-se do que Nathan dissera a ela na noite anterior. Curiosa, ela perguntou.

- Nate, ontem você comentou que pensou em muitas coisas que podiam ter me afetado, algumas besteiras e umas outras grandes. Eu percebi uma delas nitidamente. Você chegou a pensar que eu estava grávida? E considerou isso grande? Por que pensou em gravidez?

- Ah, amor. Como não poderia pensar? Não foi algo que deduzi imediatamente mas quando estava saindo do estúdio e comecei a ligar os pontos. Você esqueceu falas, estava tensa. Depois pediu para ir ao banheiro e não queria comentar o que acontecera comigo? Quando percebi que poderia ser isso, comecei a pedir sua atenção pelo celular através dos recados. Claro que ao chegar aqui e te ver com uma taça de vinho nas mãos deduzi que não era isso que te incomodava.

- Hum... e se eu estivesse grávida, Nathan? O que faríamos?

- Bem, teríamos que contar a Andrew e Terri oficialmente que estamos juntos e falar da gravidez porque mudaria a dinâmica do show certamente e como consequência sua barriga ia crescer então contaríamos a todos. O resto? Ah, nós descobriríamos como lidar com isso. Daríamos um jeito de nos adaptar.

- Tão simples assim? Sem paranoia, sem surtos? Isso não parece com a gente. Eu não sei como reagiria mas não acho que seria tão natural como você fez parecer.

- Stana, acredite em mim. Pelo que conheço a seu respeito, não tenho dúvida alguma de que quando a hora chegar você será uma mãe maravilhosa – ele pegou a mão dela e beijou-a – preciso ir para casa me arrumar, te vejo no estúdio?

- Claro. E obrigada por me ouvir e me compreender.

- Esse é o meu papel e estarei aqui sempre que precisar. E amor, não deixe Dara te perturbar por causa de nosso relacionamento ok? – ele beijou a cabeça dela e Stana o puxou pela camisa fazendo ele se inclinar para beijar-lhe os lábios.

Raleigh Studios

O episodio Disciple continuava sendo filmado com intensidade. Rodaram várias externas e a parte da tarde fora toda de cenas internas. Pelo cronograma, ainda tinham quatro dias de filmagens mas Stana já começava a sentir-se no clima do próximo episodio. Estava louca para conhecer o bebê que contracenaria com ela e Nathan, na verdade aquela conversa da manhã apenas aumentou a sua vontade.

O problema era que Marlowe ainda nem liberara as últimas cenas do 609 para eles ensaiarem o que para ela significava mais demora para finaliza-lo. Vendo David, o escritor do roteiro pelo estúdio, ela decidiu perguntar se era ele ou Marlowe quem segurava o restante do roteiro. Em uma conversa amigável, ele revelou que fora uma decisão em conjunto para que os atores entrassem realmente no clima de suspense do episódio. Sendo assim a liberação do script aconteceria apenas no momento que ele desse a ordem. Como ela podia perguntar direto para o chefe, não podia fazer nada diferente. Ao entrar na sala dos escritores, Marlowe sorriu ao ve-la.

- Stana! Que bom que apareceu por aqui. Precisava mesmo falar com você.

- Então, somos dois.

- Damas primeiro, mas antes como você está? Soube que algo a incomodava ontem.

- Estou bem, não se preocupe. Na verdade, vim te procurar porque como as filmagens estão quase terminando com o episodio mas ainda não recebemos as cenas finais. Existe algum problema? David falou que apenas você dirá quando devemos ensaia-las. Será no ultimo dia?

- Era pra ser assim. Mas estive acompanhando o cronograma e estamos adiantados o que me ajuda com o próximo episódio. Era sobre ele que queria falar com você. Mas respondendo sua pergunta, amanhã você terá seu texto nas mãos e certamente se quiser poderá terminar suas gravações no mesmo dia. O que me leva ao outro assunto.

Stana sequer prestou atenção na resposta dele desde que ele mencionara que gostaria de falar com ela sobre o próximo episodio. Estava curiosa. Será que Terri queria sua opinião com o script? Não podia parecer ansiosa mas como se conter? Todos sabiam da vontade dela em querer detalhes desse episódio. Como ela se manteve calada, Marlowe continuou.

- Terri já está com o script totalmente pronto, Luke e Alfred já estão trabalhando com o cenário e o figurino mas vamos falar da parte que interessa a você. Nosso pequeno ator. Tenho certeza que você está louca para conhece-lo não?

- Claro! Não vejo a hora – e dessa vez não conteve o sorriso.

- Ótimo! Foi como pensei. Nós selecionamos quatro bebês maravilhosos porém devemos ficar com um ou dois para as filmagens. Para fazer a escolha certa, eu e Terri conversamos um pouco sobre o assunto e Dara também pode dar sua opinião e chegamos a uma conclusão importante para que o episódio funcione bem. O bebê deve ter empatia por quem vai segura-lo, passar um tempo com ele. Deve gostar de ser mimado e não estranhar a todos. Por isso, nós decidimos convidar você para nos ajudar a escolher o nosso bebê Caskett. Afinal, ele tem que gostar de você e de Nathan, não?

- Ah, que ótimo! Vou poder escolher o bebê? Vou carrega-los no colo, brincar com eles? Ah, Marlowe! Eu adorei a ideia.

- Eu sabia que ia gostar. Então amanhã você termina suas cenas de Disciple e na sexta fazemos a seleção com os bebês. Ah! tenho mais um pedido para você.

- Claro, pode dizer – ela simplesmente não conseguia parar de sorrir.

- Seria bom que o Nathan participasse da mesma seleção, afinal ele também terá muita interação com a criança. Acha que ele toparia numa boa? Você consegue me ajudar a convence-lo?

- Marlowe, eu não vejo nenhum problema para que Nathan concorde em participar e ele é profissional, sabe que isso será importante para o episódio. Pessoalmente falando, acredito que ele vai gostar. Até onde eu sei, Nathan gosta de criança – ela tentanva se manter séria e profissional, não queria dar bandeira sobre o que seria para eles trabalharem juntos nessa missão.      

                     

- Tudo bem, vou falar com ele. Se precisar da sua ajuda, eu falo – e piscou para ela.

- Pode pedir, preciso ir agora. Até amanhã, Marlowe.

E saiu da sala dos escritores direto para a pequena copa. Preparava um café para si quando Tamala apareceu.

- Hey, já está de folga?

- Terminei de filmar sim, vim apenas pegar um café e já vou para casa.

- E como vão as coisas, Stana?

- Tudo ótimo. Não vejo a hora de terminar esse episódio.

- Você está louca pra ter um bebê rondando por aqui não? Será o seu instinto maternal falando mais alto?

- Não, Tamala. Ainda não, mas estou empolgada sim. Adoro crianças e um bebê! Ah será muito bom.

- Acho que todos vamos nos divertir – ela bebeu o resto do chá gelado que servira para si e jogou o copo na lixeira – tenho que ir, preciso refilmar uma cena com o Jon. Te vejo amanhã, garota.

- Até mais, Tamala.

Mal ela saira, Stana sentara na cadeira saboreando o seu café quando Nathan entrou.

- Estava te procurando. Pensei que tinha ido embora.

- Não, vou daqui a pouco. Estava com Marlowe. Amanhã devemos finalizar as filmagens de Disciple e adivinha? Ele me chamou para ajudar a escolher o bebê. Não é ótimo?

- Sim, você devia estar dando pulos de alegria – ele sorria para ela – quando vai fazer isso?

- Vamos. Eu e você, na sexta.

- Mas ele não me disse nada. Eu também irei participar?

- Sim, ele vai falar com você mas já me usou para indiretamente alerta-lo. Nada mais justo não? O bebê vai passar a maior parte do tempo conosco, pelo menos é o que imagino. Sendo assim, quando ele te procurar aceite numa boa.

- Tudo bem. Te vejo mais tarde? Que tal fazer um programinha de namorados preguiçosos? – ela franziu a testa intrigada – estou sugerindo uma sessão pipoca na minha casa. Dois filmes, pipoca e umas cervejas. Somente nós dois agarradinhos no sofá. Interessada?

- Muito, com uma condição. Nada de filme de ficção.

- Tudo bem. Policial e ação pode?

- Pode.

- Te vejo em uma hora – e Nathan piscou para ela.

XXXXXXXXX

No dia seguinte, Stana chegou cedo ao estúdio. Na sua cabeça se começasse cedo, poderia terminar logo esse episódio e partir para o próximo. A noite com Nathan fora bem agradável. Namoraram bastante, comeram e se divertiram assistindo dois filmes de ação. Dormira na casa dele mas saira logo cedo pois queria estar no set o quanto antes. Eram oito da manhã, embora seu horário para as gravações fosse às nove.

Aproveitou para tomar um café e encontrou com Terri.

- OI, Stana! Bom dia. Tudo bem?

- Ah sim! Tudo ótimo.

- Então, o Andrew já falou para você da nossa proposta?

- Falou sim. aposto que foi ideia sua não?

- Sim, foi. Já viu Nathan por aí?

- Não, Terri.

- Ok, se por acaso o vir, pede para ele passar na sala dos escritores. Marlowe quer falar com ele também e seu script das últimas cenas de Disciple estão lá disponíveis. Vocês filmam hoje e se tudo der certo amanhã já começamos a escolha do bebê.

- Você pode me dizer se será menino ou menina?

- Deixa de ser curiosa, Stana. No momento certo você saberá. Agora seja uma boa menina e concentre-se nas suas cenas de hoje.

- Por acaso isso é uma pista? – ela perguntou toda animada.

- Stana... paciência é uma virtude – e ela mostrou a língua para Terri que saiu rindo. Depois, ela passou rapidamente na sala deles para pegar o roteiro. Nem sinal de Nathan. Mas ao chegar no set do loft, encontrou ele conversando com David. Ao ve-la, sorriu.

- Bom dia, Stana. Preparada para gravar?

- Ainda vou passar o texto, acabei de pega-lo. preciso ensaiar com Nathan e também ouvir suas orientações. Ah, Nathan é para você passar na sala dos escritores. Marlowe quer falar com você.

- Ah, tudo bem. Mas antes melhor ensaiarmos nossa primeira cena. Que tal? Será no distrito e depois temos que voltar ao set do consultório da médica – ele se afastou para um canto com ela – mas vou deixar você ler o script antes – baixando um pouco mais a voz, ele perguntou – por acaso o assunto com Marlowe é aquele que você me contou?

- Imagino que sim. E para seu conhecimento, a ideia foi da Terri.

- Ela está nos provocando.

- Eu diria que está cutucando onça com vara curta. Vou acabar fazendo besteira quando tiver carregando esse bebê nos braços.

- Você vai ter que se controlar Stana, estão todos de olho na gente. Parece que esperam um pequeno deslize nosso. E pode ser qualquer coisa, um gesto, um olhar e com um bebê nos braços nem sei o que podem pensar. Se prepare que as provocações nem começaram.

- Tudo bem. Vamos ensaiar?

Eles passaram o texto duas vezes, Stana pediu alguns minutos para decorar melhor suas falas e em seguida gravaram a primeira cena do dia sem maiores problemas. Mais alguns ensaios, uma pequena discussão sobre melhores posições em cena e gravaram novamente. David liberou-os para almoçar porque tinha uma cena externa para acompanhar com Seamus e Jon. Pediu para estarem de volta no set do loft às 14h. Eles concordaram. Nathan avisou a ela que passaria na sala para falar com Andrew e se quisesse almoçavam juntos. Ele sugeriu pedirem algo e comerem na copa para evitar qualquer comentário, afinal estariam em um lugar neutro. Ela aceitou a sugestão e seguiu para a copa já pensando no que iriam almoçar. Carregou consigo seu roteiro para o caso dele demorar na conversa.

Em meia hora depois, ele apareceu na copa. Stana checava o celular realmente impressionada com a quantidade de fãs votando nela e em Caskett para o PCA. Seus fãs eram tão zelosos que se preocupavam em divulgar sua nomeação com fotos ou motivos pelos quais merecia ganhar o prêmio. Estava encantada.

- Hey... você não está com raiva porque demorei certo?

- Não, só estou à beira de desmaiar. Felizmente, adiantei nosso almoço. Pedi um frango para mim, hambúrguer com muitos queijos para você, salada waldorf e fritas. Deve chegar em – ela consultou o relógio – dez minutos.

- Excelente e como eu imaginei, Andrew deixou quase explicita a satisfação de nos ver escolher esse bebê.

- Parece até uma espécie de vingança, para nos ver ceder o quanto antes – ela disse – Dara deve ser outra que está somente observando a gente.

- Não deixaremos isso acontecer.

Logo em seguida, a comida chegou e eles almoçaram animados. Tamala e Seamus se juntaram a eles cada um com uma salada bem natureba mas acabaram por não resistir as batatas fritas com queijo de Nathan. Às duas horas estavam de volta ao set. Gravaram mais uma cena e finalmente era a vez da cena final do episódio. Stana considerou aquela forma da descoberta sobre o 3XK assustadora. Era uma cena difícil e que exigiria concentração e reconhecimento por todo o significado que isso representaria para Castle e Beckett. A música escolhida para compor a cena era um clássico da cultura americana de Johnny Cash. Na voz de Vera Lynn, o teor de emoção da canção trouxe algo mais pesado à cena.

Depois de uma conversa orientativa com David e o diretor, ela entendeu o verdadeiro significado da cena para Kate. Ela praticou uma vez no espelho e pediu para colocarem a música em seu celular. Então, ela foi para um canto e se concentrou na atmosfera da vida de sua personagem e como algo natural, ela soube exatamente como tudo aquilo afetaria Kate.

Dez minutos depois, gravava a cena com Nathan e sua reação foi impecável deixando o diretor orgulhoso.

- Se alguém ainda tinha dúvidas de que você merece esse PCA, depois de ver essa sua atuação serão loucos de não te dar esse prêmio. Fantástico, Stana.

- Obrigada – ela sorriu satisfeita – mas esse final foi bem amedrontador. Me deu arrepios.

- E você passou exatamente isso para a tela. E esse foi mais um episódio. Encerramos por aqui, obrigado Nathan e Stana. Vejo vocês depois.

- Tenho que ir para casa. Te vejo mais tarde? – ela perguntou.

- Ah, não. Esqueci de te avisar. Tenho convites para a premiere de Thor. Ochoa me enviou. Tem algum problema para você se for com ela?

- Se você se comportar como eu espero, não há problema. Mas por que a Ochoa, logo ela?

- Ela conseguiu os convites com Zach. Se quiser te dou um e você pode participar da premiere também.

- Nathan, cai na real. Eu e você no mesmo evento sem poder falar ou ficar ao lado um do outro? Sem chance! Já imaginou os comentários?

- Tudo bem. Prometo que não chegarei tarde. Te ligo quando chegar em casa.

- Comporte-se. E deu um tchauzinho para ele. Nem bem caminhou uns cinco passos encontrou Terri.

- Já de saída?

- Sim, episódio concluído. Amanhã é com você.

- Com certeza. Começamos às nove e prepare-se. Vai precisar de muita energia para uma sexta-feira. Te vejo amanhã, Stana.

- Boa noite, Terri. 

Continua....