Nota da Autora: Demorei para postar um novo capítulo mas tive que trabalhar alguns elementos diferentes e acredito que esse tenha um espírito especial por abordar algo que todo o fandom gosta. E não é NC! Mas sei que vocês irão gostar. Enjoy!
Cap.11
O dia no set estava agitado. Em
uma das locações que servia de base para as salas de interrogatórios, Stana,
Terri e Dara alinhavam o processo de seleção dos bebês enquanto aguardavam por
Nathan. Na outra sala, as mães esperavam com seus filhos no colo. Quando
finalmente o tão aguardado moço apareceu, Terri explicou a eles qual era sua
ideia.
- Bem, o que preciso de vocês
dois é que me ajudem a escolher o melhor bebê para contracenar com a equipe de
um modo geral mas especialmente com Castle e Beckett, o que implica dizer
vocês. No meu roteiro, após acharem o morto na igreja acham também o bebê que
ele estava supostamente protegendo. Castle logo se encanta com a criança e se
apossa dela, o que acaba por faze-lo querer mimar o mais novo membro da turma.
Esse é um dos motivos que o bebê escolhido tem que gostar muito de Nathan,
porque ele é quem vai segura-lo a maior parte do tempo. Claro que ainda
usaremos bonecos em algumas cenas para não expor tanto a criança à movimentação
e iluminação pesada do set.
- Espere, quer dizer que eu não
vou ficar com o bebê em meus braços? – perguntou Stana apreensiva já fazendo
Terri rir do jeito dela.
- Claro que sim. Mas na minha
história, Beckett revela algo bem interessante e relevante para a relação
deles, ela não é tão boa com crianças, no fundo tem medo de cuidar de bebês e
daí vem a veia cômica do episódio. Portanto, você irá segura-lo sim, quantas
vezes quiser no set mas será poucas vezes durante as filmagens – ela viu
claramente a decepção no rosto de Stana – hey, sei que não é o que esperava mas
será divertido. Além disso, você pode mimar o bebê a hora que quiser. Nathan
não irá ficar com ele todo o tempo.
- Você é que pensa! Ele vai ser
bem egoísta, aposto!
- Não serei não! – disse Nathan
rindo.
- Stana sua personagem não tem
ainda um jeito especial com bebês, já você... parece que seu instinto maternal
anda gritando ultimamente não? – Terri provocou. Stana mordiscou o lábio e
decidiu ficar calada – ok, vamos trabalhar? Vou pedir para chamar a primeira
mãe. E assim que o primeiro bebê entrou na sala, os dois se transformaram.
Tanto Nathan quanto Stana não conseguiram se concentrar totalmente na tarefa de
escolher um bebê. Isso porque a quantidade de sorrisos, caretas e beijinhos predominavam eles se divertiam com a
criança. A ideia de Terri acabou sendo uma furada cabendo a decisão apenas a
ela e a Dara. O mais interessante foi observar o comportamento dos dois.
Enquanto se revesavam com o bebê no colo, Terri notou a cumplicidade entre
eles. Estavam tão alheios ao ambiente que sequer repararam como agiram, os
olhares, alguns toques como o fato de Stana ajeitar a camisa dele após acomodar
a criança em seu peito, ele encostando o corpo no dela e apoiando o queixo no
ombro de Stana para mexer com o bebê. Qualquer pessoa que não os conhecesse e
visse o jeito deles ali pensaria que eram um casal. Não tem como negar.
O proximo bebê já se mostrou
menos receptivo e apesar dos esforços de Nathan e Stana realmente não
agradaram. Mas foi o terceiro que cativou de verdade o coração de todos. O
pequeno Aiden já chegou rindo para Stana que nem gaveta velha. Se jogou para os
braços de Nathan e foi uma espécie de amor à primeira vista. Terri não tinha
mais dúvidas. Conversou com a mãe e pediu para que ela a acompanhasse até a
sala dos escritores a fim de mostrar a proposta de contrato e o cronograma de
gravações que deviam seguir. A mãe nem se preocupou com o filho já que estava
em boas mãos. Nathan sentou-se em uma cadeira antes ocupada por Dara e passou a
ser espectador.
Somente então ele percebeu o
quanto Stana parecia envolvida com o bebê em seus braços. Ela o beijava,
acariciava o corpinho e deixava o bebê segurar seu polegar. Depois, ergueu o
bebê um pouco acima da cabeça e conversava com ele fazendo-o gritar de alegria
e ria muito com ele, a risada dela enchia o ar e ao misturar-se a do bebê soava
como música. Então o comentário de Terri lhe veio à mente. Ela parecia bem à
vontade com o bebê, como se fosse filho dela mesmo. O jeito de tocar, cuidar
até mesmo de olhar para a criança era encantador. Um zelo fora do comum, ela
balançava de um lado para o outro e não havia imagem no mundo de maior amor.
Imagina quando fosse o deles mesmo. Ele não se tocou do pensamento mas de
repente a cena trouxe preocupação para Nathan. Eles já tinham conversado sobre
isso. Será que ela esperava algo assim dele? Sabia que não era mais nenhum
garotinho e ter um filho estava sim em seus planos mas naquele momento o
simples fato de cogitar a possibilidade disso o deixou desconfortável e
apreensivo. Era uma grande responsabilidade e um passo muito importante em um
relacionamento, especialmente para os dois. Ele não podia se deixar levar por
isso, precisava fazer da presença desse bebê algo mágico e divertido para os
dois, nada de pensar em futuro. O que importa é o presente.
E Stana virou-se para ele
jogando beijinhos e atirando o bebê nos braços de Nathan o que bastou para
afastar o momento de racionalidade que vivia a segundos atrás.
Quando Terri voltou com a mãe,
acabou presenciando sem querer uma cena bem íntima entre os dois. Nathan
segurava o bebê elevando-o na altura um pouco acima do rosto enquanto Stana por
trás da cadeira onde ele estava sentado, apoiando seu corpo e com as mãos nos
ombros dele levemente massageando e mexendo com Aiden sorrindo e balançando a
cabeça.
- Quem é o bebê da Stana? Quem
é? Você ri é? – ela balançava a cabeça com a ponta da lingua entre o sorriso e
uma voz típica de quando se está dialogando com criança - Por que você ri?
Gosta do Nate, Aiden é todo mundo ama o Nate – e as gargalhadas gostosas do
bebê se fazia ouvir – Stana também ama o Nate, é sim ama... – nesse instante
trocaram olhares e sorriram um para o outro. Nathan colocou o bebê novamente
rente ao seu peito o que fez ela se agachar apoiando o queixo no ombro dele. O
pequeno Aiden segurava o polegar dela. A mãe da criança estava maravilhada com
o jeito que os dois cuidavam de seu filho e Terri não podia mais esperar,
precisava interromper. Procurou disfarçar puxando a mãe consigo fingindo entrar
na sala conversando assim chamava a atenção dos dois para que não se sentissem
pegos com a boca na botija mesmo sabendo que ela já vira o bastante, Terri
sempre se preocupava em mostrar desconhecimento sobre algumas coisas com a
intenção de deixa-los mais à vontade.
- Estamos combinadas dessa
maneira? Segunda posso contar com vocês aqui? – ela se dirigia à mãe. Ouvir a
voz de Terri os despertou do transe e Stana rapidamente se recompos ficando de
pé na frente de Nathan. Tirou o bebê dos braços dele e fingiu estar caminhando
na sala com ele no colo. Nathan também procurava demonstrar casualidade mas a
forma como olhava para a mulher tão bela à sua frente segurando aquela criança,
tornava isso uma missão quase impossivel.
- Sim, segunda – a mãe sorria –
Aiden! Deixe a moça em paz, devia se comportar – falava a mãe gentilmente ao
ver seu filho puxando o cabelo de Stana e levando à boca. Aproximou-se dela e
pegou-o dos braços dela removendo com cuidado o novo brinquedo das mãos do
filho – obrigada por ter ficado com ele nesse instante.
- Que isso! Foi um prazer. Seu
menino é adorável. Podia passar a tarde toda com ele e não ia me importar.
- Que bom porque é basicamente
o que irá acontecer na próxima semana, você será uma ótima mãe. Tem muito jeito
com bebês.
- Obrigada – disse Stana e
Terri não conseguiu evitar o olhar para Nathan que se remexeu na cadeira
desconfortável.
- Vamos com a mamãe, Aiden.
Temos que deixar as pessoas trabalharem. Diz pra moça que segunda-feira você
está de volta e será todo dela – a mãe virou a criança para Stana que segurou o
pezinho dele, fez um carinho e beijou antes de solta-lo. Ela se despediu e
saiu. Terri ficou com os dois na sala e via claramente o quanto a atmosfera
mudara para eles por estarem com um bebê. Até o disfarce era engraçado e eles
acreditavam piamente que a tinham enganado.
- Bem, já que escolhemos o bebê
podemos falar do episódio em si. Querem me acompanhar até a sala dos
escritores?
- Claro! – disse Nathan.
Eles sentaram ao redor da mesa
e Terri discursou sobre a ideia de como trabalhar na história que ela criara.
Conseguiu se manter bem fiel ao que imagina das personagens. Beckett receosa
para não dizer medrosa e Castle um legitimo paizão e amantes de bebês.
Distribuiu o roteiro para eles e pediu que conversassem e se tivessem ideias
para as cenas que estaria aberta a conversar. Stana quis logo saber como as
coisas funcionariam com o bebê.
- Como será o esquema de
gravação? Daremos prioridades às cenas do bebê?
- Essa é a ideia. Claro que
haverá momentos que usaremos um boneco afinal não podemos abusar de uma criança
diante do tempo que normalmente trabalhamos. Há algumas cenas inevitáveis no
distrito e a cena mais importante no loft que será filmada com ele. Portanto,
preciso que se dediquem as páginas indicadas no quadro à esquerda – ela apontou
para o local – essas devem ser nossas primeiras cenas gravadas a partir de
segunda. Faremos uma cena por dia com o bebê para evitar de cansa-lo demais, a
única mais demorada é a do apartamento. Após a participação de Aiden, seguimos
com as demais cenas do roteiro – enquanto Terri falava, Stana folheava o
roteiro das paginas indicadas, lendo as suas falas e partes com o bebê. O rosto
tenso e a testa franzida indicavam que ela não parecia satisfeita com alguma
coisa.
- Espere um minuto. Estou lendo
certo? Nas cenas do distrito eu não irei segurar o Aiden nenhuma vez? Não
acredito nisso, Terri. Qual o ponto de colocar um bebê entre Beckett e Castle
se não posso interagir com ele? Isso é maldade, Terri!
- Você já leu a cena completa?
Viu a conversa sobre porque Kate não segura o bebê? É exatamente a ideia do
comportamento de Beckett que queremos passar. Castle já tem experiência com a
coisa. Você, ou melhor sua personagem se sente insegura e o fato do bebê não
ser de vocês a faz querer distância para não se apegar. Pretendo levantar
justamente se como um casal, eles já estão prontos para ter filhos e como
lidariam com a situação no futuro.
- Então basicamente só o Nathan
vai se dar bem carregando Aiden para cima e para baixo? – ela fez um bico
típico de menina mimada que ficou sem o brinquedo.
- Está com ciúmes, Stana?
Prometo que deixo você ficar com ele nos intervalos – ela por birra mostrou a
lingua para ele.
- Ok,ok Stana esse é o papel de
Beckett, claro que você pode ficar com o bebê se quer tanto durante os
intervalos. Depois vocês se acertam. Quero saber se está claro o que precisamos
fazer, como será a atuação de vocês?
- Sim, tudo certo Terri –
respondeu Nathan – apenas tenho que ter cuidado com Stana porque olha! Estou
com medo.
- Hahaha...muito engraçado
Nathan – ela fez careta para ele – vou trabalhar o texto Terri mas por enquanto
tudo bem. Assim que terminar de ler tudo posso dizer se tenho alguma dúvida.
Você vai fazer alguma reunião específica desse episódio com todo o elenco?
- Não, a parte mais importante
era com vocês. Irei apenas trocar uma ideia com Seamus. Aguardo seus
comentários, Stana.
- Vou pegar um café, aceita
Terri? Stana?
- Eu aceito. Vou ficar por aqui
lendo esse script mesmo – disse Stana.
- Já volto – e Nathan saiu da
sala. Enquanto servia o café para eles, Nathan ainda pensava no jeito que Stana
agira com aquele bebê no colo. Ao mesmo tempo que a imagem o encantava, também
causava receio. Será que seu desejo de ter um bebê iria se realizar com ela?
Estariam maduros o suficiente para tentar algo assim? Afinal como poderia saber
se nem pública a relação deles era ainda? Diante dos fatos disponiveis, ele
preferiu não começar a divagar nessa área pelo menos por algum tempo. Retornou
à sala com os dois cafés em mãos exatamente no momento que ouvira Stana
reclamar.
- Não! Você está de brincadeira
comigo e com Beckett. Por que você fez isso Terri? Ultimamente isso está se
tornando tão comum que irrita. Como você explica um casal que está noivo e
nunca se beija? Sim porque para quem assiste já passamos vários episódios sem
beijo. Acredito que o último foi o quarto. Nem quando Castle levou o tiro Kate
o beijou. Isso é muito estranho para um casal. E agora sendo um episódio de fim
de ano, thanksgiving seria natural ter um momento de casal, algo íntimo entre
eles.
- O que está acontecendo? –
perguntou Nathan.
- A sua companheira de elenco
está tendo um ataque shipper como alguns membros do nosso fandom de Castle.
- Não se trata de ataque, é
apenas uma situação lógica que simplesmente não consigo entender a falta dela.
Estamos noivos e sequer trocamos carícias. Beijo nem pensar e toda vez que
insinuam fazer isso, alguém atrapalha. Qual o problema? Por acaso vocês tem
alguma dúvida do que o casal precisa? Parece até que eu tenho problemas em
beijar o Nathan, só pra constar, eu não tenho. E acredito que ele também não
faça qualquer objeção em me beijar, certo Nathan? – ela olhou decidida para
ele.
- Não, que isso. Mas o que
vocês estão discutindo?
- Não estamos discutindo, quero
expressar a minha frustração. Cara! É o Seamus de novo! Eu estou me antecipando
a algo que certamente será o comentário dos fãs também. Parecemos dois
estranhos. Mas tudo bem, já chega. Prometo que não irei comentar mais nada.
- Tudo bem, Stana sua
observação está devidamente registrada.
- Vou nessa. Bom final de
semana para vocês. E Terri não fique com raiva de mim por isso. Só estou
querendo ajudar.
- Eu? Com raiva de você? Ah,
querida nem em um milhão de anos. Fique tranquila.
Quando ela saiu, Terri fitou
Nathan. Ele parecia ainda perdido no ponto da discussão que se passara
anteriormente. Ela resolveu apimentar as coisas para o lado dele até para
procurar uma reação dele.
- Você não achou Stana muito
enfática nessa questão do beijo? Essas últimas semanas desde que anunciamos na
verdade o episódio com o bebê, ela me pareceu muito ansiosa, excitada até mas
também com uma carga emotiva muito grande. Será que ela está com algum
problema? TPM? Se bem que... sei lá pode ter sido apenas impressão o jeito que
ela tratou aquele bebê foi tão dócil, tão protetor como se ele fosse realmente
dela. Deve ser coisa da minha cabeça mesmo ou você também percebeu isso tudo
que estou falando?
- Ah Terri eu – então ele
entendeu o que ela parecia insinuar e por um instante teve dúvida – eu não
entendo essas coisas de mulher, melhor você conversar diretamente com ela ou
trocar uma ideia com a Dara. Não é meu departamento – ele levou a caneca aos
lábios e sorveu o café.
- Ah Nathan vai dizer que você
nunca passou por uma situação de uma possivel gravidez com uma das suas
namoradas – nessa hora ele cuspiu o café quase se engasgando sujando parte dos
papéis que estavam na mesa, coincidentemente seu próprio script.
- Grávida? Quem falou isso? –
os olhos arregalados – você...Stana...grávida? E-ela te disse algo?
- Não Nathan, foi apenas uma
suposição. Por que ficou tão nervoso? Também desconfiava? – Terri alfinetou –
ou você acha que pode existir essa possibilidade?
- Não! Não pode! – ele se tocou
– quer dizer, não sei... deve ser apenas tensão mesmo ou aquela época do ano
pra vocês mulheres.
- Deve ser isso mesmo. Esquece
o que disse. Bom fim de semana, Nathan. Te vejo na segunda – mas esquecer era a
última coisa que Terri sabia que iria acontecer. Fizera de propósito não porque
desconfiasse de algo e sim porque queria forçar uma situação entre eles, estava
mais do que na cara que esses dois necessitavam de um bebê na vida deles e seu
episódio cairia como uma luva para abrir a discussão desse tópico entre eles.
Nathan estava zonzo diante do
que Terri falara. Stana contaria para ele se tivesse suspeitando de algo não?
Quer dizer, ele se lembrava que usara proteção algumas vezes mas nas outras ela
tomara o anticoncepcional então... – passou a mão nos cabelos – aquilo ia
acabar com o seu final de semana mas como poderia argumentar esse assunto com
ela? Não sem criar um clima estranho entre os dois.
Ele voltou pensativo para casa.
O script todo salpicado de café sobre o banco do passageiro. Agora que
percebera não ter combinado nada para fazer com Stana. Nem sabia se teria
cabeça depois do que Terri lhe dissera mas também se ela fosse cercar Stana com
o mesmo tipo de pergunta então nada mais justo que avisa-la. Queria poder sair
com ela para um restaurante, um lugar diferente. Mas como sem levantar
suspeitas ou chamar a atenção de pessoas e papparazzi? Seguiu dirigindo até sua
casa quando lembrou de alguém que poderia ajudar. Pegou o celular e discou um
número. Ao quarto toque alguém atendeu.
- Quem é vivo sempre aparece
não? Sumiu por conta do trabalho ou a Stana te afastou dos amigos?
- Hey, Trucco! Não fale assim,
as gravações do trabalho estão intensas. Sabe como é o fim do ano se
aproximando e nós queremos um descanso logo.
- Sei como é isso. Mas você e
Stana ainda continuam juntos certo?
- Sim, na verdade foi por isso
que te liguei. Esse nosso relacionamento escondido tem suas vantagens mas as
vezes nem tanto. Por exemplo, eu estava querendo leva-la a um restaurante legal
para jantarmos e curtir um momento a dois mas como faço isso sem levantar
suspeitas ou mesmo colocar tudo a perder?
- Entendo, realmente não é uma
situação fácil.
- Então lembrei de algo que
você me disse a um tempo, sobre o seu primo que tinha um restaurante na área de
Santa Barbara. Uma cantina italiana se me recordo bem. Ainda existe o lugar?
- Sim, existe e a cozinha é
excelente. Vocês vão gostar de lá. Querem que eu faça reserva?
- Esse é o problema, mesmo em
Santa Barbara estamos expostos. O que eu gostaria era de reservar o lugar
apenas para nós a fim de evitar correr riscos. Você acha que consegue?
- Posso tentar algo com ele.
Para quando?
- Amanhã.
- Hum... alguma ocasião
especial?
- Não, eu queria apenas ter um
momento mais íntimo com ela, conversar sobre algumas coisas que merecem um foco
especial, por isso um lugar reservado é importante.
- Por acaso você está pensando
em oficializar tudo e pedi-la em casamento? Estou entendendo direito?
- Não Michael, não é nada
disso. Não apresse as coisas.
- Tudo bem, se é assim talvez
possa fazer algo diferente. Que tal eu convencer meu primo caso o restaurante
não esteja disponivel amanhã de servir o jantar na minha casa de praia em Santa
Monica? Lá é distante da muvuca e serviria ao propósito que você precisa.
- É uma opção, como um plano B.
Mas se você oferecer a casa para ficarmos depois de ir ao restaurante, eu te
agradeço.
- Tudo bem, já te entendi. Vou
falar com ele e te retorno em alguns minutos.
Nathan largou o telefone sobre
a cama e foi tomar um banho. Ao terminar, viu que haviam duas chamadas perdidas
em seu celular, uma de Mike e outra de Stana. Retornou primeiro para Michael
pois se já tivesse uma boa notícia poderia comunica-la à namorada. O amigo logo
atendeu e acabou confirmando o que Nathan queria. Ele tinha o restaurante para
si no sábado a partir de sete e meia da noite além da casa de Trucco. Feliz,
ele agradeceu o amigo e discou o numero dela.
- Hey...
- Você está em casa? –
perguntou ela.
- Estou. Tenho um convite para
você, Stana. Quero te levar para jantar amanhã em Santa Barbara.
- Nate, não podemos ficar
desfilando em público juntos.
- Não, claro. Estou te convidando
para um jantar a dois exclusivo. Somente eu e você. Depois, seguimos para Santa
Monica e pernoitamos por lá. Penso que precisamos de um momento longe de L.A.
para conversar, curtir um pouco de vida normal. Aceita?
- Aceito mas como fugiremos dos
fãs e fofoqueiros de plantão? Não é arriscar demais? Como passaremos
desapercebidos?
- Não se preocupe. O lugar será
nosso. Pedi um favor a um amigo e antes que você me pergunte se contei sobre
nós, ele já sabe. Foi Trucco. A casa em Santa Monica é dele. sendo assim, passo
para te pegar às quatro. Pegamos a estrada e podemos curtir um pouco nosso fim
de semana.
- Por que você teve essa ideia?
– ela estava um pouco receosa e desconfiada – assim, do nada?
- Por que não? Merecemos. Você
está melhor?
- Como assim?
- Depois daquela discussão com
Terri. Gostou de ter estravasado?
- Não se trata disso, é uma
questão de expor meu ponto de vista. E o da personagem. Espera, é por isso que
você está me convidando pra sair? Por que acha que estou estressada? Isso tem a
ver com algo que a Terri disse? – ela era esperta.
- Não amor, esquece isso.
Agora, aproveite a noite para descansar porque amanhã será a última coisa que
você fará.
- Tudo bem – ela respondeu
rindo – veremos. Boa noite, Nate.
- Sonhe comigo, Staninha.
No sábado eles pegaram a
estrada por volta das quatro e entre conversas e carícias foram tranquilamente
para Santa Barbara. Não tinha pressa para chegar e curtiam cada momento na
rodovia numero um dos Estados Unidos. No caminho ao perceber que a estrada
estava deserta, Nathan decidiu parar um pouco no acostamento para saltarem e
admirarem o mar. O vento embalado com o cheiro da maresia, esvoaçava os cabelos
de Stana. Ela tinha os olhos fechados e respirava devagar deixando o iodo
inundar seus pulmões. Nathan acariciou as costas dela e beijou-lhe o ombro para
então abraça-la por trás. Sorriu e virou-se para beija-lo. Perderam-se por uns
instantes em carícias. Satisfeitos com o momento de pausa, retomaram a estrada.
Quando chegaram à cidade, era por volta das sete horas. Ele procurou o endereço
do restaurante. Conforme esperava, as portas estavam fechadas. Discou um
número. Prontamente foi atendido. Em poucos minutos, a porta se abriu e um
rapaz muito bonito apareceu. Era bronzeado e tinha os olhos claros, a
fisionomia lembrava a de Michael.
- Olá, sejam bem-vindos a minha
trattoria, Mike me pediu para recebe-los com o melhor do meu restaurante.
Venham, entrem. Eu me chamo Max. Arrumei uma mesa especialmente para vocês –
ele puxou a cadeira para ela sentar – hoje eu mesmo cozinharei para vocês. Aqui
estão os menus e a carta de vinho para o senhor.
- Por favor, sem formalidades.
Aqui somos todos amigos. Querida, você quer vinho tinto ou branco?
- Tinto.
- Certo. Que tal esse francês
aqui – e apontou para o nome no cardapio, escolhera um shiraz.
- Excelente escolha. Posso
sugerir uma entrada para acompanhar? Pera ao gorgonzola, parece bom?
- Sim, já fiquei com vontade –
disse Stana.
- Vou providenciar.
Ele retornou logo com o vinho e
quinze minutos depois com a entrada. Após escolherem seus pratos, tiveram um
tempo para apreciar o local que era bastante rústico e o toque italiano estava
presente em todos os cantos. Nathan fez questão de sentar ao lado dela para
poder abraça-la e beija-la.
- É bom ficar assim, sozinhos.
Você tinha razão, foi uma boa escolha.
- Precisamos fazer coisas
normais, como um casal comum. Ainda não é o ideal porém já serve por hora. Faz
tempo que não conversamos sobre nós, outras coisas. O recesso do fim de ano está
chegando e nem falamos como iremos fazer. Tem alguma ideia ou convite para o
thanksgiving, quer dizer, sei que temos as nossas familias mas quero passar
alguma das festas de fim de ano com você, Stana.
- Eu também. Acho que o natal é
mais complicado e o ano novo só se nos escondermos em algum lugar. Por que não
o thanksgiving? Afinal como canadenses já passamos o nosso dia com a família.
Podemos fazer algo juntos no fim de novembro. Você já tem programação? Vai
viajar?
- O Hawaii parece uma boa escolha?
- Hawaíi?
- Sim, é um lugar meio deserto
e esquecido essa época do ano e ninguém vai desconfiar se eu disser que vou pra
lá e você passar com sua familia.
- Pode ser... você verifica
onde ficar e o que poderiamos fazer?
- Deixa comigo. Natal e ano
novo deixamos para a familia e amigos – nesse instante chegou o jantar deles, o
cheiro estava magnifico que fez Stana salivar – nossa! Parece que está tudo
delicioso. Não vejo a hora de provar.
- Espero que gostem realmente,
aqui trouxe pão italiano e queijo parmesão fresquinho basta passar nesse
ralador largo e manjaré!
- Grazie – ela respondeu
enquanto Nathan pediu mais uma garrafa de vinho. Após a refeição que estava
divina, Max disse que ia buscar a sobremesa, voltou com um tiramisu de comer
rezando. Stana fechava os olhinhos saboreando o doce – isso está muito bom!
Parece ser dos deuses! – ela já lambia os beiços e como terminara o seu meteu a
colher no de Nathan, roubando mais um pouco.
- Hey! Você já comeu o seu!
- Poxa amor, só um pouquinho –
e roubou mais uma colher.
- Se quiserem posso fazer mais
– disse Max.
- Não, estamos satisfeitos –
disse Stana sorrindo – mas não me importaria de levar para mais tarde. Nathan
olhou para ela surpreso e chamando-a atenção com os olhos.
- Sem problema! E sumiu lá para
a cozinha. Quinze minutos depois voltou com um pote que lembrava o de sorvete e
entregou a ela. Nathan pediu dois expressos e após terminarem o café, ele pagou
a conta e agradeceram várias vezes Max pela noite encantadora. Antes mesmo de
entrar no carro, Stana não resistiu e se jogou para cima dele envolveu-o em um
beijo intenso e cheio de desejo. Quando se separaram, ele buscou por ar.
- Adorei o jantar. Vamos para
Santa Monica? – sem responder, eles entraram no carro e seguiram para a casa de
praia. O lugar era bem calmo. A casa modesta mas super aconchegante e o mar
vasto em pleno quintal. Eles entraram e sentaram no sofá, a temperatura estava
fria e Nathan se encarregou de acender uma pequena lareira. Ela já estava
descalça e com os pés no sofá. Ele ergueu as belas pernas e sentou-se
colocando-as sobre ele. Com as mãos acariciava a pele dela mas Stana parecia
não estar gostando da distância. Puxou as pernas e se aconchegou nos braços
dele. Nathan achou que era uma boa hora para sonda-la sobre as ideias de Terri.
- Amor, hoje no escritório de
Terri, você estava apenas expressando a frustração ou tem algo acontecendo com
você? Quer dizer te achei um pouco nervosa. Está mesmo bem?
- Sim, Nathan. Porque você está
insistindo tanto nesse assunto? Estou começando a achar que o incomodado é
você. Desembucha. O que realmente você quer saber ou o que a Terri falou para
você depois que eu sai?
- Não consigo disfarçar
mesmo... ou você lê mentes!
- Você é bem óbvio então
expulsa o Castle do seu corpo porque isso só mostra como eu te conheço bem.
Para de enrolar.
- Quando você saiu, Terri
insinuou que você estava apresentando mudanças de humor, como se estivesse de
TPM ou com hormônios em uma montanha-russa. Em outras palavras, ela insinuou
que você pudesse estar grávida. Quase morro de susto!
Ela se levantou do sofá
surpresa. O semblante demonstrava que ela não esperava por aquele comentário. Balançou
a cabeça e cruzou os braços - Como é que é? – ela perguntou tentando absorver o
que ele dissera.
- Ela insinuou que você, sabe
que estivesse...g-grávida. Isso é...não é possível certo? Você não pode
estar... sempre usa proteção e... somos cuidadosos.
- Nathan Fillion, é assim que
você reagiria se dissesse que estava grávida? É assim que você receberia a
notícia? Pelo menos não foi isso que você me disse daquela outra vez quando
esse assunto surgiu. Você mudou de ideia?
O tom dela era de quem estava
pronta para discussão, chama-lo pelo nome e sobrenome era raro, ele tratou de
responde-la.
- Não, Stana.Um bebê em nossas
vidas certamente mudaria tudo. Teríamos que nos adaptar no trabalho, nas nossas
atividades, a própria série e as pessoas ao nosso redor passariam por essa
adaptação mas ter um filho é como – ele parou um instante suspirando e puxando
o braço dela desfazendo a postura fechada e irritada que ela ainda mantinha –
como um sonho realizado, um dos que ainda tenho. E ter um bebê com você, ah
Staninha como eu não ficaria feliz? Como eu poderia não querer? Mesmo que por
acidente. Eu somente acredito que ainda não é o momento, nós estamos curtindo o
nosso relacionamento, o show está de vento em popa e nós ainda temos tanto para
viver juntos. No final das contas, nós continuamos sendo um segredo – ele
terminou de falar e a puxou para coloca-la sentada em seu colo. Stana tinha um
semblante mais calmo nesse instante. Repousou uma das mãos por trás do pescoço
dele onde acariciava a nuca com a ponta dos dedos.
- Então, podemos ter um bebê.
Um dia. Eu não estou grávida, Nate. Também acredito que não estamos prontos
realmente. Mas a ideia de Terri me parece tão boa. Por que será que ela
percebeu algo assim? – e então a ficha dela caiu – mas que filha da mãe! É isso
Nate! Ela não dá ponto sem nó. Ela fez esses comentários de propósito e a
julgar pela sua reação parece que conseguiu o que queria.
- Você acha que foi de
propósito? Mas por que? O que ela ganharia com isso?
- Você não vê? Jogou
aproveitando-se da nossa interação com o bebê, depois da minha demonstração
negativa com a falta de beijo ela soube que tinha a situação perfeita nas mãos
para te provocar. E você cedeu além de ter mexido com você através do susto
ainda o fez puxar o assunto comigo. O que ela ganha é o que já sabemos, ela
quer que cometamos algum deslize para revelar nosso relacionamento. Por mais
que ela saiba, quer de alguma forma tornar isso publico, pelo menos dentro do
nosso ambiente de trabalho. Ela e Dara estão pressionando demais ultimamente.
Às vezes tenho a impressão de que elas querem preparar o casamento de Nathan e
Stana ao invés de Castle e Beckett – o pensamento saira em voz alta, o que não
era a intenção de Stana naquele momento.
- Se você estiver certa que
imagino estar, então a pressão tende a ser maior nos próximos dias com o
episódio do bebê.
- Sim, e como já plantou a
semente com você aposto que vai me procurar para dizer coisas parecidas – ela
deslizou a mão pelo peito dele e beijou-o suavemente nos lábios, fitando-o
perguntou – o que exatamente você fez quando ela sugeriu a gravidez?
- Eu estava tomando café quando
ela falou em gravidez, cuspi café quase me engasgando, dá pra imaginar a
situação e o estado do meu roteiro do episódio – ela começou a rir – e para de
rir!
- Babe, é engraçado. Queria ser
uma mosquinha para ver essa cena. Só que agora, eu tenho outras coisas em
mente. Afinal para que mesmo viemos aqui? – e sentindo a resposta do corpo de
Nathan sob o seu, viu-se deitando no sofá empurrada gentilmente por ele dois
segundos antes de ter todo o peso do corpo dele sobre o seu.
Raleigh Studios – segunda de
manhã
Stana chegou cedo, na verdade,
os dois chegaram quase juntos. Tomaram o primeiro café e já seguiram para
ensaiar suas cenas no cenário do distrito e da igreja. Essas deveriam ser as
primeiras cenas que filmariam com o bebê. Stana riu ao ver pela primeira vez o
estrago no roteiro dele. Avaliando suas falas, Nathan percebeu o que Terri
dissera antes para eles, Castle seria o cara mais motivado e porque não dizer
apaixonado pela presença do bebê nesse caso.
Eles estavam trocando ideias
sobre as cenas, verificando o texto quando Terri e Dara apareceram no set
acompanhadas pela mãe e o pequeno Aiden. No instante que viram o bebê, ambos
quase correram na direção dele se batendo. Esses dias seriam definitivamente
uma competição para esses dois. Nathan levou a melhor pegando Aiden dos braços
da mãe. Stana torceu a boca e fuzilou-o com os olhos de uma forma tão genuína
que sua reação foi uma só.
- Stana! Desse jeito vai
assustar o bebê. Melhora essa cara ou não deixo você segura-lo.
Terri caiu na gargalhada. Dara arregalou os olhos diante da cena.
- Pelo amor de Deus! Vocês não
vão brigar por causa do bebê! – Stana olhou para Terri e abriu o sorriso
pensando na mãe do bebê, aproximou-se de Nathan e discretamente deu um beliscão
nele.
- Claro que não! Você não
conhece o Nathan? Ele adora implicar comigo. Não é mesmo, Nathan? Ele inclusive
me disse que ia fazer cena só pra vocês pensarem isso – e com essa cartada, ela
tirou o bebê do colo dele – hey, baby! Hey, Aiden... sentiu minha falta
docinho. Eu senti a sua. Sim, Staninha sentiu falta do bebê – ela segurava-o
sobre a cabeça rindo e falando com ele, Aiden soltou uma gargalhada. Ela o
aproximou do rosto e beijou a barriguinha dele com carinho repetindo o gesto
umas três vezes. Nathan a olhava com cara de bobo. E isso não passou
desapercebido aos olhos de Terri e Dara, claro porém preferiram não comentar
nada por enquanto.
- Que tal começarmos a gravar
um pouco? Vocês ainda tem que trabalhar ou esqueceram disso? – ela se aproximou
de Stana e pediu o pequeno Aiden, ela contrariada o entregou – vocês dois podem
ir para maquiagem e cabelo enquanto acerto os detalhes com o diretor.
Depois de meia hora eles
retornaram para o set e gravaram a primeira cena com Aiden no distrito. Tudo
correu muito bem e a única coisa que ainda incomodava Stana era o fato dela não
poder carregar a criança. Fizeram alguns takes adicionais para aproveitar a boa
vontade e a simpatia que o bebê estava sendo com eles. A mãe estava muito
satisfeita por participar dessa atmosfera tão alegre e divertida. Todos
pareciam amigos e as brincadeiras eram genuínas. Ficou impressionada com todo o
zelo das pessoas com o seu filho, o tratavam com tanto carinho que pareciam ser
parentes dele. Se alguém dissesse a ela que um ambiente de gravações era tão
amável e adorável, com certeza não acreditaria que fosse possível. Ali, ela
descobrira uma outra atmosfera o que a deixara muito feliz, eles pareciam uma
família. O pequeno Aiden também devia sentir o mesmo porque apesar de ter
combinado passar apenas duas horas por dia no set, já estavam em seu primeiro
dia a mais de três. Bebês são sensitivos e percebem quando um ambiente é
harmonioso. Este certamente era. Infelizmente precisava ir para casa e se
despedir foi um processo um pouco difícil para todos. Já de antemão, ela
acertou com Terri que ia ficar no set pelo menos três horas por dia, talvez mais
se Aiden estivesse bem.
As gravações seguiram-se no set
sem a presença de Aiden mas era como se ele permanecesse lá. Depois de um
episódio tenso como o anterior do 3XK, um momento de descontração no trabalho
era sempre bem-vindo, algo que não exigisse tanto do emocional deles, apesar de
como já percebera Terri, pelo menos com Stana as emoções estariam em evidência.
No dia seguinte, nova festa com a chegada de Aiden. Entre uma cena e outra,
Stana e Nathan se revezavam com o pequeno no colo. Eles queriam mostrar
brinquedos, beija-lo e abraçar a criança sempre que possível. Em um dos
momentos, o bebê começou a reclamar no colo dela e a mãe sábia disse que ele
estava com fome. Entregou a mamadeira a Stana depois de vê-la implorar por
alimenta-lo.
Stana sentou-se na cadeira de
diretor ocupada por Bowman, aconchegou o bebê no colo e ofereceu a mamadeira.
Naquele instante, era somente ela e Aiden. Ela conversava com ele enquanto o
via sugar o bico com vontade. O bebê prestava atenção ao sorriso e aos sons que
ela fazia sem deixar de tomar o leite tão gostoso que lhe era oferecido. De uma
certa distância, Nathan observava o jeito dela com a criança sem conseguir
esconder um sorriso. Não reparara ao seu lado que Dara também fazia o mesmo e
apenas notara sua presença quando ela puxou conversa com ele.
- Ela tem o maior jeito não?
Será uma mãe maravilhosa. Você tem sorte.
- Eu? – ele perguntou para
despistar.
- Oh, desculpe. O Castle. Ela
vai passar o que sente para as telas como Beckett.
- Disso tenho certeza, ela é
ótima atriz especialmente quando tem que demonstrar seus sentimentos. Sem
esquecer do lado shipper que sempre fala mais alto.
O diretor chamava-o para uma
nova cena e Nathan respirou aliviado por se livrar das conversas de sondagem de
Dara. Agora filmariam sem o bebê. E mais tarde, usando boneco. No dia seguinte,
filmariam a cena Caskett mais esperada desse episódio. Eles esperavam passar a
manhã filmando com Aiden e de quebra cuidando dele. Dessa vez, Nathan foi mais
esperto e roubou o bebê da mãe assim que teve a chance. Como a maioria da cena
era com Aiden em seu colo justamente por mostrar o medo de Beckett com bebês,
se aproveitou disso para mima-lo um pouquinho. Ele parecia adorar as caretas de
Nathan soltando gaitadas e brincando com as mãozinhas no rosto dele. Por um
momento, a mãe tirou-o dos braços dele para trocar a frauda mas assim que ficou
novamente ao lado do ator, Aiden se jogou para o colo do mesmo.
O momento era só alegria.
Quando Stana e ele se posicionaram para gravar a cena, havia uma outra
atmosfera no ar. Algo diferente. Mesmo quando o bebê deixava o local, o
ambiente permanecia sob o efeito da presença dele. Realmente o episódio trouxe
um clima leve para eles, mesmo sendo outubro e época de Halloween, eles
pareciam estar vivendo o thanksgiving.
Estavam no quinto dia de
gravações quando finalmente iriam fazer a cena Caskett com o bebê. Stana mesmo
não passando muito tempo com Aiden em seus braços nessa cena, estava empolgada.
Afinal era um momento apenas dela, Nathan e o bebê. Estavam discutindo com o
diretor como se posicionariam e como reagiriam durante a gravação da cena. A
mãe cuidava do pequeno ator que logo estaria em cena. Depois de darem suas
opiniões e chegarem a um consenso, satisfeitos repassaram o texto e estavam
prontos para o teste final que seria feito com um boneco. Porém, Nathan não
resistiu e tornou a pegar o pequeno nos braços por uns instantes. E foi
exatamente isso que durou um dos momentos que se tornariam o ápice da cena.
Empolgado com o bebê, Nathan o
segurou brincando com ele sobre os ombros. Suspendia como se colocasse o bebê
para voar e sacudia-o. Stana, na frente dele, olhava a brincadeira com um
sorriso no rosto. A camera principal já fora setada e estava gravando mesmo
eles ainda nem tendo começado a cena. Ele falava com o bebê suspenso acima da
sua cabeça. A mãe quando percebeu tratou de alertar o ator quanto a
possibilidade iminente.
- Sr. Fillion, cuidado o Aiden
acabou de – nem bem terminou a frase, o bebê golfou diretamente na camisa de
Nathan. O pessoal do set não aguentou e explodiu em risada mas a cara da Stana
à principio foi na verdade uma careta para somente depois de ver o estrago na
camisa dele começar a rir. Ele mesmo não se aguentou e riu com os demais.
Devolvendo o bebê para Stana, ele foi até o camarim se trocar. Quando voltou
foi comunicado que a situação fora gravada e que usariam a mesma para compor a
cena real já que no script algo assim estava previsto, afinal o que era melhor
que golfada real de um bebê e tão espontânea? Passado o pequeno deslize que
acabou por beneficiar o episódio, Nathan estava pronto para gravar. Stana
entregou Aiden com “tanta” vontade que ele quase teve pena de tira-lo de seu
colo. Em seus lugares, os dois iniciaram a gravação após a contagem do diretor.
E a magia aconteceu. Para os
técnicos e cameras da cena, eles estavam atuando. Para Terri, Dara e o próprio
Bowman, Nathan e Stana estavam se divertindo. Mais especificamente para Terri,
eles estavam sendo eles mesmos. Ali ao olhar para os dois, ela conseguia ver
uma família no futuro. Aliás, qualquer pessoa que não os conhece e visse aquilo
também teria a mesma imagem que Terri vira. Nathan errara um dos movimentos e
tiveram que cortar a cena ao meio, logo retomaram e o que se via era uma
interação de casal recém-pais.
Contudo, aqueles dois foram
além. Aquilo que Stana tinha medo de que acontecesse, realmente aconteceu. Mas
não propositalmente, fora algo natural. Primeiro sua interatividade com Nathan
e o fato de que não podia carregar o bebê. Enquanto Aiden estava seguro nas
mãos de Nathan, Stana encarava uma Beckett brincalhona, maravilhada por aquela
criança no colo do seu parceiro. A atuação deu lugar ao seu desejo de
manifestar uma ligação com a importância de ter um bebê em sua vida, talvez na
deles. A troca da fralda foi outro momento hilário, como uma missão impossível
e eles foram exemplares estando em perfeita sincronia. No momento em que a
personagem de Stana é obrigada a segurar o bebê e logo em seguida Nathan
vira-se para encara-la, algo o fez suspirar.
A imagem de Stana segurando a
criança e sorrindo para ele, com os dedos enroscados na mãozinha de Aiden foi
de tirar o fôlego e fez seu coração amolescer. Ele notara que ela estava
emocionada, seus olhos demonstravam a felicidade que sentia apenas ao olhar
para ela. Instintivamente, ele se aproximou fixou seu olhar com o dela e
acariciou a mesma mão do bebê que ela segurava, acariciando na verdade os dedos
dela. por um momento, foram os dedos de Nathan que brincavam com a mão de Stana
sob o pretexto de tocar o bebê. Ele começou a conversar com Aiden esquecendo
completamente da sequencia da cena.
- Hey, Aiden... você está
gostando do colo da Stana? Tá? É bom não, eu também gosto...gosto sim... – ele
sorria e fazia uma vozinha engraçada, quase infantil – pode ser mamãe, pode? –
o bebê balbuciava algo inteligível mas que gerava um sorriso iluminando o
rosto, ele beijou o pezinho do bebê que se jogou para Nathan – ah vem cá
garotão.
- Você é fogo, já está tirando
ele de mim... – disse Stana quase chorosa. Rob que gravava tudo resolveu
interromper para lembra-los que tinham uma cena para terminar. Os dois ficaram
sem graça e voltaram a se concentrar para as filmagens. Meia hora depois,
terminaram. Stana queria muito segurar Aiden novamente mas Nathan parecia
querer monopolizar a criança. Ela já pedira duas vezes para segura-lo e ele a
ignorava. Chateada, ela reclamou dele.
- Poxa, Nathan o que custa você
me deixar ficar com o Aiden um instante? Já pedi com jeito. Deixa de ser
egoísta!
- Egoista? Você fica
monopolizando a criança somente para si, já até deu de mamar pra ele e eu que
sou o egoísta? Ah, por favor! – ele saiu caminhando e Stana foi atrás já
emburrada. Quando ele parou e ela fez menção de tomar o bebê dos seus braços,
ele desviou deixando-a no vácuo. Terri cutucou Dara para que prestasse atenção
no jeito dos dois. Pareciam duas crianças birrentas competindo entre si.
- Ah, Nathan! Você é
implicante!
- Não sou não!
- Hey, hey! – gritou Terri – dá
pras crianças malcriadas pararem de briga e cuidar de uma vez do bebê? Nathan,
entregue o Aiden logo para a Stana antes que essa mulher exploda de raiva e
excesso de hormônios! E não adianta reclamar ou vou entrega-lo para a mãe.
Vocês não tem vergonha, isso não é um boneco, um brinquedo pra passar de mão em
mão. Vá trocar de camisa para a próxima cena enquanto Stana se acalma.
Nathan olhou para Terri e
depois para Stana ainda emburrado mas acabou caindo na risada junto com ela. Eles
estavam ridículos. Entregou o bebê a ela sorrindo.
- Tudo bem, desculpa. Acho que
nos excedemos.
- Que bom que reconhece, Nathan
– Terri falou.
Após uns quinze minutos, ele
voltou já com nova camisa e refeito cabelo e maquiagem. Enquanto Nathan roubara
mais uma vez o bebê de Stana, dessa vez sem objeção, ela aproveitou para tomar
um café. Com a caneca na mão, ela o admirava. Terri se colocou ao lado dela
para tecer alguns comentários.
- Nathan leva o maior jeito com
crianças não? Olha como o enche de carinho, o cuidado como protege e a alegria
em conversar com ele. isso são pontos importantes para saber se o homem está
pronto para assumir a paternidade. Ele será um excelente pai, carinho e
atencioso. Daqueles que lambem a cria – Terri observava a reação da Stana aos
seus comentários, o sorriso não saia dos lábios e o olhar tinha um brilho
incomum – na verdade, isso pode ser um problema se a mãe também é uma leoa.
Superproteção somente nos primeiros anos depois a criança merece descobrir o
mundo diariamente não acha?
- Concordo. Quero meu filho
correndo e descobrindo as pequenas coisas da vida.
- Esse bebê mexeu com você e
seus instintos não? Vejo a forma como olha para ele – e por ele ela se referia
a Nathan -Tenho certeza que vocês estão prontos – um sinal de alerta se acendeu
na mente dela e o corpo retensou como Terri pode perceber – aliás, acredito que
pelos últimos acontecimentos você até já pode estar grávida – Stana arregalou
os olhos para Terri.
- O que? – droga! Dera
bandeira, precisava consertar – Terri de onde tirou essa ideia? Grávida? Há!
Há!
- Suas mudanças de humor,
irritações e momentos de alegria, o dia que correu para o banheiro e você está
diferente, sei lá!
- Não! Estou bem e sem qualquer
chance de estar grávida. E nem quero!
- Ah, você vai enganar outro
com essa. Você está louca para ser mãe, está no seu olhar, no seu corpo. O
jeito como você segurou esse bebê.... e ele também. Acredite. O relógio
biológico não mente Stana. O seu começa a dar sinais. E Terri finalmente se
afastou e deixou Stana admirando o seu namorado secreto, sabia que mexera com
os sentimentos dela.
Quando a mãe de Aiden anunciou
que precisava ir, era quase o fim do mundo. Esse era o último dia de gravação
do pequeno em Castle e certamente iria deixar um vazio na vida daquele set. A
carinha dela era de uma tristeza só. Ela correu em seu camarim e voltou com uma
sacola enorme de presente. Tinha roupinhas e brinquedos. A mãe do bebê achou
lindo o gesto dela. Mas não fora apenas Stana que quisera mimar o pequeno.
Nathan trouxera uma caixa enorme onde tinha uma bola de pelúcia linda toda
colorida e um boneco do filme Universidade Montros do qual participara. Os olhinhos de Aiden brilhavam diante de todo
o colorido. Stana gostou tanto do gesto dele que fez questão de se aproximar e
buscou a mão dele sorrateiramente apertando-a escondido.
- Foi um prazer conhecer vocês,
nem parecem artistas, celebridades. São atenciosos, divertidos, simples,
pessoas normais e adorei o jeito que trataram meu filho. Não vou esquecer.
Ambos serão pais maravilhosos.
- Obrigada – disse Stana.
- Vai Aiden, dá um beijo na tia
Stana – ela aproximou o filho do rosto de Stana que aproveitou para beija-lo e
sentir aquele cheirinho delicioso de bebê mais uma vez – você gostou dela não
filho – ao ver Aiden agarrar a blusa dela e puxar como se quisesse voltar para
o colo dela – se fosse você, encomendava logo um – e piscou sorrindo.
Nathan vendo o jeito do bebê
com Stana puxando sua blusa, ele não podia perder o comentário.
- Aiden, já? Você ainda precisa
de uns bons anos para fazer isso. Mais respeito comigo moleque – ele brincou e
quase passando desapercebido mas se tocou – quer dizer respeite o Castle.
A mãe de Aiden riu e Stana
mordeu os lábios procurando disfarçar. Fez o filho se despedir de Nathan e em
seguida agradeceu a Terri pela oportunidade. Enquanto eles saiam do estúdio, os
dois lado a lado acenavam para o bebê feito bobos e quem os visse acharia
engraçado a cena especialmente por fazerem os mesmos movimentos desde as mãos
até a inclinação da cabeça como a própria Terri notou. Em sincronia.
Ainda gravaram mais três cenas
naquele dia e já pela parte da noite foi que encerravam. Havia um ar de
nostalgia no set visível em Nathan e Stana principalmente. Eles tinham pela
frente mais quatro dias de gravação para finalizar esse episódio. Por incrível
que pareça, o tempo pareceu voar sem a presença do pequeno Aiden para mimar.
Após gravarem a última cena com Stana vestida de Pocahontas, eles foram
dispensados. Antes de trocar de roupa, Nathan aproveitou para dar aquela secada
nela, de alguma forma vê-la vestida assim o deixara excitado. Despediram-se de
todos e ambos a seu modo agradeceram a Terri pelo excelente episódio.
- Foi tão bom que fiquei com
vontade de comemorar o thanksgiving antecipado – disse Nathan.
- Sim, amei cada minuto dele mesmo
você não me dando um beijo entre Castle e Beckett – alfinetou Stana.
- Vocês dois não tem jeito
mesmo. mas escrevi pensando nos dois e nos fãs. Acho que eles vão gostar.
- Gostar? Desde que falaram a
palavra bebê eles estão surtando – Stana lembrou – mas quem não estaria? Isso é
como um sonho se realizando – ela não conseguia esconder o sorriso.
- Agora você pode imaginar como
essa mulher reagirá ao casamento e ao quem sabe se chegaremos lá – ele se
encostou próximo a Terri e sussurrou – bebê...
Terri desatou a rir.
- Vocês dois não existem! Vão
embora daqui e amanhã começamos cedo. Às sete entendido? Tchau bobocas...
Eles rumaram para o
estacionamento. Stana puxou a conversa sobre o bebê Aiden quando já estavam
chegando próximos ao carro dele. Ela se escorou na lataria e começou a falar.
- Vai ser difícil me acostumar
novamente com um ambiente sem o bebê. Me apeguei demais ao Aiden. É tão lindo e
tão calminho. Vou sentir muitas saudades. E você tem razão, fiquei com vontade
de comemorar o nosso thanksgiving mais cedo. Adorei a forma como Terri retratou
o lance de filhos para os dois. Beckett pode até ter receios mas ela é tão
amorosa. Pode me chamar de shipper ou fanática mas adoraria vê-la com o seu
próprio bebê. Será que chegaremos lá?
- Não sei – ele se escorou com
uma das mãos no carro de frente para ela – pelo menos sobre Castle e Beckett
isso depende da Terri e do Marlowe já o casal da vida real, só o tempo dirá –
ela inclinou a cabeça para o lado e fitou-o com uma cara engraçada e no mínimo
surpresa. Ela escutara direito?
- O que exatamente você quer
dizer com isso?
- Que se a nossa relação
perdurar e concluirmos que ambos queremos um filho, por que não? – ele não
esperou para ver a reação dela, tascou um beijo nos lábios e Stana rendeu-se
aos carinhos. Todo aquele papo de bebês a fez amolescer e não conseguiu
controlar seus instintos abraçando-o e fazendo com que Nathan a pressionasse
contra o carro. Esqueceram-se de onde estavam até o momento que ouviram um
certo “hrum,hrum” vindo de algum lugar. Então, movidos pela busca por ar se
separaram e deram de cara com Dara os observando de braços cruzados, uma cara
de quem diz “te peguei!”. Stana prendeu a respiração. O que eles temiam,
aconteceu.
- Dara...eu, nós podemos... –
ela não terminou a frase.
- Eu sabia! Esperava por um
momento, só um deslize mas nunca pensei que fosse no estacionamento onde
qualquer pessoa poderia flagra-los.
- Você deve estar muito
satisfeita não? – disse Nathan sendo um pouco sarcástico – afinal nas últimas
semanas você não fez outra coisa senão instigar a mim e a Stana apenas para que
perdessemos o controle da situação, finalmente conseguiu – ele suspirou
resignado. Dara percebeu que nenhum dos dois parecia feliz por ela ter
descoberto. Precisava amenizar.
- Ah gente! Nada de tristeza ou
raiva. Confesso que já sabia mas eu sou péssima em notar as coisas. Na verdade,
foi Terri que me contou depois que Stana esteve a algumas semanas na sala
reclamando do seu comportamento Nathan. Eu nem percebi foi preciso ela me dizer
com todas as letras. E não pense que fiquei cercando ou dando indiretas porque
queria fofocar ou me meter na vida de vocês, fazia isso porque acho que formam
um casal tão lindo que para mim é difícil não poder dividir a alegria que sinto
por vocês com alguém. Desculpe se pareci intrometida.
- Dara gostaria que entendesse
nossa posição, não se trata de fugir ou ser antisocial. Nós somos pessoas
públicas e estamos sujeitos a muitas perguntas e invasões da mídia porém, ainda
existem algumas precauções que podemos tomar. Olhe – Stana olhou para Nathan e
suspirou antes de continuar – nós sabemos o impacto que poderiamos causar em
nossas vidas e no show se revelássemos esse relacionamento, muitos festejariam
conosco mas seriamos quase que perseguidos! Não teríamos paz porque se hoje as
pessoas já nos veem como Castle e Beckett, você pode ter uma ideia do que essa
revelação faria com os fãs. E a exposição poderia minar qualquer chance que eu
e ele pudéssemos ter de acertar, de futuro. É por isso que te peço, não, eu te
imploro por favor não conte a ninguém, ajude a manter o nosso segredo... – ela
olhava apreensiva para a escritora pois não sabia se havia convencido com suas
palavras.
- Stana, eu mais do que ninguém
torço por vocês. Antes mesmo de trabalhar em Castle já queria vê-los juntos
como não poderia atender a esse pedido? Contem comigo para manter o segredo e
deixe-me acrescentar que estou muito feliz por vocês. De verdade!
Stana respirou aliviada e
Nathan apertou a mão dela como se a confortasse. Ela abriu o sorriso e pode
voltar a mostrar um semblante mais calmo.
- Obrigada.
- Agora saiam logo daqui antes
que outros comecem a suspeitar do que vocês estão fazendo.
Rindo, eles se despediram e
entraram em seus respectivos carros.
No dia seguinte era Halloween e
como já se tornara tradição, Nathan daria uma festa para os amigos. Ele já
havia falado com Stana sobre isso e até a convidaria se soubesse que sua
presença não iria levantar suspeitas. Dessa forma, ela concordou em não mudar
as tradições da data, pediu apenas que não exagerasse. Infelizmente, vindo de
Nathan ela não poderia esperar que ele cumprisse o que prometera. No fim, ele
não se excedeu mas algumas ações dele não a agradaram especialmente quando o
assunto era Ochoa. Ela sabia da amizade dos dois de longo tempo mas sentir
ciúmes era inevitável. Fez o possível para não demonstrar.
Porém, não fora somente Ochoa
que resolvera interceptar o caminho de Stana justamente quando ela e Nathan
estavam tão bem. No set de Castle havia alguém que começava a se aproximar dele
o que ela sabia ser com segundas talvez até terceiras intenções. A atriz que
interpretava a técnica de informática do distrito. Maya parecia ser uma jovem
bacana, sempre bem humorada e simpática com todos. Mas Stana já conhecia exatamente
quando uma mulher demonstrava interesse em Nathan. Elas sempre o pegavam pelo
seu ponto fraco, a tecnologia. Stana observava de longe e em alguns momentos
não conseguia evitar a cara de poucos amigos. Procurou se mostrar superior e assim
seguiu durante as gravações sem revelar nada a ele pelo menos por enquanto.
O mês de novembro passou muito
rápido para eles. Entre as gravações corridas e as mudanças de episódios,
Nathan cuidava de preparar as coisas para o feriado que passaria com ela. Já
comprara as passagens, reservara hotel e principalmente tratou de encomendar a
ceia deles. Não disse nada de detalhes a ela além de que já estava tudo
arrumado. Iam em voos separados para manter o disfarce.
Era tarde da noite e eles
estavam na filmando externas com Juliana. Era o episódio doze. Quando a esposa
de Seamus voltava ao set era sempre uma alegria. Além de divertida, ela era uma
simpatia e como o marido também shipper. A cena em questão era a anterior ao
nascimento do filho de Ryan e Jenny. Ela ensaiava com Stana e Nathan já que o
próprio Seamus não participaria dessa cena. Sentadas no meio fio, as duas agora
tomavam um café para espantar o frio da noite. Nathan estava a alguns metros
delas conversando com uns carinhas da técnica sobre muito provavelmente alguma
invenção tecnologica. Juliana que a alguns dias reparava a interação e os
olhares mesmo que disfarçados dos dois não perdeu a chance de perguntar a Stana
se havia algo acontecendo. Claro que não faria a pergunta típica e direta “vocês
estão juntos?”, preferia ir pelas beiradas.
- É impressão minha ou Nathan
parece estar cada dia mais bonito? Quer dizer, faz um tempinho que não venho ao
set de Castle e me lembro que ele estava até gordinho da última vez e agora,
ele não apenas emagreceu como parece ainda mais charmoso. Tem algo fazendo
muito bem a ele nesses últimos tempos. Na verdade, a atmosfera nesse estúdio
está bem diferente notei isso desde que cheguei. Não sei se tem a ver com o
fato de Castle e Beckett estarem finalmente juntos ou se há algo mais.
Stana permanecia calada para
ver até onde essa conversa iria. De uma forma ou de outra, Juliana tinha alguma
intenção com toda essa conversa. Podia pressentir. E logo em seguida, descobriu
ao ouvir o próximo comentário.
- Stana você também parece
diferente. Não me entenda mal, você sempre foi uma pessoa alegre nesse set mas
acredito que dessa vez parece mais...qual seria a palavra mesmo... – Juliana
olhava para ela buscando uma forma de descreve-la – iluminada, sim é isso. Será
que tem a ver com o momento do show? Beckett está prestes a casar. Ai, estou
tão empolgada com isso! Imagino você que sempre torceu pelo casal. Eu nunca
escondi que era a favor de vocês. Sou shipper sim, Seamus também.
- Ah, em algum momento isso
teria que acontecer. Afinal Castle não é apenas uma série policial no fundo
tudo gira em torno do casal. É uma história de amor e superação. Estou feliz
com tudo. Marlowe vem trabalhando essa temporada muito bem e Terri resolveu
apimentar as coisas no set. Aqui estamos nós filmando um super episódio com o
nascimento de uma criança. Você deveria aparecer em mais episódios sabia?
Mostrar um pouco mais da interação de Jenny com o distrito e a vida doméstica
dos Ryan.
- Se tem alguém capaz de
conseguir isso é você. Afinal, você é a rainha do castelo.
- Nem tanto, Juliana. Não dou
ordens.
- Pode ser mas influencia. E
muito. Sua palavra conta – ela parou um momento, sorriu para Stana e após tomar
mais um gole do café, tornou a olhar na direção de Nathan e o comentário a
seguir não poderia ser ignorado – nossa! Como pode ser tão...tão gostoso? Deus!
Olha esse bumbum! Stana mulher, como você consegue ficar perto desse bumbum sem
ao menos dar uma apertada – ela suspirou e olhou novamente para Stana – eu não
aguentaria, é muita tentação! Que Seamus não me ouça – ela sussurrou baixinho
batendo o ombro no de Stana fazendo-a gargalhar.
Isso certamente chamou a
atenção de Nathan, afinal aquela gargalhada era marca registrada dela. Ao
virar-se percebeu o jeito das duas conversando. Boa coisa não era.
- Hey, o que vocês tanto
cochicham aí?
- Curiosidade matou o gato,
Nathan.... e isso certamente seria um desperdício – ela o olhou de cima a baixo
– com o gato em questão. Ah, se eu fosse solteira...
Nathan se assustou. Olhou
desconfiado para Stana e novamente para Julianna.
- Pra falar a verdade melhor
não saber mas um pouco de respeito seria bom, Juliana. Você é casada!
- Eu sei... – ela puxou nathan
até poder sussurrar perto dele – não deixe meu marido ouvir eu chamar você de gato
ou gostoso. Stana percebeu a cara de pânico dele e voltou a gargalhar.
- Isso não tem graça! Mas as
duas riam enquanto ele se distanciava. Juliana virou-se para Stana e finalmente
decidiu ser direta.
- Stana, na boa? Como você
resiste horas com esse homem no set sem se aproveitar dele? Fala a verdade,
você tira uma casquinha dele nos beijos não? Pelo menos isso você deve fazer. No
de Always sei que vocês aproveitaram. Aliás qualquer pessoa chega nessa
conclusão ao ver aquelas cenas – reparou que Stana tentou mas seu olhar a
denunciou – e nem adianta argumentar, sei o que é um beijo técnico porque beijo
meu marido em cena. E aquilo nem de longe foi técnico, nem o amasso.
Stana não sabia bem o que responder,
Juliana a pegara de surpresa. Ela puxava a conversa de uma maneira tão
envolvente que você apenas se via perdida e ela acabava fazendo-o confessar
todos os seus segredos em minutos. Tudo bem que Stana não fizera isso mas dera
algumas dicas que poderiam levar a esperta Juliana a deduzir mais do que
deveria. A sorte foi ser chamada para gravar novamente o que lhe deu um tempo
para evitar a conversa com ela.
Meia hora depois, ela acabara
de filmar a última cena da noite e ficou surpresa ao ver Marlowe logo atrás do
diretor.
- O chefe nos visitando? Será
uma boa noticia ou fizemos algo errado? – ela brincou.
- Stana você tem sempre que
implicar não? – disse Marlowe – só estava curioso em saber como vocês estão se
virando com a temperatura e uma grávida. Olá, Juliana!
E os próximos minutos tranformaram-se
em brincadeira geral onde todos implicavam com todos e por um bom tempo as
gravações foram suspensas voltando à ação somente após ele deixar o local.
Fizeram mais uma cena e foram despensados. O episódio continuou sendo filmado
em estúdio por mais dois dias e antes de ir embora, Juliana se despediu de
todos já desejando um ótimo dia de ação de graças que estava a duas semanas de
acontecer. Ao abraçar Stana, ela falou baixinho.
- Estou muito feliz por você,
aproveite. Ninguém merece tudo isso mais que você, Stana.
- Do que você está falando? –
ela perguntou. Enigmaticamente, Juliana respondeu.
- Você sabe. E não se preocupe,
de uma mulher para outra? Seu segredo está salvo comigo – piscou e apontou a
cabeça na direção de Nathan fazendo em seguida o gesto de zíper nos lábios.
Stana ficou parada olhando Julianna deixar o set sem saber o que exatamente
pensar.
Nathan veio na direção dela um
tanto assustado e ao ver que Stana não parecia muito diferente dele foi logo
contando o que aconteceu.
- Eu...eu – ele passou a mão no
rosto e tentou se expressar – Juliana, ela sabe! Ela me disse pra cuidar bem de
você. O que disse a ela?
- Nada, eu não disse
absolutamente nada. Ela se despediu e disse que estava feliz e sabia. Acho que ela
percebeu, Nathan. Isso tudo é muito louco.
- Acha que ela vai falar para
Seamus?
- Não, ela prometeu.
- Você acabou de dizer que não
contou nada a ela como pode saber que ela não irá contar ao marido? – ele
sussurrava perto dela.
- Não contei, ela deduziu e
prometeu que manteria o segredo. Eu acredito nela.
- Tudo bem, melhor nos
controlarmos antes que alguém mais perceba – ele já ia se distanciar dela
quando lembrou – ah, tudo certo para aquele dia, Hawaii...
E Stana abriu um sorriso.
Continua..........
2 comentários:
AAAAAAAAAHHHHHHH QUE PERFEITOOOOOO!!!!!
Só acho que tenho de mudar o horario que leio pq de madrugada ñ da pra surtar,eu quase gritei em certos momentos.
Esse Aiden chegou pra causar(no bom sentido),Stanathan ajudando a escolher e brigando pra ver quem ficaria com ele foi Mais que Demais,tia Ter adora cutucar o casal,e Stana nos representou com a cobrança de kiss caskett kiss,kiss.E depois a tia mandou aquela da gravidez e o Nate cuspiu o coffee,por favor eu mordi os labios reprimi o riso.A Stanlinda e o"Stana também ama o Nate!",vomitei arco-iris.O Michael ajudando o casal a ter privacidade,onde aperto pra entrar na historia e tacar um beijo na boca dele?Nate falando sobre gravidez com ela eu achei.maduro da parte dele,só de imaginar um baby Stanathan meu coração dispara serio.E Stana tem mesmo que abrir o olho com essa bitch da informatica,por ordem na casa com classe. U.u
CARAMBAAAAAAAAAAAAA A DARAAAAAAA PEGOU ELES....MEU JESUS AMADO ELA PEGOOOOOOOOU!!!!!!
assim volto a dizer"Vc ñ quer que eu tenha vida longa!"
QUERO O PROXIMO CAP. TO TENDO UM.TRECOOOOO!!!!
ASDFGHJKLÇASDFGHJKÇASDFGHJJKLÇ ME ABRAÇAAAAAAAAAAA QUE CAP PERFEEEEEEEITOOOOOO <3
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